Uyoku dantai
Uyoku dantai (em japonês: 右翼団体) são grupos nacionalistas radicais japoneses de extrema-direita.[1] Estima-se que existam mais de 1.000 grupos Uyoku dantai, com aproximadamente 10.000 membros.[2]
Os diferentes grupos de Uyoku dantai nascem com o ressurgimento de grupos de extrema-direita nos anos 70, 80, e 90 ao redor do mundo, e encontram raízes em organizações secretas de ex-samurais que perderam seus privilégios de casta com a Revolução Meiji e em organizações de extrema-direita surgidas durante o ascenso do fascismo japonês.[2]
Os Uyoku dantai são conhecidos por suas manifestações publicas, onde desfilam com caminhonetes e furgões pretos decorados com bandeiras do sol nascente, proferindo palavras de ordem em megafones.[2][3] Tais protestos costumam ser realizados nas principais avenidas de grandes centros urbanos, em prédios governamentais e embaixadas (especialmente da Rússia e da China).[3] São conhecidos também por terem adotado como local de adoração o Santuário Yasukuni, cujo Livro das Almas contém o nome de 1068 soldados japoneses que morreram durante a Segunda Guerra Mundial, donde constam nomes de criminosos de guerra.[3]
Alguns destes grupos têm ligações com organizações Yakuza, e têm protagonizado ou protagonizam, além de uma extensa propaganda, em numerosos atentados violentos.[2] Os Uyoku dantai são utilizados pela Yakuza para operar com mais facilidade, já que ambos compartilham um discurso ultranacionalista, e as leis japonesas de liberdade de expressão não permitem que os Uyoku dantai sejam presos.[3]
Embora existam diferentes correntes de Uyoku dantai, estes compartilham uma narrativa em comum, que gira em torno da exaltação da História do Japão a partir do revisionismo (negando os crimes de guerra do Japão contra a China e a Coreia, por exemplo), do anticomunismo, de sentimentos anti-imigração e de revanchismo histórico contra os Estados Unidos devido à derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.[2] Em resumo, três valores são comuns entre os Uyoku dantai:[3]
- Restaurar o poder do Imperador e reestabelecer o exército imperial japonês para reviver a glória histórica do Japão.
- Negar e contestar as acusações de atrocidades cometidas pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
- Repudiar a influência estrangeira, demonstrando especial hostilidade em relação à Coreia (tanto do Norte quanto do Sul) e à China.
Referências
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