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Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Avaliação da influência dos torques e angulação nas inserções dos mini parafusos em corticais ósseas Evaluation of the influence of torques and angulations in the insertions of the mini screws in bone cortical Evaluación de la influencia de los torques y la angulación en las inserciones de los minitornillos en la cortical ósea Recebido: 02/10/2020 | Revisado: 10/10/2020 | Aceito: 13/10/2020 | Publicado: 14/10/2020 Carlos Alberto de Morais Vieira ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6539-4720 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: carlosamvieira@hotmail.com Lucas Pereira Ferreira de Rezende ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7557-7371 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: lucaspereirafrezende@gmail.com Marcelo Augusto Garcia Junior ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9724-6503 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: marceloagjr@gmail.com Wallisen Tadashi Hattori ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6904-0292 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: wallhattori@gmail.com Cleudmar Amaral de Araújo ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1529-7172 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: cleudmar.araujo@ufu.br Vinícius Lima de Almeida ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2135-1040 Hospital de Clínicas de Uberlândia, Brasil E-mail: viniciusl.dealmeida91@gmail.com 1 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Darceny Zanetta Barbosa ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8755-0931 Universidade Federal de Uberlândia, Brasil E-mail: darcenyzanetta@ufu.br Resumo A ancoragem sempre foi uma das limitações da ortodontia e em quase toda terapia ortodôntica há necessidade de obtê-la. Com a descoberta da ósteo integração surgiu um novo modelo de ancoragem, a esquelética. Numa ancoragem esquelética extra alveolar o posicionamento mais oblíquo dos miniparafusos pode aumentar os riscos de deformação. O objetivo deste trabalho foi analisar, num estudo in vitro, o desempenho mecânico nos torques de inserção e remoção e observar se o tipo de liga e as angulações de inserção influenciam na utilização destes miniparafusos em posições extra alveolares. Foram utilizados 40 miniparafusos de diâmetro e comprimento semelhantes (2,0x12mm), porém de ligas diferentes (20 de aço e 20 de titânio), todos inseridos por um torquímetro digital em cortical óssea sintética de poliuretano (40PCF). As inserções foram feitas em duas angulações, uma a 30º e outra de 60º para 30º. Após obtenção dos dados, os mesmos foram submetidos à análise estatística de variância, Equações de Estimativas Generalizadas, com grau de confiança de 95% e nível de significância de 5%. Diferenças estatísticas foram observadas nos fatores analisados. Dentre os fatores analisados, tipo de liga e angulação de inserção, e com os dados obtidos podemos concluir que independente da liga, a angulação é um fator essencial no aumento dos torques. Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica; Parafuso; Torque; Ortodontia. Abstract Anchorage has always been one of the limitations of orthodontics and in almost all orthodontic therapy, it is necessary to obtain it. With the discovery of osseous integration, a new anchoring model, the skeletal model, emerged. In an extra alveolar skeletal anchorage, the more oblique positioning of the mini-screws can increase the risk of deformation. The objective of this work was to analyze, in an in vitro study, the mechanical performance in the insertion and removal torques and to observe if the type of alloy and the insertion angles influence the use of these mini-screws in extra alveolar positions. 40 mini-screws of similar diameter and length (2.0x12mm), but of different alloys (20 of steel and 20 of titanium) were used, all inserted by a digital torque wrench in synthetic polyurethane bone cortex (40PCF). The insertions were made in two angles, one at 30º and the other from 60º to 30º. After 2 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 obtaining the data, they were subjected to statistical analysis of variance, Generalized Estimation Equations, with a 95% confidence level and a 5% significance level. Statistical differences were observed in the analyzed factors. Among the factors analyzed, type of alloy and angulation of insertion, and with the data obtained we can conclude that regardless of the alloy, angulation is an essential factor in increasing the torques. Keywords: Orthodontic anchorage procedures; Screws; Torque; Orthodontics. Resumen El anclaje siempre ha sido una de las limitaciones de la ortodoncia y en casi todas las terapias de ortodoncia es necesario obtenerlo. Con el descubrimiento de la integración ósea, surgió un nuevo modelo de anclaje, el modelo esquelético. En un anclaje esquelético alveolar adicional, la posición más oblicua de los mini-tornillos puede aumentar el riesgo de deformación. El objetivo de este trabajo fue analizar, en un estudio in vitro, el comportamiento mecánico en los pares de inserción y extracción y observar si el tipo de aleación y los ángulos de inserción influyen en el uso de estos minitornillos en posiciones extra alveolares. Se utilizaron 40 minitornillos de similar diámetro y longitud (2,0x12 mm), pero de diferentes aleaciones (20 de acero y 20 de titanio), todos insertados mediante llave dinamométrica digital en cortical ósea de poliuretano sintético (40PCF). Las inserciones se realizaron en dos ángulos, uno a 30º y otro de 60º a 30º. Luego de la obtención de los datos, se sometieron a análisis estadístico de varianza, Ecuaciones de Estimación Generalizada, con un nivel de confianza del 95% y un nivel de significancia del 5%. Se observaron diferencias estadísticas en los factores analizados. Entre los factores analizados, tipo de aleación y angulación de inserción, y con los datos obtenidos podemos concluir que independientemente de la aleación, la angulación es un factor fundamental para incrementar los torques. Palabras clave: Anclaje extra alveolar; Tornillos; Torque; Ortodoncia. 1. Introdução A ancoragem sempre foi uma das limitações da ortodontia e em quase toda terapia ortodôntica há a necessidade de se obtê-la. Independentemente de ser intra ou extra-oral, a busca por sua eficiência precisava ser conseguida no durante o tratamento (Araújo, Nascimento, Bezerra, & Sobral, 2006). Com a descoberta da osteointegração, a utilização de implantes na reabilitação dentária despertou e fez surgir um novo modelo de ancoragem: a ancoragem esquelética ou 3 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 absoluta. Porém, a imobilidade conferida aos implantes limita a variabilidade da mecânica ortodôntica nos tratamentos, sendo que hoje os implantes são utilizados somente nos casos em que o paciente já os possui (Ballard et al., 2007). Com o objetivo de eliminar ou diminuir ao máximo a osteointegração foram desenvolvidos dispositivos com novas ligas, tais como microparafusos de tamnho reduzidos. Estes dispositivos geram mínimo desconforto, viabilizam a aceitação pelos pacientes, são de fácil instalação, pouco invasivos, simplificam os métodos de ancoragem e tornam o prognóstico mais favorável até nos mais complexos tratamentos. (Carano, Velo, Leone, & Siciliani, 2005; Chung, Kim, & Kook, 2005; Wiechmann, Meyer, & Büchter, 2007) Na ancoragem absoluta os microparafusos ortodônticos têm demonstrado maior aplicabilidade clínica em relação aos demais sistemas de ancoragem como implantes e mini placas, principalmente com relação as últimas (Yamaguchi, Inami, Ito, Kasai, & Tanimoto, 2012). Apesar de serem eficazes sua instalação e manutenção, dependem de outro profissional para a instalação e, como os implantes, podem se osteointegrar e apresentar maior dificuldade de higienização. Além disso, ocorre edema pós-operatório e necessita de dois atos cirúrgicos, um para instalação e outro para sua remoção (Melsen, 2005; Consolaro, 2015). Os microparafusos ortodônticos existentes no mercado apresentam-se com liga de titânio (Ti-6Al-4v) e de aço (ASTM-F138), e suas inserções podem ser interradicular ou extraradicular (Galeotti et al., 2013; Safiya & Manjunath, 2013; Dalvi, 2014). Nas inserções interradiculares utilizamos microparafusos de diâmetro e comprimento menores para diminuir principalmente os riscos de contato com as raízes, pois os espaços disponíveis são menores (Janson, Sant´Ana, Vasconcelos, 2006; Fernandes, Elias, & Ruellas, 2015). Nas inserções extra alveolares, os sítios são em locais de espessura óssea mais espessas (Brettin et al., 2008; Moon, Lee, Lee, Im, & Baek, 2008), como a crista infra zigomática e a linha oblíqua externa, e o posicionamento do microparafuso é em posição oblíqua para fugir das raízes, o que nos confere sobre os microparafusos maiores torques tanto de inserção quanto de remoção, podendo levar-nos ao risco de fratura por forças excessivas ou pela angulação durante a instalação ( Chang & Roberts, 2013; Dalvi, 2014). Diante da diversidade de escolha entre os microparafusos, o objetivo deste trabalho foi analisar, num estudo in vitro, utilizando cortical óssea sintética (Sivestre Filho, 2001), o desempenho mecânico dos torques de inserção e remoção de dois tipos de microparafusos com diâmetro e comprimento semelhantes 2,0x12mm, porém de ligas diferentes, titânio e aço, em inserções extra-alveolares e observar se o tipo de liga e as angulações de inserção influenciam na utilização destes microparafusos em posições extra-alveolares. 4 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 2. Metodologia O presente trabalho trata-se de um estudo laboratorial quantitativo, com diferentes tipos de liga (Aço Inoxidável e Titânio). Foram realizados torques de inserção e remoção em osso cortical sintético. Os ensaios foram contemplados para avaliarmos o desempenho mecânico destes microparafusos em diferentes angulações de inserção (Dalvi, 2014), no qual foram utilizados: 1) 40 micro parafusos (Figura 1 e Figura 2) de acordo com as especificações da Tabela 1. Figura 1 - MPO Titânio com a marca de 2mm. Fonte: Imagem produzida pelos autores. Figura 2 - MPO aço com a marca de 2mm (azul). Fonte: Imagem produzida pelos autores. 5 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Tabela 1 - Distribuição e especificação da amostra utilizada. Marca/Fabricant e Diâmetro Compriment o Liga Sistema Quantidad e OBS/Bomei-Tw 2,0 mm 12,0 mm Ti-6Al-4V Autoperfurante 20 OBS/Bomei-Tw 2,0 mm 12,0 mm ASTMF138 Autoperfurante 20 Fonte: Tabela produzida pelos autores. 2) 40 corpos de prova (Figura 3), que são blocos sintéticos em poliuretano que simulam à cortical óssea em testes biomecânicos cuja especificações estão na Tabela 2. Figura 3 - Corpo de prova 50x25x25mm. Fonte: Imagem produzida pelos autores. Tabela 2 - Distribuição e especificação da Amostra utilizada. Fabricante Dureza Dimensão Quantidade Nacional Ossos/Brasil 40 PCF( cortical pura) 50x25x25 mm 40 Fonte: Tabela produzida pelos autores. 3) Chave de inserção e remoção do mesmo fabricante dos micro parafusos (Figura 4). 6 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Figura 4 - Chave de inserção dos MPO da BOMEI. , Fonte: Imagem produzida pelos autores. 4) Torquímetro digital analógico ligado ao computador com programa Sistema Lynix Aqdados 7.2 (Figura 5). Figura 5 - Torquímetro Digital ligado ao computador com programa Sistema Lynx AqDados 7.2. Fonte: Imagem produzida pelos autores. 5) Suporte base para encaixe de suportes e suportes para encaixe dos corpos de prova para simulação das angulações (Figura 6, Figura 7, Figura 8 e Figura 9). 7 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Figura 6 - Suporte base para encaixe dos suportes dos corpos de prova. Fonte: Imagem produzida pelos autores. Figura 7 - Suportes de encaixe dos corpos de prova 30º e 60º. Fonte: Imagem produzida pelos autores. 8 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Figura 8 - Corpo de prova encaixado suporte à 30º. Fonte: Imagem produzida pelos autores. Figura 9 - Corpo de prova encaixado suporte à 60º. Fonte: Imagem produzida pelos autores. 2.1 Ensaio Mecânico de torque Para correlacionar o ensaio in vitro de acordo com o que fazemos in vivo nas ancoragens extra alveolares e assim avaliarmos se há relação ou não entre os tipos de liga e as angulações de inserção dos micro parafusos, foram criados suportes para as simulações dos testes. Neste trabalho utilizamos três tipos de suporte, um como base que foi acoplado ao torquímetro e que receberia para encaixe os outros dois tipos, onde nestes, os corpos de prova encaixariam. Um com inclinação de 30º, simulando às inserções diretas à 30º e um outro suporte com inclinação à 60º, para simular às inserções que iniciam-se à 60 e terminam à 30º. Inicialmente a chave manual de inserção dos mini parafusos foi fixada ao cabeçote do torquímetro digital analógico e os mini parafusos eram encaixados na chave de inserção. As 9 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 operações de inserção e remoção de todos os micros parafusos testados foram executados por um único operador. Na simulação de inserção direta à 30º cada micro parafuso, 10 de aço e 10 de titânio, foram fixados à chave de inserção presa ao torquímetro, os corpos de prova encaixados no suporte angulado com 30º e o mesmo acoplado ao suporte base fixado ao torquímetro. As inserções iam até o final das roscas ou início do perfil transmucoso dos micros parafusos, e os dados dos torques de inserção coletados. Após as inserções, cada microparafuso era removido e os torques de remoção mensurados e coletados. O procedimento foi repetido com o mesmo microparafuso três vezes em locais diferentes do mesmo corpo de prova utilizado para cada microparafuso. Na simulação de inserção indireta onde inicia a inserção à 60º e termina em 30º, cada mini parafuso, 10 de aço e 10 de titânio, foram fixados à chave de inserção presa ao torquímetro, os corpos de prova encaixados no suporte angulado com 60º e o mesmo acoplado ao suporte base fixado ao torquímetro. Iniciava a inserção até 2mm, marcação prévia no mini parafuso, parava de inserir e tirávamos o suporte angulado do suporte base e trocávamos os corpos de prova que estavam no suporte com angulação à 60º para o suporte com angulação à 30º que eram novamente encaixados no suporte base, e assim terminávamos de inserir o mini parafuso até o final das roscas ou início do perfil transmucoso, e os dados dos torques de inserção coletados. Após as inserções, cada mini parafuso era removido e os torques de remoção mensurados e coletados. O procedimento foi repetido com o mesmo mini parafuso três vezes em locais diferentes do mesmo corpo de prova utilizado para cada mini parafuso. 2.2 Análise de dados Com os valores obtidos, os torques, mínimo e máximo, de inserção e remoção nas duas angulações, foram inseridos no programa sistema Lynx Aqdados 7.2 e os dados foram transferidos para o programa Excel para obtenção de valores numéricos em n.cm, e submetidos às análises estatísticas, Shapiro-wilk e Equações de Estimativas Generalizadas (GEE). Por meio do pacote estatístico SPSS foi avaliado os fatores tipo de liga, angulação e a interação entre ambos. Os testes foram realizados com grau de confiança de 95% e nível de significância de 5% O primeiro teste foi o Shapiro-Wilk (S-W), teste de Normalidade, para avaliar se nossa amostra tinha distribuição normal ou não. Após a verificação inicial, usamos o teste de variância Equações de Estimativa Generalizada(GEE) com modelo gama com 10 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 ligação de log, para obter um poder de inferência maior sobre os dados, nos dando uma média marginal estimada da população. 3. Resultados Ao lançar os dados dos ensaios mecânicos de torque no teste Shappiro-Wilk foram obtidos valores indicando que a distribuição dos dados difere de uma distribuição Normal, apresentando diferenças estatísticas significantes (Tabela 3). Tabela 3 - Teste de normalidade: Shapiro-Wilk. Tipo de Liga Estatística GL S(p<0,05) Conclusão Inserção Aço 0,956 60 0,03 Rejeita H0 Inserção Titânio 0,873 60 0,001 Rejeita H0 Remoção Aço 0,980 60 0,448 Não rejeita H0 Remoção Titânio 0,863 60 0,001 Rejeita H0 Fonte: Tabela confeccionada pelos autores. Após observarmos a falta de normalidade, executamos a análise estatística principal, Equação Estimada Generalizada (GEE) e avaliamos os fatores, tipo de liga, angulação, e a interação entre elas. Tanto nas inserções, quanto nas remoções, obtivemos resultados com diferenças estatísticas significantes somente na angulação (Tabela 4). 11 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Tabela 4 - Testes feitos com os valores obtidos pelas inserções, e remoções; observamos que houve diferenças estatísticas significantes nas angulações. INSERÇÃO REMOÇÃO F GL P F Tipo de liga 0,687 1 Angulação 61,479 1 0,001 170,882 1 0,001 Tipo de liga+Angulação 1,502 1 0,220 1,804 1 0,298 0,407 GL 2,045 P 1 0,153 Nota: o negrito representa a diferença estatística significativa. Fonte: Tabela confeccionada pelos autores. Na avaliação do fator tipo de liga, tanto nas inserções quanto nas remoções, observou-se que não houve diferenças estatísticas (Tabela 5). 12 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Tabela 5 - Avaliação do fator tipo de liga, tanto nas inserções quanto nas remoções. Tipo de Liga INSERÇÃO 95% INTERVALO CONFIANÇA MÉDIA INFERIOR SUPERIOR Aço 24,50 23,705872 25,296708 Titânio 25,38 24,079606 26,670584 Tipo de Liga REMOÇÃO MÉDIA INFERIOR SUPERIOR Aço 25,65115 24,46605 26,83625 Titânio 26,03543 24,67597 27,39489 Fonte: Tabela confeccionada pelos autores. Na avaliação do fator angulação, comparando as inserções diretas à 30º e indiretas 60º para 30º, as angulações indiretas apresentaram diferenças estatísticas significantes, ocorrendo um aumento do nível de torque, tanto durante as inserções quanto nas remoções (Tabela 6). 13 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Tabela 6 - Avaliação do fator angulação, comparando as inserções diretas à 30º e indiretas 60º para 30º. ANGULAÇÃO INSERÇÃO 95% INTERVALO CONFIANÇA MÉDIA INFERIOR SUPERIOR 30º 22,590385 21,73751 23,443258 60º 26,896812 26,24006 27,553618 ANGULAÇÃO REMOÇÃO 95% INTERVALO CONFIANÇA MÉDIA INFERIOR SUPERIOR 30º 22,91002 22,15478 23,66525 60º 29,27439 28,69113 29,85764 Fonte: Tabela confeccionada pelos autores. 4. Discussão Para a realização deste estudo optou-se pela utilização de ossos sintéticos com densidades semelhantes às corticais ósseas (40PCF) encontradas nos sítios de inserção nas maxilas humanas. A marca comercial utilizada, Nacional Ossos (Brasil), desenvolve ossos sintéticos com propriedades mecânicas similares aos ossos naturais para análise em pesquisas e são preconizados pela American Society for Testing Materials (ASTM F543) (Silvestre Filho, 2001). Neste trabalho utilizamos mini parafusos do mesmo fabricante (Bomei-Taiwan), com diâmetro e comprimento (2,0x12mm) semelhantes, ambos auto perfurantes, de ligas diferentes (Titânio e Aço Inoxidável), e analisamos os torques nas inserções e nas remoções em duas angulações distintas (direta 30º e indireta 60º- 30º). A técnica de ancoragem extra alveolar, segundo Dr. Chris Chang (Chang & Roberts, 2013), preconiza micro parafusos de aço com diâmetros e comprimentos maiores (2,0x12mm), pois estes emergem como os mais fortes e os micro parafusos de menor diâmetro como os mais fracos (Jolley & Chung, 2007; Casaglia, Dominici, Pachi, Turia, & 14 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 Cerroni, 2010). Ambos, diâmetro e comprimento, afetam a estabilidade do micro parafuso, pois quanto maior as medidas do micro parafuso maior as forças de inserção (Squeff, Simonson, Elias, & Nojima, 2008; Shah, Behrents, Kim, Kyung, & Buschang, 2012) e maior estabilidade primária (Pithon & Nojima, 2009; Gouveia, 2011). Nesta técnica os sítios de inserção são em corticais ósseas mais espessas, como o IZC na maxila e a linha oblíqua externa na mandíbula, nestes locais há um aumento do nível de torque sobre os micro parafusos chegando a ser até 4 vezes maior, segundo Fernandes & Ruellas (2015), conferindo assim uma maior estabilidade aos micro parafusos devido ao aumento destes torques (Lim, Cha, & Hwang, 2008; Pithon & Nojima, 2009) e, como são necessárias forças maiores para retração total de todo complexo dento alveolar, os micro parafusos devem estar bem estáveis para diminuir o risco de falha. Após entendermos a importância do diâmetro e do comprimento dos micro parafusos na ancoragem extra alveolar, avaliamos os torques de inserção e remoção, e observamos, como Dalvi (2014) e Bollero et al., (2018), que não há uma diferença estatística significante entre os micro parafusos estudados, apesar dos micro parafusos de titânio apresentarem torques ligeiramente maiores do que os micro parafusos de aço, a liga, não é um fator que interfere no aumento dos torques, podendo então ambos serem utilizados neste tipo de ancoragem. Muitos trabalhos sobre angulações de inserção mostram sua importância, pois o simples fato de instalá-lo mais angulado induz a um aumento de tensão e torque sobre os mini parafusos (Holm, Cunningham, Petrie, & Cousley, 2012; Lee, Kim, Choi, Kim, & Chung, 2013; Cho, Kim, Ahn, Yang, & Baek, 2013; Iniestra, Nunez, Gayosso, & Ibarra, 2014; Dalla Rosa, Burmann, Ruschel, Vargas, & Kramer, 2016), minimiza o contato com as raízes, aumenta o contato osso e mini parafuso, e com isso aumentando e não interferindo na estabilidade dos mesmos independente da liga (Araújo, Nascimento, Bezerra, & Sobral, 2006; Ballard et al., 2007; Fabre, 2014; O´toole, 2011; Uzner & Aslan, 2015;) . Contudo, movimentos fora da cêntrica, de inclinação durante as inserções, como proposto nas ancoragens extra alveolares, podem provocar maiores fraturas e deformações devido ao aumento dos torques de inserção (Cho, Kim, Ahn, Yang, & Baek, 2013), embora os mini parafusos de titânio e aço inoxidável sejam comparáveis quanto ao uso em ancoragem, o aço apresenta melhores propriedades de tensão do que o titânio, são dúcteis, portanto sofrem maior flexão e consequentemente submetem à maior dobra ou contorno antes de ocorrer falha. A propriedade de torção do aço inoxidável permite que os operadores sintam a resposta do mini parafuso durante a inserção, minimizando assim o risco de fratura do mini parafuso. Por outro lado, mini parafusos de titânio não fornecem uma resposta tátil quando da inserção, por 15 Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e6729108998, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8998 isso, não é fácil para os operadores perceberem quando a ruptura está prestes a acontecer (Francioli, Ruggiero & Giorgetti, 2010; Yao et al., 2014). Em nosso trabalho ficou demonstrado que o movimento de inclinação durante a inserção indireta de 60º para 30º aumenta significativamente os torques de inserção e remoção e leva-nos a acreditar que estes movimentos que causam aumento de torque sobre os mini parafusos, independentemente do tipo de liga, devem ser um fator a ser considerado. 5. Conclusão Após o ensaio mecânico dos torques em mini parafusos de aço inoxidável e de titânio utilizados em simulações de ancoragem extra-alveolar em blocos sintéticos podemos concluir que independente da liga utilizada, a angulação é um fator essencial, pois os movimentos de inclinação nos mini parafusos, para fugir das raízes, produzem aumento de torque que podem levá-los à falha. Estudos futuros devem avaliar o grau de estabilidade dos microparafusos de aço inoxidável e titânio em ancoragem extra-alveolar, onde às inserções são anguladas, e obtermos as taxas de sucesso de cada um e assim poder auxiliar os ortodontistas na escolha do melhor dispositivo. Agradecimentos Os autores agradecem à fabricante BOMEI Co.,Ltd de Taiwan, em especial Steven Pan, que cedeu gentilmente sem custos os micro parafusos. Ao Laboratório de ensaios mecânicos da faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia. Referências Araújo, T. M., Nascimento, M. H. 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