Luis Carlos Girão is a Postdoctoral Fellow in Korean Studies, under Professor Yun Jung Im Park's supervision, as well as a visiting professor of the Korean Language and Literature BA within the Department of Oriental Letters at the University of São Paulo (USP). He is a Ph.D. in Literature and Literary Criticism at the Pontifical Catholic University of São Paulo, funded by the São Paulo Research Foundation (FAPESP) from 2018 till 2021. He also holds a Master's degree in Literature and Literary Criticism by the Pontifical Catholic University of São Paulo, funded by Coordinating Agency for Advanced Training of Graduate Personnel (CAPES) from 2015 till 2017. He's a specialist in Graphic Design by the 7 de Setembro College (2013) and majored in Fashion Design at the Catholic College of Ceará (2008). He's also a member at the research group 'Hallyu - Korean Studies' (USP), verified by the CNPq Research Group Directory, as well as an associated member at the International Research Society for Children's Literature (IRSCL), the Korean Literature Association (KLA), the Korea Association of Literature for Children and Young Adults (KALCYA) and the World Association for Hallyu Studies (WAHS). His study interests and research surrounds the themes of Literary Criticism, Korean Studies, Children's Literature, Korean Literature, New Materialisms, Intermediality, and Literary Translation. Supervisors: Elizabeth Cardoso and Yun Jung Im Park
The Korea Association of Literature for Children and Young Adult, 2024
ABSTRACT
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as ... more ABSTRACT
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as K–style, or Hallyu 4.0, in Brazil?’ Since the 1990s, Korean picturebooks, as hybrid art creations offering diverse meanings to domestic and foreign readers, have solidified their international reputation through authors such as Heena Baek and Suzy Lee. This paper first examines the introduction of Korean picturebooks into Brazil, analyzing the texts and illustrations of Korean works included in Brazil’s federal reading programs and published in the Brazilian market, based on Maria Nikolajeva’s conceptions. The initial works introduced to the Brazilian market can be classified as illustrated books, with genuine picturebooks having their starting point with Suzy Lee’s “Wave”(2008). A study of the characteristics and genres of Korean children’s literature published in Brazil from this period until 2015 shows that these works engage child readers and serve as a link to Korean culture and lifestyle through their diverse formats and content. Thus, picturebooks play a crucial role as a part of Korean cultural products, well representing K–style, i.e., Hallyu 4.0. The paper then examines the recent trends and characteristics of Korean picturebooks published in Brazil since 2017. Recently, specialized agencies have begun to select Korean picturebooks and present them to Brazilian publishers. Additionally, the relevance of other Hallyu products, like K–dramas, and the themes of Korean children’s literature that resonate with international audiences, particularly feminism, have been gaining attention. Currently, works by Korean authors such as Suzy Lee, Heena Baek, Lee Geum–yi, Ryu Jae–soo, JiHyeon Lee, and Jo Ara have been consistently published in Brazil, functioning as part of Hallyu 4.0 and showcasing K–style for over 15 years.
RESUMO
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil co... more RESUMO
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil coreana no Brasil. Tal iniciativa tem como objetivo contribuir com o mapeamento de obras coreanas publicadas em território nacional e traçar tendências editoriais dos setores específicos nos quais esses títulos foram alocados. Para isso, serão observados os livros ilustrados infantis – literários e paradidáticos – coreanos em circulação no Brasil desde a primeira década do século XXI. Buscaremos evidenciar o volume expressivo em circulação, diretamente influenciado pelo reconhecimento de algumas dessas obras pela premiação da FNLIJ e pelos editais do PNLD – antigo PNBE. Nossa hipótese é a de que tais reconhecimentos institucionais contribuem para levar os livros ilustrados coreanos a alunos do Ensino Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, com forte tendência de crescimento para além dessas esferas. Lançaremos ainda um olhar sobre a movimentação acadêmica emergente no Brasil e as recentes publicações literárias ilustradas, indicando o potencial de crescimento dessa produção artística junto ao público brasileiro.
ABSTRACT
This work intends to survey and analyze the course of Korean children’s illustrated literature in Brazil. This initiative aims to contribute to the mapping of Korean works published in the country and to trace some editorial trends in the specific sectors in which these titles were allocated. For this, the Korean children’s picture books – fictional and paratextbooks – circulating in Brazil since the beginning of the 21st century will be observed. We seek to highlight the expressive volume in circulation, directly influenced by the recognition of some of these works by the FNLIJ’s award and by the PNLD’s edicts – former PNBE. Our hypothesis is that such institutional recognitions contribute to bringing Korean picture books to kindergarten and early years of elementary school students, with a strong tendency to grow beyond these spheres. We will also take a look at the emerging academic movement in Brazil and the recent illustrated literary publications, indicating the potential for growth of this artistic production among Brazilian public.
RESUMO
O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborat... more RESUMO O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborativa realizado pelo grupo de pesquisa "Hallyu - Estudos Coreanos" (CNPq/USP) para uma coletânea de contos folclóricos coreanos. Além de acompanhar o percurso de criação e estabelecimento do grupo-embrião, formado por pesquisadores ligados ao curso de Língua e Literatura Coreana da USP, pretendemos desenvolver uma discussão sobre dois aspectos tradutológicos que residem na base dessas composições ficcionais de extremo caráter oral: as onomatopeias e as expressões idiomáticas. Movidos por um pensar crítico ainda em desenvolvimento sobre o traduzir esse gênero popular da língua coreana para a língua portuguesa, questionamos e exemplificamos as escolhas feitas por quem traduz individualmente e as possibilidades de ampliação, revisão, retradução de termos, frases e construções quando se traduz coletivamente, nas trocas com outros que traduzem uma mesma obra. Por se tratar de um projeto de tradução em andamento, revisitamos alguns passos já dados e vislumbramos horizontes no que tange às metodologias testadas e aplicadas pelo grupo, assim como apontamos desafios presentes no exercício de traduzir de maneira coletiva, seja na teoria, seja na prática. O que apresentamos aqui é apenas um resultado parcial do que estamos ensaiando enquanto tradutores em formação na coletividade, todos com os olhares dirigidos a um título de construções poéticas tão plurais quanto quem integra o grupo.
ABSTRACT The main goal of this paper is to present a brief reflection on the process of collaborative translation of a collection of Korean folktales by the “Hallyu - Korean Studies” (CNPq/USP) research group. Besides showing the path for the creation and establishment of the embryo-group, formed by researchers connected to USP’s Korean Language and Literature course, we intend to advance the discussion on two aspects of translation that reside in the heart of fictional written compositions with an extreme oral character: onomatopoeias and idiomatic expressions. Moved by a critical thought, still in development, on translating this Korean popular genre into Portuguese, we question and exemplify the choices made both by those who translate individually and the possibilities for amplification, revision and retranslation of terms, phrases and constructions when translating collaboratively, be it in theory or be it in practice. What we present is just a partial result of what we are preparing as translators in collective formation, with our sight directed towards a work of poetic construction as plural as the members of our group.
RESUMO
Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as... more RESUMO Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as cartilhas ou abecedários sempre associaram a aprendizagem da leitura aos processos de imaginação próprios à infância. No contemporâneo, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com palavras e imagens no estruturar o letramento estético, levando-nos a questionar: como a literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário? Partindo dessa questão, tomamos os títulos A E I O U, de Angela Lago e Zoé Rios (2008), e 움직이는 ㄱㄴㄷ (ABC em movimento), de Suzy Lee (2006), como corpus representante de nossa discussão. Para auxiliar nossa reflexão sobre essas experiências de linguagem, partimos do pensamento por semelhanças de Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), que embasa as discussões de Giorgio Agamben (2005), sobre in-fância da linguagem, e de Georges Didi-Huberman (2017), sobre desaprender a aprender, apesar de tudo.
ABSTRACT Within a tradition that starts in the 17th century, putting together education and literature, ABC books have always associated learning to read with childhood’s typical imagination processes. Nowadays, some books categorized as literary ABC books emerge due to the power of their poetic playfulness while playing with words and images when structuring aesthetic literacy, leading us to question: how does children’s literature deconstruct the alphabet to build literary readers? Based on this question, we take the titles A E I O U, by Angela Lago and Zoé Rios (2008), and 움직이는 ㄱㄴㄷ (Action Korean Alphabet), by Suzy Lee (2006), as the corpus that better represents our discussion. To support our reflection on these language’s experiences, we depart from the thought of similarities by Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), which supports the discussions of Giorgio Agamben (2005), on the language’s infancy, and Georges Didi-Huberman (2017), about unlearning how to learn in spite of all.
RESUMO
O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzi... more RESUMO O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzido enquanto Literatura Infantil, na obra do designer japonês Katsumi Komagata. Questionamos: o que seria a leitura háptica no literário contemporâneo? Como se arquiteta essa proposição artística à leitura perceptiva? Os pensamentos de Walter Benjamin (2018) e de Giorgio Agamben (2017), quanto aos usos potenciais e perceptivos da arte no corpo, e de Lucia Santaella (2004), no que tange o sistema háptico e as superfícies sensíveis do corpo, fundamentam nossas reflexões acerca deste lançar ao jovem leitor desafios outros à leitura crítico-estética do literário, que o convidam a tocar e ser tocado.
ABSTRACT This paper aims to reflect on the haptic reading proposed in the object book, produced as Children’s Literature, in the Japanese designer Katsumi Komagata’s work. We question: what would haptic reading be in contemporary literature? How is this artistic proposition to perceptual reading conceived? Our reflections on these challenges to the young reader when it comes to the critical-aesthetic reading of the literary are based on the thoughts of Walter Benjamin (2018) and Giorgio Agamben (2017), regarding potential and perceptual uses of the body via art, and Lucia Santaella (2004), regarding the haptic system and sensitive surfaces of the body, which invite this reader to touch and be touched.
RESUMO
O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo ... more RESUMO O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo e potencial da narrativa pictórica em Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee. Em seu primeiro livro-imagem, a book artist sul-coreana utiliza-se da linguagem visual fotográfica para estruturar e registrar jogos de revelação/falsificação em imagens que lampejam incessantes re-presentificações ao clássico da Literatura Infantil escrito por Lewis Carroll. Para refletirmos sobre esse processo de ficcionalização imagético, tomaremos as reflexões de Philippe Dubois (2016, 2017) sobre o conceito de imagem-ficção, vertente esta exponencial no campo da arte-fotografia contemporânea. E para nos auxiliar a pensar sobre o re-posicionamento sensível do olhar proposto por Suzy Lee em seu livro híbrido – entre o literário, plástico, fotográfico –, buscamos em Georges Didi-Huberman (2010, 2013, 2015, 2017) as compreensões de dupla distância e de montagem como limiares que irrompem diante do leitor, criança ou jovem, produzindo estranhamentos ao seu experienciar a aura da obra de arte. Palavras-chave: Fotografia; Imagem-Ficção; Montagem; Narrativa Pictórica; Suzy Lee
ABSTRACT The present paper aims to reflect on the choice of photography as a constitutive and potential element of Suzy Lee’s Alice in Wonderland (2002) pictorial narrative. In her first picture-book, the South Korean book artist uses photographic visual language to structure and record some revelation/ forgery games in images that flash incessantly representifications to Lewis Carroll’s classic title of Children’s Literature. Reflecting on this process of imaginary fictionalization, we take the recent writings of Philippe Dubois (2016, 2017) on the concept of fiction-image, an exponential aspect in the field of contemporary art photography. And to help us out thinking about the sensible repositioning of the look proposed by Suzy Lee’s hybrid book – among the literary, plastic, photographic arts –, we’ve looked for Georges Didi-Huberman’s writings (2010, 2013, 2015, 2017) on the double distance comprehension and the montage as thresholds that erupt before the reader, child, young adult, or adult, producing defamiliarization to his experience with the work of art’s aura. Keywords: Fiction-image. Montage. Photography. Pictorial narrative. Suzy Lee.
RESUMO
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do li... more RESUMO
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do livro-imagem, esse objeto artístico composto, essencialmente, em linguagem visual. Num primeiro momento, traçamos um panorama que acompanha a trajetória dos precursores desse objeto, entre os séculos 18 e 19, até seu firmamento como categoria entre os livros produzidos para crianças e jovens na virada dos séculos 20 e 21. Em seguida, realizamos uma breve análise crítica dos eixos para os quais se encaminha essa produção “sem palavras” na contemporaneidade: 1) camadas metaficcionais da narrativa em imagens plásticas; 2) forma do códex em paralelo com o desenrolar da narrativa; 3) drama sinestésico intensificado pela economia de cores e pelo foco no desenho/traçado; 4) portais como espaço-tempo de transição entre realidade e fantasia; 5) elementos gráficos acionam mobilidade no objeto libro; 6) livro como galeria de arte portátil; 7) inspiração em graphic novels e quadrinhos.
Palavras-chave: literatura contemporânea; literatura infanto-juvenil; livro-imagem.
ABSTRACT
This paper offers a historical and critical literary approach on picture books, this artistic object essentialy made of visual language. First, an overview is drawn tracking the path followed by the predecessors of this object, between the 18th and 19th centuries, until its consolidation as a niche aimed at children and young adults at the turn of the 20th and 21st centuries. Subsequently, a brief critical analysis of the strands in which this “wordless” production is heading in contemporary times is presented: 1) metafictional layers of the narrative in plastic images; 2) the shape of the codex in relation to the unwinding of the narrative; 3) synesthetic drama intensified by the spare use of color and by the focus on drawing/line; 4) gateways as space/time for the transition between fantasy and reality; 5) graphic elements engaging the mobility of the book object; 6) book as a portable art gallery; 7) inspiration drawn out from graphic novels and comic books.
Keywords: contemporary literature; literature for children and young adults; picture-book.
RESUMO
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-co... more RESUMO
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-coreana, de prestígio internacional na área da Literatura Infantil e Juvenil com suas publicações em narrativas pictóricas, é uma book artist e incentivadora constante de discussões acerca do objeto livro. No contexto de tal atividade criativa e crítica, propomos uma breve reflexão sobre as práticas comunicativas de Lee tomando como base o pensamento em processo de Cecilia Almeida Salles, na especificidade que envolve os arquivos de criação (2010, 2017). Ao expor índices de pensamento em criação por meio de falas, palestras, entrevistas, eventos, publicações em seu blog pessoal e, mesmo, em seu ensaio teórico sobre livros-imagem (2012), Suzy Lee nos fornece uma mostragem das camadas armazenadas e constituintes de seu projeto poético.
Palavras-chave: arquivos de criação; projeto literário; Suzy Lee.
ABSTRACT
This essay aims to reflect on Suzy Lee's artistic production. The South Korean author, of international prestige in the field of children and young adults literature with her publications in pictorial narratives, is a book-artist who is also constantly stimulating discussions about the book as an art object. In the context of such creative and critical activity, we propose a brief reflection on Lee's communicative practices based on Cecilia Almeida Salles' thoughts, in the specificity that surrounds the creation archives (2010, 2017). By exposing her thought-of-creation indexed through speeches, lectures, interviews, events, publications in her personal blog, and even in her theoretical essay on picture-books (2012), Suzy Lee gives us a sample of the stored and constituents layers of her poetics project.
Keywords: creation archives; literary project; Suzy Lee.
RESUMO
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book art... more RESUMO
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book artists, brasileiros e estrangeiros, na produção literária destinada a crianças entre os séculos XX e XXI. Essa presença é marcante por produzir um deslocamento no olhar perceptivo de artistas, críticos e leitores para o objeto livro – até então, compreendido apenas como mero receptáculo para textos verbal e visual – na área da Literatura Infantil. Nossa hipótese dá ênfase ao trabalho diferencial que esses artífices realizaram com as margens do códex (a dobra central e as viradas de página laterais), dialogando com reflexões que re-pensam o livro como forma e conteúdo de uma mensagem artística. Para executarmos nossa formulação interartes, buscamos referências nos campos da Literatura (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) e das Artes Visuais (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), em seu borrar de fronteiras, para re-pensar as relações entre palavra, imagem e materialidade.
Palavras-chave: Objeto Livro; Literatura Infantil; Margem; Artes Visuais.
ABSTRACT
This paper aims to present a brief critical panorama on the presence of Brazilian and foreign book artists in literary production for children between the 20th and 21st centuries. This presence is notable for producing a shift in the perceptive gaze of artists, critics and readers to the book as an object – so far understood as mere receptacle for verbal and visual texts – in the field of Children’s Literature. Our hypothesis emphasizes the differential work that these artists did with the codex’s borders (the binding-fold and the turning page sides), which dialogues with reflections that re-think the book as form and content from an artistic message. In order to develop our interarts formulation, we seek references in the fields of Literature (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) and the Visual Arts (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), in its erasure of frontiers, to re-think about the relationships between word, image and materiality.
Keywords: Object Book; Children’s Literature; Border; Visual Arts
RESUMO
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânt... more RESUMO
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago, em busca de afectos encarnados em suas páginas duplas. Objetivando a realização de tal exercício, partiremos da metodologia proposta pelos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), quando discutem sobre perceptos e afectos na constituição de um pensamento filosófico; bem como mobilizaremos os escritos do também francês Georges Didi-Huberman (2012;2013), no referente aos efeitos presentes nas imagens encarnadas da história da arte. Como auxílio à leitura da narrativa pictórica nessa obra, buscamos a reflexão da brasileira Lucia Santaella (1993), em sua teoria peirceana da percepção, quanto à utilização de perceptos visuais na produção de sensações.
Palavras-chave: Afectos. Angela Lago. Literatura Infantil. Perceptos.
ABSTRACT
In the present essay, we propose a brief critical analysis for Brazilian Angela Lago's picture-book O cântico dos cânticos (1992), searching for signs of incarnated affect in its double pages. Aiming the execution of such exercise, we start from the methodology proposed by the Frenchs Gilles Deleuze and Felix Guattari (1992), when they discuss about percepts and affects on the constitution of a philosophical thought; also mobilizing the writings of Georges Didi-Huberman (2012;2013), regarding to the effects present on the incarnated images of Art History. As a reinforcement to our reading for this pictorial narrative, we seek the thoughts from the Brazilian Lucia Santaella (1993), in her Peircean theory of perception, about the use of visual percepts in producing sensations.
Keywords: Affects. Angela Lago. Children’s Literature. Percepts.
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao proces... more RESUMO
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao processo de figurabilidade resultante dos movimentos de aparecimento e desaparecimento presentes no livro-imagem Espelho (2009), de Suzy Lee, em paralelo ao aclamado “atlas de imagens” do historiador da arte Aby Warburg, Mnemosyne (1929). Nesse percurso, discutimos brevemente os sintomas da produção de presença nas páginas em branco que apontam a existência de um terceiro “cenário” nesta narrativa pictórica criada pela artista sul-coreana. Para tanto, propomos diálogos com os escritos de Michaud (2013) sobre o trabalho de Warburg; os pensamentos de Gumbrecht (2010) sobre a produção de presença na linguagem; além de visadas nas reflexões de Flusser (2008) e Benjamin (1987), bem como de Nodelman (1988) e Linden (2011).
PALAVRAS-CHAVES: aparecimento; desaparecimento; figurabilidade; narrativa pictórica.
ABSTRACT
This article presents a comparative analysis of the specific aspect related to the process of figurability resultant from the movements of appearance and disappearance present in the picture-book Mirror (2009), by Suzy Lee, in parallel to the acclaimed “atlas of images” from the art historian Aby Warburg, Mnemosyne (1929). In this course, we briefly discuss the symptoms of the production of presence in the blank pages that points out the existence of a third “scenario” in this pictorial narrative. For this purpose, dialogues were conducted with the writings of Michaud (2013) on Warburg's work; the thoughts of Gumbrecht (2010) on the production of presence; as well as some points of view from Flusser (2008), Benjamin (1987), Nodelman (1988), and Linden (2011).
KEYWORDS: appearance; disappearance; figurability; pictorial narrative.
RESUMO
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais... more RESUMO
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais recorre Angela Lago na elaboração de O personagem encalhado (2006). Considerando que a autora inscreve textos verbal e visual nesta obra, almeja-se demonstrar como a narrativa assume configurações metaficcionais não apenas no plano verbal – como é comum nas narrativas contemporâneas destinadas ao público jovem –, mas também em seu aspecto visual, exibindo e materializando – em termos verbais e visuais – os impasses encontrados no processo de criação de um texto literário.
Palavras-chave: Metaficção. Texto verbal. Texto visual.
ABSTRACT
The present study aims to undertake an analysis of metafictional strategies which Angela Lago makes use in the preparation of O personagem encalhado (2006). Considering how the author inscribes verbal and visual texts in this work, this essay aims to demonstrate how the narrative takes metafictional settings not only on the verbal level – as it is common in contemporary narratives destined to young readers – but also in its visual aspect, displaying and materializing – in verbal and visual terms – some deadlocks found in the creation process of a literary text.
Keywords: Metafiction. Verbal text. Visual text.
RESUMO
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literá... more RESUMO
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literária para crianças e jovens, propomos realizar um exercício de retorno à “voz” infantil, apontada por Giorgio Agamben (2005) em "Infância e história", analisando a linguagem visual produzida por Suzy Lee (2010) e impressa nas páginas duplas de "Sombra". Essa linguagem, potencialmente significante, por não fazer uso de signos verbais, sugere uma polissemia de significações. Como suporte à nossa leitura dessa “voz”, em espaço semiótico da experiência de linguagem, mobilizaremos o basilar "Matrizes da linguagem e pensamento", de Lucia Santaella (2005).
Palavras-chave: linguagem visual; Sombra; Suzy Lee; voz infantil.
ABSTRACT
Knowing the constant growing space that picture-books have been gaining in literary productions for children and young adults, we propose to pursue an exercise coming back to children's “voice”, subject pointed out by Giorgio Agamben (2005) in Infancy and history, analyzing the visual language produced by Suzy Lee (2010) and printed on the pages of Shadow. Potentially significant, this language, by not using verbal signs, suggests a polysemy of meanings. Supporting our reading of this “voice”, inside a semiotic space of the language experience, we'll mobilize Lucia Santaella (2005) in Matrizes da linguagem e pensamento.
Keywords: Children's voice; Shadow; Suzy Lee; visual language.
Revista Laboratório Literatura e Experimentación, 2016
RESUMO
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade... more RESUMO
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade, o nome de Suzy Lee se destaca pela sua produção ímpar. A artista plástica sul-coreana publicou sua “Trilogia da Margem” mundialmente, recebendo diversos reconhecimentos. No entanto, para a abordagem que aqui propomos, daremos atenção para o terceiro livro-imagem desta série: Sombra (2010). Em um exercício de crítica de processo, buscando elucidar o projeto poético de Lee, embasaremos nossa breve análise nos estudos da pesquisadora Cecilia Almeida Salles sobre as redes da criação. Como apoio, iremos nos apropriar dos pensamentos de Gaston Bachelard e Roland Barthes sobre a imagem, buscando dar um novo olhar às reflexões sobre o imaginário, que é produtor de materialidade, em um livro que faz uso de textos visuais na construção de narrativas.
PALAVRAS-CHAVE: imaginário, livro-imagem, projeto poético.
ABSTRACT
Amid the contemporary production for children and young adults, Suzy Lee stands out for her unique literary projects. The South Korean artist published her "The Border Trilogy" world-wide, getting recognized with many awards. That said, for our proposal, we will focus our attention on the third title of Lee's picture-book series: Shadow (2010). With a critical exercise about the process of creation, elucidating Lee's poetics project, we will base our brief analysis with the study of researcher Cecilia Almeida Salles about creation's networks. As support, we will appropriate ourselves with the thoughts of Gaston Bachelard and Roland Barthes about image, aiming to give a new look on the reflections about imagination which produces materiality, in a book that makes use of visual texts on its narratives constructions.
KEYWORDS: imaginary, picture-book, poetics project
RESUMO
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderl... more RESUMO
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderland, completou 150 anos de lançamento. A obra-prima do controverso Lewis Carroll já foi traduzida e adaptada nos mais diversos meios de expressão artística. Em 2002, despontando na contemporânea literatura para crianças e jovens, Suzy Lee publicou sua tradução intersemiótica de Alice em livro-imagem. Análoga à ideia de Carroll referente a “um sonho dentro de um sonho”, Lee segue em sua publicação a ideia de “um livro dentro de um livro”, tornando ainda mais clara sua fonte de inspiração para a sua criação/recriação/adaptação. Objetivando realizar uma breve análise das obras literárias de Carroll e Lee, propomos um diálogo com os estudos de Roman Jakobson e os escritos do artista Julio Plaza no que se refere à tradução intersígnica, entre signos do código verbal para o código visual, para as versões de Alice in Wonderland aqui enunciadas. Sugerimos ainda uma aproximação com as ideias de Robert Stam sobre a adaptação literária, no caso da presente proposta, do livro ilustrado para o livro-imagem – narrativa composta por palavras para uma narrativa construída por imagens.
Palavras-chave: Adaptação. Literatura Infantil. Tradução Intersemiótica.
ABSTRACT
In 2015, one of the biggest classics from the modern children's literature, Alice in Wonderland, completed 150 years of release. The masterpiece of the controversial Lewis Carroll has been translated and adapted into many artistic expression's medias. In 2002, emerging in contemporary literature for children, Suzy Lee published her intersemiotic translation of Alice in picture-book (a publication made with pictorial narratives) to the original picturebook from the British author. In harmony with Carroll's idea regarding to "a dream within a dream", Lee follows in her publication the idea of "a book within a book", making even more clear her source of inspiration to her creation/re-creation/adaptation. Aiming to conduct a brief analysis for the literary works of Carroll and Lee, we're proposing a dialogue with studies from Roman Jakobson and the writings of the artist Julio Plaza regarding to an intersign translation, between signs from a verbal code to a visual code, related to the versions of Alice in Wonderland here stated. We're also suggesting an approach to Robert Stam's ideas regarding to literary adaptation, in this proposal's case, from a picturebook to a picture-book - from a narrative composed by words to a narrative build by pictures.
Keywords: Children's Literature. Intersemiotic Translation
Revista Laboratório Literatura e Experimentación, 2015
RESUMO
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais div... more RESUMO
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais diversas áreas, especialmente no que diz respeito à relação Palavra-Imagem nos livros ilustrados. Ainda em campo fértil e inexplorado, o livro-imagem – tipo de livro ilustrado composto em maior parte por códigos visuais e quase nenhum código verbal – é uma publicação que se utiliza dos seus aspectos plásticos para contar/mostrar uma narrativa pictórica/visual. Atualmente, a autora-ilustradora sul-coreana Suzy Lee é destaque entre os artistas plásticos que desenvolvem livros-imagem. Sua “Trilogia da Margem” – composta por 거울속으로/Espelho (2003), 파도야 놀자/Onda (2008) e 그림자 놀이/Sombra (2010) – foi publicada no Brasil, sendo inclusive adotada como material didático por escolas infantis. Objetivando realizar uma análise acerca das narrativas pictóricas que compõem estas obras repletas de ilustrações em carvão e aquarelas, propomos um diálogo entre os escritos do crítico Perry Nodelman e da especialista Sophie Van der Linden com as pesquisas de Maria Nikolajeva e Carole Scott. Como suporte ao nosso raciocínio, dando uma atenção ao movimento presente nas páginas duplas desses livros, contamos com os estudos de Philippe-Alain Michaud sobre a obra do historiador da arte Aby Warburg.
Palavras-chave: livro-imagem, movimento, narrativa pictórica.
ABSTRACT
The market of children’s literature is highlighted among researchers from various fields, especially in regards to the relation Word and Image in picture books. Still in a fertile and unexplored field, the picture-book – type of picture book composed in majority by visual codes and almost no verbal codes – is a publication that uses its aesthetic aspects to tell/show a pictorial/visual narrative. Currently, the South Korean author-illustrator Suzy Lee is among the prominent artists who develop picture-books. Her “The Border Trilogy” – composed by 거울속으로/Mirror (2003), 파도야 놀자/Wave (2008) and 그림자 놀이/Shadow (2010) – was published in Brazil, being also adopted as teaching material by children’s schools. Aiming to make a review about the pictorial narratives that comprise these works filled with illustrations in charcoal and watercolors, we’re proposing a dialogue between the writings from the critical Perry Nodelman and the expert Sophie Van der Linden with the researches from Maria Nikolajeva and Carole Scott. As a support to our reasoning, and giving attention to the movement in the double pages of these books, we also took the studies from Philippe-Alain Michaud on the work of art historian Aby Warburg.
Keywords: picture-book, movement, pictorial narrative.
Anais do IV Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil "Celebrando a Leitura", 2015
Celebrando em 2015 seus 150 anos de publicação, Alice In Wonderland é um dos mais consagrados clá... more Celebrando em 2015 seus 150 anos de publicação, Alice In Wonderland é um dos mais consagrados clássicos da literatura infantil, sendo referência para diversos autores, ilustradores e pesquisadores até a atualidade. Publicamente inspirada pela obra-prima de Lewis Carroll, a autora-ilustradora Suzy Lee teve seu título Espelho impresso em território brasileiro pela editora Cosac Naify em 2009. O livro-imagem, composto por narrativas pictóricas sem qualquer código verbal, expõe a estória de uma garota que interage com o seu próprio reflexo e, em determinado ponto, cruza a margem/dobra central do livro - espaço este que separa os mundos da realidade e da imaginação. Assim como Alice atravessa o espelho da sala de casa para ver o mundo pelo outro lado nas palavras do autor britânico, a protagonista entra no espaço central da página dupla nas imagens da book artist sul-coreana. Buscando expor sintomas de memória, com base nas teorias do historiador da arte Aby Warburg e do semioticista Iúri Lotman, propomos para a presente comunicação analisar a relação Imagem-Palavra entre as publicações de Lewis Carroll e Suzy Lee. Para concentrar nossas reflexões sobre o diálogo entre palavras e imagens, fazemos uso dos escritos de especialistas em literatura infanto-juvenil como Perry Nodelman e David Lewis, bem como nos referenciamos nos trabalhos de Georges Didi-Huberman e Philippe-Alain Michaud acerca do trabalho de Aby Warburg com o seu atlas Mnemosyne.
Literatura e cultura: incursões em experiências estéticas, 2024
RESUMO: Partindo de uma base teórica localizada entre os Estudos Literários e os Estudos das Mídi... more RESUMO: Partindo de uma base teórica localizada entre os Estudos Literários e os Estudos das Mídias, este capítulo pretende observar como as experimentações estéticas direcionadas ao jovem leitor coreano expressam histórias antigas e novas narrações ao explorar não apenas a mídia da palavra oral e escrita, como também a palavra cantada, as ilustrações complementares, as sonoridades compondo junto ao verbal, os espaços de página de livros e revistas mesclando linguagens, as ilustrações criativas e independentes do verbal, o próprio livro como elemento narrativo, e as recentes proposições imersivas em espaços de exposição e performance das histórias que, hoje, dialogam muito mais com um participante das obras do que com a figura do leitor como tradicionalmente a conhecemos. Para isso, tomaremos o que Lars Elleström (2019, 2021) conceitua como narrar por modalidades de mídias e partiremos do método analítico intermidiático do literário proposto por Jørgen Bruhn (2016, 2022). Essa abordagem estética estará bastante aproximada de uma abordagem histórica, contextualizando os momentos marcantes da literatura infantil coreana ao longo do século XX e neste primeiro quarto de século XXI. Para isso, iremos buscar dados e fatos históricos em fontes como Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) e Ji-eun Kim (2010, 2019).
ABSTRACT: This chapter aims to observe how aesthetic experiments aimed at young Korean readers express old stories and new narratives by exploring not only the media of the oral and written word, but also the sung word, the complementary illustrations, the sounds composing together with the verbal, the spaces in pages of books and magazines mixing languages, the creative and verbally independent illustrations, the book itself as a narrative element, and the recent immersive propositions in spaces for the exhibition and performance of stories that, today, dialogue much more with a participant in the works other than with the figure of the reader as we traditionally know it. To do this, we will take what Lars Elleström (2019, 2021) conceptualizes as narrating through media modalities and we will depart from the literary intermedia analytical method proposed by Jørgen Bruhn (2016, 2022). This aesthetic approach is very close to a historical approach, contextualizing the landmark moments of Korean children's literature throughout the 20th century and in the first quarter of the 21st century. To do this, we will look for data and historical facts in sources such as Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) and Ji-eun Kim (2010, 2019).
RESUMO
O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de ... more RESUMO O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de produção literária para os jovens da Coreia, cabendo fazer um apanhado de nomes e títulos atrelados à ideia de ficção juvenil coreana (prosa) e suas características. Essa produção, por seu turno, só se solidificou como gênero na Coreia do Sul entre as décadas de 1990 e 2000. É válido, contudo, abrir espaço para conhecer seus antecedentes. ABSTRACT The purpose of this work is to shed light on the last decade of literary production for young people in Korea, making an overview of names and titles connected to the idea of Korean youth fiction (prose) and its characteristics. In its own turn, this production only solidified as a genre in South Korea between the 1990s and 2000s. It is worthwhile, however, opening a space to know its antecedents.
Imagens em migrações poéticas: Miradas potenciais, 2021
RESUMO
Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo ce... more RESUMO Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo central do presente escrito é levantar um panorama histórico das publicações coreanas endereçadas à infância que mesclam palavras e imagens, as quais datam da virada entre os anos 1980 e 1990 e alcançam seu ápice nas duas primeiras décadas do século XXI. Além disso, propomo-nos elencar alguns nomes e títulos que marcam momentos decisivos nesse percurso qualitativo e expansivo – dentro e fora da Coreia, indo além das limitações linguísticas.
ABSTRACT Book chapter within the book edited by Maria Zilda da Cunha and André Luiz Ming Garcia. The main goal of this writing is to raise a historical panorama of Korean publications addressed to children that puts words and images in relation, which have its starting point from the turn between the 1980s and 1990s and reach its peak in the first two decades of the 21st century. Furthermore, we propose to list some names and titles that mark decisive moments in this qualitative and expansive journey - inside and outside Korea, going beyond linguistic limitations.
The Korea Association of Literature for Children and Young Adult, 2024
ABSTRACT
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as ... more ABSTRACT
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as K–style, or Hallyu 4.0, in Brazil?’ Since the 1990s, Korean picturebooks, as hybrid art creations offering diverse meanings to domestic and foreign readers, have solidified their international reputation through authors such as Heena Baek and Suzy Lee. This paper first examines the introduction of Korean picturebooks into Brazil, analyzing the texts and illustrations of Korean works included in Brazil’s federal reading programs and published in the Brazilian market, based on Maria Nikolajeva’s conceptions. The initial works introduced to the Brazilian market can be classified as illustrated books, with genuine picturebooks having their starting point with Suzy Lee’s “Wave”(2008). A study of the characteristics and genres of Korean children’s literature published in Brazil from this period until 2015 shows that these works engage child readers and serve as a link to Korean culture and lifestyle through their diverse formats and content. Thus, picturebooks play a crucial role as a part of Korean cultural products, well representing K–style, i.e., Hallyu 4.0. The paper then examines the recent trends and characteristics of Korean picturebooks published in Brazil since 2017. Recently, specialized agencies have begun to select Korean picturebooks and present them to Brazilian publishers. Additionally, the relevance of other Hallyu products, like K–dramas, and the themes of Korean children’s literature that resonate with international audiences, particularly feminism, have been gaining attention. Currently, works by Korean authors such as Suzy Lee, Heena Baek, Lee Geum–yi, Ryu Jae–soo, JiHyeon Lee, and Jo Ara have been consistently published in Brazil, functioning as part of Hallyu 4.0 and showcasing K–style for over 15 years.
RESUMO
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil co... more RESUMO
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil coreana no Brasil. Tal iniciativa tem como objetivo contribuir com o mapeamento de obras coreanas publicadas em território nacional e traçar tendências editoriais dos setores específicos nos quais esses títulos foram alocados. Para isso, serão observados os livros ilustrados infantis – literários e paradidáticos – coreanos em circulação no Brasil desde a primeira década do século XXI. Buscaremos evidenciar o volume expressivo em circulação, diretamente influenciado pelo reconhecimento de algumas dessas obras pela premiação da FNLIJ e pelos editais do PNLD – antigo PNBE. Nossa hipótese é a de que tais reconhecimentos institucionais contribuem para levar os livros ilustrados coreanos a alunos do Ensino Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, com forte tendência de crescimento para além dessas esferas. Lançaremos ainda um olhar sobre a movimentação acadêmica emergente no Brasil e as recentes publicações literárias ilustradas, indicando o potencial de crescimento dessa produção artística junto ao público brasileiro.
ABSTRACT
This work intends to survey and analyze the course of Korean children’s illustrated literature in Brazil. This initiative aims to contribute to the mapping of Korean works published in the country and to trace some editorial trends in the specific sectors in which these titles were allocated. For this, the Korean children’s picture books – fictional and paratextbooks – circulating in Brazil since the beginning of the 21st century will be observed. We seek to highlight the expressive volume in circulation, directly influenced by the recognition of some of these works by the FNLIJ’s award and by the PNLD’s edicts – former PNBE. Our hypothesis is that such institutional recognitions contribute to bringing Korean picture books to kindergarten and early years of elementary school students, with a strong tendency to grow beyond these spheres. We will also take a look at the emerging academic movement in Brazil and the recent illustrated literary publications, indicating the potential for growth of this artistic production among Brazilian public.
RESUMO
O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborat... more RESUMO O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborativa realizado pelo grupo de pesquisa "Hallyu - Estudos Coreanos" (CNPq/USP) para uma coletânea de contos folclóricos coreanos. Além de acompanhar o percurso de criação e estabelecimento do grupo-embrião, formado por pesquisadores ligados ao curso de Língua e Literatura Coreana da USP, pretendemos desenvolver uma discussão sobre dois aspectos tradutológicos que residem na base dessas composições ficcionais de extremo caráter oral: as onomatopeias e as expressões idiomáticas. Movidos por um pensar crítico ainda em desenvolvimento sobre o traduzir esse gênero popular da língua coreana para a língua portuguesa, questionamos e exemplificamos as escolhas feitas por quem traduz individualmente e as possibilidades de ampliação, revisão, retradução de termos, frases e construções quando se traduz coletivamente, nas trocas com outros que traduzem uma mesma obra. Por se tratar de um projeto de tradução em andamento, revisitamos alguns passos já dados e vislumbramos horizontes no que tange às metodologias testadas e aplicadas pelo grupo, assim como apontamos desafios presentes no exercício de traduzir de maneira coletiva, seja na teoria, seja na prática. O que apresentamos aqui é apenas um resultado parcial do que estamos ensaiando enquanto tradutores em formação na coletividade, todos com os olhares dirigidos a um título de construções poéticas tão plurais quanto quem integra o grupo.
ABSTRACT The main goal of this paper is to present a brief reflection on the process of collaborative translation of a collection of Korean folktales by the “Hallyu - Korean Studies” (CNPq/USP) research group. Besides showing the path for the creation and establishment of the embryo-group, formed by researchers connected to USP’s Korean Language and Literature course, we intend to advance the discussion on two aspects of translation that reside in the heart of fictional written compositions with an extreme oral character: onomatopoeias and idiomatic expressions. Moved by a critical thought, still in development, on translating this Korean popular genre into Portuguese, we question and exemplify the choices made both by those who translate individually and the possibilities for amplification, revision and retranslation of terms, phrases and constructions when translating collaboratively, be it in theory or be it in practice. What we present is just a partial result of what we are preparing as translators in collective formation, with our sight directed towards a work of poetic construction as plural as the members of our group.
RESUMO
Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as... more RESUMO Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as cartilhas ou abecedários sempre associaram a aprendizagem da leitura aos processos de imaginação próprios à infância. No contemporâneo, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com palavras e imagens no estruturar o letramento estético, levando-nos a questionar: como a literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário? Partindo dessa questão, tomamos os títulos A E I O U, de Angela Lago e Zoé Rios (2008), e 움직이는 ㄱㄴㄷ (ABC em movimento), de Suzy Lee (2006), como corpus representante de nossa discussão. Para auxiliar nossa reflexão sobre essas experiências de linguagem, partimos do pensamento por semelhanças de Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), que embasa as discussões de Giorgio Agamben (2005), sobre in-fância da linguagem, e de Georges Didi-Huberman (2017), sobre desaprender a aprender, apesar de tudo.
ABSTRACT Within a tradition that starts in the 17th century, putting together education and literature, ABC books have always associated learning to read with childhood’s typical imagination processes. Nowadays, some books categorized as literary ABC books emerge due to the power of their poetic playfulness while playing with words and images when structuring aesthetic literacy, leading us to question: how does children’s literature deconstruct the alphabet to build literary readers? Based on this question, we take the titles A E I O U, by Angela Lago and Zoé Rios (2008), and 움직이는 ㄱㄴㄷ (Action Korean Alphabet), by Suzy Lee (2006), as the corpus that better represents our discussion. To support our reflection on these language’s experiences, we depart from the thought of similarities by Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), which supports the discussions of Giorgio Agamben (2005), on the language’s infancy, and Georges Didi-Huberman (2017), about unlearning how to learn in spite of all.
RESUMO
O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzi... more RESUMO O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzido enquanto Literatura Infantil, na obra do designer japonês Katsumi Komagata. Questionamos: o que seria a leitura háptica no literário contemporâneo? Como se arquiteta essa proposição artística à leitura perceptiva? Os pensamentos de Walter Benjamin (2018) e de Giorgio Agamben (2017), quanto aos usos potenciais e perceptivos da arte no corpo, e de Lucia Santaella (2004), no que tange o sistema háptico e as superfícies sensíveis do corpo, fundamentam nossas reflexões acerca deste lançar ao jovem leitor desafios outros à leitura crítico-estética do literário, que o convidam a tocar e ser tocado.
ABSTRACT This paper aims to reflect on the haptic reading proposed in the object book, produced as Children’s Literature, in the Japanese designer Katsumi Komagata’s work. We question: what would haptic reading be in contemporary literature? How is this artistic proposition to perceptual reading conceived? Our reflections on these challenges to the young reader when it comes to the critical-aesthetic reading of the literary are based on the thoughts of Walter Benjamin (2018) and Giorgio Agamben (2017), regarding potential and perceptual uses of the body via art, and Lucia Santaella (2004), regarding the haptic system and sensitive surfaces of the body, which invite this reader to touch and be touched.
RESUMO
O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo ... more RESUMO O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo e potencial da narrativa pictórica em Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee. Em seu primeiro livro-imagem, a book artist sul-coreana utiliza-se da linguagem visual fotográfica para estruturar e registrar jogos de revelação/falsificação em imagens que lampejam incessantes re-presentificações ao clássico da Literatura Infantil escrito por Lewis Carroll. Para refletirmos sobre esse processo de ficcionalização imagético, tomaremos as reflexões de Philippe Dubois (2016, 2017) sobre o conceito de imagem-ficção, vertente esta exponencial no campo da arte-fotografia contemporânea. E para nos auxiliar a pensar sobre o re-posicionamento sensível do olhar proposto por Suzy Lee em seu livro híbrido – entre o literário, plástico, fotográfico –, buscamos em Georges Didi-Huberman (2010, 2013, 2015, 2017) as compreensões de dupla distância e de montagem como limiares que irrompem diante do leitor, criança ou jovem, produzindo estranhamentos ao seu experienciar a aura da obra de arte. Palavras-chave: Fotografia; Imagem-Ficção; Montagem; Narrativa Pictórica; Suzy Lee
ABSTRACT The present paper aims to reflect on the choice of photography as a constitutive and potential element of Suzy Lee’s Alice in Wonderland (2002) pictorial narrative. In her first picture-book, the South Korean book artist uses photographic visual language to structure and record some revelation/ forgery games in images that flash incessantly representifications to Lewis Carroll’s classic title of Children’s Literature. Reflecting on this process of imaginary fictionalization, we take the recent writings of Philippe Dubois (2016, 2017) on the concept of fiction-image, an exponential aspect in the field of contemporary art photography. And to help us out thinking about the sensible repositioning of the look proposed by Suzy Lee’s hybrid book – among the literary, plastic, photographic arts –, we’ve looked for Georges Didi-Huberman’s writings (2010, 2013, 2015, 2017) on the double distance comprehension and the montage as thresholds that erupt before the reader, child, young adult, or adult, producing defamiliarization to his experience with the work of art’s aura. Keywords: Fiction-image. Montage. Photography. Pictorial narrative. Suzy Lee.
RESUMO
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do li... more RESUMO
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do livro-imagem, esse objeto artístico composto, essencialmente, em linguagem visual. Num primeiro momento, traçamos um panorama que acompanha a trajetória dos precursores desse objeto, entre os séculos 18 e 19, até seu firmamento como categoria entre os livros produzidos para crianças e jovens na virada dos séculos 20 e 21. Em seguida, realizamos uma breve análise crítica dos eixos para os quais se encaminha essa produção “sem palavras” na contemporaneidade: 1) camadas metaficcionais da narrativa em imagens plásticas; 2) forma do códex em paralelo com o desenrolar da narrativa; 3) drama sinestésico intensificado pela economia de cores e pelo foco no desenho/traçado; 4) portais como espaço-tempo de transição entre realidade e fantasia; 5) elementos gráficos acionam mobilidade no objeto libro; 6) livro como galeria de arte portátil; 7) inspiração em graphic novels e quadrinhos.
Palavras-chave: literatura contemporânea; literatura infanto-juvenil; livro-imagem.
ABSTRACT
This paper offers a historical and critical literary approach on picture books, this artistic object essentialy made of visual language. First, an overview is drawn tracking the path followed by the predecessors of this object, between the 18th and 19th centuries, until its consolidation as a niche aimed at children and young adults at the turn of the 20th and 21st centuries. Subsequently, a brief critical analysis of the strands in which this “wordless” production is heading in contemporary times is presented: 1) metafictional layers of the narrative in plastic images; 2) the shape of the codex in relation to the unwinding of the narrative; 3) synesthetic drama intensified by the spare use of color and by the focus on drawing/line; 4) gateways as space/time for the transition between fantasy and reality; 5) graphic elements engaging the mobility of the book object; 6) book as a portable art gallery; 7) inspiration drawn out from graphic novels and comic books.
Keywords: contemporary literature; literature for children and young adults; picture-book.
RESUMO
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-co... more RESUMO
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-coreana, de prestígio internacional na área da Literatura Infantil e Juvenil com suas publicações em narrativas pictóricas, é uma book artist e incentivadora constante de discussões acerca do objeto livro. No contexto de tal atividade criativa e crítica, propomos uma breve reflexão sobre as práticas comunicativas de Lee tomando como base o pensamento em processo de Cecilia Almeida Salles, na especificidade que envolve os arquivos de criação (2010, 2017). Ao expor índices de pensamento em criação por meio de falas, palestras, entrevistas, eventos, publicações em seu blog pessoal e, mesmo, em seu ensaio teórico sobre livros-imagem (2012), Suzy Lee nos fornece uma mostragem das camadas armazenadas e constituintes de seu projeto poético.
Palavras-chave: arquivos de criação; projeto literário; Suzy Lee.
ABSTRACT
This essay aims to reflect on Suzy Lee's artistic production. The South Korean author, of international prestige in the field of children and young adults literature with her publications in pictorial narratives, is a book-artist who is also constantly stimulating discussions about the book as an art object. In the context of such creative and critical activity, we propose a brief reflection on Lee's communicative practices based on Cecilia Almeida Salles' thoughts, in the specificity that surrounds the creation archives (2010, 2017). By exposing her thought-of-creation indexed through speeches, lectures, interviews, events, publications in her personal blog, and even in her theoretical essay on picture-books (2012), Suzy Lee gives us a sample of the stored and constituents layers of her poetics project.
Keywords: creation archives; literary project; Suzy Lee.
RESUMO
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book art... more RESUMO
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book artists, brasileiros e estrangeiros, na produção literária destinada a crianças entre os séculos XX e XXI. Essa presença é marcante por produzir um deslocamento no olhar perceptivo de artistas, críticos e leitores para o objeto livro – até então, compreendido apenas como mero receptáculo para textos verbal e visual – na área da Literatura Infantil. Nossa hipótese dá ênfase ao trabalho diferencial que esses artífices realizaram com as margens do códex (a dobra central e as viradas de página laterais), dialogando com reflexões que re-pensam o livro como forma e conteúdo de uma mensagem artística. Para executarmos nossa formulação interartes, buscamos referências nos campos da Literatura (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) e das Artes Visuais (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), em seu borrar de fronteiras, para re-pensar as relações entre palavra, imagem e materialidade.
Palavras-chave: Objeto Livro; Literatura Infantil; Margem; Artes Visuais.
ABSTRACT
This paper aims to present a brief critical panorama on the presence of Brazilian and foreign book artists in literary production for children between the 20th and 21st centuries. This presence is notable for producing a shift in the perceptive gaze of artists, critics and readers to the book as an object – so far understood as mere receptacle for verbal and visual texts – in the field of Children’s Literature. Our hypothesis emphasizes the differential work that these artists did with the codex’s borders (the binding-fold and the turning page sides), which dialogues with reflections that re-think the book as form and content from an artistic message. In order to develop our interarts formulation, we seek references in the fields of Literature (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) and the Visual Arts (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), in its erasure of frontiers, to re-think about the relationships between word, image and materiality.
Keywords: Object Book; Children’s Literature; Border; Visual Arts
RESUMO
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânt... more RESUMO
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago, em busca de afectos encarnados em suas páginas duplas. Objetivando a realização de tal exercício, partiremos da metodologia proposta pelos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), quando discutem sobre perceptos e afectos na constituição de um pensamento filosófico; bem como mobilizaremos os escritos do também francês Georges Didi-Huberman (2012;2013), no referente aos efeitos presentes nas imagens encarnadas da história da arte. Como auxílio à leitura da narrativa pictórica nessa obra, buscamos a reflexão da brasileira Lucia Santaella (1993), em sua teoria peirceana da percepção, quanto à utilização de perceptos visuais na produção de sensações.
Palavras-chave: Afectos. Angela Lago. Literatura Infantil. Perceptos.
ABSTRACT
In the present essay, we propose a brief critical analysis for Brazilian Angela Lago's picture-book O cântico dos cânticos (1992), searching for signs of incarnated affect in its double pages. Aiming the execution of such exercise, we start from the methodology proposed by the Frenchs Gilles Deleuze and Felix Guattari (1992), when they discuss about percepts and affects on the constitution of a philosophical thought; also mobilizing the writings of Georges Didi-Huberman (2012;2013), regarding to the effects present on the incarnated images of Art History. As a reinforcement to our reading for this pictorial narrative, we seek the thoughts from the Brazilian Lucia Santaella (1993), in her Peircean theory of perception, about the use of visual percepts in producing sensations.
Keywords: Affects. Angela Lago. Children’s Literature. Percepts.
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao proces... more RESUMO
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao processo de figurabilidade resultante dos movimentos de aparecimento e desaparecimento presentes no livro-imagem Espelho (2009), de Suzy Lee, em paralelo ao aclamado “atlas de imagens” do historiador da arte Aby Warburg, Mnemosyne (1929). Nesse percurso, discutimos brevemente os sintomas da produção de presença nas páginas em branco que apontam a existência de um terceiro “cenário” nesta narrativa pictórica criada pela artista sul-coreana. Para tanto, propomos diálogos com os escritos de Michaud (2013) sobre o trabalho de Warburg; os pensamentos de Gumbrecht (2010) sobre a produção de presença na linguagem; além de visadas nas reflexões de Flusser (2008) e Benjamin (1987), bem como de Nodelman (1988) e Linden (2011).
PALAVRAS-CHAVES: aparecimento; desaparecimento; figurabilidade; narrativa pictórica.
ABSTRACT
This article presents a comparative analysis of the specific aspect related to the process of figurability resultant from the movements of appearance and disappearance present in the picture-book Mirror (2009), by Suzy Lee, in parallel to the acclaimed “atlas of images” from the art historian Aby Warburg, Mnemosyne (1929). In this course, we briefly discuss the symptoms of the production of presence in the blank pages that points out the existence of a third “scenario” in this pictorial narrative. For this purpose, dialogues were conducted with the writings of Michaud (2013) on Warburg's work; the thoughts of Gumbrecht (2010) on the production of presence; as well as some points of view from Flusser (2008), Benjamin (1987), Nodelman (1988), and Linden (2011).
KEYWORDS: appearance; disappearance; figurability; pictorial narrative.
RESUMO
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais... more RESUMO
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais recorre Angela Lago na elaboração de O personagem encalhado (2006). Considerando que a autora inscreve textos verbal e visual nesta obra, almeja-se demonstrar como a narrativa assume configurações metaficcionais não apenas no plano verbal – como é comum nas narrativas contemporâneas destinadas ao público jovem –, mas também em seu aspecto visual, exibindo e materializando – em termos verbais e visuais – os impasses encontrados no processo de criação de um texto literário.
Palavras-chave: Metaficção. Texto verbal. Texto visual.
ABSTRACT
The present study aims to undertake an analysis of metafictional strategies which Angela Lago makes use in the preparation of O personagem encalhado (2006). Considering how the author inscribes verbal and visual texts in this work, this essay aims to demonstrate how the narrative takes metafictional settings not only on the verbal level – as it is common in contemporary narratives destined to young readers – but also in its visual aspect, displaying and materializing – in verbal and visual terms – some deadlocks found in the creation process of a literary text.
Keywords: Metafiction. Verbal text. Visual text.
RESUMO
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literá... more RESUMO
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literária para crianças e jovens, propomos realizar um exercício de retorno à “voz” infantil, apontada por Giorgio Agamben (2005) em "Infância e história", analisando a linguagem visual produzida por Suzy Lee (2010) e impressa nas páginas duplas de "Sombra". Essa linguagem, potencialmente significante, por não fazer uso de signos verbais, sugere uma polissemia de significações. Como suporte à nossa leitura dessa “voz”, em espaço semiótico da experiência de linguagem, mobilizaremos o basilar "Matrizes da linguagem e pensamento", de Lucia Santaella (2005).
Palavras-chave: linguagem visual; Sombra; Suzy Lee; voz infantil.
ABSTRACT
Knowing the constant growing space that picture-books have been gaining in literary productions for children and young adults, we propose to pursue an exercise coming back to children's “voice”, subject pointed out by Giorgio Agamben (2005) in Infancy and history, analyzing the visual language produced by Suzy Lee (2010) and printed on the pages of Shadow. Potentially significant, this language, by not using verbal signs, suggests a polysemy of meanings. Supporting our reading of this “voice”, inside a semiotic space of the language experience, we'll mobilize Lucia Santaella (2005) in Matrizes da linguagem e pensamento.
Keywords: Children's voice; Shadow; Suzy Lee; visual language.
Revista Laboratório Literatura e Experimentación, 2016
RESUMO
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade... more RESUMO
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade, o nome de Suzy Lee se destaca pela sua produção ímpar. A artista plástica sul-coreana publicou sua “Trilogia da Margem” mundialmente, recebendo diversos reconhecimentos. No entanto, para a abordagem que aqui propomos, daremos atenção para o terceiro livro-imagem desta série: Sombra (2010). Em um exercício de crítica de processo, buscando elucidar o projeto poético de Lee, embasaremos nossa breve análise nos estudos da pesquisadora Cecilia Almeida Salles sobre as redes da criação. Como apoio, iremos nos apropriar dos pensamentos de Gaston Bachelard e Roland Barthes sobre a imagem, buscando dar um novo olhar às reflexões sobre o imaginário, que é produtor de materialidade, em um livro que faz uso de textos visuais na construção de narrativas.
PALAVRAS-CHAVE: imaginário, livro-imagem, projeto poético.
ABSTRACT
Amid the contemporary production for children and young adults, Suzy Lee stands out for her unique literary projects. The South Korean artist published her "The Border Trilogy" world-wide, getting recognized with many awards. That said, for our proposal, we will focus our attention on the third title of Lee's picture-book series: Shadow (2010). With a critical exercise about the process of creation, elucidating Lee's poetics project, we will base our brief analysis with the study of researcher Cecilia Almeida Salles about creation's networks. As support, we will appropriate ourselves with the thoughts of Gaston Bachelard and Roland Barthes about image, aiming to give a new look on the reflections about imagination which produces materiality, in a book that makes use of visual texts on its narratives constructions.
KEYWORDS: imaginary, picture-book, poetics project
RESUMO
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderl... more RESUMO
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderland, completou 150 anos de lançamento. A obra-prima do controverso Lewis Carroll já foi traduzida e adaptada nos mais diversos meios de expressão artística. Em 2002, despontando na contemporânea literatura para crianças e jovens, Suzy Lee publicou sua tradução intersemiótica de Alice em livro-imagem. Análoga à ideia de Carroll referente a “um sonho dentro de um sonho”, Lee segue em sua publicação a ideia de “um livro dentro de um livro”, tornando ainda mais clara sua fonte de inspiração para a sua criação/recriação/adaptação. Objetivando realizar uma breve análise das obras literárias de Carroll e Lee, propomos um diálogo com os estudos de Roman Jakobson e os escritos do artista Julio Plaza no que se refere à tradução intersígnica, entre signos do código verbal para o código visual, para as versões de Alice in Wonderland aqui enunciadas. Sugerimos ainda uma aproximação com as ideias de Robert Stam sobre a adaptação literária, no caso da presente proposta, do livro ilustrado para o livro-imagem – narrativa composta por palavras para uma narrativa construída por imagens.
Palavras-chave: Adaptação. Literatura Infantil. Tradução Intersemiótica.
ABSTRACT
In 2015, one of the biggest classics from the modern children's literature, Alice in Wonderland, completed 150 years of release. The masterpiece of the controversial Lewis Carroll has been translated and adapted into many artistic expression's medias. In 2002, emerging in contemporary literature for children, Suzy Lee published her intersemiotic translation of Alice in picture-book (a publication made with pictorial narratives) to the original picturebook from the British author. In harmony with Carroll's idea regarding to "a dream within a dream", Lee follows in her publication the idea of "a book within a book", making even more clear her source of inspiration to her creation/re-creation/adaptation. Aiming to conduct a brief analysis for the literary works of Carroll and Lee, we're proposing a dialogue with studies from Roman Jakobson and the writings of the artist Julio Plaza regarding to an intersign translation, between signs from a verbal code to a visual code, related to the versions of Alice in Wonderland here stated. We're also suggesting an approach to Robert Stam's ideas regarding to literary adaptation, in this proposal's case, from a picturebook to a picture-book - from a narrative composed by words to a narrative build by pictures.
Keywords: Children's Literature. Intersemiotic Translation
Revista Laboratório Literatura e Experimentación, 2015
RESUMO
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais div... more RESUMO
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais diversas áreas, especialmente no que diz respeito à relação Palavra-Imagem nos livros ilustrados. Ainda em campo fértil e inexplorado, o livro-imagem – tipo de livro ilustrado composto em maior parte por códigos visuais e quase nenhum código verbal – é uma publicação que se utiliza dos seus aspectos plásticos para contar/mostrar uma narrativa pictórica/visual. Atualmente, a autora-ilustradora sul-coreana Suzy Lee é destaque entre os artistas plásticos que desenvolvem livros-imagem. Sua “Trilogia da Margem” – composta por 거울속으로/Espelho (2003), 파도야 놀자/Onda (2008) e 그림자 놀이/Sombra (2010) – foi publicada no Brasil, sendo inclusive adotada como material didático por escolas infantis. Objetivando realizar uma análise acerca das narrativas pictóricas que compõem estas obras repletas de ilustrações em carvão e aquarelas, propomos um diálogo entre os escritos do crítico Perry Nodelman e da especialista Sophie Van der Linden com as pesquisas de Maria Nikolajeva e Carole Scott. Como suporte ao nosso raciocínio, dando uma atenção ao movimento presente nas páginas duplas desses livros, contamos com os estudos de Philippe-Alain Michaud sobre a obra do historiador da arte Aby Warburg.
Palavras-chave: livro-imagem, movimento, narrativa pictórica.
ABSTRACT
The market of children’s literature is highlighted among researchers from various fields, especially in regards to the relation Word and Image in picture books. Still in a fertile and unexplored field, the picture-book – type of picture book composed in majority by visual codes and almost no verbal codes – is a publication that uses its aesthetic aspects to tell/show a pictorial/visual narrative. Currently, the South Korean author-illustrator Suzy Lee is among the prominent artists who develop picture-books. Her “The Border Trilogy” – composed by 거울속으로/Mirror (2003), 파도야 놀자/Wave (2008) and 그림자 놀이/Shadow (2010) – was published in Brazil, being also adopted as teaching material by children’s schools. Aiming to make a review about the pictorial narratives that comprise these works filled with illustrations in charcoal and watercolors, we’re proposing a dialogue between the writings from the critical Perry Nodelman and the expert Sophie Van der Linden with the researches from Maria Nikolajeva and Carole Scott. As a support to our reasoning, and giving attention to the movement in the double pages of these books, we also took the studies from Philippe-Alain Michaud on the work of art historian Aby Warburg.
Keywords: picture-book, movement, pictorial narrative.
Anais do IV Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil "Celebrando a Leitura", 2015
Celebrando em 2015 seus 150 anos de publicação, Alice In Wonderland é um dos mais consagrados clá... more Celebrando em 2015 seus 150 anos de publicação, Alice In Wonderland é um dos mais consagrados clássicos da literatura infantil, sendo referência para diversos autores, ilustradores e pesquisadores até a atualidade. Publicamente inspirada pela obra-prima de Lewis Carroll, a autora-ilustradora Suzy Lee teve seu título Espelho impresso em território brasileiro pela editora Cosac Naify em 2009. O livro-imagem, composto por narrativas pictóricas sem qualquer código verbal, expõe a estória de uma garota que interage com o seu próprio reflexo e, em determinado ponto, cruza a margem/dobra central do livro - espaço este que separa os mundos da realidade e da imaginação. Assim como Alice atravessa o espelho da sala de casa para ver o mundo pelo outro lado nas palavras do autor britânico, a protagonista entra no espaço central da página dupla nas imagens da book artist sul-coreana. Buscando expor sintomas de memória, com base nas teorias do historiador da arte Aby Warburg e do semioticista Iúri Lotman, propomos para a presente comunicação analisar a relação Imagem-Palavra entre as publicações de Lewis Carroll e Suzy Lee. Para concentrar nossas reflexões sobre o diálogo entre palavras e imagens, fazemos uso dos escritos de especialistas em literatura infanto-juvenil como Perry Nodelman e David Lewis, bem como nos referenciamos nos trabalhos de Georges Didi-Huberman e Philippe-Alain Michaud acerca do trabalho de Aby Warburg com o seu atlas Mnemosyne.
Literatura e cultura: incursões em experiências estéticas, 2024
RESUMO: Partindo de uma base teórica localizada entre os Estudos Literários e os Estudos das Mídi... more RESUMO: Partindo de uma base teórica localizada entre os Estudos Literários e os Estudos das Mídias, este capítulo pretende observar como as experimentações estéticas direcionadas ao jovem leitor coreano expressam histórias antigas e novas narrações ao explorar não apenas a mídia da palavra oral e escrita, como também a palavra cantada, as ilustrações complementares, as sonoridades compondo junto ao verbal, os espaços de página de livros e revistas mesclando linguagens, as ilustrações criativas e independentes do verbal, o próprio livro como elemento narrativo, e as recentes proposições imersivas em espaços de exposição e performance das histórias que, hoje, dialogam muito mais com um participante das obras do que com a figura do leitor como tradicionalmente a conhecemos. Para isso, tomaremos o que Lars Elleström (2019, 2021) conceitua como narrar por modalidades de mídias e partiremos do método analítico intermidiático do literário proposto por Jørgen Bruhn (2016, 2022). Essa abordagem estética estará bastante aproximada de uma abordagem histórica, contextualizando os momentos marcantes da literatura infantil coreana ao longo do século XX e neste primeiro quarto de século XXI. Para isso, iremos buscar dados e fatos históricos em fontes como Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) e Ji-eun Kim (2010, 2019).
ABSTRACT: This chapter aims to observe how aesthetic experiments aimed at young Korean readers express old stories and new narratives by exploring not only the media of the oral and written word, but also the sung word, the complementary illustrations, the sounds composing together with the verbal, the spaces in pages of books and magazines mixing languages, the creative and verbally independent illustrations, the book itself as a narrative element, and the recent immersive propositions in spaces for the exhibition and performance of stories that, today, dialogue much more with a participant in the works other than with the figure of the reader as we traditionally know it. To do this, we will take what Lars Elleström (2019, 2021) conceptualizes as narrating through media modalities and we will depart from the literary intermedia analytical method proposed by Jørgen Bruhn (2016, 2022). This aesthetic approach is very close to a historical approach, contextualizing the landmark moments of Korean children's literature throughout the 20th century and in the first quarter of the 21st century. To do this, we will look for data and historical facts in sources such as Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) and Ji-eun Kim (2010, 2019).
RESUMO
O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de ... more RESUMO O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de produção literária para os jovens da Coreia, cabendo fazer um apanhado de nomes e títulos atrelados à ideia de ficção juvenil coreana (prosa) e suas características. Essa produção, por seu turno, só se solidificou como gênero na Coreia do Sul entre as décadas de 1990 e 2000. É válido, contudo, abrir espaço para conhecer seus antecedentes. ABSTRACT The purpose of this work is to shed light on the last decade of literary production for young people in Korea, making an overview of names and titles connected to the idea of Korean youth fiction (prose) and its characteristics. In its own turn, this production only solidified as a genre in South Korea between the 1990s and 2000s. It is worthwhile, however, opening a space to know its antecedents.
Imagens em migrações poéticas: Miradas potenciais, 2021
RESUMO
Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo ce... more RESUMO Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo central do presente escrito é levantar um panorama histórico das publicações coreanas endereçadas à infância que mesclam palavras e imagens, as quais datam da virada entre os anos 1980 e 1990 e alcançam seu ápice nas duas primeiras décadas do século XXI. Além disso, propomo-nos elencar alguns nomes e títulos que marcam momentos decisivos nesse percurso qualitativo e expansivo – dentro e fora da Coreia, indo além das limitações linguísticas.
ABSTRACT Book chapter within the book edited by Maria Zilda da Cunha and André Luiz Ming Garcia. The main goal of this writing is to raise a historical panorama of Korean publications addressed to children that puts words and images in relation, which have its starting point from the turn between the 1980s and 1990s and reach its peak in the first two decades of the 21st century. Furthermore, we propose to list some names and titles that mark decisive moments in this qualitative and expansive journey - inside and outside Korea, going beyond linguistic limitations.
RESUMO
Na produção contemporânea de literatura infantil, alguns livros categorizados como abecedá... more RESUMO Na produção contemporânea de literatura infantil, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com as significações de palavras e imagens colaborando com o letramento estético. Para compreender esse fenômeno, passaremos i) por um breve histórico do objeto; ii) por uma discussão teórica, com o apoio de Walter Benjamin (1985; 2002), Giorgio Agamben (2005) e Georges Didi-Huberman (2017); e iii) pela apresentação de uma leitura para Deu zebra no ABC (2017), escrita e ilustrado pelo brasileiro Fernando Vilela. Nosso objetivo é demonstrar como esse movimento da literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário.
ABSTRACT At the contemporary production of children's literature, some books categorized as literary ABC books stand out for their poetic power focused on playfulness, especially when playing with the meanings of words and images, collaborating with an aesthetic literacy. To understand this phenomenon, we will go through i) a brief history of this object; ii) a theoretical discussion, supported by Walter Benjamin (1985; 2002), Giorgio Agamben (2005), and Georges Didi-Huberman (2017); and iii) presenting a reading for Deu zebra no ABC (2017), written and illustrated by the Brazilian author Fernando Vilela. Our main goal is to demonstrate how this movement within children's literature deconstructs the alphabet to build the literary reader.
Imagem e exercício da liberdade: Cinema, fotografia e artes: Imagem contemporânea III, 2020
Capítulo de livro, em coautoria com o professor doutor Osmar Gonçalves dos Reis Filho, para o liv... more Capítulo de livro, em coautoria com o professor doutor Osmar Gonçalves dos Reis Filho, para o livro organizado por André Brasil, André Parente e Beatriz Furtado. Partindo das semelhanças entre as produções visuais de Suzy Lee e Abr Warburg, o principal objetivo deste trabalho é refletir sobre os movimentos da imagem que produzem uma presença àquele diante delas.
Book chapter co-authored with Professor Ph.D. Osmar Gonçalves dos Reis Filho, within the book edited by André Brasil, André Parente, and Beatriz Furtado. Departing from some similarities between Suzy Lee and Abr Warburg's visual propositions, the main goal of this chapter is to reflect on the image's movements producing a sort of presence to those in front of it.
Thesis - PhD in Literature and Literary Criticism, 2021
RESUMO
Este trabalho visa um reposicionamento teórico da crítica diante da estética que se estabe... more RESUMO Este trabalho visa um reposicionamento teórico da crítica diante da estética que se estabelece como produção do objeto livro na Literatura Infantil contemporânea. Nosso objetivo é contribuir com estudos em teoria e crítica literária, ao refletir sobre outras possibilidades de enfrentamento crítico-estético dessas experimentações em linguagens híbridas e materializadas em mídias distintas que se atravessam. O corpus selecionado – formado por Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee; A Cloud (2007), de Katsumi Komagata; e Bili com limão verde na mão (2009), de Décio Pignatari, Daniel Bueno e Luciana Facchini – é exemplar dessas experiências de linguagem endereçadas ao público infantil, por levar em conta não apenas as significações verbais e visuais, como também a objetualidade do livro. Nesse contexto, questionamos se as teorias que embasam a área de Literatura Infantil hoje são suficientes para auxiliar-nos a pensar criticamente sobre o que propomos chamar de objeto-livro infantil, produzido por artistas da visualidade, em sua diferença ao conhecido livro-objeto, e perguntamos quais seriam os aspectos a serem ampliados, revistos, superados diante desses objetos. Nossas hipóteses partem da ideia de que estudos críticos consagrados dedicados à relação palavra-imagem-design (Nodelman, Nikolajeva, Lewis, Linden, Beckett) são insuficientes para embasar uma ampliação do Ler (que é olhar, ouvir, tocar, sentir) essas obras informadas como reflexo e parte dos movimentos e sentidos do corpo que as segura, e que uma visada multidisciplinar, que encare o livro não apenas como suporte mas como mídia (Bolter & Grusin, Elleström), seja o caminho mais eficaz para explorar analiticamente essas experimentações literárias inscritas na forma tradicional de mídia codexical. Nesse sentido, a tese está estruturada em cinco capítulos que buscam, nos estudos do livro (Carrión, Plaza, Drucker), uma defesa do códex como forma significante e autoconsciente, promotora de abordagens neo-materialistas nos estudos literários (Brillenburg Wurth, Plate, Pressman); na filosofia da linguagem em diálogo com a estética e a neurociência (Didi-Huberman, Sheets-Johnstone, Gallese), elementos que constituam uma compreensão daquilo que é háptico no olhar, no tocar, no gestualizar, concepções decisivas na virada perceptual ao longo do século XX e base dos experimentos artísticos neste início de século XXI; e nas teorias do design e da percepção (Flusser, Santaella, Marks), bases que sustentem o pensamento multifacetado das práticas artísticas que olham para uma folha de papel dobrada, inscrevendo um livro em múltiplas durações, como forma materializada que se atualiza auto-conscientemente no ato de conscientizar o Leitor de seu corpo em movimento.
ABSTRACT This work aims to present a theoretical repositioning of criticism in view of the aesthetics that is established as the production of the object book in contemporary Children’s Literature. Our main goal is to contribute to studies in literary theory and criticism, reflecting on other critical-aesthetic possibilities of confrontation to these experiments in hybrid languages and materialized in different media that cross each other’s borders. The selected corpus – formed with Alice in Wonderland (2002), by Suzy Lee; A Cloud (2007), by Katsumi Komagata; and Bili com limão verde na mão (2009), by Décio Pignatari, Daniel Bueno and Luciana Facchini – is an example of these language experiences addressed to children, since it takes into account not only the verbal and visual meanings, but also the book’s objectuality. Within this context, we question whether the theories that underlie the Children’s Literature field today are enough to help us out thinking critically about what we are proposing to call children’s object-book, produced by visual artists, in its difference to the well-known book-object, and we ask what would be the aspects to be expanded, revised, overcome in view of these objects. Our hypotheses are based on the idea that prestigious critical studies dedicated to the word-image-design relationship (Nodelman, Nikolajeva, Lewis, Linden, Beckett) are insufficient to support an expansion of Reading (which is looking, listening, touching, feeling) these works informed as a reflection and part of the movements and senses of the body that holds them up, and that a multidisciplinary approach, which sees the book not only as a support but also as a medium (Bolter & Grusin, Elleström), is the most effective way to analytically explore these literary experiments inscribed in the traditional form of codexical media. In this sense, the thesis is structured in five chapters that seek, in book studies (Carrión, Plaza, Drucker), a defense of the codex as a significant and self-conscious form, promoting new materialistic approaches in literary studies (Brillenburg Wurth, Plate, Pressman); in the philosophy of language dialoguing with aesthetics and neuroscience (Didi-Huberman, Sheets-Johnstone, Gallese), elements that constitute an understanding of what is haptic in looking, touching, gesturing, decisive conceptions in the perceptual turn throughout the 20th century and the basis of artistic experiments at the beginning of the 21st century; and in design and perception theories (Flusser, Santaella, Marks), bases that support the multifaceted thinking of artistic practices that look at a folded sheet of paper, inscribing multiple durations in a book, as a materialized form that selfconsciously updates itself in the act of making the Reader aware of his moving body.
Thesis - MA in Literature and Literary Criticism, 2017
RESUMO
A presente dissertação visa refletir sobre a margem que narra nas obras Sombra (2010), da ... more RESUMO A presente dissertação visa refletir sobre a margem que narra nas obras Sombra (2010), da sul-coreana Suzy Lee, e O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago. O objetivo dessa abordagem é contribuir com os estudos em teoria e crítica de literatura infantil e juvenil, apontando como as autoras ampliam o potencial interpretativo dos livros-imagem, em sua materialidade e visualidade, ao explorar o uso das margens do códex como estruturadoras de narrativas pictóricas. Além da teoria voltada para a crítica específica de literatura para crianças e jovens (Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva, Sophie Van der Linden, Maria José Palo) e dos estudos do livro como forma de arte (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Paulo Silveira), também são mobilizadas bibliografias sobre os conceitos de dialética da dobra (Michel Melot) e de limiar (Walter Benjamin, Jeanne Marie Gagnebin, Georges Didi-Huberman). Esta passagem da crítica literária para a filosofia artística acerca do objeto livro, culminando na interdisciplinaridade da literatura e crítica de arte, tem como meta re-apresentar e re-conhecer este fenômeno artístico, o livro-imagem, na potência de sua hibridez, ocupando espaço liminar entre os livros de artista e os livros infantis.
ABSTRACT The present study aims to reflect about the narrative border in the works Shadow (2010), by the South Korean Suzy Lee, and O cântico dos cânticos (1992), by the Brazilian Angela Lago. Our main purpose is to contribute to studies on children’s literature’s theory and criticism, pointing out how the authors broaden up the interpretative potential for their picture-books, in its materiality and visuality, by exploring the use of the codex’s borders as structures for pictorial narratives. In addition to the theory focused on the specific critics of literature for children and young adults (Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva, Sophie Van der Linden, Maria José Palo) and the studies on the book as an art form (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Paulo Silveira), bibliographies on the concepts of the binding fold dialectics (Michel Melot) and the threshold (Walter Benjamin, Jeanne Marie Gagnebin, Georges Didi-Huberman) are also mobilized. This passage from literary criticism to the artistic philosophy about the book as an object, culminating in the interdisciplinarity of literature and art criticism, aims to re-present and re-know this artistic phenomenon, the picture-book, in the potential of its hybridity, occupying a threshold space between artist’s books and children’s books.
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Papers by Luis C Girão
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as K–style, or Hallyu 4.0, in Brazil?’ Since the 1990s, Korean picturebooks, as hybrid art creations offering diverse meanings to domestic and foreign readers, have solidified their international reputation through authors such as Heena Baek and Suzy Lee. This paper first examines the introduction of Korean picturebooks into Brazil, analyzing the texts and illustrations of Korean works included in Brazil’s federal reading programs and published in the Brazilian market, based on Maria Nikolajeva’s conceptions. The initial works introduced to the Brazilian market can be classified as illustrated books, with genuine picturebooks having their starting point with Suzy Lee’s “Wave”(2008). A study of the characteristics and genres of Korean children’s literature published in Brazil from this period until 2015 shows that these works engage child readers and serve as a link to Korean culture and lifestyle through their diverse formats and content. Thus, picturebooks play a crucial role as a part of Korean cultural products, well representing K–style, i.e., Hallyu 4.0. The paper then examines the recent trends and characteristics of Korean picturebooks published in Brazil since 2017. Recently, specialized agencies have begun to select Korean picturebooks and present them to Brazilian publishers. Additionally, the relevance of other Hallyu products, like K–dramas, and the themes of Korean children’s literature that resonate with international audiences, particularly feminism, have been gaining attention. Currently, works by Korean authors such as Suzy Lee, Heena Baek, Lee Geum–yi, Ryu Jae–soo, JiHyeon Lee, and Jo Ara have been consistently published in Brazil, functioning as part of Hallyu 4.0 and showcasing K–style for over 15 years.
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil coreana no Brasil. Tal iniciativa tem como objetivo contribuir com o mapeamento de obras coreanas publicadas em território nacional e traçar tendências editoriais dos setores específicos nos quais esses títulos foram alocados. Para isso, serão observados os livros ilustrados infantis – literários e paradidáticos – coreanos em circulação no Brasil desde a primeira década do século XXI. Buscaremos evidenciar o volume expressivo em circulação, diretamente influenciado pelo reconhecimento de algumas dessas obras pela premiação da FNLIJ e pelos editais do PNLD – antigo PNBE. Nossa hipótese é a de que tais reconhecimentos institucionais contribuem para levar os livros ilustrados coreanos a alunos do Ensino Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, com forte tendência de crescimento para além dessas esferas. Lançaremos ainda um olhar sobre a movimentação acadêmica emergente no Brasil e as recentes publicações literárias ilustradas, indicando o potencial de crescimento dessa produção artística junto ao público brasileiro.
ABSTRACT
This work intends to survey and analyze the course of Korean children’s illustrated literature in Brazil. This initiative aims to contribute to the mapping of Korean works published in the country and to trace some editorial trends in the specific sectors in which these titles were allocated. For this, the Korean children’s picture books – fictional and paratextbooks – circulating in Brazil since the beginning of the 21st century will be observed. We seek to highlight the expressive volume in circulation, directly influenced by the recognition of some of these works by the FNLIJ’s award and by the PNLD’s edicts – former PNBE. Our hypothesis is that such institutional recognitions contribute to bringing Korean picture books to kindergarten and early years of elementary school students, with a strong tendency to grow beyond these spheres. We will also take a look at the emerging academic movement in Brazil and the recent illustrated literary publications, indicating the potential for growth of this artistic production among Brazilian public.
O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborativa realizado pelo grupo de pesquisa "Hallyu - Estudos Coreanos" (CNPq/USP) para uma coletânea de contos folclóricos coreanos. Além de acompanhar o percurso de criação e estabelecimento do grupo-embrião, formado por pesquisadores ligados ao curso de Língua e Literatura Coreana da USP, pretendemos desenvolver uma discussão sobre dois aspectos tradutológicos que residem na base dessas composições ficcionais de extremo caráter oral: as onomatopeias e as expressões idiomáticas. Movidos por um pensar crítico ainda em desenvolvimento sobre o traduzir esse gênero popular da língua coreana para a língua portuguesa, questionamos e exemplificamos as escolhas feitas por quem traduz individualmente e as possibilidades de ampliação, revisão, retradução de termos, frases e construções quando se traduz coletivamente, nas trocas com outros que traduzem uma mesma obra. Por se tratar de um projeto de tradução em andamento, revisitamos alguns passos já dados e vislumbramos horizontes no que tange às metodologias testadas e aplicadas pelo grupo, assim como apontamos desafios presentes no exercício de traduzir de maneira coletiva, seja na teoria, seja na prática. O que apresentamos aqui é apenas um resultado parcial do que estamos ensaiando enquanto tradutores em formação na coletividade, todos com os olhares dirigidos a um título de construções poéticas tão plurais quanto quem integra o grupo.
ABSTRACT
The main goal of this paper is to present a brief reflection on the process of collaborative translation of a collection of Korean folktales by the “Hallyu - Korean Studies” (CNPq/USP) research group. Besides showing the path for the creation and establishment of the embryo-group, formed by researchers connected to USP’s Korean Language and Literature course, we intend to advance the discussion on two aspects of translation that reside in the heart of fictional written compositions with an extreme oral character: onomatopoeias and idiomatic expressions. Moved by a critical thought, still in development, on translating this Korean popular genre into Portuguese, we question and exemplify the choices made both by those who translate individually and the possibilities for amplification, revision and retranslation of terms, phrases and constructions when translating collaboratively, be it in theory or be it in practice. What we present is just a partial result of what we are preparing as translators in collective formation, with our sight directed towards a work of poetic construction as plural as the members of our group.
Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as cartilhas ou abecedários sempre associaram a aprendizagem da leitura aos processos de imaginação próprios à infância. No contemporâneo, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com palavras e imagens no estruturar o letramento estético, levando-nos a questionar: como a literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário? Partindo dessa questão, tomamos os títulos A E I O U, de Angela Lago e Zoé Rios (2008), e 움직이는 ㄱㄴㄷ (ABC em movimento), de Suzy Lee (2006), como corpus representante de nossa discussão. Para auxiliar nossa reflexão sobre essas experiências de linguagem, partimos do pensamento por semelhanças de Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), que embasa as discussões de Giorgio Agamben (2005), sobre in-fância da linguagem, e de Georges Didi-Huberman (2017), sobre desaprender a aprender, apesar de tudo.
ABSTRACT
Within a tradition that starts in the 17th century, putting together education and literature, ABC books have always associated learning to read with childhood’s typical imagination processes. Nowadays, some books categorized as literary ABC books emerge due to the power of their poetic playfulness while playing with words and images when structuring aesthetic literacy, leading us to question: how does children’s literature deconstruct the alphabet to build literary readers? Based on this question, we take the titles A E I O U, by Angela Lago and Zoé Rios (2008), and 움직이는 ㄱㄴㄷ (Action Korean Alphabet), by Suzy Lee (2006), as the corpus that better represents our discussion. To support our reflection on these language’s experiences, we depart from the thought of similarities by Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), which supports the discussions of Giorgio Agamben (2005), on the language’s infancy, and Georges Didi-Huberman (2017), about unlearning how to learn in spite of all.
O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzido enquanto Literatura Infantil, na obra do designer japonês Katsumi Komagata. Questionamos: o que seria a leitura háptica no literário contemporâneo? Como se arquiteta essa proposição artística à leitura perceptiva? Os pensamentos de Walter Benjamin (2018) e de Giorgio Agamben (2017), quanto aos usos potenciais e perceptivos da arte no corpo, e de Lucia Santaella (2004), no que tange o sistema háptico e as superfícies sensíveis do corpo, fundamentam nossas reflexões acerca deste lançar ao jovem leitor desafios outros à leitura crítico-estética do literário, que o convidam a tocar e ser tocado.
ABSTRACT
This paper aims to reflect on the haptic reading proposed in the object book, produced as Children’s Literature, in the Japanese designer Katsumi Komagata’s work. We question: what would haptic reading be in contemporary literature? How is this artistic proposition to perceptual reading conceived? Our reflections on these challenges to the young reader when it comes to the critical-aesthetic reading of the literary are based on the thoughts of Walter Benjamin (2018) and Giorgio Agamben (2017), regarding potential and perceptual uses of the body via art, and Lucia Santaella (2004), regarding the haptic system and sensitive surfaces of the body, which invite this reader to touch and be touched.
O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo e potencial da narrativa pictórica em Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee. Em seu primeiro livro-imagem, a book artist sul-coreana utiliza-se da linguagem visual fotográfica para estruturar e registrar jogos de revelação/falsificação em imagens que lampejam incessantes re-presentificações ao clássico da Literatura Infantil escrito por Lewis Carroll. Para refletirmos sobre esse processo de ficcionalização imagético, tomaremos as reflexões de Philippe Dubois (2016, 2017) sobre o conceito de imagem-ficção, vertente esta exponencial no campo da arte-fotografia contemporânea. E para nos auxiliar a pensar sobre o re-posicionamento sensível do olhar proposto por Suzy Lee em seu livro híbrido – entre o literário, plástico, fotográfico –, buscamos em Georges Didi-Huberman (2010, 2013, 2015, 2017) as compreensões de dupla distância e de montagem como limiares que irrompem diante do leitor, criança ou jovem, produzindo estranhamentos ao seu experienciar a aura da obra de arte.
Palavras-chave: Fotografia; Imagem-Ficção; Montagem; Narrativa Pictórica; Suzy Lee
ABSTRACT
The present paper aims to reflect on the choice of photography as a constitutive and potential element of Suzy Lee’s Alice in Wonderland (2002) pictorial narrative. In her first picture-book, the South Korean book artist uses photographic visual language to structure and record some revelation/ forgery games in images that flash incessantly representifications to Lewis Carroll’s classic title of Children’s Literature. Reflecting on this process of imaginary fictionalization, we take the recent writings of Philippe Dubois (2016, 2017) on the concept of fiction-image, an exponential aspect in the field of contemporary art photography. And to help us out thinking about the sensible repositioning of the look proposed by Suzy Lee’s hybrid book – among the literary, plastic, photographic arts –, we’ve looked for Georges Didi-Huberman’s writings (2010, 2013, 2015, 2017) on the double distance comprehension and the montage as thresholds that erupt before the reader, child, young adult, or adult, producing defamiliarization to his experience with the work of art’s aura.
Keywords: Fiction-image. Montage. Photography. Pictorial narrative. Suzy Lee.
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do livro-imagem, esse objeto artístico composto, essencialmente, em linguagem visual. Num primeiro momento, traçamos um panorama que acompanha a trajetória dos precursores desse objeto, entre os séculos 18 e 19, até seu firmamento como categoria entre os livros produzidos para crianças e jovens na virada dos séculos 20 e 21. Em seguida, realizamos uma breve análise crítica dos eixos para os quais se encaminha essa produção “sem palavras” na contemporaneidade: 1) camadas metaficcionais da narrativa em imagens plásticas; 2) forma do códex em paralelo com o desenrolar da narrativa; 3) drama sinestésico intensificado pela economia de cores e pelo foco no desenho/traçado; 4) portais como espaço-tempo de transição entre realidade e fantasia; 5) elementos gráficos acionam mobilidade no objeto libro; 6) livro como galeria de arte portátil; 7) inspiração em graphic novels e quadrinhos.
Palavras-chave: literatura contemporânea; literatura infanto-juvenil; livro-imagem.
ABSTRACT
This paper offers a historical and critical literary approach on picture books, this artistic object essentialy made of visual language. First, an overview is drawn tracking the path followed by the predecessors of this object, between the 18th and 19th centuries, until its consolidation as a niche aimed at children and young adults at the turn of the 20th and 21st centuries. Subsequently, a brief critical analysis of the strands in which this “wordless” production is heading in contemporary times is presented: 1) metafictional layers of the narrative in plastic images; 2) the shape of the codex in relation to the unwinding of the narrative; 3) synesthetic drama intensified by the spare use of color and by the focus on drawing/line; 4) gateways as space/time for the transition between fantasy and reality; 5) graphic elements engaging the mobility of the book object; 6) book as a portable art gallery; 7) inspiration drawn out from graphic novels and comic books.
Keywords: contemporary literature; literature for children and young adults; picture-book.
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-coreana, de prestígio internacional na área da Literatura Infantil e Juvenil com suas publicações em narrativas pictóricas, é uma book artist e incentivadora constante de discussões acerca do objeto livro. No contexto de tal atividade criativa e crítica, propomos uma breve reflexão sobre as práticas comunicativas de Lee tomando como base o pensamento em processo de Cecilia Almeida Salles, na especificidade que envolve os arquivos de criação (2010, 2017). Ao expor índices de pensamento em criação por meio de falas, palestras, entrevistas, eventos, publicações em seu blog pessoal e, mesmo, em seu ensaio teórico sobre livros-imagem (2012), Suzy Lee nos fornece uma mostragem das camadas armazenadas e constituintes de seu projeto poético.
Palavras-chave: arquivos de criação; projeto literário; Suzy Lee.
ABSTRACT
This essay aims to reflect on Suzy Lee's artistic production. The South Korean author, of international prestige in the field of children and young adults literature with her publications in pictorial narratives, is a book-artist who is also constantly stimulating discussions about the book as an art object. In the context of such creative and critical activity, we propose a brief reflection on Lee's communicative practices based on Cecilia Almeida Salles' thoughts, in the specificity that surrounds the creation archives (2010, 2017). By exposing her thought-of-creation indexed through speeches, lectures, interviews, events, publications in her personal blog, and even in her theoretical essay on picture-books (2012), Suzy Lee gives us a sample of the stored and constituents layers of her poetics project.
Keywords: creation archives; literary project; Suzy Lee.
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book artists, brasileiros e estrangeiros, na produção literária destinada a crianças entre os séculos XX e XXI. Essa presença é marcante por produzir um deslocamento no olhar perceptivo de artistas, críticos e leitores para o objeto livro – até então, compreendido apenas como mero receptáculo para textos verbal e visual – na área da Literatura Infantil. Nossa hipótese dá ênfase ao trabalho diferencial que esses artífices realizaram com as margens do códex (a dobra central e as viradas de página laterais), dialogando com reflexões que re-pensam o livro como forma e conteúdo de uma mensagem artística. Para executarmos nossa formulação interartes, buscamos referências nos campos da Literatura (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) e das Artes Visuais (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), em seu borrar de fronteiras, para re-pensar as relações entre palavra, imagem e materialidade.
Palavras-chave: Objeto Livro; Literatura Infantil; Margem; Artes Visuais.
ABSTRACT
This paper aims to present a brief critical panorama on the presence of Brazilian and foreign book artists in literary production for children between the 20th and 21st centuries. This presence is notable for producing a shift in the perceptive gaze of artists, critics and readers to the book as an object – so far understood as mere receptacle for verbal and visual texts – in the field of Children’s Literature. Our hypothesis emphasizes the differential work that these artists did with the codex’s borders (the binding-fold and the turning page sides), which dialogues with reflections that re-think the book as form and content from an artistic message. In order to develop our interarts formulation, we seek references in the fields of Literature (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) and the Visual Arts (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), in its erasure of frontiers, to re-think about the relationships between word, image and materiality.
Keywords: Object Book; Children’s Literature; Border; Visual Arts
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago, em busca de afectos encarnados em suas páginas duplas. Objetivando a realização de tal exercício, partiremos da metodologia proposta pelos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), quando discutem sobre perceptos e afectos na constituição de um pensamento filosófico; bem como mobilizaremos os escritos do também francês Georges Didi-Huberman (2012;2013), no referente aos efeitos presentes nas imagens encarnadas da história da arte. Como auxílio à leitura da narrativa pictórica nessa obra, buscamos a reflexão da brasileira Lucia Santaella (1993), em sua teoria peirceana da percepção, quanto à utilização de perceptos visuais na produção de sensações.
Palavras-chave: Afectos. Angela Lago. Literatura Infantil. Perceptos.
ABSTRACT
In the present essay, we propose a brief critical analysis for Brazilian Angela Lago's picture-book O cântico dos cânticos (1992), searching for signs of incarnated affect in its double pages. Aiming the execution of such exercise, we start from the methodology proposed by the Frenchs Gilles Deleuze and Felix Guattari (1992), when they discuss about percepts and affects on the constitution of a philosophical thought; also mobilizing the writings of Georges Didi-Huberman (2012;2013), regarding to the effects present on the incarnated images of Art History. As a reinforcement to our reading for this pictorial narrative, we seek the thoughts from the Brazilian Lucia Santaella (1993), in her Peircean theory of perception, about the use of visual percepts in producing sensations.
Keywords: Affects. Angela Lago. Children’s Literature. Percepts.
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao processo de figurabilidade resultante dos movimentos de aparecimento e desaparecimento presentes no livro-imagem Espelho (2009), de Suzy Lee, em paralelo ao aclamado “atlas de imagens” do historiador da arte Aby Warburg, Mnemosyne (1929). Nesse percurso, discutimos brevemente os sintomas da produção de presença nas páginas em branco que apontam a existência de um terceiro “cenário” nesta narrativa pictórica criada pela artista sul-coreana. Para tanto, propomos diálogos com os escritos de Michaud (2013) sobre o trabalho de Warburg; os pensamentos de Gumbrecht (2010) sobre a produção de presença na linguagem; além de visadas nas reflexões de Flusser (2008) e Benjamin (1987), bem como de Nodelman (1988) e Linden (2011).
PALAVRAS-CHAVES: aparecimento; desaparecimento; figurabilidade; narrativa pictórica.
ABSTRACT
This article presents a comparative analysis of the specific aspect related to the process of figurability resultant from the movements of appearance and disappearance present in the picture-book Mirror (2009), by Suzy Lee, in parallel to the acclaimed “atlas of images” from the art historian Aby Warburg, Mnemosyne (1929). In this course, we briefly discuss the symptoms of the production of presence in the blank pages that points out the existence of a third “scenario” in this pictorial narrative. For this purpose, dialogues were conducted with the writings of Michaud (2013) on Warburg's work; the thoughts of Gumbrecht (2010) on the production of presence; as well as some points of view from Flusser (2008), Benjamin (1987), Nodelman (1988), and Linden (2011).
KEYWORDS: appearance; disappearance; figurability; pictorial narrative.
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais recorre Angela Lago na elaboração de O personagem encalhado (2006). Considerando que a autora inscreve textos verbal e visual nesta obra, almeja-se demonstrar como a narrativa assume configurações metaficcionais não apenas no plano verbal – como é comum nas narrativas contemporâneas destinadas ao público jovem –, mas também em seu aspecto visual, exibindo e materializando – em termos verbais e visuais – os impasses encontrados no processo de criação de um texto literário.
Palavras-chave: Metaficção. Texto verbal. Texto visual.
ABSTRACT
The present study aims to undertake an analysis of metafictional strategies which Angela Lago makes use in the preparation of O personagem encalhado (2006). Considering how the author inscribes verbal and visual texts in this work, this essay aims to demonstrate how the narrative takes metafictional settings not only on the verbal level – as it is common in contemporary narratives destined to young readers – but also in its visual aspect, displaying and materializing – in verbal and visual terms – some deadlocks found in the creation process of a literary text.
Keywords: Metafiction. Verbal text. Visual text.
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literária para crianças e jovens, propomos realizar um exercício de retorno à “voz” infantil, apontada por Giorgio Agamben (2005) em "Infância e história", analisando a linguagem visual produzida por Suzy Lee (2010) e impressa nas páginas duplas de "Sombra". Essa linguagem, potencialmente significante, por não fazer uso de signos verbais, sugere uma polissemia de significações. Como suporte à nossa leitura dessa “voz”, em espaço semiótico da experiência de linguagem, mobilizaremos o basilar "Matrizes da linguagem e pensamento", de Lucia Santaella (2005).
Palavras-chave: linguagem visual; Sombra; Suzy Lee; voz infantil.
ABSTRACT
Knowing the constant growing space that picture-books have been gaining in literary productions for children and young adults, we propose to pursue an exercise coming back to children's “voice”, subject pointed out by Giorgio Agamben (2005) in Infancy and history, analyzing the visual language produced by Suzy Lee (2010) and printed on the pages of Shadow. Potentially significant, this language, by not using verbal signs, suggests a polysemy of meanings. Supporting our reading of this “voice”, inside a semiotic space of the language experience, we'll mobilize Lucia Santaella (2005) in Matrizes da linguagem e pensamento.
Keywords: Children's voice; Shadow; Suzy Lee; visual language.
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade, o nome de Suzy Lee se destaca pela sua produção ímpar. A artista plástica sul-coreana publicou sua “Trilogia da Margem” mundialmente, recebendo diversos reconhecimentos. No entanto, para a abordagem que aqui propomos, daremos atenção para o terceiro livro-imagem desta série: Sombra (2010). Em um exercício de crítica de processo, buscando elucidar o projeto poético de Lee, embasaremos nossa breve análise nos estudos da pesquisadora Cecilia Almeida Salles sobre as redes da criação. Como apoio, iremos nos apropriar dos pensamentos de Gaston Bachelard e Roland Barthes sobre a imagem, buscando dar um novo olhar às reflexões sobre o imaginário, que é produtor de materialidade, em um livro que faz uso de textos visuais na construção de narrativas.
PALAVRAS-CHAVE: imaginário, livro-imagem, projeto poético.
ABSTRACT
Amid the contemporary production for children and young adults, Suzy Lee stands out for her unique literary projects. The South Korean artist published her "The Border Trilogy" world-wide, getting recognized with many awards. That said, for our proposal, we will focus our attention on the third title of Lee's picture-book series: Shadow (2010). With a critical exercise about the process of creation, elucidating Lee's poetics project, we will base our brief analysis with the study of researcher Cecilia Almeida Salles about creation's networks. As support, we will appropriate ourselves with the thoughts of Gaston Bachelard and Roland Barthes about image, aiming to give a new look on the reflections about imagination which produces materiality, in a book that makes use of visual texts on its narratives constructions.
KEYWORDS: imaginary, picture-book, poetics project
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderland, completou 150 anos de lançamento. A obra-prima do controverso Lewis Carroll já foi traduzida e adaptada nos mais diversos meios de expressão artística. Em 2002, despontando na contemporânea literatura para crianças e jovens, Suzy Lee publicou sua tradução intersemiótica de Alice em livro-imagem. Análoga à ideia de Carroll referente a “um sonho dentro de um sonho”, Lee segue em sua publicação a ideia de “um livro dentro de um livro”, tornando ainda mais clara sua fonte de inspiração para a sua criação/recriação/adaptação. Objetivando realizar uma breve análise das obras literárias de Carroll e Lee, propomos um diálogo com os estudos de Roman Jakobson e os escritos do artista Julio Plaza no que se refere à tradução intersígnica, entre signos do código verbal para o código visual, para as versões de Alice in Wonderland aqui enunciadas. Sugerimos ainda uma aproximação com as ideias de Robert Stam sobre a adaptação literária, no caso da presente proposta, do livro ilustrado para o livro-imagem – narrativa composta por palavras para uma narrativa construída por imagens.
Palavras-chave: Adaptação. Literatura Infantil. Tradução Intersemiótica.
ABSTRACT
In 2015, one of the biggest classics from the modern children's literature, Alice in Wonderland, completed 150 years of release. The masterpiece of the controversial Lewis Carroll has been translated and adapted into many artistic expression's medias. In 2002, emerging in contemporary literature for children, Suzy Lee published her intersemiotic translation of Alice in picture-book (a publication made with pictorial narratives) to the original picturebook from the British author. In harmony with Carroll's idea regarding to "a dream within a dream", Lee follows in her publication the idea of "a book within a book", making even more clear her source of inspiration to her creation/re-creation/adaptation. Aiming to conduct a brief analysis for the literary works of Carroll and Lee, we're proposing a dialogue with studies from Roman Jakobson and the writings of the artist Julio Plaza regarding to an intersign translation, between signs from a verbal code to a visual code, related to the versions of Alice in Wonderland here stated. We're also suggesting an approach to Robert Stam's ideas regarding to literary adaptation, in this proposal's case, from a picturebook to a picture-book - from a narrative composed by words to a narrative build by pictures.
Keywords: Children's Literature. Intersemiotic Translation
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais diversas áreas, especialmente no que diz respeito à relação Palavra-Imagem nos livros ilustrados. Ainda em campo fértil e inexplorado, o livro-imagem – tipo de livro ilustrado composto em maior parte por códigos visuais e quase nenhum código verbal – é uma publicação que se utiliza dos seus aspectos plásticos para contar/mostrar uma narrativa pictórica/visual. Atualmente, a autora-ilustradora sul-coreana Suzy Lee é destaque entre os artistas plásticos que desenvolvem livros-imagem. Sua “Trilogia da Margem” – composta por 거울속으로/Espelho (2003), 파도야 놀자/Onda (2008) e 그림자 놀이/Sombra (2010) – foi publicada no Brasil, sendo inclusive adotada como material didático por escolas infantis. Objetivando realizar uma análise acerca das narrativas pictóricas que compõem estas obras repletas de ilustrações em carvão e aquarelas, propomos um diálogo entre os escritos do crítico Perry Nodelman e da especialista Sophie Van der Linden com as pesquisas de Maria Nikolajeva e Carole Scott. Como suporte ao nosso raciocínio, dando uma atenção ao movimento presente nas páginas duplas desses livros, contamos com os estudos de Philippe-Alain Michaud sobre a obra do historiador da arte Aby Warburg.
Palavras-chave: livro-imagem, movimento, narrativa pictórica.
ABSTRACT
The market of children’s literature is highlighted among researchers from various fields, especially in regards to the relation Word and Image in picture books. Still in a fertile and unexplored field, the picture-book – type of picture book composed in majority by visual codes and almost no verbal codes – is a publication that uses its aesthetic aspects to tell/show a pictorial/visual narrative. Currently, the South Korean author-illustrator Suzy Lee is among the prominent artists who develop picture-books. Her “The Border Trilogy” – composed by 거울속으로/Mirror (2003), 파도야 놀자/Wave (2008) and 그림자 놀이/Shadow (2010) – was published in Brazil, being also adopted as teaching material by children’s schools. Aiming to make a review about the pictorial narratives that comprise these works filled with illustrations in charcoal and watercolors, we’re proposing a dialogue between the writings from the critical Perry Nodelman and the expert Sophie Van der Linden with the researches from Maria Nikolajeva and Carole Scott. As a support to our reasoning, and giving attention to the movement in the double pages of these books, we also took the studies from Philippe-Alain Michaud on the work of art historian Aby Warburg.
Keywords: picture-book, movement, pictorial narrative.
Books by Luis C Girão
ABSTRACT: This chapter aims to observe how aesthetic experiments aimed at young Korean readers express old stories and new narratives by exploring not only the media of the oral and written word, but also the sung word, the complementary illustrations, the sounds composing together with the verbal, the spaces in pages of books and magazines mixing languages, the creative and verbally independent illustrations, the book itself as a narrative element, and the recent immersive propositions in spaces for the exhibition and performance of stories that, today, dialogue much more with a participant in the works other than with the figure of the reader as we traditionally know it. To do this, we will take what Lars Elleström (2019, 2021) conceptualizes as narrating through media modalities and we will depart from the literary intermedia analytical method proposed by Jørgen Bruhn (2016, 2022). This aesthetic approach is very close to a historical approach, contextualizing the landmark moments of Korean children's literature throughout the 20th century and in the first quarter of the 21st century. To do this, we will look for data and historical facts in sources such as Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) and Ji-eun Kim (2010, 2019).
O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de produção literária para os jovens da Coreia, cabendo fazer um apanhado de nomes e títulos atrelados à ideia de ficção juvenil coreana (prosa) e suas características. Essa produção, por seu turno, só se solidificou como gênero na Coreia do Sul entre as décadas de 1990 e 2000. É válido, contudo, abrir espaço para conhecer seus antecedentes.
ABSTRACT
The purpose of this work is to shed light on the last decade of literary production for young people in Korea, making an overview of names and titles connected to the idea of Korean youth fiction (prose) and its characteristics. In its own turn, this production only solidified as a genre in South Korea between the 1990s and 2000s. It is worthwhile, however, opening a space to know its antecedents.
Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo central do presente escrito é levantar um panorama histórico das publicações coreanas endereçadas à infância que mesclam palavras e imagens, as quais datam da virada entre os anos 1980 e 1990 e alcançam seu ápice nas duas primeiras décadas do século XXI. Além disso, propomo-nos elencar alguns nomes e títulos que marcam momentos decisivos nesse percurso qualitativo e expansivo – dentro e fora da Coreia, indo além das limitações linguísticas.
ABSTRACT
Book chapter within the book edited by Maria Zilda da Cunha and André Luiz Ming Garcia. The main goal of this writing is to raise a historical panorama of Korean publications addressed to children that puts words and images in relation, which have its starting point from the turn between the 1980s and 1990s and reach its peak in the first two decades of the 21st century. Furthermore, we propose to list some names and titles that mark decisive moments in this qualitative and expansive journey - inside and outside Korea, going beyond linguistic limitations.
The aim of this paper is to answer the question of ‘how Korean picturebooks operate as K–style, or Hallyu 4.0, in Brazil?’ Since the 1990s, Korean picturebooks, as hybrid art creations offering diverse meanings to domestic and foreign readers, have solidified their international reputation through authors such as Heena Baek and Suzy Lee. This paper first examines the introduction of Korean picturebooks into Brazil, analyzing the texts and illustrations of Korean works included in Brazil’s federal reading programs and published in the Brazilian market, based on Maria Nikolajeva’s conceptions. The initial works introduced to the Brazilian market can be classified as illustrated books, with genuine picturebooks having their starting point with Suzy Lee’s “Wave”(2008). A study of the characteristics and genres of Korean children’s literature published in Brazil from this period until 2015 shows that these works engage child readers and serve as a link to Korean culture and lifestyle through their diverse formats and content. Thus, picturebooks play a crucial role as a part of Korean cultural products, well representing K–style, i.e., Hallyu 4.0. The paper then examines the recent trends and characteristics of Korean picturebooks published in Brazil since 2017. Recently, specialized agencies have begun to select Korean picturebooks and present them to Brazilian publishers. Additionally, the relevance of other Hallyu products, like K–dramas, and the themes of Korean children’s literature that resonate with international audiences, particularly feminism, have been gaining attention. Currently, works by Korean authors such as Suzy Lee, Heena Baek, Lee Geum–yi, Ryu Jae–soo, JiHyeon Lee, and Jo Ara have been consistently published in Brazil, functioning as part of Hallyu 4.0 and showcasing K–style for over 15 years.
Este trabalho pretende levantar e analisar o percurso da literatura ilustrada infantil coreana no Brasil. Tal iniciativa tem como objetivo contribuir com o mapeamento de obras coreanas publicadas em território nacional e traçar tendências editoriais dos setores específicos nos quais esses títulos foram alocados. Para isso, serão observados os livros ilustrados infantis – literários e paradidáticos – coreanos em circulação no Brasil desde a primeira década do século XXI. Buscaremos evidenciar o volume expressivo em circulação, diretamente influenciado pelo reconhecimento de algumas dessas obras pela premiação da FNLIJ e pelos editais do PNLD – antigo PNBE. Nossa hipótese é a de que tais reconhecimentos institucionais contribuem para levar os livros ilustrados coreanos a alunos do Ensino Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, com forte tendência de crescimento para além dessas esferas. Lançaremos ainda um olhar sobre a movimentação acadêmica emergente no Brasil e as recentes publicações literárias ilustradas, indicando o potencial de crescimento dessa produção artística junto ao público brasileiro.
ABSTRACT
This work intends to survey and analyze the course of Korean children’s illustrated literature in Brazil. This initiative aims to contribute to the mapping of Korean works published in the country and to trace some editorial trends in the specific sectors in which these titles were allocated. For this, the Korean children’s picture books – fictional and paratextbooks – circulating in Brazil since the beginning of the 21st century will be observed. We seek to highlight the expressive volume in circulation, directly influenced by the recognition of some of these works by the FNLIJ’s award and by the PNLD’s edicts – former PNBE. Our hypothesis is that such institutional recognitions contribute to bringing Korean picture books to kindergarten and early years of elementary school students, with a strong tendency to grow beyond these spheres. We will also take a look at the emerging academic movement in Brazil and the recent illustrated literary publications, indicating the potential for growth of this artistic production among Brazilian public.
O presente texto pretende trazer uma reflexão breve sobre o processo de tradução colaborativa realizado pelo grupo de pesquisa "Hallyu - Estudos Coreanos" (CNPq/USP) para uma coletânea de contos folclóricos coreanos. Além de acompanhar o percurso de criação e estabelecimento do grupo-embrião, formado por pesquisadores ligados ao curso de Língua e Literatura Coreana da USP, pretendemos desenvolver uma discussão sobre dois aspectos tradutológicos que residem na base dessas composições ficcionais de extremo caráter oral: as onomatopeias e as expressões idiomáticas. Movidos por um pensar crítico ainda em desenvolvimento sobre o traduzir esse gênero popular da língua coreana para a língua portuguesa, questionamos e exemplificamos as escolhas feitas por quem traduz individualmente e as possibilidades de ampliação, revisão, retradução de termos, frases e construções quando se traduz coletivamente, nas trocas com outros que traduzem uma mesma obra. Por se tratar de um projeto de tradução em andamento, revisitamos alguns passos já dados e vislumbramos horizontes no que tange às metodologias testadas e aplicadas pelo grupo, assim como apontamos desafios presentes no exercício de traduzir de maneira coletiva, seja na teoria, seja na prática. O que apresentamos aqui é apenas um resultado parcial do que estamos ensaiando enquanto tradutores em formação na coletividade, todos com os olhares dirigidos a um título de construções poéticas tão plurais quanto quem integra o grupo.
ABSTRACT
The main goal of this paper is to present a brief reflection on the process of collaborative translation of a collection of Korean folktales by the “Hallyu - Korean Studies” (CNPq/USP) research group. Besides showing the path for the creation and establishment of the embryo-group, formed by researchers connected to USP’s Korean Language and Literature course, we intend to advance the discussion on two aspects of translation that reside in the heart of fictional written compositions with an extreme oral character: onomatopoeias and idiomatic expressions. Moved by a critical thought, still in development, on translating this Korean popular genre into Portuguese, we question and exemplify the choices made both by those who translate individually and the possibilities for amplification, revision and retranslation of terms, phrases and constructions when translating collaboratively, be it in theory or be it in practice. What we present is just a partial result of what we are preparing as translators in collective formation, with our sight directed towards a work of poetic construction as plural as the members of our group.
Dentro de uma tradição que se inicia no século XVII, ao confluir educação e literatura, as cartilhas ou abecedários sempre associaram a aprendizagem da leitura aos processos de imaginação próprios à infância. No contemporâneo, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com palavras e imagens no estruturar o letramento estético, levando-nos a questionar: como a literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário? Partindo dessa questão, tomamos os títulos A E I O U, de Angela Lago e Zoé Rios (2008), e 움직이는 ㄱㄴㄷ (ABC em movimento), de Suzy Lee (2006), como corpus representante de nossa discussão. Para auxiliar nossa reflexão sobre essas experiências de linguagem, partimos do pensamento por semelhanças de Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), que embasa as discussões de Giorgio Agamben (2005), sobre in-fância da linguagem, e de Georges Didi-Huberman (2017), sobre desaprender a aprender, apesar de tudo.
ABSTRACT
Within a tradition that starts in the 17th century, putting together education and literature, ABC books have always associated learning to read with childhood’s typical imagination processes. Nowadays, some books categorized as literary ABC books emerge due to the power of their poetic playfulness while playing with words and images when structuring aesthetic literacy, leading us to question: how does children’s literature deconstruct the alphabet to build literary readers? Based on this question, we take the titles A E I O U, by Angela Lago and Zoé Rios (2008), and 움직이는 ㄱㄴㄷ (Action Korean Alphabet), by Suzy Lee (2006), as the corpus that better represents our discussion. To support our reflection on these language’s experiences, we depart from the thought of similarities by Walter Benjamin (1985; 2002; 2013), which supports the discussions of Giorgio Agamben (2005), on the language’s infancy, and Georges Didi-Huberman (2017), about unlearning how to learn in spite of all.
O presente escrito visa refletir sobre a leitura háptica proposta no objeto livro, produzido enquanto Literatura Infantil, na obra do designer japonês Katsumi Komagata. Questionamos: o que seria a leitura háptica no literário contemporâneo? Como se arquiteta essa proposição artística à leitura perceptiva? Os pensamentos de Walter Benjamin (2018) e de Giorgio Agamben (2017), quanto aos usos potenciais e perceptivos da arte no corpo, e de Lucia Santaella (2004), no que tange o sistema háptico e as superfícies sensíveis do corpo, fundamentam nossas reflexões acerca deste lançar ao jovem leitor desafios outros à leitura crítico-estética do literário, que o convidam a tocar e ser tocado.
ABSTRACT
This paper aims to reflect on the haptic reading proposed in the object book, produced as Children’s Literature, in the Japanese designer Katsumi Komagata’s work. We question: what would haptic reading be in contemporary literature? How is this artistic proposition to perceptual reading conceived? Our reflections on these challenges to the young reader when it comes to the critical-aesthetic reading of the literary are based on the thoughts of Walter Benjamin (2018) and Giorgio Agamben (2017), regarding potential and perceptual uses of the body via art, and Lucia Santaella (2004), regarding the haptic system and sensitive surfaces of the body, which invite this reader to touch and be touched.
O presente escrito visa refletir sobre a escolha da fotografia como elemento constitutivo e potencial da narrativa pictórica em Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee. Em seu primeiro livro-imagem, a book artist sul-coreana utiliza-se da linguagem visual fotográfica para estruturar e registrar jogos de revelação/falsificação em imagens que lampejam incessantes re-presentificações ao clássico da Literatura Infantil escrito por Lewis Carroll. Para refletirmos sobre esse processo de ficcionalização imagético, tomaremos as reflexões de Philippe Dubois (2016, 2017) sobre o conceito de imagem-ficção, vertente esta exponencial no campo da arte-fotografia contemporânea. E para nos auxiliar a pensar sobre o re-posicionamento sensível do olhar proposto por Suzy Lee em seu livro híbrido – entre o literário, plástico, fotográfico –, buscamos em Georges Didi-Huberman (2010, 2013, 2015, 2017) as compreensões de dupla distância e de montagem como limiares que irrompem diante do leitor, criança ou jovem, produzindo estranhamentos ao seu experienciar a aura da obra de arte.
Palavras-chave: Fotografia; Imagem-Ficção; Montagem; Narrativa Pictórica; Suzy Lee
ABSTRACT
The present paper aims to reflect on the choice of photography as a constitutive and potential element of Suzy Lee’s Alice in Wonderland (2002) pictorial narrative. In her first picture-book, the South Korean book artist uses photographic visual language to structure and record some revelation/ forgery games in images that flash incessantly representifications to Lewis Carroll’s classic title of Children’s Literature. Reflecting on this process of imaginary fictionalization, we take the recent writings of Philippe Dubois (2016, 2017) on the concept of fiction-image, an exponential aspect in the field of contemporary art photography. And to help us out thinking about the sensible repositioning of the look proposed by Suzy Lee’s hybrid book – among the literary, plastic, photographic arts –, we’ve looked for Georges Didi-Huberman’s writings (2010, 2013, 2015, 2017) on the double distance comprehension and the montage as thresholds that erupt before the reader, child, young adult, or adult, producing defamiliarization to his experience with the work of art’s aura.
Keywords: Fiction-image. Montage. Photography. Pictorial narrative. Suzy Lee.
No presente artigo, propomo-nos realizar uma abordagem histórica e críticoliterária do livro-imagem, esse objeto artístico composto, essencialmente, em linguagem visual. Num primeiro momento, traçamos um panorama que acompanha a trajetória dos precursores desse objeto, entre os séculos 18 e 19, até seu firmamento como categoria entre os livros produzidos para crianças e jovens na virada dos séculos 20 e 21. Em seguida, realizamos uma breve análise crítica dos eixos para os quais se encaminha essa produção “sem palavras” na contemporaneidade: 1) camadas metaficcionais da narrativa em imagens plásticas; 2) forma do códex em paralelo com o desenrolar da narrativa; 3) drama sinestésico intensificado pela economia de cores e pelo foco no desenho/traçado; 4) portais como espaço-tempo de transição entre realidade e fantasia; 5) elementos gráficos acionam mobilidade no objeto libro; 6) livro como galeria de arte portátil; 7) inspiração em graphic novels e quadrinhos.
Palavras-chave: literatura contemporânea; literatura infanto-juvenil; livro-imagem.
ABSTRACT
This paper offers a historical and critical literary approach on picture books, this artistic object essentialy made of visual language. First, an overview is drawn tracking the path followed by the predecessors of this object, between the 18th and 19th centuries, until its consolidation as a niche aimed at children and young adults at the turn of the 20th and 21st centuries. Subsequently, a brief critical analysis of the strands in which this “wordless” production is heading in contemporary times is presented: 1) metafictional layers of the narrative in plastic images; 2) the shape of the codex in relation to the unwinding of the narrative; 3) synesthetic drama intensified by the spare use of color and by the focus on drawing/line; 4) gateways as space/time for the transition between fantasy and reality; 5) graphic elements engaging the mobility of the book object; 6) book as a portable art gallery; 7) inspiration drawn out from graphic novels and comic books.
Keywords: contemporary literature; literature for children and young adults; picture-book.
O presente escrito objetiva refletir sobre o fazer artístico de Suzy Lee. A autora sul-coreana, de prestígio internacional na área da Literatura Infantil e Juvenil com suas publicações em narrativas pictóricas, é uma book artist e incentivadora constante de discussões acerca do objeto livro. No contexto de tal atividade criativa e crítica, propomos uma breve reflexão sobre as práticas comunicativas de Lee tomando como base o pensamento em processo de Cecilia Almeida Salles, na especificidade que envolve os arquivos de criação (2010, 2017). Ao expor índices de pensamento em criação por meio de falas, palestras, entrevistas, eventos, publicações em seu blog pessoal e, mesmo, em seu ensaio teórico sobre livros-imagem (2012), Suzy Lee nos fornece uma mostragem das camadas armazenadas e constituintes de seu projeto poético.
Palavras-chave: arquivos de criação; projeto literário; Suzy Lee.
ABSTRACT
This essay aims to reflect on Suzy Lee's artistic production. The South Korean author, of international prestige in the field of children and young adults literature with her publications in pictorial narratives, is a book-artist who is also constantly stimulating discussions about the book as an art object. In the context of such creative and critical activity, we propose a brief reflection on Lee's communicative practices based on Cecilia Almeida Salles' thoughts, in the specificity that surrounds the creation archives (2010, 2017). By exposing her thought-of-creation indexed through speeches, lectures, interviews, events, publications in her personal blog, and even in her theoretical essay on picture-books (2012), Suzy Lee gives us a sample of the stored and constituents layers of her poetics project.
Keywords: creation archives; literary project; Suzy Lee.
O presente escrito visa apresentar um breve panorama crítico sobre a presença de book artists, brasileiros e estrangeiros, na produção literária destinada a crianças entre os séculos XX e XXI. Essa presença é marcante por produzir um deslocamento no olhar perceptivo de artistas, críticos e leitores para o objeto livro – até então, compreendido apenas como mero receptáculo para textos verbal e visual – na área da Literatura Infantil. Nossa hipótese dá ênfase ao trabalho diferencial que esses artífices realizaram com as margens do códex (a dobra central e as viradas de página laterais), dialogando com reflexões que re-pensam o livro como forma e conteúdo de uma mensagem artística. Para executarmos nossa formulação interartes, buscamos referências nos campos da Literatura (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) e das Artes Visuais (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), em seu borrar de fronteiras, para re-pensar as relações entre palavra, imagem e materialidade.
Palavras-chave: Objeto Livro; Literatura Infantil; Margem; Artes Visuais.
ABSTRACT
This paper aims to present a brief critical panorama on the presence of Brazilian and foreign book artists in literary production for children between the 20th and 21st centuries. This presence is notable for producing a shift in the perceptive gaze of artists, critics and readers to the book as an object – so far understood as mere receptacle for verbal and visual texts – in the field of Children’s Literature. Our hypothesis emphasizes the differential work that these artists did with the codex’s borders (the binding-fold and the turning page sides), which dialogues with reflections that re-think the book as form and content from an artistic message. In order to develop our interarts formulation, we seek references in the fields of Literature (Nelly Novaes Coelho, Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva) and the Visual Arts (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso), in its erasure of frontiers, to re-think about the relationships between word, image and materiality.
Keywords: Object Book; Children’s Literature; Border; Visual Arts
No presente artigo, propomos uma breve análise crítica do livro-imagem O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago, em busca de afectos encarnados em suas páginas duplas. Objetivando a realização de tal exercício, partiremos da metodologia proposta pelos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), quando discutem sobre perceptos e afectos na constituição de um pensamento filosófico; bem como mobilizaremos os escritos do também francês Georges Didi-Huberman (2012;2013), no referente aos efeitos presentes nas imagens encarnadas da história da arte. Como auxílio à leitura da narrativa pictórica nessa obra, buscamos a reflexão da brasileira Lucia Santaella (1993), em sua teoria peirceana da percepção, quanto à utilização de perceptos visuais na produção de sensações.
Palavras-chave: Afectos. Angela Lago. Literatura Infantil. Perceptos.
ABSTRACT
In the present essay, we propose a brief critical analysis for Brazilian Angela Lago's picture-book O cântico dos cânticos (1992), searching for signs of incarnated affect in its double pages. Aiming the execution of such exercise, we start from the methodology proposed by the Frenchs Gilles Deleuze and Felix Guattari (1992), when they discuss about percepts and affects on the constitution of a philosophical thought; also mobilizing the writings of Georges Didi-Huberman (2012;2013), regarding to the effects present on the incarnated images of Art History. As a reinforcement to our reading for this pictorial narrative, we seek the thoughts from the Brazilian Lucia Santaella (1993), in her Peircean theory of perception, about the use of visual percepts in producing sensations.
Keywords: Affects. Angela Lago. Children’s Literature. Percepts.
Este artigo apresenta uma análise comparativa do aspecto específico relacionado ao processo de figurabilidade resultante dos movimentos de aparecimento e desaparecimento presentes no livro-imagem Espelho (2009), de Suzy Lee, em paralelo ao aclamado “atlas de imagens” do historiador da arte Aby Warburg, Mnemosyne (1929). Nesse percurso, discutimos brevemente os sintomas da produção de presença nas páginas em branco que apontam a existência de um terceiro “cenário” nesta narrativa pictórica criada pela artista sul-coreana. Para tanto, propomos diálogos com os escritos de Michaud (2013) sobre o trabalho de Warburg; os pensamentos de Gumbrecht (2010) sobre a produção de presença na linguagem; além de visadas nas reflexões de Flusser (2008) e Benjamin (1987), bem como de Nodelman (1988) e Linden (2011).
PALAVRAS-CHAVES: aparecimento; desaparecimento; figurabilidade; narrativa pictórica.
ABSTRACT
This article presents a comparative analysis of the specific aspect related to the process of figurability resultant from the movements of appearance and disappearance present in the picture-book Mirror (2009), by Suzy Lee, in parallel to the acclaimed “atlas of images” from the art historian Aby Warburg, Mnemosyne (1929). In this course, we briefly discuss the symptoms of the production of presence in the blank pages that points out the existence of a third “scenario” in this pictorial narrative. For this purpose, dialogues were conducted with the writings of Michaud (2013) on Warburg's work; the thoughts of Gumbrecht (2010) on the production of presence; as well as some points of view from Flusser (2008), Benjamin (1987), Nodelman (1988), and Linden (2011).
KEYWORDS: appearance; disappearance; figurability; pictorial narrative.
O presente estudo objetiva empreender uma análise das estratégias metaficcionais às quais recorre Angela Lago na elaboração de O personagem encalhado (2006). Considerando que a autora inscreve textos verbal e visual nesta obra, almeja-se demonstrar como a narrativa assume configurações metaficcionais não apenas no plano verbal – como é comum nas narrativas contemporâneas destinadas ao público jovem –, mas também em seu aspecto visual, exibindo e materializando – em termos verbais e visuais – os impasses encontrados no processo de criação de um texto literário.
Palavras-chave: Metaficção. Texto verbal. Texto visual.
ABSTRACT
The present study aims to undertake an analysis of metafictional strategies which Angela Lago makes use in the preparation of O personagem encalhado (2006). Considering how the author inscribes verbal and visual texts in this work, this essay aims to demonstrate how the narrative takes metafictional settings not only on the verbal level – as it is common in contemporary narratives destined to young readers – but also in its visual aspect, displaying and materializing – in verbal and visual terms – some deadlocks found in the creation process of a literary text.
Keywords: Metafiction. Verbal text. Visual text.
Reconhecendo o espaço cada vez maior que os livros-imagem vêm ganhando na produção literária para crianças e jovens, propomos realizar um exercício de retorno à “voz” infantil, apontada por Giorgio Agamben (2005) em "Infância e história", analisando a linguagem visual produzida por Suzy Lee (2010) e impressa nas páginas duplas de "Sombra". Essa linguagem, potencialmente significante, por não fazer uso de signos verbais, sugere uma polissemia de significações. Como suporte à nossa leitura dessa “voz”, em espaço semiótico da experiência de linguagem, mobilizaremos o basilar "Matrizes da linguagem e pensamento", de Lucia Santaella (2005).
Palavras-chave: linguagem visual; Sombra; Suzy Lee; voz infantil.
ABSTRACT
Knowing the constant growing space that picture-books have been gaining in literary productions for children and young adults, we propose to pursue an exercise coming back to children's “voice”, subject pointed out by Giorgio Agamben (2005) in Infancy and history, analyzing the visual language produced by Suzy Lee (2010) and printed on the pages of Shadow. Potentially significant, this language, by not using verbal signs, suggests a polysemy of meanings. Supporting our reading of this “voice”, inside a semiotic space of the language experience, we'll mobilize Lucia Santaella (2005) in Matrizes da linguagem e pensamento.
Keywords: Children's voice; Shadow; Suzy Lee; visual language.
Em meio à produção literária destinada ao público infantil e juvenil na contemporaneidade, o nome de Suzy Lee se destaca pela sua produção ímpar. A artista plástica sul-coreana publicou sua “Trilogia da Margem” mundialmente, recebendo diversos reconhecimentos. No entanto, para a abordagem que aqui propomos, daremos atenção para o terceiro livro-imagem desta série: Sombra (2010). Em um exercício de crítica de processo, buscando elucidar o projeto poético de Lee, embasaremos nossa breve análise nos estudos da pesquisadora Cecilia Almeida Salles sobre as redes da criação. Como apoio, iremos nos apropriar dos pensamentos de Gaston Bachelard e Roland Barthes sobre a imagem, buscando dar um novo olhar às reflexões sobre o imaginário, que é produtor de materialidade, em um livro que faz uso de textos visuais na construção de narrativas.
PALAVRAS-CHAVE: imaginário, livro-imagem, projeto poético.
ABSTRACT
Amid the contemporary production for children and young adults, Suzy Lee stands out for her unique literary projects. The South Korean artist published her "The Border Trilogy" world-wide, getting recognized with many awards. That said, for our proposal, we will focus our attention on the third title of Lee's picture-book series: Shadow (2010). With a critical exercise about the process of creation, elucidating Lee's poetics project, we will base our brief analysis with the study of researcher Cecilia Almeida Salles about creation's networks. As support, we will appropriate ourselves with the thoughts of Gaston Bachelard and Roland Barthes about image, aiming to give a new look on the reflections about imagination which produces materiality, in a book that makes use of visual texts on its narratives constructions.
KEYWORDS: imaginary, picture-book, poetics project
Em 2015, um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil moderna, Alice in Wonderland, completou 150 anos de lançamento. A obra-prima do controverso Lewis Carroll já foi traduzida e adaptada nos mais diversos meios de expressão artística. Em 2002, despontando na contemporânea literatura para crianças e jovens, Suzy Lee publicou sua tradução intersemiótica de Alice em livro-imagem. Análoga à ideia de Carroll referente a “um sonho dentro de um sonho”, Lee segue em sua publicação a ideia de “um livro dentro de um livro”, tornando ainda mais clara sua fonte de inspiração para a sua criação/recriação/adaptação. Objetivando realizar uma breve análise das obras literárias de Carroll e Lee, propomos um diálogo com os estudos de Roman Jakobson e os escritos do artista Julio Plaza no que se refere à tradução intersígnica, entre signos do código verbal para o código visual, para as versões de Alice in Wonderland aqui enunciadas. Sugerimos ainda uma aproximação com as ideias de Robert Stam sobre a adaptação literária, no caso da presente proposta, do livro ilustrado para o livro-imagem – narrativa composta por palavras para uma narrativa construída por imagens.
Palavras-chave: Adaptação. Literatura Infantil. Tradução Intersemiótica.
ABSTRACT
In 2015, one of the biggest classics from the modern children's literature, Alice in Wonderland, completed 150 years of release. The masterpiece of the controversial Lewis Carroll has been translated and adapted into many artistic expression's medias. In 2002, emerging in contemporary literature for children, Suzy Lee published her intersemiotic translation of Alice in picture-book (a publication made with pictorial narratives) to the original picturebook from the British author. In harmony with Carroll's idea regarding to "a dream within a dream", Lee follows in her publication the idea of "a book within a book", making even more clear her source of inspiration to her creation/re-creation/adaptation. Aiming to conduct a brief analysis for the literary works of Carroll and Lee, we're proposing a dialogue with studies from Roman Jakobson and the writings of the artist Julio Plaza regarding to an intersign translation, between signs from a verbal code to a visual code, related to the versions of Alice in Wonderland here stated. We're also suggesting an approach to Robert Stam's ideas regarding to literary adaptation, in this proposal's case, from a picturebook to a picture-book - from a narrative composed by words to a narrative build by pictures.
Keywords: Children's Literature. Intersemiotic Translation
O mercado da literatura infantil se encontra em destaque entre pesquisadores das mais diversas áreas, especialmente no que diz respeito à relação Palavra-Imagem nos livros ilustrados. Ainda em campo fértil e inexplorado, o livro-imagem – tipo de livro ilustrado composto em maior parte por códigos visuais e quase nenhum código verbal – é uma publicação que se utiliza dos seus aspectos plásticos para contar/mostrar uma narrativa pictórica/visual. Atualmente, a autora-ilustradora sul-coreana Suzy Lee é destaque entre os artistas plásticos que desenvolvem livros-imagem. Sua “Trilogia da Margem” – composta por 거울속으로/Espelho (2003), 파도야 놀자/Onda (2008) e 그림자 놀이/Sombra (2010) – foi publicada no Brasil, sendo inclusive adotada como material didático por escolas infantis. Objetivando realizar uma análise acerca das narrativas pictóricas que compõem estas obras repletas de ilustrações em carvão e aquarelas, propomos um diálogo entre os escritos do crítico Perry Nodelman e da especialista Sophie Van der Linden com as pesquisas de Maria Nikolajeva e Carole Scott. Como suporte ao nosso raciocínio, dando uma atenção ao movimento presente nas páginas duplas desses livros, contamos com os estudos de Philippe-Alain Michaud sobre a obra do historiador da arte Aby Warburg.
Palavras-chave: livro-imagem, movimento, narrativa pictórica.
ABSTRACT
The market of children’s literature is highlighted among researchers from various fields, especially in regards to the relation Word and Image in picture books. Still in a fertile and unexplored field, the picture-book – type of picture book composed in majority by visual codes and almost no verbal codes – is a publication that uses its aesthetic aspects to tell/show a pictorial/visual narrative. Currently, the South Korean author-illustrator Suzy Lee is among the prominent artists who develop picture-books. Her “The Border Trilogy” – composed by 거울속으로/Mirror (2003), 파도야 놀자/Wave (2008) and 그림자 놀이/Shadow (2010) – was published in Brazil, being also adopted as teaching material by children’s schools. Aiming to make a review about the pictorial narratives that comprise these works filled with illustrations in charcoal and watercolors, we’re proposing a dialogue between the writings from the critical Perry Nodelman and the expert Sophie Van der Linden with the researches from Maria Nikolajeva and Carole Scott. As a support to our reasoning, and giving attention to the movement in the double pages of these books, we also took the studies from Philippe-Alain Michaud on the work of art historian Aby Warburg.
Keywords: picture-book, movement, pictorial narrative.
ABSTRACT: This chapter aims to observe how aesthetic experiments aimed at young Korean readers express old stories and new narratives by exploring not only the media of the oral and written word, but also the sung word, the complementary illustrations, the sounds composing together with the verbal, the spaces in pages of books and magazines mixing languages, the creative and verbally independent illustrations, the book itself as a narrative element, and the recent immersive propositions in spaces for the exhibition and performance of stories that, today, dialogue much more with a participant in the works other than with the figure of the reader as we traditionally know it. To do this, we will take what Lars Elleström (2019, 2021) conceptualizes as narrating through media modalities and we will depart from the literary intermedia analytical method proposed by Jørgen Bruhn (2016, 2022). This aesthetic approach is very close to a historical approach, contextualizing the landmark moments of Korean children's literature throughout the 20th century and in the first quarter of the 21st century. To do this, we will look for data and historical facts in sources such as Dafna Zur (2017), Eun-sook Cho (2006, 2016), June Choe (2010), Jin-heon Jeong (2015, 2017) and Ji-eun Kim (2010, 2019).
O propósito deste trabalho consiste em lançar uma luz sobre a última década de produção literária para os jovens da Coreia, cabendo fazer um apanhado de nomes e títulos atrelados à ideia de ficção juvenil coreana (prosa) e suas características. Essa produção, por seu turno, só se solidificou como gênero na Coreia do Sul entre as décadas de 1990 e 2000. É válido, contudo, abrir espaço para conhecer seus antecedentes.
ABSTRACT
The purpose of this work is to shed light on the last decade of literary production for young people in Korea, making an overview of names and titles connected to the idea of Korean youth fiction (prose) and its characteristics. In its own turn, this production only solidified as a genre in South Korea between the 1990s and 2000s. It is worthwhile, however, opening a space to know its antecedents.
Capítulo de livro editado por Maria Zilda da Cunha e André Luiz Ming Garcia. O objetivo central do presente escrito é levantar um panorama histórico das publicações coreanas endereçadas à infância que mesclam palavras e imagens, as quais datam da virada entre os anos 1980 e 1990 e alcançam seu ápice nas duas primeiras décadas do século XXI. Além disso, propomo-nos elencar alguns nomes e títulos que marcam momentos decisivos nesse percurso qualitativo e expansivo – dentro e fora da Coreia, indo além das limitações linguísticas.
ABSTRACT
Book chapter within the book edited by Maria Zilda da Cunha and André Luiz Ming Garcia. The main goal of this writing is to raise a historical panorama of Korean publications addressed to children that puts words and images in relation, which have its starting point from the turn between the 1980s and 1990s and reach its peak in the first two decades of the 21st century. Furthermore, we propose to list some names and titles that mark decisive moments in this qualitative and expansive journey - inside and outside Korea, going beyond linguistic limitations.
Na produção contemporânea de literatura infantil, alguns livros categorizados como abecedários literários despontam pela potência de sua ludicidade poética ao brincar com as significações de palavras e imagens colaborando com o letramento estético. Para compreender esse fenômeno, passaremos i) por um breve histórico do objeto; ii) por uma discussão teórica, com o apoio de Walter Benjamin (1985; 2002), Giorgio Agamben (2005) e Georges Didi-Huberman (2017); e iii) pela apresentação de uma leitura para Deu zebra no ABC (2017), escrita e ilustrado pelo brasileiro Fernando Vilela. Nosso objetivo é demonstrar como esse movimento da literatura para infância desconstrói o alfabeto para construir o leitor literário.
ABSTRACT
At the contemporary production of children's literature, some books categorized as literary ABC books stand out for their poetic power focused on playfulness, especially when playing with the meanings of words and images, collaborating with an aesthetic literacy. To understand this phenomenon, we will go through i) a brief history of this object; ii) a theoretical discussion, supported by Walter Benjamin (1985; 2002), Giorgio Agamben (2005), and Georges Didi-Huberman (2017); and iii) presenting a reading for Deu zebra no ABC (2017), written and illustrated by the Brazilian author Fernando Vilela. Our main goal is to demonstrate how this movement within children's literature deconstructs the alphabet to build the literary reader.
Book chapter co-authored with Professor Ph.D. Osmar Gonçalves dos Reis Filho, within the book edited by André Brasil, André Parente, and Beatriz Furtado. Departing from some similarities between Suzy Lee and Abr Warburg's visual propositions, the main goal of this chapter is to reflect on the image's movements producing a sort of presence to those in front of it.
Este trabalho visa um reposicionamento teórico da crítica diante da estética que se estabelece como produção do objeto livro na Literatura Infantil contemporânea. Nosso objetivo é contribuir com estudos em teoria e crítica literária, ao refletir sobre outras possibilidades de enfrentamento crítico-estético dessas experimentações em linguagens híbridas e materializadas em mídias distintas que se atravessam. O corpus selecionado – formado por Alice in Wonderland (2002), de Suzy Lee; A Cloud (2007), de Katsumi Komagata; e Bili com limão verde na mão (2009), de Décio Pignatari, Daniel Bueno e Luciana Facchini – é exemplar dessas experiências de linguagem endereçadas ao público infantil, por levar em conta não apenas as significações verbais e visuais, como também a objetualidade do livro. Nesse contexto, questionamos se as teorias que embasam a área de Literatura Infantil hoje são suficientes para auxiliar-nos a pensar criticamente sobre o que propomos chamar de objeto-livro infantil, produzido por artistas da visualidade, em sua diferença ao conhecido livro-objeto, e perguntamos quais seriam os aspectos a serem ampliados, revistos, superados diante desses objetos. Nossas hipóteses partem da ideia de que estudos críticos consagrados dedicados à relação palavra-imagem-design (Nodelman, Nikolajeva, Lewis, Linden, Beckett) são insuficientes para embasar uma ampliação do Ler (que é olhar, ouvir, tocar, sentir) essas obras informadas como reflexo e parte dos movimentos e sentidos do corpo que as segura, e que uma visada multidisciplinar, que encare o livro não apenas como suporte mas como mídia (Bolter & Grusin, Elleström), seja o caminho mais eficaz para explorar analiticamente essas experimentações literárias inscritas na forma tradicional de mídia codexical. Nesse sentido, a tese está estruturada em cinco capítulos que buscam, nos estudos do livro (Carrión, Plaza, Drucker), uma defesa do códex como forma significante e autoconsciente, promotora de abordagens neo-materialistas nos estudos literários (Brillenburg Wurth, Plate, Pressman); na filosofia da linguagem em diálogo com a estética e a neurociência (Didi-Huberman, Sheets-Johnstone, Gallese), elementos que constituam uma compreensão daquilo que é háptico no olhar, no tocar, no gestualizar, concepções decisivas na virada perceptual ao longo do século XX e base dos experimentos artísticos neste início de século XXI; e nas teorias do design e da percepção (Flusser, Santaella, Marks), bases que sustentem o pensamento multifacetado das práticas artísticas que olham para uma folha de papel dobrada, inscrevendo um livro em múltiplas durações, como forma materializada que se atualiza auto-conscientemente no ato de conscientizar o Leitor de seu corpo em movimento.
ABSTRACT
This work aims to present a theoretical repositioning of criticism in view of the aesthetics that is established as the production of the object book in contemporary Children’s Literature. Our main goal is to contribute to studies in literary theory and criticism, reflecting on other critical-aesthetic possibilities of confrontation to these experiments in hybrid languages and materialized in different media that cross each other’s borders. The selected corpus – formed with Alice in Wonderland (2002), by Suzy Lee; A Cloud (2007), by Katsumi Komagata; and Bili com limão verde na mão (2009), by Décio Pignatari, Daniel Bueno and Luciana Facchini – is an example of these language experiences addressed to children, since it takes into account not only the verbal and visual meanings, but also the book’s objectuality. Within this context, we question whether the theories that underlie the Children’s Literature field today are enough to help us out thinking critically about what we are proposing to call children’s object-book, produced by visual artists, in its difference to the well-known book-object, and we ask what would be the aspects to be expanded, revised, overcome in view of these objects. Our hypotheses are based on the idea that prestigious critical studies dedicated to the word-image-design relationship (Nodelman, Nikolajeva, Lewis, Linden, Beckett) are insufficient to support an expansion of Reading (which is looking, listening, touching, feeling) these works informed as a reflection and part of the movements and senses of the body that holds them up, and that a multidisciplinary approach, which sees the book not only as a support but also as a medium (Bolter & Grusin, Elleström), is the most effective way to analytically explore these literary experiments inscribed in the traditional form of codexical media. In this sense, the thesis is structured in five chapters that seek, in book studies (Carrión, Plaza, Drucker), a defense of the codex as a significant and self-conscious form, promoting new materialistic approaches in literary studies (Brillenburg Wurth, Plate, Pressman); in the philosophy of language dialoguing with aesthetics and neuroscience (Didi-Huberman, Sheets-Johnstone, Gallese), elements that constitute an understanding of what is haptic in looking, touching, gesturing, decisive conceptions in the perceptual turn throughout the 20th century and the basis of artistic experiments at the beginning of the 21st century; and in design and perception theories (Flusser, Santaella, Marks), bases that support the multifaceted thinking of artistic practices that look at a folded sheet of paper, inscribing multiple durations in a book, as a materialized form that selfconsciously updates itself in the act of making the Reader aware of his moving body.
A presente dissertação visa refletir sobre a margem que narra nas obras Sombra (2010), da sul-coreana Suzy Lee, e O cântico dos cânticos (1992), da brasileira Angela Lago. O objetivo dessa abordagem é contribuir com os estudos em teoria e crítica de literatura infantil e juvenil, apontando como as autoras ampliam o potencial interpretativo dos livros-imagem, em sua materialidade e visualidade, ao explorar o uso das margens do códex como estruturadoras de narrativas pictóricas. Além da teoria voltada para a crítica específica de literatura para crianças e jovens (Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva, Sophie Van der Linden, Maria José Palo) e dos estudos do livro como forma de arte (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Paulo Silveira), também são mobilizadas bibliografias sobre os conceitos de dialética da dobra (Michel Melot) e de limiar (Walter Benjamin, Jeanne Marie Gagnebin, Georges Didi-Huberman). Esta passagem da crítica literária para a filosofia artística acerca do objeto livro, culminando na interdisciplinaridade da literatura e crítica de arte, tem como meta re-apresentar e re-conhecer este fenômeno artístico, o livro-imagem, na potência de sua hibridez, ocupando espaço liminar entre os livros de artista e os livros infantis.
ABSTRACT
The present study aims to reflect about the narrative border in the works Shadow (2010), by the South Korean Suzy Lee, and O cântico dos cânticos (1992), by the Brazilian Angela Lago. Our main purpose is to contribute to studies on children’s literature’s theory and criticism, pointing out how the authors broaden up the interpretative potential for their picture-books, in its materiality and visuality, by exploring the use of the codex’s borders as structures for pictorial narratives. In addition to the theory focused on the specific critics of literature for children and young adults (Sarah Dowhower, Maria Nikolajeva, Sophie Van der Linden, Maria José Palo) and the studies on the book as an art form (Julio Plaza, Johanna Drucker, Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Paulo Silveira), bibliographies on the concepts of the binding fold dialectics (Michel Melot) and the threshold (Walter Benjamin, Jeanne Marie Gagnebin, Georges Didi-Huberman) are also mobilized. This passage from literary criticism to the artistic philosophy about the book as an object, culminating in the interdisciplinarity of literature and art criticism, aims to re-present and re-know this artistic phenomenon, the picture-book, in the potential of its hybridity, occupying a threshold space between artist’s books and children’s books.