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MACRONUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-Pinus caribaea Morelet EM PLANTIOS
APRESENTANDO AMARELECIMENTO DAS ACÍCULAS E MORTE DE PLANTAS1
Roselene de Queiroz Chaves2 e Gilberto Fernandes Corrêa3
RESUMO – Este estudo foi desenvolvido em áreas de Cerrado, no oeste de Minas Gerais, visando contribuir
para o diagnóstico de causas que têm levado à morte precoce de pinheiros, verificada após amarelecimento
e necrose progressiva das acículas. Foram comparadas árvores de Pinus caribaea Morelet das variedades caribaea
e hondurensis, plantadas entre 1977-82. Em cada local de amostragem, coletou-se material de 20 árvores,
sendo 10 com amarelecimento das acículas e 10 normais. Foram coletadas acículas e tecidos do xilema e floema
de raízes nos quais foram analisados os teores de N, P, K, Ca, Mg e S. A classe de solo dos sítios de estudo
é Latossolo Amarelo ácrico típico. As amostras foram coletadas nas profundidades: 0-5, 5-10, 10-20, 2040, 40-60, 60-80, 80-100, 100-150, 150-200, 200-250 e 250-300 cm, nas quais se analisaram os teores trocáveis
de Ca, Mg, P e K, bem como o pH em água e em KCl, a acidez extraível (H+Al) e o teor de matéria orgânica.
Os teores de N, P, K e S não diferiram significativamente entre acículas verdes e amarelecidas, enquanto os
teores de Ca e Mg foram significativamente inferiores nelas. Os sintomas visuais, confirmados pelos resultados
analíticos, revelaram um quadro complexo de deficiências no sistema solo-planta estudado, envolvendo principalmente
os macronutrientes Ca e Mg.
Palavras-chave: Pinus tropical, relação solo-planta, deficiência nutricional, área de cerrado e reflorestamento.
MACRONUTRIENTS IN THE SOIL- Pinus caribaea Morelet SYSTEM WITH
YELLOWING OF THE NEEDLES FOLLOWED BY SENESCENCE AND DEATH
ABSTRACT – This study was carried out to diagnose senescence and pine trees death (Pinus caribaea Morelet),
observed after yellowing and progressive necrosis of the needles in the Brazilian Cerrado in western Minas
Gerais. The varieties caribaea and hondurensis, planted between 1977-82 were compared. In the three sites
studied samples from twenty trees were collected; ten with yellowing of the needles and ten without symptoms.
From each tree, phloem and xylem tissue from root segments and needles were collected and the contents
of N, P, K, Ca, Mg and S were analyzed. The considered sites is formed by a Yellow Latosol (Typic Acrustox)
with high clay content and the presence of positive charges (acric soil). Soil sampling was performed at
the following depths: 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80, 80-100, 100-150, 150-200, 200-250 and 250300 cm. Soil analysis was carried out to evaluate the contents of organic matter, concentration of Ca, Mg,
P and K as well as pH in water and in KCl. The mean concentration of N, P, K and S did not differ significantly
in the green and yellow needles but Ca and Mg contents were significantly lower in the yellow needles. Visual
symptoms and laboratory tests revealed complex deficiency symptoms involving Ca and Mg.
Keywords: tropical pine, plant soil relations, nutritional deficiency, Brazilian Savanna (Cerrado), afforestation.
Recebido em 07.08.2003 e aceito para publicação em 10.08.2005.
Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 75375-000 Santo Antônio de Goiás-Goiás. <roselene@cnpaf.embrapa.br>.
3
Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Caixa Postal 593, 38400-902
Uberlândia-MG. <gfcorrea@ufu.br>.
1
2
Sociedade de Investigações Florestais
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
CHAVES, R.Q. e CORRÊA, G.F.
692
1. INTRODUÇÃO
A silvicultura com espécies exóticas desempenha
importante papel socioeconômico no Brasil, fornecendo
matéria-prima para a produção de madeira, lenha, carvão
e celulose, dentre outros. Todavia, essa atividade vem
sendo conduzida sem a devida atenção para com a
adequação das condições edáficas, mormente no que
se aplica à correção das deficiências nutricionais do solo.
O impacto ambiental desta atividade tem sido
questionado, com destaque no que se refere a alterações
nas propriedades químicas e físicas das diferentes classes
de solos utilizadas. Isso se deve, particularmente com
o gênero Pinus, ao fato de que nutrientes minerais
ficam retidos em quantidades consideráveis nos resíduos
não decompostos das plantas, alterando o equilíbrio
do sistema solo-planta.
É notório que a implantação de povoamentos
florestais em áreas ecologicamente diferentes dos
“habitats” de origem exige amplos conhecimentos
técnicos para o sucesso do empreendimento, conforme
observou Meneguzzi (1982).
A introdução de espécies exóticas no Brasil se
deu, principalmente, com os gêneros Pinus (madeira
de fibra longa) e Eucalyptus (madeira de fibra curta).
Na maior parte, tais introduções foram bem-sucedidas,
especialmente nas Regiões Sul e Sudeste, particularmente
aquelas conduzidas por empresas que também investiram
em pesquisas. Foi o que ocorreu com o gênero
Eucalyptus, e os avanços aqui alcançados colocaram
o Brasil em destaque no cenário internacional. Com
o gênero Pinus, no entanto, isso não tem sido verificado.
Espécies tropicais, originárias da América Central,
devido à sua rusticidade, tronco retilíneo propiciando
apreciável rendimento volumétrico, mesmo em solos
pobres e com déficit hídrico temporário, têm sido
plantadas em áreas de cerrado, no Brasil central, sem
o devido suporte da pesquisa.
Implantados principalmente no início da década
de 1970, os maciços florestais de Pinus situam-se, em
geral, nos chapadões extensamente dominados por
latossolos com extrema pobreza nutricional. Há, portanto,
limitações de ordem pedológica que, se não consideradas
no manejo florestal, constituem ou induzem condições
que podem estar na origem de problemas nutricionais
que estariam levando os pinheiros a um processo de
senescência precoce.
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
Há que se considerar, como fator agravante, o
fato de se tratar de espécies exóticas perenes, cultivadas
num espaçamento altamente competitivo. Estudos
conduzidos na região de Iraí de Minas (MORAIS, 1999;
SILVA, 2001) apontaram um histórico de manejo que
atesta um descaso com a correção das deficiências
do solo, tendo em vista a nutrição sustentável das
plantas. Esse fato tem conduzido a um quadro de
depauperamento e acidificação do solo. Em outra área,
no Triângulo Mineiro, o processo de acidificação foi,
também, observado por Lilienfein et al. (2000).
A morte precoce de pinheiros tem chamado a atenção
de setores empresariais e da pesquisa, nessa região.
A intensidade do problema varia com as condições
edáficas, havendo certa relação entre as condições
de drenagem do solo e a ocorrência dos sintomas de
senescência de plantas.
Nos pinheiros com esse problema, o amarelecimento
das acículas ocorre da ponta para a base, evoluindo
para um tom pardo-avermelhado.
Esses sintomas de amarelecimento são mais intensos
na parte superior da copa e se intensificam na planta,
levando à queda das acículas, morte e posterior queda
do pinheiro. Contudo, a ocorrência dessas
sintomatologias não se dá em reboleiras, mas sim
distribuída de forma aparentemente aleatória nos talhões,
em árvores dominantes e dominadas.
Dada a importância da silvicultura no oeste de
Minas Gerais, sobretudo com espécies de Pinus tropicais,
devido ao diversificado parque industrial já implantado,
é necessário um suporte da pesquisa, a fim de garantir
a continuidade dessa atividade de forma sustentável.
Objetivou-se com este estudo contribuir para o
diagnóstico do quadro sintomático até então sem registros
na literatura: morte precoce de pinheiros (Pinus caribaea
Morelet), verificada após o amarelecimento e necrose
progressiva das acículas.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Os sítios de amostragem foram selecionados
visando obter a máxima representatividade das condições
de solo e dos sistemas silviculturais (preparo do solo,
espécie, espaçamento, manejo florestal, idade) da maior
parte dos reflorestamentos em áreas de cerrado do oeste
de Minas Gerais.
Macronutrientes no sistema solo-Pinus caribaea Morelet …
Foram escolhidos talhões de Pinus caribaea
Morelet em idade comercial de corte, a fim de estudar
áreas sob manejo florestal pelo maior tempo possível,
apresentando pinheiros com sintomas bem característicos
de senescência precoce (Figura 1).
Algumas características dos locais de estudo estão
resumidas no Quadro 1. Procurou-se contemplar a classe
de solo mais representativa das áreas regionalmente
sob reflorestamento com Pinus, ou seja, o Latossolo
Amarelo ácrico típico (EMBRAPA, 1999).
A amostragem do solo foi realizada a partir do
preparo de uma seção de cortes (com o auxílio de enxadão
693
e faca), que permitiu retirar as primeiras amostras
(0-5, 5-10 e 10-20 cm). A seguir, nas demais
profundidades (20-40, 40-60, 60-80, 80-100, 100-150,
150-200, 200-250 e 250-300 cm), as amostragens foram
feitas por tradagem. Assim, foram coletadas amostras
simples em 11 seções até 300 cm de profundidade,
compreendendo uma seção de cortes por sítio de
estudo. Adotou-se, portanto, a sistemática empregada
em levantamentos pedológicos durante a abertura
de perfis para caracterização de uma classe de solo.
A marcante isotropia do solo nos talhões amostrados
foi determinante na adoção dessa sistemática de
amostragem.
Figura 1 – Talhão de Pinus caribaea var. hondurensis apresentando plantas amarelecidas e outras já em franco processo
de definhamento e morte (a); Planta de Pinus caribaea var. caribaea morta, ladeada por outras apresentando
diferentes estádios/intensidades de amarelecimento/queda das acículas (b); Galhos coletados em plantas de Pinus
caribaea var. caribaea normais (verde intenso) e anormais (amarelo) (c); e Aspecto das acículas de Pinus caribaea
var. caribaea apresentando amarelecimento que progride da ponta para a base destas, evoluindo para uma coloração
pardo-avermelhada (d).
Figure 1 – A Pinus caribaea var. hondurensis compartment showing yellowed plants and some of them already in a steady
process of senescence and death (a); Dead Pinus caribaea var. caribaea plant, surrounded by plants showing
different stages of the yellowing process and needle loss (b); Branches taken from healthy (intense green) and
sick (yellow) Pinus caribaea var. caribaea plants (c); Appearance of Pinus caribaea var. caribaea needles showing
the yellowing increase from the tip to the basis of the needle, reaching a reddish-brown color (d).
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
CHAVES, R.Q. e CORRÊA, G.F.
694
Quadro 1 – Resumo das principais características descritivas dos locais I, II e III
Table 1 – Summary of the main features of the sites I, II and III
VARIÁVEIS
Município
Empresa
Local
N 0 do talhão
Variedade
Ano do plantio
Espaçamento (m)
N 0 plantas/ha
Adubação
Local I
Uberlândia
Pinusplan
Floresta do Lobo
18
caribaea
1982
2,50 x 2,80
1428
10 g supersimples/cova
Local II
Uberlândia
Pinusplan
Floresta do Lobo
302
caribaea
1978
2,00 x 2,80
1785
10 g supersimples/cova
Local III
Romaria
Satipel
Nova Monte Carmelo S.A.
1267
hondurensis
1977
2,00 x 3,00
1667
Sem adubação
As amostras foram submetidas a análises químicas:
pHH2O e pHKCl, H+Al, macronutrientes (P, K, Ca e Mg)
e matéria orgânica, segundo Silva (1999). Essas análises
foram realizadas no Laboratório de Análises de Solos
(LABAS) do Instituto de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
a verdadeira média da população. A hipótese H0 adotada
foi a de que a concentração dos nutrientes no tecido
vegetal é igual nos dois tipos de planta (normais e
anormais). Assim, aceitou-se H0 quando os intervalos
de confiança foram coincidentes entre plantas normais
e anormais.
A análise do material vegetal incluiu parte aérea
(acículas) e de raízes (floema e xilema). Foram amostradas,
em cada local, acículas de diferentes posições da copa,
em 10 plantas normais (coloração verde-intenso) e em
10 plantas anormais (coloração amarela). Os tecidos
do floema e do xilema foram coletados em raízes de
quatro árvores normais e quatro anormais, em cada
local. Esses materiais foram secados em estufa de
ventilação forçada, a 65 0C, até peso constante, finamente
moídos e submetidos às análises de N, P, K, Ca, Mg
e S (SILVA, 1999). Essas análises foram realizadas no
Laboratório de Solos Florestais do Departamento de
Solos da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O tratamento estatístico empregado foi a estimação
de parâmetros por intervalo, considerando-se que os
pinheiros não foram amostrados ao acaso, já que no
estudo proposto era necessário selecionar árvores com
e sem sintomas de senescência precoce. Como as amostras
eram pequenas, utilizou-se a distribuição t de “Student”.
Assim, a expressão utilizada para se calcular o intervalo
de confiança da média foi:
em que t é o valor crítico da distribuição de Student
à significância α = 0,05. Como o teste é bilateral, na
expressão aparece: α/2. O fator n refere-se ao número
de árvores, e cada árvore corresponde a uma repetição.
A interpretação a ser feita é a de que existe uma
probabilidade de 95% do intervalo encontrado (χ) conter
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
3.1. Reação do solo e matéria orgânica
Os dados apresentados no Quadro 2 indicam uma
grande variação de ∆pH, da ordem de –0,6 a +1,7, até
3,0 m de profundidade. Constatou-se, portanto, o caráter
ácrico (EMBRAPA, 1999) bastante acentuado dos solos.
Tal fato tem implicações particularmente importantes
na nutrição de plantas. Significa que a capacidade de
troca catiônica efetiva (t) desses solos é extremamente
baixa (Quadro 2), encontrando-se essencialmente limitada
à fração coloidal orgânica.
Nota-se, no Quadro 2, que nos locais amostrados,
a partir de uma pequena profundidade, os valores de
pH em KCl mostram-se superiores aos de pH em H2O,
resultando num ∆pH positivo, o que evidencia uma
inversão de carga. Tal efeito não ocorre nos primeiros
centímetros do solo, devido às cargas negativas
provenientes da matéria orgânica.
O caráter ácrico identificado no solo revela um
predomínio de cargas positivas sobre as negativas,
o que compromete a capacidade efetiva de troca de
cátions. O histórico de uso dessas áreas com Pinus,
corroborado pelos baixos valores de pH e pela virtual
ausência de cálcio e magnésio (Quadros 2 e 7), revela
que o plantio e a condução desses maciços florestais
ocorreram sem que fosse realizado qualquer tipo de
correção do solo, precedido apenas da retirada da
vegetação original de cerrado. Nessa faixa de acidez,
Macronutrientes no sistema solo-Pinus caribaea Morelet …
tratando-se de solos similares aos estudados por Corrêa
(1989), também no oeste mineiro, os minerais da fração
coloidal que dominam o complexo sortivo encontramse abaixo do ponto isoelétrico (OLIVEIRA, 2001). Isso
equivale dizer que há um predomínio de cargas elétricas
positivas, e nessa condição a CTC existente corresponde
basicamente àquela relacionada a MO, conforme já
mencionado.
Observa-se no Quadro 2 que, de acordo com a
CFSEMG (1999), os teores de MO encontram-se em
nível médio (2,1-4,0 dag.kg-1) até cerca de 100 cm de
profundidade. Quando se analisam os valores da CTC
efetiva, ou seja, aquela que o solo apresenta em sua
condição natural, verifica-se uma estreita relação entre
as variações desta com os teores de MO.
Apesar de produzir uma quantidade significativa
de liteira, trabalhos têm mostrado que o teor de MO
695
não é maior sob reflorestamento, quando este é
comparado à vegetação natural, em áreas de cerrado
(LILIENFEIN et al., 2000; LEPSCH, 1980; SOUZA e
SOUZA, 1981). Essa informação requer maiores
considerações, posto que a liteira do Pinus não
representa um incremento efetivo de MO no solo, devido
à demorada decomposição das acículas. Isso quer dizer
que, por vários anos, a MO do solo relaciona-se àquela
das condições anteriores ao plantio de Pinus. Ademais,
a espessa liteira formada constitui uma proteção eficaz
contra as oscilações térmicas e de umidade, assim
tamponando as condições edafoclimáticas no nível
do horizonte A. Essas condições estariam, por sua vez,
favorecendo a biota do solo no processo de mineralização
da MO residual (anterior ao reflorestamento), diminuindoa gradativamente. Essas considerações encontram
respaldo na literatura (ZINN, 1998; MORAIS, 1999;
SILVA, 2001).
Quadro 2 – Valores de pH e ∆pH* do solo, confrontados com os teores de matéria orgânica e CTC efetiva (t), nos locais
I, II e III, até 300 cm de profundidade
Table 2 – Soil pH and ∆ pH values against organic matter (MO) and CIC content in sites I, II and III up to 300 cm deep
Prof.
(cm)
0 –5
5 – 10
10 – 20
20 – 40
40 – 60
60 – 80
80 – 100
100 – 150
150 – 200
200 – 250
250 - 300
Prof.
(cm)
0 –5
5 – 10
10 – 20
20 – 40
40 – 60
60 – 80
80 – 100
100 – 150
150 – 200
200 – 250
250 - 300
Local I
pH
H2O
4,8
4,8
4,9
4,9
5,0
5,0
5,1
5,2
5,2
5,4
5,5
pH
KCl
4,2
4,4
4,5
4,7
4,9
5,1
5,5
5,8
6,2
6,5
6,6
pH
H2O
pH
KCl
4,4
4,3
4,4
4,6
4,3
4,4
4,5
4,4
4,2
4,3
5,0
4,2
4,3
4,4
4,6
4,7
5,0
5,2
5,4
5,7
6,0
6,3
∆pH
- 0,6
- 0,4
- 0,4
- 0,2
- 0,1
+ 0,1
+ 0,4
+ 0,6
+ 1,0
+ 1,1
+ 1,1
Local III
∆pH
- 0,2
0,0
0,0
0,0
+ 0,4
+ 0,6
+ 0,7
+ 1,0
+ 1,5
+ 1,7
+ 1,3
Local II
MO
dag/kg
3,9
3,6
3,1
3,1
2,6
2,3
2,0
1,8
1,4
1,2
1,1
t**
cmolc.dm-3
1,01
0,91
0,90
0,60
0,66
0,35
0,25
0,15
0,15
0,06
0,05
MO
dag/kg
t
cmolc.dm-3
3,9
3,5
3,3
3,0
2,4
2,1
2,0
1,9
1,6
1,4
1,4
1,41
1,30
0,86
0,57
0,45
0,25
0,16
0,15
0,15
0,15
0,05
pH
H2O
4,7
4,8
4,8
4,8
4,6
4,4
4,5
4,7
5,3
5,5
5,7
pH
KCl
4,2
4,5
4,7
4,8
5,0
5,2
5,5
6,1
6,5
6,7
6,8
∆pH
- 0,5
- 0,3
- 0,1
0,0
+ 0,4
+ 0,8
+ 1,0
+ 1,4
+ 1,2
+ 1,2
+ 1,1
MO
dag/kg
3,7
3,1
2,8
2,7
2,6
2,4
2,1
1,7
1,5
1,1
1,1
t
cmolc.dm-3
1,32
0,81
0,40
0,30
0,25
0,15
0,15
0,15
0,05
0,06
0,06
*∆pH = pH KCl – pH H 2O e ** t = CTC efetiva.
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
CHAVES, R.Q. e CORRÊA, G.F.
696
Enxofre
3.2. Macronutrientes no sistema solo-planta
Nitrogênio
Apesar da estreita relação entre sintomas de
amarelecimento e deficiência de nitrogênio, os teores
encontrados para N nos três locais de amostragem
não revelaram um quadro de deficiência desse nutriente
nas plantas anormais, como pode ser observado no
Quadro 3.
O Pinus apresenta baixa exigência em nitrogênio,
apesar de ser este o macronutriente extraído em maior
quantidade por este gênero de plantas (Van GOOR,
1966). Verifica-se, no Quadro 3, que houve diferença
significativa quanto ao teor de N entre plantas normais
e anormais somente na variedade hondurensis (Local
III). Nessa variedade, as plantas amarelecidas
apresentaram teores significativamente menores de
N nas acículas, em relação às plantas normais.
Para o P. caribaea var. caribaea (Locais I e II),
os dados indicam que o amarelecimento das acículas
não se deve à deficiência de N. Todavia, no local III
(variedade hondurensis) a deficiência de N pode estar
contribuindo com o quadro de amarelecimento das
acículas. A não-deficiência de N nos locais I e II deve
estar relacionada com a menor exigência em N da
variedade caribaea em relação à hondurensis. Apesar
da pobreza nutricional do solo e do N seqüestrado
na serapilheira, de difícil decomposição, é possível
que a rizosfera de coníferas esteja mineralizando ou
extraindo o N do solo que teria sido resistente à ação
microbiana durante a vegetação anterior, conforme
relataram Stone e Will (1965), citados por Lopes (1983).
Quadro 3 – Teores médios de N e intervalo de confiança1 no
material vegetal de plantas normais e anormais
de Pinus caribaea Morelet, nos três locais amostrados
Table 3 – Average N content and confidence interval1 in the
healthy and sick plant material of Pinus caribaea
Morelet in the three sites sampled
Material
Vegetal
Acículas
Casca
(floema)
Lenho
Externo
(xilema)
Pinheiros
Normais
Anormais
Normais
Anormais
Normais
Anormais
Nitrogênio dag.kg-1 (%)
Local I
Local II
Local III
1,33±0,11 1,12±0,13 1,67±0,14 2
1,30±0,09 1,33±0,14 1,40±0,12
0,53±0,25 0,64±0,19 0,72±0,17
0,45±0,23 0,95±0,31 1,02±0,49
0,16±0,02 0,14±0,03 0,12±0,01
0,17±0,02 0,16±0,03 0,13±0,02
Intervalo de confiança obtido pelo teste t de Student a 5% de significância.
2
diferença significativa, a significância de 5%, pelo teste t de Student.
1
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
Poucos são os trabalhos que fazem referência a
níveis de enxofre em Pinus. No Quadro 4, apresentamse os teores de S encontrados em Pinus caribaea neste
estudo. A homogeneidade dos valores encontrados
nos materiais vegetais analisados, nas duas variedades,
nos três locais, revelam não ser o teor de S o responsável
pelos sintomas de amarelecimento das acículas.
La Torraca et al. (1984) encontraram em P. elliottii,
com 24 anos, respectivamente, 0,08; 0,07; e 0,05% de
S para acículas, casca e madeira. Segundo esses autores,
a escala de retiradas totais de macronutrientes obedece
à seguinte ordem: N>K>Mg>Ca=S>P, o que revela ser
essa espécie pouco exigente deste nutriente. Valores
da ordem de 0,09 e 0,15% de S em acículas de Pinus
taeda foram encontrados por Vettorazzo e Couto (1997).
Depreende-se, portanto, que o P. caribaea é menos
exigente de S que outras espécies deste gênero.
Fósforo e potássio
Os valores encontrados nos macronutrientes
fósforo e potássio no solo encontram-se no Quadro
5. Enquanto o K é o segundo macronutriente na escala
de retiradas totais, o P é o último, sendo menos extraído
que o S (LA TORRACA et al., 1984). Há certo consenso
(BARROS e BRANDI, 1975; LOPES, 1983) de que o
Pinus, por ser pouco exigente em P e K, não deve ser
uma cultura causadora de desequilíbrios desses nutrientes
no solo, no longo prazo.
Quadro 4 – Teores médios de S e intervalo de confiança1, no
material vegetal de plantas normais e anormais
de Pinus caribaea Morelet, nos três locais amostrados
Table 4 – Average S content and confidence interval1 in the
healthy and sick plant material of Pinus caribaea
Morelet in the three sites sampled
Material Pinheiros
Enxofre dag.kg-1 (%)2
Vegetal
Local I
Local II
Local III
Acículas Normais* 0,018±0,001 0,020±0,002 0,024±0,004
Casca
Anormais 0,017±0,001 0,019±0,003
0,023±0,002
Normais
0,012±0,003
0,013±0,004 0,015±0,003
(floema) Anormais 0,017±0,004 0,016±0,006
0,013±0,001
Lenho
Normais
0,008±0,001 0,009±0,002
0,014±0,012
Externo
Anormais 0,007±0,001 0,007±0,001
0,008±0,002
(xilema)
Intervalo de confiança obtido pelo teste t de Student a 5% de significância.
Não houve diferença significativa, a 5% de significância, pelo teste
t de Student.
1
2
Macronutrientes no sistema solo-Pinus caribaea Morelet …
Quadro 5 – Teores de P e K, até 3 m de profundidade, no
solo dos três locais amostrados
Table 5 – P and K content, up to 3m deep, in the soil of
the three sites sampled
Profundidade
(cm)
0 –5
5 – 10
10 – 20
20 – 40
40 – 60
60 – 80
80 – 100
100 – 150
150 – 200
200 – 250
250 - 300
Fósforo e Potássio (mg.kg -1 )
Local I
Local II
Local III
P
K
P
K
P
K
0,8 12,8
0,8
15,8
0,8 10,8
0,5 11,8
0,6
9,8
0,5 8,8
0,4
8,8
0,5
5,9
0,4 8,8
0,4
7,8
0,5
4,9
0,4 9,8
0,4
7,8
0,4
3,9
0,4 4,9
0,6
4,9
0,7
2,9
0,7 3,9
0,6
4,9
0,6
1,9
0,6 5,9
0,5
3,9
0,4
2,9
0,5 4,9
0,4
4,9
0,5
3,9
0,4 4,9
0,5
5,9
0,5
3,9
0,4 2,9
0,5
4,9
0,4
4,9
0,4 2,9
Deve-se levar em conta também o fato de a liteira
do Pinus ser muito resistente à decomposição, não
disponibilizando, no curto prazo, parte do P ao sistema
solo-planta. O mesmo raciocínio se aplica à dinâmica
do potássio.
Lepsch (1980), comparando solos sob Pinus e
cerrado nativo até 80 cm de profundidade, quanto a
P e K, encontrou diferenças significativas somente
para K, de 0–20 cm (menor teor sob Pinus). Zinn (1998)
também notou uma redução do K disponível, somente
na camada de 0–5 cm sob Pinus caribaea var.
hondurensis, em comparação com o solo sob cerrado,
até 60 cm de profundidade. Em relação ao P não houve
efeito significativo do plantio de Pinus. Lilienfein et
697
al. (2000) não encontraram diferenças significativas
quanto ao teor de K e P entre Pinus caribaea Morelet
e cerrado nativo até 1,2 m de profundidade.
Os maiores teores de K nas camadas superficiais
de solos sob cerrado, detectados por alguns autores
(MORAIS, 1999; SILVA et al., 2001), podem estar
relacionados às cinzas das freqüentes queimadas que
ocorrem nessas áreas.
Os baixos valores encontrados no teor de P no
solo, apesar de a literatura mostrar que não difere dos
teores encontrados sob vegetação original de cerrado,
podem guardar relação com os baixos valores de pH,
que controlam, de certa forma, a maneira pela qual o
P é retido. Ou seja, dependendo do pH, o sistema que
envolve Al e Fe pode manter fixadas grandes proporções
de fósforo total no solo.
No Quadro 6, apresentam-se os teores de P e K
no material vegetal. Esses valores estão acima dos
encontrados por La Torraca et al. (1984) para P. elliottii:
0,05; 0,03; e 0,02% de P e 0,22; 0,11; e 0,05% de K,
respectivamente nas acículas, casca e madeira. Esses
autores citaram os teores máximo e mínimo de P e K
nas acículas, segundo Zöttl (1973), a saber: 0,13-0,20%
de P e 0,6-1,2% de K, enquanto valores menores que
0,09% para P e 0,4% para K resultaram em crescimento
deficiente.
Verificam-se, no Quadro 6, teores bem mais elevados
de K em relação ao P, o que concorda com a escala
de extração de macronutrientes em Pinus, já apresentada.
Quadro 6 – Teores médios de P e K e intervalo de confiança1, no material vegetal de plantas normais e anormais de Pinus
caribaea Morelet, nos três locais amostrados
Table 6 – Average P and K content and confidence interval1 in the healthy and sick plant material of Pinus caribaea Morelet
in the three sites sampled
Material
Vegetal
Acículas
Casca
(floema)
Lenho
Externo
(xilema)
1
2
Pinheiros
Fósforo e Potássio dag.kg -1 (%) 2
Local II
K
P
K
0,45±0,072
0,08±0,013
0,39±0,090
0,51±0,044
0,09±0,008
0,33±0,045
0,30±0,295
0,04±0,020
0,13±0,127
0,30±0,190
0,05±0,029
0,16±0,074
0,08±0,028
0,01±0,003
0,03±0,011
0,12±0,049
0,01±0,004
0,05±0,002
Local I
Normais
Anormais
Normais
Anormais
Normais
Anormais
P
0,09±0,009
0,12±0,018
0,02±0,015
0,01±0,006
0,01±0,005
0,01±0,005
Local III
P
K
0,09±0,009
0,38±0,112
0,11±0,027
0,37±0,077
0,03±0,004
0,11±0,013
0,02±0,001
0,14±0,050
0,01±0,000
0,04±0,007
0,01±0,000
0,04±0,009
Intervalo de confiança obtido pelo teste t de Student a 5% de significância.
Não houve diferença significativa, a 5% de significância pelo teste t de Student.
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
CHAVES, R.Q. e CORRÊA, G.F.
698
Diante dos dados analíticos deste estudo e da
contribuição de outros autores, pode-se dizer que as
duas variedades de Pinus em discussão são bastante
eficientes na utilização dos modestos teores de P e
K do solo, já que os teores na planta estão, em geral,
um pouco abaixo, ou no limite, dos níveis considerados
como críticos pela literatura, enquanto no solo os teores
são bem menores do que nos experimentos dos autores
supracitados, que determinaram esses níveis críticos.
Vale ressaltar, todavia, que tais níveis críticos não
se referem à espécie objeto deste estudo. Ademais,
a análise estatística revelou que os teores de P e K
encontrados nas acículas não estão relacionados com
o amarelecimento destas, estando, possivelmente, acima
do nível crítico para essas variedades de P. caribaea,
em latossolos muito argilosos, fase cerrado.
Cálcio
e
magnésio
Verificou-se um quadro crítico com relação a Ca
e Mg. Analisando os dados do Quadro 7, observase uma virtual ausência desses nutrientes no solo,
nos três locais estudados. Níveis muito baixos desses
dois macronutrientes eram de se esperar, em virtude
do caráter ácrico dos solos.
Os dados apresentados no Quadro 7 indicam que
a carência extrema de cálcio e magnésio se estende
em profundidade, indicando prosseguir além dos 3,0
m. No caso do Mg, nada foi detectado desde a superfície
do solo, enquanto os teores de Ca, extremamente baixos
na porção superior do solo, anulam-se com a
profundidade.
Quadro 7 – Teores de Ca e Mg, até 3 m de profundidade,
no solo dos três locais amostrados
Table 7 – Ca and Mg content, up to 3m deep, in the soil
of the three sites sampled
Profundidade
(cm)
0 -5
5 - 10
10 - 20
20 - 40
40 - 60
60 - 80
80 - 100
100 - 150
150 - 200
200 - 250
250 - 300
Cálcio e Magnésio (mg.kg -1 )
Local I
Local II
Ca
Mg
Ca
Mg
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Local III
Ca Mg
0,1 0,0
0,1 0,0
0,1 0,0
0,1 0,0
0,1 0,0
0,1 0,0
0,1 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
Esse cenário revela que, por menos exigente que
o P. caribaea seja com relação a esses nutrientes,
certamente apresentará problemas nutricionais
decorrentes da escassez de Ca e Mg nesses
pedoambientes. Tais problemas têm como fator agravante
a lenta decomposição da liteira, o que representa uma
ruptura no processo de ciclagem de nutrientes.
Por menor que seja a quantidade de Ca e Mg imobilizada
na liteira, é de se esperar que, em se tratando de um solo
profundamente dessaturado, esta reserva teria papel
relevante na nutrição dos pinheiros nesse sistema.
Estudo realizado por Chijioke (1980) chamou a
atenção para o acúmulo de Ca e Mg na liteira de Pinus
caribaea em solos pouco férteis do Brasil, o que evidencia
uma imobilização desses elementos pela liteira, à medida
que esta se mostra resistente à decomposição. Em solos
sob vegetação nativa de cerrado, Lepsch (1980) encontrou
teores significativamente menores de Ca e Mg sob
Pinus do que sob cerrado, na camada de 0-20 cm.
Os teores de Ca e Mg encontrados no material
vegetal revelaram que os baixos teores desses nutrientes
no solo estão acarretando um visível quadro de deficiência
nutricional nas plantas.
No Quadro 8, apresentam-se os teores de Ca e
Mg encontrados no material vegetal. Observa-se uma
nítida deficiência, revelada pelos teores significativamente
maiores desses nutrientes nas plantas normais, em
relação àquelas amarelecidas (anormais).
A análise desses dados revela que existe cerca
de sete vezes mais Ca e três vezes mais Mg nas acículas
normais do que nas anormais. O fato de a diferença
significativa ter ocorrido apenas em acículas é
compreensível, dada a grande ação desses
macronutrientes no aparato fotossintético. O Mg é,
afinal, o átomo central da molécula de clorofila.
Em relação aos níveis críticos, Zöttl (1973), citado
por Vettorazzo e Couto (1997), relatou que teores menores
que 0,05 dag.kg-1 (%) nas acículas, tanto para Ca quanto
para Mg, podem ocasionar um crescimento deficiente
do Pinus.
Tomando como referência os autores supracitados,
verifica-se que os teores de Ca e Mg encontrados nas
acículas amarelecidas estavam abaixo dos níveis
considerados como críticos. Os sintomas visuais
confirmam esses resultados, já que coincidem com o
que foi descrito por Malavolta (1974), como sintomas
de deficiência de Ca e Mg em Pinus.
Macronutrientes no sistema solo-Pinus caribaea Morelet …
699
Quadro 8 – Teores médios de Ca e Mg e intervalo de confiança 1, no material vegetal de plantas normais e anormais de
Pinus caribaea Morelet, nos três locais amostrados
Table 8 – Average Ca and Mg content and confidence interval1 in the healthy and sick plant material of Pinus caribaea
Morelet in the three sites sampled
Material
Vegetal
Acículas
Casca
(floema)
Lenho
Externo
(xilema)
1
2
Pinheiros
Fósforo e Potássio dag.kg -1 (%) 2
Local II
Mg
Ca
Mg
0,04±0,005
0,20±0,036
0,04±0,008
0,01±0,002
0,02±0,009
0,01±0,001
0,01±0,005
0,10±0,062
0,02±0,005
0,01±0,006
0,10±0,027
0,02±0,013
0,01±0,002
0,02±0,014
0,01±0,002
0,01±0,002
0,01±0,009
0,01±0,002
Local I
Normais
Anormais
Normais
Anormais
Normais
Anormais
Ca
0,10±0,016
0,02±0,007
0,03±0,021
0,04±0,031
0,01±0,007
0,01±0,001
Local III
Ca
Mg
0,06±0,013
0,03±0,004
0,01±0,005
0,01±0,001
0,09±0,044
0,02±0,003
0,08±0,035
0,02±0,005
0,01±0,009
0,01±0,001
0,01±0,010
0,01±0,002
Intervalo de confiança obtido pelo teste t de Student a 5% de significância.
Houve diferença significativa a 5% de significância, pelo teste t de Student.
O fato de num talhão de uma mesma variedade
existirem árvores normais e anormais lado a lado reforça
a hipótese da variabilidade genética das sementes
utilizadas na formação das mudas que deram origem
aos maciços florestais em estudo. Essa variabilidade
genética reflete o padrão de comportamento de cada
pinheiro, no que tange à eficiência na absorção e
utilização de nutrientes. A heterogeneidade das plantas,
tanto no que se refere ao desenvolvimento quanto
à manifestação ou não de amarelecimento, bem como
o fato de as sementes procederem de coleta em florestas
nativas1 , convergem em favor dessa hipótese. Ademais,
não se trata de uma heterogeneidade relativa ao solo.
evidencia uma origem primária de natureza genética,
enquanto a causa determinante se relaciona a fatores
do meio, essencialmente a deficiência de nutrientes,
agravada pela competição entre plantas.
4. CONCLUSÃO
5. AGRADECIMENTOS
Os sintomas visuais de amarelecimento das acículas,
culminando num marcante processo de senescência
e morte de pinheiros, juntamente com os resultados
analíticos do solo e do material vegetal, revelam um
quadro complexo de deficiências no sistema solo-planta
estudado, envolvendo principalmente os elementos
cálcio e magnésio.
À Satipel Florestal e sua equipe técnica e à Pinusplan
Reflorestadora Ltda., pelo apoio à realização deste
trabalho; à UFV, na pessoa do Prof. Dr. Nairam Félix
de Barros, onde parte das análises foram realizadas;
e à CAPES, pela bolsa de estudo.
A acentuada deficiência de nutrientes no solo,
agravada por um espaçamento que impõe grande
competição entre plantas, predispõe o desenvolvimento
do processo de amarelecimento das acículas, seguido
de definhamento e morte de pinheiros. Esse quadro
A implantação e condução desses maciços florestais
sem a correção das limitações nutricionais do solo foram
a causa do problema. Este se agravou pela natural
resistência das acículas à decomposição, rompendo
a reciclagem dos nutrientes. A natureza nutricional do
problema indica que ele pode ser evitado em novos
plantios, mediante a devida correção das deficiências
do solo e adequado manejo silvicultural.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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espécies florestais sobre a fertilidade de solo de
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1
As sementes da variedade caribaea e as da variedade hondurensis procederam respectivamente de Cuba e da Guatemala.
Informação do Dr. Fernando Ferraz, proprietário da Pinusplan Reflorestadora Ltda.
R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.691-700, 2005
700
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ESTADO DE MINAS GERAIS - CFSEMG.
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