Trabalhos Coletivos, Periódicos, Dossiês, Anais. by Gabriel N Cardoso
Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2023
O Centro de Estudos da Lingua e Cultura Galegas (CELGA), para conmemorar o seu 20o aniversario de... more O Centro de Estudos da Lingua e Cultura Galegas (CELGA), para conmemorar o seu 20o aniversario de fundación, e o 40o aniversario da creación do primeiro Centro de Estudos Galegos (CEG) na Bahia, así como en homenaxe á súa fundadora, a Profa. Rosário Suárez Albán, organiza o I Encontro Brasileiro de Estudos Galegos (I EBEG), a celebrar na Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre o 13 e o 15 de abril de 2015. O evento ten como obxectivo intensificar o diálogo intelectual entre investigadores brasileiros e estranxeiros de diferentes universidades que se dediquen aos estudos galegos. A Comisión Organizadora convida a profesionais, estudantes e demais interesados nos estudos de lingüística, literatura e cultura galegas a participaren do I
EBEG, nas diferentes actividades programadas.
Equatorial Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN, 2018
Artigos, Comunicações e Capítulos de Livro by Gabriel N Cardoso
Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2023
O presente trabalho trata da educação escolar indígena entre o povo Kiriri, localizado em um terr... more O presente trabalho trata da educação escolar indígena entre o povo Kiriri, localizado em um território de 12.320 hectares entre os municípios de Banzaê e Quijingue, Bahia. A educação, sob a perspectiva de sua integração entre o povo Kiriri, foi uma ferramenta fundamental para a reafirmação da identidade étnica e configurou-se como um espaço de "fronteira". O objetivo desse trabalho foi aprofundar a compreensão das articulações entre a educação escolar indígena Kiriri, sua situação política, marcada por processos de cisões internas, e as dinâmicas inter e intraétnicas de distinção e afirmação da identidade nos distintos grupos Kiriri. O artigo baseou-se numa pesquisa etnográfica realizada no território indígena ao longo dos anos de 2016 a 2018, com grande foco na análise de entrevistas de interlocutores ligados à educação escolar indígena. À guisa de conclusão mais aprofundada para o presente trabalho, apresentase a importância da escola indígena como palco de manifestação de divergências políticas e disputas intraétnicas no povo Kiriri.
Espaço Ameríndio, 2022
O presente trabalho elabora algumas considerações acerca de articulações (e de algumas relações) ... more O presente trabalho elabora algumas considerações acerca de articulações (e de algumas relações) entre a atual organização cosmopolítica Kiriri (analisada criticamente de uma perspectiva histórica), o ritual indígena do Toré (e as distinções e reformulações intra-étnicas presentes no mesmo), a educação escolar indígena e, por fim, os processos nativos de "retomada" e/ou "fortalecimento" da língua indígena Kiriri. Processos esses perpassados por dinâmicas de disputa e distinção intra-étnica, bem como por dissensões cosmológicas que se refletem nas reformulações e reinterpretações do ritual do Toré e seu simbolismo para cada distinto grupo/secção Kiriri. À guisa de mais desenvolvida conclusão, neste trabalho, elaboram-se, por fim, algumas reflexões acerca da preponderância e da centralidade do ritual e do xamanismo (relações com encantados, entre outros "invisíveis"/não-humanos) nos diversos processos de (re)organização (cosmo)política do povo Kiriri, de produção de "fronteiras" intra-étnicas, bem como nos distintos processos de "retomada" e/ou "fortalecimento" da língua "dos antigos".
Revista Prelúdios, 2020
O presente trabalho visa apontar algumas reflexões metodológicas referentes a uma pesquisa etnogr... more O presente trabalho visa apontar algumas reflexões metodológicas referentes a uma pesquisa etnográfica junto ao povo indígena Kiriri, localizado na área etnográfica dos "Índios no/do Nordeste". Essas reflexões vão em dois sentidos. O primeiro, retrospectivo, visa abordar o meu fazer etnográfico com o povo em questão entre novembro de 2016 a novembro de 2018, período no qual realizei a pesquisa que fundamentou meu trabalho de conclusão de curso de graduação como bacharel em Ciências Sociais. No segundo, reflexivo, trago algumas discussões e críticas sobre os métodos utilizados, a inserção em campo, o trabalho de campo em parceria com uma colega antropóloga e outras questões éticas afins a este estudo.
O presente trabalho trata da educação escolar indígena entre o povo Kiriri – localizado num terri... more O presente trabalho trata da educação escolar indígena entre o povo Kiriri – localizado num território de 12.300 hectares entre os municípios de Banzaê e Quijingue - sob a perspectiva de sua integração, pelo povo em questão, em um contexto de reafirmação de identidade étnica, sendo utilizada como ferramenta para tal, se configurando, portanto, enquanto espaço de “fronteira”. Além disso, busca-se aprofundar a compreensão das articulações entre a educação escolar indígena Kiriri, sua situação política – marcada por processos de cisões intra-étnicas – e as dinâmicas inter e intra-étnicas de distinção e afirmação da identidade.
Anais da 31ªReunião Brasileira de Antropologia (GT 058. Processos identitários étnicos, território e tradições de conhecimento), 2018
O presente trabalho busca analisar, à luz das discussões contemporâneas acerca dos “índios do Nor... more O presente trabalho busca analisar, à luz das discussões contemporâneas acerca dos “índios do Nordeste” e seus processos de etnogênese e afirmação étnica-identitária, a atual situação política Kiriri sob a ótica dos seus processos de cisão interna ou “seccionalistas”, em articulação com as dinâmicas de constante produção da identidade étnica desse povo.
Assim, se propõe uma reconstituição do contexto histórico mais amplo dentro do qual o povo Kiriri passou por sistemática negação de sua identidade/especificidade étnica, onde, se por um lado se nega uma identidade diferenciada e detentora de direitos, por outro, se recusa uma completa integração à “sociedade envolvente” sob o signo da distinção étnica pelo negativo: o “caboclo”, onde é marcada a ausência de diacríticos definidores de uma indianidade homogênea, forjada no imaginário nacional e instrumentalizada, muitas vezes, contra grupos étnicos específicos.
Por outro lado, pretende-se localizar os processos recentes de cisão intra-étnica nesse contexto mais amplo de luta pela retomada de território e pelo reconhecimento étnico, argumentando em favor de uma multidimensionalidade da identidade étnica que não se constrói tendo por referência somente uma “sociedade nacional”/“envolvente” ou um “outro” não-indígena enfim, mas que é passível de disputas internas ao próprio grupo étnico, na definição de uma indianidade “mais legítima” , ou de modos diversos de “ser Kiriri” que mais que se negarem mutuamente, parecem se complementar numa constante dinâmica de produção e atualização de uma identidade Kiriri perpassada não só por diálogos constantes com outros povos indígenas e com o aparato institucional-burocrático do governo brasileiro, mas com as próprias divergências e multiplicidades de interpretações internas à esse povo.
Assim, num segundo momento é apresentada a escola indígena Kiriri como um exemplo privilegiado de espaço de “fronteira” para a observação dessas dinâmicas de produção da identidade Kiriri. Ou seja, um espaço que se por um lado se apresenta enquanto instituição externa e impõe aos índios uma série de procedimentos burocráticos e conhecimentos diversos, por outro passa a ser apropriada enquanto instrumento de produção da indianidade Kiriri.
Exemplos disso são a produção de “Toantes”, por partes dos alunos mais jovens, para o ritual do Toré, bem como o ensino dos “bons modos” para esse momento, além de iniciativas, a partir da escola, de “retomada da língua dos antigos” – que ainda seria falada pelos “encantados” Kiriri, ainda que não mais falada entre o povo em questão.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.
Anais do II Congresso Internacional Línguas Culturas e Literaturas em Diálogo: identidades silenciadas, 2018
O presente trabalho visa apontar algumas reflexões relacionadas à “retomada” de línguas indígenas... more O presente trabalho visa apontar algumas reflexões relacionadas à “retomada” de línguas indígenas dentro da área etnográfica do Nordeste – e suas articulações com as especificidades políticas e étnicas dessa área - elaboradas a partir do desenvolvimento de uma pesquisa de conclusão de curso entre o povo Kiriri – com território homologado e localizado entre os município de Banzaê-BA e Quijingue-BA - que se desenrolou em conjunto com os primeiros movimentos para um projeto de revitalização/retomada linguística no povo em questão. O que aqui se propõe é compreender como se articulam as representações sociais Kiriri sobre sua língua indígena - “dos antigos” - seu papel na vida ritual e política do povo e a atual situação política Kiriri, marcada pelo “seccionalismo. Explorar, enfim, como as concepções sobre essa “língua dos antigos” são perpassadas pelas dinâmicas de distinção inter e intra-étnica – e mesmo reveladoras destas relações - apontando brevemente para algumas implicações distonum projeto de retomada linguística.
Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN v. 5 n. 9 (2018): Dossiê: Etnologia Indígena do Nordeste, Dec 31, 2018
O presente trabalho busca analisar, dentro de um contexto mais amplo de retomada étn... more O presente trabalho busca analisar, dentro de um contexto mais amplo de retomada étnica – por parte dos índios do Nordeste – a situação política Kiriri, sob a ótica dos seus atuais processos de dis-tintividade intra-étnica e suas tendências seccionalistas. Para tal, é apresentada a configuração das es-colas indígenas entre o povo em questão, além de se descrever, brevemente, os processos de cisão intra-étnica, à luz das articulações entre território, educação escolar e suas representações sobre a língua indígena. Conclui-se que os mesmos diacríticos utilizados na afirmação de uma unidade ét-nica, frente aos não-índios, são também instrumentalizados na definição e defesa das distinções in-ternas, o que ilustraria o caráter multidimensional da etnicidade – Um pra vocês, muitos pra gente.
Livros by Gabriel N Cardoso
O nordeste brasileiro foi marcado, desde os primeiros contatos coloniais, por intensos processos ... more O nordeste brasileiro foi marcado, desde os primeiros contatos coloniais, por intensos processos de genocídio e epistemicídio de sua população indígena. Esses processos, contrários a alteridade não-europeia, geraram um contexto de forte negação da presença indígena nessa região. Ao longo do séc. XX, contrariando esse cenário, diversos movimentos de retomada étnico-territorial se iniciaram, forçando o reconhecimento da existência e dos direitos dos povos indígenas nordestinos. Visando contribuir para a compreensão desse contexto, analiso a situação política do povo Kiriri – localizados na bacia do médio Itapicuru, Bahia – focando na distintividade intra-étnica e nas suas divisões internas. Para tal, é apresentada a configuração das escolas indígenas, além da descrição de processos de cisão intra-étnica à luz das articulações entre território, educação escolar, e representações êmicas Kiriri sobre sua língua indígena. Concluo que, os mesmos diacríticos utilizados na afirmação de uma unidade étnica, frente aos não-índios, são também instrumentalizados na marcação das distinções internas do povo, revelando uma multiplicidade de “modos de ser” Kiriri: “Um pra vocês, muitos pra gente”.
Book Reviews by Gabriel N Cardoso
TCC, Teses e Dissertações by Gabriel N Cardoso
A presente pesquisa buscou analisar, à luz das discussões contemporâneas acerca dos “índios do No... more A presente pesquisa buscou analisar, à luz das discussões contemporâneas acerca dos “índios do Nordeste” e seus processos de etnogênese e afirmação étnica-identitária, a atual situação política Kiriri sob a ótica dos seus atuais processos de divisão interna ou “seccionalistas”, seja de uma perspectiva sincrônica, a partir do olhar etnográfico em campo, seja de uma perspectiva histórica, contextualizando esses processos no decorrer dos últimos anos.
Num segundo momento, é apresentada a configuração da escola indígena entre os Kiriri, sua instrumentalização enquanto ferramenta de afirmação étnica e luta por direitos, além de espaço de expressão e sanção das divisões intra-étnicas no grupo.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.
O presente trabalho foi desenvolvido junto ao povo Kiriri, com seu território, já demarcado e hom... more O presente trabalho foi desenvolvido junto ao povo Kiriri, com seu território, já demarcado e homologado, localizado no sertão baiano, nos municípios de Banzaê e Quijingue. Trata-se, nesta pesquisa, sob uma perspectiva etnográfica, das articulações entre o ritual do Toré, a relação cotidiana entre Kiriris e entidades invisíveis, das quais as principais são os encantados - ou o campo xamanístico, no geral - e a organização política desse povo que, como se argumenta, pode ser entendida como uma organização cosmopolítica, dada a centralidade e importância da comunicação com os encantados, principalmente através do ritual do Toré, nos modos de organização, ação política e distinção étnica do grupo. Seja na esfera interétnica, seja na intraétnica, com o fenômeno da divisão do povo em distintos grupos cosmopolíticos que disputam, entre si, maior legitimidade e indianidade, essas, fundamentadas em distintas concepções cosmológicas sobre como deve se dar a relação com os invisíveis. Com isso em mente, descrevo e analiso a centralidade do campo xamanístico, de relação e comunicação com os invisíveis, nas dinâmicas étnicas e cosmopolíticas Kiriri, apontando para a centralidade da relação com os encantados pra própria auto-arpreensão do povo enquanto indígena, bem como em seus processos de produção de alteridades inter e intra-étnicas. A partir de tais análises e descrições, avanço ainda mais, apontando para a constante e contínua relação de comunicação entre Kiriris e encantados, nos mais diversos aspectos e momentos da vida Kiriri no território indígena, o que implica numa continuidade do ritual na vida cotidiana na forma de “ações ritualizadas”, voltadas para a manutenção da comunicação “correta” com os encantados. Concluo, após todo esse percurso, sobre a natureza de “fato social total” da constante e contínua relação e comunicação entre Kiriris e encantados, fenômeno que perpassa os mais diversos aspectos da vida daquele povo indígena em seu território, sendo sua apreensão condição necessária para uma compreensão mais aprofundada e sistemática sobre quaisquer aspectos e dinâmicas da vida do povo Kiriri no mundo de seu território indígena, que é, também, a morada dos encantados.
Papers by Gabriel N Cardoso
O presente trabalho foi desenvolvido junto ao povo Kiriri, com seu território, já demarcado e hom... more O presente trabalho foi desenvolvido junto ao povo Kiriri, com seu território, já demarcado e homologado, localizado no sertão baiano, nos municípios de Banzaê e Quijingue. Trata-se, nesta pesquisa, sob uma perspectiva etnográfica, das articulações entre o ritual do Toré, a relação cotidiana entre Kiriris e entidades invisíveis, das quais as principais são os encantados - ou o campo xamanístico, no geral - e a organização política desse povo que, como se argumenta, pode ser entendida como uma organização cosmopolítica, dada a centralidade e importância da comunicação com os encantados, principalmente através do ritual do Toré, nos modos de organização, ação política e distinção étnica do grupo. Seja na esfera interétnica, seja na intraétnica, com o fenômeno da divisão do povo em distintos grupos cosmopolíticos que disputam, entre si, maior legitimidade e indianidade, essas, fundamentadas em distintas concepções cosmológicas sobre como deve se dar a relação com os invisíveis. Com isso em mente, descrevo e analiso a centralidade do campo xamanístico, de relação e comunicação com os invisíveis, nas dinâmicas étnicas e cosmopolíticas Kiriri, apontando para a centralidade da relação com os encantados pra própria auto-arpreensão do povo enquanto indígena, bem como em seus processos de produção de alteridades inter e intra-étnicas. A partir de tais análises e descrições, avanço ainda mais, apontando para a constante e contínua relação de comunicação entre Kiriris e encantados, nos mais diversos aspectos e momentos da vida Kiriri no território indígena, o que implica numa continuidade do ritual na vida cotidiana na forma de “ações ritualizadas”, voltadas para a manutenção da comunicação “correta” com os encantados. Concluo, após todo esse percurso, sobre a natureza de “fato social total” da constante e contínua relação e comunicação entre Kiriris e encantados, fenômeno que perpassa os mais diversos aspectos da vida daquele povo indígena em seu território, sendo sua apreensão condição necessária para uma compreensão mais aprofundada e sistemática sobre quaisquer aspectos e dinâmicas da vida do povo Kiriri no mundo de seu território indígena, que é, também, a morada dos encantados.
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Trabalhos Coletivos, Periódicos, Dossiês, Anais. by Gabriel N Cardoso
EBEG, nas diferentes actividades programadas.
Artigos, Comunicações e Capítulos de Livro by Gabriel N Cardoso
Assim, se propõe uma reconstituição do contexto histórico mais amplo dentro do qual o povo Kiriri passou por sistemática negação de sua identidade/especificidade étnica, onde, se por um lado se nega uma identidade diferenciada e detentora de direitos, por outro, se recusa uma completa integração à “sociedade envolvente” sob o signo da distinção étnica pelo negativo: o “caboclo”, onde é marcada a ausência de diacríticos definidores de uma indianidade homogênea, forjada no imaginário nacional e instrumentalizada, muitas vezes, contra grupos étnicos específicos.
Por outro lado, pretende-se localizar os processos recentes de cisão intra-étnica nesse contexto mais amplo de luta pela retomada de território e pelo reconhecimento étnico, argumentando em favor de uma multidimensionalidade da identidade étnica que não se constrói tendo por referência somente uma “sociedade nacional”/“envolvente” ou um “outro” não-indígena enfim, mas que é passível de disputas internas ao próprio grupo étnico, na definição de uma indianidade “mais legítima” , ou de modos diversos de “ser Kiriri” que mais que se negarem mutuamente, parecem se complementar numa constante dinâmica de produção e atualização de uma identidade Kiriri perpassada não só por diálogos constantes com outros povos indígenas e com o aparato institucional-burocrático do governo brasileiro, mas com as próprias divergências e multiplicidades de interpretações internas à esse povo.
Assim, num segundo momento é apresentada a escola indígena Kiriri como um exemplo privilegiado de espaço de “fronteira” para a observação dessas dinâmicas de produção da identidade Kiriri. Ou seja, um espaço que se por um lado se apresenta enquanto instituição externa e impõe aos índios uma série de procedimentos burocráticos e conhecimentos diversos, por outro passa a ser apropriada enquanto instrumento de produção da indianidade Kiriri.
Exemplos disso são a produção de “Toantes”, por partes dos alunos mais jovens, para o ritual do Toré, bem como o ensino dos “bons modos” para esse momento, além de iniciativas, a partir da escola, de “retomada da língua dos antigos” – que ainda seria falada pelos “encantados” Kiriri, ainda que não mais falada entre o povo em questão.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.
Livros by Gabriel N Cardoso
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TCC, Teses e Dissertações by Gabriel N Cardoso
Num segundo momento, é apresentada a configuração da escola indígena entre os Kiriri, sua instrumentalização enquanto ferramenta de afirmação étnica e luta por direitos, além de espaço de expressão e sanção das divisões intra-étnicas no grupo.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.
Papers by Gabriel N Cardoso
EBEG, nas diferentes actividades programadas.
Assim, se propõe uma reconstituição do contexto histórico mais amplo dentro do qual o povo Kiriri passou por sistemática negação de sua identidade/especificidade étnica, onde, se por um lado se nega uma identidade diferenciada e detentora de direitos, por outro, se recusa uma completa integração à “sociedade envolvente” sob o signo da distinção étnica pelo negativo: o “caboclo”, onde é marcada a ausência de diacríticos definidores de uma indianidade homogênea, forjada no imaginário nacional e instrumentalizada, muitas vezes, contra grupos étnicos específicos.
Por outro lado, pretende-se localizar os processos recentes de cisão intra-étnica nesse contexto mais amplo de luta pela retomada de território e pelo reconhecimento étnico, argumentando em favor de uma multidimensionalidade da identidade étnica que não se constrói tendo por referência somente uma “sociedade nacional”/“envolvente” ou um “outro” não-indígena enfim, mas que é passível de disputas internas ao próprio grupo étnico, na definição de uma indianidade “mais legítima” , ou de modos diversos de “ser Kiriri” que mais que se negarem mutuamente, parecem se complementar numa constante dinâmica de produção e atualização de uma identidade Kiriri perpassada não só por diálogos constantes com outros povos indígenas e com o aparato institucional-burocrático do governo brasileiro, mas com as próprias divergências e multiplicidades de interpretações internas à esse povo.
Assim, num segundo momento é apresentada a escola indígena Kiriri como um exemplo privilegiado de espaço de “fronteira” para a observação dessas dinâmicas de produção da identidade Kiriri. Ou seja, um espaço que se por um lado se apresenta enquanto instituição externa e impõe aos índios uma série de procedimentos burocráticos e conhecimentos diversos, por outro passa a ser apropriada enquanto instrumento de produção da indianidade Kiriri.
Exemplos disso são a produção de “Toantes”, por partes dos alunos mais jovens, para o ritual do Toré, bem como o ensino dos “bons modos” para esse momento, além de iniciativas, a partir da escola, de “retomada da língua dos antigos” – que ainda seria falada pelos “encantados” Kiriri, ainda que não mais falada entre o povo em questão.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.
Num segundo momento, é apresentada a configuração da escola indígena entre os Kiriri, sua instrumentalização enquanto ferramenta de afirmação étnica e luta por direitos, além de espaço de expressão e sanção das divisões intra-étnicas no grupo.
Por fim, é discutida a distintividade intra-étnica nesse grupo, a partir da dinâmica de uma afirmação de unidade em relação à sociedade envolvente que não exclui a defesa de uma variedade de modos de “ser” Kiriri.