v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
A PSICOLOGIA E OS PSICÓLOGOS(AS) NOS
ESTUDOS EM EDUCAÇÃO SEXUAL:
ENCAMINHAMENTOS PARA PESQUISA
6
PSYCHOLOGY AND PSYCHOLOGISTS
IN STUDIES IN SEXUAL EDUCATION:
REFERENCES FOR RESEARCH
MONTEIRO, SOLANGE APARECIDA DE SOUZA
DOUTORANDA EM EDUCAÇÃO ESCOLAR DA UNESP/ARARAQUARA
SOLMONTEIRO@IFSP.EDU.BR
ORCID ID: HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-1640-0266
SILVA, CLAUDIONOR RENATO DA
DOUTOR EM EDUCAÇÃO ESCOLAR PELA UNESP/ARARAQUARA PROFESSOR ADJUNTO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CLAUDIONORSIL@GMAIL.COM
ORCID ID: HTTPS://ORCID.ORG/0000-0003-1693-4804
RESUMO
A problemática deste estudo é elencar encaminhamentos à
formação em pesquisa para psicólogos(as) e, respectivas contribuições
à Educação (à Pedagogia, em especial), no tocante a produção stricto
das ciências psicológicas nos temas da Educação Sexual. Objetivo
geral é apontar a produção de conhecimento em Educação Sexual de
psicólogos e psicólogas na área da Psicologia (programas de
pós-graduação brasileiros). De metodologia bibliográfica a partir
de levantamentos no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES,
acompanhado de buscas em outras fontes online como a
plataforma lattes (currículo lattes dos pesquisadores/as) e consultas
à plataforma Sucupira para localização dos conceitos dos
Programas em Psicologia, elaboram-se três encaminhamentos à
pesquisa em Psicologia para os estudos da Educação Sexual e três
contribuições dadas à própria área e à área da Educação e Educação
Sexual no incentivo e na formação de novos(as) pesquisadores(as), a
partir da Iniciação Científica.
Palavras-chave: psicologia; educação sexual; pesquisa.
121
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
ABSTRACT
The problem of this study is to list referrals to research training
for psychologists and their respective contributions to Education (to
Pedagogy, in particular), regarding the strict production of psychological
sciences in the themes of Sexual Education. General objective is to point
out the production of knowledge in Sexual Education of psychologists
and psychologists in the area of Psychology (Brazilian graduate
programs). Bibliographic methodology based on surveys in the CAPES
Thesis and Dissertations Catalog, accompanied by searches in other
online sources such as the lattes platform (researchers’ lattes curriculum)
and consultations with the Sucupira platform to locate the concepts of
the Psychology Programs, three guidelines for research in Psychology are
elaborated for the studies of Sexual Education and three contributions
given to the area itself and to the area of Education and Sexual Education
in encouraging and training new researchers, starting with Scientific
Initiation.
Keywords: psychology; sex education; research.
INTRODUÇÃO
A Psicologia é uma das muitas áreas em que a Educação Sexual
tem obtido evidência nos temas advindos da pessoa humana, seja em
relação saúde, seja em relação à educação e, também, relativos aos
âmbitos sociais.
No interesse de “adentrar” nessa área importante das ciências
humanas, a Psicologia, no que diz respeito, exclusivamente, às suas
contribuições para a Educação Sexual, os autores se juntaram para
colocar em questão esta presença da Psicologia na Educação Sexual e
a produção de psicólogos(as), a partir dos programas de pós-graduação
em Psicologia no Brasil.
É objetivo da pesquisa encontrar nas produções em Psicologia,
produzidas por psicólogos(as), alguns apontamentos que encaminhem
pesquisas em Educação Sexual, com incentivos para a pesquisa, desde
a Iniciação Científica até a pós-graduação, estimulando a formação de
novos(as) pesquisadores nos cursos de formação de psicólogos, mas
também, em áreas de interface, como a Educação, em particular, a
Pedagogia e, por conseguinte, para outras licenciaturas, tendo como
finalidade a produção em pesquisa na área da Educação Sexual.
122
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
O problema que instiga os autores nessa proposta textual: o que a
área da Psicologia e os psicólogos(as) têm produzido na área da Educação
Sexual e quais suas contribuições com encaminhamentos à formação
e produção de pesquisa e pesquisadores? Quais as temáticas da área
com possíveis contribuições para outras áreas, como a Educação, em
particular, a Educação Sexual?
Objetiva-se, então, apontar a Psicologia como importante área
de contributo à Educação Sexual, uma contribuição para além da área,
trata-se de contribuições à formação de psicólogos(as) e também de
educadores(as) sexuais, com explícitas contribuições ao currículo da
educação escolar, bem como os espaços outros externos a esse e tão
importantes quanto.
A metodologia é o da Pesquisa Bibliográfica procurando atender
à pergunta da problemática levantada, conforme Sampieri; Collado,
Lucio (2006). A metodologia permite atender ao problema da pesquisa;
na orientação dada pelos levantamentos realizados, permite, também,
pontuar nesse universo, a presença da Psicologia e dos psicólogos(as) na
área da Educação Sexual.
Os procedimentos de acesso aos documentos e informações
contidas nos sites dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia,
bem como, dados sobre as notas dos conceitos destes Programas na
CAPES, bem como, dados dos autores(as), sobretudo, sua formação em
psicologia, complementam os dados que são construídos a partir da
indicação de Programas de Pós-graduação, com Linhas que se definam
como propulsoras do tema da Educação Sexual, consultados no Catálogo
de Dissertações e Teses da Capes, em que se identificam os Programas e
também os trabalhos produzidos (dissertações e teses), a partir da leitura
de seus resumos, que determinam, de alguma maneira, as tendências
de estudos na área específica da Psicologia que possam ter, ou não,
contribuições à área da Educação Sexual.
Uma das conclusões importantes da presente pesquisa, iniciada
pelos autores e compartilhada nesse dossiê, são os encaminhamentos
à pesquisa em Educação Sexual, da psicologia e dos psicólogos(as).
Ampliam-se as conclusões na motivação para encaminhamentos de
investigações para a formação em Educação Sexual, desde a Iniciação
Científica estendendo-se para a pós-graduação stricto sensu, em
programas de Psicologia e programas de Educação, em particular,
programas de Educação Sexual.
123
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
A primeira seção organiza-se com nossas considerações sobre
alguns aspectos da pesquisa em Psicologia e dos fins destas pesquisas
na área da Educação Sexual, seus temas e focos de estudo, produzidas
por psicólogos(as). Como afirma Foucault (1999, p.16), “[...] levar em
consideração o fato de se falar de sexo, quem fala, os lugares e os
pontos de vista de que se fala, as instituições que incitam a fazê-lo, que
armazenam e difundem o que dele se diz [...] a “colocação do sexo em
discurso”.
Assume-se nesta pesquisa que a Psicologia é um “lugar” que nos
“incita”, nos motiva e nos faz “intelectualizar” o falar em sexualidade
humana; “fazer” Educação Sexual, “fazer” Pesquisa, em Psicologia,
na Educação Sexual. Podemos, sim, pensar que além do campo
educacional, estamos nos discursos e instâncias da saúde, mas, por hora,
focalizaremos a Psicologia nas Ciências Humanas, muito embora, os
resultados apresentam várias interfaces em saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a terminologia
“saúde” está relacionada ao “estado de bem-estar físico, mental e social”,
ou seja, ao falar de saúde devemos ampliar e referenciar um conjunto de
condições coletivas que permitem a continuidade da própria sociedade,
em produzir e reproduzir-se de maneira saudável. Nesse aspecto, o
psicólogo(a) como profissional de saúde deve utilizar seu conhecimento
de psicologia no intuito do aumento da qualidade de vida da sociedade;
o psicólogo(a) deve desenvolver seu trabalho através da aplicação das
técnicas da psicologia, em diversos contextos (consultórios, escolas,
instituições, produção acadêmica, entre outros); contextos em ações
que visam a promoção da saúde e considera as condições objetivas e
subjetivas da vida de cada pessoa, compreendendo sua singularidade.
Os profissionais da psicologia se dedicam às pesquisas ligadas às
ciências psicológicas, enquanto corpo de conhecimento que resulta em
produções acadêmicas e transmissão de conhecimentos dos resultados
encontrados. Essas atuações dão sustentabilidade para a execução da
profissão. (BOCK, FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
A PESQUISA EM PSICOLOGIA E A PESQUISA EM EDUCAÇÃO SEXUAL
NA PSICOLOGIA
O surgimento da Psicologia, enquanto área é quase que,
concomitante, ao seu surgimento como ato ou “campo” de pesquisa.
O primeiro a impulsionar o “paralelo” deste surgimento da área e da
124
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
prática de pesquisa foi Renê Descartes, mas só se consolida nos estudos
do comportamento humano ou quando se começou a pensar o humano
na escala do não laboratorial, com Wilhelm Wundt – retomaremos sobre
esse “início”, mais adiante.
Bock, Furtado; Teixeira (2001) afirmam que a psicologia moderna,
nascida na Alemanha, no final do século XIX, através de Wundt, Fechner
e Weber, angariou pesquisadores e estudiosos que passaram a produzir
o conhecimento através de novos padrões; padrões de produções, numa
postura metodológica, com proposta teórica em pesquisa.
Surgem, a partir de então, as primeiras abordagens em Psicologia.
Dentre as diversas abordagens surge Sigmund Freud como um divisor de
águas nos estudos sobre a sexualidade nas interfaces Saúde, Medicina
e Psicologia. Com a psicanálise, tem-se a constituição do que se pode
dizer, a principal abordagem para a sexualidade infantil, com a tese de
que a maioria dos desejos reprimidos e pensamentos advêm de conflitos
de ordem sexual.
Kupfer (2007) observou em seus estudos sobre as teorias de
Freud que no interior da própria sexualidade existia/havia o desprazer
advindo da moral e, ligava a doença nervosa nesta mesma moralidade;
a cada aprofundamento a que Freud avançava em seus estudos sobre
sexualidade foi entendendo a necessidade de formação de uma prática
à Educação para o desenvolvimento psíquico saudável do indivíduo.
Algumas áreas tratam sobre a sexualidade humana em diferentes
contextos sejam sobre a história da evolução cultural, sobre a fisiologia,
aspectos anatômicos, psicológicos; a sexologia busca aglutinar todas as
áreas e respectivos estudos, que envolvam a sexualidade humana.
A pesquisa e a produção científica se fazem importantes para
construção contemporânea de métodos e ferramentas que englobam as
necessidades da realidade atual, visando auxiliar os profissionais da área
da psicologia no colaborar com a saúde mental dos indivíduos, de modo
geral, de acordo com a competência da psicologia, nas múltiplas facetas
da sexualidade; deve elucidar qual a diferença entre sexo e sexualidade/
prazer; o sentido(s) que está ligado aos conteúdos da sexualidade, ao
prazer.
Alguns autores(as) nos auxiliam na construção deste estudo, não
só no histórico da ciência da Psicologia e sua produção, mas, auxiliam
também na construção de elementos da pesquisa desta ciência, na
particularidade do tema da Educação Sexual e suas temáticas, a saber:
125
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
Katz (1954), Marx; Hillix (1963), Keller (1970), Barroso; Broschini; (1982;
1985), Figueiredo (1991), Minayo (1994), Camino; Pereira (2000), Rey
(2005), Borges et al. (2013) e Antunes (2014).
A pesquisa em Psicologia nos temas da Educação Sexual necessita
de alguns “explicitamentos”, como por exemplo, a compreensão do que
estamos a considerar como Educação Sexual.
Partimos de uma concepção foucaultiana para a Educação Sexual,
para este texto, uma concepção pautada na, [...] necessidade reconhecida
de que é preciso [...]. Deve-se falar de sexo, e falar publicamente
[...] exige procedimentos de gestão; deve ser assumido por discursos
analíticos. (FOUCAULT, 1999, p. 27).
Entende-se, assim, que a Educação Sexual encontra na Psicologia,
o lugar de seu discurso(s) e, ao mesmo tempo, a Psicologia permite-se
ser a gestora dos discursos sobre sexo, sexualidade, gênero, etc., num
exercício de análise rigoroso, tal como deve ser a produção em ciência,
a produção em Educação Sexual.
Estamos a considerar pesquisas da área da Psicologia, na Educação
Sexual, aquelas investigações ou produções de conhecimento que
tenham como base a definição de Educação Sexual, desenvolvida a
partir dos anos 1980 e que vem se reconstruindo na contemporaneidade;
a base em referenciais como Werebe, Suplicy, Figueiró, Paulo Rennes,
Ana Claudia Maia, Claudia Ribeiro, Sônia Melo e tantos outros(as).
Outra base: a presença de temas da Educação Sexual, como: gênero,
sexualidade, psicanálise na sexualidade infantil, feminilidades,
masculinidades, sexualidade de pessoas com deficiências, movimentos
sociais como LGBT, Queers, etc. Portanto, relações de interface não
apenas educacional, mas também de saúde e de dimensões sociais e
políticas, mais amplas.
Desta forma ao afirmarmos o que seria e o que se “enquadraria”
como uma pesquisa em psicologia no(s) tema(s) da Educação Sexual,
a compreensão construída é de uma pesquisa na área da psicologia,
produzida por graduados em psicologia, orientados(as) por psicólogos(as),
todos(as), interessados(as) em investigações nos temas de estudos da
Educação Sexual, na abrangência de todos os seus temas; focados nos
processos de ensino intencionais (escolares) e não intencionais (mídias,
por exemplo, e aqueles processos familiares e “individualizados) e que
estejam no âmago da formação humana, desenvolvimento humano.
Barroso; Broschini (1982) apontam que até os anos 1970, o
conhecimento da temática da sexualidade já era vasto, porém, pouco
126
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
articulado. Os discursos deste período, são retomadas, em pleno
século XXI e evidenciam preconceitos e discriminações; preconceitos
e discriminações homofóbicos, de resistência às atividades de
professores(as); há falta de diálogos sobre e em diversidade; há uma
inexistente capacidade de uma troca honesta de conhecimentos e
Direitos, com ênfase nas diferenças existenciais, fantasias, dúvidas e
receios relativos ao sexo e à sexualidade. Na atualidade esse “vasto”
conhecimento ainda é velado em discursos sobre a “família de bem” que
coloca o sexo e a sexualidade num mesmo discurso “vitoriano” em que
sexo e sexualidade é tema que não deve ser falado publicamente, apenas
no “secreto” e na família, jamais na escola. O que é contraditório, pois
o sexo e (nossa) sexualidade está no corpo(s), está nas pessoas, está em
todos os lugares, nos filmes, livros, ruas e bares, etc. Neste sentido, a
Psicologia e a Educação Sexual, recorrem ao conjunto da obra de Michel
Foucault, para ampliação das fontes das ciências da psicologia em tratar
a sexualidade humana na subjetividade dos indivíduos para o bem da
coletividade.
A psicologia desde os tempos primórdios de seu campo de estudo,
com ciência, tem o conhecimento que as questões sexuais interligadas
aos aspectos morais é fonte de angústia. Para a psicanálise é a busca pelo
prazer que dá espaço ao impulso sexual, chamada libido. A maturação
faz parte do desenvolvimento da libido que tem início desde os primeiros
contatos com o mundo até a puberdade.
A criança de forma progressiva engatinha, se levanta, anda, ou
seja, antes de investir a libido no outro é necessário aprender o que é o
prazer.
Faz parte da maturação, o prazer oral (conhecer o mundo através
da boca, mamar, lamber objetos, experimentar); prazer anal (expulsão
e/ou retenção das fezes); prazer fálico (prazer por manipular órgãos
genitais).
Dessa forma, com o crescimento da criança, o impulso sexual vai
se delineando, aos cinco anos, período em que a criança já possui uma
sexualidade razoavelmente definida.
Após essa idade até a puberdade, a criança passa uma fase
adaptativa denominada pela psicanálise de latência, quando se
abandonará o objeto sexual das relações parentais para escolhas fora da
família.
Devemos pontuar também o complexo de Édipo que ocorre através
atração sexual da criança, não no sentido genital; criança gosta de carinho
127
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
e cobrará carinho (filho/mãe e filha/pai). Mediante essa maturação
gradativa é possível aferir que a sexualidade surge desde muito cedo e
que as manifestações primárias não são genitais e, sim, a organização
do impulso da libido que, posteriormente, será primordial na busca do
prazer sexual. É denominado a todo esse processo maturacional, como
sexualidade, algo muito mais abrangente que sexo de forma “rasa”.
Para “fora” da psicanálise há várias abordagens das ciências
da psicologia que se debruçaram sobre a sexualidade humana. Em
seu conjunto, formam um arcabouço de produção riquíssimo para a
Educação Sexual.
Para subsidiar a reflexão sobre a pesquisa em Psicologia, nos
temas da Educação Sexual, mas, também, para responder a pergunta da
pesquisa, se efetua o levantamento no Catálogo de Teses da CAPES, como
detalhado, a seguir, nos procedimentos sob a Pesquisa Bibliográfica em
Sampieri; Collado; Lúcio (2006).
DADOS DE FONTES BIBLIOGRÁFICAS – ELEMENTOS ADICIONAIS PARA
OS ENCAMINHAMENTOS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO SEXUAL NA ÁREA DA
PSICOLOGIA
Esta seção apresenta uma síntese do levantamento bibliográfico
realizado (Sampieri; Collado, Lucio, 2006) e adicionam-se “caminhos”
para levantamento de novas outras informações que consolidem as
respostas à problemática de pesquisa, por exemplo, buscas nos sites dos
programas de pós-graduação em Psicologia; buscas no currículo lattes
dos pesquisadores(as), graduados(as) em Psicologia.
Saturar os dados é um desafio ao trabalho do pesquisador(a)
bibliográfico, no intuito de explicitar seus argumentos e justificar suas
análises na resposta ao problema levantado, o que permite, ademais,
como afirmam, Sampieri; Collado, Lucio (2006) construírem-se novos e
novas temáticas de pesquisas e até encaminhamentos de propostas de
definições, conceitos e indicar elementos para teorização e teorias no
campo estudado. E, é desta forma, que o presente texto se estrutura a
partir desta seção, para concluir com encaminhamentos em pesquisas
nas ciências da psicologia e contribuições à Educação Sexul – em
específico, para licenciaturas, por exemplo, a Pedagogia.
No Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, a partir do
descritor composto “psicologia; educação sexual” são encontrados
1.439 resultados (trabalhos, pesquisas), sendo 1.184 dissertações e 255
128
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
teses, no período de 2014 a 2019. O levantamento foi realizado nos
primeiros dias de setembro de 2020.
A Grande Área do Conhecimento é as Ciências Humanas; Área do
Conhecimento, Área de Avaliação e nome do Programa estão todos sob
a Psicologia, interesse desta investigação.
As cinco primeiras Universidades que mais produzem trabalhos de
dissertações e teses no Brasil são apresentadas no Quadro 1.
QUADRO 1 – Os cinco programas de pós-graduação em Psicologia que mais produzem sob os temas da
Educação Sexual: dissertações e teses. Período: 2014 a 2019
Local/Conceito CAPES
N.º Trabalhos
Dissertações
Teses
Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS)
159
80
79
Conceito 7
Universidade
Federal
do Rio Grande do Norte
(UFRN)
147
110
37
Conceito 5
Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES)
137
89
48
Conceito 5
Universidade Federal de
Juíz de Fora (UFJF)
133
107
26
Conceito 5
Pontíficia
Universidade
Católica de Goiás (PUC-GOIÁS)
118
83
35
Conceito 4
Fonte: Elaborado pelos autores.
Juntas, as cinco universidades com seus Programas de PósGraduação em Psicologia, produzem um pouco mais de 45% de toda
a produção levantada na pesquisa bibliográfica: do total dos 1.439
129
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
trabalhos, as cinco primeiras, produziram, no período, 694 dissertações
e teses.
Cada uma destas universidades representa uma região do Brasil
(sul, nordeste, sudeste e centro-oeste), exceto o norte. No elencamento,
como representando esta região brasileira, mas não com representativa
produção, dentre as cinco universidades elencadas, destacam-se os
trabalhos de Pantoja (2019) da Universidade Federal do Pará, no Programa
de Mestrado em Psicologia (Conceito Capes 4) e a dissertação de Miwa
(2019), defendida na Universidade Federal do Amazonas, no Programa
de Pós-Graduação em Psicologia, de Conceito CAPES 3.
Do total das produções destas cinco universidades e seus Programas
em Psicologia (694 trabalhos – nível um) se fez um segundo nível de
recorte bibliográfico com até 100 trabalhos, distribuídos entre as cinco
universidades para uma leitura dos seus resumos na íntegra. Destes 100,
recorta-se um terceiro nível, apenas para alguns apontamentos para
fins deste artigo e são comentados a seguir; permitem uma síntese bem
próxima ao real do objeto de investigação que gera a problemática desta
pesquisa.
É preciso reiterar, em relação aos procedimentos, seguindo as
proposições de Sampieri; Collado, Lucio (2006) que, para além do
levantamento das das produções destes Programas de Pós-Graduação em
Psicologias, se fez uma busca nos sites destes Programas, com o intuito
de identificar, nas Áreas de Concentração, nas Linhas, nas Ementas das
Disciplinas – quando necessário - o “lugar” da terminologia “Educação
Sexual”, num primeiro momento, e, num momento posterior, as
terminologias que se “enquadram” nas pesquisas e teorias da Educação
Sexual, como gênero, como sexualidade, etc.; termos mais abrangentes
como diversidade sexual, direitos humanos, feminismo, feminilidades,
masculinidades, etc.
Em todas as cinco universidades, em seus respectivos Programas,
não apresentam termos como “educação sexual”, “gênero” ou
sexualidade. Terminologias muito recorrentes e comuns, quando se
investigam propostas na área da Educação Sexual, em particular.
Contudo, se percebe a presença da área da Educação Sexual e
seus temas de investigação, mas sob um viés das ciências da psicologia
como apresentam os referenciais já discutidos neste artigo.
Na UFRGS, a Linha de Pesquisa em Desenvolvimento Humano
traz a seguinte ementa:
130
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
[...] Abrange distintos contextos (família, escola, casal,
clínica, trabalho, universidade), aspectos culturais,
vulnerabilidades sociais e métodos de avaliação e
de intervenção [...]. Também investiga as influências
educativas (família, escola, universidade) sobre o sujeito
em desenvolvimento. (Site do Programa de Programa de
Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS).
Na disciplina sob o mesmo nome da Linha de Pesquisa há o
compromisso de abordar “[...] diversos domínios do desenvolvimento
humano (emocional, da cognição social, moral, da carreira, da família)
[...]”.
Na UFRN, na Linha “Subjetividade, Produção do Cuidado
Humanizado em Saúde e Tanatologia”, aparece o termo
“masculinidades”, “diversidade sexual” e outros termos ligados
diretamente aos estudos da Educação Sexual. Um dos temas de estudo,
a destacar: “[...] a)Organização do cuidado e das práticas em saúde,
com foco nas juventudes, masculinidades, diversidade sexual, famílias,
vulnerabilidades à infecção pelo HIV/AIDS [...]”.
O site da UFRN apresenta temas de pesquisa em andamento.
Aparece o termo gênero na temática de pesquisa “Relações de Gênero,
território e modos de vida em contextos de pobreza”, pertencente à Linha
“Políticas Públicas, movimentos sociais e prática do psicólogo”, bem
como na temática “Psicologia e contextos rurais”, em que se investigam
as relações de gênero nos movimentos sociais do campo.
Todos os sites dos programas apresentam os trabalhos defendidos,
o que é uma importante fonte para estudos bibliográficos na Iniciação
Científica, sobretudo.
A UFES com seu Programa de Pós-Graduação em Psicologia,
apresenta, na Linha 1 (Processos Psicossociais) a inserção dos termos
“gênero”, “preconceito”, “violência”:
A linha de pesquisa Processos Psicossociais abrange o estudo
dos processos psicossociais relacionados à identidade,
aos processos de comunicação, ao gênero, às relações
familiares e conjugais, ao relacionamento interpessoal,
ao preconceito, à violência e suas interconexões com
contextos culturais. (Site do Programa de Programa de PósGraduação da UFES, grifos nossos).
131
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
Chama a atenção o enfoque dos estudos e pesquisas do Programa
de Pós-Graduação da UFJF na Linha “Desenvolvimento Humano e
Processos Sócio-Educativos”. O objetivo dos estudos são investigações
sobre as,
[...] as múltiplas variáveis associadas ao desenvolvimento
humano ao longo do curso da vida, sejam elas cognitivas,
afetivas, sociais e/ou biológicas. Esse campo da Psicologia
está intrinsecamente relacionado aos processos
socioeducativos. Assim, ele influencia e é influenciado
pelos processos formativos. Neste sentido, essa linha
de pesquisa estuda o desenvolvimento e sua relação de
dependência e contiguidade com processos educacionais
formais e informais. Ao estudar cientificamente as múltiplas
variáveis que são afetadas e afetam o desenvolvimento
humano, constroem-se conhecimentos que possibilitam
planejar e implementar intervenções mais eficazes que
levam a um desenvolvimento harmônico do indivíduo
ao longo de todo o curso de vida. (Site do Programa de
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFJF).
Destaque na UFJF para a disciplina “Processos psicossociais e
cultura do corpo”, com a Ementa que traz a seguinte informação:
Estudo das teorias sobre o corpo e sua relação com a
cultura contemporânea. Utilização dessas teorias para a
compreensão das várias manifestações culturais. Estudo
de temas [...] sobre corpo e diversidade. Estudo sobre as
teorias biopsicossociais que discutem o corpo em suas
diversas dimensões. Estudo sobre a relação entre corpo e
estigma sócio-cultural em diferentes dimensões. (Site do
Programa de Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da UFJF).
Dentre as várias temáticas da disciplina está o estudo sobre o corpo
em relação à deficiência e a sexualidade humana, a partir do referencial
de Assumpção Júnior; Almeida (2008).
A Linha de Pesquisa 2 “Psicologia Social, do Trabalho e das
Organizações” na PUC-GOIÁS, destaca, seu objetivo e foco na
132
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
[...] produção de conhecimento sobre fenômenos sociais
complexos, abordados a partir do reconhecimento das
diferentes modalidades do pensamento social. Organizase em duas vertentes: 1) o estudo das relações entre o
indivíduo e a sociedade, e dos processos intra e intergrupais
característicos da dinâmica destas relações, [...]. Dentre
os vários temas de investigação, encontram-se: [,,,] (4)
identidade social; 5) discriminação e preconceito social;
[,,,] 7) violência e dialética da exclusão/inclusão social;
8) impacto da ideologia e do contexto sócio-histórico na
subjetividade do indivíduo; 9) cultura e o processo de
individuação; 10) a construção de sentidos e significados
em processos psicossociais de violência contra mulheres,
crianças e adolescentes; 12) atendimento psicoterapêutico
em redes de atenção a mulheres, crianças e adolescentes;
[...]. (Site do Programa de Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da PUC-GOIÁS).
Uma vez demonstrado o teor dos objetivos dos Programas de PósGraduação em Psicologia, das cinco universidades que mais produzem
em Educação Sexual, comenta-se, brevemente, a partir de agora, pelos
espaços limitados deste artigo, neste dossiê, o terceiro nível de recorte
de dados, elencando os trabalhos da Psicologia com os temas em e na
Educação Sexual, produzidos por psicólogos(as) e que encaminham
as respostas ainda provisórias desta pesquisa, diante da problemática
desenvolvida que coloca em evidência as contribuições da Psicologia e
dos psicólogos(as), nos estudos em Educação Sexual.
A tese de Bordini (2014), graduada em psicologia, pela UFRGS,
tem como palavras-chave de seu trabalho os termos “gênero” e
“sexualidade”. Com referencial metodológico na psicologia discursiva
(Potter; Wetherell, 1997), a pesquisa se debruça no universo universitário
para “sondar” as interações entre homens e mulheres na diversidade
sexual.
Angelo Brandelli Costa, graduado em psicologia, pela UFRGS,
defendeu sua tese sobre a vulnerabilidade para o HIV em mulheres trans
(COSTA, 2015).
Neste estudo de três frentes, Costa (2015) enfatiza a problemática
dos testes em psicologia para se determinar sexualidades – o CPS (Escala
de Personalidade de Comrey); aponta a vulnerabilidades das mulheres
133
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
trans, em relação à contaminação pelo HIV/Aids e, por último, nas
questões sobre a saúde, o preconceito e as dificuldades de acesso das
mulheres trans nos serviços públicos.
Estudos sobre a violência, temática fundamental na Educação
Sexual, têm acepções/particularidades bem definidas na área da
Psicologia. E tal diversidade de violência, ou, violências são observações
um pouco mal interpretadas na área da Educação Sexual, o que implica
uma maior aproximação da Psicologia no desenvolvimento deste tema
no currículo e na formação de professores(as).
Souza (2014) graduada em psicologia pela Universidade de
Fortaleza (UNIFOR), estudou a violência sexual intrafamiliar contra
as crianças e adolescentes. Sua maior contribuição à Psicologia foi a
apresentação do Estado da Arte deste tema na produção científica em
Psicologia .
Além da especificidade do estudo de Souza (2014), Hohendorff
(2016), graduado em psicologia pelas Faculdades Integradas de Taquara,
FACCAT, estudou a violência contra meninos na UFRGS; esta temática
é pouco evidenciada pela mídia e também nos estudos da Educação
Sexual. É preciso mais estudos sob esse enfoque, para fins de teorização
e metodologias, em Psicologia e que possam ser transpostas às pesquisas
sobre gênero, geralmente, restritas ao tema da mulher e das meninas, no
tocante à violência e abuso sexuais.
Rêgo (2016), formada em Psicologia, pela Universidade Potiguar
(UnP), trata da violência doméstica em um estudo com mulheres
abrigadas, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Na pesquisa é utilizado a Hermenêutica de Gadamer (Gadamer, 2002;
2012; 2015), para quem, a linguagem é o centro da experiência do
sujeito na alteridade; se valoriza a escuta atenta para além da superação
do trauma e a retomada, ainda que difícil, de uma certa “normalidade”
desejável.
A violência sexual contra adolescentes é um tema trazido pela
psicóloga Liane Martinho (Martinho, 2016), formada em graduação na
PUC-Goiás. O destaque desse trabalho é a relação que faz com outras
violências, traduzindo o entendimento, também no interior da Educação
Sexual, das particularidades ou individualidades das “violências”.
Ernesto Alvarado Portalino é formado em Psicologia pela
Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM) no Peru. Portalino
(2017) aborda a questão do preconceito contra a diversidade de gênero
entre universitários peruanos. Utiliza a Escala de Preconceito contra
134
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
Diversidade Sexual e de Gênero-Revisada (COSTA, BANDEIRA; NARDI,
2015; COSTA et. al. , 2016).
O resultado do estudo de Portalino (2017) promovem motivações
aos novos(as) pesquisadores(as) em Psicologia e também em Educação
Sexual, quatno ao juntar abordagens quantitativas (matemática
estatística) e qualitativas nos temas em sexualidade humana, assim
como nas investigações de Pereira, Monteiro, Camino (2009) que
trabalhou também com Escala em seu estudo sobre homossexualidade;
acrescentam-se no levantamento sobre o uso de Escalas, Baumel (2014)
e Baptista (2017).
Melina Séfora Souza Rebouças é graduada em Psicologia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Seu estudo de doutorado
(Rebouças, 2015) discorreu sobre o aborto em mulheres em situação de
abortamento.
O aborto tem retornado com muita intensidade nos debates
nos meios sociais e midiáticos e toda a questão religiosa envolvente.
Considera-se, que tal temática seja relevante aos trabalhos de novos(as)
pesquisadores na Educação Sexual, sob o viés da Psicologia.
“Investigando o papel da masturbação na sexualidade da mulher”
(Baumel 2014), Sergio Werner Baumel que é formado em medicina, pela
Universidade de São Paulo (USP) e, em psicologia, pela Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES), traz em destaque um tema importante
para os estudos da feminilidade na Educação Sexual.
O estudo de Baumel (2014) é realizado com estudantes homens
e mulheres, universitários(as) da UFES; utiliza-se, dentre outras fontes
de dados, da Escala do Índice de Função Sexual Feminina (Rosen et
al., 2000) - FSFI (Female Sexual Function Index) -, da Escala Mosher
Abreviada de Culpa Sexual (Abramson; Mosher, 1975; Janda; Bazemore,
2011), da Escala Marlowe-Crowne de Desejabilidade Social (Evans,
1982; Gouveia et al., 2009) e da Escala de Satisfação Sexual para
Mulheres, na referência e Catão et al. (2010).
Um tema importante para a Educação Sexual é a transsexualidade
(Ekins; King, 2006), estudos travestis e transfobia. Neste sentido, é de
grande contribuição o trabalho do psicólogo Gustavo Tassis Baptista,
formado pela Faculdade Brasileira UNIVIX. Seu Trabalho de Conclusão de
Curso, em Psicologia, teve como tema: “Cidadania Travesti? Estereótipos
e preconceitos na busca de um lugar além da pista”, defendido em 2014.
Na dissertação de mestrado, no interior do Programa de PósGraduação em Psicologia da UFES, Baptista (2017) traz o referencial
135
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
da Psicologia Positiva, que possui como base os temas bem-estar, a
resiliência e o apoio social. Da base referencial, cita a Escala de Bemestar Subjetivo (EBES) nas referências de Albuquerque; Tróccoli (2004) e
Pureza et al. (2012).
Odacyr Roberth Moura da Silva é graduado em Psicologia pela
Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) e em Pedagogia, pela UNIUBE
(Universidade de Uberaba). Defendeu sua dissertação na Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES).
Sua dissertação é sobre a identidade sexual, na especificidade de
homossexuais masculinos que alegaram terem mudado para sexualidades
heteronormativas e todos os desafios aí advindos.
Mozine (2017) é formada em Psicologia pela Universidade Vila
Velha (UVV). Em sua dissertação na Universidade Federal do Espírito
Santo, a UFES, trata do abuso sexual com destaque aos Conselhos
Tutelares. Utiliza-se dos referenciais da Representação Social na
Psicologia.
A psicóloga Anna Rita Simião (Simião, 2015), formada em
Psicologia pela Universidade Federal de Juíz de Fora, desenvolveu sua
dissertação no tema da sexualidade e perversão em Krafft-Ebing. Um
trabalho que traz a fonte psicanalítica para os estudos em Educação
Sexual. Há vários títulos no levantamento realizado que indicam a forte
presença da psicanálise, como se tratou nas seções anteriores. E, em
muitas das Linhas estudas, entre as cinco universidades com programas
de Psicologia, se viu a presença e o enfoque da psicanálise. Para a área
da Educação Sexual isso é muito importante ser aprofundado seja para
gênero, sexualidade, violência, angústia, etc.
Glaucia David (David, 2017) é psicóloga formada pelo Centro de
Ensino Superior (CES); seu estudo de dissertação na Universidade Federal
de Juíz de Fora (UFJF) é sobre o sujeito soropositivo e como são suas
vivências nos relacionamentos afetivo-amorosos, depois da descoberta
da sua situação em saúde.
Artur Vandré Pitanga (Pitanga, 2016), psicólogo formado pela
PUC-Goiás desenvolve sua tese, nesta mesma universidade, concluída
em 2016, com o tema dos sentimentos sexuais na relação terapêutica,
com base nos trabalhos do psiquiatra Aaron Beck e da psicóloga Marsha
R. Linehan.
O Quadro 2 apresenta as palavras-chaves mais recorrentes no
terceiro nível de recorte bibliográfico efetuado na pesquisa. Estes dados
auxiliam os futuros(as) pesquisadores(as) a desenvolverem suas pesquisas
136
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
na área da Educação Sexual, a partir do contributos da Psicologia e dos
psicólogos(as).
QUADRO 2 – Palavras-chave e respectivos referenciais da Psicologia ou produções de psicólogos(as)
Palavras-Chave
Pesquisadores(as) psicólogos(as)
e respectivos referenciais de
trabalhos
Bordini (2014)
Gênero e sexualidade
Portalino (2017)
Gênero, género
Sexualidade e perversão
(psicanálise)
Mulheres Trans
Simião (2015)
Pessoas Transsexuais
Baptista (2017)
Costa (2015)
Saúde de travestis e mulheres
trans; Prostituição trans
Saúde
Miwa (2019)
Sujeito soropositivo
Violência Sexual contra meninos
David (2018)
Hohendorff (2016)
Violência Sexual contra crianças
e Adolescentes
Souza (2014)
Costa (2015)
Violência Doméstica
Violência Sexual contra
Adolescentes
Diversidad Sexual
Aborto
Masturbação Feminina
Identidade Sexual
Abuso sexual
Sentimentos sexuais na clínica
Casamento Infantil no Brasil
Rêgo
Martinho (2016)
Portalino (2017)
Rebouças (2015)
Baumel (2014)
Silva (2017)
Mozine (2017)
Pitanga (2016).
Pantoja (2019)
Fonte: elaborado pelos autores
137
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
Um detalhe importante no levantamento bibliográfico é o que
denominaremos de “Escalas de Sexualidade Humana”, para os estudos
e investigações em Educação Sexual. Eles são apresentados no Quadro
3, e incentivam o desenvolvimento de aplicações para fins de estudos
quali-quantitativos na área da Educação Sexual.
Quadro 3 – “Escalas da Sexualidade Humana” produzidas no campo da Psicologia para os estudos em Educação
Sexual
ESCALAS
REFERÊNCIAS
Escala de Personalidade de Comrey
(CPS)
Escala de Preconceito contra Diversidade Sexual e de Gênero-Revisada
Comrey et al. (1965); Comrey
(1970); Rodrigues (1973)
Costa et. al. , 2015; 2016
da Escala do Índice de Função Sexual
Feminina (Female Sexual Function
Index – FSFI)
Escala Mosher Abreviada de Culpa
Sexual
Escala Marlowe-Crowne de
Desejabilidade Social
Escala de Satisfação Sexual para
Mulheres
Escala de Bem-estar Subjetivo (EBES)
Pereira et al. (2009)
Rosen et al., 2000
Abramson; Mosher, 1975;
Janda; Bazemore, 2011
Evans, 1982; Gouveia et al.,
2009
Catão et al., 2010
Albuquerque; Tróccoli (2004)
e Pureza et al. (2012).
Fonte: elaborado pelos autores
Um trabalho de “fôlego” ainda por ser feito, envolve uma
Análise Documental (Cellard, 2008), nas disciplinas obrigatórias
destes programas, com o intuito de identificar os principais autores(as)
trabalhados, os textos desenvolvidos e o modelo das dinâmicas de
desenvolvimento destes temas. Isso auxiliaria em muito o trabalho de
orientação e o trabalho de investigação de iniciantes à pesquisa, tanto
na Psicologia, quanto na Educação, nas licenciaturas, em especial, a
Pedagogia.
Ao trabalho de “fôlego” referido anteriormente, soma-se, ainda, o
aprofundamento das temáticas, no período, nos recortes de níveis 1 (os
1.439 trabalhos) e 2 (o recorte em 100 trabalhos, distribuídos entre as
138
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
cinco universidades, para fins de leitura dos resumos), que estão na mira
dos pesquisadores(as) autores(as) e seus orientandos(as), com intuito de
estimular produções, a começar, na iniciação científica de psicólogos(as)
e novos e novas pesquisadores(as) na área da Educação Sexual.
Na ausência de indicação de periódicos no site da CAPES, sob o
mesmo descritor composto, a pesquisa não avança em outras bases de
dados como Google Acadêmico, por exemplo, por se perceber que, sob
este descritor, os trabalhos, quase em sua totalidade, indicam artigos
em Educação Sexual, todos voltados à Escola, o que “desencaminha”
a problemática e os objetivos da pesquisa de se delimitar a produção
em Educação Sexual, estritamente, na área da Psicologia e, portanto,
trabalhos produzidos por psicólogos(as) e em Programas de Psicologia.
Na conclusão se irá apontar os encaminhamentos para a pesquisa
em Educação Sexual e algumas contribuições que este estudo traz
à Educação, a partir da Psicologia; as ciências psicológicas deixam
à disposição da Educação, em especial a Educação Sexual um
importantíssimo apontamento sobre práticas em e sobre a sexualidade
humana.
CONCLUSÃO
Que encaminhamentos à pesquisa este texto pôde proporcionar à
formação inicial para pesquisadores(as) desde a graduação, em cursos
de psicologia e outras áreas afins, como a Educação?
• Encaminhamento 1: na área da Psicologia, sem a consideração
de áreas, como a Psicologia Social, Psicologia Escolar e outras denominações correlatas, na particularidade dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia brasileiros, as pesquisas em Educação
Sexual não se limitam aos espaços escolares e, aliás, nem todas
as Linhas dos Programas e as pesquisas localizadas na CAPES são
diretamente voltadas aos temas educacionais, o que permite, por
outro lado, o acesso destas pesquisas para transposições à Educação ou outras áreas afins; na Educação, particularmente, ao tema
do currículo, seja para a educação básica, seja para um currículo
de formação de professores(as) em Educação Sexual, inicial e continuada. Neste primeiro encaminhamento: as pesquisas e as instituições que mais produzem conhecimento em Educação Sexual,
na Psicologia, efetuam o avançar e a amplitude das temáticas em
139
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
sexualidade humana, englobadas numa visão e numa particulari-
dade, a particularidade das ciências psicológicas.
• Encaminhamento 2: Os Programas de Pós-Graduação pesquisados (os cinco primeiros que mais produzem nos temas da Educação Sexual) não possuem nas denominações das suas respectivas
Linhas de Pesquisa o termo “Educação Sexual”, mas estão ali seus
respectivos tópicos de reflexão, seus temas de estudo e problemáticas, como: violência contra crianças e mulheres – em maior número – gênero, feminilidades, masculinidades, direitos humanos,
pessoas trans, etc. Em nosso entendimento, as Linhas fazem grande
apreço ao campo das ciências psicológicas de modo amplo, não,
especificamente, de cunho escolar, apesar, de estarem presentes,
tanto nas Linhas, quanto em algumas ementas de disciplinas, constantes em seus sites, que não foram profundamente tratados, o que
se fará em outro produto textual dos autores, mas que ficam como
encaminhamentos de produção aos psicólogos(as), pedagogos(as)
e demais áreas que confluem para a área da Educação Sexual.
• Encaminhamento 3: Os temas recorrentes nestes cinco programas indicados sugerem três tendências que devem ser investigadas
em profundidade, da Iniciação Científica ao stricto sensu; recomendação tanto para psicólogos em formação, quanto de outras
áreas, como as licenciaturas (a Pedagogia), quais sejam: como
primeira tendência a temática da violência de gênero (violência e
abuso sexual a crianças e mulheres) e a própria questão de gênero,
de maneira, mais ampla, sempre no viés psíquico; segunda tendência: escalas de classificação e interpretação das sexualidades (algo
ausente nas pesquisas em Educação) e, como última tendência,
aspectos psíquicos pouco explorados na área da Educação Sexual,
especificamente, como masturbação, saúde coletiva, prazer feminino.
Que contribuições, os estudos e pesquisas em Psicologia aqui
apresentados podem ser efetivadas no direcionamento para outras áreas,
como a Pedagogia, inicialmente, mas, também para outras licenciaturas
no tratamento específico para a Educação Sexual?
140
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
• Contribuição 1: a relação de investigação “clínica x sala de
aula (educação escolar)”. a produção científica apresentada pelos
psicólogos(as) em formação de pesquisa, pode se estendida para
outras áreas, na medida e na limitação dos aspectos clínicos, específicos à área, bem como de seus respectivos aspectos teóricos,
muito específicos; tais elementos podem ser apropriados ao campo
da educação e da pedagogia, sobretudo, na máxima: a clínica não
é sala de aula e a sala de aula não é clínica. Mesmo assim, podem
se dar em interfaces. Muito do que a Psicologia pode nos oferecer,
enquanto práticas de intervenção social.
• Contribuição 2: Pesquisas entre as ciências psicológicas e as
ciências da educação. A principal contribuição que se quer apontar aqui é a especificidade da da pesquisa em Psicologia. Os pesquisadores(as) da Educação Sexual deverão observar e atentar para
estas especificidades e orientarem suas investigações, respeitando
estas especificidades, sobretudo, de autores referenciais de metodologias. Não se refere apenas às Escalas de mensuração em sexualidade humana indicadas neste texto, mas, fundamentalmente,
os referenciais teóricos das abordagens em Psicologia. Isso ajudará
em muito na produção de pesquisas aplicativas em Educação Sexual.
• Contribuição 3: A Educação Sexual é “tentada” a investigar mais
questões relativas ao “fora da escola”. A produção das ciências psicológicas nos trazem os mesmos temas da Educação Sexual, dos
estudos de gênero e sexualidade, de uma forma de ciência da psicologia, que, quase “nunca”, conforme nossos achados, não estão
nos espaços da escola, aparecem muito pouco. Desta forma, esta
terceira contribuição, a construímos como um dizer investigativo
para a Educação; que se invista mais em pesquisas em espaços
não escolares e “onde” estão demandas mais amplas que as estritamente voltadas para “conhecimentos” sobre sexualidade. No
lugar, uma ênfase na subjetividade dos sujeitos, em suas dimensões
de vida, de existência, de conflito, de angústia, etc., relativas à sexualidade.
141
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
Espera-se que o presente estudo “incite” e “excite” - como afirma
Foucault (1999) –, novas pesquisas em Educação Sexual, em áreas que
produzem conhecimento sobre as ciências da sexualidade, tal como
se propõe neste texto, explorando a produção de psicólogos e de
psicólogas, no campo da Psicologia. Que se evidenciem não apenas
as pesquisas, mas seus respectivos pesquisadores(as) e, sobretudo, as
inovações temáticas em curso, que trazem, para a Educação Sexual,
grandes subsídios para o espaço escolar e universitário, como também
para os espaços sociais mais amplos, promovendo, saúde, bem estar
e prazer em viver livre e emancipatoriamente a diversidade sexual, a
diversidade humana.
REFERÊNCIAS
ABRAMSON, P. R.; MOSHER, D. L.; Development of a measure of negative attitudes
toward masturbation. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 43(4), 485-490,
1975. Disponível em: < https://psycnet.apa.org/record/1975-27350-001 >. Acesso em
10 set. 2020.
ALBUQUERQUE, A. S.; TRÓCCOLI, B. T. Desenvolvimento de uma escala de bem-estar
subjetivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20 (2), 153-164, 2004. Disponível em: < https://
www.scielo.br/pdf/ptp/v20n2/a08v20n2.pdf >. Acesso em: 05 set. 2019.
ANTUNES, M. A. M. A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. 5.
ed. São Paulo. EDUC, 2014.
ASSUMPÇÃO JUNIOR, F.; ALMEIDA, T. Sexualidade, Cinema e Deficiência. São Paulo:
LMP Editora, 2008.
BAPTISTA, G. T. A. Bem-estar de pessoas transexuais: a contribuição da Psicologia
Positiva. 2017. 150 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal do
Espírito Santo, Vitória (ES), 2017.
BARROSO, C., BRUSCHINI, M. C. Educação sexual: debate aberto. São Paulo: Vozes,
1982.
BARROSO, C.; BRUSCHINI, M. C. (Orgs.). Sexo e juventude: como discutir a sexualidade
em casa e na escola. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BAUMEL, S. W. Investigando o papel da masturbação na sexualidade da mulher. 2014.
144 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória (ES), 2014.
BOCK, A.M.B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M,L. Psicologias: uma introdução ao estudo da
psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001.
142
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
BORDINI, G. S. As negociações da articulação entre gênero e sexualidade na interação
de jovens universitários. 2014. 215 f. Tese. (Doutorado em Psicologia) - Instituto de
Psicologia, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre, 2014.
BORGES, L. S.; CANUTO, A. A. A.; OLIVEIRA, D. P.; VAZ, R. P. (2013). Abordagens de
gênero e sexualidade na Psicologia: Revendo conceitos, repensando práticas. Psicologia:
Ciência e Profissão, 33(3), 730-745, 2013. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/
s1414-98932013000300016 >. Acesso em: 05 set. 2020.
CAMINO, L.; PEREIRA, C. R. O papel da Psicologia na construção dos direitos humanos:
análise das teorias e práticas psicológicas na discriminação ao homossexualismo.
Perfil, 13(13), 49-69, 2000. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S010237722013000100010 >. Acesso em: 05 set. 2020.
CATÃO, E. et al. Escala de Satisfação Sexual para Mulheres: Tradução, adaptação em
estudo preliminar com amostra clínica. Boletim de Psicologia, vol. 60, n. 133, pp.
181-190, 2010. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
abstract&pid=S0006-59432010000200005&lng=pt&nrm=iso >. Acesso em: 10 set.
2020.
COMREY, A. L. The Comrey Perwrullity Scale. San Diego, Educational & Industrial
Testing Service, 1970.
COMREY, A. L.; MESCHIERI, L.; MISITI, R.; NENCINI, R. A comparison of personality factor
structure in American and Italian subjects. Journal of Personality and Social Psychology,
1 (3), 257-261, 1965. Disponível em: < https://psycnet.apa.org/record/1965-10188-001
>. Acesso em: 05 set. 2019.
COSTA, A. B. Vulnerabilidade para o HIV em mulheres Trans: o papel da psicologia e o
acesso à saúde. 2015 163 f. tese. (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal do
Rio Grande Do Sul, Porto Alegre (RS), 2015.
COSTA, A. B.; BANDEIRA, D. R.; NARDI, H. C. Avaliação do preconceito contra diversidade
sexual e de gênero: Construção de um instrumento. Estudos de Psicologia, 32(2), 163172, 2015. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/0103-166X2015000200002 >.
Acesso em: 10 set. 2020.
COSTA, A. B.; MACHADO, W. L.; BANDEIRA, D. R.; NARDI, H. C. Validation study
of the revised version of the Scale of Prejudice Against Sexual and Gender Diversity in
Brazil. Journal of Homosexuality, 63(11), 1446-1463, 2016. Disponível em: < https://
doi.org/10.1080/00918369.2016.1222829 > . Acesso em: 10 set. 2020.
DAVID, G. H. F. Constituição do sujeito soropositivo e seus trajetos de (des) amor. 2017.
251 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, MG, 2017.
143
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
EKINS, R.; KING, D. The Transgender Phenomenon. London: SAGE, 2006.
EVANS, R. G. Clinical relevance of the Marlowe-Crowne scale: a review and
recommendations. Journal of Personality Assessment, 46(4), 415- 425, 1982. Disponível
em: <https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1207/s15327752jpa4604_14 >. Acesso
em: 10 set. 2020.
FIGUEIREDO, L.C. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis: Vozes, 1991.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade 1. Vontade de Saber. 13.ª Rio de Janeiro: Graal,
1999.
GADAMER, H. G. Verdade e método II: complementos e índice. Petropólis:Vozes, 2002.
GADAMER, H. G. Hermenêutica em retrospectiva. Petropólis: Vozes, 2012.
GADAMER, H. G. Verdade e método I: traços fundamentais de uma hermenêutica
filosófica. 15ª ed. Petropólis:Vozes, 2015.
GOUVEIA, V. V.; GUERRA, V. M.; SOUZA, D. M. F.; SANTOS, W. S.; COSTA, J. M. Escala
de desejabilidade social de Marlowe-Crowne: evidências de sua validade fatorial e
consistência interna. Avaliação Psicológica, 8(1), 87-98, 2009. Disponível em: < http://
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712009000100008 >.
Acesso em: 10 set. 2020.
HOHENDORFF, J. V. Dinâmica da violência sexual contra meninos. 2016. 128 f. Tese.
(Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
(RS), 2016.
JANDA, L. H.; BAZEMORE, D. The revised Mosher sex-guilt scale: its psychometric
properties and a proposed ten-item version. Journal of Sex Research, 48(4), 392–396,
2011. Disponível em: < https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00224499.2010.
482216 >. Acesso em: 10 set. 2020.
KELLER, F. A definição da Psicologia. São Paulo: E.P.U, 1970.
KUPFER, M.C. Educação para o futuro: psicanálise e educação. São Paulo: Escuta. 2007.
MARTINHO, L. O. P. Violência sexual contra adolescentes e sua relação com outras
violências. 2016. 72 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Pontifícia Universidade
Católica de Goiás, Goiânia, 2016.
MARX, M.H; HILLIX, W.A. Sistemas e teorias em Psicologia. São Paulo: Cultrix, 1976.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, Vozes, 1994.
MIWA, H. Y. C. A percepção do cuidado com a saúde de travestis e mulheres
transexuais vivenciando a prostituição na cidade de Manaus/AM: análise compreensiva
dos discursos. 2019. 90 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-
144
v. 16 • n. 2 • p. 121-146• jul./dez. 2020
Graduação em Psicologia - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019.
MOZINE, A. C. S. Adolescente sempre é vítima, mas, às vezes...: Representações sociais
sobre abuso sexual e compreensões de gênero para Conselheiros Tutelares de municípios
do ES. 2017, 150 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal do
Espírito Santo, Vitória, ES, 2017.
PANTOJA, C. M. F. Malcher. “Para inglês ver’’: sobre o casamento infantil em Belém do
Pará. 2019. 113 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós Graduação
em Psicologia - Universidade Federal do Pará, Belém, 2019.
PEREIRA, A. S. L. S.; MONTEIRO, M. B.; CAMINO, L. Estudo da validação das escalas de
crenças sobre a natureza da homossexualidade e de preconceito contra homossexuais.
Laboratório de Psicologia, 7(1), 21-32, 2009. Disponível em: < https://doi.org/10.14417/
lp.683 >. Acesso em: 10 set. 2020.
PITANGA, A. V. Conversas sobre sentimentos sexuais na relação terapêutica. 2016. 174
f. Tese. (Doutorado em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUCGOIÁS, Goiânia, 2016.
PORTALINO, E. A. Prejuicio contra diversidad sexual y de género en estudiantes
universitarios de Lima. 2017. 48 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade
Federal do Rio Grande Do Sul, Porto Alegre, RS, 2017.
POTTER, J.; WETHERELL, M. Discourse and social psychology. London: SAGE, 1997.
PUREZA, J. R.; KUHN, C, H. C.; CASTRO, E. K.; LISBOA, C. S. M. (2012). Psicologia
positiva no Brasil: uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas, 8(2), 109-117, 2012. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
php?script=sci_abstract&pid=S1808-56872012000200006&lng=pt&nrm=iso >. Acesso
em: 08 set. 2020.
REBOUCAS, M. E. S. S. Aborto: um fenômeno sem lugar. Uma experiência de plantão
psicológico a mulheres em situação de abortamento. 2015. 197 f. Tese. (Doutorado em
Psicologia) - Universidade Federal do Rio Grande Do Norte, Natal (RN), 2015.
RÊGO, S. F. M. (Re)contando histórias: relatos autobiográficos de violência doméstica,
abrigadas em Natal/RN. 2016. 148 f. Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal (RN), 2016.
REY, F.L.G. Pesquisa Qualitativa em Psicologia: caminhos e desafios. São Paulo, Pioneira
Thomson, 2005.
RODRIGUES, A. Manual para as Escalas de Personalidade de Comrey; manual, caderno
de itens, folhas de resposta e folhas de perfil. PUC/RJ, Departamento de Psicologia,
1973.
145
Diálogos Pertinentes – Revista Científica de Letras
ROSEN, R.C.; BROWN, C.; HEIMAN, J.; LEIBLUM, S.; MESTON, C.M.; SHABSIGH, R.;
FERGUSON, R.; D’AGOSTINHO JUNIOR, R. The Female Sexual Function Index (FSFI): a
multidimensinal self-report instrument for the assessment of female sexual function. J Sex
Marital Ther, 26(2)::191-208, Apr-Jun. 2000. Disponível em: < https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/10782451/ >. Acesso em: 10 set. 2020.
SAMPIERI, R.H.; COLLADO C.F.; LUCIO, M.D.P.B. Metodologia da Pesquisa. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
SILVA, O. R. M. Trajetórias de vida e mudança de identidade sexual: quando não se
encontra o pote de ouro no final do arco-íris. 2017, 121 f. Dissertação. (Mestrado em
Psicologia) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória (ES), 2017.
SIMIAO, A. R. M. Sexualidade e perversão na psiquiatria de krafft-Ebing. 2015. 268 f.
Dissertação. (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de
Fora, MG, 2015.
SOUZA, V. P. Violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes: o estado da
arte em periódicos em psicologia. 2014. 192 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia,
Sociedade e Qualidade de Vida) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
2014.
Recebido em: 18/11/2020
Aceite em: 01/12/2020
146