Papers by Eduardo Lima Leite
A FOTOGRAFIA DOCUMENTAL COMO INSTRUMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA, 2024
Eduardo Lima Leite , 2024
Este trabalho é resultado das atividades desenvolvidas junto a UNIFIP e UFCG, durante oito anos e... more Este trabalho é resultado das atividades desenvolvidas junto a UNIFIP e UFCG, durante oito anos e meio de ensino e pesquisa. abordamos o uso de plataformas virtuais de aprendizagem para armazenamento e recuperação de informações, em plataforma web, com o intuito apresentar algumas orientações para construção destas plataformas. O estudo fundamentou-se em teorias da Computação e Ciências Humanas, em particular nos estudos sobre Objetos de Aprendizagem de Koper e Manderveld (2004), Modelo 3C de Colaboração (GEROSA, 2006) e a teoria da Inteligência Coletiva de Pierre Lévy (2010). Em termos metodológicos a proposta teve como fundamento o conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e Objeto de Aprendizagem (OA). Um OA apresenta uma função pedagógica. Objetos de aprendizagem devem ser criados para elaborarem tarefas específicas que gerem experiências de aprendizagem colaborativas.
Leite, E. L., 2023
O Ensino Híbrido harmoniza o uso da tecnologia digital com as interações presenciais. Trata- se d... more O Ensino Híbrido harmoniza o uso da tecnologia digital com as interações presenciais. Trata- se de um modelo capaz de adaptar-se a realidade dos alunos com necessidades educacionais especiais. Este artigo é fruto de uma pesquisa com discentes sem e com necessidades educacionais especiais e em situação de regime domiciliar dos cursos de Ciências Biológicas e Odontologia do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande. O problema da pesquisa partiu, por um lado, da realidade atual que é de inclusão progressiva desses alunos dos dois cursos; por outro lado, pelo desafio que representa lecionar para esses alunos e que por isso foram excluídos do ensino superior, durante décadas, mas que agora estão presentes no cotidiano acadêmico. Os alunos em regime domiciliar e com necessidades educacionais especiais precisam de orientação específica, por isso nos propomos a ouvir cada um deles, para entender o que fazer, como fazer, diante os desafios da inclusão no ensino superior. Em termos metodológicos o estudo optou pela utilização do questionário combinado com a análise de conteúdo para avaliar e entender o que pensam os alunos. Ao final da pesquisa, os alunos elencaram propostas para aprimorar a relação ensino e aprendizagem no que se refere a utilização e organização das atividades na plataforma PVAE.
Leite, E. L,, 2023
Nesta pesquisa realizamos uma análise sobre os artigos científicos que abordam a prática religios... more Nesta pesquisa realizamos uma análise sobre os artigos científicos que abordam a prática religiosa do Catimbó no Brasil. Apresentamos como esse tema tem sido pesquisado na literatura, bem como a qualificação dos autores, as revistas em que os estudos foram publicados, a metodologia aplicada e sua relevância para o cenário acadêmico. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica entre os meses de outubro e novembro de 2023. Buscamos por meio de levantamento bibliográfico nos principais bancos de dados científicos do país, o conhecimento aprofundado sobre o tema, por intermédio de 11 artigos científicos, produzidos entre os anos de 2009 e 2023.
Leite, E. L., 2023
Este artigo tem como objetivo contribuir para o debate sobre as raízes, evolução e horizontes dos... more Este artigo tem como objetivo contribuir para o debate sobre as raízes, evolução e horizontes dos estudos de Direitos Humanos. Para isso, buscou-se identificar e analisar algumas raízes, evolução e os horizontes dos principais campos de pesquisa dos Direitos Humanos, bem como, a possibilidade do surgimento de campos de estudos recentes. A abordagem adotada fundamentou-se na proposta analítica de “desmistificar” um tema que há muito é compreendido como um debate exclusivo do campo jurídico.
Eduardo Lima Leite, 2023
This research entitled "Identification of problems related to alcohol use with individuals betwee... more This research entitled "Identification of problems related to alcohol use with individuals between 18 and 50 years old". resulted from the activities developed in the Institutional Volunteer Program for Scientific Initiation (PIVIC), at the Federal University of Campina Grande. The study aimed to understand, in the context of the COVID-19 pandemic, the problems related to the use and possible abuse of alcoholic beverages among individuals between 18 and 50 years old in the municipality of Patos-PB. Data collection took place between August 2021 and August 2022. The methodological instrument used was the AUDITOR (Alcohol Use Disorders Identification Test). A total of 464 individuals participated in the study
Individuals aged 18 to 50 with a drinking problem., 2023
This research aimed to identify problems related to alcohol use in the municipality of Patos-PB, ... more This research aimed to identify problems related to alcohol use in the municipality of Patos-PB, Brazil. The methodology used was the AUDIT questionnaire. The questionnaire was disseminated in social networks and applied with individuals between 18 and 50 years of age who accepted to participate in the research through Google Forms. The collection of the occurred between August 2021 and August 2022 with the participation of 464 individuals. The results indicated that the use of alcoholic beverages is part of the routine of the research participants, with very serious consequences for the age group 18 to 25, causing problems in private and collective relationships among all ages.
Innovación en la investigación y transferencia del conocimiento: técnicas, casos prácticos y aplicaciones.
Pesquisas Científicas: da teoria à prática, 2021
csearsouthamerica.org, 2011
Page 1. 1 1 CONTABILIDADE AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO NAS EMPRESAS DO RAMO DE FERTILI... more Page 1. 1 1 CONTABILIDADE AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: UM ESTUDO NAS EMPRESAS DO RAMO DE FERTILIZANTES E DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, LISTADAS NA BOVESPA NOS ANOS DE 2005-2009. João ...
Pesquisas Científicas: da teoria à prática, 2021
Drafts by Eduardo Lima Leite
It would be a pleasure to answer this question, if almost a semester of the discipline of Cultura... more It would be a pleasure to answer this question, if almost a semester of the discipline of Cultural and Human Anthropology had not passed. The question reminded me, on the one hand, when I was an undergraduate student of Social Sciences and took the subject of Human Geography with Professor Manoel Fernandes de S. Neto 2. On the other hand, it made me review how to introduce the texts of the first two weeks of class on the definition, field and object of anthropological study. I wondered if this question would be an opportunity to write a text on ¿para qué sirve la antropología? Would the answer to this question help with the readings to be done in the first two weeks? Was it worth a try, or would an answer provoke more questions? In any case, the phrase verba volant, scripta manente. I always start the semester with texts on what Anthropology is not for and what it is for in scientific terms and in contexts far from scientific activity. As a science, it allows the comparative study of human behavior, examines systems of customs, seeks to explain their origins and transformations, similarities and dissimilarities of cultures. Anthropology as a science analyzes values, premises and objectives that make a culture/society a coherent system of life, between the culture of the group and the personality of the individual. Applied to a situation outside the classroom, anthropology served to circumvent a gaffe committed by my master's class. During the break of a class we invited Professor Terry to have a coffee, but Terry did not drink coffee, let alone understand the meaning of the invitation. On the way to the cafeteria in Praça da Alegria, the professor asked about the meaning of the invitation. I explained that having a coffee would be a pretext for the class to get to know him better, that the coffee would be an opportunity to welcome the newly appointed European professor. If these explanations are still not enough to answer; "ce à quoi sert vraiment l'anthropologie"? I will explain it another way. Anthropology has a social obligation as much as medicine. Anthropology teaches how to be comfortable in uncomfortable situations. Anthropology is useful even in places where certainties of its uselessness abound. It explains through the concept of otherness why, despite the risks, many Germans, Italians, Poles and French welcomed Jews and protected them from fascists and Nazis in the 1930s and during the Second World War. The principle of otherness allows us to accurately understand the countless ways of life, values, celebrations, rituals, in their multiple meanings and as products of cultural choices, reveal our diversity, "if there is something natural in this particular species that is the human, it is its aptitude for variation 3. This approach to the multiple, proposed by Anthropology, implies a break with the ethnocentrist vision. The discovery of the other in the eighteenth century, as a project to found a science of man, constituted what has become Anthropology today, not only a science, but a type of knowledge, which for the anthropologically oriented, serves to see the world in a broad way. As Roger Bastide said: "I am a thousand possible things in myself; but I cannot resign myself to wanting only one of them". 4 .
“Professor para que serve a Antropologia?” Seria um prazer responder esse questionamento, se não ... more “Professor para que serve a Antropologia?” Seria um prazer responder esse questionamento, se não tivesse transcorrido quase um semestre da disciplina de Antropologia Cultural e Humana.
Essa pergunta me fez lembrar, por um lado, quando estava na graduação de Ciências Sociais e cursava a disciplina de Geografia Humana com o professor Manoel Fernandes de S. Neto (Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP).
Por outro lado, me fez rever como introduzir os textos das duas primeiras semanas de aula sobre a definição, o campo e objeto de estudo antropológicos.
Me questionei se essa pergunta seria uma oportunidade para escrever um texto sobre ¿para qué sirve la antropología? Responder esse questionamento ajudaria nas leituras a serem realizadas nas duas primeiras semanas? Valia uma tentativa, ou uma resposta provocaria mais dúvidas? De qualquer forma vale aquela citação verba volant, scripta manente.
Sempre iniciei o semestre com textos sobre para que não serve e para que serve a Antropologia em termos científicos e em contextos afastados da atividade científica. Como ciência, ela permite o estudo comparado do comportamento humano, examina os sistemas de costumes, procura explicar suas origens e transformações, semelhanças e dessemelhanças das culturas. A antropologia enquanto ciência analisa valores, premissas e objetivos que fazem de uma cultura/sociedade um sistema coerente de vida, entre a cultura do grupo e a personalidade do indivíduo.
Aplicada a uma situação fora da sala de aula, a antropologia serviu para contornar uma gafe cometida por minha turma do mestrado. No intervalo de uma aula convidamos o professor Terry para tomar um café, mas Terry não tomava café, e muito menos entendeu o significado do convite. No caminho para a lanchonete na Praça da Alegria, o professor questionou sobre o significado do convite. Expliquei que tomar um café seria um pretexto para a turma conhecê-lo melhor, que o café seria uma oportunidade para acolher o professor recém ingressado na UFPB.
Se essas explicações ainda não forem suficientes para responder; “ce à quoi sert vraiment l'anthropologie”? Explicarei de outra forma. A antropologia tem obrigação social tanto quanto a Medicina. A antropologia ensina como ficar confortável em situações desconfortáveis. A antropologia tem serventia mesmo nos lugares onde pipocam certezas da sua inutilidade. Ela explica através do conceito de alteridade porque apesar dos riscos, muitos alemães, italianos, poloneses e franceses acolheram judeus e os protegeram dos fascistas e nazistas nas décadas de 1930 e 1940, durante a Segunda Guerra.
O princípio da alteridade permite entender com precisão os inúmeros modos de vida, valores, comemorações, rituais em seus múltiplos significados e enquanto produtos de escolhas culturais, revelam a nossa diversidade, “se há algo natural nessa espécie particular que é a humana, é sua aptidão à variação" [ LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003].
Essa abordagem do múltiplo, proposta pela Antropologia, implica em uma ruptura com a visão etnocentrista. A descoberta do outro no século XVIII, enquanto um projeto para fundar uma ciência do homem, constituiu o que se tornou a Antropologia atual, não só uma ciência, mas um tipo de saber, que para os antropologicamente orientados, serve para enxergar o mundo de forma ampla. Como afirmou Roger Bastide: “Eu sou mil possíveis em mim; mas não posso me resignar a querer apenas um deles" [ BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006].
REFERÊNCIA
LEITE, Eduardo, L. Das ciências sem serventia, além da geografia, a outra é a antropologia. Textos de sala de aula e algumas crônicas. Patos-PB, 2023.
Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP.
LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.
BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006.
Books by Eduardo Lima Leite
Just one more: factors associated with alcohol use and abuse in a municipality in Paraíba, 2023
ABSTRACT
This research entitled "Just one more: factors associated with alcohol use and abuse in ... more ABSTRACT
This research entitled "Just one more: factors associated with alcohol use and abuse in a municipality in Paraíba". resulted from activities carried out as part of the Institutional Scientific Initiation Program at the Federal University of Campina Grande. The aim of the study was to analyze the factors associated with alcohol use in the municipality of PatosPB. The methodological instrument used was the AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) questionnaire.
A FOTOGRAFIA DOCUMENTAL COMO INSTRUMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA, 2024
The e-book we are proposing falls within the scope of CAPES Area 44, Sciences of Religion and The... more The e-book we are proposing falls within the scope of CAPES Area 44, Sciences of Religion and Theology, with the aim of publishing research guided by multidisciplinary, interdisciplinary or transdisciplinary approaches, according to the theoretical-methodological principles of both the Sciences of Religion and Theology.
Conference Presentations by Eduardo Lima Leite
Uploads
Papers by Eduardo Lima Leite
Drafts by Eduardo Lima Leite
Essa pergunta me fez lembrar, por um lado, quando estava na graduação de Ciências Sociais e cursava a disciplina de Geografia Humana com o professor Manoel Fernandes de S. Neto (Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP).
Por outro lado, me fez rever como introduzir os textos das duas primeiras semanas de aula sobre a definição, o campo e objeto de estudo antropológicos.
Me questionei se essa pergunta seria uma oportunidade para escrever um texto sobre ¿para qué sirve la antropología? Responder esse questionamento ajudaria nas leituras a serem realizadas nas duas primeiras semanas? Valia uma tentativa, ou uma resposta provocaria mais dúvidas? De qualquer forma vale aquela citação verba volant, scripta manente.
Sempre iniciei o semestre com textos sobre para que não serve e para que serve a Antropologia em termos científicos e em contextos afastados da atividade científica. Como ciência, ela permite o estudo comparado do comportamento humano, examina os sistemas de costumes, procura explicar suas origens e transformações, semelhanças e dessemelhanças das culturas. A antropologia enquanto ciência analisa valores, premissas e objetivos que fazem de uma cultura/sociedade um sistema coerente de vida, entre a cultura do grupo e a personalidade do indivíduo.
Aplicada a uma situação fora da sala de aula, a antropologia serviu para contornar uma gafe cometida por minha turma do mestrado. No intervalo de uma aula convidamos o professor Terry para tomar um café, mas Terry não tomava café, e muito menos entendeu o significado do convite. No caminho para a lanchonete na Praça da Alegria, o professor questionou sobre o significado do convite. Expliquei que tomar um café seria um pretexto para a turma conhecê-lo melhor, que o café seria uma oportunidade para acolher o professor recém ingressado na UFPB.
Se essas explicações ainda não forem suficientes para responder; “ce à quoi sert vraiment l'anthropologie”? Explicarei de outra forma. A antropologia tem obrigação social tanto quanto a Medicina. A antropologia ensina como ficar confortável em situações desconfortáveis. A antropologia tem serventia mesmo nos lugares onde pipocam certezas da sua inutilidade. Ela explica através do conceito de alteridade porque apesar dos riscos, muitos alemães, italianos, poloneses e franceses acolheram judeus e os protegeram dos fascistas e nazistas nas décadas de 1930 e 1940, durante a Segunda Guerra.
O princípio da alteridade permite entender com precisão os inúmeros modos de vida, valores, comemorações, rituais em seus múltiplos significados e enquanto produtos de escolhas culturais, revelam a nossa diversidade, “se há algo natural nessa espécie particular que é a humana, é sua aptidão à variação" [ LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003].
Essa abordagem do múltiplo, proposta pela Antropologia, implica em uma ruptura com a visão etnocentrista. A descoberta do outro no século XVIII, enquanto um projeto para fundar uma ciência do homem, constituiu o que se tornou a Antropologia atual, não só uma ciência, mas um tipo de saber, que para os antropologicamente orientados, serve para enxergar o mundo de forma ampla. Como afirmou Roger Bastide: “Eu sou mil possíveis em mim; mas não posso me resignar a querer apenas um deles" [ BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006].
REFERÊNCIA
LEITE, Eduardo, L. Das ciências sem serventia, além da geografia, a outra é a antropologia. Textos de sala de aula e algumas crônicas. Patos-PB, 2023.
Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP.
LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.
BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006.
Books by Eduardo Lima Leite
This research entitled "Just one more: factors associated with alcohol use and abuse in a municipality in Paraíba". resulted from activities carried out as part of the Institutional Scientific Initiation Program at the Federal University of Campina Grande. The aim of the study was to analyze the factors associated with alcohol use in the municipality of PatosPB. The methodological instrument used was the AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) questionnaire.
Conference Presentations by Eduardo Lima Leite
Essa pergunta me fez lembrar, por um lado, quando estava na graduação de Ciências Sociais e cursava a disciplina de Geografia Humana com o professor Manoel Fernandes de S. Neto (Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP).
Por outro lado, me fez rever como introduzir os textos das duas primeiras semanas de aula sobre a definição, o campo e objeto de estudo antropológicos.
Me questionei se essa pergunta seria uma oportunidade para escrever um texto sobre ¿para qué sirve la antropología? Responder esse questionamento ajudaria nas leituras a serem realizadas nas duas primeiras semanas? Valia uma tentativa, ou uma resposta provocaria mais dúvidas? De qualquer forma vale aquela citação verba volant, scripta manente.
Sempre iniciei o semestre com textos sobre para que não serve e para que serve a Antropologia em termos científicos e em contextos afastados da atividade científica. Como ciência, ela permite o estudo comparado do comportamento humano, examina os sistemas de costumes, procura explicar suas origens e transformações, semelhanças e dessemelhanças das culturas. A antropologia enquanto ciência analisa valores, premissas e objetivos que fazem de uma cultura/sociedade um sistema coerente de vida, entre a cultura do grupo e a personalidade do indivíduo.
Aplicada a uma situação fora da sala de aula, a antropologia serviu para contornar uma gafe cometida por minha turma do mestrado. No intervalo de uma aula convidamos o professor Terry para tomar um café, mas Terry não tomava café, e muito menos entendeu o significado do convite. No caminho para a lanchonete na Praça da Alegria, o professor questionou sobre o significado do convite. Expliquei que tomar um café seria um pretexto para a turma conhecê-lo melhor, que o café seria uma oportunidade para acolher o professor recém ingressado na UFPB.
Se essas explicações ainda não forem suficientes para responder; “ce à quoi sert vraiment l'anthropologie”? Explicarei de outra forma. A antropologia tem obrigação social tanto quanto a Medicina. A antropologia ensina como ficar confortável em situações desconfortáveis. A antropologia tem serventia mesmo nos lugares onde pipocam certezas da sua inutilidade. Ela explica através do conceito de alteridade porque apesar dos riscos, muitos alemães, italianos, poloneses e franceses acolheram judeus e os protegeram dos fascistas e nazistas nas décadas de 1930 e 1940, durante a Segunda Guerra.
O princípio da alteridade permite entender com precisão os inúmeros modos de vida, valores, comemorações, rituais em seus múltiplos significados e enquanto produtos de escolhas culturais, revelam a nossa diversidade, “se há algo natural nessa espécie particular que é a humana, é sua aptidão à variação" [ LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003].
Essa abordagem do múltiplo, proposta pela Antropologia, implica em uma ruptura com a visão etnocentrista. A descoberta do outro no século XVIII, enquanto um projeto para fundar uma ciência do homem, constituiu o que se tornou a Antropologia atual, não só uma ciência, mas um tipo de saber, que para os antropologicamente orientados, serve para enxergar o mundo de forma ampla. Como afirmou Roger Bastide: “Eu sou mil possíveis em mim; mas não posso me resignar a querer apenas um deles" [ BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006].
REFERÊNCIA
LEITE, Eduardo, L. Das ciências sem serventia, além da geografia, a outra é a antropologia. Textos de sala de aula e algumas crônicas. Patos-PB, 2023.
Quando cursei a disciplina de Geografia Humana o professor Fernandes ainda estava na UFPB, alguns semestres depois ele foi lecionar na USP.
LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.
BASTIDE, Roger. Anatomie d’André Gide. Paris: Harmattan. 2006.
This research entitled "Just one more: factors associated with alcohol use and abuse in a municipality in Paraíba". resulted from activities carried out as part of the Institutional Scientific Initiation Program at the Federal University of Campina Grande. The aim of the study was to analyze the factors associated with alcohol use in the municipality of PatosPB. The methodological instrument used was the AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) questionnaire.
O primeiro trottoir antropológico teve início no século XIX, em 1835, durante o período de formação da antropologia; marcado por reflexões sobre o homem e o universo que o cerca.
O segundo momento do trottoir antropológico girou em torno da influência do conceito de evolução, denominado de período de convergência, entre 1835 e 1869.
O terceiro momento do trottoir antropológico foi de 1869 até 1900, conhecido como período de construção.
O quarto e último trottoir da antropologia se iniciou em 1900 e segue até os dias atuais, denominado de período de crítica. Como qualquer ciência a antroplogia tem seus fundadores e cujas obras constituem o eixo central do trottoir antropológico, são eles: Franz Boas (1858-1942), Bronislaw Malinowki (1884-1942), Radcliffe-Brown (1881-1955) e Marcel Mauss (1972-1950). Juntos, promoveram uma também a renovação do trottoir antropológico.
O trottoir inicial da Antropologia surgiu em quatro países: França, Grã-Bretanha, EUA e Alemanha; porém não se trata de um trottoir linear, mas marcado por controvérsias, acúmulo de conhecimento, crise e amadurecimento sobre a compreensão do método e da teoria antropológica. Alguns conceitos, teorias, métodos e objetos de estudo que surgiram no início do trottoir antropológico ainda fazem parte da antropologia.
O trottoir da antropologia foi influenciado pelo contato com a anatomia, fisiologia, psicologia, linguística, sociologia etc; por esse motivo o trottoir antropológico é transdisciplinar. Por isso os antropólogos utilizam teorias e métodos de outras ciências em suas pesquisas, essa característica transdiciplinar possibilitou e possibilita a produção e a renovaão constante da teoria e do método antropológico. Em 200 anos de trottoir, a antropologia reagiu às transformações culturais, sociais, políticas etc., e como consequência, o trottoir antropológico passou por muitas transformações. Um exemplo foi “a ‘observação participante’ de Malinowski, que estabeleceu um novo padrão para a pesquisa etnográfica” (Eriksen; Nielsen, 2019, p. 57).
Para entendermos a importância de conhecer o trottoir da antropologia na formação do antropólogo, James Frazer no prefácio da obra “Argonautas do Pacifico Ocidental”, afirma que: “o cientista, assim como o literato, tende a ver a humanidade somente em abstrato, selecionando para suas considerações apenas um aspecto dos muitos que caracterizam o ser humano em sua complexidade” (Malinowski, 2018, p. 6).
A importância de ler autores como Malinowski e obras como “Argonautas do Pacífico Ocidental”, para citar um exemplo, consiste no fato de que o acesso ao conhecimento sobre o trottoir antropológico só é possível através das leituras obrigatórias dos clássicos e suas obras, que nos cursos de Antropologia representam um papel central na formação do aluno de graduação. A proposta apresentada por autores como Malinowski, em captar o ponto de vista do "nativo", ainda continua fundamental na antropologia.
REFERÊNCIAS
ERIKSEN, Thomas Hylland. NIELSEN, Finn Sivert. História da antropologia. Editora Vozes Limitada, 2019.
LEITE, Eduardo, L. A antropologia e seu trottoir. Textos de sala de aula e algumas crônicas. Patos-PB, 2023.
MALINOWSKI, Bronisław. Argonautas do pacífico ocidental. Ubu Editora LTDA-ME, 2018.