Doutora em Direito, Política e Sociedade (UFSC), Mestra em Direito, Estado e Sociedade (UFSC), Doutora em Psicologia, com ênfase em Psicologia Social Crítica: Subjetividades e Gênero. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Classe Adjunto, atuante no Curso de Graduação em Direito, no Programa de Pós-Graduação Profissional em Direito (PPGPD). Coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Direito e Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Pesquisadora do Margens (Modos de Vida, Família e Relações de Gênero) do Departamento de Psicologia da UFSC. Pesquisa sobre Gênero e Feminismos, Teorias Jurídicas Feministas, Epistemologia Feminista, Estudos Jurídicos Críticos. Presta consultoria e assessoria jurídica em casos de discriminação.
Entrevista dada no dia 22 de fevereiro de 2022 ao Programa Atual da Rádio Cidade em Dia referente... more Entrevista dada no dia 22 de fevereiro de 2022 ao Programa Atual da Rádio Cidade em Dia referente ao tema "Normas e Práticas de Gênero", temática da Pesquisa de Tese em Psicologia da Autora.
EO questionamento sobre a forma com que as pessoas se relacionam em ambientes organiz... more EO questionamento sobre a forma com que as pessoas se relacionam em ambientes organizacionais de trabalho e de formação escolar ou acadêmica alcança debates nacionais e internacionais. É nesse contexto que se buscam levantar algumas dimensões de compreensão sobre o que pode ser entendido como assédio. Como estudo ensaístico, levanta-se a reflexão sobre o que significa práticas de assédio, as quais podem ser estruturantes das instituições no Brasil. Como pesquisa exploratória-descritiva, de revisão bibliográfica narrativa e abordagem qualitativa, está estruturada em três partes: sobre a ideia de vulnerabilidade da vida e sua precarização; sobre o que pode ser visualizado como assédio; e sobre propostas de políticas institucionais e protocolos, com ideário pedagógico, de combate e de constante avaliação da instituição.
O presente estudo tem como objetivo delinear, de forma sistêmica, algumas direções - senão as pri... more O presente estudo tem como objetivo delinear, de forma sistêmica, algumas direções - senão as principais - do racismo institucional no Sistema de Justiça Brasileiro. Não se tem o objetivo de exaurir a temática, mas de apresentar um mapa de organizações vinculadas ao Sistema de Justiça em que se verificam padrões de comportamento racistas. Para tanto, é necessário enfrentar e compreender, pela intergeracionalidade, (a) a lógica de economia política dos corpos, que se mantém pautada em uma mentalidade colonial e que explica (b) a genealogia do Estado Moderno, que embasa ideologicamente o Direito brasileiro; refletir sobre (c) a formação em Direito; e (d) examinar a lógica da prática jurídica. Com tal objetivo, este estudo se desenha como pesquisa exploratória e descritiva, estruturada em revisão bibliográfica narrativa com estudos antidiscriminatórios de enviesamento epistemológico a partir do Sul. No campo da prática jurídica, como resultados, expõe-se o reconhecimento do próprio Poder Judiciário como operador de lógicas racistas, razão pela qual estabeleceu, em 2020, medidas de combate ao racismo institucional. Contudo, ainda são necessários avanços e enfrentamentos, especialmente nas escolas jurídicas e judiciais.
Pós-Humanismo: Interdisciplinaridade e Cinema, 2023
O texto trata sobre a relação entre o filme Advantageous (2015), da diretora Jennifer Phang, que... more O texto trata sobre a relação entre o filme Advantageous (2015), da diretora Jennifer Phang, que traz alguns temas sobre os quais tenho dedicado pesquisas, incluindo categorias políticas relativas a normas de gênero, a integração psicossocial e as pedagogias disciplinadoras que levam à produção de corpos dóceis, em particular no modo como se apresentam na área de Direito (Baggenstoss, 2022).
A publicação se dá no livro organizado pelo Professor Doutor Daniel Serravalle de Sá.
Anais de Evento. ISBN: 978-65-5648-714-4
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra ... more Anais de Evento. ISBN: 978-65-5648-714-4
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra Luís Alberto Warat [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI. Coordenadores: Leonel Severo Rocha; Marcelo Toffano; Rubens Beçak – Florianópolis; CONPEDI, 2023.
No campo teórico jurídico, apresentam-se algumas questões relacionadas ao que se denomina como hipercomplexidade, mudanças paradigmáticas, novos direitos, dentre outros, buscando explicar um cenário em que as práticas do Sistema de Justiça e o ordenamento jurídico brasileiro mostram-se insuficientes para corresponder a demanda. Há tentativas de solucionar a problemática com estratégias de continuidade, e há tentativas de refletir sobre os fundamentos epistemológicos que conduzem a este cenário, como o Relatório para Igualdade Racial (2020) e o Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva de Gênero (2021), ambos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do campo das epistemologias humanas e sociais, este trabalho se assenta na tentativa de revisitar as bases epistemológicas do Direito, em sua linguagem central, localizando-o no campo da filosofia jurídica e da linguagem, a partir de um olhar do campo de Para tanto, este estudo se pauta pautado por uma revisão bibliográfica narrativa e está estruturado em quatro partes, as quais se vinculam aos objetivos da investigação. Reconhece-se o Direito como de epistemologia idealista e, ainda, analisa-se parte de seus fundamentos pela perspectiva pós-estruturalista, buscando, assim, marcar a ideia de que as teorias são produzidas em função de seus sujeitos e de sua realidade e que o descolamento da teoria e da prática podem representar uma produção de sentidos que se caracterizam como perversos aos sujeitos.
Apresentação sobre Direito Antidiscriminatório produzida pela Doutora Grazielly Baggenstoss para ... more Apresentação sobre Direito Antidiscriminatório produzida pela Doutora Grazielly Baggenstoss para a palestra solicitada pelo Programa de Pós Graduação em Química e pelo Departamento de Química da UFSC.
Utilização do material é permitida, desde que referenciada devidamente e com menção às obras citadas.
Homenagem aos 50 anos do PPGD/UFSC - TEORIA E HISTÓRIA DO DIREITO - VOLUME III , 2023
O capítulo 8 do volume III (Teoria e História do Direito) da coletânea "Homenagem aos 50 anos do ... more O capítulo 8 do volume III (Teoria e História do Direito) da coletânea "Homenagem aos 50 anos do PPGD/UFSC", organizado pelos professoras José Cristóvam, Norma Padilha e Antonio Carlos Wolkmer, é uma representação da minha trajetória no Programa, no período de 2016-2022.
Neste trabalho, refletindo sobre caminhos percorridos desde a minha formação como Mestra e Doutora no Programa (2010-2014), posteriormente como Professora Permanente (2016-2022), busco promover contribuições sobre a epistemologia do Estado e do Direito, enquanto uma tecnologia de gênero, e sobre algumas construções teóricas relevantes para a constituição de um pensamento crítico, a partir de revisão narrativa.
Refletir o Direito brasileiro, em sua epistemologia e linguagem, conferida pelo modelo liberal do Estado Moderno. Entender que o modelo tradicional jurídico que, em confronto com o pensamento jurídico crítico exposto, é fissurado a fim de que, pela prática jurídica, sejamos capaz de afetar as vidas, enquanto profissionais do Direito brasileiro, com respeito e sem violência hermenêutica. Provocar uma postura a uma práxis jurídica, que seja consciente de que suas ações interferem diretamente na vida de todas as pessoas, especialmente das mulheres. Assim, aponta-se para a esperança de que é possível reconhecer, no Direito brasileiro, a chance de melhoria da arquitetura discriminatória em que vivemos. Para tanto, é necessário colocar os pés no chão e reconhecer a própria realidade, em um processo reivindicatório de conhecimento de si, enquanto agente responsável na estrutura social e jurídica, de reconhecimento de sua história e de recuperação da sua consciência e da autonomia de agir coletivamente.
Entrevista dada no dia 22 de fevereiro de 2022 ao Programa Atual da Rádio Cidade em Dia referente... more Entrevista dada no dia 22 de fevereiro de 2022 ao Programa Atual da Rádio Cidade em Dia referente ao tema "Normas e Práticas de Gênero", temática da Pesquisa de Tese em Psicologia da Autora.
EO questionamento sobre a forma com que as pessoas se relacionam em ambientes organiz... more EO questionamento sobre a forma com que as pessoas se relacionam em ambientes organizacionais de trabalho e de formação escolar ou acadêmica alcança debates nacionais e internacionais. É nesse contexto que se buscam levantar algumas dimensões de compreensão sobre o que pode ser entendido como assédio. Como estudo ensaístico, levanta-se a reflexão sobre o que significa práticas de assédio, as quais podem ser estruturantes das instituições no Brasil. Como pesquisa exploratória-descritiva, de revisão bibliográfica narrativa e abordagem qualitativa, está estruturada em três partes: sobre a ideia de vulnerabilidade da vida e sua precarização; sobre o que pode ser visualizado como assédio; e sobre propostas de políticas institucionais e protocolos, com ideário pedagógico, de combate e de constante avaliação da instituição.
O presente estudo tem como objetivo delinear, de forma sistêmica, algumas direções - senão as pri... more O presente estudo tem como objetivo delinear, de forma sistêmica, algumas direções - senão as principais - do racismo institucional no Sistema de Justiça Brasileiro. Não se tem o objetivo de exaurir a temática, mas de apresentar um mapa de organizações vinculadas ao Sistema de Justiça em que se verificam padrões de comportamento racistas. Para tanto, é necessário enfrentar e compreender, pela intergeracionalidade, (a) a lógica de economia política dos corpos, que se mantém pautada em uma mentalidade colonial e que explica (b) a genealogia do Estado Moderno, que embasa ideologicamente o Direito brasileiro; refletir sobre (c) a formação em Direito; e (d) examinar a lógica da prática jurídica. Com tal objetivo, este estudo se desenha como pesquisa exploratória e descritiva, estruturada em revisão bibliográfica narrativa com estudos antidiscriminatórios de enviesamento epistemológico a partir do Sul. No campo da prática jurídica, como resultados, expõe-se o reconhecimento do próprio Poder Judiciário como operador de lógicas racistas, razão pela qual estabeleceu, em 2020, medidas de combate ao racismo institucional. Contudo, ainda são necessários avanços e enfrentamentos, especialmente nas escolas jurídicas e judiciais.
Pós-Humanismo: Interdisciplinaridade e Cinema, 2023
O texto trata sobre a relação entre o filme Advantageous (2015), da diretora Jennifer Phang, que... more O texto trata sobre a relação entre o filme Advantageous (2015), da diretora Jennifer Phang, que traz alguns temas sobre os quais tenho dedicado pesquisas, incluindo categorias políticas relativas a normas de gênero, a integração psicossocial e as pedagogias disciplinadoras que levam à produção de corpos dóceis, em particular no modo como se apresentam na área de Direito (Baggenstoss, 2022).
A publicação se dá no livro organizado pelo Professor Doutor Daniel Serravalle de Sá.
Anais de Evento. ISBN: 978-65-5648-714-4
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra ... more Anais de Evento. ISBN: 978-65-5648-714-4
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra Luís Alberto Warat [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI. Coordenadores: Leonel Severo Rocha; Marcelo Toffano; Rubens Beçak – Florianópolis; CONPEDI, 2023.
No campo teórico jurídico, apresentam-se algumas questões relacionadas ao que se denomina como hipercomplexidade, mudanças paradigmáticas, novos direitos, dentre outros, buscando explicar um cenário em que as práticas do Sistema de Justiça e o ordenamento jurídico brasileiro mostram-se insuficientes para corresponder a demanda. Há tentativas de solucionar a problemática com estratégias de continuidade, e há tentativas de refletir sobre os fundamentos epistemológicos que conduzem a este cenário, como o Relatório para Igualdade Racial (2020) e o Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva de Gênero (2021), ambos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do campo das epistemologias humanas e sociais, este trabalho se assenta na tentativa de revisitar as bases epistemológicas do Direito, em sua linguagem central, localizando-o no campo da filosofia jurídica e da linguagem, a partir de um olhar do campo de Para tanto, este estudo se pauta pautado por uma revisão bibliográfica narrativa e está estruturado em quatro partes, as quais se vinculam aos objetivos da investigação. Reconhece-se o Direito como de epistemologia idealista e, ainda, analisa-se parte de seus fundamentos pela perspectiva pós-estruturalista, buscando, assim, marcar a ideia de que as teorias são produzidas em função de seus sujeitos e de sua realidade e que o descolamento da teoria e da prática podem representar uma produção de sentidos que se caracterizam como perversos aos sujeitos.
Apresentação sobre Direito Antidiscriminatório produzida pela Doutora Grazielly Baggenstoss para ... more Apresentação sobre Direito Antidiscriminatório produzida pela Doutora Grazielly Baggenstoss para a palestra solicitada pelo Programa de Pós Graduação em Química e pelo Departamento de Química da UFSC.
Utilização do material é permitida, desde que referenciada devidamente e com menção às obras citadas.
Homenagem aos 50 anos do PPGD/UFSC - TEORIA E HISTÓRIA DO DIREITO - VOLUME III , 2023
O capítulo 8 do volume III (Teoria e História do Direito) da coletânea "Homenagem aos 50 anos do ... more O capítulo 8 do volume III (Teoria e História do Direito) da coletânea "Homenagem aos 50 anos do PPGD/UFSC", organizado pelos professoras José Cristóvam, Norma Padilha e Antonio Carlos Wolkmer, é uma representação da minha trajetória no Programa, no período de 2016-2022.
Neste trabalho, refletindo sobre caminhos percorridos desde a minha formação como Mestra e Doutora no Programa (2010-2014), posteriormente como Professora Permanente (2016-2022), busco promover contribuições sobre a epistemologia do Estado e do Direito, enquanto uma tecnologia de gênero, e sobre algumas construções teóricas relevantes para a constituição de um pensamento crítico, a partir de revisão narrativa.
Refletir o Direito brasileiro, em sua epistemologia e linguagem, conferida pelo modelo liberal do Estado Moderno. Entender que o modelo tradicional jurídico que, em confronto com o pensamento jurídico crítico exposto, é fissurado a fim de que, pela prática jurídica, sejamos capaz de afetar as vidas, enquanto profissionais do Direito brasileiro, com respeito e sem violência hermenêutica. Provocar uma postura a uma práxis jurídica, que seja consciente de que suas ações interferem diretamente na vida de todas as pessoas, especialmente das mulheres. Assim, aponta-se para a esperança de que é possível reconhecer, no Direito brasileiro, a chance de melhoria da arquitetura discriminatória em que vivemos. Para tanto, é necessário colocar os pés no chão e reconhecer a própria realidade, em um processo reivindicatório de conhecimento de si, enquanto agente responsável na estrutura social e jurídica, de reconhecimento de sua história e de recuperação da sua consciência e da autonomia de agir coletivamente.
Este ensaio teórico objetiva analisar pela lente da interseccionalidade fundamentada principalme... more Este ensaio teórico objetiva analisar pela lente da interseccionalidade fundamentada principalmente pela autora Patrícia Hill Collins (2021; 2019) as opressões digitais de gênero, de classe, de raça, de controle de peso e de faixa etária sofridas pelas mulheres ao interagirem com os filtros de aparência do Instagram, ferramenta tecnológica que apresenta interferências visuais que reproduzem os estereótipos branco, jovem, magro e rico, e determinam imageticamente, as relações de poder estruturais, culturais, interpessoais e disciplinar.
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A publicação se dá no livro organizado pelo Professor Doutor Daniel Serravalle de Sá.
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra Luís Alberto Warat [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI. Coordenadores: Leonel Severo Rocha; Marcelo Toffano; Rubens Beçak – Florianópolis; CONPEDI, 2023.
No campo teórico jurídico, apresentam-se algumas questões relacionadas ao que se denomina como hipercomplexidade, mudanças paradigmáticas, novos direitos, dentre outros, buscando explicar um cenário em que as práticas do Sistema de Justiça e o ordenamento jurídico brasileiro mostram-se insuficientes para corresponder a demanda. Há tentativas de solucionar a problemática com estratégias de continuidade, e há tentativas de refletir sobre os fundamentos epistemológicos que conduzem a este cenário, como o Relatório para Igualdade Racial (2020) e o Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva de Gênero (2021), ambos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do campo das epistemologias humanas e sociais, este trabalho se assenta na tentativa de revisitar as bases epistemológicas do Direito, em sua linguagem central, localizando-o no campo da filosofia jurídica e da linguagem, a partir de um olhar do campo de Para tanto, este estudo se pauta pautado por uma revisão bibliográfica narrativa e está estruturado em quatro partes, as quais se vinculam aos objetivos da investigação. Reconhece-se o Direito como de epistemologia idealista e, ainda, analisa-se parte de seus fundamentos pela perspectiva pós-estruturalista, buscando, assim, marcar a ideia de que as teorias são produzidas em função de seus sujeitos e de sua realidade e que o descolamento da teoria e da prática podem representar uma produção de sentidos que se caracterizam como perversos aos sujeitos.
Utilização do material é permitida, desde que referenciada devidamente e com menção às obras citadas.
Neste trabalho, refletindo sobre caminhos percorridos desde a minha formação como Mestra e Doutora no Programa (2010-2014), posteriormente como Professora Permanente (2016-2022), busco promover contribuições sobre a epistemologia do Estado e do Direito, enquanto uma tecnologia de gênero, e sobre algumas construções teóricas relevantes para a constituição de um pensamento crítico, a partir de revisão narrativa.
Refletir o Direito brasileiro, em sua epistemologia e linguagem, conferida pelo modelo liberal do Estado Moderno. Entender que o modelo tradicional jurídico que, em confronto com o pensamento jurídico crítico exposto, é fissurado a fim de que, pela prática jurídica, sejamos capaz de afetar as vidas, enquanto profissionais do Direito brasileiro, com respeito e sem violência hermenêutica. Provocar uma postura a uma práxis jurídica, que seja consciente de que suas ações interferem diretamente na vida de todas as pessoas, especialmente das mulheres. Assim, aponta-se para a esperança de que é possível reconhecer, no Direito brasileiro, a chance de melhoria da arquitetura discriminatória em que vivemos. Para tanto, é necessário colocar os pés no chão e reconhecer a própria realidade, em um processo reivindicatório de conhecimento de si, enquanto agente responsável na estrutura social e jurídica, de reconhecimento de sua história e de recuperação da sua consciência e da autonomia de agir coletivamente.
A publicação se dá no livro organizado pelo Professor Doutor Daniel Serravalle de Sá.
Filosofia do direito, Hermenêutica jurídica e Cátedra Luís Alberto Warat [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI. Coordenadores: Leonel Severo Rocha; Marcelo Toffano; Rubens Beçak – Florianópolis; CONPEDI, 2023.
No campo teórico jurídico, apresentam-se algumas questões relacionadas ao que se denomina como hipercomplexidade, mudanças paradigmáticas, novos direitos, dentre outros, buscando explicar um cenário em que as práticas do Sistema de Justiça e o ordenamento jurídico brasileiro mostram-se insuficientes para corresponder a demanda. Há tentativas de solucionar a problemática com estratégias de continuidade, e há tentativas de refletir sobre os fundamentos epistemológicos que conduzem a este cenário, como o Relatório para Igualdade Racial (2020) e o Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva de Gênero (2021), ambos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do campo das epistemologias humanas e sociais, este trabalho se assenta na tentativa de revisitar as bases epistemológicas do Direito, em sua linguagem central, localizando-o no campo da filosofia jurídica e da linguagem, a partir de um olhar do campo de Para tanto, este estudo se pauta pautado por uma revisão bibliográfica narrativa e está estruturado em quatro partes, as quais se vinculam aos objetivos da investigação. Reconhece-se o Direito como de epistemologia idealista e, ainda, analisa-se parte de seus fundamentos pela perspectiva pós-estruturalista, buscando, assim, marcar a ideia de que as teorias são produzidas em função de seus sujeitos e de sua realidade e que o descolamento da teoria e da prática podem representar uma produção de sentidos que se caracterizam como perversos aos sujeitos.
Utilização do material é permitida, desde que referenciada devidamente e com menção às obras citadas.
Neste trabalho, refletindo sobre caminhos percorridos desde a minha formação como Mestra e Doutora no Programa (2010-2014), posteriormente como Professora Permanente (2016-2022), busco promover contribuições sobre a epistemologia do Estado e do Direito, enquanto uma tecnologia de gênero, e sobre algumas construções teóricas relevantes para a constituição de um pensamento crítico, a partir de revisão narrativa.
Refletir o Direito brasileiro, em sua epistemologia e linguagem, conferida pelo modelo liberal do Estado Moderno. Entender que o modelo tradicional jurídico que, em confronto com o pensamento jurídico crítico exposto, é fissurado a fim de que, pela prática jurídica, sejamos capaz de afetar as vidas, enquanto profissionais do Direito brasileiro, com respeito e sem violência hermenêutica. Provocar uma postura a uma práxis jurídica, que seja consciente de que suas ações interferem diretamente na vida de todas as pessoas, especialmente das mulheres. Assim, aponta-se para a esperança de que é possível reconhecer, no Direito brasileiro, a chance de melhoria da arquitetura discriminatória em que vivemos. Para tanto, é necessário colocar os pés no chão e reconhecer a própria realidade, em um processo reivindicatório de conhecimento de si, enquanto agente responsável na estrutura social e jurídica, de reconhecimento de sua história e de recuperação da sua consciência e da autonomia de agir coletivamente.