Gênero, Lesbianidades e estudo Queer by Joana Ziller
Afetos e Experiências Da, Na e Para a Universidade, 2023
A partir de uma narrativa afetiva, as autoras tratam de seu encontro com o Grupo de Pesquisa em L... more A partir de uma narrativa afetiva, as autoras tratam de seu encontro com o Grupo de Pesquisa em Lesbianidades, sediado na UFMG.
Revista Esferas, 2023
Neste artigo, defendemos que a mídia tem um papel pedagógico no dispositivo da sexualidade, tomad... more Neste artigo, defendemos que a mídia tem um papel pedagógico no dispositivo da sexualidade, tomado a partir de Foucault. Para tanto, partimos do conceito de dispositivo para evidenciar a forma como produções midiáticas diversas atuam contribuindo para a manutenção da cisheteronormatividade e da binariedade de gênero enquanto padrão social, da infância à idade adulta, não apenas proibindo e escondendo, mas também produzindo representações do que é desejável do ponto de vista normativo.
Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, 2022
Ao buscar entender como as lesbianidades se fazem visíveis nas plataformas de mídias sociais, com... more Ao buscar entender como as lesbianidades se fazem visíveis nas plataformas de mídias sociais, como YouTube, Instagram e TikTok, nos deparamos com a imagem predominante de corpos brancos, magros, jovens, sem deficiência, performando feminilidade. Isso porque, ao somarem preceitos de busca por anunciantes ao Efeito Mateus (baseado na ideia de que “a quem tem, mais será dado''), algoritmos acabam por atuar de maneira anti-interseccional ao conferir visibilidade a conteúdos. Neste texto, problematizamos tal questão a partir de pesquisas sobre a lesbianidade, apontando a possibilidade de ampliar o debate a outras categorias da diferença.
Revista Mídia e Cotidiano
Neste artigo buscamos destacar a importância de um olhar interseccional em análises que voltam a ... more Neste artigo buscamos destacar a importância de um olhar interseccional em análises que voltam a atenção para as experiências das lesbianidades. Entendendo que há muitas formas de ser lésbica, partimos do pressuposto de que as opressões vivenciadas com relação à dissidência de sexualidade se conjugam com outras opressões. Compreende-se que há um padrão desejável que é privilegiado e, portanto, ganha mais visibilidade em plataformas de mídias sociais como YouTube, Instagram e TikTok, criando um ideal de lesbianidade. Para cercar essas questões, resgatamos as análises realizadas ao longo dos últimos anos nessas plataformas, denunciando o caráter anti-interseccional dos algoritmos de mídias sociais.
Vi Simpósio Internacional LAVITS - Salvador, 2019
A pesquisa tem caráter exploratório e pretende mapear redes de mulheres lésbicas na plataforma do... more A pesquisa tem caráter exploratório e pretende mapear redes de mulheres lésbicas na plataforma do YouTube, atentando para seu caráter híbrido e intermidiático. Mesclamos métodos digitais e manuais em busca de um melhor resultado analítico do que nos propomos fazer. Desta forma, as coletas foram realizadas de forma digital, mas todo o processo de estudo e classificação dos dados foram feitos manualmente. A partir de duas coletas por vídeos com as palavras “lésbicas” e “sapatão”, geramos gráficos para análises e comparação entre elas em busca de entender como esses conceitos são construídos de forma coletiva, tendo em vista que o YouTube é uma rede social. Considerando, também, os jogos de visibilidades e invisibilidades constituintes de tais redes e olhando para as práticas sociotécnicas usadas em sua constituição e manutenção. Pensando o conceito de vigilância no sentido do controle que sofrem determinados corpos a partir de suas performances, a pesquisa evidencia como tal efeito ocorre nas fronteiras da feminilidade. Nesse sentido, aquele corpo que se distancia do lugar do feminino está mais suscetível a ser questionado, sendo este lésbico ou não. A vigilância age de forma a caracterizar os corpos, e desta forma, demarcar suas vivências e performances. Assim, existe um constructo produzido sobre uma forma do que é ser “lésbica” e do que é ser “sapatão”. A pesquisa investiga de que forma isso é apresentado no YouTube, tendo em vista que o cruzamento da sexualidade com as questões de raça e o fator socioeconômico agrava a fronteira entre esses dois termos.
Anais da XXX Compós, 2021
Partimos da análise de vídeos do YouTube relacionados às lesbianidades para apresentar uma discus... more Partimos da análise de vídeos do YouTube relacionados às lesbianidades para apresentar uma discussão sobre violências que se dirigem a mulheres lésbicas. Com base em uma noção ampliada de violência, que além da violência física abarca também as simbólicas, tais como a invisibilização e a fetichização, propomos uma reflexão acerca das normatividades nesses processos. Acionando estudos sobre normatividade, homonormatividade e produção das diferenças, apontamos para a homogeneização dos corpos visíveis nos 863 vídeos obtidos em duas coletas, utilizando as tags lésbicas e sapatão. As análises trazem à tona a presença predominante de mulheres brancas, jovens, magras e que performam feminilidade, em uma atuação conjunta do fenômeno algorítmico rich-get-richer e da norma de gênero. Por fim, discutimos como as masculinidades em mulheres, quase invisíveis em nossas coletas, explicitam o desvio da norma-o que faz delas, na coleta, passíveis de punição pela agressão física.
Sul-sul: revista de ciências humanas e sociais, 2021
Brancas, jovens, magras: assim é a maioria das mulheres lésbicas que se dão a ver no YouTube. Tal... more Brancas, jovens, magras: assim é a maioria das mulheres lésbicas que se dão a ver no YouTube. Tal percepção se baseia em uma amostra de 862 vídeos coletados a partir das tags “lésbicas” e “sapatão” para analisar que corpos são visíveis nesse escopo, principalmente no que se refere à raça/etnia, idade e padrão corporal. Para abordar essa questão, iniciamos o artigo recuperando as produções acadêmicas, principalmente brasileiras, que tematizam as lesbianidades, a fim de conceituar melhor o que entendemos pelo termo. Chegamos a uma concepção de lesbianidade como identidade e como prática, que nos permitiu avançar em uma abordagem mais ampla nas nossas considerações acerca das lésbicas que se dão a ver nas produções analisadas. Em nossa pesquisa, percebemos que, para além da predominância de corpos que performam um padrão normativo de ser mulher, há também expressões de resistências e diversidades importantes de destacar. Concluímos, assim, que há várias formas de ser lésbica, mas que elas estão submetidas a lógicas normativas que não só complexificam essas existências por meio do jogo entre docilidade e resistência, como também operam sobre as visibilidades.
Mídia & Cotidiano, 2022
Neste artigo buscamos destacar a importância de um olhar interseccional em análises que voltam a ... more Neste artigo buscamos destacar a importância de um olhar interseccional em análises que voltam a atenção para as experiências das lesbianidades. Entendendo que há muitas formas de ser lésbica, partimos do pressuposto de que as opressões vivenciadas com relação à dissidência de sexualidade se conjugam com outras opressões. Compreende-se que há um padrão desejável que é privilegiado e, portanto, ganha mais visibilidade em plataformas de mídias sociais como YouTube, Instagram e TikTok, criando um ideal de lesbianidade. Para cercar essas questões, resgatamos as análises realizadas ao longo dos últimos anos nessas plataformas, denunciando o caráter anti-interseccional dos algoritmos de mídias sociais.
Afetos, teses e argumentos, 2021
O que mostram as imagens que retratam as lesbianidades? A quem se voltam? Que visibilidade alcanç... more O que mostram as imagens que retratam as lesbianidades? A quem se voltam? Que visibilidade alcançamos e que redes se constituem ao nosso redor? Foram essas algumas das perguntas que impulsionaram a pesquisa que nos reúne1. As discussões, que primeiro se voltaram ao Instagram, encontraram terreno fértil no YouTube, plataforma em que mapeamos e analisamos vídeos com os termos “lésbicas” e “sapatão”.
Dessa análise, surgiu a pergunta que ainda nos move: até que ponto podemos classificar na categoria “fetiche” vídeos que ao mostrarem mulheres lésbicas, supostamente o fazem para um típico olhar mascu- lino? O artigo se constitui das narrativas particulares das seis autoras, que partindo de sua trajetória de vida e de pesquisa, às vezes defendem pontos de vista diferentes.
Revista Interações Sociais, 2021
O jogo entre resistência e docilidade às normas de gênero ganha contornos específicos quando vist... more O jogo entre resistência e docilidade às normas de gênero ganha contornos específicos quando visto a partir das plataformas de mídias sociais. Tais disputas são o cerne do artigo, que se volta às visibilidades e invisibilidades de lesbianidades no YouTube, Instagram e TikTok. Cada uma das pesquisas, brevemente apresentadas, se moldou metodologicamente às especificidades das plataformas. Além de registrar resultados de levantamentos desenhados a partir de abordagens quantitativas e qualitativas, o texto também se volta aos deslizamentos de sentido e negociações implementadas com as normas de gênero em busca de ampliar a circulação de conteúdos. Entende como comuns às plataformas a lógica rich get richer e a normatização dos corpos mesmo no que tange às sexualidades desviantes, com o predomínio de mulheres brancas, magras, jovens em corpos sem deficiência e que performam feminilidade.
Sul-Sul - Revista de Ciências Humanas e Sociais
Brancas, jovens, magras: assim é a maioria das mulheres lésbicas que se dão a ver no YouTube. Tal... more Brancas, jovens, magras: assim é a maioria das mulheres lésbicas que se dão a ver no YouTube. Tal percepção se baseia em uma amostra de 862 vídeos coletados a partir das tags “lésbicas” e “sapatão” para analisar que corpos são visíveis nesse escopo, principalmente no que se refere à raça/etnia, idade e padrão corporal. Para abordar essa questão, iniciamos o artigo recuperando as produções acadêmicas, principalmente brasileiras, que tematizam as lesbianidades, a fim de conceituar melhor o que entendemos pelo termo. Chegamos a uma concepção de lesbianidade como identidade e como prática, que nos permitiu avançar em uma abordagem mais ampla nas nossas considerações acerca das lésbicas que se dão a ver nas produções analisadas. Em nossa pesquisa, percebemos que, para além da predominância de corpos que performam um padrão normativo de ser mulher, há também expressões de resistências e diversidades importantes de destacar. Concluímos, assim, que há várias formas de ser lésbica, mas que e...
Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo
PT. Este artigo busca abordar os modos como o medo do outro e um desejo de exclusão se articulam ... more PT. Este artigo busca abordar os modos como o medo do outro e um desejo de exclusão se articulam no âmbito da atividade jornalística. Tendo como base teórica as discussões sobre o medo (Delumeau, 1996; Matheus, 2011) e o outro, este último a partir da perspectiva da alteridade (Levinas, 1982, 2005), o objetivo desse texto é tensionar as formas como um medo que decai sobre sujeitos os transforma em corpos a serem exterminados. Para tanto, propomos uma leitura de matérias que tratam de assassinatos de travestis e transexuais no estado brasileiro de Minas Gerais, na procura de pistas que contribuam para a compreensão da forma como o medo presente nessas produções e em articulação com a vida social movimentam sentidos acerca de um desejo de exclusão desse outro.
Revista Contracampo, 2022
As produções que abordam as violências que acometem pessoas trans e travestis contribuem para a c... more As produções que abordam as violências que acometem pessoas trans e travestis contribuem para a configuração social de imaginários acerca desses corpos. Tendo em vista esse pressuposto, apresentamos neste artigo a constituição da dissidência de gênero a partir das diferenças inscritas em uma matriz subalternizante, criadas no interior do projeto colonial e moderno de poder, com o intuito de refletir acerca de como tal dinâmica atravessa as violências a que esses sujeitos estão submetidos
diariamente. Para além desse objetivo, observamos nuances nas produções, efetuadas pela mídia e outras instituições, assim como contraproduções, principalmente as realizadas pelo movimento social, que promovem um enfrentamento, a fim de compreender as disputas que estão presentes nesse contexto de violências.
Mediapolis: revista de comunicação, jornalismo e espaço público
Se as desigualdades se fazem presentes no acesso e no uso das tecnologias digitais de comunicação... more Se as desigualdades se fazem presentes no acesso e no uso das tecnologias digitais de comunicação, elas parecem ressoar também no âmbito das representações visuais digitais, que deixam ver vidas e corpos femininos nas textualidades online que circulam cotidianamente. Nesse lugar, a fotografia e, especialmente, a prática do autorretrato compartilhado em rede têm papéis importantes na gestão de autovisualidades contemporâneas. Procuramos apresentar o selfie e o nude como formas atuais do autorretrato vernacular, e localizar sua importância e uso na disseminação de visualidades femininas em ambientes online. Concluímos, ao fim do texto, que os aspectos característicos do selfie enquanto gênero fotográfico e midiático, facilitam a apresentação de si, central para a enunciação de visualidades marginais.
Apesar de uma cobertura otimista da mídia, com vários atletas saindo do armário durante a Rio 201... more Apesar de uma cobertura otimista da mídia, com vários atletas saindo do armário durante a Rio 2016, a homofobia seguiu presente nas ações e políticas públicas.
Papers by Joana Ziller
Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación
Ao buscar entender como as lesbianidades se fazem visíveis nas plataformas de mídias sociais, com... more Ao buscar entender como as lesbianidades se fazem visíveis nas plataformas de mídias sociais, como YouTube, Instagram e TikTok, nos deparamos com a imagem predominante de corpos brancos, magros, jovens, sem deficiência, performando feminilidade. Isso porque, ao somarem preceitos de busca por anunciantes ao Efeito Mateus (baseado na ideia de que “a quem tem, mais será dado''), algoritmos acabam por atuar de maneira anti-interseccional ao conferir visibilidade a conteúdos. Neste texto, problematizamos tal questão a partir de pesquisas sobre a lesbianidade, apontando a possibilidade de ampliar o debate a outras categorias da diferença.
Cornell University - arXiv, Jul 13, 2022
El uso de las redes sociales: ciudadanía, política y comunicación : La investigación en España y Brasil, 2014, ISBN 978-84-942706-0-4, págs. 80-91, 2014
Contemporanea : Revista de Comunicação e Cultura, 2012
As possibilidades de registro e compartilhamento de expressões de sujeitos comuns sofrem uma sign... more As possibilidades de registro e compartilhamento de expressões de sujeitos comuns sofrem uma significativa ampliação a partir da digitalização de fluxos, plataformas e ferramentas de comunicação. Assim, analisamos a prática da apropriação, recriação e republicação de vídeos sob a noção de antropofagia, remetendo ao Movimento Antropofágico do Modernismo brasileiro. Nesse contexto, o texto parte da análise de vídeos que passaram por relegendas, redublagens, titulações e outras práticas incluídas no universo do remix, vistas como formas de expressão cotidiana daquele para quem a câmera normalmente não se volta. Conclui-se que a republicação de vídeos apropriados e modificados é também uma forma de autoria – e que é preciso repensar a questão da autoria como um todo.
Dossiê Bruno Latour
O sentido comunicacional da hifenização ator-rede
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Gênero, Lesbianidades e estudo Queer by Joana Ziller
Dessa análise, surgiu a pergunta que ainda nos move: até que ponto podemos classificar na categoria “fetiche” vídeos que ao mostrarem mulheres lésbicas, supostamente o fazem para um típico olhar mascu- lino? O artigo se constitui das narrativas particulares das seis autoras, que partindo de sua trajetória de vida e de pesquisa, às vezes defendem pontos de vista diferentes.
diariamente. Para além desse objetivo, observamos nuances nas produções, efetuadas pela mídia e outras instituições, assim como contraproduções, principalmente as realizadas pelo movimento social, que promovem um enfrentamento, a fim de compreender as disputas que estão presentes nesse contexto de violências.
Papers by Joana Ziller
Dessa análise, surgiu a pergunta que ainda nos move: até que ponto podemos classificar na categoria “fetiche” vídeos que ao mostrarem mulheres lésbicas, supostamente o fazem para um típico olhar mascu- lino? O artigo se constitui das narrativas particulares das seis autoras, que partindo de sua trajetória de vida e de pesquisa, às vezes defendem pontos de vista diferentes.
diariamente. Para além desse objetivo, observamos nuances nas produções, efetuadas pela mídia e outras instituições, assim como contraproduções, principalmente as realizadas pelo movimento social, que promovem um enfrentamento, a fim de compreender as disputas que estão presentes nesse contexto de violências.
discussões, analisa brevemente sua relação com a noção de convergência (JENKINS, 2008), especialmente no que tange à ideia de associação, para entender ligações entre as mídias tradicionais, como a TV e os jornais, e as mídias sociais. Por fim, tendo como eixo a acepção de associação, aproxima as noções de mediação em ambientes comunicacionais tanto ao sentido peirceano de semiose, quanto à noção de social em Latour, buscando possibilidades de complementariedade, muito mais do que oposições.