Papers by Bruno Fernando da Silva
Revista de Sociologia e Política, 2019
RESUMO Introdução: Este artigo trata do financiamento de campanhas no Brasil. Embora não faltem e... more RESUMO Introdução: Este artigo trata do financiamento de campanhas no Brasil. Embora não faltem evidências de que as arrecadações de campanha estão associadas ao sucesso eleitoral, pouco se sabe sobre o quanto a intenção de voto pode afetar o montante arrecadado pelos candidatos. Nosso objetivo é investigar este fenômeno. Materiais e Métodos: A análise empírica foi realizada com dados de prestações de contas eleitorais dos 134 candidatos ao Senado Federal em 2014 e com resultados de pesquisas de intenção de voto do instituto IBOPE. Utilizamos como ferramentas de análise estatísticas descritivas e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados atestam o impacto positivo das intenções de voto aferidas nas sondagens pré-eleitorais e do apoio do governador sobre as arrecadações totais. Já ser mandatário e candidato à reeleição (incumbency) foi um fator ineficaz para a explicação de quase todas as receitas. Discussão: Em virtude da associação encontrada entre intenção de voto e financiamento eleitoral, alertamos para a necessidade de considerar a existência de endogenia na relação entre dinheiro e voto nas disputas majoritárias, visto que as variáveis são mutuamente afetadas. Além disso, sugerimos que a relação entre viabilidade do candidato e financiamento eleitoral reafirma a ideia de que os doadores agem de maneira estratégica ao definir quais candidatos devem apoiar. Nesse sentido, doadores optam por candidaturas viáveis que contam com apoios políticos relevantes e oferecem, assim, menos riscos de derrota. PALAVRAS-CHAVE: financiamento de campanhas; expectativa de vitória; pesquisas eleitorais; Senado; eleições de 2014. Recebido em 30 de Janeiro de 2018. Aprovado em 5 de Março de 2019. Aceito em 11 de Março de 2019. I. Introdução 1 O financiamento de campanhas eleitorais afeta positiva e significativa-mente o desempenho eleitoral dos candidatos em eleições brasileiras. Assim, detentores de maiores receitas e que gastam um alto volume de recursos possuem melhores chances de sucesso eleitoral. Candidatos com menos recursos, por sua vez, têm maiores dificuldades em conquistar um mandato. As afirmações acima constituem-se em algumas das principais propo-sições acerca do financiamento eleitoral na democracia brasileira. Em que pese as muitas evidências sobre o tema, há, contudo, um aspecto que deve ser considerado antes de assumir a magnitude do impacto dos recursos sobre o desempenho eleitoral: a expectativa de vitória do candidato. Mancuso (2015, p. 174) afirma: "o problema da endogeneidade (na relação entre dinheiro e voto) se coloca à medida que a expectativa de desempenho eleitoral de um candidato afeta o financiamento por ele recebido". Intuitivamente, tal afirmação parece perfeitamente razoável. Na prática, a relação entre chance de vitória e arrecadações de campanha ainda não foi suficientemente explorada no Brasil, carecendo de empiria para a sua sustentação. Entretanto, se a hipótese de que a relação se dá inicialmente entre arreca-dação de campanha e expectativa de vitória for verdadeira, isso pode ter consequências sobre o real efeito do dinheiro sobre o voto. Isto porque, como
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Patterns of electoral financing in Brazil: the incoming of candidates for deputies in 2010 and 2014
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Patterns of electoral financing in Brazil: the incoming of candidates for deputies in 2010 and 2014
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