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Poesia

2012, Ciência e Cultura

P C O E S MO A R LOS I A R EI R A o ser do sol esconde a treva do seu centro lá dentro passeiam tristes átomos de ouro * que fique muito mal explicado não faço força para ser entendido quem faz sentido é soldado * à sombra de um sol graciliano a pele da palavra não difere daquela que a cobra se descobre nascendo feito flor em meio agreste limpa de si mesma sua pele deixando que o sol a atravesse não lesma que derrame a luz a esmo marcando o caminho para o verme 66 P O E S I A mas luz-casulo: espelho que se mira na retina de quem se arrisca a lê-lo e devolve o ser só pressentido entre as dobras do labirinto-espelho à sombra da palavra tudo é nítido o sol a flor a cobra o nada o mito * este não é um muro de palavras em que se tranque o sentido escuro em que se estanque o fluxo dessa larva em que se perca o fio dentro do fuso isto não é a caixa de pandora abarrotada de vazio e mito capitu lilith égua de tróia não deixam sombra neste manuscrito o teu passeio dentro deste espelho é solitário: já nem eu te sigo porque parti este caminho ao meio e sigo morto mesmo estando vivo e se me perco em teu olhar narciso sei o que sou: o oposto do que miro Carlos Moreira (1974) publicou Ave, avesso e Evangelho segundo ninguém pela Edufro e sua Tetralogia do nada pelo Clube dos Autores. Se tudo der errado, até o fim do ano publicará o seu Cardume. 67