Books & Chapters by Guilherme A Luz
C974
Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração
1.ed. corpo-mente-cultura no process... more C974
Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração
1.ed. corpo-mente-cultura no processo de ensino
aprendizagem [livro eletrônico] / Guilherme Amaral
Luz...[et al]. – 1.ed. – Uberlândia, MG : Regência e Arte
Editora, 2022.
PDF.
Outros autores : Camila Soares de Barros, Luciana
Mourão Arslan, Henrique José Pareja Filho, Richard
Shusterman.
ISBN : 978-65-86906-13-4
DOI : 10.4322/978-65-86906-13-4
1. Aprendizagem – Metodologia. 2. Educação.
3. Multiculturalismo. I. Luz, Guilherme Amaral. II. Barros,
Camila Soares de. III. Arslan, Luciana Mourão. IV. Pareja
Filho, Henrique José. V. Shusterman, Richard.
02-2022/74 CDD 370.1
História, Narrativas e Religiões. Diálogos sob o olhar da cultura., 2018
Estudo sobre a leitura seiscentista jesuítica da história das antigas dinastias Chinesas por meio... more Estudo sobre a leitura seiscentista jesuítica da história das antigas dinastias Chinesas por meio da tradução que realizaram para o Latim do último livro dos Analetos de Confúcio.
In: MOURA, C. A. S. et al (ed.). História, Narrativas e Religiões. Diálogos sob o olhar da cultura, Recife: EDUPE, 2018. pp. 73-93
Concilio de Trento. Innovar em la tradición. Historia, Teología, Proyección, Alcalá de Henares: Universidad de Alcalá, 2016
Abstract:
The aim of this article is to understand the long-term transformations in the iconog... more Abstract:
The aim of this article is to understand the long-term transformations in the iconography of Saint John the Baptist preaching in the Wilderness, as it had been adapted to the cultural, ethical and religious milieu of the Counter Reformation. It investigates the relations between the spiritual and sensitive aspects of preaching, understood as a practice embraced with the physis of Creation.
Key words: Preaching, Saint John the Baptist, Wilderness, Counter Reformation, Iconography.
Papers by Guilherme A Luz
Avaliar as extensoes da topica do canibalismo em suas dimensoes teologico-politicas nos discursos... more Avaliar as extensoes da topica do canibalismo em suas dimensoes teologico-politicas nos discursos concernentes a America portuguesa quinhentista e seus habitantes e a preocupacao primeira desta tese. Nesse caminho, centramo-nos preferencialmente nos discursos jesuiticos, pois caracterizam um espaco em que a topica esta articulada a uma hermeneutica particular do Novo Mundo, indissociavel dos principios de colonizacao e conversao defendidos pelos inacianos na sua experiencia evangelizadora. Atraves da Companhia de Jesus - instituicao religiosa de grande prestigio e poder politico junto a Coroa portuguesa -, a topica do canibalismo fornece argumentos capazes de justificar politicas prudentes em relacao a nova terra e aos novos suditos da Coroa, ao mesmo passo que fornece parâmetros para a invencao da realidade do Novo Mundo. Em suma, esta tese e sobre a dificil insercao daquilo que se convencionou chamar de canibal da America portuguesa na Historia crista e sobre a dificil adequacao d...
Neste estudo desenvolvemos uma rápida introdução a um debate sobre a historiografia da dança, em ... more Neste estudo desenvolvemos uma rápida introdução a um debate sobre a historiografia da dança, em que identificamos certo descompasso entre as obras que se dedicam a descrever uma história da dança e as perspectivas historiográficas que vêm sendo desenvolvidas desde o início do século XX, herdeiras da escola dos Annales. Nessa linha, fazemos um breve panorama sobre a trajetória histórica da dança na Europa ocidental desde o medievo até a consolidação do Ballet de Cour no século XVII – foco principal do estudo –, indicando o suporte metodológico que o fundamenta. Buscamos, com isso, entender os diferentes usos e concepções da dança no período moderno (especialmente no século XVII europeu), dispensando atenção especial à formação e à caracterização da sociedade de corte e à dança, especificamente o balé de corte, como forma historicamente circunscrita
ArtCultura
Este artigo aborda os desafios para a escrita da história das artes marciais chinesas e sua difus... more Este artigo aborda os desafios para a escrita da história das artes marciais chinesas e sua difusão global no Brasil. Para além das dificuldades práticas ou metodológicas, centra nas questões epistemológicas referentes aos leitores potenciais e às motivações para a realização de tais estudos. Defende que o tema precisa ser abordado na fronteira entre o acadêmico e o não acadêmico por meio de pontes e diálogos entre praticantes de artes marciais e analistas profissionais metodologicamente “distanciados”, tendo em conta se tratar de assunto que envolve corporificação de culturas e a história do tempo presente. Instiga a investigação da história das “artes marciais em si” e não somente das suas instituições, comunidades e discursos autorrepresentacionais.
C974 Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração 1.ed. corpo-mente-cultura no process... more C974 Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração 1.ed. corpo-mente-cultura no processo de ensino aprendizagem [livro eletrônico] / Guilherme Amaral Luz...[et al]. – 1.ed. – Uberlândia, MG : Regência e Arte Editora, 2022. PDF. Outros autores : Camila Soares de Barros, Luciana Mourão Arslan, Henrique José Pareja Filho, Richard Shusterman. ISBN : 978-65-86906-13-4 DOI : 10.4322/978-65-86906-13-4 1. Aprendizagem – Metodologia. 2. Educação. 3. Multiculturalismo. I. Luz, Guilherme Amaral. II. Barros, Camila Soares de. III. Arslan, Luciana Mourão. IV. Pareja Filho, Henrique José. V. Shusterman, Richard. 02-2022/74 CDD 370.1
ArtCultura, 2022
This article approaches the challenges of writing the history of Chinese martial arts and of its ... more This article approaches the challenges of writing the history of Chinese martial arts and of its global dissemination in Brazil. Rather than approaching its practical and methodological difficulties, it focuses on
epistemological matters concerning the potential readers and the motivations for these studies. It claims that this subject should be approached in the frontier between the academic and the non-academic
through links and dialogues between martial arts practitioners and methodologically “distant” professional analysts, since it deals with a topic which entails both embodiment of cultures and history of the present. It encourages the investigation of “the martial arts themselves” and not only
of their institutions, communities, and self-representational discourses.
Este artigo aborda os desafios para a escrita da história das artes marciais chinesas e sua difusão global no Brasil. Para além das dificuldades práticas ou metodológicas, centra nas questões epistemológicas referentes aos leitores potenciais e às motivações para a realização de tais estudos. Defende que o tema precisa ser abordado na fronteira entre o acadêmico e o não acadêmico por meio de pontes e diálogos entre praticantes de artes marciais e analistas profissionais metodologicamente “distanciados”, tendo em conta se tratar de assunto que envolve corporificação de culturas e a história do tempo presente. Instiga a investigação da história das “artes marciais em si” e não somente das suas instituições, comunidades e discursos autorrepresentacionais.
A proposta deste artigo e refletir sobre as potencialidades e os limites de incorporacao de prati... more A proposta deste artigo e refletir sobre as potencialidades e os limites de incorporacao de praticas de “caminhos marciais” chineses em perspectivas modernas de educacao integral, articuladas ao ensino-aprendizagem contextualizado de conhecimentos da area de humanidades. Reflete-se, primeiramente, a respeito dos desafios da educacao integral nas politicas publicas brasileiras contemporâneas para, em seguida, abordar a proposta pedagogica do Zhong Wudao , do mestre Lin Zhong Yuan, contextualizando-a em seu tempo. Por fim, elabora-se um esboco de metodologia para a recontextualizacao do Zhong Wudao na contemporaneidade, reorientando-o para os objetivos da moderna educacao conforme um paradigma de abertura antropologica do homem livre e etico para o mundo.
Artcultura, 2019
Neste artigo, Richard Shusterman discute a controvertida relação entre espontaneidade e atenção s... more Neste artigo, Richard Shusterman discute a controvertida relação entre espontaneidade e atenção somática reflexiva na filosofia contemporânea. Ele aborda o tema em autores clássicos do confucionismo e do taoísmo para apresentar espontaneidade e reflexão como dimensões mais complementares do que contraditórias entre si. Palavras-chave: somaestética; filosofia chinesa; corpo.
Cadernos de Pesquisa do CDHIS, 2018
No Sermão do Espírito Santo, Antônio Vieira formula que os evangelizadores de sua época, antes de... more No Sermão do Espírito Santo, Antônio Vieira formula que os evangelizadores de sua época, antes de serem milagrosamente infundidos com as línguas de fogo do Pentecostes, deveriam ser tomados por "fogo de línguasâ€: ardor de superação de todas as dificuldades impostas na comunicação com os "gentios" a fim de anunciar a eles a palavra da salvação. Vieira recupera a tópica paulina da superioridade do amor diante do saber no evangelizar. Pretende-se explorar as implicações deste raciocínio para a concepção de Vieira a respeito da arte de pregar nas suas dimensões "não-verbaisâ€, realçando os papeis da encarnação na parenética missionária do jesuíta.
Tempo, 2008
Prosopopéia é exemplar de práticas poético-retóricas lusas entre os séculos XVI e XVII. Desde o s... more Prosopopéia é exemplar de práticas poético-retóricas lusas entre os séculos XVI e XVII. Desde o século XIX, muitos mal-entendidos têm marcado a interpretação desse texto, que permite analisar, por exemplo, os papéis políticos dos vassalos ultramarinos portugueses no contexto da União Ibérica. Aqui, procuraremos perceber seus efeitos de sentido sobre auditórios letrados de seu tempo.
Varia Historia, 2007
O objetivo deste artigo é traçar, em linhas gerais, os princípios retóricos, políticos e teológic... more O objetivo deste artigo é traçar, em linhas gerais, os princípios retóricos, políticos e teológicos que acreditamos nortear a propaganda imperial portuguesa em seu contexto ultramarino na América. Nessa direção, propomos tomar a "produção da concórdia" como um eixo axiológico fundamental das representações políticas na América portuguesa. A relevância deste estudo está na consideração de instâncias (re)produtoras de valores éticos e políticos capazes de mediar os diversos pactos que se estabelecem entre súditos ultramarinos e coroa portuguesa na condução dos assuntos coloniais.
Uploads
Books & Chapters by Guilherme A Luz
Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração
1.ed. corpo-mente-cultura no processo de ensino
aprendizagem [livro eletrônico] / Guilherme Amaral
Luz...[et al]. – 1.ed. – Uberlândia, MG : Regência e Arte
Editora, 2022.
PDF.
Outros autores : Camila Soares de Barros, Luciana
Mourão Arslan, Henrique José Pareja Filho, Richard
Shusterman.
ISBN : 978-65-86906-13-4
DOI : 10.4322/978-65-86906-13-4
1. Aprendizagem – Metodologia. 2. Educação.
3. Multiculturalismo. I. Luz, Guilherme Amaral. II. Barros,
Camila Soares de. III. Arslan, Luciana Mourão. IV. Pareja
Filho, Henrique José. V. Shusterman, Richard.
02-2022/74 CDD 370.1
In: MOURA, C. A. S. et al (ed.). História, Narrativas e Religiões. Diálogos sob o olhar da cultura, Recife: EDUPE, 2018. pp. 73-93
The aim of this article is to understand the long-term transformations in the iconography of Saint John the Baptist preaching in the Wilderness, as it had been adapted to the cultural, ethical and religious milieu of the Counter Reformation. It investigates the relations between the spiritual and sensitive aspects of preaching, understood as a practice embraced with the physis of Creation.
Key words: Preaching, Saint John the Baptist, Wilderness, Counter Reformation, Iconography.
Papers by Guilherme A Luz
epistemological matters concerning the potential readers and the motivations for these studies. It claims that this subject should be approached in the frontier between the academic and the non-academic
through links and dialogues between martial arts practitioners and methodologically “distant” professional analysts, since it deals with a topic which entails both embodiment of cultures and history of the present. It encourages the investigation of “the martial arts themselves” and not only
of their institutions, communities, and self-representational discourses.
Este artigo aborda os desafios para a escrita da história das artes marciais chinesas e sua difusão global no Brasil. Para além das dificuldades práticas ou metodológicas, centra nas questões epistemológicas referentes aos leitores potenciais e às motivações para a realização de tais estudos. Defende que o tema precisa ser abordado na fronteira entre o acadêmico e o não acadêmico por meio de pontes e diálogos entre praticantes de artes marciais e analistas profissionais metodologicamente “distanciados”, tendo em conta se tratar de assunto que envolve corporificação de culturas e a história do tempo presente. Instiga a investigação da história das “artes marciais em si” e não somente das suas instituições, comunidades e discursos autorrepresentacionais.
Cuidados silenciosos no zumbir da educação : integração
1.ed. corpo-mente-cultura no processo de ensino
aprendizagem [livro eletrônico] / Guilherme Amaral
Luz...[et al]. – 1.ed. – Uberlândia, MG : Regência e Arte
Editora, 2022.
PDF.
Outros autores : Camila Soares de Barros, Luciana
Mourão Arslan, Henrique José Pareja Filho, Richard
Shusterman.
ISBN : 978-65-86906-13-4
DOI : 10.4322/978-65-86906-13-4
1. Aprendizagem – Metodologia. 2. Educação.
3. Multiculturalismo. I. Luz, Guilherme Amaral. II. Barros,
Camila Soares de. III. Arslan, Luciana Mourão. IV. Pareja
Filho, Henrique José. V. Shusterman, Richard.
02-2022/74 CDD 370.1
In: MOURA, C. A. S. et al (ed.). História, Narrativas e Religiões. Diálogos sob o olhar da cultura, Recife: EDUPE, 2018. pp. 73-93
The aim of this article is to understand the long-term transformations in the iconography of Saint John the Baptist preaching in the Wilderness, as it had been adapted to the cultural, ethical and religious milieu of the Counter Reformation. It investigates the relations between the spiritual and sensitive aspects of preaching, understood as a practice embraced with the physis of Creation.
Key words: Preaching, Saint John the Baptist, Wilderness, Counter Reformation, Iconography.
epistemological matters concerning the potential readers and the motivations for these studies. It claims that this subject should be approached in the frontier between the academic and the non-academic
through links and dialogues between martial arts practitioners and methodologically “distant” professional analysts, since it deals with a topic which entails both embodiment of cultures and history of the present. It encourages the investigation of “the martial arts themselves” and not only
of their institutions, communities, and self-representational discourses.
Este artigo aborda os desafios para a escrita da história das artes marciais chinesas e sua difusão global no Brasil. Para além das dificuldades práticas ou metodológicas, centra nas questões epistemológicas referentes aos leitores potenciais e às motivações para a realização de tais estudos. Defende que o tema precisa ser abordado na fronteira entre o acadêmico e o não acadêmico por meio de pontes e diálogos entre praticantes de artes marciais e analistas profissionais metodologicamente “distanciados”, tendo em conta se tratar de assunto que envolve corporificação de culturas e a história do tempo presente. Instiga a investigação da história das “artes marciais em si” e não somente das suas instituições, comunidades e discursos autorrepresentacionais.
Neste artigo, Richard Shusterman discute a controvertida relação entre espontaneidade e atenção somática reflexiva na filosofia contemporânea. Ele aborda o tema em autores clássicos do confucionismo e do taoísmo para apresentar espontaneidade e reflexão como dimensões mais complementares do que contraditórias entre si.
Em um dos seus mais famosos sermões da época em que era missionário no Maranhão, Sermão do Espírito Santo, Antônio Vieira formula a máxima segundo a qual os evangelizadores de sua época (dentre os quais, especialmente, os pregadores) antes de serem, tal como os primeiros apóstolos, milagrosamente infundidos com as línguas de fogo do Pentecostes, deveriam ser tomados por “fogo de línguas”: ardor de superação de todas as dificuldades impostas na comunicação com os “gentios” a fim de anunciarem a eles a palavra da salvação. Basicamente, conforme o jesuíta, eram duas as grandes dificuldades a serem superadas para tal fim no caso das missões na “Amazônia”: a “inconstância dos índios” (expressa na imagem das “estátuas de murta”) e a “babel de línguas inaudíveis” a serem aprendidas. Diante disso, Vieira recuperará de maneira peculiar a tópica paulina da superioridade (ainda que dentro de uma relação complementar) do amor diante do saber no evangelizar. O que se desdobra na superioridade do “ensinar” em relação ao “dizer” e, analogamente, do Espírito Santo em relação ao Filho na missão junto aos mais bárbaros dos gentios. Nosso objetivo é explorar as implicações deste raciocínio para a concepção de Vieira a respeito da arte de pregar nas suas dimensões “não-verbais”, realçando os papeis da vivacidade e da “incorporação” na parenética missionária do jesuíta. Assim, pretendemos iluminar aspectos que julgamos centrais do papel da experiência missionária no Novo Mundo na (re)elaboração dos princípios retórico-teológicos norteadores da arte de pregar na época da Contrarreforma.
Das famílias de maior prestígio na administração da América Portuguesa nos séculos XVI e XVII, a Albuquerque, de Pernambuco, ocupa lugar destacado. O prestígio da família foi adquirido, sobretudo, por feitos no ultramar, que garantiram capital político e poderio econômico capazes de elevá-la a posições privilegiadas no contexto do Império português, aproveitando as oportunidades de ascensão social que se abriam no contexto das conquistas e expansões lusas. Mas a nobilitação da família passava também pela mobilização de um capital simbólico capaz de dar visibilidade ao mérito de seus membros em relação aos serviços prestados à coroa e ao bem comum. Isso porque, no Antigo Regime, não há nobreza que não pressuponha notabilidade, exibição, fama pública e reconhecimento, aspectos vitais para sua própria “existência social”, conforme a formulação de Norbert Elias. A visibilidade da nobreza, em um universo transoceânico, não podia se separar de rituais simbólicos mediados pela escrita, tornando os aspirantes da fama dependentes, em certo sentido, dos artífices do elogio, homens versados em retórica e em poética. A presente comunicação visa apresentar como, em Prosopopéia, editada em 1601 sob a atribuição autoral de Bento Teixeira, a fama da família Albuquerque foi construída por meio do elogio heróico dos Irmãos Jorge d’Albuquerque Coelho e Duarte Coelho, respectivamente terceiro e segundo donatários da Capitania de Pernambuco. Tal questão nos levará a refletir a respeito de modelos coevos de heroísmo da pequena nobreza ultramarina, presentes na épica ibérica dos séculos XVI e XVII.
Resumo em português: O projeto objetiva explorar as interconexões entre a arte retórica de pregar, os seus componentes visuais e sua representação nas artes europeias da Contrarreforma. A ênfase recai sobre a definição e a interpretação da eloquência divina (a retórica do sagrado) nos seus componentes não verbais (gestos, atitudes, expressões e performance do pregador). O objetivo principal desta pesquisa é compreender a imaginação artística da eloquência divina tal como se apresenta na representação pictórica de pregadores exemplares in actio, na Europa Católica do século XVII. Na fase atual da pesquisa, concentra-se os estudos na análise de três telas selecionadas como foco: A Pregação de São João Batista no Deserto (c. 1634-5) de Massimo Stanzione, São João Batista Pregando no Deserto (c. 1636-7) de Guido Reni e São Paulo Pregando aos Efésios (1649) de Eustache Le Sueur. Buscar-se-á analisar as transformações e variações na iconografia de São João Batista e São Paulo entre as últimas décadas do século XVI e meados do século XVII, de modo a perceber suas eficácias e relevâncias como veículo de representação (visual) do pregador exemplar. Avaliaremos o papel dos gestos, expressões faciais, posturas corporais e outros elementos cinéticos dos pregadores e seus auditórios na busca dos artistas seiscentistas por dar visibilidade ao invisível conceito de eloquência divina . Tudo isso, tendo em vista dimensionar a importância dos componentes visuais e gestuais na elaboração de uma artística voltada à comunicação religiosa católica na época da Contrarreforma e da expansão do Catolicismo para além das fronteiras europeias. Durante o ano de 2013, foi realizada parte da primeira etapa desta pesquisa por meio de um Estágio Pós-doutoral (Estágio Sênior) no Departamento de História da Arte da Universidade de Warwick, em parceria com o Professor Lorenzo Pericolo e colaborações das professoras Louise Bourdua e Rebecca Earle. O estágio foi realizado com bolsa da CAPES (BEX 10161/12-0). Na ocasião, a pesquisa contou também com apoio financeiro do Grupo Santander (UK) no valor de 5 mil libras na linha Santander Latin America Collaboration Awards, em parceria com a Universidade de Warwick.
Versão apresentada à banca examinadora, formada pelo/as professore/as, Dra. Luciene Lehmkuhl (UFPB), Dra. Beatriz Helena Domingues (UFJF), Dr. Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP) e Dra. Joana Luiza Muylaert de Araújo (UFU).
Resumo:
Este trabalho resulta da reflexão sobre um conjunto de atividades de pesquisa e extensão que articulam prática de arte marcial chinesa, educação integral e desenvolvimento cultural (humanidades). Tais atividades vêm ocorrendo desde 2015 e envolvem tanto a reconstrução, estudo e problematização da memória das artes marciais chinesas na região do Triângulo Mineiro quanto a proposição de projetos educacionais que as utilizam como meio de promover formas corporificadas de diálogo entre culturas e de abertura à alteridade.
Na primeira parte, focalizamos os desafios da escrita acadêmica e semi-acadêmica sobre a história das artes marciais chinesas no Brasil, levando em conta questões teóricas, metodológicas, conceituais e de linguagem, tendo em vista o caráter “híbrido” ou “ampliado” do público a que se destina. Busca-se refletir a respeito de uma escrita de fronteira, que não seja pura divulgação científica, mas produção original de conhecimentos, análises e interpretações sobre temática em diálogo, ao mesmo tempo, com a academia e com os entusiastas de artes marciais. Contextualizamos esta proposta no interior de tendências transnacionais (também verificáveis no Brasil) de tratamento da história e da memória das artes marciais, cujo lugar epistemológico e institucional de origem é híbrido e fronteiriço desde a sua base.
Na segunda parte, outra fronteira é tomada como foco para reflexão: aquela entre os processos de educação “não-formais”, típicos do ensino-aprendizagem das artes marciais, e os de educação escolar, conforme as políticas públicas brasileiras. A partir de experiências concretas de trabalho em projetos de extensão, realizados junto a crianças, adolescentes, jovens e adultos em interface com diversos níveis de escolaridade, problematizamos criticamente modelos educacionais focalizados em “projetos de vida”. Alternativamente, propomos modelos experienciais com ênfase em artes de viver, nas quais corpo, mente e cultura não se separem, e no convívio ético, livre e prazeroso entre os indivíduos em desenvolvimento.
Abstract:
This work results from considering a set of researches and extensionist activities which articulate Chinese martial arts practice, integral education and cultural development (humanities). This activities has been occurring since 2015 and they encompass not only rebuilding, studying and problematising the Chinese martial art’s memory in Triangulo Mineiro region but also the proposition of educational projects which take them as ways to promote bodly means of intercultural dialogues and openness towards the alterity.
In its first part, this work focus on the challenges for writing about the history of Chinese martial arts in Brazil in both an academic and a demi-academic way. It takes theoretical, methodological, conceptual and stylistic issues into account to comply with the demands of the ‘hybrid’ or ‘wider’ public of such texts. We aim to reflect about this frontier way of writing not as scientific divulgation but rather as an authentic production of knowledge, analysis and interpretation on the subject, that dialogues both with the academic field and with martial arts enthusiasts. This proposal is contextualized within transnational tendencies (Brazil included) of considering the memory and the history o the martial arts. Such tendencies originate from an epistemological and institutional locus which is borderer and hybrid in its basis.
In its second part, our attention is driven towards another frontier: that between the process of non-formal education, typical of martial arts teaching and learning, and those of the scholar education in accordance with the Brazilian public policies. We critically problematize educational models focused on ‘projects of life’ by reflecting on concrete experiences of extensionist projects for children, teenagers, youngsters and adults in interface with various levels of schooling. Alternatively, we propound experiential models with emphasis on the arts of living, in which body, mind and culture are interwoven, and on the ethical, free and pleasant convivence among developing individuals.
Avaliar as extensões da tópica do canibalismo em suas dimensões teológico-políticas nos discursos concernentes à América portuguesa quinhentista e seus habitantes é a preocupação primeira desta tese. Nesse caminho, centramo-nos preferencialmente nos discursos jesuíticos, pois caracterizam um espaço em que a tópica está articulada a uma hermenêutica particular do Novo Mundo, indissociável dos princípios de colonização e conversão defendidos pelos inacianos na sua experiência evangelizadora. Através da Companhia de Jesus - instituição religiosa de grande prestígio e poder político junto à Coroa portuguesa -, a tópica do canibalismo fornece argumentos capazes de justificar políticas prudentes em relação à nova terra e aos novos súditos da Coroa, ao mesmo passo que fornece parâmetros para a invenção da realidade do Novo Mundo. Em suma, esta tese é sobre a difícil inserção daquilo que se convencionou chamar de canibal da América portuguesa na História cristã e sobre a difícil adequação da História cristã ao mesmo.
Data de Defesa: 17-03-2003
Banca: Paulo Miceli (orientador - UNICAMP), João Adolfo Hansen (USP), Andrea Daher (UFRJ), Alcir Pécora (UNICAMP) e Eliane Moura (UNICAMP).
Desde o final do século XVIII e ao longo do século XIX, em autores estrangeiros e brasileiros como Robert Southey, Carl Friedrich Philipp von Martius, Francisco Adolfo de Varnhagen e João Capistrano de Abreu, a escrita da história acompanhava uma reflexão sobre as singularidades da nação brasileira, seus aspectos civilizacionais e a “alma” de seu “povo”. Do passado colonial, buscava-se a “gênese” do Brasil”, cujo processo de conquista de soberania, em especial a partir de 1808 e 1822, marcaria sua vocação própria frente as demais nações “civilizadas” do mundo.
Das microteorias e meta-narrativas hegemônicas nas mais diversas correntes historiográficas de meados do século XIX até, pelo menos, meados do século XX, o “mito das três raças” e o caráter “mestiço” ou “miscigenado” do povo brasileiro são destacáveis. Disso decorre um paradigma ainda fortemente presente na academia, nas nossas políticas públicas de patrimônio histórico-cultural e na educação básica: a ideia dos “grupos formativos” da nacionalidade, destacadamente, os colonizadores europeus (portugueses), as sociedades ameríndias originais da terra e as diversas etnias africanas que, escravizadas, foram conduzidas violentamente ao trabalho forçado na colônia.
Nas últimas décadas do século XX e neste início do século XXI, a historiografia vem se abrindo à tematização cada vez mais central de abordagens relacionadas à história da África e à etnohistória indígena, focalizando a agência dos sujeitos índios e africanos escravizados, livres ou libertos nos períodos colonial, imperial e republicano. Tais abordagens deliberadamente buscam colocar em questão o eurocentrismo que marcou, desde a origem, a historiografia brasileira. Entretanto, ainda assim, não se percebe nenhum movimento mais organizado que questione o paradigma básico de que a “civilização brasileira” seria efeito do inter-relacionamento entre povos de três continentes, África, América e Europa, nas terras e mares interligados pelas rotas comerciais e demográficas do Atlântico.
Segundo esta visão de história, Ásia e Brasil constituem espaços cujas histórias, apesar de conectadas desde, pelo menos, a época das grandes navegações europeias, não teriam gerado importantes marcas uma na outra até, pelo menos, os processos de imigração japonesa para o Brasil no pós-Abolição. Contudo, vertentes contemporâneas da historiografia do Brasil colonial vêm avançando na perspectiva do tratamento do período sob a perspectiva do Império português e nas relações intracoloniais. Tais perspectivas, além de lançarem luzes sobre as relações diretas entre Brasil e África no Atlântico Sul, desde os anos 50 e 60, pelo menos, têm permitido perceber relações intensas (ao menos no plano comercial) entre os portos de Salvador e Rio de Janeiro com embarcações de destino ou partida em Goa, Macau, Malaca e outras partes da Ásia. Relações com impactos nada negligenciáveis, para dizer o mínimo, na cultura material, na arte e na arquitetura do Brasil colonial.
Nesta disciplina, pretendemos focalizar estudos pioneiros das relações entre Ásia e Brasil no período colonial. Embora “marginal”, o tema é antigo na historiografia brasileira e interessou intelectuais do porte, por exemplo, de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e José Roberto do Amaral Lapa. Ademais, pretendemos abordar os motivos dos “silêncios” sobre a Ásia nos estudos que marcaram visões eurocêntricas da História do Brasil ao longo do século XIX e das primeiras gerações de historiadores do século XX. Por hipótese, tais silêncios relacionam-se a uma visão sobre os agentes da colonização, cujo “caráter português”, logo, “europeu”, foi interpretado a partir de uma chave cultural que mais se assemelha a modelos sete e oitocentistas de burgueses europeus do que por uma chave historicamente mais própria de figuras imperiais no ultramar.
Desde o final do século XVIII e ao longo do século XIX, em autores estrangeiros e brasileiros como Robert Southey, Carl Friedrich Philipp von Martius, Francisco Adolfo de Varnhagen e João Capistrano de Abreu, a escrita da história acompanhava uma reflexão sobre as singularidades da nação brasileira, seus aspectos civilizacionais e a “alma” de seu “povo”. Do passado colonial, buscava-se a “gênese” do Brasil”, cujo processo de conquista de soberania, em especial a partir de 1808 e 1822, marcaria sua vocação própria frente as demais nações “civilizadas” do mundo.
Das microteorias e meta-narrativas hegemônicas nas mais diversas correntes historiográficas de meados do século XIX até, pelo menos, meados do século XX, o “mito das três raças” e o caráter “mestiço” ou “miscigenado” do povo brasileiro são destacáveis. Disso decorre um paradigma ainda fortemente presente na academia, nas nossas políticas públicas de patrimônio histórico-cultural e na educação básica: a ideia dos “grupos formativos” da nacionalidade, destacadamente, os colonizadores europeus (portugueses), as sociedades ameríndias originais da terra e as diversas etnias africanas que, escravizadas, foram conduzidas violentamente ao trabalho forçado na colônia.
Nas últimas décadas do século XX e neste início do século XXI, a historiografia vem se abrindo à tematização cada vez mais central de abordagens relacionadas à história da África e à etnohistória indígena, focalizando a agência dos sujeitos índios e africanos escravizados, livres ou libertos nos períodos colonial, imperial e republicano. Tais abordagens deliberadamente buscam colocar em questão o eurocentrismo que marcou, desde a origem, a historiografia brasileira. Entretanto, ainda assim, não se percebe nenhum movimento mais organizado que questione o paradigma básico de que a “civilização brasileira” seria efeito do inter-relacionamento entre povos de três continentes, África, América e Europa, nas terras e mares interligados pelas rotas comerciais e demográficas do Atlântico.
Segundo esta visão de história, Ásia e Brasil constituem espaços cujas histórias, apesar de conectadas desde, pelo menos, a época das grandes navegações europeias, não teriam gerado importantes marcas uma na outra até, pelo menos, os processos de imigração japonesa para o Brasil no pós-Abolição. Contudo, vertentes contemporâneas da historiografia do Brasil colonial vêm avançando na perspectiva do tratamento do período sob a perspectiva do Império português e nas relações intracoloniais. Tais perspectivas, além de lançarem luzes sobre as relações diretas entre Brasil e África no Atlântico Sul, desde os anos 50 e 60, pelo menos, têm permitido perceber relações intensas (ao menos no plano comercial) entre os portos de Salvador e Rio de Janeiro com embarcações de destino ou partida em Goa, Macau, Malaca e outras partes da Ásia. Relações com impactos nada negligenciáveis, para dizer o mínimo, na cultura material, na arte e na arquitetura do Brasil colonial.
Nesta disciplina, pretendemos focalizar estudos pioneiros das relações entre Ásia e Brasil no período colonial. Embora “marginal”, o tema é antigo na historiografia brasileira e interessou intelectuais do porte, por exemplo, de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e José Roberto do Amaral Lapa. Ademais, pretendemos abordar os motivos dos “silêncios” sobre a Ásia nos estudos que marcaram visões eurocêntricas da História do Brasil ao longo do século XIX e das primeiras gerações de historiadores do século XX. Por hipótese, tais silêncios relacionam-se a uma visão sobre os agentes da colonização, cujo “caráter português”, logo, “europeu”, foi interpretado a partir de uma chave cultural que mais se assemelha a modelos sete e oitocentistas de burgueses europeus do que por uma chave historicamente mais própria de figuras imperiais no ultramar.
Objetivo geral: A proposta da disciplina será, a partir das teses de Meir Shahar sobre a gênese das artes marciais de punho na China, investigar as condições sociais, culturais, filosóficas, políticas e religiosas que favoreceram este surgimento, estudando, assim, alguns aspectos singulares da história da China Imperial.
This article analyzes the work “Saint John the Baptist in the Desert (c. 1636-7)”, by Guido Reni, belonging to the collections of the Dulwich Picture Gallery, in London. It contextualizes and problematizes the iconographic theme of the painting and its pictorial style in such a way as to reflect on the concept of vaghezza. This aesthetic category, as we have concluded, is linked to a specific sensitivity about the body in artistic and theological perspectives of the Counter-Reformation. In this perspective, the gesture receives a particular treatment, being reduced to its minimum expressiveness, producing a “silence” in which it is possible to suggest the divine presence in the carnal transience.