doctor in philosophy from the university of sao paulo, adjunct professor at ufrb with researches in the area of contemporary philosophy and aesthetics
Este trabalho investiga a possibilidade de se pensar uma estética no pensamento de Bergson, na te... more Este trabalho investiga a possibilidade de se pensar uma estética no pensamento de Bergson, na tentativa de balizar qual seria o papel da arte na concepção de filosofia proposta pelo autor. Já em sua primeira obra – Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889) – encontramos uma descrição do "sentimento estético" que responde ao problema da quantificação. Nesse primeiro momento, o discurso sobre a arte (sentimento da graça e do belo) permite ao filósofo demonstrar que não se pode reduzir a diferença qualitativa que está na base desses sentimentos a uma mera quantidade numérica. Essa aproximação entre arte e filosofia torna-se mais evidente na conferência "A percepção da mudança" (1911), que reivindica à filosofia uma conversão da atenção, isto é, um alargamento da percepção que não se limite aos aspectos seletivos e utilitários. Daí a caracterização do artista como um sujeito distraído, que ao mesmo tempo revela uma visão mais direta da realidade, oculta à percepção limitada pelas necessidades práticas da ação. Nesse sentido, o próprio método de intuição poderia ser compreendido como um ato de criação.
Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (RICS), 2019
O objetivo deste artigo é mostrar como uma ideia cinematográfica pode ter ressonâncias políticas.... more O objetivo deste artigo é mostrar como uma ideia cinematográfica pode ter ressonâncias políticas. Assim, no segundo volume dos livros dedicados por Gilles Deleuze à sétima arte – A imagem-tempo: Cinema 2 (1985) – o cinema político moderno se depara com um o povo que já não existe, ou que não existe ainda: «o povo falta». Com efeito, a ideia do povo que falta remete às minorias das nações oprimidas do Terceiro Mundo, e será o brasileiro Glauber Rocha um dos primeiros a plasmar essa ideia na tela. Desse modo, o cinema abre caminhos para pensar a luta política em diálogo com a contemporaneidade, o que nos leva a problematizar o tema da violência que emerge como potência de metamorfose e emancipação em resposta ao intolerável.
RESUMO: O objetivo deste artigo é indagar de que maneira a filosofia pode ser compreendida como u... more RESUMO: O objetivo deste artigo é indagar de que maneira a filosofia pode ser compreendida como um ato de resistência. Deleuze introduz essa tese, ao aproximar a filosofia da arte, porquanto ambas são atos de criação. Nesse sentido, o método filosófico de Bergson – a intuição – já indica um tipo de atividade filosófica que se caracteriza, antes de tudo, pela criação de conceitos. Ora, como é que um conceito filosófico pode constituir um ato de resistência? Para responder a essa questão, retomamos uma análise sobre a relação entre o método de intuição e a criação artística, seguida da interpretação deleuziana acerca do que significa ter uma ideia. Contudo, a passagem da ideia ao ato de resistência exige uma transposição do plano teórico para o plano concreto. Com esse intuito, focalizamos um exemplo sugerido pela filosofia de Bergson: a ideia de um possível retorno à vida simples. Isso nos permitirá avaliar até que ponto uma ideia filosófica pode ser confrontada com a realidade no mundo atual e, nesse sentido, entendida como um ato de resistência. PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Arte. Criação. Resistência. Vida simples.
Resumo: O objetivo deste artigo é especificar uma noção de subjetividade que marca a reflexão fil... more Resumo: O objetivo deste artigo é especificar uma noção de subjetividade que marca a reflexão filosófica contemporânea e para a qual convergem as leituras de Bergson, William James e Merleau-Ponty. Para desenvolver o trabalho, definimos primeiramente o projeto filosófico de Bergson, que parte da duração psicológica (subjetividade) em direção à metafísica do elã vital, sustentado por uma teoria pragmática do conhecimento e pela aplicação rigorosa do método da intuição aos desenvolvimentos científicos da sua época, notadamente no campo da psicologia e da biologia. Essa filosofia, apesar do seu dinamismo interno, mantém uma coerência teórica ao longo de toda sua transformação, o que permite estabelecer um diálogo com duas correntes de pensamento que se desenvolveram paralelamente no início do século XX: o pragmatismo e a fenomenologia. Assim, podemos estabelecer alguns vínculos entre as leituras que fazem James e Merleau-Ponty da obra de Bergson, assinalando ao mesmo tempo algumas influências, aproximações e distanciamentos conceituais relacionados com o tema da subjetividade e com o problema da passagem entre a consciência humana e o mundo, sem reduzir uma região do ser à outra, nem operar saltos epistemológicos entre as dimensões do espírito e da natureza. Mas esse diálogo não se limita às especulações no terreno da metafísica, senão que encontra uma aplicação atual nas descobertas da neurociência, sobretudo no que diz respeito ao funcionamento do cérebro humano.
Abstract: The aim of this article is to specify a notion of subjectivity that marks the contemporary philosophical reflection and to which the readings of Bergson, William James and Merleau-Ponty converge. To develop the work, we first define Bergson's philosophical project, which starts from the psychological duration (subjectivity) towards the metaphysics of vital elan, supported by a pragmatic theory of knowledge and by the rigorous application of the method of intuition to the scientific developments of his time, notably in the field of psychology and biology. This philosophy, despite its internal dynamism, maintains a theoretical coherence throughout its transformation, which allows to establish a dialogue with two currents of thought that developed in parallel in the early twentieth century: pragmatism and phenomenology. Thus, we can establish some links between the readings by James and Merleau-Ponty of Bergson's work, pointing out at the same time some conceptual influences, approximations and distances related to the issue of subjectivity and the problem of the passage between human consciousness and world, without reducing one region from being to another, nor operating epistemological leaps between the dimensions of spirit and nature. But this dialogue is not limited to speculations in the field of metaphysics, but rather finds a current application in the discoveries of neuroscience, especially with regard to the functioning of the human brain.
El objetivo de este artículo es destacar la especificidad de la recepción deleuziana del pensamie... more El objetivo de este artículo es destacar la especificidad de la recepción deleuziana del pensamiento de Henri Bergson a propósito del concepto de imagen a partir de su desarrollo en los libros sobre cine de Gilles Deleuze: La imagen movimiento: estudios sobre cine 1 (1983) y La imagen tiempo: estudios sobre cine 2 (1985). Este análisis tiene una relevancia singular sobre los diversos planos de la experiencia: estéticos, ontológicos, políticos y pedagógicos. Se trata de mostrar de qué manera la teoría de las imágenes, propuesta por Bergson en Materia y memoria (1896), es reinterpretada por Deleuze asumiendo nuevas posiciones filosóficas, cuyo alcance excede el de la propuesta original, manteniendo, con todo, la absoluta coherencia argumentativa.
Caminos cruzados de la libertad : Spinoza, Hegel, Deleuze, 2020
Nuestro objetivo es exponer los vínculos de la percepción con los tres estados de la materia (sól... more Nuestro objetivo es exponer los vínculos de la percepción con los tres estados de la materia (sólido, líquido y gaseoso), a fin de comprender cómo esto se modula con el problema de la libertad, planteado en términos cinematográficos. Así, desde una perspectiva deleuziana, nos cruzamos con el cine soviético de la década de 1920. La tentativa documental de Dziga Vertov (El cine-ojo, 1924), en efecto, revela un tratamiento libre y original de la imagen-movimiento, que se intensifica notablemente en su película siguiente (El hombre de la cámara, 1929), donde el cineasta inventa un procedimiento que no sólo será decisivo para la historia del cine, sino que da lugar a una percepción distinta, la del ojo-cámara, un ojo no-humano a través de cual se altera la naturaleza del movimiento y en ese sentido se puede pensar diferentemente la libertad de lo real.
Introdução Tradicionalmente, o problema da decisão livre se formula como uma oposição entre a von... more Introdução Tradicionalmente, o problema da decisão livre se formula como uma oposição entre a vontade livre – o livre arbítrio, entendido como uma característica essencial do ser humano – e a determinação causal, que pretende assinalar objetivamente os motivos e as consequências em termos de causa e efeito, a fim de fornecer uma justificação racional da ação. A obra de Bergson nos oferece um amplo panorama para abordar esse problema, uma vez que nela podemos distinguir, ao menos, quatro modalidades de ação: (1) a ação livre, que permite reformular o problema da liberdade desde uma perspectiva mais temporal do que espacial, tal como se expõe no Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889); (2) a ação prática (utilidade), que pode caracterizar certo pragmatismo bergsoniano na obra Matéria e memória (1896), na qual o autor descreve aguçadamente as funções psicológicas da percepção e da memória; (3) a ação vital, que assimila o tempo ao processo evolutivo da vida através do conceito de elã vital n'A evolução criadora (1907); e por fim (4), a ação moral que, vinculando o individuo à sociedade, nos mostra como articular a decisão racional com a emoção criadora, tema do qual nos ocuparemos neste trabalho, ao examinar a relação entre ação e emoção no contexto d'As duas fontes da moral e da religião (1932), última obra de Bergson. Com efeito, não se trata ali de uma dualidade ou oposição, mas de um movimento entre ambos os pólos explicativos: de um lado, a repre-sentação no plano da idéia; de outro, a emoção, ligada a nossa vontade e nossos desejos, no plano da ação. Como se sabe, a tradição instaurava o dilema da oposição entre razão e vontade, perpetuando uma dicotomia que não permite desvencilhar-se de uma decisão que, sendo puramente racional, é por vezes incompatível com o nosso " eu profundo " , aquela re-gião mais íntima de nosso ser da qual parecem brotar as emoções mais
Este artigo examina a relação entre multiplicidade e subjetividade à luz do pensamento de Henri B... more Este artigo examina a relação entre multiplicidade e subjetividade à luz do pensamento de Henri Bergson, sobretudo nos capítulos iniciais do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889). Nessa obra, o filósofo concebe a noção de “duração” como multiplicidade qualitativa, diferente da multiplicidade quantitativa que caracteriza ao espaço. Essa diferenciação nos permitirá compreender dois aspectos da subjetividade – o “eu profundo” e o “eu superficial” – e como eles se relacionam com o problema da ação e da liberdade humana.
INTELIGENCIA Y SUPERSTICIÓN EN BERGSON: LA FUNCIÓN FABULADORA, 2012
Este artículo examina la noción de "función fabuladora" de acuerdo con la última obra de Henri Be... more Este artículo examina la noción de "función fabuladora" de acuerdo con la última obra de Henri Bergson: Las dos fuentes de la moral y de la religión (1932). Veremos que, en ese libro, el filósofo nos revela que la superstición surge como una especie de medida de precaución creada por la propia naturaleza contra los peligros que corre el ser humano, justamente por ser inteligente.
Ao longo da sua obra, Bergson estabelece uma série de oposições conceituais tais como espaço e du... more Ao longo da sua obra, Bergson estabelece uma série de oposições conceituais tais como espaço e duração, matéria e memória, inteligência e instinto. Seguindo essa linha de raciocínio, qual seria a oposição que marca o seu último livro-As duas fontes da moral e da religião? Trata-se da oposição entre a moral fechada e a moral aberta. Por isso, o objetivo deste artigo é investigar em que sentido a "emoção mística" pode proporcionar uma abertura moral capaz de operar uma "conversão da vontade" na alma humana, cujo alcance pode ser notado nas mudanças da sociedade ao longo da história. A linguagem dos místicos, com efeito, traduz em representações a emoção particular da alma que se abre e rompe com a natureza que a encerrava na sociedade fechada. Essa ruptura moral, portanto, pode ser entendida como um desdobramento da tese segundo a qual toda moral é de essência biológica: de um lado, a moral de pressão, que mantém a coesão social à maneira do instinto nas sociedades de insetos; de outro, a moral de aspiração, entendida como um contato místico, isto é, uma coincidência com o impulso vital.
O objetivo deste texto é fazer uma apresentação do budismo, destacando alguns aspectos históricos... more O objetivo deste texto é fazer uma apresentação do budismo, destacando alguns aspectos históricos e filosóficos a fim de compreender de que maneira esta religião, muitas vezes referida como filosofia de vida ou prática da fé, está relacionada com a nossa vida no mundo contemporâneo, na medida em que seus ensinamentos e práticas podem ser incorporados pelo indivíduo ao seu dia a dia na busca pela iluminação. Devemos destacar que não há propriamente um budismo (em singular), mas diversos budismos (no plural), isto é, diversas correntes que surgem no decorrer do seu desenvolvimento histórico como expressão do seu dinamismo, que se expande inicialmente nos diferentes países da Ásia, chegando recentemente aos países ocidentais. Portanto, essas diversas correntes e escolas budistas se apresentam em condições particulares em múltiplos contextos culturais, o que permite conjugar os traços comuns de sua doutrina com a versatilidade de sua aplicação prática.
Este artigo examina algumas considerações filosóficas sobre a origem e o conceito de vida com bas... more Este artigo examina algumas considerações filosóficas sobre a origem e o conceito de vida com base na obra A evolução criadora (1907), de Henri Bergson. Nosso objetivo é avaliar as diferentes perspectivas científicas sobre a teoria da evolução, assinalando de que maneira o esforço da ciência poderia convergir em uma ideia mais abrangente e filosófica do processo evolutivo. Com efeito, a biologia evolucionista – de Darwin e Eimer – procura explicar a variação das espécies, aplicando o modelo da causalidade ao conceito de adaptação, mas isso levanta um problema, a saber: como é possível que duas espécies diferentes desenvolvam órgãos semelhantes, se as variações acidentais são atribuídas ao acaso (seleção natural) e as variações dirigidas subvertem a noção de causalidade? A perspectiva do neolamarckismo, ao discutir a questão da transmissão hereditária, completa o quadro teórico que permitirá a Bergson desenvolver a hipótese do elã vital, isto é, um impulso inerente ao processo vital que é a causa profunda das variações.
A filosofia orientada é um livro escrito por orientandos e orientadores que antes de apontar uma ... more A filosofia orientada é um livro escrito por orientandos e orientadores que antes de apontar uma direção filosófica, precisam exercitar-se no pensamento sem se deixar seduzir pelas luzes ofuscantes que convidam a evadir-se dele. Pensar é uma atividade natural do ser humano, no entanto, o pensar filosófico se insere em uma longa tradição, por vezes tenebrosa e obscura, contra a qual é preciso lutar, insurgir-se, debater, reconhecendo a própria ignorância como ponto de partida e apostando na potência da curiosidade amparada no estudo e na intuição. Como quem chega por primeira vez ao banquete do conhecimento, o leitor poderá percorrer, junto com esses incansáveis aprendizes, as diversas linhas de pesquisa que conectam os túneis subterrâneos da filosofia com os temas do nosso presente: alteridade, amor, angústia, ciência, cinema, conhecimento, cultura, comunicação, dualismo, escola, espírito, fenomenologia, liberdade, matéria, memória, música, opinião, poder, retorica, semiótica, sexualidade, subjetividade, tempo, violência, virtude. O resultado dessa experiência coletiva ninguém pode prever, mas a alegria de compartir o pensamento está servida.
Este libro es un ensayo sobre el pensamiento de Deleuze. Por un lado, eso quiere decir que aquí s... more Este libro es un ensayo sobre el pensamiento de Deleuze. Por un lado, eso quiere decir que aquí seguimos un camino libremente trazado, de carácter introductorio, en medio a la multiplicidad de su obra, pero que exige de ante mano un recorte del tema. Como el título del libro lo sugiere, al proponer como punto de partida el tema de la imagen, nos embreñamos inmediatamente en un laberinto de problemas filosóficos cuyos despliegues fueron dando lugar a nuevas trayectorias en el intento de definir el estatuto y el alcance de este concepto, tan volátil y versátil como la luminosidad de una proyección cinematográfica, que desparrama toda su realidad concentrada al chocarse con una pantalla. Por otro lado, este libro es resultado de una investigación científica (posdoctorado), lo que circunscribe su contenido a una rigurosa aplicación de métodos según criterios que nos permitieron construir el laberinto deleuziano de la imagen, siguiendo la huella de algunas intuiciones borgeanas: “un laberinto tan perplejo y sutil que los varones más prudentes no se aventuraban a entrar y los que entraban se perdían”.
O presente livro O ensino de filosofia entre nós, organizado por Emanoel Luís Roque Soares, Pablo... more O presente livro O ensino de filosofia entre nós, organizado por Emanoel Luís Roque Soares, Pablo Enrique Abraham Zunino e Ricardo Henrique Resende de Andrade, reúne oito capítulos com a colaboração de outros seis professores/pesquisadores(as) Cícero Oliveira, Daniel Rodrigues Ramos, Geovana da Paz Monteiro, José João Neves Barbosa Vicente, José Gerardo Vasconcelos e Tânia Gorayeb Sucupira. O "entre nós" é a chave de leitura do livro que abre os seus horizontes para a heterogênese de modos próprios de fazer filosofia como ensino de filosofia, desde o lugar de cada filósofo/filósofa em seu florescimento único conjuntural, circunstancial. Também enfatiza o "local" como o lugar da práxis em desenvolvimento por meio de cursos de formação de filosofia para o seu ensino. Forma-se aí um círculo de amizade filosófica localizado na cidade de Amargosa no Recôncavo Baiano, uma província geopoliticamente, mas o mundo em sua concretude relemática. Sim, também porque hoje os limites geográficos de uma província podem se tornar o mundo pela conectividade de tudo à disposição dos que podem acessar a web 2.0. Afinal, entre amigos se faz filosofia e não há outro modo prático do filosofar senão entre amigos e amigas do saber-querer-ser. E na ciranda dos amigos reunidos se oferece um banquete com iguarias variadas, todas vívidas na conjunção afetiva que a todos uniu e que constitui a irradiação vital de cada um em sua práxis filosófica (PREFÁCIO - Dante Augusto Galeffi)
O gesto metafísico de Bergson devolve toda a mobilidade à ação quando revela a 'atividade vital' ... more O gesto metafísico de Bergson devolve toda a mobilidade à ação quando revela a 'atividade vital' como uma realidade que se faz através daquela que se desfaz. Assim, o fio condutor desta investigação - o conceito de 'ação' - desemboca necessariamente na ideia de 'criação', examinada à luz da relação entre liberdade, materialidade e movimento. Com efeito, se se pensa em coisas criadas ou em alguma coisa que cria, seguindo o impulso natural da inteligência, se é conduzido à ilusão da ação prática, que mostra o devir (o tempo) por perfis, fragmentando em coisas aquilo que é pura mudança. Com Bergson, portanto, pode se aprender a pensar metafisicamente na ação - 'não há coisas, há apenas ações'. Essas palavras, que o leitor poderá encontrar logo na epígrafe deste livro, sintetizam a interpretação proposta.
Este trabalho investiga a possibilidade de se pensar uma estética no pensamento de Bergson, na te... more Este trabalho investiga a possibilidade de se pensar uma estética no pensamento de Bergson, na tentativa de balizar qual seria o papel da arte na concepção de filosofia proposta pelo autor. Já em sua primeira obra – Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889) – encontramos uma descrição do "sentimento estético" que responde ao problema da quantificação. Nesse primeiro momento, o discurso sobre a arte (sentimento da graça e do belo) permite ao filósofo demonstrar que não se pode reduzir a diferença qualitativa que está na base desses sentimentos a uma mera quantidade numérica. Essa aproximação entre arte e filosofia torna-se mais evidente na conferência "A percepção da mudança" (1911), que reivindica à filosofia uma conversão da atenção, isto é, um alargamento da percepção que não se limite aos aspectos seletivos e utilitários. Daí a caracterização do artista como um sujeito distraído, que ao mesmo tempo revela uma visão mais direta da realidade, oculta à percepção limitada pelas necessidades práticas da ação. Nesse sentido, o próprio método de intuição poderia ser compreendido como um ato de criação.
Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (RICS), 2019
O objetivo deste artigo é mostrar como uma ideia cinematográfica pode ter ressonâncias políticas.... more O objetivo deste artigo é mostrar como uma ideia cinematográfica pode ter ressonâncias políticas. Assim, no segundo volume dos livros dedicados por Gilles Deleuze à sétima arte – A imagem-tempo: Cinema 2 (1985) – o cinema político moderno se depara com um o povo que já não existe, ou que não existe ainda: «o povo falta». Com efeito, a ideia do povo que falta remete às minorias das nações oprimidas do Terceiro Mundo, e será o brasileiro Glauber Rocha um dos primeiros a plasmar essa ideia na tela. Desse modo, o cinema abre caminhos para pensar a luta política em diálogo com a contemporaneidade, o que nos leva a problematizar o tema da violência que emerge como potência de metamorfose e emancipação em resposta ao intolerável.
RESUMO: O objetivo deste artigo é indagar de que maneira a filosofia pode ser compreendida como u... more RESUMO: O objetivo deste artigo é indagar de que maneira a filosofia pode ser compreendida como um ato de resistência. Deleuze introduz essa tese, ao aproximar a filosofia da arte, porquanto ambas são atos de criação. Nesse sentido, o método filosófico de Bergson – a intuição – já indica um tipo de atividade filosófica que se caracteriza, antes de tudo, pela criação de conceitos. Ora, como é que um conceito filosófico pode constituir um ato de resistência? Para responder a essa questão, retomamos uma análise sobre a relação entre o método de intuição e a criação artística, seguida da interpretação deleuziana acerca do que significa ter uma ideia. Contudo, a passagem da ideia ao ato de resistência exige uma transposição do plano teórico para o plano concreto. Com esse intuito, focalizamos um exemplo sugerido pela filosofia de Bergson: a ideia de um possível retorno à vida simples. Isso nos permitirá avaliar até que ponto uma ideia filosófica pode ser confrontada com a realidade no mundo atual e, nesse sentido, entendida como um ato de resistência. PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Arte. Criação. Resistência. Vida simples.
Resumo: O objetivo deste artigo é especificar uma noção de subjetividade que marca a reflexão fil... more Resumo: O objetivo deste artigo é especificar uma noção de subjetividade que marca a reflexão filosófica contemporânea e para a qual convergem as leituras de Bergson, William James e Merleau-Ponty. Para desenvolver o trabalho, definimos primeiramente o projeto filosófico de Bergson, que parte da duração psicológica (subjetividade) em direção à metafísica do elã vital, sustentado por uma teoria pragmática do conhecimento e pela aplicação rigorosa do método da intuição aos desenvolvimentos científicos da sua época, notadamente no campo da psicologia e da biologia. Essa filosofia, apesar do seu dinamismo interno, mantém uma coerência teórica ao longo de toda sua transformação, o que permite estabelecer um diálogo com duas correntes de pensamento que se desenvolveram paralelamente no início do século XX: o pragmatismo e a fenomenologia. Assim, podemos estabelecer alguns vínculos entre as leituras que fazem James e Merleau-Ponty da obra de Bergson, assinalando ao mesmo tempo algumas influências, aproximações e distanciamentos conceituais relacionados com o tema da subjetividade e com o problema da passagem entre a consciência humana e o mundo, sem reduzir uma região do ser à outra, nem operar saltos epistemológicos entre as dimensões do espírito e da natureza. Mas esse diálogo não se limita às especulações no terreno da metafísica, senão que encontra uma aplicação atual nas descobertas da neurociência, sobretudo no que diz respeito ao funcionamento do cérebro humano.
Abstract: The aim of this article is to specify a notion of subjectivity that marks the contemporary philosophical reflection and to which the readings of Bergson, William James and Merleau-Ponty converge. To develop the work, we first define Bergson's philosophical project, which starts from the psychological duration (subjectivity) towards the metaphysics of vital elan, supported by a pragmatic theory of knowledge and by the rigorous application of the method of intuition to the scientific developments of his time, notably in the field of psychology and biology. This philosophy, despite its internal dynamism, maintains a theoretical coherence throughout its transformation, which allows to establish a dialogue with two currents of thought that developed in parallel in the early twentieth century: pragmatism and phenomenology. Thus, we can establish some links between the readings by James and Merleau-Ponty of Bergson's work, pointing out at the same time some conceptual influences, approximations and distances related to the issue of subjectivity and the problem of the passage between human consciousness and world, without reducing one region from being to another, nor operating epistemological leaps between the dimensions of spirit and nature. But this dialogue is not limited to speculations in the field of metaphysics, but rather finds a current application in the discoveries of neuroscience, especially with regard to the functioning of the human brain.
El objetivo de este artículo es destacar la especificidad de la recepción deleuziana del pensamie... more El objetivo de este artículo es destacar la especificidad de la recepción deleuziana del pensamiento de Henri Bergson a propósito del concepto de imagen a partir de su desarrollo en los libros sobre cine de Gilles Deleuze: La imagen movimiento: estudios sobre cine 1 (1983) y La imagen tiempo: estudios sobre cine 2 (1985). Este análisis tiene una relevancia singular sobre los diversos planos de la experiencia: estéticos, ontológicos, políticos y pedagógicos. Se trata de mostrar de qué manera la teoría de las imágenes, propuesta por Bergson en Materia y memoria (1896), es reinterpretada por Deleuze asumiendo nuevas posiciones filosóficas, cuyo alcance excede el de la propuesta original, manteniendo, con todo, la absoluta coherencia argumentativa.
Caminos cruzados de la libertad : Spinoza, Hegel, Deleuze, 2020
Nuestro objetivo es exponer los vínculos de la percepción con los tres estados de la materia (sól... more Nuestro objetivo es exponer los vínculos de la percepción con los tres estados de la materia (sólido, líquido y gaseoso), a fin de comprender cómo esto se modula con el problema de la libertad, planteado en términos cinematográficos. Así, desde una perspectiva deleuziana, nos cruzamos con el cine soviético de la década de 1920. La tentativa documental de Dziga Vertov (El cine-ojo, 1924), en efecto, revela un tratamiento libre y original de la imagen-movimiento, que se intensifica notablemente en su película siguiente (El hombre de la cámara, 1929), donde el cineasta inventa un procedimiento que no sólo será decisivo para la historia del cine, sino que da lugar a una percepción distinta, la del ojo-cámara, un ojo no-humano a través de cual se altera la naturaleza del movimiento y en ese sentido se puede pensar diferentemente la libertad de lo real.
Introdução Tradicionalmente, o problema da decisão livre se formula como uma oposição entre a von... more Introdução Tradicionalmente, o problema da decisão livre se formula como uma oposição entre a vontade livre – o livre arbítrio, entendido como uma característica essencial do ser humano – e a determinação causal, que pretende assinalar objetivamente os motivos e as consequências em termos de causa e efeito, a fim de fornecer uma justificação racional da ação. A obra de Bergson nos oferece um amplo panorama para abordar esse problema, uma vez que nela podemos distinguir, ao menos, quatro modalidades de ação: (1) a ação livre, que permite reformular o problema da liberdade desde uma perspectiva mais temporal do que espacial, tal como se expõe no Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889); (2) a ação prática (utilidade), que pode caracterizar certo pragmatismo bergsoniano na obra Matéria e memória (1896), na qual o autor descreve aguçadamente as funções psicológicas da percepção e da memória; (3) a ação vital, que assimila o tempo ao processo evolutivo da vida através do conceito de elã vital n'A evolução criadora (1907); e por fim (4), a ação moral que, vinculando o individuo à sociedade, nos mostra como articular a decisão racional com a emoção criadora, tema do qual nos ocuparemos neste trabalho, ao examinar a relação entre ação e emoção no contexto d'As duas fontes da moral e da religião (1932), última obra de Bergson. Com efeito, não se trata ali de uma dualidade ou oposição, mas de um movimento entre ambos os pólos explicativos: de um lado, a repre-sentação no plano da idéia; de outro, a emoção, ligada a nossa vontade e nossos desejos, no plano da ação. Como se sabe, a tradição instaurava o dilema da oposição entre razão e vontade, perpetuando uma dicotomia que não permite desvencilhar-se de uma decisão que, sendo puramente racional, é por vezes incompatível com o nosso " eu profundo " , aquela re-gião mais íntima de nosso ser da qual parecem brotar as emoções mais
Este artigo examina a relação entre multiplicidade e subjetividade à luz do pensamento de Henri B... more Este artigo examina a relação entre multiplicidade e subjetividade à luz do pensamento de Henri Bergson, sobretudo nos capítulos iniciais do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889). Nessa obra, o filósofo concebe a noção de “duração” como multiplicidade qualitativa, diferente da multiplicidade quantitativa que caracteriza ao espaço. Essa diferenciação nos permitirá compreender dois aspectos da subjetividade – o “eu profundo” e o “eu superficial” – e como eles se relacionam com o problema da ação e da liberdade humana.
INTELIGENCIA Y SUPERSTICIÓN EN BERGSON: LA FUNCIÓN FABULADORA, 2012
Este artículo examina la noción de "función fabuladora" de acuerdo con la última obra de Henri Be... more Este artículo examina la noción de "función fabuladora" de acuerdo con la última obra de Henri Bergson: Las dos fuentes de la moral y de la religión (1932). Veremos que, en ese libro, el filósofo nos revela que la superstición surge como una especie de medida de precaución creada por la propia naturaleza contra los peligros que corre el ser humano, justamente por ser inteligente.
Ao longo da sua obra, Bergson estabelece uma série de oposições conceituais tais como espaço e du... more Ao longo da sua obra, Bergson estabelece uma série de oposições conceituais tais como espaço e duração, matéria e memória, inteligência e instinto. Seguindo essa linha de raciocínio, qual seria a oposição que marca o seu último livro-As duas fontes da moral e da religião? Trata-se da oposição entre a moral fechada e a moral aberta. Por isso, o objetivo deste artigo é investigar em que sentido a "emoção mística" pode proporcionar uma abertura moral capaz de operar uma "conversão da vontade" na alma humana, cujo alcance pode ser notado nas mudanças da sociedade ao longo da história. A linguagem dos místicos, com efeito, traduz em representações a emoção particular da alma que se abre e rompe com a natureza que a encerrava na sociedade fechada. Essa ruptura moral, portanto, pode ser entendida como um desdobramento da tese segundo a qual toda moral é de essência biológica: de um lado, a moral de pressão, que mantém a coesão social à maneira do instinto nas sociedades de insetos; de outro, a moral de aspiração, entendida como um contato místico, isto é, uma coincidência com o impulso vital.
O objetivo deste texto é fazer uma apresentação do budismo, destacando alguns aspectos históricos... more O objetivo deste texto é fazer uma apresentação do budismo, destacando alguns aspectos históricos e filosóficos a fim de compreender de que maneira esta religião, muitas vezes referida como filosofia de vida ou prática da fé, está relacionada com a nossa vida no mundo contemporâneo, na medida em que seus ensinamentos e práticas podem ser incorporados pelo indivíduo ao seu dia a dia na busca pela iluminação. Devemos destacar que não há propriamente um budismo (em singular), mas diversos budismos (no plural), isto é, diversas correntes que surgem no decorrer do seu desenvolvimento histórico como expressão do seu dinamismo, que se expande inicialmente nos diferentes países da Ásia, chegando recentemente aos países ocidentais. Portanto, essas diversas correntes e escolas budistas se apresentam em condições particulares em múltiplos contextos culturais, o que permite conjugar os traços comuns de sua doutrina com a versatilidade de sua aplicação prática.
Este artigo examina algumas considerações filosóficas sobre a origem e o conceito de vida com bas... more Este artigo examina algumas considerações filosóficas sobre a origem e o conceito de vida com base na obra A evolução criadora (1907), de Henri Bergson. Nosso objetivo é avaliar as diferentes perspectivas científicas sobre a teoria da evolução, assinalando de que maneira o esforço da ciência poderia convergir em uma ideia mais abrangente e filosófica do processo evolutivo. Com efeito, a biologia evolucionista – de Darwin e Eimer – procura explicar a variação das espécies, aplicando o modelo da causalidade ao conceito de adaptação, mas isso levanta um problema, a saber: como é possível que duas espécies diferentes desenvolvam órgãos semelhantes, se as variações acidentais são atribuídas ao acaso (seleção natural) e as variações dirigidas subvertem a noção de causalidade? A perspectiva do neolamarckismo, ao discutir a questão da transmissão hereditária, completa o quadro teórico que permitirá a Bergson desenvolver a hipótese do elã vital, isto é, um impulso inerente ao processo vital que é a causa profunda das variações.
A filosofia orientada é um livro escrito por orientandos e orientadores que antes de apontar uma ... more A filosofia orientada é um livro escrito por orientandos e orientadores que antes de apontar uma direção filosófica, precisam exercitar-se no pensamento sem se deixar seduzir pelas luzes ofuscantes que convidam a evadir-se dele. Pensar é uma atividade natural do ser humano, no entanto, o pensar filosófico se insere em uma longa tradição, por vezes tenebrosa e obscura, contra a qual é preciso lutar, insurgir-se, debater, reconhecendo a própria ignorância como ponto de partida e apostando na potência da curiosidade amparada no estudo e na intuição. Como quem chega por primeira vez ao banquete do conhecimento, o leitor poderá percorrer, junto com esses incansáveis aprendizes, as diversas linhas de pesquisa que conectam os túneis subterrâneos da filosofia com os temas do nosso presente: alteridade, amor, angústia, ciência, cinema, conhecimento, cultura, comunicação, dualismo, escola, espírito, fenomenologia, liberdade, matéria, memória, música, opinião, poder, retorica, semiótica, sexualidade, subjetividade, tempo, violência, virtude. O resultado dessa experiência coletiva ninguém pode prever, mas a alegria de compartir o pensamento está servida.
Este libro es un ensayo sobre el pensamiento de Deleuze. Por un lado, eso quiere decir que aquí s... more Este libro es un ensayo sobre el pensamiento de Deleuze. Por un lado, eso quiere decir que aquí seguimos un camino libremente trazado, de carácter introductorio, en medio a la multiplicidad de su obra, pero que exige de ante mano un recorte del tema. Como el título del libro lo sugiere, al proponer como punto de partida el tema de la imagen, nos embreñamos inmediatamente en un laberinto de problemas filosóficos cuyos despliegues fueron dando lugar a nuevas trayectorias en el intento de definir el estatuto y el alcance de este concepto, tan volátil y versátil como la luminosidad de una proyección cinematográfica, que desparrama toda su realidad concentrada al chocarse con una pantalla. Por otro lado, este libro es resultado de una investigación científica (posdoctorado), lo que circunscribe su contenido a una rigurosa aplicación de métodos según criterios que nos permitieron construir el laberinto deleuziano de la imagen, siguiendo la huella de algunas intuiciones borgeanas: “un laberinto tan perplejo y sutil que los varones más prudentes no se aventuraban a entrar y los que entraban se perdían”.
O presente livro O ensino de filosofia entre nós, organizado por Emanoel Luís Roque Soares, Pablo... more O presente livro O ensino de filosofia entre nós, organizado por Emanoel Luís Roque Soares, Pablo Enrique Abraham Zunino e Ricardo Henrique Resende de Andrade, reúne oito capítulos com a colaboração de outros seis professores/pesquisadores(as) Cícero Oliveira, Daniel Rodrigues Ramos, Geovana da Paz Monteiro, José João Neves Barbosa Vicente, José Gerardo Vasconcelos e Tânia Gorayeb Sucupira. O "entre nós" é a chave de leitura do livro que abre os seus horizontes para a heterogênese de modos próprios de fazer filosofia como ensino de filosofia, desde o lugar de cada filósofo/filósofa em seu florescimento único conjuntural, circunstancial. Também enfatiza o "local" como o lugar da práxis em desenvolvimento por meio de cursos de formação de filosofia para o seu ensino. Forma-se aí um círculo de amizade filosófica localizado na cidade de Amargosa no Recôncavo Baiano, uma província geopoliticamente, mas o mundo em sua concretude relemática. Sim, também porque hoje os limites geográficos de uma província podem se tornar o mundo pela conectividade de tudo à disposição dos que podem acessar a web 2.0. Afinal, entre amigos se faz filosofia e não há outro modo prático do filosofar senão entre amigos e amigas do saber-querer-ser. E na ciranda dos amigos reunidos se oferece um banquete com iguarias variadas, todas vívidas na conjunção afetiva que a todos uniu e que constitui a irradiação vital de cada um em sua práxis filosófica (PREFÁCIO - Dante Augusto Galeffi)
O gesto metafísico de Bergson devolve toda a mobilidade à ação quando revela a 'atividade vital' ... more O gesto metafísico de Bergson devolve toda a mobilidade à ação quando revela a 'atividade vital' como uma realidade que se faz através daquela que se desfaz. Assim, o fio condutor desta investigação - o conceito de 'ação' - desemboca necessariamente na ideia de 'criação', examinada à luz da relação entre liberdade, materialidade e movimento. Com efeito, se se pensa em coisas criadas ou em alguma coisa que cria, seguindo o impulso natural da inteligência, se é conduzido à ilusão da ação prática, que mostra o devir (o tempo) por perfis, fragmentando em coisas aquilo que é pura mudança. Com Bergson, portanto, pode se aprender a pensar metafisicamente na ação - 'não há coisas, há apenas ações'. Essas palavras, que o leitor poderá encontrar logo na epígrafe deste livro, sintetizam a interpretação proposta.
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PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Arte. Criação. Resistência. Vida simples.
Abstract: The aim of this article is to specify a notion of subjectivity that marks the contemporary philosophical reflection and to which the readings of Bergson, William James and Merleau-Ponty converge. To develop the work, we first define Bergson's philosophical project, which starts from the psychological duration (subjectivity) towards the metaphysics of vital elan, supported by a pragmatic theory of knowledge and by the rigorous application of the method of intuition to the scientific developments of his time, notably in the field of psychology and biology. This philosophy, despite its internal dynamism, maintains a theoretical coherence throughout its transformation, which allows to establish a dialogue with two currents of thought that developed in parallel in the early twentieth century: pragmatism and phenomenology. Thus, we can establish some links between the readings by James and Merleau-Ponty of Bergson's work, pointing out at the same time some conceptual influences, approximations and distances related to the issue of subjectivity and the problem of the passage between human consciousness and world, without reducing one region from being to another, nor operating epistemological leaps between the dimensions of spirit and nature. But this dialogue is not limited to speculations in the field of metaphysics, but rather finds a current application in the discoveries of neuroscience, especially with regard to the functioning of the human brain.
Essa diferenciação nos permitirá compreender dois aspectos da subjetividade – o “eu profundo” e o “eu superficial” – e como eles se relacionam com o problema da ação e da liberdade humana.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Arte. Criação. Resistência. Vida simples.
Abstract: The aim of this article is to specify a notion of subjectivity that marks the contemporary philosophical reflection and to which the readings of Bergson, William James and Merleau-Ponty converge. To develop the work, we first define Bergson's philosophical project, which starts from the psychological duration (subjectivity) towards the metaphysics of vital elan, supported by a pragmatic theory of knowledge and by the rigorous application of the method of intuition to the scientific developments of his time, notably in the field of psychology and biology. This philosophy, despite its internal dynamism, maintains a theoretical coherence throughout its transformation, which allows to establish a dialogue with two currents of thought that developed in parallel in the early twentieth century: pragmatism and phenomenology. Thus, we can establish some links between the readings by James and Merleau-Ponty of Bergson's work, pointing out at the same time some conceptual influences, approximations and distances related to the issue of subjectivity and the problem of the passage between human consciousness and world, without reducing one region from being to another, nor operating epistemological leaps between the dimensions of spirit and nature. But this dialogue is not limited to speculations in the field of metaphysics, but rather finds a current application in the discoveries of neuroscience, especially with regard to the functioning of the human brain.
Essa diferenciação nos permitirá compreender dois aspectos da subjetividade – o “eu profundo” e o “eu superficial” – e como eles se relacionam com o problema da ação e da liberdade humana.