Periodicidade irregularO periódico não reflete, necessariamente, as opiniões do BNDES. Informativ... more Periodicidade irregularO periódico não reflete, necessariamente, as opiniões do BNDES. Informativo apenas para subsidiar análises da SFData de início e fim da coleção na biblioteca: dez. 1999 - ago. 2001Nas discussões sobre a tributação indireta no Brasil e sua eventual reforma é notória a crítica aos efeitos cumulativos provocados por alguns tributos incidentes sobre a venda bruta das empresas. A literatura recente, porém, não apresenta trabalhos mensurando detalhadamente tais distorções. Visando contribuir para tal debate, este Informe propõe uma metodologia para quantificar o impacto da incidência de tributos cumulativos sobre a competitividade da produção nacional. A análise é focada em apenas três contribuições federais de incidência em cascata - a Cofins, o PIS/Pasep e a CPMF — e toma por base a matriz de insumo-produto do ano de 1996, a última divulgada pelo IBGE. Portanto, alerta-se que este trabalho não analisa e nem propõe políticas tributárias, apenas procura ajudar a com...
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual
O presente artigo busca apresentar um olhar panorâmico sobre a contribuição dos estudos contempor... more O presente artigo busca apresentar um olhar panorâmico sobre a contribuição dos estudos contemporâneos dos festivais de cinema, utilizando abordagens interdisciplinares para considerá-los como um campo difuso, composto por agentes e dinâmicas heterogêneos. Em seguida, buscaremos mostrar como essas transformações abrem espaço para o curador como agente estratégico, que atua e interfere na conformação desse circuito. Por fim, vamos examinar essas questões por um panorama pelo circuito dos festivais de cinema no País, em especial sua consolidação a partir dos anos 1990, em termos de sua multiplicidade e heterogeneidade.
The purpose of this paper is to examine the relationships between memory, narrative and aesthetic... more The purpose of this paper is to examine the relationships between memory, narrative and aesthetics film by Jonas Mekas, especially in Walden: diaries, notes and sketches (1969). The uniqueness of the Mekas daily movies, moves away from the staged model of classical narrative, investing in an organic relationship between the act of living and filming as an unfinished process typically reveals his “erasures,” as ambiguous songs of celebration to the act to live.O objetivo deste texto é examinar as relações entre memória, narrativa e estética no cinema de Jonas Mekas, especialmente em Walden: diaries, Notes and sketches (1969). A singularidade dos filmes-diários de Mekas se afasta do modelo de encenação da narrativa clássica, investindo numa relação orgânica entre o ato de viver e de filmar, como um processo tipicamente inacabado que revela suas “rasuras”, como cânticos ambíguos de celebração ao ato de viver
Bacurau is the name of a city in Brazilian hinterland whose inhabitants fight to survive a foreig... more Bacurau is the name of a city in Brazilian hinterland whose inhabitants fight to survive a foreign invasion. The struggle of native populations for the right to remain on their land is a common motif not only in the history of cinema, as in classic Westerns, but also in Brazilian culture and history, In this article, Ikeda proposes that Bacurau’s originality lies in how it seeks to establish a balance between genre film and political cinema, eschewing the commodified exotic spectacle of Sérgio Rezende’s The Battle of Canudos (1997) and Glauber Rocha’s radical political allegory in Black God, White Devil (1964), in order to offer a more complex commentary on the current Brazilian historical moment.
RESUMO: O modelo de fomento indireto, em que se basearam as políticas públicas para o audiovisual... more RESUMO: O modelo de fomento indireto, em que se basearam as políticas públicas para o audiovisual a partir dos anos noventa, revelou-se de fato uma política de oferta de longas-metragens cinematográficos, oferecendo poucas possibilidades para o estímulo à presença da produção independente nas grades de programação das televisões abertas ou fechadas. Este artigo analisa as políticas públicas desenvolvidas para o audiovisual brasileiro a partir dessa perspectiva, apontando algumas modificações no Governo Lula, apesar de tímidas, que culminaram na aprovação da Lei 12.485/11, que prevê a obrigatoriedade de veiculação de produção independente brasileira no horário nobre nos canais de TV por assinatura. PALAVRAS-CHAVE: Políticas audiovisuais; produção independente; ANCINE; Lei 12.485/11. RESUMEN: El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las políticas públicas para el audiovisual brasileño de la década de los noventa, resultó ser en realidad una política de oferta de largometra...
O artigo busca descrever e analisar as caracteristicas dos mecanismos automaticos de fomento a pr... more O artigo busca descrever e analisar as caracteristicas dos mecanismos automaticos de fomento a producao cinematografica, implementados pela ANCINE, a partir de 2005: o Premio Adicional de Renda (PAR) e o Programa de Incentivo a Qualidade do Cinema Brasileiro (PIQCB), que reeditam antigos mecanismos existentes na relacao entre Estado e Cinema, desde os anos de 1950. Atraves de uma analise da metodologia de calculo dos dois mecanismos, busca-se apontar para alguns paradoxos do modelo de politica publica implementado no periodo em foco.
espanolEl objetivo de este trabajo es analizar el perfil de las politicas publicas para la indust... more espanolEl objetivo de este trabajo es analizar el perfil de las politicas publicas para la industria del cine implementado en Brasil desde los anos no- venta, sobre la base de mecanismos indirectos de desarrollo a traves de recortes de impuestos, expresado en el binomio Rouanet / Art. 1 de la Ley Audiovisual. Luego trata de determinar sus limitaciones para alcanzar los industriales supuestos de su aplicacion , investigando las medidas utilizadas en defensa de la profundizacion de estas politicas , como la creacion de la Agencia Nacional de Cine ( ANCINE ) EnglishThe aim of this paper is to analyze the profile of public policies for the film industry implemented in Brazil since the nineties , based on indi- rect mechanisms of development through tax breaks , expressed in Law Rouanet / Art . 1 of the Audiovisual Law . Then seeks to ascertain its limitations to achieve the industrialists assumptions of its imple- mentation , investigating the measures used in defense of deepening these...
Bibliografia: p. 104-105Bibliografia: p. 104-105Embora a participação das mulheres no mercado de ... more Bibliografia: p. 104-105Bibliografia: p. 104-105Embora a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha se elevado progressivamente desde a década de 70, sua inserção tem sido desigual. A precariedade característica do mercado informal de trabalho, onde o emprego feminino se concentra, especialmente nos serviços domésticos, tem sido utilizada como uma suposta justificativa para as diferentes remunerações de homens e mulheres. Numa direção oposta, este artigo mostra que existe uma “segregação por gênero” mesmo no mercado formal de trabalho e apresenta um perfil comparativo entre o emprego de homens e mulheres no ano de 1997, limitando-se aos trabalhadores formais e analisando itens como setor, nível de instrução, remuneração e tamanho do estabelecimento em que trabalham.Embora a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha se elevado progressivamente desde a década de 70, sua inserção tem sido desigual. A precariedade característica do mercado informal de trabalho, onde o emprego feminino se concentra, especialmente nos serviços domésticos, tem sido utilizada como uma suposta justificativa para as diferentes remunerações de homens e mulheres. Numa direção oposta, este artigo mostra que existe uma “segregação por gênero” mesmo no mercado formal de trabalho e apresenta um perfil comparativo entre o emprego de homens e mulheres no ano de 1997, limitando-se aos trabalhadores formais e analisando itens como setor, nível de instrução, remuneração e tamanho do estabelecimento em que trabalham.Although the participation of women in the labor market has risen gradually since the 1970s, this level of participation has remained unequal. The precarious nature of the informal labor market – where women workers are concentrated, especially in domestic services – has been cited as a justification for the different levels of remuneration between men and women. From a contrasting point of view, this paper shows that “segregation by sex” does exist, even in the formal labor market. The paper presents a comparative profile between jobs held by men and women in 1997, limited to jobs held in the formal market and analyzing factors such as sector, level of education, remuneration and size of the establishment.Although the participation of women in the labor market has risen gradually since the 1970s, this level of participation has remained unequal. The precarious nature of the informal labor market – where women workers are concentrated, especially in domestic services – has been cited as a justification for the different levels of remuneration between men and women. From a contrasting point of view, this paper shows that “segregation by sex” does exist, even in the formal labor market. The paper presents a comparative profile between jobs held by men and women in 1997, limited to jobs held in the formal market and analyzing factors such as sector, level of education, remuneration and size of the establishment
Em profundo dialogo com inquietacoes que norteiam boa parte do cinema contemporâneo mundial, a ob... more Em profundo dialogo com inquietacoes que norteiam boa parte do cinema contemporâneo mundial, a obra de Lisandro Alonso se destaca por questionar, com estilo proprio e inconfundivel, varios dos parâmetros narrativos e das possibilidades abertas pela linguagem cinematografica. Este artigo analisa os tres primeiros longas do diretor, reconhecidos como uma especie de trilogia, verificando as conexoes e desdobramentos que interligam seus filmes. La Libertad , Los Muertos e Fantasma , sao abordados especialmente no que deslocam da sociedade que filmam e da linguagem que usam: sentimentos de crise, esgotamento do sujeito, mal-estar dos tempos modernos, sao tonicas de um tratamento que prioriza as novas formas do espaco e da narrativa contemporâneos. Uma reflexao sobre o silencio e a discreta forma como Alonso o percebe.
Este artigo apresenta um amplo panorama das políticas para o setor audiovisual implementadas pela... more Este artigo apresenta um amplo panorama das políticas para o setor audiovisual implementadas pela Agência Nacional do Cinema em 20 anos de atividade (2001-2021). Em primeiro lugar, serão analisadas sua criação como uma agência reguladora e as limitações para sua atuação, impostas na lei que a formou. Em seguida, será avaliada a ampliação do escopo da agência sob a gestão de Manoel Rangel, com a aprovação das Leis nº 11.437/06, 12.485/11 e 12.599/12, e serão discutidos os impasses das gestões Leitão-Castro e Braga. Por fim, serão comentados os principais desafios à gestão pública do audiovisual para os próximos anos.
El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las politicas publicas para el audiovisual b... more El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las politicas publicas para el audiovisual brasileno de la decada de los noventa, resulto ser en realidad una politica de oferta de largometrajes, con pocas oportunidades para la produccion independiente en las redes de programacion de television abierta o cerrada. Este articulo analiza las politicas publicas desarrolladas en el sector audiovisual brasileno, senalando algunas modificaciones en el gobierno Lula, aunque timidas, que culminaron con la aprobacion de la Ley 12.485/11, que preve la exhibicion obligatoria de la produccion nacional independiente en el prime time de los canales de television cerrada
Sobre Ikeda, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada – aspectos economicos e politicos , ... more Sobre Ikeda, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada – aspectos economicos e politicos , Sao Paulo: Summus, 2015, 268 pp, ISBN: 978-85-323-1023-1.
Os autores agradecem ao corpo tecnico do IBGE, em especial a Gelio Bazoni, pelas informacoes sobr... more Os autores agradecem ao corpo tecnico do IBGE, em especial a Gelio Bazoni, pelas informacoes sobre as fontes de dados. Os comentarios de Armando Castelar Pinheiro tiveram influencia decisiva neste trabalho. Paulo Andre de Oliveira prestou eficiente assistencia de pesquisa.
O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineas... more O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineasta cambojano Rithy Panh, em especial a partir de um dos seus filmes, A imagem que falta (2013). Procuramos analisar as opções éticas e estéticas do realizador, ao buscar representar a experiência de sobreviver aos campos de trabalho forçado no regime do Khmer Vermelho, como modo de conviver com a dor e o sofrimento. O realizador Rithy Panh parte do cinema em primeira pessoa, ou seja, de suas memórias singulares, para buscar não simplesmente um método de cura, mas uma forma de prolongamento de sua experiência pessoal, visando a uma memória coletiva, em busca das ruínas ou dos vestígios no presente da identidade do povo cambojano. Seu sofrimento individual se transforma, então, em uma poética de uma dor coletiva. A partir dos conceitos de “imagem crítica” e “imagem aurática”, conforme desenvolvidos por Didi-Huberman, em seu livro O que vemos, o que nos olha (2010), o artigo pretende examin...
Periodicidade irregularO periódico não reflete, necessariamente, as opiniões do BNDES. Informativ... more Periodicidade irregularO periódico não reflete, necessariamente, as opiniões do BNDES. Informativo apenas para subsidiar análises da SFData de início e fim da coleção na biblioteca: dez. 1999 - ago. 2001Nas discussões sobre a tributação indireta no Brasil e sua eventual reforma é notória a crítica aos efeitos cumulativos provocados por alguns tributos incidentes sobre a venda bruta das empresas. A literatura recente, porém, não apresenta trabalhos mensurando detalhadamente tais distorções. Visando contribuir para tal debate, este Informe propõe uma metodologia para quantificar o impacto da incidência de tributos cumulativos sobre a competitividade da produção nacional. A análise é focada em apenas três contribuições federais de incidência em cascata - a Cofins, o PIS/Pasep e a CPMF — e toma por base a matriz de insumo-produto do ano de 1996, a última divulgada pelo IBGE. Portanto, alerta-se que este trabalho não analisa e nem propõe políticas tributárias, apenas procura ajudar a com...
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual
O presente artigo busca apresentar um olhar panorâmico sobre a contribuição dos estudos contempor... more O presente artigo busca apresentar um olhar panorâmico sobre a contribuição dos estudos contemporâneos dos festivais de cinema, utilizando abordagens interdisciplinares para considerá-los como um campo difuso, composto por agentes e dinâmicas heterogêneos. Em seguida, buscaremos mostrar como essas transformações abrem espaço para o curador como agente estratégico, que atua e interfere na conformação desse circuito. Por fim, vamos examinar essas questões por um panorama pelo circuito dos festivais de cinema no País, em especial sua consolidação a partir dos anos 1990, em termos de sua multiplicidade e heterogeneidade.
The purpose of this paper is to examine the relationships between memory, narrative and aesthetic... more The purpose of this paper is to examine the relationships between memory, narrative and aesthetics film by Jonas Mekas, especially in Walden: diaries, notes and sketches (1969). The uniqueness of the Mekas daily movies, moves away from the staged model of classical narrative, investing in an organic relationship between the act of living and filming as an unfinished process typically reveals his “erasures,” as ambiguous songs of celebration to the act to live.O objetivo deste texto é examinar as relações entre memória, narrativa e estética no cinema de Jonas Mekas, especialmente em Walden: diaries, Notes and sketches (1969). A singularidade dos filmes-diários de Mekas se afasta do modelo de encenação da narrativa clássica, investindo numa relação orgânica entre o ato de viver e de filmar, como um processo tipicamente inacabado que revela suas “rasuras”, como cânticos ambíguos de celebração ao ato de viver
Bacurau is the name of a city in Brazilian hinterland whose inhabitants fight to survive a foreig... more Bacurau is the name of a city in Brazilian hinterland whose inhabitants fight to survive a foreign invasion. The struggle of native populations for the right to remain on their land is a common motif not only in the history of cinema, as in classic Westerns, but also in Brazilian culture and history, In this article, Ikeda proposes that Bacurau’s originality lies in how it seeks to establish a balance between genre film and political cinema, eschewing the commodified exotic spectacle of Sérgio Rezende’s The Battle of Canudos (1997) and Glauber Rocha’s radical political allegory in Black God, White Devil (1964), in order to offer a more complex commentary on the current Brazilian historical moment.
RESUMO: O modelo de fomento indireto, em que se basearam as políticas públicas para o audiovisual... more RESUMO: O modelo de fomento indireto, em que se basearam as políticas públicas para o audiovisual a partir dos anos noventa, revelou-se de fato uma política de oferta de longas-metragens cinematográficos, oferecendo poucas possibilidades para o estímulo à presença da produção independente nas grades de programação das televisões abertas ou fechadas. Este artigo analisa as políticas públicas desenvolvidas para o audiovisual brasileiro a partir dessa perspectiva, apontando algumas modificações no Governo Lula, apesar de tímidas, que culminaram na aprovação da Lei 12.485/11, que prevê a obrigatoriedade de veiculação de produção independente brasileira no horário nobre nos canais de TV por assinatura. PALAVRAS-CHAVE: Políticas audiovisuais; produção independente; ANCINE; Lei 12.485/11. RESUMEN: El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las políticas públicas para el audiovisual brasileño de la década de los noventa, resultó ser en realidad una política de oferta de largometra...
O artigo busca descrever e analisar as caracteristicas dos mecanismos automaticos de fomento a pr... more O artigo busca descrever e analisar as caracteristicas dos mecanismos automaticos de fomento a producao cinematografica, implementados pela ANCINE, a partir de 2005: o Premio Adicional de Renda (PAR) e o Programa de Incentivo a Qualidade do Cinema Brasileiro (PIQCB), que reeditam antigos mecanismos existentes na relacao entre Estado e Cinema, desde os anos de 1950. Atraves de uma analise da metodologia de calculo dos dois mecanismos, busca-se apontar para alguns paradoxos do modelo de politica publica implementado no periodo em foco.
espanolEl objetivo de este trabajo es analizar el perfil de las politicas publicas para la indust... more espanolEl objetivo de este trabajo es analizar el perfil de las politicas publicas para la industria del cine implementado en Brasil desde los anos no- venta, sobre la base de mecanismos indirectos de desarrollo a traves de recortes de impuestos, expresado en el binomio Rouanet / Art. 1 de la Ley Audiovisual. Luego trata de determinar sus limitaciones para alcanzar los industriales supuestos de su aplicacion , investigando las medidas utilizadas en defensa de la profundizacion de estas politicas , como la creacion de la Agencia Nacional de Cine ( ANCINE ) EnglishThe aim of this paper is to analyze the profile of public policies for the film industry implemented in Brazil since the nineties , based on indi- rect mechanisms of development through tax breaks , expressed in Law Rouanet / Art . 1 of the Audiovisual Law . Then seeks to ascertain its limitations to achieve the industrialists assumptions of its imple- mentation , investigating the measures used in defense of deepening these...
Bibliografia: p. 104-105Bibliografia: p. 104-105Embora a participação das mulheres no mercado de ... more Bibliografia: p. 104-105Bibliografia: p. 104-105Embora a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha se elevado progressivamente desde a década de 70, sua inserção tem sido desigual. A precariedade característica do mercado informal de trabalho, onde o emprego feminino se concentra, especialmente nos serviços domésticos, tem sido utilizada como uma suposta justificativa para as diferentes remunerações de homens e mulheres. Numa direção oposta, este artigo mostra que existe uma “segregação por gênero” mesmo no mercado formal de trabalho e apresenta um perfil comparativo entre o emprego de homens e mulheres no ano de 1997, limitando-se aos trabalhadores formais e analisando itens como setor, nível de instrução, remuneração e tamanho do estabelecimento em que trabalham.Embora a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha se elevado progressivamente desde a década de 70, sua inserção tem sido desigual. A precariedade característica do mercado informal de trabalho, onde o emprego feminino se concentra, especialmente nos serviços domésticos, tem sido utilizada como uma suposta justificativa para as diferentes remunerações de homens e mulheres. Numa direção oposta, este artigo mostra que existe uma “segregação por gênero” mesmo no mercado formal de trabalho e apresenta um perfil comparativo entre o emprego de homens e mulheres no ano de 1997, limitando-se aos trabalhadores formais e analisando itens como setor, nível de instrução, remuneração e tamanho do estabelecimento em que trabalham.Although the participation of women in the labor market has risen gradually since the 1970s, this level of participation has remained unequal. The precarious nature of the informal labor market – where women workers are concentrated, especially in domestic services – has been cited as a justification for the different levels of remuneration between men and women. From a contrasting point of view, this paper shows that “segregation by sex” does exist, even in the formal labor market. The paper presents a comparative profile between jobs held by men and women in 1997, limited to jobs held in the formal market and analyzing factors such as sector, level of education, remuneration and size of the establishment.Although the participation of women in the labor market has risen gradually since the 1970s, this level of participation has remained unequal. The precarious nature of the informal labor market – where women workers are concentrated, especially in domestic services – has been cited as a justification for the different levels of remuneration between men and women. From a contrasting point of view, this paper shows that “segregation by sex” does exist, even in the formal labor market. The paper presents a comparative profile between jobs held by men and women in 1997, limited to jobs held in the formal market and analyzing factors such as sector, level of education, remuneration and size of the establishment
Em profundo dialogo com inquietacoes que norteiam boa parte do cinema contemporâneo mundial, a ob... more Em profundo dialogo com inquietacoes que norteiam boa parte do cinema contemporâneo mundial, a obra de Lisandro Alonso se destaca por questionar, com estilo proprio e inconfundivel, varios dos parâmetros narrativos e das possibilidades abertas pela linguagem cinematografica. Este artigo analisa os tres primeiros longas do diretor, reconhecidos como uma especie de trilogia, verificando as conexoes e desdobramentos que interligam seus filmes. La Libertad , Los Muertos e Fantasma , sao abordados especialmente no que deslocam da sociedade que filmam e da linguagem que usam: sentimentos de crise, esgotamento do sujeito, mal-estar dos tempos modernos, sao tonicas de um tratamento que prioriza as novas formas do espaco e da narrativa contemporâneos. Uma reflexao sobre o silencio e a discreta forma como Alonso o percebe.
Este artigo apresenta um amplo panorama das políticas para o setor audiovisual implementadas pela... more Este artigo apresenta um amplo panorama das políticas para o setor audiovisual implementadas pela Agência Nacional do Cinema em 20 anos de atividade (2001-2021). Em primeiro lugar, serão analisadas sua criação como uma agência reguladora e as limitações para sua atuação, impostas na lei que a formou. Em seguida, será avaliada a ampliação do escopo da agência sob a gestão de Manoel Rangel, com a aprovação das Leis nº 11.437/06, 12.485/11 e 12.599/12, e serão discutidos os impasses das gestões Leitão-Castro e Braga. Por fim, serão comentados os principais desafios à gestão pública do audiovisual para os próximos anos.
El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las politicas publicas para el audiovisual b... more El modelo indirecto de desarrollo, en que se basaban las politicas publicas para el audiovisual brasileno de la decada de los noventa, resulto ser en realidad una politica de oferta de largometrajes, con pocas oportunidades para la produccion independiente en las redes de programacion de television abierta o cerrada. Este articulo analiza las politicas publicas desarrolladas en el sector audiovisual brasileno, senalando algunas modificaciones en el gobierno Lula, aunque timidas, que culminaron con la aprobacion de la Ley 12.485/11, que preve la exhibicion obligatoria de la produccion nacional independiente en el prime time de los canales de television cerrada
Sobre Ikeda, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada – aspectos economicos e politicos , ... more Sobre Ikeda, Marcelo. Cinema brasileiro a partir da retomada – aspectos economicos e politicos , Sao Paulo: Summus, 2015, 268 pp, ISBN: 978-85-323-1023-1.
Os autores agradecem ao corpo tecnico do IBGE, em especial a Gelio Bazoni, pelas informacoes sobr... more Os autores agradecem ao corpo tecnico do IBGE, em especial a Gelio Bazoni, pelas informacoes sobre as fontes de dados. Os comentarios de Armando Castelar Pinheiro tiveram influencia decisiva neste trabalho. Paulo Andre de Oliveira prestou eficiente assistencia de pesquisa.
O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineas... more O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineasta cambojano Rithy Panh, em especial a partir de um dos seus filmes, A imagem que falta (2013). Procuramos analisar as opções éticas e estéticas do realizador, ao buscar representar a experiência de sobreviver aos campos de trabalho forçado no regime do Khmer Vermelho, como modo de conviver com a dor e o sofrimento. O realizador Rithy Panh parte do cinema em primeira pessoa, ou seja, de suas memórias singulares, para buscar não simplesmente um método de cura, mas uma forma de prolongamento de sua experiência pessoal, visando a uma memória coletiva, em busca das ruínas ou dos vestígios no presente da identidade do povo cambojano. Seu sofrimento individual se transforma, então, em uma poética de uma dor coletiva. A partir dos conceitos de “imagem crítica” e “imagem aurática”, conforme desenvolvidos por Didi-Huberman, em seu livro O que vemos, o que nos olha (2010), o artigo pretende examin...
O “cinema da retomada” tornou-se uma expressão usualmente conhecida para expressar a trajetória d... more O “cinema da retomada” tornou-se uma expressão usualmente conhecida para expressar a trajetória de recuperação do cinema brasileiro na segunda metade da década de 1990. A “retomada” significaria apenas a continuidade de nosso cinema e a recuperação do ritmo de produção, ou seja, seria um “termo neutro”, sem se opor aos movimentos anteriores e sem um ideário estético estrito. Filmes como Carlota Joaquina (1995) e Central do Brasil (1998) recuperaram a imagem social do cinema brasileiro, restabelecendo uma reconexão com a crítica e com o público. O “cinema da retomada” foi concebido como uma expressão totêmica, englobando todos os “cinemas brasileiros”, em suas mais diferentes expressões, que não entravam em conflito mas se complementavam para formar um panorama amplo das múltiplas facetas de nossa cultura e de nossa identidade como país.
No entanto, os paradoxos desse discurso desvelam a existência de um projeto prescritivo para o cinema brasileiro. Os princípios da totalidade e da diversidade são correlatos ao de democracia, muito aderentes ao momento específico de transformações do contexto sociopolítico brasileiro, especialmente no governo Fernando Henrique Cardoso, em que a abertura política correspondia à abertura econômica e também cultural, integrando o País nos movimentos de globalização intensificados nos anos 1990. Este estudo busca desvelar certas características do projeto programático prescritivo que se esconde por trás da aparente neutralidade da expressão “cinema da retomada” e seu discurso de diversidade totalizante. A política pública, o jornalismo cultural e certos setores industrialistas do cinema brasileiro atuaram implicitamente para privilegiar um perfil específico de realizações, buscando um equilíbrio conciliatório entre um cinema de comunicabilidade, que apresentasse um certo padrão técnico e narrativo, e um cinema de prestígio artístico, que resgatasse a relevância da atividade cultural como proposta de reflexão sobre a suposta identidade cultural de um país em desenvolvimento e em integração com a economia global, apesar de suas contradições internas.
Se o “cinema da retomada” teve eficácia para reverter o panorama de crise aguda do início dos anos 1990, revertendo a imagem social bastante desgastada do cinema brasileiro do final da década anterior e a grave crise institucional provocada pelo fechamento da Embrafilme, por outro lado, acabou provocando um conjunto de apagamentos, empurrando para as margens obras, autores e tendências que não possuíam aderência aos princípios implícitos necessários para os esforços de reconstrução dessa certa imagem do cinema brasileiro.
O cinema e o audiovisual brasileiros se desenvolveram muito nos últimos anos, e um dos principais... more O cinema e o audiovisual brasileiros se desenvolveram muito nos últimos anos, e um dos principais fatores que impulsionou essa trajetória reside na atuação da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Em setembro de 2021, a Ancine completará 20 anos como o principal órgão responsável pelas políticas públicas para o audiovisual brasileiro. Nesta publicação, Marcelo Ikeda, com sua experiência como pesquisador e ex-servidor da agência, passa em revista toda a trajetória da Ancine, desde os antecedentes de sua criação até os impasses do governo Bolsonaro. Além de apresentar as características da agência em termos das políticas desenvolvidas e de seus impactos no mercado audiovisual brasileiro, o livro analisa os embates e os conflitos de poder que marcaram sua gestão. Em jogo, está a autonomia da Ancine como agência reguladora em implementar suas políticas, resistindo às tendências de captura seja pelo mercado seja pelo governo. Entre outros pontos, o livro analisa a edição da Medida Provisória 2228-1/01 e o papel da Ancine como parte do chamado “tripé institucional”; o fracasso do projeto Ancinav no primeiro governo Lula; o auge da Ancine com as três gestões de Manoel Rangel e a edição de três leis que ampliaram o escopo de atuação da agência – a Lei 11.437/06 (com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual), a Lei 12.485/12 (com as cotas de conteúdo nacional na TV por assinatura) e a Lei 12.599/12 (voltada à expansão e modernização do parque exibidor); a gestão de Christian de Castro e os novos editais semiautomáticos; os impasses com o Tribunal de Contas da União e a inércia do FSA na gestão de Alex Braga com o governo Bolsonaro.
O livro apresenta um olhar sobre as tendências estilísticas do cinema independente brasileiro, po... more O livro apresenta um olhar sobre as tendências estilísticas do cinema independente brasileiro, por meio da análise de cinquenta filmes, realizados entre 2000 e 2019. No entanto, não se trata de uma lista de “melhores” ou “mais representativos” filmes do período. A proposta é oferecer uma oportunidade ao leitor para travar contato com filmes menos conhecidos do grande público mas que expressam a inventividade do cinema brasileiro dos últimos anos. O desejo deste livro é, portanto, não propriamente promover um olhar panorâmico sobre o que foi o cinema brasileiro dos últimos anos, mas oferecer um recorte específico – a partir de instrumentos analíticos que conjugam um olhar pessoal (inevitável) com uma análise crítica conjuntural – que jogue luz para um conjunto de filmes e realizadores notáveis que mereceriam ser mais discutidos ou conhecidos, para além de seu restrito circuito de legitimação. Entre as obras selecionadas, estão filmes que foram exibidos apenas em festivais de cinema, permanecendo inéditos no circuito comercial, como Pulsações, de Manoela Ziggiatti, e Pinta, de Jorge Alencar. Para mostrar a diversidade de nossa produção, a seleção inclui dez curtas-metragens, além de várias obras realizadas na Região Nordeste - parte de um movimento de democratização da produção audiovisual brasileira. Entre os diretores escolhidos, estão nomes como Adirley Queirós, Affonso Uchoa, André Novais Oliveira, Gabriel Mascaro, Marília Rocha, Juliana Rojas e Petrus Cariry, além de coletivos cinematográficos como Alumbramento (CE), Teia (MG) e CUAL (BA). O recorte estabelecido confere maior destaque a uma nova geração do cinema contemporâneo brasileiro – denominada de cinema pós-industrial (Cesar Migliorin), de novíssimo cinema brasileiro (Eduardo Valente e Lis Kogan), ou ainda, de cinema de garagem (Dellani Lima e Marcelo Ikeda). Entre as questões abordadas pelo livro, destacam-se: a relação orgânica entre documentário e ficção; a recusa à apresentação de grandes questões sociais e políticas por um viés estritamente sociológico, optando por um cinema social afirmativo em torno das micropolíticas; a ênfase nas “dramaturgias do comum”, a partir de pequenos momentos do cotidiano ou das relações familiares; a presença de filmes de coletivos cinematográficos, em torno dos temas da amizade e do afeto; um cinema de observação, que promove uma revalorização dos pequenos gestos, dos silêncios e dos tempos de espera; a presença de filmes-ensaio, filmes-de-arquivo ou de filmes em primeira pessoa; o ingresso de outros agentes na realização de filmes, como filmes universitários, filmes de realizadores das periferias e do interior do país; o diálogo ambíguo com o cinema de gênero, em especial utilizando elementos do terror ou do cinema fantástico.
Este livro analisa a experiência de um dos mais exitosos coletivos que renovou o cinema brasilei... more Este livro analisa a experiência de um dos mais exitosos coletivos que renovou o cinema brasileiro a partir deste século. O ALUMBRAMENTO, formado inicialmente por dez membros em Fortaleza (CE) no ano de 2006, imprimiu uma marca distintiva no contexto do cinema brasileiro contemporâneo, com um expressivo conjunto de obras realizadas de forma colaborativa, refletindo uma poética da afetividade, numa relação orgânica entre cinema e vida. Realizados inicialmente de forma despretensiosa, esses filmes foram, pouco a pouco, despertando a atenção de críticos e curadores, passando a ser selecionados para os principais festivais de cinema do país e do mundo, como os festivais de cinema de Veneza, Locarno e Rotterdam. Escrita pelo crítico e professor Marcelo Ikeda, que acompanhou a trajetória do Alumbramento desde sua origem, autor de diversos textos, curadorias e até filmes sobre o Coletivo, esta obra fornece um amplo panorama da contribuição artística do Alumbramento: os antecedentes que estimularam sua formação, a diversidade estilística de seus filmes, o percurso de legitimação artística nas mostras e festivais de cinema, as fissuras e as disputas internas que levaram o Coletivo a uma nova formação, seus desafios, sonhos, angústias, fronteiras e limites. Combinando um olhar histórico-sociológico acerca das características e do modo de funcionamento do Coletivo com a análise estética das obras realizadas por seus membros, a publicação é destinada a todos aqueles que se interessam em conhecer e se aprofundar sobre o cinema brasileiro contemporâneo.
“Filme Livre!: curando, mostrando e pensando filmes livres” é um livro comemorativo dos dez anos ... more “Filme Livre!: curando, mostrando e pensando filmes livres” é um livro comemorativo dos dez anos da Mostra do Filme Livre, lançado em março de 2011 no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), durante a Mostra do Filme Livre. O livro é uma coletânea de textos publicados nos catálogos anteriores da Mostra, contendo reflexões e debates sobre os rumos do cinema independente ao longo desta década, além de textos sobre os filmes destacados na Mostra e sobre os “autores livres”, que tiveram retrospectivas de suas obras no evento (como Andrea Tonacci, Elyzeu Visconti, José Sette e Luiz Rosemberg Filho, entre outros). Através dessa coletânea, é possível ver, ao longo dos dez anos de Mostra, um caminho de um cinema independente brasileiro na primeira década do novo século. Organização: Marcelo Ikeda.
Livro-catálogo da Mostra Cinema de Garagem, realizada na Caixa Cultural Rio de Janeiro em 2012, o... more Livro-catálogo da Mostra Cinema de Garagem, realizada na Caixa Cultural Rio de Janeiro em 2012, ocupando as duas salas do espaço em duas semanas de programação.
Artigos Cinema contemporâneo e artes plásticas: um horizonte de quimeras Ana Moravi 21
Economia de gestos: uma política da intimidade Arthur Tuoto 37
Minha memória, senhor, é como um depósito de lixo Bruno Andrade 53
Mosaico em construção: breve panorama da nova produção audiovisual cearense Camila Vieira 59
Filmes de uma nota só: considerações sobre Vida e A Casa de Sandro Carla Maia 77
Gregarismo e teatralidade Carlos Alberto Mattos 95
Cinema inclassificável, urgente e afetivo Dellani Lima 109
Lições do fracasso Denilson Lopes 121
O cinema pernambucano entre gerações Fernando Mendonça e Rodrigo Almeida 129
O nevoeiro, provisoriamente Marcelo Ikeda 154
O trânsito intenso nas “garagens” de Minas Gerais Marcelo Miranda 165
Livro-catálogo publicado na Mostra Cinema de Garagem 2014 no Centro Cultural da Justiça Federal (... more Livro-catálogo publicado na Mostra Cinema de Garagem 2014 no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF/RJ).
Artigos:
O cinema de garagem: desafios e apontamentos para uma curadoria em construção Marcelo Ikeda 7
O realizador xamã, manipulador de sonhos Dellani Lima 29
Pingo d’água Jean-Claude Bernardet 35
Fazer um filme no Brasil Luís Alberto Rocha Melo 39
De volta à orgia Denilson Lopes 49
Figuras do comum no cinema de garagem Érico Araújo Lima 59
Em matéria de cinema, Lincoln Péricles Dalila Martins 71
Das vagas de experimentação desde o tropicalismo: cinema e crítica Rubens Machado Jr. 79
“Cinema de Garagem: um inventário afetivo sobre o jovem cinema brasileiro do século XXI” é um liv... more “Cinema de Garagem: um inventário afetivo sobre o jovem cinema brasileiro do século XXI” é um livro escrito em parceria com o realizador e curador mineiro Dellani Lima, que apresenta um primeiro mapeamento das características do chamado “novíssimo cinema brasileiro”. Foi lançado em janeiro de 2011 na Mostra de Tiradentes. . “É possível afirmar que 2010 foi um ano paradigmático na renovação de um cinema brasileiro. Podemos escolher dois acontecimentos-chave que simbolizaram esse momento: o primeiro, logo no início do ano, e o segundo, já em seu final: a premiação de Estrada Para Ythaca e de O Céu Sobre os Ombros nos Festivais de Tiradentes e de Brasília, respectivamente. Essas premiações – mais do que meramente legitimar o valor ou a importância dos filmes – funcionaram para dar visibilidade a uma produção que agora recebe destaque mas que na verdade possui uma trajetória muito anterior aos prêmios, que ainda permanece subterrânea, desconhecida. Se os festivais e a crítica brasileiros começam a reconhecer o amadurecimento dessa cena, é importante destacar que esse movimento de renovação do cinema brasileiro não está começando agora, mas que na verdade esses são os frutos de um processo que dura pelo menos dez anos. Esta publicação, carinhosamente intitulada de CINEMA DE GARAGEM, pretende apresentar um primeiro inventário do perfil dessa nova cena. Evidentemente, não temos a pretensão de “dar conta” da miríade de realizadores, tendências, características e filmes que surgiram nesse período, mas apenas apresentar exemplos da vitalidade dessa produção.”
"CINECASULOFILIA" é uma coletânea de textos do blog homônimo, escrito por Marcelo Ikeda, reunidos... more "CINECASULOFILIA" é uma coletânea de textos do blog homônimo, escrito por Marcelo Ikeda, reunidos em comemoração aos dez anos de sua criação. No blog, Ikeda desenvolve uma concepção muito particular da crítica de cinema, como uma relação afetiva que entrecruza cinema e vida. O livro abrange aspectos do cinema contemporâneo e do cinema contemporâneo brasileiro, com textos sobre realizadores e filmes de períodos diversos, combinando crítica cinematográfica, análise fílmica e história do cinema.
MARCELO IKEDA é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC). Escreveu, com Dellani Lima, o livro Cinema de garagem (2011). Curador da Mostra do Filme Livre desde 2002. Realizou diversos filmes em curta-metragem e o longa Entre mim e eles (2013).
Editora: Editora Substânsia (Fortaleza) Edição: Talles Azigon, Madjer de Souza Pontes e Nathan Matos Capa: Lily Oliveira ISBN 9788591693337 Número de páginas: 348
Este livro traça um panorama das políticas públicas para o setor audiovisual, com ênfase nas polí... more Este livro traça um panorama das políticas públicas para o setor audiovisual, com ênfase nas políticas cinematográficas, dos anos 1990 até 2014. Nesse período, o cinema nacional passou por grandes mudanças, oscilando entre a crise profunda e momentos de incontida euforia. Analisando os períodos de reconstrução, consolidação e reavaliação do modelo estatal, o autor oferece um panorama rico e atual sobre o tema. Mais em https://www.gruposummus.com.br/summus/livro//Cinema+brasileiro+a+partir+da+retomada+
O caminho mais comum para a realização de filmes de longa-metragem e outras obras audiovisuais no... more O caminho mais comum para a realização de filmes de longa-metragem e outras obras audiovisuais no Brasil é a captação de recursos pelas leis de incentivo fiscais. No entanto, o caminho é confuso, pois existe um conjunto de mecanismos de incentivo e a leitura da legislação e dos regulamentos disponíveis é árida. Este livro, portanto, funciona como um manual que desvela para o leitor as características e o funcionamento de cada mecanismo de incentivo – Lei Rouanet (Art. 18 e Art. 25), Lei do Audiovisual (Art. 1º, Art. 1º-A, Art. 3º, Art. 3º-A), Art. 39 da MP 2.228-1/01 e Funcines –, além de apresentar o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e os mecanismos automáticos, como o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Adicional de Qualidade (PIQCB). Numa linguagem acessível, de forma didática, com exemplos práticos, o autor descreve os mecanismos, seus percentuais de dedução fiscal para o investidor e apresenta os tipos de projetos que podem ser enquadrados em cada mecanismo.
A Medida Provisória nº 2.228-1/01 estabelece uma nova forma programática de apoio do Estado brasi... more A Medida Provisória nº 2.228-1/01 estabelece uma nova forma programática de apoio do Estado brasileiro ao audiovisual. Além de outras medidas, cria um novo órgão central - a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) - como um órgão de regulação, fomento e fiscalização do mercado audiovisual brasileiro. Nesta publicação inédita, Marcelo Ikeda comenta detalhadamente esse importante marco legal, descrevendo, artigo a artigo, suas principais aplicações, desvendando para o leitor as implicações de cada um dos preceitos estabelecidos pela lei.
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No entanto, os paradoxos desse discurso desvelam a existência de um projeto prescritivo para o cinema brasileiro. Os princípios da totalidade e da diversidade são correlatos ao de democracia, muito aderentes ao momento específico de transformações do contexto sociopolítico brasileiro, especialmente no governo Fernando Henrique Cardoso, em que a abertura política correspondia à abertura econômica e também cultural, integrando o País nos movimentos de globalização intensificados nos anos 1990. Este estudo busca desvelar certas características do projeto programático prescritivo que se esconde por trás da aparente neutralidade da expressão “cinema da retomada” e seu discurso de diversidade totalizante. A política pública, o jornalismo cultural e certos setores industrialistas do cinema brasileiro atuaram implicitamente para privilegiar um perfil específico de realizações, buscando um equilíbrio conciliatório entre um cinema de comunicabilidade, que apresentasse um certo padrão técnico e narrativo, e um cinema de prestígio artístico, que resgatasse a relevância da atividade cultural como proposta de reflexão sobre a suposta identidade cultural de um país em desenvolvimento e em integração com a economia global, apesar de suas contradições internas.
Se o “cinema da retomada” teve eficácia para reverter o panorama de crise aguda do início dos anos 1990, revertendo a imagem social bastante desgastada do cinema brasileiro do final da década anterior e a grave crise institucional provocada pelo fechamento da Embrafilme, por outro lado, acabou provocando um conjunto de apagamentos, empurrando para as margens obras, autores e tendências que não possuíam aderência aos princípios implícitos necessários para os esforços de reconstrução dessa certa imagem do cinema brasileiro.
Entre as obras selecionadas, estão filmes que foram exibidos apenas em festivais de cinema, permanecendo inéditos no circuito comercial, como Pulsações, de Manoela Ziggiatti, e Pinta, de Jorge Alencar. Para mostrar a diversidade de nossa produção, a seleção inclui dez curtas-metragens, além de várias obras realizadas na Região Nordeste - parte de um movimento de democratização da produção audiovisual brasileira. Entre os diretores escolhidos, estão nomes como Adirley Queirós, Affonso Uchoa, André Novais Oliveira, Gabriel Mascaro, Marília Rocha, Juliana Rojas e Petrus Cariry, além de coletivos cinematográficos como Alumbramento (CE), Teia (MG) e CUAL (BA).
O recorte estabelecido confere maior destaque a uma nova geração do cinema contemporâneo brasileiro – denominada de cinema pós-industrial (Cesar Migliorin), de novíssimo cinema brasileiro (Eduardo Valente e Lis Kogan), ou ainda, de cinema de garagem (Dellani Lima e Marcelo Ikeda). Entre as questões abordadas pelo livro, destacam-se: a relação orgânica entre documentário e ficção; a recusa à apresentação de grandes questões sociais e políticas por um viés estritamente sociológico, optando por um cinema social afirmativo em torno das micropolíticas; a ênfase nas “dramaturgias do comum”, a partir de pequenos momentos do cotidiano ou das relações familiares; a presença de filmes de coletivos cinematográficos, em torno dos temas da amizade e do afeto; um cinema de observação, que promove uma revalorização dos pequenos gestos, dos silêncios e dos tempos de espera; a presença de filmes-ensaio, filmes-de-arquivo ou de filmes em primeira pessoa; o ingresso de outros agentes na realização de filmes, como filmes universitários, filmes de realizadores das periferias e do interior do país; o diálogo ambíguo com o cinema de gênero, em especial utilizando elementos do terror ou do cinema fantástico.
Escrita pelo crítico e professor Marcelo Ikeda, que acompanhou a trajetória do Alumbramento desde sua origem, autor de diversos textos, curadorias e até filmes sobre o Coletivo, esta obra fornece um amplo panorama da contribuição artística do Alumbramento: os antecedentes que estimularam sua formação, a diversidade estilística de seus filmes, o percurso de legitimação artística nas mostras e festivais de cinema, as fissuras e as disputas internas que levaram o Coletivo a uma nova formação, seus desafios, sonhos, angústias, fronteiras e limites. Combinando um olhar histórico-sociológico acerca das características e do modo de funcionamento do Coletivo com a análise estética das obras realizadas por seus membros, a publicação é destinada a todos aqueles que se interessam em conhecer e se aprofundar sobre o cinema brasileiro contemporâneo.
Artigos
Cinema contemporâneo e artes plásticas: um horizonte de quimeras
Ana Moravi 21
Economia de gestos: uma política da intimidade
Arthur Tuoto 37
Minha memória, senhor, é como um depósito de lixo
Bruno Andrade 53
Mosaico em construção: breve panorama da nova produção audiovisual cearense
Camila Vieira 59
Filmes de uma nota só: considerações sobre Vida e A Casa de Sandro
Carla Maia 77
Gregarismo e teatralidade
Carlos Alberto Mattos 95
Cinema inclassificável, urgente e afetivo
Dellani Lima 109
Lições do fracasso
Denilson Lopes 121
O cinema pernambucano entre gerações
Fernando Mendonça e Rodrigo Almeida 129
O nevoeiro, provisoriamente
Marcelo Ikeda 154
O trânsito intenso nas “garagens” de Minas Gerais
Marcelo Miranda 165
Manifesto canibal
Petter Baiestorf 179
Artigos:
O cinema de garagem: desafios e apontamentos para
uma curadoria em construção
Marcelo Ikeda 7
O realizador xamã, manipulador de sonhos
Dellani Lima 29
Pingo d’água
Jean-Claude Bernardet 35
Fazer um filme no Brasil
Luís Alberto Rocha Melo 39
De volta à orgia
Denilson Lopes 49
Figuras do comum no cinema de garagem
Érico Araújo Lima 59
Em matéria de cinema, Lincoln Péricles
Dalila Martins 71
Das vagas de experimentação desde o tropicalismo: cinema e crítica
Rubens Machado Jr. 79
.
“É possível afirmar que 2010 foi um ano paradigmático na renovação de um cinema brasileiro. Podemos escolher dois acontecimentos-chave que simbolizaram esse momento: o primeiro, logo no início do ano, e o segundo, já em seu final: a premiação de Estrada Para Ythaca e de O Céu Sobre os Ombros nos Festivais de Tiradentes e de Brasília, respectivamente. Essas premiações – mais do que meramente legitimar o valor ou a importância dos filmes – funcionaram para dar visibilidade a uma produção que agora recebe destaque mas que na verdade possui uma trajetória muito anterior aos prêmios, que ainda permanece subterrânea, desconhecida. Se os festivais e a crítica brasileiros começam a reconhecer o amadurecimento dessa cena, é importante destacar que esse movimento de renovação do cinema brasileiro não está começando agora, mas que na verdade esses são os frutos de um processo que dura pelo menos dez anos. Esta publicação, carinhosamente intitulada de CINEMA DE GARAGEM, pretende apresentar um primeiro inventário do perfil dessa nova cena. Evidentemente, não temos a pretensão de “dar conta” da miríade de realizadores, tendências, características e filmes que surgiram nesse período, mas apenas apresentar exemplos da vitalidade dessa produção.”
MARCELO IKEDA é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC). Escreveu, com Dellani Lima, o livro Cinema de garagem (2011). Curador da Mostra do Filme Livre desde 2002. Realizou diversos filmes em curta-metragem e o longa Entre mim e eles (2013).
Editora: Editora Substânsia (Fortaleza)
Edição: Talles Azigon, Madjer de Souza Pontes e Nathan Matos
Capa: Lily Oliveira
ISBN 9788591693337
Número de páginas: 348
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