Entre o século XVI e o século XIX, cerca de 12,5 milhões de homens e mulheres foram embarcado... more Entre o século XVI e o século XIX, cerca de 12,5 milhões de homens e mulheres foram embarcados em África, es-cravizados para abastecer o mercado de trabalho na América. Destes, quase 4,1 milhões foram trazidos para as colônias portuguesas na América (o Brasil e o Mara-nhão) ou para o Império do Brasil, onde foram vendidos como mercadoria para senhores, interessados em fazê--los trabalhar nas plantações, engenhos de açúcar, fa-zendas, oficinas, minas, serviços urbanos e domésticos. A escravidão, instituto jurídico que permitia a propriedade de uma pessoa (como um bem de uso e posse exclusivo, passível de ser comprado e vendido), tornar-se-ia a base de um sistema de produção e, portanto, de um sistema social ressurgido na época moderna: o escravismo. Desde o século XV, nas ilhas do Atlântico (Açores, Cabo Verde, São Tomé e Madeira), convertidas à produção do açúcar para o mercado europeu, empreendedores portugueses introduziram escravizados africanos como principal mão de obra (MAGALHÃES, 2009). Esta combinação de escra-vidão e produção mercantil tropical iria fundamentar a colonização portuguesa na América e, em consequência, marcar a economia e a sociedade do Estado brasileiro in-dependente no século XIX. Mais ainda, definiria — em mui-tas dimensões — a sociedade brasileira no século XX e XXI.
The conquest of Goa and the formation of the State of India were accompanied by the establishment... more The conquest of Goa and the formation of the State of India were accompanied by the establishment of a particular monetary zone, differentiated from the regime of the currency of Portugal and based on the translation and use of local species that had extrinsic value endorsed by the delegated powers. The Portuguese thus overlapped and used an ancient Indian monetary tradition. In addition to the creation of Mints and monetary workshops that coined pieces of gold, silver and copper, with values referenced to the Portuguese monetary standard (the real), the functioning of this monetary zone also depended on the activity of the xaraffo (from the Arabic ṣ the) or sarrafo (in the Portuguese version), as these moneychangers were called, specialists in the testing and exchange of coins, who were found in all fairs and markets. In this text, in addition to understanding the formation of this specific zone of the monetary system of the Portuguese Empire, we want to highlight the role played by these intermediaries of the currency (sarrafos).
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A proposta deste texto é estudar a formação do sistema monetário em Portugal, entre 1185 e 1580, ... more A proposta deste texto é estudar a formação do sistema monetário em Portugal, entre 1185 e 1580, no processo de sua contínua transformação e manipulação. Atividade de incessante engenharia e fabricação da moeda, a criação de um sistema monetário está diretamente articulada com a própria emergência do poder exclusivo, do seu monopólio pelos interesses cristalizados em um centro do poder, isto é, a monarquia. Neste sentido, o fio narrativo deste artigo será a produção deste sistema hierárquico e consistente de símbolos de conta, instrumentos de troca e de pagamento, pela ação continuada da manipulação da moeda: sua mutação, ajuste, fábrica e refábrica... pelo seu principal protagonista, que é a monarquia, mas também por seus sócios interessados como a nobreza, o comerciante, enfim, os donos de todos e senhores da riqueza.
This article presents a brief archaeology of the emergence of a political model of the Portuguese... more This article presents a brief archaeology of the emergence of a political model of the Portuguese Colonial Empire in the works of António Manuel Hespanha. In his PhD thesis, As Vésperas do Leviathan (1989), Hespanha admitted that his investigation was restricted to the context of mainland Portugal. But he also confessed his interest in expanding his innovative approach to the study of the overseas territories. In fact, after 2000, he underwent what was identified as a kind of imperial turn in his work by writing many papers in which he tried to define a model for understanding power structures and political institutions in the colonial contexts of the Portuguese Empire in the early modern period. This article takes a critical look at the path that led Hespanha to this imperial turn and seeks to understand how his formulations (and reformulations) changed over the course of time, based on the constructive dialogue that he established with the historiographical production on the subject, particularly in Brazil. Este artigo procura realizar uma breve arqueologia da constituição de um modelo político do império colonial português nos textos de António Manuel Hespanha. Em seu trabalho de doutorado, As Vésperas do Leviathan (1989), o historiador reconheceu que sua investigação limitava-se aos quadros de Portugal continental. Não obstante, confessava seu interesse em expandir sua abordagem inovadora para o além-mar. Com efeito, desde 2000, o historiador realizou aquilo que foi identificado como uma espécie de imperial turn (virada imperial) em sua obra; escrevendo diversos trabalhos em que procurou justamente definir um modelo para a compreensão das estruturas de poder e as instituições políticas nos contextos coloniais do império português da Época Moderna. A proposta deste artigo é percorrer criticamente o caminho que o levou a esta virada para o Império e entender como suas formulações (e reformulações) foram sendo modificadas a partir do diálogo construtivo que se estabeleceu com a produção historiográfica, notadamente a brasileira.
RESUMO No século XVII, o fenômeno monetário era central para o entendimento da economia, notadame... more RESUMO No século XVII, o fenômeno monetário era central para o entendimento da economia, notadamente no Mundo Ibérico, onde os fluxos de metais americanos exigiam uma posição sobre seu impacto nas atividades mercantis e produtivas, e na sua articulação com o comércio ultramarino e a gestão das economias coloniais. Este trabalho procura entender os impasses da política monetária filipina para o reino e o Império de Portugal. A União de 1580 manteve, além das "leis, estilos, liberdades, isenções, casa Real e ofícios" da Coroa portuguesa, a moeda com cunho português. Assim, Filipe II permitia que o seu direito exclusivo (regalia) de cunhar a moeda fosse interpretado na mesma chave da conservação da identidade econômica e jurídica de Portugal. Durante todo o período, os Filipes não alteraram o valor da moeda portuguesa, estabilizando o câmbio do real em relação às outras unidades de conta europeias. A chegada em grande quantidade da prata americana, por outro lado, permitia a expansão do meio circulante de Castela, que acabou, no período, intoxicando o meio circulante português. Esse arranjo instável coloca as bases para a transformação que se seguirá no período da Restauração, com sucessivas mutações monetárias.
ABSTRACT In the seventeenth century, the monetary phenomenon was central to the understanding of the economy. Notably, in the Iberian World, where the flows of metals of America demanded a position on their impact on the mercantile and productive activities, and their articulation with the overseas trade and the management of the colonial economies. This work tries to understand the dilemmas of the monetary policy of the Habsburgs for the kingdom and the Empire of Portugal. The Union of 1580 maintained, in addition to the “laws, styles, freedoms, exemptions, royal house and offices” of the Portuguese Crown, the Portuguese currency. Thus, Philip II allowed his exclusive right to coinage to be interpreted in the same key of the conservation of the economic and juridical identity of Portugal. Throughout the period, the Philips did not change the value of the Portuguese currency, stabilizing the exchange rate of the real against the other European units of account. The large arrival of American silver, on the other hand, allowed the expansion of the monetary mass in Castile that ended up intoxicating the Portuguese circulating medium. This unstable arrangement puts the foundations for the transformation that will follow in the Restoration period, with successive monetary devaluations.
Changing the value of money was used, from the first moment of the Restoration, as a means of fin... more Changing the value of money was used, from the first moment of the Restoration, as a means of financing war and monarchy. Absent in the Philip- pine period, when there was stability in the Portuguese monetary standard, the mutationist practice was seen as unwanted, dangerous, and immoral. Nevertheless, the needs of the time led the monarchy to delegate its monetary policy to the Conselho da Fazenda (Treasury Council), where thinking about the currency was not only adequate to the needs of power games, but also adjusted to the new ideas, especially those originating from the so-called Salamanca School. Studying the first mutating initiatives (1640-42) allows us to understand how monetary practices evolved in Portugal to a policy of adjustment and resurgence of the national monetary system.
This article studies the formation of the monetary system in Portugal, between 1185 and 1580, in ... more This article studies the formation of the monetary system in Portugal, between 1185 and 1580, in its continuous transformation and manipulation. The creation of a monetary system is an activity of ceaseless engineering and the making of money, and is directly articulated with the very emergence of exclusive power, of its monopoly by the interests crystallized in a center of power, that is, the monarchy. In this sense, this article seeks to understand the production of this hierarchical and consistent system of account symbols, instruments of exchange and payment, by the continuous action of currency manipulation: its mutation, adjustment, factory and refactory ... by its main protagonist, which is the monarchy, but also its interested partners, such as the nobility, the merchant, that is, the masters and owners of wealth.
32 Brasil Holandês: história, memória e patrimônio compartilhado lisou aspectos do cotidiano da v... more 32 Brasil Holandês: história, memória e patrimônio compartilhado lisou aspectos do cotidiano da vida urbana e rural do Brasil Holandês (1630-1654), assim como as atitudes dos holandeses para com os negros, os índios, os portugueses e os judeus. O livro de Luís da Câmara Cascudo, Geografia do Brasil Holandês, não pode ser entendido fora deste contexto.
RESUMO O autor analisa a evolução da arte da guerra no contexto da expansão da fronteira do impér... more RESUMO O autor analisa a evolução da arte da guerra no contexto da expansão da fronteira do império português na América, tendo em vista sobretudo a tecnologia e estratégia militar lusobrasileira mobilizada contra indígenas irredentos no sertão nordestino.
"Mas este volume vem falar-nos de outro Pernambuco, de ou- tra Angola, e até de outro estado que ... more "Mas este volume vem falar-nos de outro Pernambuco, de ou- tra Angola, e até de outro estado que existiu durante o século xvii nos territórios sob jurisdição do Reino de Portugal na América do Sul: trata-se do estado a que chamaram Quilombo de Palmares. Palmares era uma vasta extensão no nordeste do Brasil, com uma capital chamada Macaco, um rei chamado Ganga Zumba, o seu sobrinho guerreiro Zumbi, e com uma sociedade de escravizados agora fugitivos que se auto-organizavam naquilo a que chamavam, por referência à terra de origem da maioria deles, Angola Janga — a Pequena Angola, do lado do Atlântico oposto ao da Angola Grande em África." (Rui Tavares, na apresentação do livro)
Capítulo do livro de Göbel, B. y Chicote, G. (Ed.). Transiciones inciertas : Archivos, conocimien... more Capítulo do livro de Göbel, B. y Chicote, G. (Ed.). Transiciones inciertas : Archivos, conocimientos y transformación digital en América Latina. La Plata : Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación ; Berlín : Ibero-Amerikanisches institut . 2017.
Entre o século XVI e o século XIX, cerca de 12,5 milhões de homens e mulheres foram embarcado... more Entre o século XVI e o século XIX, cerca de 12,5 milhões de homens e mulheres foram embarcados em África, es-cravizados para abastecer o mercado de trabalho na América. Destes, quase 4,1 milhões foram trazidos para as colônias portuguesas na América (o Brasil e o Mara-nhão) ou para o Império do Brasil, onde foram vendidos como mercadoria para senhores, interessados em fazê--los trabalhar nas plantações, engenhos de açúcar, fa-zendas, oficinas, minas, serviços urbanos e domésticos. A escravidão, instituto jurídico que permitia a propriedade de uma pessoa (como um bem de uso e posse exclusivo, passível de ser comprado e vendido), tornar-se-ia a base de um sistema de produção e, portanto, de um sistema social ressurgido na época moderna: o escravismo. Desde o século XV, nas ilhas do Atlântico (Açores, Cabo Verde, São Tomé e Madeira), convertidas à produção do açúcar para o mercado europeu, empreendedores portugueses introduziram escravizados africanos como principal mão de obra (MAGALHÃES, 2009). Esta combinação de escra-vidão e produção mercantil tropical iria fundamentar a colonização portuguesa na América e, em consequência, marcar a economia e a sociedade do Estado brasileiro in-dependente no século XIX. Mais ainda, definiria — em mui-tas dimensões — a sociedade brasileira no século XX e XXI.
The conquest of Goa and the formation of the State of India were accompanied by the establishment... more The conquest of Goa and the formation of the State of India were accompanied by the establishment of a particular monetary zone, differentiated from the regime of the currency of Portugal and based on the translation and use of local species that had extrinsic value endorsed by the delegated powers. The Portuguese thus overlapped and used an ancient Indian monetary tradition. In addition to the creation of Mints and monetary workshops that coined pieces of gold, silver and copper, with values referenced to the Portuguese monetary standard (the real), the functioning of this monetary zone also depended on the activity of the xaraffo (from the Arabic ṣ the) or sarrafo (in the Portuguese version), as these moneychangers were called, specialists in the testing and exchange of coins, who were found in all fairs and markets. In this text, in addition to understanding the formation of this specific zone of the monetary system of the Portuguese Empire, we want to highlight the role played by these intermediaries of the currency (sarrafos).
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A proposta deste texto é estudar a formação do sistema monetário em Portugal, entre 1185 e 1580, ... more A proposta deste texto é estudar a formação do sistema monetário em Portugal, entre 1185 e 1580, no processo de sua contínua transformação e manipulação. Atividade de incessante engenharia e fabricação da moeda, a criação de um sistema monetário está diretamente articulada com a própria emergência do poder exclusivo, do seu monopólio pelos interesses cristalizados em um centro do poder, isto é, a monarquia. Neste sentido, o fio narrativo deste artigo será a produção deste sistema hierárquico e consistente de símbolos de conta, instrumentos de troca e de pagamento, pela ação continuada da manipulação da moeda: sua mutação, ajuste, fábrica e refábrica... pelo seu principal protagonista, que é a monarquia, mas também por seus sócios interessados como a nobreza, o comerciante, enfim, os donos de todos e senhores da riqueza.
This article presents a brief archaeology of the emergence of a political model of the Portuguese... more This article presents a brief archaeology of the emergence of a political model of the Portuguese Colonial Empire in the works of António Manuel Hespanha. In his PhD thesis, As Vésperas do Leviathan (1989), Hespanha admitted that his investigation was restricted to the context of mainland Portugal. But he also confessed his interest in expanding his innovative approach to the study of the overseas territories. In fact, after 2000, he underwent what was identified as a kind of imperial turn in his work by writing many papers in which he tried to define a model for understanding power structures and political institutions in the colonial contexts of the Portuguese Empire in the early modern period. This article takes a critical look at the path that led Hespanha to this imperial turn and seeks to understand how his formulations (and reformulations) changed over the course of time, based on the constructive dialogue that he established with the historiographical production on the subject, particularly in Brazil. Este artigo procura realizar uma breve arqueologia da constituição de um modelo político do império colonial português nos textos de António Manuel Hespanha. Em seu trabalho de doutorado, As Vésperas do Leviathan (1989), o historiador reconheceu que sua investigação limitava-se aos quadros de Portugal continental. Não obstante, confessava seu interesse em expandir sua abordagem inovadora para o além-mar. Com efeito, desde 2000, o historiador realizou aquilo que foi identificado como uma espécie de imperial turn (virada imperial) em sua obra; escrevendo diversos trabalhos em que procurou justamente definir um modelo para a compreensão das estruturas de poder e as instituições políticas nos contextos coloniais do império português da Época Moderna. A proposta deste artigo é percorrer criticamente o caminho que o levou a esta virada para o Império e entender como suas formulações (e reformulações) foram sendo modificadas a partir do diálogo construtivo que se estabeleceu com a produção historiográfica, notadamente a brasileira.
RESUMO No século XVII, o fenômeno monetário era central para o entendimento da economia, notadame... more RESUMO No século XVII, o fenômeno monetário era central para o entendimento da economia, notadamente no Mundo Ibérico, onde os fluxos de metais americanos exigiam uma posição sobre seu impacto nas atividades mercantis e produtivas, e na sua articulação com o comércio ultramarino e a gestão das economias coloniais. Este trabalho procura entender os impasses da política monetária filipina para o reino e o Império de Portugal. A União de 1580 manteve, além das "leis, estilos, liberdades, isenções, casa Real e ofícios" da Coroa portuguesa, a moeda com cunho português. Assim, Filipe II permitia que o seu direito exclusivo (regalia) de cunhar a moeda fosse interpretado na mesma chave da conservação da identidade econômica e jurídica de Portugal. Durante todo o período, os Filipes não alteraram o valor da moeda portuguesa, estabilizando o câmbio do real em relação às outras unidades de conta europeias. A chegada em grande quantidade da prata americana, por outro lado, permitia a expansão do meio circulante de Castela, que acabou, no período, intoxicando o meio circulante português. Esse arranjo instável coloca as bases para a transformação que se seguirá no período da Restauração, com sucessivas mutações monetárias.
ABSTRACT In the seventeenth century, the monetary phenomenon was central to the understanding of the economy. Notably, in the Iberian World, where the flows of metals of America demanded a position on their impact on the mercantile and productive activities, and their articulation with the overseas trade and the management of the colonial economies. This work tries to understand the dilemmas of the monetary policy of the Habsburgs for the kingdom and the Empire of Portugal. The Union of 1580 maintained, in addition to the “laws, styles, freedoms, exemptions, royal house and offices” of the Portuguese Crown, the Portuguese currency. Thus, Philip II allowed his exclusive right to coinage to be interpreted in the same key of the conservation of the economic and juridical identity of Portugal. Throughout the period, the Philips did not change the value of the Portuguese currency, stabilizing the exchange rate of the real against the other European units of account. The large arrival of American silver, on the other hand, allowed the expansion of the monetary mass in Castile that ended up intoxicating the Portuguese circulating medium. This unstable arrangement puts the foundations for the transformation that will follow in the Restoration period, with successive monetary devaluations.
Changing the value of money was used, from the first moment of the Restoration, as a means of fin... more Changing the value of money was used, from the first moment of the Restoration, as a means of financing war and monarchy. Absent in the Philip- pine period, when there was stability in the Portuguese monetary standard, the mutationist practice was seen as unwanted, dangerous, and immoral. Nevertheless, the needs of the time led the monarchy to delegate its monetary policy to the Conselho da Fazenda (Treasury Council), where thinking about the currency was not only adequate to the needs of power games, but also adjusted to the new ideas, especially those originating from the so-called Salamanca School. Studying the first mutating initiatives (1640-42) allows us to understand how monetary practices evolved in Portugal to a policy of adjustment and resurgence of the national monetary system.
This article studies the formation of the monetary system in Portugal, between 1185 and 1580, in ... more This article studies the formation of the monetary system in Portugal, between 1185 and 1580, in its continuous transformation and manipulation. The creation of a monetary system is an activity of ceaseless engineering and the making of money, and is directly articulated with the very emergence of exclusive power, of its monopoly by the interests crystallized in a center of power, that is, the monarchy. In this sense, this article seeks to understand the production of this hierarchical and consistent system of account symbols, instruments of exchange and payment, by the continuous action of currency manipulation: its mutation, adjustment, factory and refactory ... by its main protagonist, which is the monarchy, but also its interested partners, such as the nobility, the merchant, that is, the masters and owners of wealth.
32 Brasil Holandês: história, memória e patrimônio compartilhado lisou aspectos do cotidiano da v... more 32 Brasil Holandês: história, memória e patrimônio compartilhado lisou aspectos do cotidiano da vida urbana e rural do Brasil Holandês (1630-1654), assim como as atitudes dos holandeses para com os negros, os índios, os portugueses e os judeus. O livro de Luís da Câmara Cascudo, Geografia do Brasil Holandês, não pode ser entendido fora deste contexto.
RESUMO O autor analisa a evolução da arte da guerra no contexto da expansão da fronteira do impér... more RESUMO O autor analisa a evolução da arte da guerra no contexto da expansão da fronteira do império português na América, tendo em vista sobretudo a tecnologia e estratégia militar lusobrasileira mobilizada contra indígenas irredentos no sertão nordestino.
"Mas este volume vem falar-nos de outro Pernambuco, de ou- tra Angola, e até de outro estado que ... more "Mas este volume vem falar-nos de outro Pernambuco, de ou- tra Angola, e até de outro estado que existiu durante o século xvii nos territórios sob jurisdição do Reino de Portugal na América do Sul: trata-se do estado a que chamaram Quilombo de Palmares. Palmares era uma vasta extensão no nordeste do Brasil, com uma capital chamada Macaco, um rei chamado Ganga Zumba, o seu sobrinho guerreiro Zumbi, e com uma sociedade de escravizados agora fugitivos que se auto-organizavam naquilo a que chamavam, por referência à terra de origem da maioria deles, Angola Janga — a Pequena Angola, do lado do Atlântico oposto ao da Angola Grande em África." (Rui Tavares, na apresentação do livro)
Capítulo do livro de Göbel, B. y Chicote, G. (Ed.). Transiciones inciertas : Archivos, conocimien... more Capítulo do livro de Göbel, B. y Chicote, G. (Ed.). Transiciones inciertas : Archivos, conocimientos y transformación digital en América Latina. La Plata : Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación ; Berlín : Ibero-Amerikanisches institut . 2017.
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Este artigo procura realizar uma breve arqueologia da constituição de um modelo político do império colonial português nos textos de António Manuel Hespanha. Em seu trabalho de doutorado, As Vésperas do Leviathan (1989), o historiador reconheceu que sua investigação limitava-se aos quadros de Portugal continental. Não obstante, confessava seu interesse em expandir sua abordagem inovadora para o além-mar. Com efeito, desde 2000, o historiador realizou aquilo que foi identificado como uma espécie de imperial turn (virada imperial) em sua obra; escrevendo diversos trabalhos em que procurou justamente definir um modelo para a compreensão das estruturas de poder e as instituições políticas nos contextos coloniais do império português da Época Moderna. A proposta deste artigo é percorrer criticamente o caminho que o levou a esta virada para o Império e entender como suas formulações (e reformulações) foram sendo modificadas a partir do diálogo construtivo que se estabeleceu com a produção historiográfica, notadamente a brasileira.
ABSTRACT
In the seventeenth century, the monetary phenomenon was central to the understanding of the economy. Notably, in the Iberian World, where the flows of metals of America demanded a position on their impact on the mercantile and productive activities, and their articulation with the overseas trade and the management of the colonial economies. This work tries to understand the dilemmas of the monetary policy of the Habsburgs for the kingdom and the Empire of Portugal. The Union of 1580 maintained, in addition to the “laws, styles, freedoms, exemptions, royal house and offices” of the Portuguese Crown, the Portuguese currency. Thus, Philip II allowed his exclusive right to coinage to be interpreted in the same key of the conservation of the economic and juridical identity of Portugal. Throughout the period, the Philips did not change the value of the Portuguese currency, stabilizing the exchange rate of the real against the other European units of account. The large arrival of American silver, on the other hand, allowed the expansion of the monetary mass in Castile that ended up intoxicating the Portuguese circulating medium. This unstable arrangement puts the foundations for the transformation that will follow in the Restoration period, with successive monetary devaluations.
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Este artigo procura realizar uma breve arqueologia da constituição de um modelo político do império colonial português nos textos de António Manuel Hespanha. Em seu trabalho de doutorado, As Vésperas do Leviathan (1989), o historiador reconheceu que sua investigação limitava-se aos quadros de Portugal continental. Não obstante, confessava seu interesse em expandir sua abordagem inovadora para o além-mar. Com efeito, desde 2000, o historiador realizou aquilo que foi identificado como uma espécie de imperial turn (virada imperial) em sua obra; escrevendo diversos trabalhos em que procurou justamente definir um modelo para a compreensão das estruturas de poder e as instituições políticas nos contextos coloniais do império português da Época Moderna. A proposta deste artigo é percorrer criticamente o caminho que o levou a esta virada para o Império e entender como suas formulações (e reformulações) foram sendo modificadas a partir do diálogo construtivo que se estabeleceu com a produção historiográfica, notadamente a brasileira.
ABSTRACT
In the seventeenth century, the monetary phenomenon was central to the understanding of the economy. Notably, in the Iberian World, where the flows of metals of America demanded a position on their impact on the mercantile and productive activities, and their articulation with the overseas trade and the management of the colonial economies. This work tries to understand the dilemmas of the monetary policy of the Habsburgs for the kingdom and the Empire of Portugal. The Union of 1580 maintained, in addition to the “laws, styles, freedoms, exemptions, royal house and offices” of the Portuguese Crown, the Portuguese currency. Thus, Philip II allowed his exclusive right to coinage to be interpreted in the same key of the conservation of the economic and juridical identity of Portugal. Throughout the period, the Philips did not change the value of the Portuguese currency, stabilizing the exchange rate of the real against the other European units of account. The large arrival of American silver, on the other hand, allowed the expansion of the monetary mass in Castile that ended up intoxicating the Portuguese circulating medium. This unstable arrangement puts the foundations for the transformation that will follow in the Restoration period, with successive monetary devaluations.