Tamazgha
Tamazgha (em tifinague: ⵜⴰⵎⴰⵣⵖⴰ) é um neologismo criado e usado pelos militantes berberes para designar o "mundo berbere", ou seja, o espaço geográfico que segundo eles constitui a pátria histórica do povo berbere. Esse espaço vai do Oásis de Siuá a leste até às ilhas Canárias a oeste e é constituído por cinco países do Grande Magrebe (Norte de África) — Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Mauritânia, além do território disputado do Saara Ocidental, partes do norte do Mali, norte do Níger, uma parte do oeste do Egito, as Canárias e os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilha.
O termo Tamazgha é uma expressão do nacionalismo berbere pois afirma a existência duma nação e dum povo unido, que transcende os subgrupos étnicos berberes e as fronteiras geopolíticas atuais. O espaço geográfico da Tamazgha é aproximadamente equivalente ao que Heródoto chamou de Líbia e o que na Europa medieval e moderna se conhecia como Berbéria.
Tamazgha e o seu equivalente "mundo berbere" são usados sobretudo por intelectuais berberistas de Marrocos[1] e da Argélia, tanto como um conceito associado à identidade berbere como um contexto geográfico moderno bem definido e uma alternativa à designação Magrebe usada pelos árabes.
No passado, os franceses, que foram a potência colonial de grande parte da região, usavam os termos "Barbarie" e "Barbaresque" para distinguir em termos geográficos as regiões dos berberes do resto de África ou de outras áreas de maioria muçulmana.
Livros e publicações
[editar | editar código-fonte]Os termos mundo berbere e Tamazgha são mencionados em dezenas de publicações francófonas[2] e anglófonas,[3] como por exemplo:
- Revue des deux Mondes (em francês) 1873. p. 140 vol. 107.
- The New Encyclopædia Britannica (em inglês). 1974. vol. 30. p 155.
- Arezki, Dalila (2004). L'identité berbère: de la frustration berbère à la violence : la revendication en Kabylie (em francês). [S.l.]: Éd. Séguier. p. 104
- Camps, Gabriel; Chaker, Salem (1984–2005). Encyclopédie berbère (em inglês). 27. [S.l.]: Edisud
- Chaker, Salem (1995). Linguistique berbère: études de syntaxe et de diachronie (em francês). [S.l.]: Éd. Peeters. p. 7, 30, 135, 269
- Félix, Dubois (1897). Tombouctou la mystérieuse, (em inglês). [S.l.]: Éd. Flammarion. p. 253
- Knapp, Wilfrid (1977). North West Africa: a political and economic survey (em inglês). [S.l.: s.n.] 15 páginas
- Reclus, Élisée (1887). Nouvelle géographie universelle: la terre et les hommes (em francês). 12. [S.l.]: Hachette. p. 4
- Renan, Ernest (1890). Mélanges d'histoire et de voyages (em francês). [S.l.]: Éd. Calmann Lévy. p. 322
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Tamazgha», especificamente desta versão.
- ↑ Chaker, Salem (2004). «Langue et littérature berbères». www.clio.fr (em francês). Consultado em 4 de outubro de 2012. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2012
- ↑ «Busca no Google Books de "mode berbère"». books.google.fr (em francês). Consultado em 4 de outubro de 2012
- ↑ «Busca no Google Books de "berber world"». books.google.com (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2012
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- France Presse (20 de julho de 2007). «Reprimida por 42 anos, cultura berbere explode no oeste líbio». www1.folha.uol.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de outubro de 2012
- «Musée Berbêre du Jardin Majorelle». MonMarocGuide.com. Consultado em 4 de outubro de 2012
- Rita, Damásio (29 de março de 2011). «A Língua Tamazigh». www.buala.org. Buala: cultura contemporânea africana. Consultado em 4 de outubro de 2012