v. 46: Edição Especial Filosofia Autoral Brasileira - Tomo 2, 2023
Victor Machado Barcellos 3 Resumo: Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1-o know-how não... more Victor Machado Barcellos 3 Resumo: Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1-o know-how não é uma forma de saber prático destituído de sentido proposicional; 2-a relação entre cada percepção e o corpo próprio é metafisicamente contingente (os organismos e corpos podem variar, como podem inclusive variar os espaços que ocupam em uma mesma experiência), 3-cabe ao cérebro configurar ou moldar um corpo físico (Körper) em um corpo vivo (Leib) e não o inverso; 4-o externismo fenomenal de base enativista, mesmo na sua forma branda, é empiricamente implausível: a correlação entre o caráter consciente da experiência sensorial com padrões neuronais espaço-temporais é muito mais sistemática e regular do que a correlação com qualquer coisa fora do cérebro. Mas sua forma radical é inteiramente implausível: duplicatas fenomenais não são necessariamente duplicatas de agência; em suma, 5-somos o nosso próprio cérebro que possui um corpo, avatares e artefatos, devidamente configurados e moldados pelo cérebro, e não um corpo que possui um cérebro, dentre outros órgãos.
This essay aims to expose the metaphysical underpinnings of enactivism. While enactivism relies h... more This essay aims to expose the metaphysical underpinnings of enactivism. While enactivism relies heavily on rejecting the traditional mind-body problem by excluding the familiar thought experiments that favor phenomenal dualism, the crucial point that is overlooked is instead the brain-body problem, specifically the crucial interaction between the brain and the bodily limbs in their embodied activities of perception and cognition. If enactivism is correct, differences in sensory experience necessarily entail differences in embodied activity-this is the metaphysical core of enactivism, which we think is entirely wrong. We will argue that a physical or biological body ("Körper") is configured or shaped into a perceptually living body ("Leib") by brain patterns and not by embodied activity or by the so-called sensorimotor contingencies. Undoubtedly, embodied actions influence sensory perception. However, since variations in embodied actions do not necessarily lead to variations in sensory experience, they are not metaphysically constitutive of these experiences (supervenience claim).
Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1- o know-how não é uma forma de saber prático dest... more Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1- o know-how não é uma forma de saber prático destituído de sentido proposicional; 2- a relação entre cada percepção e o corpo próprio é metafisicamente contingente (os organismos e corpos podem variar, como podem inclusive variar os espaços que ocupam em uma mesma experiência), 3- cabe ao cérebro configurar ou moldar um corpo físico (Körper) em um corpo vivo (Leib) e não o inverso; 4- o externismo fenomenal de base enativista, mesmo na sua forma branda, é empiricamente implausível: a correlação entre o caráter consciente da experiência sensorial com padrões neuronais espaço-temporais é muito mais sistemática e regular do que a correlação com qualquer coisa fora do cérebro. Mas sua forma radical é inteiramente implausível: duplicatas fenomenais não são necessariamente duplicatas de agência; em suma, 5- somos o nosso próprio cérebro que possui um corpo, avatares e artefatos, devidamente configurados e moldados pelo cérebro, e não um corpo que possui um cérebro, dentre outros órgãos.
Resumo: O objetivo deste artigo é avaliar o naturalismo biológico à luz do debate adaptacionista.... more Resumo: O objetivo deste artigo é avaliar o naturalismo biológico à luz do debate adaptacionista. Como é notório, Searle busca fundamentar explicitamente a sua teoria da mente nas ciências biológicas. Entretanto, a biologia evolutiva recebe pouco destaque no interior de sua obra, o que resulta em importantes confusões teóricas quanto ao adaptacionismo. Neste artigo, defenderemos duas teses no que concerne ao tratamento de Searle da consciência no contexto do debate adaptacionista. Primeiro, a crítica de Searle ao adaptacionismo se aplica tão somente à sua versão ingênua, não tocando nenhuma das suas versões mais sofisticadas, especialmente o adaptacionismo empírico. Segundo, a despeito da sua crítica, Searle acaba por endossar o adaptacionismo empírico quanto à consciência. Todavia, a fundamentação empírica de Searle para sua tese do poder discriminatório como a vantagem evolutiva da consciência enfrenta um sério problema de generalização para animais não humanos. Palavras-chave: John Searle; Consciência; Naturalismo biológico; Adaptacionismo; Biologia evolutiva.
Abstract: The goal of this paper is to assess biological naturalism in light of the adaptationist debate. Searle is famous for explicitly pursuing a biological foundation for his theory of consciousness. However, evolutionary biology receives little attention in his work, which results in crucial theoretical confusions over adaptationism. In this paper, we will propose two theses concerning Searle's approach to consciousness in the context of the adaptationist debate. First, Searle's attack on adaptationism only applies to its naive version, failing to touch any of the more sophisticated versions of adaptationism, especially the empirical one. Second, despite his attack, in the end Searle embraces empirical adaptationism about consciousness. Howsoever, Searle's empirical foundation for his thesis that the evolutionary advantage of consciousness lies in a greater power of discrimination faces a serious problem of generalization regarding non-human animals.
Os debates sobre a existência da consciência em animais não humanos vêm ganhando cada vez mais de... more Os debates sobre a existência da consciência em animais não humanos vêm ganhando cada vez mais destaque nos círculos científicos e filosóficos ao redor do mundo. Um importante empecilho que a área atualmente enfrenta diz respeito à construção de um método confiável capaz de identificar se um determinado animal não humano possui estados mentais conscientes. A literatura nomeia essa questão de “o problema da mensuração da consciência animal”. A presente dissertação possui como objetivo analisar e responder esse problema através da combinação entre o uso de evidências empíricas e de ferramentas filosóficas. Dito isso, existem inúmeras formas de respondê-lo. Ao longo do texto, analisarei algumas das que são consideradas mais relevantes na discussão atual. Uma delas é a concepção cética de que não há questão de fato sobre os animais não humanos serem ou não conscientes. Em contraste, as abordagens neutras e newtonianas buscam se esquivar de compromissos metafísicos e teóricos para atribuir consciência aos animais. Ao final da dissertação defenderei a chamada “abordagem teórica leve”, posição originalmente proposta pelo filósofo Jonathan Birch. Buscarei mostrar que ela é atualmente a hipótese empiricamente mais adequada e filosoficamente plausível dentre as disponíveis na literatura.
Escritos de Filosofia VI: Linguagem e Cognição, 2024
Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e... more Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e deliberadamente a si mesmo, a tradição fenomenológica, de Husserl a Heidegger e Sartre, postula uma forma de autoconsciência intransitiva pré-reflexiva primitiva. Infelizmente, essa autoconsciência intransitiva pré-reflexiva é sempre caracterizada negativamente: não reflexiva, não cognitiva, não transitiva, não objetiva, etc. Schear (2009, p. 14) observa que, como resultado, quando buscamos uma descrição ou caracterização positiva do suposto fenômeno, ficamos com frases ambíguas e pouco claras, como "presença sutil de fundo" (ZAHAVI, 2005, p. 124).
Resenha do Livro "Consciousness Desmystified" de Todd E. Feinberg e Jon M. Mallatt, publicado pel... more Resenha do Livro "Consciousness Desmystified" de Todd E. Feinberg e Jon M. Mallatt, publicado pela MIT Press.
o sexto volume da série de livros Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição, 2023
Resumo: Usando a teoria adverbial da percepção como modelo, o objetivo é fornecer uma explicação ... more Resumo: Usando a teoria adverbial da percepção como modelo, o objetivo é fornecer uma explicação positiva para a autoconsciência intransitiva pré-reflexiva. A autoconsciência intransitiva é a maneira em primeira pessoa de entreter o conteúdo impessoal da própria experiência. Nossa tese central é que a caracterização adverbial em primeira-pessoa funciona como um operador frasal que fixa o próprio sujeito como parte da circunstância em relação à qual o conteúdo impessoal da sua experiência deve ser avaliado. Palavras-chave: Autoconsciência; Autorreferência Cognitiva; Autoconsciência Intransitiva. Introdução Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e deliberadamente a si mesmo, a tradição fenomenológica, de Husserl a
The first claim of this article is that despite its numerous variants and ambiguities, enactivism... more The first claim of this article is that despite its numerous variants and ambiguities, enactivism in the philosophy of cognition and perception contains at least two central metaphysical theses. The first is the tacit claim that differences in perception and cognition necessarily entail differences in embodied activity (the claim that perceptions and cognition supervene on or are contingent on embodied activity). The second is that embodied activity (e.g., the "governing laws of sensorimotor contingency") shapes neural patterns rather than vice versa. Our goal is to undermine both claims. Enactivism feeds on a straw figure: the "disembodied brain." Since a disembodied brain is incapable of cognition or perception, the compelling assumption is that cognition and perception result from embodied activities, and, most importantly, the brain must be seen as only one organ among several others (e.g., your eyes play the same constitutive role in visual perception as your visual cortexes). Even acknowledging that no perception or cognition would be possible in a disembodied brain without interaction with the external world, we argue that bodily limbs-and even the entire body-are not metaphysically constitutive of cognition and perception (they are replaceable) as are our brain patterns. The electricity of the brain plays a crucial role in perception and cognition because, without electrical impulses, the brain does not function. But this does not show that electricity is metaphysically constitutive of perception and cognition. What is new in this paper is that we are not just arguing from an a priori armchair point of view. Our arguments are based on empirical cases from daily life and laboratory experiments.
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2023
Os lockdowns e as políticas públicas relacionadas à restrição comportamental e econômica, introdu... more Os lockdowns e as políticas públicas relacionadas à restrição comportamental e econômica, introduzidas em resposta à pandemia de COVID-19, são criticadas com base em três conjuntos de ideias e argumentos organizados de acordo com o provável grau de controvérsia associado aos pressupostos que os guiam. O primeiro conjunto de argumentos faz uso do raciocínio custo-benefício no quadro de uma abordagem utilitarista ampliada, enfatizando a incerteza, o papel dos piores cenários e a necessidade de se considerar pelo menos tanto os efeitos imediatos quanto os de médio prazo. O segundo baseia-se nos pressupostos sobre os valores políticos das liberdades básicas. O terceiro baseia-se em ideias sobre os papéis dos diferentes estágios na vida humana.
v. 46: Edição Especial Filosofia Autoral Brasileira - Tomo 2, 2023
Victor Machado Barcellos 3 Resumo: Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1-o know-how não... more Victor Machado Barcellos 3 Resumo: Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1-o know-how não é uma forma de saber prático destituído de sentido proposicional; 2-a relação entre cada percepção e o corpo próprio é metafisicamente contingente (os organismos e corpos podem variar, como podem inclusive variar os espaços que ocupam em uma mesma experiência), 3-cabe ao cérebro configurar ou moldar um corpo físico (Körper) em um corpo vivo (Leib) e não o inverso; 4-o externismo fenomenal de base enativista, mesmo na sua forma branda, é empiricamente implausível: a correlação entre o caráter consciente da experiência sensorial com padrões neuronais espaço-temporais é muito mais sistemática e regular do que a correlação com qualquer coisa fora do cérebro. Mas sua forma radical é inteiramente implausível: duplicatas fenomenais não são necessariamente duplicatas de agência; em suma, 5-somos o nosso próprio cérebro que possui um corpo, avatares e artefatos, devidamente configurados e moldados pelo cérebro, e não um corpo que possui um cérebro, dentre outros órgãos.
This essay aims to expose the metaphysical underpinnings of enactivism. While enactivism relies h... more This essay aims to expose the metaphysical underpinnings of enactivism. While enactivism relies heavily on rejecting the traditional mind-body problem by excluding the familiar thought experiments that favor phenomenal dualism, the crucial point that is overlooked is instead the brain-body problem, specifically the crucial interaction between the brain and the bodily limbs in their embodied activities of perception and cognition. If enactivism is correct, differences in sensory experience necessarily entail differences in embodied activity-this is the metaphysical core of enactivism, which we think is entirely wrong. We will argue that a physical or biological body ("Körper") is configured or shaped into a perceptually living body ("Leib") by brain patterns and not by embodied activity or by the so-called sensorimotor contingencies. Undoubtedly, embodied actions influence sensory perception. However, since variations in embodied actions do not necessarily lead to variations in sensory experience, they are not metaphysically constitutive of these experiences (supervenience claim).
Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1- o know-how não é uma forma de saber prático dest... more Neste ensaio, defendem-se as seguintes teses: 1- o know-how não é uma forma de saber prático destituído de sentido proposicional; 2- a relação entre cada percepção e o corpo próprio é metafisicamente contingente (os organismos e corpos podem variar, como podem inclusive variar os espaços que ocupam em uma mesma experiência), 3- cabe ao cérebro configurar ou moldar um corpo físico (Körper) em um corpo vivo (Leib) e não o inverso; 4- o externismo fenomenal de base enativista, mesmo na sua forma branda, é empiricamente implausível: a correlação entre o caráter consciente da experiência sensorial com padrões neuronais espaço-temporais é muito mais sistemática e regular do que a correlação com qualquer coisa fora do cérebro. Mas sua forma radical é inteiramente implausível: duplicatas fenomenais não são necessariamente duplicatas de agência; em suma, 5- somos o nosso próprio cérebro que possui um corpo, avatares e artefatos, devidamente configurados e moldados pelo cérebro, e não um corpo que possui um cérebro, dentre outros órgãos.
Resumo: O objetivo deste artigo é avaliar o naturalismo biológico à luz do debate adaptacionista.... more Resumo: O objetivo deste artigo é avaliar o naturalismo biológico à luz do debate adaptacionista. Como é notório, Searle busca fundamentar explicitamente a sua teoria da mente nas ciências biológicas. Entretanto, a biologia evolutiva recebe pouco destaque no interior de sua obra, o que resulta em importantes confusões teóricas quanto ao adaptacionismo. Neste artigo, defenderemos duas teses no que concerne ao tratamento de Searle da consciência no contexto do debate adaptacionista. Primeiro, a crítica de Searle ao adaptacionismo se aplica tão somente à sua versão ingênua, não tocando nenhuma das suas versões mais sofisticadas, especialmente o adaptacionismo empírico. Segundo, a despeito da sua crítica, Searle acaba por endossar o adaptacionismo empírico quanto à consciência. Todavia, a fundamentação empírica de Searle para sua tese do poder discriminatório como a vantagem evolutiva da consciência enfrenta um sério problema de generalização para animais não humanos. Palavras-chave: John Searle; Consciência; Naturalismo biológico; Adaptacionismo; Biologia evolutiva.
Abstract: The goal of this paper is to assess biological naturalism in light of the adaptationist debate. Searle is famous for explicitly pursuing a biological foundation for his theory of consciousness. However, evolutionary biology receives little attention in his work, which results in crucial theoretical confusions over adaptationism. In this paper, we will propose two theses concerning Searle's approach to consciousness in the context of the adaptationist debate. First, Searle's attack on adaptationism only applies to its naive version, failing to touch any of the more sophisticated versions of adaptationism, especially the empirical one. Second, despite his attack, in the end Searle embraces empirical adaptationism about consciousness. Howsoever, Searle's empirical foundation for his thesis that the evolutionary advantage of consciousness lies in a greater power of discrimination faces a serious problem of generalization regarding non-human animals.
Os debates sobre a existência da consciência em animais não humanos vêm ganhando cada vez mais de... more Os debates sobre a existência da consciência em animais não humanos vêm ganhando cada vez mais destaque nos círculos científicos e filosóficos ao redor do mundo. Um importante empecilho que a área atualmente enfrenta diz respeito à construção de um método confiável capaz de identificar se um determinado animal não humano possui estados mentais conscientes. A literatura nomeia essa questão de “o problema da mensuração da consciência animal”. A presente dissertação possui como objetivo analisar e responder esse problema através da combinação entre o uso de evidências empíricas e de ferramentas filosóficas. Dito isso, existem inúmeras formas de respondê-lo. Ao longo do texto, analisarei algumas das que são consideradas mais relevantes na discussão atual. Uma delas é a concepção cética de que não há questão de fato sobre os animais não humanos serem ou não conscientes. Em contraste, as abordagens neutras e newtonianas buscam se esquivar de compromissos metafísicos e teóricos para atribuir consciência aos animais. Ao final da dissertação defenderei a chamada “abordagem teórica leve”, posição originalmente proposta pelo filósofo Jonathan Birch. Buscarei mostrar que ela é atualmente a hipótese empiricamente mais adequada e filosoficamente plausível dentre as disponíveis na literatura.
Escritos de Filosofia VI: Linguagem e Cognição, 2024
Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e... more Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e deliberadamente a si mesmo, a tradição fenomenológica, de Husserl a Heidegger e Sartre, postula uma forma de autoconsciência intransitiva pré-reflexiva primitiva. Infelizmente, essa autoconsciência intransitiva pré-reflexiva é sempre caracterizada negativamente: não reflexiva, não cognitiva, não transitiva, não objetiva, etc. Schear (2009, p. 14) observa que, como resultado, quando buscamos uma descrição ou caracterização positiva do suposto fenômeno, ficamos com frases ambíguas e pouco claras, como "presença sutil de fundo" (ZAHAVI, 2005, p. 124).
Resenha do Livro "Consciousness Desmystified" de Todd E. Feinberg e Jon M. Mallatt, publicado pel... more Resenha do Livro "Consciousness Desmystified" de Todd E. Feinberg e Jon M. Mallatt, publicado pela MIT Press.
o sexto volume da série de livros Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição, 2023
Resumo: Usando a teoria adverbial da percepção como modelo, o objetivo é fornecer uma explicação ... more Resumo: Usando a teoria adverbial da percepção como modelo, o objetivo é fornecer uma explicação positiva para a autoconsciência intransitiva pré-reflexiva. A autoconsciência intransitiva é a maneira em primeira pessoa de entreter o conteúdo impessoal da própria experiência. Nossa tese central é que a caracterização adverbial em primeira-pessoa funciona como um operador frasal que fixa o próprio sujeito como parte da circunstância em relação à qual o conteúdo impessoal da sua experiência deve ser avaliado. Palavras-chave: Autoconsciência; Autorreferência Cognitiva; Autoconsciência Intransitiva. Introdução Em contraste com a tradicional autoconsciência reflexiva na qual o sujeito se refere consciente e deliberadamente a si mesmo, a tradição fenomenológica, de Husserl a
The first claim of this article is that despite its numerous variants and ambiguities, enactivism... more The first claim of this article is that despite its numerous variants and ambiguities, enactivism in the philosophy of cognition and perception contains at least two central metaphysical theses. The first is the tacit claim that differences in perception and cognition necessarily entail differences in embodied activity (the claim that perceptions and cognition supervene on or are contingent on embodied activity). The second is that embodied activity (e.g., the "governing laws of sensorimotor contingency") shapes neural patterns rather than vice versa. Our goal is to undermine both claims. Enactivism feeds on a straw figure: the "disembodied brain." Since a disembodied brain is incapable of cognition or perception, the compelling assumption is that cognition and perception result from embodied activities, and, most importantly, the brain must be seen as only one organ among several others (e.g., your eyes play the same constitutive role in visual perception as your visual cortexes). Even acknowledging that no perception or cognition would be possible in a disembodied brain without interaction with the external world, we argue that bodily limbs-and even the entire body-are not metaphysically constitutive of cognition and perception (they are replaceable) as are our brain patterns. The electricity of the brain plays a crucial role in perception and cognition because, without electrical impulses, the brain does not function. But this does not show that electricity is metaphysically constitutive of perception and cognition. What is new in this paper is that we are not just arguing from an a priori armchair point of view. Our arguments are based on empirical cases from daily life and laboratory experiments.
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2023
Os lockdowns e as políticas públicas relacionadas à restrição comportamental e econômica, introdu... more Os lockdowns e as políticas públicas relacionadas à restrição comportamental e econômica, introduzidas em resposta à pandemia de COVID-19, são criticadas com base em três conjuntos de ideias e argumentos organizados de acordo com o provável grau de controvérsia associado aos pressupostos que os guiam. O primeiro conjunto de argumentos faz uso do raciocínio custo-benefício no quadro de uma abordagem utilitarista ampliada, enfatizando a incerteza, o papel dos piores cenários e a necessidade de se considerar pelo menos tanto os efeitos imediatos quanto os de médio prazo. O segundo baseia-se nos pressupostos sobre os valores políticos das liberdades básicas. O terceiro baseia-se em ideias sobre os papéis dos diferentes estágios na vida humana.
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Abstract: The goal of this paper is to assess biological naturalism in light of the adaptationist debate. Searle is famous for explicitly pursuing a biological foundation for his theory of consciousness. However, evolutionary biology receives little attention in his work, which results in crucial theoretical confusions over adaptationism. In this paper, we will propose two theses concerning Searle's approach to consciousness in the context of the adaptationist debate. First, Searle's attack on adaptationism only applies to its naive version, failing to touch any of the more sophisticated versions of adaptationism, especially the empirical one. Second, despite his attack, in the end Searle embraces empirical adaptationism about consciousness. Howsoever, Searle's empirical foundation for his thesis that the evolutionary advantage of consciousness lies in a greater power of discrimination faces a serious problem of generalization regarding non-human animals.
Abstract: The goal of this paper is to assess biological naturalism in light of the adaptationist debate. Searle is famous for explicitly pursuing a biological foundation for his theory of consciousness. However, evolutionary biology receives little attention in his work, which results in crucial theoretical confusions over adaptationism. In this paper, we will propose two theses concerning Searle's approach to consciousness in the context of the adaptationist debate. First, Searle's attack on adaptationism only applies to its naive version, failing to touch any of the more sophisticated versions of adaptationism, especially the empirical one. Second, despite his attack, in the end Searle embraces empirical adaptationism about consciousness. Howsoever, Searle's empirical foundation for his thesis that the evolutionary advantage of consciousness lies in a greater power of discrimination faces a serious problem of generalization regarding non-human animals.