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Yume

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Yume
Yume
No Brasil Sonhos[1]
Em Portugal Sonhos de Akira Kurosawa[2]
 Japão /  Estados Unidos
1990 •  cor •  119 min 
Gênero drama
fantasia
Direção Akira Kurosawa
Roteiro Akira Kurosawa
Elenco Akira Terao
Mitsuko Baisho
Toshie Negishi
Martin Scorsese
Idioma japonês

Yume (?) ou Sonhos[3] é um filme japonês de 1990, em coprodução americana, do cineasta, diretor e roteirista Akira Kurosawa.[4] O filme foi exibido no Festival de Cannes de 1990.

Conta com as oito histórias distintas a seguir:[5][6][7]

Um raio de sol através da chuva

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Neste primeiro sonho, um garoto desacata o desejo de uma mulher, possivelmente sua mãe, para permanecer em casa durante um dia com tal clima. Escondido atrás de uma árvore na floresta, ele é testemunha de um lento processo de matrimônio do kitsune. Infelizmente, ele é descoberto por uma raposa e foge. Quando ele tenta voltar para casa, a mesma mulher diz que a raposa tinha vindo até a casa e deixado uma espada curta. A mulher diz que isso significa que o garoto deve suicidar-se porque as raposas estão bravas com o observador indesejado. Então, o garoto sai a caminho para cumprir sua missão.[8]

O jardim das pessegueiras

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Hinamatsuri, o Festival de Bonecas,[9] ocorre tradicionalmente na primavera, quando as flores das pessegueiras estão totalmente abertas. Dizem que as bonecas que são exibidas nessa época são representativas, simbolizando as pessegueiras e suas flores rosas. A família de um garoto, entretanto, corta seu jardim de pessegueiras, fazendo com que o garoto sinta um forte senso de perda durante o festival do ano. Depois de ter sido censurado por sua irmã, o garoto descobre uma menina saindo pela porta da frente. Ele a segue para o jardim, agora podado, onde as bonecas da coleção de sua irmã ganharam vida e estão paradas em frente a ele nos declives do antigo jardim. As bonecas repreendem o garoto por ter cortado as preciosas árvores, mas após perceberem o quanto ele amava as flores, elas concordam em dar a ele a oportunidade de um último olhar para as pessegueiras através de uma lenta e bela dança.[10]

Um grupo de alpinistas esforça-se para escalar uma montanha durante uma nevasca horrível, objetivando chegar a um acampamento. No entanto, devido aos fortes ventos, não conseguem enxergar direito e acabam se perdendo gradualmente um do outro. Por fim, não aguentam mais prosseguir e desmaiam. Aos poucos, o grupo é coberto pela neve, e ninguém mais tem forças para levantar, o que dá a entender que todos estão se entregando à morte. De repente, uma estranha mulher (possivelmente a Yuki-onna da mitologia japonesa) aparece do nada e, vendo que um dos homens ainda está vivo, tenta atraí-lo para a morte, dizendo que a neve e o gelo são confortáveis, dando a entender que ele poderia morrer tranquilamente. Entretanto, de alguma forma, a mulher não consegue cumprir seu objetivo, e o homem resiste ao encanto. Desistindo, ela desaparece em meio aos fortes ventos, e no mesmo instante a nevasca cessa. Então o homem, vendo que tudo passou, consegue se levantar e resgatar todos os outros alpinistas que quase morreram na neve. Ao olhar mais à frente de onde estão, eles avistam uma pequena bandeira vermelha: conseguiram chegar ao acampamento. Nesse sonho, podemos entender que o homem, perante à natureza, não significa nada.[11]

Um oficial do exército japonês está viajando por uma estrada ao anoitecer. Ele entra por um túnel de pedestres que está completamente escura e parece permanecer assim para sempre. De repente, um cachorro raivoso, com uma aparência quase demoníaca, corre para fora do túnel e o ameaça, desaparecendo logo depois de volta à escuridão do túnel. Levemente agitado, o oficial, todavia, prossegue através do túnel e sai do outro lado, mas então testemunha algo terrível - o yurei (fantasma japonês) de um dos soldados que ele tinha comandado na guerra vem para fora do túnel atrás dele, tendo o rosto, as mãos e as partes visíveis do corpo azúis pela morte. O soldado parece não acreditar que ele está morto, mas o oficial o convence a voltar para a escuridão do túnel. Quando o comandante pensa ter visto o pior, o terceiro pelotão que esteve sob seu comando marcha para fora do túnel. Ele tenta contar-lhes que estão mortos, e expressa seu profundo sentimento de culpa por deixá-los morrer na guerra. eles voltam, seguidos por uma segunda aparição do cachorro infernal, mas o homem continua seu caminho.[12]

Com a participação do diretor e cineasta Martin Scorsese como Vincent Van Gogh. Um estudante de artes descobre-se dentro do vibrante e por vezes caótico mundo dentro dos trabalhos de arte de Vincent Van Gogh durante uma visita a um museu de artes. Nas telas do artista, ele encontra o próprio Van Gogh em um campo aberto e conversa com ele. O estudante perde a trilha do artista (o qual está sem uma orelha, em referência ao episódio da auto-dilaceração cometida por Van Gogh, e já próximo do fim de sua vida) e viaja através de outros trabalhos tentando encontrá-lo. A pintura Campo de trigo com corvos é um elemento importante neste sonho.[8]

Monte Fuji em chamas

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A segunda seqüência de pesadelos do filme. Uma grande usina de energia nuclear próxima ao Monte Fuji começa a derreter, pintando o céu com um vermelho horrível e compelindo milhões de cidadãos japoneses a escapar desesperadamente pelo oceano. Três adultos e duas crianças são deixados para trás no local, mas logo percebem que a radiação os matará de qualquer forma. Um deles revela ser em parte responsável pelo ocorrido, e diz que "coloriu" as fumaças radioativas (conforme é visto) para distingui-las uma das outras. Logo depois, joga-se do penhasco por se sentir responsável pelas vidas perdidas.[13]

O demônio que chora

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Um homem se encontra vagando em torno de um nublado terreno montanhoso. Ele encontra com um ser estranho: um oni, que é na verdade um humano mutante com um chifre. O "demônio" explica que houve holocaustos nucleares que resultaram na perda da natureza e dos animais, enormes frutos e dentes-de-leão e humanos com chifres desenvolvidos, causadores de tanta agonia que você pode escutá-los uivando durante a noite. O demônio leva-o até um local onde vários outros demônios estão reunindo, chorando pela dor e agonia provocada pelos chifres. Este é, na verdade, uma recontagem pós-apocalíptica de uma clássica fábula budista de mesmo nome.[14]

O vilarejo dos moinhos

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Um jovem chega a um pacato vilarejo cercado por correntezas. O viajante encontra um velho ancião da vila, muito sábio, que está consertando a roda quebrada de um moinho. O ancião explica que as pessoas do seu vilarejo decidiram, há muito tempo, abrir mão da influência poluidora da tecnologia moderna e retornar para uma sociedade mais feliz e limpa. Eles escolheram a saúde espiritual a despeito da conveniência, e o jovem viajante fica surpreso e intrigado com esta noção.No final da seqüência que é também o final do filme, a procissão de um funeral de uma mulher ocorre no vilarejo, que ao invés de estar de luto, celebra contentemente o propício fim de uma boa vida. O ancião, que até então conversava com o jovem viajante, resolve acompanhar a procissão, não sem antes contar-lhe sobre algo que o jovem presenciou ao entrar na vila - crianças colhendo flores e colocando-as sobre uma pedra ao lado da trilha. O ancião diz que há muito tempo um homem havia morrido ali depois de muito sofrer, e desde então o ato de colocar flores sobre a pedra debaixo da qual foi sepultado se faz uma tradição do vilarejo. O viajante se despede do lugar repetindo o gesto das crianças.[14]

Atores principais

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Referências

  1. Sonhos no AdoroCinema
  2. «Sonhos de Akira Kurosawa». no CineCartaz (Portugal) 
  3. «Sonhos [DVD]». www.amazon.com.br. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  4. Pedras, Por Cristiano. «Sobre o filme "SONHOS" (1990), de Akira Kurosawa». Consultado em 11 de setembro de 2020 
  5. Kawanami, Silvia (20 de maio de 2020). «Filme 'Yume' (Sonhos) de Akira Kurosawa | Curiosidades do Japão». www.japaoemfoco.com. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  6. «'Sonhos', filme de Kurosawa, é exibido com trilha sonora ao vivo». Catraca Livre. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  7. Costa, Patrícia Tavares da (10 de dezembro de 2000). «A "Lógica Poética" de Vico, o Nascimento da Estética». Primeiros Escritos (3). 111 páginas. ISSN 2594-5920. doi:10.11606/issn.2594-5920.primeirosestudos.2000.104510. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  8. a b c AdoroCinema, Sonhos, consultado em 11 de setembro de 2020 
  9. «Hina matsuri - Dia da Meninas | Curiosidades do Japão». www.japaoemfoco.com. 3 de março de 2013. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  10. «SONHOS - Akira Kurosawa - DVD». Travessa.com.br. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  11. Sá, Zé Felipe de. "Sonhos" de Akira Kurosawa: uma Leitura Junguiana (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  12. «Akira Kurosawa». www.ufscar.br. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  13. Fan, por Ritter (30 de agosto de 2018). «Crítica | Sonhos (1990)». Plano Crítico. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  14. a b «Sonhos | Akira Kurosawa». NIPOCULTURA. 18 de junho de 2008. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  15. AdoroCinema. «Toshie Negishi». AdoroCinema. Consultado em 11 de setembro de 2020 
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