É possível adquirir o livro "A confissão tupi" (2021) pela Estante Virtual com frete a preços módicos: https://www.estantevirtual.com.br/busca?utf8=%E2%9C%93&q=jaqueline%20ferreira%20da%20mota
História: Relações de poder, cultura e representações 2 Capítulo 13, 2023
The writer, poet, professor, History critic and ethnologist, native from Maranhão, Antônio Gonça... more The writer, poet, professor, History critic and ethnologist, native from Maranhão, Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), claims establishing the Diccionario da Lingua Tupy (1858) as a preliminary study on the language of indigenous groups from the Brazilian Coastline, later, allowing him to characterize the customs observed. To understand Gonçalves Dias’ proposal it was necessary to contextualize the Diccionario’s production, thus, we used informations of other historical documents. The main objective of our text is presenting the indigenous ethnic groups found in the Diccionario. Concurrently, we tried to identify if it was possible to recognize the linguistic diversity of the Tupi language in Brazil during the period in which the Diccionario was written. We believed that the historical study of the Pará’s indigenous communities of the 18th and 19th Centuries might reveal valuable information on these population. Furthermore, we verified the methodological possibility of using literary texts as sources for Environmental History.
A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, t... more A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, tendo como fonte principal um confessionário manuscrito da língua tupi datado de 1751. Tanto no Novo Mundo como na Europa, os manuais de confissão eram organizados na forma de interrogatório estruturado pelos mandamentos do Decálogo. O fiel era interrogado sobre as formas pelas quais havia pecado, se por ação, palavra ou por pensamento. O trabalho de evangelizar em idioma nativo era previsto segundo os fundamentos teológico-políticos da era moderna. Para a Companhia de Jesus, a Palavra deveria ser veiculada “de boca a orelha”. A proposta de analisar uma documentação do século XVIII reside em averiguar os ecos da doutrina cristã após um longo tempo de trabalho nas missões. O Pará estava entre as missões mais antigas e, por isso, contava com índios cristianizados e civilizados havia pelo menos dois séculos.
Os objetivos do artigo sao: a) Fazer uma breve descricao da arquitetura narrativa do “Confession... more Os objetivos do artigo sao: a) Fazer uma breve descricao da arquitetura narrativa do “Confessionario de 1751” e da Gramatica da Lingua geral do Brazil de 1750 estabelecendo as relacoes entre as suas partes (Vocabulario, Gramatica, Oracoes e Confessionario), evidenciando o privilegio das topicas veiculadas e de temas abordados, particularmente relacionados a sexualidade; b) Estabelecer uma comparacao do “Confessionario de 1751” com a Gramatica da Lingua geral do Brazil de 1750. Infelizmente, o codice de 1751 encontra-se manchado e danificado em muitos trechos. Por isso, sera analisado a luz de uma comparacao com o manuscrito de 1750. Por serem duas obras temporalmente proximas, sua comparacao permitira averiguar as continuidades e as descontinuidades da missao no Para e apreender vestigios das praticas dos confessores; c) Relacionar a lista Nomes das partes do corpo pertencente ao manuscrito de 1750 com as ocorrencias de palavras relacionadas ao corpo presentes em outras secoes dess...
Este artigo aborda a relacao entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: ... more Este artigo aborda a relacao entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: a Gramatica da Lingua Geral do Brazil. Com hum Diccionario dos vocabulos mais uzuaes para a intelligencia da dita lingua , de 1750, e o Vocabulario da Lingua Brasilica , de 1751. A comparacao entre os dois documentos permitiu-nos apresentar as especificidades das missoes do Para e tambem as particularidades dos vocabularios manuscritos.
Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, com... more Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, como a presença de uma pergunta sobre a prática da antropofagia entre os indígenas penitentes que nos incitou a investigar o porquê dessa especificidade inexistente nos textos de Anchieta e nos confessionários tupi produzidos na Amazônia do século XVIII, principal problemática deste artigo, no qual também procuraremos demonstrar que os indígenas penitentes têm papel fundamental na elaboração das perguntas dos confessionários e não são apenas agentes passivos das perguntas dos missionários.
A presente publicação é uma transcrição e tradução do Sétimo mandamento da Lei de Deus, "Não... more A presente publicação é uma transcrição e tradução do Sétimo mandamento da Lei de Deus, "Não roubes", contido em dois confessionários paraenses do século XVIII. A transcrição e tradução é um trecho de nossa tese, onde analisamos a possibilidade de considerar documentos em línguas indígenas como fontes históricas.
Simpósio Nacional de História (31 : 2021 : Rio de Janeiro, RJ), 2021
No Diccionario da Lingua Tupy (1858), o escritor, poeta, professor, crítico de história e et-
nól... more No Diccionario da Lingua Tupy (1858), o escritor, poeta, professor, crítico de história e et- nólogo maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) afirma ter procurado estabelecer um dicionário porque precisava fazer um estudo prévio da língua que os indígenas do litoral brasileiro falavam como um requisito para caracterizar os costumes deles. Para compreen- dermos a proposta de Gonçalves Dias e respondermos nossas perguntas, faz-se necessário nos valermos de outros documentos históricos que nos proporcionem a contextualização necessária da produção do Diccionario. Com isso, o objetivo geral de nosso texto consiste em apresentar, preliminarmente, quais as etnias indígenas presentes em seu Diccionario da Lin- gua Tupy (1858), seguido de um cotejamento com as informações desses grupos fornecidas pelos manuscritos do acervo da Coleção Gonçalves Dias, sob a guarda da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Acreditamos que o estudo histórico de comunidades indígenas no Pará dos séculos XVIII e XIX pode revelar informações valiosas como o tratamento da terra por esses povos, bem como testar a possibilidade metodológica de usar textos literários como fontes para uma História Ambiental.
Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários q... more Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, como a presença de uma pergunta sobre a prática da antropofagia entre os indígenas penitentes que nos incitou a investigar o porquê dessa especificidade inexistente nos textos de Anchieta e nos confessionários tupi produzidos na Amazônia do século XVIII, principal problemática deste artigo, no qual também procuraremos demonstrar que os indígenas penitentes têm papel fundamental na elaboração das perguntas dos confessionários e não são apenas agentes passivos das perguntas dos missionários.
Pluralidade de Temas e Aportes Teórico-Metodológicos na Pesquisa em História 4, 2021
A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, t... more A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, tendo como fonte principal um confessionário manuscrito da língua tupi datado de 1751. Tanto no Novo Mundo como na Europa, os manuais de confissão eram organizados na forma de interrogatório estruturado pelos mandamentos do Decálogo. O fiel era interrogado sobre as formas pelas quais havia pecado, se por ação, palavra ou por pensamento. O trabalho de evangelizar em idioma nativo era previsto segundo os fundamentos teológico-políticos da era moderna. Para a Companhia de Jesus, a Palavra deveria ser veiculada “de boca a orelha”. A proposta de analisar uma documentação do século XVIII reside em averiguar os ecos da doutrina cristã após um longo tempo de trabalho nas missões. O Pará estava entre as missões mais antigas e, por isso, contava com índios cristianizados e civilizados havia pelo menos dois séculos.
Este artigo aborda a relação entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: ... more Este artigo aborda a relação entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: a Grámatica da Lingua Geral do Brazil. Com hum Diccionario dos vocabulos mais uzuaes para a intelligencia da dita lingua, de 1750, e o Vocabulário da Língua Brasílica, de 1751. A comparação entre os dois documentos permitiu-nos apresentar as especificidades das missões do Pará e também as particularidades dos vocabulários manuscritos.
Os objetivos do artigo são: a) Fazer uma breve descrição da arquitetura narrativa do “Confession... more Os objetivos do artigo são: a) Fazer uma breve descrição da arquitetura narrativa do “Confessionário de 1751” e da Grãmatica da Lingua geral do Brazil de 1750 estabelecendo as relações entre as suas partes (Vocabulário, Gramática, Orações e Confessionário), evidenciando o privilégio das tópicas veiculadas e de temas abordados, particularmente relacionados à sexualidade; b) Estabelecer uma comparação do “Confessionário de 1751” com a Grãmatica da Lingua geral do Brazil de 1750. Infelizmente, o códice de 1751 encontra-se manchado e danificado em muitos trechos. Por isso, será analisado à luz de uma comparação com o manuscrito de 1750. Por serem duas obras temporalmente próximas, sua comparação permitirá averiguar as continuidades e as descontinuidades da missão no Pará e apreender vestígios das práticas dos confessores; c) Relacionar a lista Nomes das partes do corpo pertencente ao manuscrito de 1750 com as ocorrências de palavras relacionadas ao corpo presentes em outras seções desses documentos setecentistas e também em confessionários dos séculos XVI e XVII para inventariarmos como a sexualidade indígena presente em vocabulários e listas específicas auxiliaram o confessor de índios que precisava inquirir o penitente índio quanto às faltas cometidas contra o sexto mandamento.
A "Grãmatica da Lingua Geral do Brazil" datada de 1750 e pertencente ao acervo da Biblioteca Gera... more A "Grãmatica da Lingua Geral do Brazil" datada de 1750 e pertencente ao acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, é um manuscrito catequético que tem por base a trilogia “gramática, catecismo e vocabulário”, estrutura conhecida em obras missionárias do gênero. Há uma divergência de opiniões entre especialistas que se dedicaram a estudar este códice sobre a autoria do documento, alguns defendendo ser obra dos jesuítas, outros acreditando tratar-se de um texto franciscano. Este artigo consiste em apresentar o primeiro mandamento da seção do Confessionário, destacando aquelas perguntas em que aparecem as bruxas e o demônio para inventariar pistas temáticas que permitam definir a autoria institucional do documento ou ao menos problematizar os modelos de confissão utilizados no Estado do Brasil e no do Pará e o que esses modelos podem nos dizer sobre a adaptação missionária do sacramento da penitência para índios de etnias específicas. O trabalho segue o modelo, a metodologia e a teoria proposta por Agnolin (2007) quando do estudo de fontes missionárias tupi resultantes do encontro entre índios e missionários no Novo Mundo.
A proposta desta tese de doutoramento consiste no estudo comparativo de cinco confessionários tup... more A proposta desta tese de doutoramento consiste no estudo comparativo de cinco confessionários tupi aplicados em regiões missioneiras do Grão-Pará e Maranhão e do Brasil entre os séculos XVI e XVIII. O objetivo geral do estudo é apresentar os modelos de confissão católica pretendidos em cada um dos séculos tratados, considerando os locais de origem dos penitentes índios e a instituição religiosa à qual pertenciam os confessores, os modelos disponíveis para aplicar esse sacramento (ora impressos, ora manuscritos) e os contextos em que se desenvolveram as respectivas missões jesuíticas. Partimos do pressuposto de que os jesuítas, ainda que tivessem um propósito universalista de evangelização, tiveram de se adaptar às diferentes realidades apresentadas pelos interlocutores indígenas, condicionados pelos diferentes espaços culturais (físicos e temporais) onde ocorria a missionação. Para além da análise linguística (terminológica e de tradução) conduzida por dentro de uma perspectiva histórica com seus desdobramentos antropológicos, outra metodologia orientativa e de apoio será aquela já traçada pela Escola Italiana de História das Religiões.
Propomos um estudo sobre o confessionário tupi a partir de perguntas referentes a três mandamento... more Propomos um estudo sobre o confessionário tupi a partir de perguntas referentes a três mandamentos da Lei de Deus: o primeiro, “Adorar um só Deus”, o quinto, “Não matar” e o sétimo, “Não roubar”. Um de nossos principais argumentos foi dizer que os confessionários oficiais da Companhia de Jesus, dirigidos à missionação dos indígenas brasileiros veiculados no Catecismo na Lingoa Brasilica, do jesuíta Antônio de Araújo, impresso em 1618, e no Catecismo Brasilico da Doutrina Christãa, datado de 1686, organizado por Bartolomeu de Leão, não são obras congeladas e monolíticas decorridas da política linguística da ordem e, diferentemente do que poderíamos imaginar, esses textos apresentam certa independência em relação ao manuscrito de José de Anchieta, não sendo necessariamente uma adaptação do texto anchietano. Além disso, buscamos também mostrar como os povos indígenas das missões do Grão-Pará e Maranhão foram excluídos, algumas vezes, da proposta de evangelização da Companhia de Jesus, já que as informações daquela região nem sempre foram consideradas na elaboração das perguntas dos confessionários oficiais.
História: Relações de poder, cultura e representações 2 Capítulo 13, 2023
The writer, poet, professor, History critic and ethnologist, native from Maranhão, Antônio Gonça... more The writer, poet, professor, History critic and ethnologist, native from Maranhão, Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), claims establishing the Diccionario da Lingua Tupy (1858) as a preliminary study on the language of indigenous groups from the Brazilian Coastline, later, allowing him to characterize the customs observed. To understand Gonçalves Dias’ proposal it was necessary to contextualize the Diccionario’s production, thus, we used informations of other historical documents. The main objective of our text is presenting the indigenous ethnic groups found in the Diccionario. Concurrently, we tried to identify if it was possible to recognize the linguistic diversity of the Tupi language in Brazil during the period in which the Diccionario was written. We believed that the historical study of the Pará’s indigenous communities of the 18th and 19th Centuries might reveal valuable information on these population. Furthermore, we verified the methodological possibility of using literary texts as sources for Environmental History.
A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, t... more A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, tendo como fonte principal um confessionário manuscrito da língua tupi datado de 1751. Tanto no Novo Mundo como na Europa, os manuais de confissão eram organizados na forma de interrogatório estruturado pelos mandamentos do Decálogo. O fiel era interrogado sobre as formas pelas quais havia pecado, se por ação, palavra ou por pensamento. O trabalho de evangelizar em idioma nativo era previsto segundo os fundamentos teológico-políticos da era moderna. Para a Companhia de Jesus, a Palavra deveria ser veiculada “de boca a orelha”. A proposta de analisar uma documentação do século XVIII reside em averiguar os ecos da doutrina cristã após um longo tempo de trabalho nas missões. O Pará estava entre as missões mais antigas e, por isso, contava com índios cristianizados e civilizados havia pelo menos dois séculos.
Os objetivos do artigo sao: a) Fazer uma breve descricao da arquitetura narrativa do “Confession... more Os objetivos do artigo sao: a) Fazer uma breve descricao da arquitetura narrativa do “Confessionario de 1751” e da Gramatica da Lingua geral do Brazil de 1750 estabelecendo as relacoes entre as suas partes (Vocabulario, Gramatica, Oracoes e Confessionario), evidenciando o privilegio das topicas veiculadas e de temas abordados, particularmente relacionados a sexualidade; b) Estabelecer uma comparacao do “Confessionario de 1751” com a Gramatica da Lingua geral do Brazil de 1750. Infelizmente, o codice de 1751 encontra-se manchado e danificado em muitos trechos. Por isso, sera analisado a luz de uma comparacao com o manuscrito de 1750. Por serem duas obras temporalmente proximas, sua comparacao permitira averiguar as continuidades e as descontinuidades da missao no Para e apreender vestigios das praticas dos confessores; c) Relacionar a lista Nomes das partes do corpo pertencente ao manuscrito de 1750 com as ocorrencias de palavras relacionadas ao corpo presentes em outras secoes dess...
Este artigo aborda a relacao entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: ... more Este artigo aborda a relacao entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: a Gramatica da Lingua Geral do Brazil. Com hum Diccionario dos vocabulos mais uzuaes para a intelligencia da dita lingua , de 1750, e o Vocabulario da Lingua Brasilica , de 1751. A comparacao entre os dois documentos permitiu-nos apresentar as especificidades das missoes do Para e tambem as particularidades dos vocabularios manuscritos.
Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, com... more Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, como a presença de uma pergunta sobre a prática da antropofagia entre os indígenas penitentes que nos incitou a investigar o porquê dessa especificidade inexistente nos textos de Anchieta e nos confessionários tupi produzidos na Amazônia do século XVIII, principal problemática deste artigo, no qual também procuraremos demonstrar que os indígenas penitentes têm papel fundamental na elaboração das perguntas dos confessionários e não são apenas agentes passivos das perguntas dos missionários.
A presente publicação é uma transcrição e tradução do Sétimo mandamento da Lei de Deus, "Não... more A presente publicação é uma transcrição e tradução do Sétimo mandamento da Lei de Deus, "Não roubes", contido em dois confessionários paraenses do século XVIII. A transcrição e tradução é um trecho de nossa tese, onde analisamos a possibilidade de considerar documentos em línguas indígenas como fontes históricas.
Simpósio Nacional de História (31 : 2021 : Rio de Janeiro, RJ), 2021
No Diccionario da Lingua Tupy (1858), o escritor, poeta, professor, crítico de história e et-
nól... more No Diccionario da Lingua Tupy (1858), o escritor, poeta, professor, crítico de história e et- nólogo maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) afirma ter procurado estabelecer um dicionário porque precisava fazer um estudo prévio da língua que os indígenas do litoral brasileiro falavam como um requisito para caracterizar os costumes deles. Para compreen- dermos a proposta de Gonçalves Dias e respondermos nossas perguntas, faz-se necessário nos valermos de outros documentos históricos que nos proporcionem a contextualização necessária da produção do Diccionario. Com isso, o objetivo geral de nosso texto consiste em apresentar, preliminarmente, quais as etnias indígenas presentes em seu Diccionario da Lin- gua Tupy (1858), seguido de um cotejamento com as informações desses grupos fornecidas pelos manuscritos do acervo da Coleção Gonçalves Dias, sob a guarda da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Acreditamos que o estudo histórico de comunidades indígenas no Pará dos séculos XVIII e XIX pode revelar informações valiosas como o tratamento da terra por esses povos, bem como testar a possibilidade metodológica de usar textos literários como fontes para uma História Ambiental.
Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários q... more Os confessionários tupi de Araújo (1618) e de Leão (1686) são específicos em vários quesitos, como a presença de uma pergunta sobre a prática da antropofagia entre os indígenas penitentes que nos incitou a investigar o porquê dessa especificidade inexistente nos textos de Anchieta e nos confessionários tupi produzidos na Amazônia do século XVIII, principal problemática deste artigo, no qual também procuraremos demonstrar que os indígenas penitentes têm papel fundamental na elaboração das perguntas dos confessionários e não são apenas agentes passivos das perguntas dos missionários.
Pluralidade de Temas e Aportes Teórico-Metodológicos na Pesquisa em História 4, 2021
A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, t... more A pesquisa versa sobre a confissão católica realizada por missionários no Pará do século XVIII, tendo como fonte principal um confessionário manuscrito da língua tupi datado de 1751. Tanto no Novo Mundo como na Europa, os manuais de confissão eram organizados na forma de interrogatório estruturado pelos mandamentos do Decálogo. O fiel era interrogado sobre as formas pelas quais havia pecado, se por ação, palavra ou por pensamento. O trabalho de evangelizar em idioma nativo era previsto segundo os fundamentos teológico-políticos da era moderna. Para a Companhia de Jesus, a Palavra deveria ser veiculada “de boca a orelha”. A proposta de analisar uma documentação do século XVIII reside em averiguar os ecos da doutrina cristã após um longo tempo de trabalho nas missões. O Pará estava entre as missões mais antigas e, por isso, contava com índios cristianizados e civilizados havia pelo menos dois séculos.
Este artigo aborda a relação entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: ... more Este artigo aborda a relação entre duas listas de termos de parentesco de dois manuscritos tupi: a Grámatica da Lingua Geral do Brazil. Com hum Diccionario dos vocabulos mais uzuaes para a intelligencia da dita lingua, de 1750, e o Vocabulário da Língua Brasílica, de 1751. A comparação entre os dois documentos permitiu-nos apresentar as especificidades das missões do Pará e também as particularidades dos vocabulários manuscritos.
Os objetivos do artigo são: a) Fazer uma breve descrição da arquitetura narrativa do “Confession... more Os objetivos do artigo são: a) Fazer uma breve descrição da arquitetura narrativa do “Confessionário de 1751” e da Grãmatica da Lingua geral do Brazil de 1750 estabelecendo as relações entre as suas partes (Vocabulário, Gramática, Orações e Confessionário), evidenciando o privilégio das tópicas veiculadas e de temas abordados, particularmente relacionados à sexualidade; b) Estabelecer uma comparação do “Confessionário de 1751” com a Grãmatica da Lingua geral do Brazil de 1750. Infelizmente, o códice de 1751 encontra-se manchado e danificado em muitos trechos. Por isso, será analisado à luz de uma comparação com o manuscrito de 1750. Por serem duas obras temporalmente próximas, sua comparação permitirá averiguar as continuidades e as descontinuidades da missão no Pará e apreender vestígios das práticas dos confessores; c) Relacionar a lista Nomes das partes do corpo pertencente ao manuscrito de 1750 com as ocorrências de palavras relacionadas ao corpo presentes em outras seções desses documentos setecentistas e também em confessionários dos séculos XVI e XVII para inventariarmos como a sexualidade indígena presente em vocabulários e listas específicas auxiliaram o confessor de índios que precisava inquirir o penitente índio quanto às faltas cometidas contra o sexto mandamento.
A "Grãmatica da Lingua Geral do Brazil" datada de 1750 e pertencente ao acervo da Biblioteca Gera... more A "Grãmatica da Lingua Geral do Brazil" datada de 1750 e pertencente ao acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, é um manuscrito catequético que tem por base a trilogia “gramática, catecismo e vocabulário”, estrutura conhecida em obras missionárias do gênero. Há uma divergência de opiniões entre especialistas que se dedicaram a estudar este códice sobre a autoria do documento, alguns defendendo ser obra dos jesuítas, outros acreditando tratar-se de um texto franciscano. Este artigo consiste em apresentar o primeiro mandamento da seção do Confessionário, destacando aquelas perguntas em que aparecem as bruxas e o demônio para inventariar pistas temáticas que permitam definir a autoria institucional do documento ou ao menos problematizar os modelos de confissão utilizados no Estado do Brasil e no do Pará e o que esses modelos podem nos dizer sobre a adaptação missionária do sacramento da penitência para índios de etnias específicas. O trabalho segue o modelo, a metodologia e a teoria proposta por Agnolin (2007) quando do estudo de fontes missionárias tupi resultantes do encontro entre índios e missionários no Novo Mundo.
A proposta desta tese de doutoramento consiste no estudo comparativo de cinco confessionários tup... more A proposta desta tese de doutoramento consiste no estudo comparativo de cinco confessionários tupi aplicados em regiões missioneiras do Grão-Pará e Maranhão e do Brasil entre os séculos XVI e XVIII. O objetivo geral do estudo é apresentar os modelos de confissão católica pretendidos em cada um dos séculos tratados, considerando os locais de origem dos penitentes índios e a instituição religiosa à qual pertenciam os confessores, os modelos disponíveis para aplicar esse sacramento (ora impressos, ora manuscritos) e os contextos em que se desenvolveram as respectivas missões jesuíticas. Partimos do pressuposto de que os jesuítas, ainda que tivessem um propósito universalista de evangelização, tiveram de se adaptar às diferentes realidades apresentadas pelos interlocutores indígenas, condicionados pelos diferentes espaços culturais (físicos e temporais) onde ocorria a missionação. Para além da análise linguística (terminológica e de tradução) conduzida por dentro de uma perspectiva histórica com seus desdobramentos antropológicos, outra metodologia orientativa e de apoio será aquela já traçada pela Escola Italiana de História das Religiões.
Propomos um estudo sobre o confessionário tupi a partir de perguntas referentes a três mandamento... more Propomos um estudo sobre o confessionário tupi a partir de perguntas referentes a três mandamentos da Lei de Deus: o primeiro, “Adorar um só Deus”, o quinto, “Não matar” e o sétimo, “Não roubar”. Um de nossos principais argumentos foi dizer que os confessionários oficiais da Companhia de Jesus, dirigidos à missionação dos indígenas brasileiros veiculados no Catecismo na Lingoa Brasilica, do jesuíta Antônio de Araújo, impresso em 1618, e no Catecismo Brasilico da Doutrina Christãa, datado de 1686, organizado por Bartolomeu de Leão, não são obras congeladas e monolíticas decorridas da política linguística da ordem e, diferentemente do que poderíamos imaginar, esses textos apresentam certa independência em relação ao manuscrito de José de Anchieta, não sendo necessariamente uma adaptação do texto anchietano. Além disso, buscamos também mostrar como os povos indígenas das missões do Grão-Pará e Maranhão foram excluídos, algumas vezes, da proposta de evangelização da Companhia de Jesus, já que as informações daquela região nem sempre foram consideradas na elaboração das perguntas dos confessionários oficiais.
Uploads
Papers by Jaqueline Mota
nólogo maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) afirma ter procurado estabelecer
um dicionário porque precisava fazer um estudo prévio da língua que os indígenas do litoral
brasileiro falavam como um requisito para caracterizar os costumes deles. Para compreen-
dermos a proposta de Gonçalves Dias e respondermos nossas perguntas, faz-se necessário
nos valermos de outros documentos históricos que nos proporcionem a contextualização
necessária da produção do Diccionario. Com isso, o objetivo geral de nosso texto consiste em
apresentar, preliminarmente, quais as etnias indígenas presentes em seu Diccionario da Lin-
gua Tupy (1858), seguido de um cotejamento com as informações desses grupos fornecidas
pelos manuscritos do acervo da Coleção Gonçalves Dias, sob a guarda da Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro. Acreditamos que o estudo histórico de comunidades indígenas no Pará dos
séculos XVIII e XIX pode revelar informações valiosas como o tratamento da terra por esses
povos, bem como testar a possibilidade metodológica de usar textos literários como fontes
para uma História Ambiental.
Thesis Chapters by Jaqueline Mota
Books by Jaqueline Mota
Como adquirir o livro: https://www.estantevirtual.com.br/livros/jaqueline-ferreira-da-mota/a-confissao-tupi-a-problematica-dos-confessionarios-jesuiticotupi-nos-seculos-xvi-xviii-
nólogo maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) afirma ter procurado estabelecer
um dicionário porque precisava fazer um estudo prévio da língua que os indígenas do litoral
brasileiro falavam como um requisito para caracterizar os costumes deles. Para compreen-
dermos a proposta de Gonçalves Dias e respondermos nossas perguntas, faz-se necessário
nos valermos de outros documentos históricos que nos proporcionem a contextualização
necessária da produção do Diccionario. Com isso, o objetivo geral de nosso texto consiste em
apresentar, preliminarmente, quais as etnias indígenas presentes em seu Diccionario da Lin-
gua Tupy (1858), seguido de um cotejamento com as informações desses grupos fornecidas
pelos manuscritos do acervo da Coleção Gonçalves Dias, sob a guarda da Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro. Acreditamos que o estudo histórico de comunidades indígenas no Pará dos
séculos XVIII e XIX pode revelar informações valiosas como o tratamento da terra por esses
povos, bem como testar a possibilidade metodológica de usar textos literários como fontes
para uma História Ambiental.
Como adquirir o livro: https://www.estantevirtual.com.br/livros/jaqueline-ferreira-da-mota/a-confissao-tupi-a-problematica-dos-confessionarios-jesuiticotupi-nos-seculos-xvi-xviii-