Mestra e doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com estágio pós-doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Letras e Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul. É atualmente docente dos cursos de graduação em Letras - Tradução da Universidade Federal de Pelotas e Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas - Linha: Literatura, Cultura e Tradução. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6728317404750242 Supervisors: Marlova Gonsales Aseff; Sara Viola Rodrigues; Patrícia Lessa Flores da Cunha; Léa Masina
For this work community translation and community
interpretating are translation policies and, th... more For this work community translation and community interpretating are translation policies and, therefore, linguistic policies. We consider both translations, and especially community translation, as political acts. First, we carried out theoretical discussion on committed approaches in translation and community translation, linking both, followed by focusing on the Brazilian context, especially on translation aimed at serving communities in forced displacement, like refugees or similar groups from Spanish-speaking communities in Brazil. This work highlights new perspectives in community translation and the necessity to train community translators and raise their qualifications to assist international migrants in Brazil, especially Spanish-speaking people.
É paradoxal que os processos nacionalizantes intensificados nos séculos XIX e XX, sobretudo no pe... more É paradoxal que os processos nacionalizantes intensificados nos séculos XIX e XX, sobretudo no período entre guerras, se tenham estabelecido de modo essencialmente comparatista, ainda que por aspectos depreciativos. A definição de um outro, em oposição a um nós, é uma forma de comparação, tanto quanto a atribuição de características como superior / inferior, civilizado / atrasado e original / cópia. É por meio desse método que se estabelecem padrões de análise, de crítica e se definem novos rumos. É ademais por meio deles que as relações internacionais se aproximam da literatura comparada e dos estudos de tradução, três campos do saber que configuram como autônomos sob as contradições dos processos nacionalistas e que, apesar disso (ou por isso mesmo), não poupam esforços para confrontá-los. A história das traduções e dos modos de tratar ao estrangeiro nos textos traduzidos, questões centrais de análise neste texto, é um modo de fazê-lo. Partindo desse propósito, são construídas as seguintes páginas, que se organizam em dois momentos: Das traduções às nações: a construção de identidades, e Das nações às traduções: a economia política da tradução. No primeiro, propõe-se abordar como a generalização de uma língua vernácula única e processos de ampliação do letramento facilitaram que, do poder fragmentado do medievo se tenham construído os estados nacionais, ao passo em que se recupera a importância de povos considerados não europeus, como judeus e árabes, na promoção do que hoje se designa cultura ocidental. Mais que isso, porém, são evidenciados os papéis que a tradução e a tolerância desempenharam em face da disseminação de conhecimentos. No segundo momento, parte-se da consolidação dos estados nacionais e de seus idiomas, que adquirem importância a partir da derrocada do latim, fato impulsionado pela Reforma, o Renascimento e o Iluminismo. A partir disso, apresentam-se exemplos de projetos tradutórios que serviram a disputas nacionais, às rupturas com estes ou ao engrandecimento de nações. Com base nisso e em aspectos metodológicos selecionados da bibliografia em história e historiografia da tradução e da literatura comparada, se postula que as relações de poder e os imaginários construídos a partir das traduções podem representar importantes ganhos aos estudos de literatura comparada, como há tempos vem clamando Susan Bassnett, mas também às relaciones internacionais.
The collection of short stories by Natalia Borges Polesso, Amora (2022 [2015]), departs from what... more The collection of short stories by Natalia Borges Polesso, Amora (2022 [2015]), departs from what can be considered as “common” in the Brazilian literary scene, especially in the context of queer literature, bringing women and the different experiences related to lesbian love to the center of the discussion. Although the book won many of the main literary prizes in 2016 and gained popularity in the LGBTQIA+ community, Amora received little to no attention from the mainstream Brazilian media. On the other hand, the trajectory of Julia Sanches' translation into English from the United States and the United Kingdom, entitled Amora: Stories (2020), which reverberated through prestigious Anglophone media outlets, was different. This article, divided into two parts, first introduces the work and its author and comments on the impacts of the rise of the far-right party in the field of Brazilian culture; it then analyzes aspects of the translations of Amora into both Spanish and English. With the aim of proposing a reflection actively queer, this article seeks to debate the political significance of translation on a global level.
Do Sul para o Mundo: pensando a tradução no contexto pós-pandemia, 2024
Neste trabalho, apresentamos conceitos e reflexões sobre tradução comunitária com o objetivo de c... more Neste trabalho, apresentamos conceitos e reflexões sobre tradução comunitária com o objetivo de começar a mapear possíveis demandas no extremo sul do Brasil, mais notadamente na região de influência da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), à qual se vinculam as autoras. Para tanto, primeiro se apresenta a tradução comunitária como modalidade que visa a empoderar grupos falantes das diferentes línguas minorizadas existentes em determinada localidade. Fazemos a distinção entre a tradução e a interpretação comunitárias e, depois, debatemos os direitos linguísticos sob a ótica dos direitos humanos. Um mapeamento de demandas por traduções comunitárias no extremo sul do Brasil é apresentado ao fim. Este trabalho e suas autoras vinculam-se ao projeto “Tradução, interpretação, mediação linguística e disseminação de informações à comunidade”, que, com essa configuração de ações em pesquisa, está em vigor na UFPel desde julho de 2021, albergado institucionalmente no Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo - LAPLIMM, e em diálogo com o grupo Mobilidades, contatos de línguas, políticas e direitos linguísticos - MOBILANG, sediado na Universidade de Brasília (UnB). Todas as considerações aqui apresentadas são parciais e decorrentes de iniciação científica em andamento.
Do Sul para o Mundo: pensando a tradução no contexto pós-pandemia, 2024
Este trabalho propõe um panorama das traduções de Juana Inés de la Cruz para o português brasilei... more Este trabalho propõe um panorama das traduções de Juana Inés de la Cruz para o português brasileiro com os objetivos de: subsidiar análises sobre a história da tradução da poeta mexicana no Brasil; tecer comentários sobre os meios (editoriais, acadêmicos ou outros) que colocaram a obra sorjuanina em circulação; apresentar um levantamento das pessoas que a traduziram e discutir possíveis motivações e eventuais consequências dessas traduções em nosso sistema literário. São identificados vazios tradutórios e feitas considerações sobre as traduções editoriais e as acadêmicas, mais frequentes a partir do ano de 2007. Para tanto, é preciso, antes, apresentar a autora elegida, razão pela qual a ela se dedica a primeira seção deste trabalho. Na segunda, são apresentadas as considerações, primordialmente de cunho bibliográfico e historiográfico, de que parte esse trabalho. Seguindo Bezerra (2016), Aseff (2023) e Nalerio (2023), são propostas atualizações que viabilizam um panorama tradutório de Juana Inés no Brasil até o ano de 2023. As considerações finais encerram este trabalho apontando a necessidade de traduções e pesquisas futuras.
Resumo: Este trabalho apresenta uma tradução com comentários a dois sonetos compostos por Miguel ... more Resumo: Este trabalho apresenta uma tradução com comentários a dois sonetos compostos por Miguel Hernández durante a guerra civil espanhola. Os comentários enfocam o processo tradutório, que parte do conhecimento aprofundado do autor e sua obra para o estabelecimento de prioridades na tradução de sua poesia. Seguindo Jones (2024), sugerimos um processo de tradução poética que parte de uma tradução interlinear prévia a partir da qual são feitos ajustes e transformações criativas respeitando as prioridades estabelecidas. Complementamos o autor propondo uma ordem aos ajustes possíveis. A apresentação dos dois sonetos em tradução e esses comentários têm o objetivo de promover a autoconsciência do fazer tradutório, contribuindo para a crítica em tradução e para a formação de tradutores e tradutoras de poesia. Subsidiariamente, contribui para a crítica literária e as pesquisas no Brasil sobre Miguel Hernández e sobre a poesia na guerra civil espanhola. Palavras-chave: Tradução com comentários; Tradução de poesia (sonetos); Miguel Hernández.
Miguel Hernández (1910 – 1942) é um poeta espanhol de origem humilde, mas não pobre. Quando seu p... more Miguel Hernández (1910 – 1942) é um poeta espanhol de origem humilde, mas não pobre. Quando seu pai exige que abandone os estudos para auxiliar na criação de cabras, que conferia sustento à família, segue estudando a literatura clássica e faz-se poeta autodidata com temas essencialmente católicos e formas barrocas. Buscando reconhecimento, aproxima-se de outros escritores e recebe a generosidade de Pablo Neruda e Vicente Aleixandre, que o introduzem a novas formas e ideias. Com o eclodir da Guerra Civil Espanhola (1936), e ainda sob a comoção da morte de Federico García Lorca, Miguel Hernández alista-se na resistência republicana, e, entre as trincheiras, escreve seus poemas mais engajados. É também nesse período que nasce e morre nove meses depois seu primeiro filho; o segundo, vem ao mundo em 1939, quando os republicanos já não podem resistir aos aliados de Franco, e o próprio poeta já se encontra na prisão da qual não sairia com vida. Miguel Hernández morre aos 31 anos, vitimado pela tuberculose. Seus versos foram musicados e cantados por Victor Jara, Joan Manuel Serrat, Silvio Rodríguez e muitos outros cantautores de língua espanhola, mas são poucas as traduções de sua poesia circulantes no Brasil hoje. O presente trabalho apresenta uma proposta de recriação de Las abarcas desiertas, publicado pela primeira vez no jornal Ayuda, em janeiro de 1937. Nesse poema, Hernández versifica a desilusão das crianças que os Reis Magos não veem, as crianças sem brinquedos e sem sapatos para deixar à janela. A recriação deste poema em português mantém a estrutura metrorrítmica de Las abarcas desiertas, mas adapta alguns aspectos culturais visando a preservar a voz infantil do poema. Os comentários sobre o processo tradutório, enfocando questões como a pulsão tradutória (a escolha do poeta e do poema a traduzir) e o delineamento de um projeto de tradução para fazer frente às dificuldades metrorrítmicas e de marcadores culturais presentes no poema conformam os aspectos principais deste trabalho, que se encerra apresentando o poema traduzido resultante desse processo.
Revista da Fundação da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, 2004
Este texto visa a abordar o tema do Ministério Público, sua estrutura, suas funções e suas prerro... more Este texto visa a abordar o tema do Ministério Público, sua estrutura, suas funções e suas prerrogativas em face do constitucionalismo contemporâneo, analisando os graus de sujeição ou autonomia dessa instituição em frente ao mundo político e aos Poderes do Estado nos diferentes ordenamentos jurídicos. Para tanto, faz-se uso das ferramentas proporcionadas pelo Direito Constitucional Comparado, o qual permite que a questão seja contemplada em seu conjunto, contrastando o nível de legitimidade e de eficácia de cada sistema e contribuindo para a construção de um modelo de Ministério Público em consonância com o Estado Democrático de Direito.
Em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, surgiram os primeiros casos de uma nova doença d... more Em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, surgiram os primeiros casos de uma nova doença de alto potencial de letalidade e transmissão pelas vias respiratórias. No dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou emergência de saúde pública de importância internacional e, no dia 11 de março do mesmo ano, a nova doença foi considerada uma pandemia. Imediatamente, em todo mundo, foram propostas medidas de distanciamento físico e, em diversos locais, impôs-se o controle de circulação visando a conter a propagação do vírus SARS-CoV-2, causador da doença que ficou conhecida como Covid-19, por ser a doença do coronavírus (Corona Virus Disease) identificada em 2019. Expressões estrangeiras, como lockdown, para mencionar o confinamento obrigatório, e termos técnicos, como os referentes aos diversos tipos de máscaras de proteção respiratória, passaram a fazer parte da linguagem cotidiana e evidenciaram vulnerabilidades sociais e linguísticas. A recomendação de isolamento, com a consequente restrição de visitas familiares e de ocupação de espaços públicos ou de acesso ao público, ocasionou impactos ainda impossíveis de serem mensurados em diversos âmbitos para além do epidemiológico, impondo novas formas de cuidar, de educar, de relacionar-se e de demonstrar afeto, solidariedade e pertença. E embora tenham sido as imagens com tubos de ensaio e de cientistas com vestimentas especiais de proteção as que tenham ficado registradas no imaginário relativo a esse período, também a tradução desempenhou papel fundamental na gestão da emergência sanitária. A necessidade da rápida disseminação das descobertas científicas e de revisão constante de protocolos pôs em destaque a tradução no sentido mais usual deste termo: o de transpor idiomas. Contudo, outras traduções foram necessárias para democratizar orientações e impuseram a nações heterogêneas
O objetivo deste trabalho é apresentar uma tradução comentada ao poema “Nacer hombre” [Nascer hom... more O objetivo deste trabalho é apresentar uma tradução comentada ao poema “Nacer hombre” [Nascer homem], da boliviana Adela Zamudio (1854-1928), incluso na obra Ensayos poéticos, de 1877. Para tanto, estruturamos este trabalho em dois momentos. O primeiro pontua alguns aspectos biográfi-cos de Adela Zamudio, relacionando seus pensamentos com os de sua época. O segundo apresenta o nosso projeto de tradução para a poesia escolhida, que visa a recriar, em português, as estruturas metrorrítmicas presentes no poema em espanhol, e traçar comentários sobre este processo. Este trabalho traz como principais contribuições não só as reflexões sobre a tradução de poesia, como também o poema traduzido ao português resultante desse processo. Para além disso, apresenta-mos reflexões sobre direitos das mulheres, recuperando o legado de Adela Zamudio para as pre-sentes gerações. Trata este trabalho, portanto, de desvelar três invisibilidades: a invisibilidade da tradução, das precursoras feministas e das escritoras latino-americanas, ainda pouco estudadas no Brasil.
Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribui... more Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribuição de Tania Franco Carvalhal (1943-2006) para a construção de uma crítica literária genuinamente latino-americana. Seguindo esse desafio, apresentamos brevemente sua trajetória como uma das primeiras mulheres brasileiras a ser docente universitária de pós-graduação e pesquisadora, bem como sua atuação para a construção de associações nacionais de Literatura Comparada, com destaque para seu papel na criação e desenvolvimento da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC). Buscamos também apresentar elementos que possibilitem melhor compreender as contribuições teórico-críticas de Carvalhal ao campo dos estudos literários. Para isso, dialogamos com os estudos de Coutinho (2006), Rebello (2007) e Pedroso Júnior (2016), acrescentando a eles perspectivas contemporâneas, depoimentos recentes ao projeto Memória da ABRALIC (2020) e informações compiladas por meio de consultas a periódicos acessíveis digitalmente. Ao fim, sugerimos encaminhamentos futuros para os temas propostos. Palavras-chave: Tania Carvalhal; literatura comparada; crítica literária latino-americana.
Territórios culturais: fronteiras e tradução, 2021
Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Mede... more Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Medeiros 77 O agir do sujeito no mundo e seu horizonte de visão: relações éticas e estéticas entre Bruno de Menezes e Fialho D'Almeida
XII Congresso Internacional da ABRALIC Centro, Centros – Ética, Estética, 2011
Este trabalho tem por missão principal desenhar a trajetória do livro "Cavalos do amanhecer", des... more Este trabalho tem por missão principal desenhar a trajetória do livro "Cavalos do amanhecer", desde a sua primeira edição em 1982, até a data, considerando-se, hoje, sua publicação no formato "livro de bolso", em 2003. Com amparo nos Estudos Culturais e nos Estudos de Tradução, buscamos apresentar, nesse interregno, como o que chamamos "gauchismo universal de bolso" subverte a lógica centro x periferia e desestabiliza as forças conservadoras do cânone por meio de um processo que envolve escritores, tradutores e editores, mas que pode ser sintetizado na figura de Sergio Faraco. Palavras-chave: Mario Arregui-Sergio Faraco-Coleção L&PM Pocket-"des-domesticação" do gaúcho-"des-elitização" do livro.
O artigo analisa Sergio Faraco como tradutor de Horacio Quiroga, colocando em debate questões com... more O artigo analisa Sergio Faraco como tradutor de Horacio Quiroga, colocando em debate questões como a visibilidade do tradutor, a ética e a suposta neutralidade que se possa assumir diante da tarefa de escolher a obra para traduzir, desafio a partir do qual se pode entrever o projeto de tradução que orientará todas as demais escolhas, inclusive as lexicais. Analisando a tradução como um fazer político e uma atitude de aproximação de diferentes povos outrora afastados por brigas territoriais, investiga-se o quanto o trabalho do tradutor pode ser o responsável pelo status de uma obra em um novo sistema literário e o quanto as estratégias tradutórias podem estar vinculadas à uma concepção estética e à fortuna crítica do autor traduzido já elaborada no sistema literário de origem.
Tradução inclusa no número 42 da revista Cadernos de Tradução (UFRGS), dedicado às duas maiores e... more Tradução inclusa no número 42 da revista Cadernos de Tradução (UFRGS), dedicado às duas maiores e mais democráticas das angústias humanas: o amor e a morte. Esta revista, organizada por Andrea Cristiane Kahmann e Liziane Kugland de Souza, integrantes do Grupo de Estudos da Tradução da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GET / UFRGS), traz em tradução para o português brasileiro obras ficcionais que dialogam com Amor e Morte. Pelos desejos e medos que os envolvem, pelas pulsões e fantasias, o trabalho de parto, luto e recordação, amor e morte são também metáforas do fazer tradutório e, por esta razão, a revista compila dezesseis narrativas, das quais quatorze são contos (três deles da mesma obra), uma lenda histórica e um excerto de romance memorialístico, além de sete poesias e dois textos dramáticos, todos unidos pela temática e pelo luto/luta de traduzir literatura.
Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), nº5, 2019
Tradução sem fins lucrativos, com objetivos estritamente pedagógicos e científicos, do capítulo: ... more Tradução sem fins lucrativos, com objetivos estritamente pedagógicos e científicos, do capítulo: WALSH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTROGÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Comp.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores et al., 2007. 308p. (pp. 47 – 62). A permissão para esta tradução e sua publicação acadêmica sem fins comerciais foi concedida por escrito em 3 de julho de 2018 por Selma Marken Farley, gestora editorial, em nome de quem as tradutoras agradecem imensamente ao grupo Siglo del Hombre Editores. Website: <www.siglodelhombre.com>. Tradução de Daniele da Silva Proença (graduanda em Tradução Português/Espanhol pela Universidade Federal de Pelotas), Andrea Cristiane Kahmann (Professora do Bacharelado em Letras - Tradução Português/Espanhol e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas, Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Márcia Rodrigues Bertoldi (Professora da Faculdade de Direito e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPel, Doutora em Direito pelas Universidades Pompeu Fabra e Girona, Espanha).
For this work community translation and community
interpretating are translation policies and, th... more For this work community translation and community interpretating are translation policies and, therefore, linguistic policies. We consider both translations, and especially community translation, as political acts. First, we carried out theoretical discussion on committed approaches in translation and community translation, linking both, followed by focusing on the Brazilian context, especially on translation aimed at serving communities in forced displacement, like refugees or similar groups from Spanish-speaking communities in Brazil. This work highlights new perspectives in community translation and the necessity to train community translators and raise their qualifications to assist international migrants in Brazil, especially Spanish-speaking people.
É paradoxal que os processos nacionalizantes intensificados nos séculos XIX e XX, sobretudo no pe... more É paradoxal que os processos nacionalizantes intensificados nos séculos XIX e XX, sobretudo no período entre guerras, se tenham estabelecido de modo essencialmente comparatista, ainda que por aspectos depreciativos. A definição de um outro, em oposição a um nós, é uma forma de comparação, tanto quanto a atribuição de características como superior / inferior, civilizado / atrasado e original / cópia. É por meio desse método que se estabelecem padrões de análise, de crítica e se definem novos rumos. É ademais por meio deles que as relações internacionais se aproximam da literatura comparada e dos estudos de tradução, três campos do saber que configuram como autônomos sob as contradições dos processos nacionalistas e que, apesar disso (ou por isso mesmo), não poupam esforços para confrontá-los. A história das traduções e dos modos de tratar ao estrangeiro nos textos traduzidos, questões centrais de análise neste texto, é um modo de fazê-lo. Partindo desse propósito, são construídas as seguintes páginas, que se organizam em dois momentos: Das traduções às nações: a construção de identidades, e Das nações às traduções: a economia política da tradução. No primeiro, propõe-se abordar como a generalização de uma língua vernácula única e processos de ampliação do letramento facilitaram que, do poder fragmentado do medievo se tenham construído os estados nacionais, ao passo em que se recupera a importância de povos considerados não europeus, como judeus e árabes, na promoção do que hoje se designa cultura ocidental. Mais que isso, porém, são evidenciados os papéis que a tradução e a tolerância desempenharam em face da disseminação de conhecimentos. No segundo momento, parte-se da consolidação dos estados nacionais e de seus idiomas, que adquirem importância a partir da derrocada do latim, fato impulsionado pela Reforma, o Renascimento e o Iluminismo. A partir disso, apresentam-se exemplos de projetos tradutórios que serviram a disputas nacionais, às rupturas com estes ou ao engrandecimento de nações. Com base nisso e em aspectos metodológicos selecionados da bibliografia em história e historiografia da tradução e da literatura comparada, se postula que as relações de poder e os imaginários construídos a partir das traduções podem representar importantes ganhos aos estudos de literatura comparada, como há tempos vem clamando Susan Bassnett, mas também às relaciones internacionais.
The collection of short stories by Natalia Borges Polesso, Amora (2022 [2015]), departs from what... more The collection of short stories by Natalia Borges Polesso, Amora (2022 [2015]), departs from what can be considered as “common” in the Brazilian literary scene, especially in the context of queer literature, bringing women and the different experiences related to lesbian love to the center of the discussion. Although the book won many of the main literary prizes in 2016 and gained popularity in the LGBTQIA+ community, Amora received little to no attention from the mainstream Brazilian media. On the other hand, the trajectory of Julia Sanches' translation into English from the United States and the United Kingdom, entitled Amora: Stories (2020), which reverberated through prestigious Anglophone media outlets, was different. This article, divided into two parts, first introduces the work and its author and comments on the impacts of the rise of the far-right party in the field of Brazilian culture; it then analyzes aspects of the translations of Amora into both Spanish and English. With the aim of proposing a reflection actively queer, this article seeks to debate the political significance of translation on a global level.
Do Sul para o Mundo: pensando a tradução no contexto pós-pandemia, 2024
Neste trabalho, apresentamos conceitos e reflexões sobre tradução comunitária com o objetivo de c... more Neste trabalho, apresentamos conceitos e reflexões sobre tradução comunitária com o objetivo de começar a mapear possíveis demandas no extremo sul do Brasil, mais notadamente na região de influência da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), à qual se vinculam as autoras. Para tanto, primeiro se apresenta a tradução comunitária como modalidade que visa a empoderar grupos falantes das diferentes línguas minorizadas existentes em determinada localidade. Fazemos a distinção entre a tradução e a interpretação comunitárias e, depois, debatemos os direitos linguísticos sob a ótica dos direitos humanos. Um mapeamento de demandas por traduções comunitárias no extremo sul do Brasil é apresentado ao fim. Este trabalho e suas autoras vinculam-se ao projeto “Tradução, interpretação, mediação linguística e disseminação de informações à comunidade”, que, com essa configuração de ações em pesquisa, está em vigor na UFPel desde julho de 2021, albergado institucionalmente no Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo - LAPLIMM, e em diálogo com o grupo Mobilidades, contatos de línguas, políticas e direitos linguísticos - MOBILANG, sediado na Universidade de Brasília (UnB). Todas as considerações aqui apresentadas são parciais e decorrentes de iniciação científica em andamento.
Do Sul para o Mundo: pensando a tradução no contexto pós-pandemia, 2024
Este trabalho propõe um panorama das traduções de Juana Inés de la Cruz para o português brasilei... more Este trabalho propõe um panorama das traduções de Juana Inés de la Cruz para o português brasileiro com os objetivos de: subsidiar análises sobre a história da tradução da poeta mexicana no Brasil; tecer comentários sobre os meios (editoriais, acadêmicos ou outros) que colocaram a obra sorjuanina em circulação; apresentar um levantamento das pessoas que a traduziram e discutir possíveis motivações e eventuais consequências dessas traduções em nosso sistema literário. São identificados vazios tradutórios e feitas considerações sobre as traduções editoriais e as acadêmicas, mais frequentes a partir do ano de 2007. Para tanto, é preciso, antes, apresentar a autora elegida, razão pela qual a ela se dedica a primeira seção deste trabalho. Na segunda, são apresentadas as considerações, primordialmente de cunho bibliográfico e historiográfico, de que parte esse trabalho. Seguindo Bezerra (2016), Aseff (2023) e Nalerio (2023), são propostas atualizações que viabilizam um panorama tradutório de Juana Inés no Brasil até o ano de 2023. As considerações finais encerram este trabalho apontando a necessidade de traduções e pesquisas futuras.
Resumo: Este trabalho apresenta uma tradução com comentários a dois sonetos compostos por Miguel ... more Resumo: Este trabalho apresenta uma tradução com comentários a dois sonetos compostos por Miguel Hernández durante a guerra civil espanhola. Os comentários enfocam o processo tradutório, que parte do conhecimento aprofundado do autor e sua obra para o estabelecimento de prioridades na tradução de sua poesia. Seguindo Jones (2024), sugerimos um processo de tradução poética que parte de uma tradução interlinear prévia a partir da qual são feitos ajustes e transformações criativas respeitando as prioridades estabelecidas. Complementamos o autor propondo uma ordem aos ajustes possíveis. A apresentação dos dois sonetos em tradução e esses comentários têm o objetivo de promover a autoconsciência do fazer tradutório, contribuindo para a crítica em tradução e para a formação de tradutores e tradutoras de poesia. Subsidiariamente, contribui para a crítica literária e as pesquisas no Brasil sobre Miguel Hernández e sobre a poesia na guerra civil espanhola. Palavras-chave: Tradução com comentários; Tradução de poesia (sonetos); Miguel Hernández.
Miguel Hernández (1910 – 1942) é um poeta espanhol de origem humilde, mas não pobre. Quando seu p... more Miguel Hernández (1910 – 1942) é um poeta espanhol de origem humilde, mas não pobre. Quando seu pai exige que abandone os estudos para auxiliar na criação de cabras, que conferia sustento à família, segue estudando a literatura clássica e faz-se poeta autodidata com temas essencialmente católicos e formas barrocas. Buscando reconhecimento, aproxima-se de outros escritores e recebe a generosidade de Pablo Neruda e Vicente Aleixandre, que o introduzem a novas formas e ideias. Com o eclodir da Guerra Civil Espanhola (1936), e ainda sob a comoção da morte de Federico García Lorca, Miguel Hernández alista-se na resistência republicana, e, entre as trincheiras, escreve seus poemas mais engajados. É também nesse período que nasce e morre nove meses depois seu primeiro filho; o segundo, vem ao mundo em 1939, quando os republicanos já não podem resistir aos aliados de Franco, e o próprio poeta já se encontra na prisão da qual não sairia com vida. Miguel Hernández morre aos 31 anos, vitimado pela tuberculose. Seus versos foram musicados e cantados por Victor Jara, Joan Manuel Serrat, Silvio Rodríguez e muitos outros cantautores de língua espanhola, mas são poucas as traduções de sua poesia circulantes no Brasil hoje. O presente trabalho apresenta uma proposta de recriação de Las abarcas desiertas, publicado pela primeira vez no jornal Ayuda, em janeiro de 1937. Nesse poema, Hernández versifica a desilusão das crianças que os Reis Magos não veem, as crianças sem brinquedos e sem sapatos para deixar à janela. A recriação deste poema em português mantém a estrutura metrorrítmica de Las abarcas desiertas, mas adapta alguns aspectos culturais visando a preservar a voz infantil do poema. Os comentários sobre o processo tradutório, enfocando questões como a pulsão tradutória (a escolha do poeta e do poema a traduzir) e o delineamento de um projeto de tradução para fazer frente às dificuldades metrorrítmicas e de marcadores culturais presentes no poema conformam os aspectos principais deste trabalho, que se encerra apresentando o poema traduzido resultante desse processo.
Revista da Fundação da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, 2004
Este texto visa a abordar o tema do Ministério Público, sua estrutura, suas funções e suas prerro... more Este texto visa a abordar o tema do Ministério Público, sua estrutura, suas funções e suas prerrogativas em face do constitucionalismo contemporâneo, analisando os graus de sujeição ou autonomia dessa instituição em frente ao mundo político e aos Poderes do Estado nos diferentes ordenamentos jurídicos. Para tanto, faz-se uso das ferramentas proporcionadas pelo Direito Constitucional Comparado, o qual permite que a questão seja contemplada em seu conjunto, contrastando o nível de legitimidade e de eficácia de cada sistema e contribuindo para a construção de um modelo de Ministério Público em consonância com o Estado Democrático de Direito.
Em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, surgiram os primeiros casos de uma nova doença d... more Em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, surgiram os primeiros casos de uma nova doença de alto potencial de letalidade e transmissão pelas vias respiratórias. No dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou emergência de saúde pública de importância internacional e, no dia 11 de março do mesmo ano, a nova doença foi considerada uma pandemia. Imediatamente, em todo mundo, foram propostas medidas de distanciamento físico e, em diversos locais, impôs-se o controle de circulação visando a conter a propagação do vírus SARS-CoV-2, causador da doença que ficou conhecida como Covid-19, por ser a doença do coronavírus (Corona Virus Disease) identificada em 2019. Expressões estrangeiras, como lockdown, para mencionar o confinamento obrigatório, e termos técnicos, como os referentes aos diversos tipos de máscaras de proteção respiratória, passaram a fazer parte da linguagem cotidiana e evidenciaram vulnerabilidades sociais e linguísticas. A recomendação de isolamento, com a consequente restrição de visitas familiares e de ocupação de espaços públicos ou de acesso ao público, ocasionou impactos ainda impossíveis de serem mensurados em diversos âmbitos para além do epidemiológico, impondo novas formas de cuidar, de educar, de relacionar-se e de demonstrar afeto, solidariedade e pertença. E embora tenham sido as imagens com tubos de ensaio e de cientistas com vestimentas especiais de proteção as que tenham ficado registradas no imaginário relativo a esse período, também a tradução desempenhou papel fundamental na gestão da emergência sanitária. A necessidade da rápida disseminação das descobertas científicas e de revisão constante de protocolos pôs em destaque a tradução no sentido mais usual deste termo: o de transpor idiomas. Contudo, outras traduções foram necessárias para democratizar orientações e impuseram a nações heterogêneas
O objetivo deste trabalho é apresentar uma tradução comentada ao poema “Nacer hombre” [Nascer hom... more O objetivo deste trabalho é apresentar uma tradução comentada ao poema “Nacer hombre” [Nascer homem], da boliviana Adela Zamudio (1854-1928), incluso na obra Ensayos poéticos, de 1877. Para tanto, estruturamos este trabalho em dois momentos. O primeiro pontua alguns aspectos biográfi-cos de Adela Zamudio, relacionando seus pensamentos com os de sua época. O segundo apresenta o nosso projeto de tradução para a poesia escolhida, que visa a recriar, em português, as estruturas metrorrítmicas presentes no poema em espanhol, e traçar comentários sobre este processo. Este trabalho traz como principais contribuições não só as reflexões sobre a tradução de poesia, como também o poema traduzido ao português resultante desse processo. Para além disso, apresenta-mos reflexões sobre direitos das mulheres, recuperando o legado de Adela Zamudio para as pre-sentes gerações. Trata este trabalho, portanto, de desvelar três invisibilidades: a invisibilidade da tradução, das precursoras feministas e das escritoras latino-americanas, ainda pouco estudadas no Brasil.
Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribui... more Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribuição de Tania Franco Carvalhal (1943-2006) para a construção de uma crítica literária genuinamente latino-americana. Seguindo esse desafio, apresentamos brevemente sua trajetória como uma das primeiras mulheres brasileiras a ser docente universitária de pós-graduação e pesquisadora, bem como sua atuação para a construção de associações nacionais de Literatura Comparada, com destaque para seu papel na criação e desenvolvimento da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC). Buscamos também apresentar elementos que possibilitem melhor compreender as contribuições teórico-críticas de Carvalhal ao campo dos estudos literários. Para isso, dialogamos com os estudos de Coutinho (2006), Rebello (2007) e Pedroso Júnior (2016), acrescentando a eles perspectivas contemporâneas, depoimentos recentes ao projeto Memória da ABRALIC (2020) e informações compiladas por meio de consultas a periódicos acessíveis digitalmente. Ao fim, sugerimos encaminhamentos futuros para os temas propostos. Palavras-chave: Tania Carvalhal; literatura comparada; crítica literária latino-americana.
Territórios culturais: fronteiras e tradução, 2021
Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Mede... more Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Medeiros 77 O agir do sujeito no mundo e seu horizonte de visão: relações éticas e estéticas entre Bruno de Menezes e Fialho D'Almeida
XII Congresso Internacional da ABRALIC Centro, Centros – Ética, Estética, 2011
Este trabalho tem por missão principal desenhar a trajetória do livro "Cavalos do amanhecer", des... more Este trabalho tem por missão principal desenhar a trajetória do livro "Cavalos do amanhecer", desde a sua primeira edição em 1982, até a data, considerando-se, hoje, sua publicação no formato "livro de bolso", em 2003. Com amparo nos Estudos Culturais e nos Estudos de Tradução, buscamos apresentar, nesse interregno, como o que chamamos "gauchismo universal de bolso" subverte a lógica centro x periferia e desestabiliza as forças conservadoras do cânone por meio de um processo que envolve escritores, tradutores e editores, mas que pode ser sintetizado na figura de Sergio Faraco. Palavras-chave: Mario Arregui-Sergio Faraco-Coleção L&PM Pocket-"des-domesticação" do gaúcho-"des-elitização" do livro.
O artigo analisa Sergio Faraco como tradutor de Horacio Quiroga, colocando em debate questões com... more O artigo analisa Sergio Faraco como tradutor de Horacio Quiroga, colocando em debate questões como a visibilidade do tradutor, a ética e a suposta neutralidade que se possa assumir diante da tarefa de escolher a obra para traduzir, desafio a partir do qual se pode entrever o projeto de tradução que orientará todas as demais escolhas, inclusive as lexicais. Analisando a tradução como um fazer político e uma atitude de aproximação de diferentes povos outrora afastados por brigas territoriais, investiga-se o quanto o trabalho do tradutor pode ser o responsável pelo status de uma obra em um novo sistema literário e o quanto as estratégias tradutórias podem estar vinculadas à uma concepção estética e à fortuna crítica do autor traduzido já elaborada no sistema literário de origem.
Tradução inclusa no número 42 da revista Cadernos de Tradução (UFRGS), dedicado às duas maiores e... more Tradução inclusa no número 42 da revista Cadernos de Tradução (UFRGS), dedicado às duas maiores e mais democráticas das angústias humanas: o amor e a morte. Esta revista, organizada por Andrea Cristiane Kahmann e Liziane Kugland de Souza, integrantes do Grupo de Estudos da Tradução da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GET / UFRGS), traz em tradução para o português brasileiro obras ficcionais que dialogam com Amor e Morte. Pelos desejos e medos que os envolvem, pelas pulsões e fantasias, o trabalho de parto, luto e recordação, amor e morte são também metáforas do fazer tradutório e, por esta razão, a revista compila dezesseis narrativas, das quais quatorze são contos (três deles da mesma obra), uma lenda histórica e um excerto de romance memorialístico, além de sete poesias e dois textos dramáticos, todos unidos pela temática e pelo luto/luta de traduzir literatura.
Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), nº5, 2019
Tradução sem fins lucrativos, com objetivos estritamente pedagógicos e científicos, do capítulo: ... more Tradução sem fins lucrativos, com objetivos estritamente pedagógicos e científicos, do capítulo: WALSH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTROGÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Comp.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores et al., 2007. 308p. (pp. 47 – 62). A permissão para esta tradução e sua publicação acadêmica sem fins comerciais foi concedida por escrito em 3 de julho de 2018 por Selma Marken Farley, gestora editorial, em nome de quem as tradutoras agradecem imensamente ao grupo Siglo del Hombre Editores. Website: <www.siglodelhombre.com>. Tradução de Daniele da Silva Proença (graduanda em Tradução Português/Espanhol pela Universidade Federal de Pelotas), Andrea Cristiane Kahmann (Professora do Bacharelado em Letras - Tradução Português/Espanhol e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas, Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Márcia Rodrigues Bertoldi (Professora da Faculdade de Direito e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPel, Doutora em Direito pelas Universidades Pompeu Fabra e Girona, Espanha).
Coletânea de trabalhos sobre Tradução que compuseram o XVII Congresso Internacional da ABRALIC, o... more Coletânea de trabalhos sobre Tradução que compuseram o XVII Congresso Internacional da ABRALIC, ocorrido de forma virtual em 2021.
Territórios culturais: fronteiras e tradução, 2021
Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Mede... more Teoria brasileira da literatura nos oitenta anos da morte de Walter Benjamin Ana Clara M. de Medeiros 77 O agir do sujeito no mundo e seu horizonte de visão: relações éticas e estéticas entre Bruno de Menezes e Fialho D'Almeida
Sergio Faraco (1940) é um dos mais renomados contistas brasileiros, e é possível afirmar-se que o... more Sergio Faraco (1940) é um dos mais renomados contistas brasileiros, e é possível afirmar-se que o interesse da pesquisa literária por sua produção vem desde a década de 1970, quando de seus primeiros livros. Contudo, para além de escritor, Sergio Faraco é, juntamente com Eric Nepomuceno, um dos mais profícuos tradutores da língua espanhola para o português brasileiro. Embora estudos recentes se tenham detido em analisar o trabalho tradutório de Faraco a partir de algum autor por ele traduzido (SOTO & SANTOS, 2006; KAHMANN & CZEKSTER, 2013; ROCCA, 2017; KAHMANN & ALÓS, 2019 são exemplos), poucas são as pesquisas que se propõem a estabelecer relações entre sua produção como escritor e suas transcriações de tradutor (KAHMANN, 2019 o faz muito brevemente). Assim, e buscando suprir essa lacuna, propõe-se o seguinte trabalho comparatista com o objetivo de abordar as percepções e as relações entre tradução e criação em Sergio Faraco, sob um viés interdisciplinar, como um mosaico a ser composto a partir de fragmentos de obras críticas e literárias, originais e traduzidas, entrevistas e informações concedidas pelo autor, textos sobre ele ou por ele escritos ou traduzidos para serem publicados em jornais, bem como pesquisas anteriores, disponíveis em livros ou periódicos científicos. Nesse ínterim, discutem-se o seu papel como tradutor-garimpeiro (KAHMANN, 2019) e sua atuação para a (des)estabilização de um cânone de literatura em tradução.
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Papers by Andrea C Kahmann
interpretating are translation policies and, therefore, linguistic policies.
We consider both translations, and especially community translation,
as political acts. First, we carried out theoretical discussion on
committed approaches in translation and community translation,
linking both, followed by focusing on the Brazilian context, especially
on translation aimed at serving communities in forced displacement,
like refugees or similar groups from Spanish-speaking communities
in Brazil. This work highlights new perspectives in community
translation and the necessity to train community translators and raise
their qualifications to assist international migrants in Brazil, especially
Spanish-speaking people.
aim of proposing a reflection actively queer, this article seeks to debate the political significance of translation on a global level.
republicanos já não podem resistir aos aliados de Franco, e o próprio poeta já se encontra na prisão da qual não sairia com vida. Miguel Hernández morre aos 31 anos, vitimado pela tuberculose. Seus versos foram musicados e cantados por Victor Jara, Joan Manuel Serrat, Silvio Rodríguez e muitos outros cantautores de língua espanhola, mas são poucas as traduções de sua poesia circulantes no Brasil hoje. O presente
trabalho apresenta uma proposta de recriação de Las abarcas desiertas, publicado pela primeira vez no jornal Ayuda, em janeiro de 1937. Nesse poema, Hernández versifica a desilusão das crianças que os Reis Magos não veem, as crianças sem brinquedos e sem sapatos para deixar à janela. A recriação deste poema em português mantém a estrutura metrorrítmica de Las abarcas desiertas, mas adapta alguns aspectos culturais visando a preservar a voz infantil do poema. Os comentários sobre o processo tradutório, enfocando questões como a pulsão tradutória (a escolha do poeta e do poema a traduzir) e o delineamento de um projeto de tradução para fazer frente às dificuldades metrorrítmicas e de marcadores culturais presentes no poema conformam os aspectos principais deste trabalho, que se encerra apresentando o poema traduzido resultante desse processo.
Analisando a tradução como um fazer político e uma atitude de aproximação de diferentes povos outrora afastados por brigas territoriais, investiga-se o quanto o trabalho do tradutor pode ser o responsável pelo status de uma obra em um novo sistema literário e o quanto as estratégias tradutórias podem estar vinculadas à uma concepção estética e à fortuna crítica do autor traduzido já elaborada no sistema literário de origem.
interpretating are translation policies and, therefore, linguistic policies.
We consider both translations, and especially community translation,
as political acts. First, we carried out theoretical discussion on
committed approaches in translation and community translation,
linking both, followed by focusing on the Brazilian context, especially
on translation aimed at serving communities in forced displacement,
like refugees or similar groups from Spanish-speaking communities
in Brazil. This work highlights new perspectives in community
translation and the necessity to train community translators and raise
their qualifications to assist international migrants in Brazil, especially
Spanish-speaking people.
aim of proposing a reflection actively queer, this article seeks to debate the political significance of translation on a global level.
republicanos já não podem resistir aos aliados de Franco, e o próprio poeta já se encontra na prisão da qual não sairia com vida. Miguel Hernández morre aos 31 anos, vitimado pela tuberculose. Seus versos foram musicados e cantados por Victor Jara, Joan Manuel Serrat, Silvio Rodríguez e muitos outros cantautores de língua espanhola, mas são poucas as traduções de sua poesia circulantes no Brasil hoje. O presente
trabalho apresenta uma proposta de recriação de Las abarcas desiertas, publicado pela primeira vez no jornal Ayuda, em janeiro de 1937. Nesse poema, Hernández versifica a desilusão das crianças que os Reis Magos não veem, as crianças sem brinquedos e sem sapatos para deixar à janela. A recriação deste poema em português mantém a estrutura metrorrítmica de Las abarcas desiertas, mas adapta alguns aspectos culturais visando a preservar a voz infantil do poema. Os comentários sobre o processo tradutório, enfocando questões como a pulsão tradutória (a escolha do poeta e do poema a traduzir) e o delineamento de um projeto de tradução para fazer frente às dificuldades metrorrítmicas e de marcadores culturais presentes no poema conformam os aspectos principais deste trabalho, que se encerra apresentando o poema traduzido resultante desse processo.
Analisando a tradução como um fazer político e uma atitude de aproximação de diferentes povos outrora afastados por brigas territoriais, investiga-se o quanto o trabalho do tradutor pode ser o responsável pelo status de uma obra em um novo sistema literário e o quanto as estratégias tradutórias podem estar vinculadas à uma concepção estética e à fortuna crítica do autor traduzido já elaborada no sistema literário de origem.