1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA
SANDRA DARUI
SÉRGIO ROBERTO DE MIRANDA LUNARDI
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À MANUTENÇÃO E GESTÃO
DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA:
ESTUDO DE CASO DO SETOR VILA SAFIRA DO
DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS DE PORTO
ALEGRE
ORIENTADOR: PROF. RONALDO DOS SANTOS DA ROCHA
CO-ORIENTADORA: PROFª. TATIANA SILVA DA SILVA
PORTO ALEGRE 2011
2
SANDRA DARUI
SÉRGIO ROBERTO DE MIRANDA LUNARDI
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À MANUTENÇÃO E GESTÃO DE REDES DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA:
ESTUDO DE CASO DO SETOR VILA SAFIRA DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL
DE ÁGUA E ESGOTOS DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre, 2011
3
SANDRA DARUI
SÉRGIO ROBERTO DE MIRANDA LUNARDI
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À MANUTENÇÃO E GESTÃO DE REDES DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA:
ESTUDO DE CASO DO SETOR VILA SAFIRA DO DEPARTAMENTO
MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS DE PORTO ALEGRE
Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Cartográfica apresentado na forma
de monografia ao Departamento de Geodésia do Instituto de Geociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do
título de Engenheiro Cartógrafo.
Banca Examinadora:
Profª. Andréia Lopes Ieschek
Instituto de Geociências/UFRGS
Prof. Alfonso Risso
Instituto de Pesquisas Hidráulicas/UFRGS
CONCEITO: ___________________
Porto Alegre, 22 de julho de 2011.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo
Mário, ao meu filho Gabriel e aos meus
pais: “Tudo vale a pena se a alma não é
pequena” (Fernando Pessoa). Sandra
Dedico este trabalho à minha família, por
toda a paciência ao longo destes anos em
que
minha
presença
foi
parcial
e,
especialmente, a minha amada esposa,
Lena, por todo o amor e apoio de uma
vida de dedicação e carinho. Sergio
5
AGRADECIMENTOS
Merecem agradecimento especial pela colaboração e auxílio na realização deste
trabalho:
- Setor de Levantamentos do DMAE na pessoa do Sr. Gilberto Pereira pelo
empréstimo dos equipamentos GPS;
- Colegas do DMAE, da Divisão de Planejamento: Fernando André Neuwald e
Rosana Oliveira da Rosa, pelo auxílio na obtenção dos documentos necessários das bases
cartográficas e pelas orientações valiosas;
- Chefe do Serviço de Conservação Rosângela Storniolo Mardini e Diretor da
Divisão de Água Flávio da Cunha Machado pelas informações prestadas e apoio para
execução do trabalho;
- Equipe de Pitometria do DMAE pelas informações da área de estudo;
- Equipe de Manobra pelo apoio logístico;
- Distrital Norte II de Água, em especial, os colegas Devanir Gonçalves, Vander
Carvalho Bittencourt, Paulo Nicanor dos Santos Amaral e Jorge Luiz Montierr dos Santos
pelo apoio logístico e pelo auxílio nas atividades da distrital nas ausências para os
levantamentos;
- Colega do DMAE José Carlos da Rosa (“ZéPS”), pelas orientações e localizações
precisas do cadastro de água da Vila Safira;
- Colegas do DMAE que responderam as pesquisas sobre o cadastro;
- Colegas da UFRGS Álvaro Belotto e Ricardo Furasté pelas orientações para o
nosso trabalho;
- Colegas da UFRGS Isadora Hauser e Gustavo Bledow pelo pronto levantamento e
fornecimento das informações da rede de referência municipal;
- Professores da UFRGS pelo apoio pedagógico e por não se restrigirem a
transmitir apenas conhecimento;
- Marilene Lunardi pelo apoio e incentivo nos trabalhos de campo, mesmo nas
condições mais adversas;
- Mário Luiz Lopes Reiss pelas dicas, esclarecimentos e apoio;
- Nossos familiares pelo apoio incondicional em todas as horas que precisávamos.
6
RESUMO
O presente trabalho propõe o uso de ferramentas de geoprocessamento para o
apoio ao gerenciamento da manutenção da rede de adução e distribuição de água no
Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre (DMAE). Foi realizado um
estudo de caso no setor de abastecimento Vila Safira, o qual representa um setor típico da
zona de expansão de urbanização da cidade. Foi verificada o cadastro técnico existente
para a área de estudos e georreferenciados os elementos visíveis da rede através da
integração Global Navigation Satellite System (GNSS) e Sistema de Informação Geográfica
(SIG). O banco de dados relacional em SIG foi criado na interface ArcCatalog do ArcGis
versão 9.3, utilizando aplicativos de personal geodatabase a partir das bases de dados
existentes no DMAE e na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Neste banco de dados foi
criada uma rede geométrica, permitindo o estabelecimento de relações espaciais entre as
feições com o uso da extensão Utility Network Analyst, o que possibilitou serem geradas as
ferramentas para análise da rede. Com a utilização do aplicativo geocoding, transformando
endereços físicos em coordenadas, foi possível integrar os dados de ocorrências registradas
no Serviço de Atendimento ao Cliente do DMAE para a área, no período de janeiro a maio
de 2010, nas análises. Efetuou-se também, através de simulações e filtragens no banco de
dados, a geração de mapas temáticos com as consultas sobre condições técnicas da rede
tais como: diâmetros, idade e material das tubulações; estatísticas de ocorrências por
endereço e logradouro; zonas de abrangência de manobras de registros e análise de
trechos de redes a serem isolados diante de ocorrências na rede. Os objetivos
estabelecidos para este estudo foram atingidos plenamente, já que as metodologias e os
produtos apresentados mostraram-se possíveis de serem implantados no ambiente atual do
DMAE, podendo gerar resultados significativos em produtividade e qualidade nos serviços
de operação e manutenção de redes de adução e distribuição de água.
Palavras-chave: Cadastro de Redes de Abastecimento de Água, Sistemas de Informação
Geográfica, SIG, GNSS, Banco de Dados.
7
ABSTRACT
This study proposes the use of geo-processing tools to support the management of
the supply and distribution of water in the City Water Department in the city of Porto Alegre
(Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre - DMAE). Through a case
study in the supply and distribution sector of Vila Safira, in the city of Porto Alegre, which is a
typical sector of the expansion zone of the city, there was verified the consistency of the
technical records for this field of studies, the visible elements geo-referred through the
integration of Global Navigation Satellite System (GNSS) and the Geographical Information
System (Sistema de Informação Geográfica - SIG). The relational database available
through SIG was created in the interface of ArcCatalog of ArcGis version 9.3, with the
concept of personal database from the existing bases at the Water Department (DMAE) and
at City Hall in Porto Alegre (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). In the database was
created a geometric network, allowing the establishment of spatial relationships between
features using the extension Utility Network Analyst, wich allowed to be generatet the tools
for network analysis. Using the geocoding application, transforming physical address into
coordinates, it was possible to integrate data from occurrences recorded in the Customer
Help Desk for that area at the Water Department (Serviço de Atendimento ao Cliente do
DMAE), during the period of January to May of 2010, in the analysis. Besides that, through
simulations and filtering of the database, theme maps were created with information
regarding technical conditions of the water network such as: diameter, age and material of
pipes; statistics of the occurrences by address and area; plans of action and records of the
network covered zone, and analysis of the parts of the network to be isolated during
occurrence of problems.The goals established for this study were fully met, since the
methodologies and products presenteds shown to be able to deployed in the current
environment of DMAE, wich can generate significant results in productivity and quality in the
operation services and maintenance of water supply and water distribution.
Keywords: Register of Water Supply and Network, Geographical Information System, SIG,
GNSS, Database, personal geodatabase, geometric network, geocoding, Utility Network
Analyst.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Estrutura básica do sinal GPS................................................................................31
Figura 2 - Segmento de Controle GPS...................................................................................32
Figura 3 - Configuração da Constelação GPS.......................................................................33
Figura 4 - Diferença de fase medida na Rece.ção do código.................................................34
Figura 5 - Arquitetura de um SIG............................................................................................39
Figura 6 - Representação vetorial e raster de um mapa temático no SIG.............................41
Figura 7- Sistema de abastecimento de água em planta e perfil...........................................44
Figura 8 - Gráficos demonstrativos das extensões de rede por material do sistema de
abastecimento de água de Porto Alegre................................................................................44
Figura 9 - Organograma do DMAE........................................................................................48
Figura 10- Regiões de abrangência das Distritais de Água..................................................48
Figura 11 - Situação e localização da Vila Safira...................................................................49
Figura 12 - Imagem da Vila Safira 2002 (Fonte: Google Earth).............................................50
Figura 13 - Imagem da Vila Safira 2009 (Fonte: Google Earth).............................................50
Figura 14 - Estação de Tratamento de Água São João.........................................................51
Figura 15 - Localização do Sistema São João e do Setor 5...................................................52
Figura 16 - Planta Cadastral 087............................................................................................53
Figura 17 - Planta Cadastral 097............................................................................................53
Figura 18 - Detalhe da adutora de entrada da Vila Safira......................................................54
Figura 19 - Croqui do Nó 16 da Planta Cadastral 087............................................................54
Figura 20 - Tubos de PEAD de diversos diâmetros...............................................................55
Figura 21 - Válvula redutora de pressão................................................................................55
Figura 22 - Válvula registro de gaveta....................................................................................56
Figura 23 - Hidrante de coluna...............................................................................................56
Figura 24 - Tap 1 “..................................................................................................................57
Figura 25 – Esquema mental com as fases do projeto..........................................................59
Figura 26 - Etapas para obtenção dos objetivos com o uso do SIG......................................60
9
Figura 27 - Fluxo de digitalização e compatibilização da adução e distribuição de água do
DMAE......................................................................................................................................61
Figura 28 - Exemplo de planta cadastral................................................................................62
Figura 29 - Exemplo de planta digital da base 1:1000 e imagem de satélite usados para
compatibilização da rede de adução e distribuição de água..................................................62
Figura 30 - Fluxo das alterações e atualização do cadastro das redes adutoras e
distribuidoras de água do DMAE............................................................................................63
Figura 31 - Mapa com a localização dos Geopinos da Vila Safira.........................................72
Figura 32 - Croqui 87/35.........................................................................................................73
Figura 33 - Croqui 87/15.........................................................................................................73
Figura 35 - Foto da Rua Heitor Saldanha x Av. Del Ely Correa Prado...................................75
Figura 36 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa x Av. Del Ely Correa Prado (1)................75
Figura 37 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa x Av. Del Ely Correa Prado (2)................76
Figura 38 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del Ely Correa Prado (1).....................................76
Figura 39 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del Ely Correa Prado (2).....................................76
Figura 40 - Foto da Rua Algemiro Antonio dos Santos x Av. Del Ely Correa Prado..............76
Figura 41 - Foto da Rua Regina de Araújo Rocha x Av. Del Ely Correa Prado.....................76
Figura 42 - Foto da Rua Marques Rebelo x Av. Del Ely Correa Prado..................................77
Figura 43 - Foto da Rua Justino Martins x Av. Del Ely Correa Prado ...................................77
Figura 44 - Foto da Rua Justino Martins x Rua Orígenes Lessa............................................77
Figura 45 - Organograma do DMAE.......................................................................................81
Figura 46 - Localização dos pontos levantados.....................................................................83
Figura 47 - Receptor Astech PROMARK II.............................................................................84
Figura 48 - Foto da Av. Del. Ely Correa Prado x Av. Protásio Alves (1).................................86
Figura 49 - Foto da Av. Del. Ely Correa Prado x Av. Protásio Alves (2).................................86
Figura 50 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa x Av. Del Ely Correa Prado (1)................86
Figura 51- Foto da Rua Nilson dos Santos Costa x Av. Del Ely Correa Prado (2)................86
Figura 52 - Foto da Rua Heitor Saldanha x Av. Del Ely Correa Prado...................................86
Figura 53 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del Ely Correa Prado..........................................86
10
Figura 54 - Foto da Rua Algemiro Antonio dos Santos x Av. Del Ely Correa Prado..............87
Figura 55 - Foto da Rua Regina de Araújo Rocha x Av. Del Ely Correa Prado.....................87
Figura 56 - Foto da Rua Marques Rebelo x Av. Del Ely Correa Prado..................................87
Figura 57 - Foto da Rua Justino Martins x Av. Del Ely Correa Prado....................................87
Figura 58 - Foto da Rua Justino Martins x Rua Orígenes Lessa............................................87
Figura 59 - Foto da Rua Moçambique x Av. Del. Ely Correa Prado.......................................87
Figura 60 - Atualização do polígono da área da Vila Safira...................................................89
Figura 61 - Processo de extração dos dados da Área de Estudo..........................................90
Figura 62 - Visualização do CONF_DEMAHB.pr via processador de textos.........................92
Figura 63 - Fluxo da geocodificação de eventos....................................................................93
Figura 64 - Estilo de endereços americano (A) e estilo de endereços brasileiros (B)............93
Figura 65 - Ficha de levantamento GPS do Geopino 5583....................................................95
Figura 66 - Ficha de levantamento GPS do Geopino 5584....................................................95
Figura 67 – Foto do Geopino 5583.........................................................................................95
Figura 68 – Foto do Geopino 5584.........................................................................................95
Figura 69 – Foto do levantamento GNSS do Geopino 5583.................................................96
Figura 70 – Foto do do levantamento GNSS do Geopino 5584.............................................96
Figura 71 - Relação Sinal/Ruído do ponto VS12 mostrando grande perda de sinal............104
Figura 72 – Estrutura dos planos de informação..................................................................106
Figura 73 – Grupos de camadas..........................................................................................107
Figura 74 - Criação do geodatabase pessoal.......................................................................108
Figura 75 - Fuxo de criação da rede geométrica..................................................................109
Figura 76 - Ferramentas do menu Utility Network Analyst...................................................110
Figura 77 - Regiões da rede com loop (região em vermelho)..............................................111
Figura 78 - Identificação de caminho entre duas bandeiras – quadrados verdes...............112
Figura 79 - Geração de produtos com o uso da geocodificação..........................................113
Figura 80 - Criação do localizador de endereços brasileiros simples..................................113
Figura 81 - Teste de Geocodificação via ArcMap.................................................................114
11
Figura 82 - Resultado da geocodificação com os parâmetros originais...............................115
Figura 83 - Resultado da geocodificação com os parâmetros alterados..............................116
Figura 84 - Logradouros não encontrados...........................................................................116
Figura 85 - Segmento da tabela de eventos do SAC DMAE................................................117
Figura 86 - Relatório de geocodificação de eventos do SAC...............................................117
Figura 87 - Localização de quatro eventos na Rua Missioneiros 60....................................118
Figura 88 - Representação da freqüência de eventos por endereço...................................118
Figura 89 - Propriedades do localizador de endereços........................................................119
Figura 90 - Eventos localizados por endereço.....................................................................120
Figura 91 - Detalhes das ocorrências por endereço.............................................................121
Figura 92 - Eventos por endereço sobre a rede por Idade...................................................121
Figura 93 - Eventos por logradouro e a idade da rede.........................................................122
Figura 94 – Materiais utilizados na rede (em detalhe um segmento ampliado)...................123
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Normas Brasileiras consultadas............................................................................23
Tabela 2 - Estrutura dos documentos do SGD.......................................................................24
Tabela 3 - Métodos de posicionamento e precisão das coordenadas...................................37
Tabela 4 - Representação dos planos de informação............................................................42
Tabela 5 - Dados do abastecimento de água de Porto Alegre...............................................45
Tabela 6 - Características gerais dos sistemas de abastecimento de água de
Porto Alegre ...........................................................................................................................45
Tabela 7 - Sistemas de abastecimento de água de Porto Alegre..........................................46
Tabela 8 - Dados do Sistema São João.................................................................................52
Tabela 9 - Dados de abastecimento da Vila Safira................................................................52
Tabela 10 - Arquivos formato shapefile..................................................................................64
Tabela 11 - Arquivos formato PNG.........................................................................................69
Tabela 12 - Arquivos formato DWG........................................................................................70
Tabela 13 - Geopinos da Rede de Referência Planialtimétrica do Bairro Mário Quintana.....71
Tabela 14 - Relação dos nós da rede de abastecimento da Vila Safira.................................74
Tabela 15 - Padrões de Exatidão Cartográfica.......................................................................80
Tabela 16 - Escopos, processos e ações envolvidas com o cadastro de água.....................82
Tabela 17 - Shapefiles selecionados......................................................................................90
Tabela 18 - Estilos brasileiros de geocodificação de endereços e suas variáveis.................94
Tabela 19 – Entrevistas sobre precisão cadastral..................................................................97
Tabela 20 – Critérios e valores para exatidão......................................................................101
Tabela 21 - Níveis de obstrução dos pontos........................................................................102
Tabela 22 - Vetores de base pós-processados....................................................................103
Tabela 23 - Coordenadas dos pontos em UTM WGS64......................................................105
Tabela 24 - Coordenadas ajustadas dos Geopinos 5583 e 5584........................................106
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A/D – Analógico/Digital
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AS - Anti-Spoofing
C/A - Coarse Acquisition
CA – Córrego Alegre
CAD - Computer Aided Design
CCGB - Comissão da Carta Geral do Brasil
CD - Compact Disc
DICA - Distrital Centro de Água
DILA - Distrital Leste de Água
DINA – Distrital Norte de Água
DISA - Distrital Sul de Água
DL – Divisão de Levantamentos
DMAE – Departamento Municipal de Água e Esgotos
DoD - Department of Defense
DT - Diferença de fase
DVA – Divisão de Água
DVD - Digital Versatile Disc
DVL - Divisão de Planejamento
DVO - Divisão de Obras
DWG – Extensão de arquivo AutoCAD
E – Este
EBA – Estação de Bombeamento de Água
EBAB - Estação de Bombeamento de Água Bruta
EBAT - Estação de Bombeamento de Água Tratada
ETA – Estação de Tratamento de Água
FC – Fibrocimento
FD - Ferro Dúctil
FF - Ferro Fundido
FI – Frequência Inferior
GA - Ground Antenas
GNSS - Global Navigation Satellite System
GPS - Global Positioning System
GPST – GPS Time
14
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ID – Identificador
IDG - Instrução da Direção Geral
IGS – International GNSS Service
ISO – International Organization for Standardization
IT – Instrução de Trabalho
ITRF - International Terrestrial Reference Frame
k – Estado do relógio do receptor GPS
K0 – Fator de escala para o meridiano central de um fuso
L – Onda gerada pelo receptor GPS
L1 – Freqüência de onda portadora 1575,42 MHz
L2 – Freqüência de onda portadora 1227,60 MHz
L2C – Freqüência de onda portadora 1227,60 MHz
L5 – Freqüência de onda portadora 1176,45 MHz
L5C - Freqüência de onda portadora 1176,45 MHz
MCS - Master Control Station
METROPLAN – Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional
MG – Manual de Gestão
MS - Monitoring Stations
N – Norte
NAVSTAR - Navigation System using Time And Ranging
NBR - Norma Brasileira
NM - Norma de Material
NP – Norma de Projeto
NS – Norma de Serviço
NTS – Network Time System
P - Código GPS
p - Estado do relógio do satélite GPS
PC - Personal Computer
PDAE - Plano Diretor de Água e Esgotos de Porto Alegre
PDF – Portable Document Format
PDOP - Dilution Of Precison
PEAD - Poliestireno Extendido de Alta Densidade
PEC - Padrão de Exatidão Cartográfica
PG – Procedimento de Gestão
PI – Plano de Informação
PMPA - Prefeitura Municipal de Porto Alegre
15
PNG – Portable Network Grafhics
POAL – Estação da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo localizada em Porto Alegre
PRN - Pseudorandom Noise Code
PROCEMPA - Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre
PVC - Cloreto de Polivinila
R.PR – Resolução do IBGE
RAM - Random Access Memory
RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo
RRPM - Rede de Referência Planialtimétrica do Município
SAC – Sistema de Atendimento ao Cliente
SAD69 – South American Datum 1969 (Datum Sul Americano de 1969)
SCA - Sistema Comercial de Água do DMAE
SCA – Sistema de Controle Ativo
SCLA - Seção de Lançamento de Redes
SGB - Sistema Geodésico Brasileiro
SGBD - Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SGR - Sistema Geodésico de Referência
SGS – Sistema de Gestão do DMAE
SHP – Extensão de arquivo no formato shapefile
SI – Sistema Inercial
SIG - Sistema de Informações Geográficas
SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SMAR – Estação da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo localizada em Santa Maria
SPM - Secretaria de Planejamento Municipal
SQL - Linguagem de Consulta
ST – Sistema Terrestre
STCA - Setor de Cadastro de Água
STMR/A - Setor de Manobras de Registros da Divisão de Água
SV - Space Vehicle
SVC - Serviço de Conservação de Água
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UHF - Ultra High Frequency
UTC - Tempo Universal Coordenado
UTM - Universal Transversa de Mercator
WGS72 - World Geodetic System 1972
WGS84 - World Geodetic System 198
γ - Ponto vernal
16
ÍNDICE
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 18
1.1
Contexto atual dos serviços de abastecimento de água do DMAE .......................................... 18
1.2
Objetivos .................................................................................................................................... 20
1.3
Justificativa ................................................................................................................................ 21
1.4
Estrutura do trabalho ................................................................................................................. 22
2
2.1
REVISÃO TEÓRICA ...................................................................................................................... 23
Normas técnicas ........................................................................................................................ 23
2.1.1
Normas brasileiras .............................................................................................. 23
2.1.2
Normas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre ............................................... 23
2.1.3
Normas do DMAE ............................................................................................... 23
2.2
Projeções Cartográficas e Sistema de Referência ................................................................... 25
2.3
Levantamento topográfico ......................................................................................................... 27
2.3.1
2.4
2.5
Levantamentos GNSS ........................................................................................ 28
Sistemas de informações geográficas ...................................................................................... 37
2.4.1
Modelos conceituais do espaço e estruturas de dados em SIG ........................ 40
2.4.2
Planos de informação ......................................................................................... 42
Sistemas de abastecimento de água urbanos .......................................................................... 43
2.5.1
Características dos serviços de abastecimento de água de Porto Alegre ......... 44
3
ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................................... 49
4
MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................. 58
4.1
Materiais e equipamentos ......................................................................................................... 60
4.2
Estrutura de dados e fontes de informação .............................................................................. 61
4.3
Avaliação da rede geodésica municipal e informações cadastrais ........................................... 70
4.4
Definição dos requerimentos de acuracidade ........................................................................... 78
4.4.1
Definição da acuracidade com base nas necessidades dos usuários ............... 78
4.4.2
Definição da precisão com base no padrão de exatidão cartográfica ............... 79
4.5
Definição do perfil dos usuários do cadastro ............................................................................ 81
4.6
Levantamento geodésico dos pontos de interesse ................................................................... 83
17
4.7
5
Desenvolvimento do banco de dados em SIG .......................................................................... 88
4.7.1
Preparação dos shapefiles ................................................................................. 88
4.7.2
Processo de geocodificação ............................................................................... 92
RESULTADOS OBTIDOS.............................................................................................................. 95
5.1
Avaliação da rede geodésica municipal e informações cadastrais ........................................... 95
5.2
Nível de acuracidade adotado................................................................................................... 96
5.3
Perfil dos usuários do cadastro ............................................................................................... 102
5.4
Levantamento geodésico dos pontos de interesse ................................................................. 102
5.5
Banco de dados em SIG com ferramentas para auxiliar na manutenção das redes de água 106
5.5.1
Organização dos layers (planos de informação) .............................................. 106
5.5.2
Criação do geodatabase e da rede geométrica ............................................... 108
5.5.3
Ferramentas de simulação utilizando a rede geométrica................................. 110
5.5.4
Geocodificação ................................................................................................. 113
5.5.5
Produtos e consultas do SIG para subsídios na gestão da manutenção de redes
de água do DMAE ........................................................................................................................ 119
5.5.6
6
Avaliação da acuracidade................................................................................. 127
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 128
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 131
ANEXOS .............................................................................................................................................. 138
ANEXO 1 - RELATÓRIO DO PROCESSAMENTO GNSS DOS GEOPINOS MEDIDOS PELO
CONVÊNIO UFRGS ............................................................................................................................ 138
ANEXO 2 – MAPA TEMÁTICO DAS OCORRÊNCIAS GEOCODIFICADAS POR ENDEREÇO DO
SAC 115 .............................................................................................................................................. 140
ANEXO 3 – PLANILHA DE OCORRÊNCIAS DO SAC 115 ............................................................... 142
18
1 INTRODUÇÃO
O controle dos sistemas de abastecimentos urbanos é uma questão de máxima
relevância na gestão dos recursos hídricos, não só pelos aspectos ecológicos e econômicos
envolvidos, mas também por questões de Saúde Pública e disponibilidade do serviço à
população cuja necessidade é de universalização do abastecimento.
A falta de um cadastro adequado e de processos preventivos para a manutenção
da rede de abastecimento aumenta a necessidade de eficiência e rapidez nas ações
corretivas, acarretando em aumento nos custos operacionais das empresas.
As geotecnologias, principalmente, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
baseados em dados de um cadastro confiável, podem ser utilizados como ferramentas na
gestão, tanto em programas de prevenção de perdas e controle de fugas, quanto em bases
de ações corretivas, foco deste trabalho.
1.1
Contexto atual dos serviços de abastecimento de água do DMAE
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) é uma autarquia da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre - PMPA responsável pelo abastecimento de água,
coleta e tratamento de esgotos do município de Porto Alegre.
Nos últimos anos o DMAE, vem enfrentando o desafio de aumentar sua eficiência,
produtividade e qualidade a fim de garantir os recursos necessários para operar e ampliar os
seus serviços. Com esses objetivos, o DMAE implantou, em abril de 2006, o Sistema de
Gestão do DMAE (SGD) que é um conjunto de projetos para desenvolver a gestão por meio
da liderança e das equipes, do aperfeiçoamento dos padrões de trabalho e dos mecanismos
de controle dos resultados, para melhorar continuamente o desempenho dos processos
mais importantes.
Como resultado do SGD, foi certificada a Gestão da Água de acordo com a NBR
ISO 9001:2000, envolvendo os seguintes escopos:
•
Tratamento de Água (2007);
•
Armazenamento e Distribuição de Água Potável (2008);
•
Expansão das Redes de Distribuição de Água Potável (2008).
O processo de Armazenamento e Distribuição de Água envolve dois subprocessos:
•
Distribuição de água;
•
Manutenção de Redes de Abastecimento.
19
Dentro do subprocesso de Manutenção de Redes de Abastecimento existem
diversas atividades cujas diretrizes estão descritas no Manual de Gestão do DMAE:
programação de serviços, revisão de hidrantes, execução dos serviços de manutenção,
conclusão do serviço de manutenção, pesquisa de vazamentos e investigações diversas,
repavimentação, atualização do cadastro da rede de água, tratamento das reincidências de
vazamentos. Essas atividades são demandadas pelas ocorrências informadas pelos
usuários através do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC 115), pelo próprio DMAE e
pelos demais órgãos da PMPA e seu atendimento deve ser feito de forma a minimizar o
tempo de resposta e solucionar os problemas com eficácia.
Visando a melhoria contínua do subprocesso de Manutenção, diversas ações foram
implantadas, tais como: padronização dos procedimentos; elaboração de Normas de
Serviço, Procedimentos de Gestão e Instruções de Trabalho; implantação do Sistema 5S’s;
capacitação das equipes com metodologia On The Job Training; atualização do SAC 115,
dentre outras.
A atualização do SAC 115 tornou possível a consulta de um mapa georreferenciado
com as informações dos locais onde foram registradas ocorrências de serviços de água
(faltas, fugas, problemas de qualidade e ligações de água), manobras de válvulas e
registros, serviços de esgoto e repavimentação, além de consultas aos projetos e obras em
andamento no âmbito do DMAE no município de Porto Alegre. O referido mapa pode ser
acessado on line e suas informações são atualizadas a cada 15 (quinze) minutos.
Apesar de sua utilidade, o mapa não permite promover consultas, relatórios e
operações mais detalhadas que possam auxiliar no gerenciamento da manutenção do
sistema de abastecimento.
Para acessar o cadastro de água, por exemplo, é necessário consultar plantas e
croquis em meios analógicos ou digitalizados através de outros sistemas e aplicativos.
O DMAE também vem desenvolvendo atividades de geoprocessamento em
conjunto com os demais órgãos da PMPA e nas suas divisões, de forma isolada, mas essas
ações não contemplam a manutenção dos sistemas de abastecimento.
Realizando uma entrevista com profissionais das áreas operacional, de
planejamento, de levantamentos e obras, usuárias do cadastro de redes de água foram
identificados e relatados problemas e necessidades quanto às informações cartográficas e
geográficas disponíveis para consulta:
•
O cadastro não acompanha as alterações ocorridas nas redes de adução e
distribuição e as intervenções realizadas pelo próprio DMAE, PMPA e terceiros na
infraestrutura da cidade;
20
•
Há uma sensação de insegurança para elaboração de projetos e execução de
serviços na rede de água com relação ao posicionamento horizontal e vertical, material e
diâmetro da mesma;
•
Os usuários que realizam alterações no sistema de abastecimento de água
muitas vezes não as registram nem encaminham para atualização;
•
Alguns usuários não utilizam cadastro por não confiarem nos dados e
referências cartográficas apresentados, preferem sondar ou consultar as pessoas que já
trabalharam anteriormente no local;
•
Utilização inadequada de geotecnologias aplicadas que auxiliem na
manutenção das redes de água.
Diversas técnicas cartográficas podem ser empregadas para apoiar a manutenção
do sistema de abastecimento de água utilizando programas computacionais e softwares,
além do emprego de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que podem auxiliar no
planejamento e gerenciamento das atividades operacionais necessárias para continuidade
do abastecimento de água, mas atualmente este potencial do SIG não está plenamente
implementado nesta área.
1.2
Objetivos
O presente projeto tem como objetivos gerais a aplicação de ferramentas e
metodologias de geoprocessamento para auxiliar no planejamento e gestão de redes de
abastecimento de água do DMAE.
Os objetivos específicos a serem atingidos na área piloto são:
•
Revisão, atualização e otimização do cadastro de redes de água na área de
estudo de caso;
•
Delimitação das zonas de abastecimento e das zonas de abrangência das
válvulas e registros;
•
Criação de um banco de dados georreferenciado das redes de água;
•
Elaboração de rotinas de SIG com ferramentas de auxílio à manutenção das
redes de água;
•
Realização de um estudo para estabelecimento de padrões de precisão para
elaboração do cadastro de água.
21
1.3
Justificativa
Considerando a necessidade de melhorar a eficiência no atendimento às
ocorrências na rede de abastecimento, redução de custos, otimização de recursos e
redução de tempo de interrupção de fornecimento de água à população, torna-se desejável
o aporte de metodologias que utilizem geotecnologias pelo DMAE no processo de
manutenção de redes de água.
O gerenciamento da manutenção da rede de abastecimento de água necessita de
ferramentas computacionais que auxiliem na tomada de decisões de maneira rápida e
eficaz, pois o abastecimento contínuo de água depende diretamente das equipes de
conservação das redes e das informações disponíveis para as mesmas.
Dessa forma, as ferramentas de geoprocessamento possibilitam:
•
Auxiliar na localização geográfica precisa das ocorrências na rede de
abastecimento de água;
•
Fornecer o cadastro atualizado georreferenciado e com a precisão necessária
das redes de água;
•
Permitir o acesso a informações estratégicas tais como: material, diâmetro e
situação da rede de distribuição; vazão e pressão de abastecimento; pontos de coleta de
amostras de água para análise da qualidade; localização, condição e pressão dos hidrantes,
válvulas e ventosas.
•
Simular manobras operacionais de válvulas e registros;
•
Auxiliar na detecção de áreas com problemas de abastecimento e faltas de
•
Fornecer subsídios para determinação de áreas com necessidade de
água;
manutenção preventiva ou substituição de redes, antecipando a identificação dos problemas
(sem necessidade de que sejam comunicados pelos usuários quando ocorrem);
•
Permitir cruzamentos de dados pelo acesso simultâneo aos níveis de
informação;
•
Proporcionar atualização mais fácil (atualmente pode levar até 6 meses para
alterações cadastrais);
•
Dar subsídios para a melhoria contínua do processo de manutenção de redes;
•
Possibilitar a priorização de investimentos baseados em critérios técnicos
obtidos a partir das informações obtidas;
•
Reduzir custos de operação e manutenção do sistema evitando desperdício
de tempo, material, mão de obra, escavações e sondagem desnecessárias, deslocamentos,
perdas de água, dentre outros, através do planejamento e gerenciamento mais eficazes;
22
•
Auxiliar no atendimento aos usuários internos e externos do DMAE, agilizando
a atuação das equipes de conservação, cuja meta atual (2011) é atender no mínimo 96%
das ocorrências em até 24 horas.
1.4
Estrutura do trabalho
O trabalho foi dividido em 5 (cinco) seções:
Na Introdução estão apresentadas as considerações iniciais contextualizando os
serviços de abastecimento de água do DMAE. Também são estabelecidos os objetivos
gerais e específicos do trabalho, bem como as justificativas para sua execução.
Na seção Revisão Teórica foi feita a revisão dos temas abordados visando
subsidiar as metodologias empregadas para execução das etapas. O capítulo está
subdividido nos temas: Normas Técnicas, Projeções Cartográficas e Sistemas de
Referência, Levantamento Topográfico, Sistema de Informação Geográfica e Sistema de
Abastecimento de Água Urbano.
Na Área de Estudo está caracterizado o local da área de estudo, apresentando as
informações sociais e de localização.
Materiais e Métodos descreve os materiais e métodos utilizados, sendo a
metodologia subdividida de acordo com as suas fases de desenvolvimento: Estrutura de
Dados e Fonte de Informação, Avaliação da Rede Geodésica Municipal e Informações
Cadastrais, Definição dos Requerimentos de Acuracidade, Definição dos Usuários do
Cadastro, Levantamento Geodésico dos Pontos de Interesse, Desenvolvimento do Banco de
Dados em SIG.
Na seção Resultados são apresentados os resultados alcançados, subdivididos
em itens, conforme o desenvolvimento dos métodos executados.
Em Conclusões e Recomendações são analisados os resultados em função dos
objetivos estabelecidos, assim como são apresentadas as recomendações dos autores.
Na Revisão Bibliográfica foram citadas as fontes de referência consultadas para
elaboração do trabalho.
Nos Anexos estão incluídos os documentos necessários para o acompanhamento
do trabalho, bem como os mapas temáticos produzidos para a visualização de produtos
cartográficos gerados.
23
2
REVISÃO TEÓRICA
2.1
Normas técnicas
Para realização dos trabalhos cartográficos, geodésicos, topográficos e cadastrais
foram consultadas as normas técnicas e a legislação estabelecida pelos órgãos
competentes, no âmbito federal, estadual e municipal, além de normas de outras empresas
de saneamento e a seguir estão apresentadas aquelas utilizadas para elaboração deste
trabalho.
2.1.1
Normas brasileiras
Foram consultadas as Normas Brasileiras (NBR) da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), apresentadas na Tabela 1, para realização do projeto:
Tabela 1 - Normas Brasileiras consultadas
NORMA
ENUNCIADO
NBR 13133/94 Execução de levantamento topográfico
NBR 14166/98 Rede de referência cadastral municipal - Procedimentos
NBR 12586/92 Cadastro do sistema de abastecimento de água
NBR 12211/92 Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água
NBR 12218/94 Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público
2.1.2
Normas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre
Foi utilizado como referência para levantamentos plani-altimétricos o Decreto
Municipal N° 8353 de 1983 que dispõe sobre atividades topográficas e cartográficas
ocorrentes no município de Porto Alegre.
2.1.3
Normas do DMAE
Conforme citado anteriormente, visando modernizar a sua gestão, o DMAE
implantou, em abril de 2006, o Sistema de Gestão do DMAE (SGD) que é um conjunto de
projetos para desenvolver a gestão por meio da liderança e das equipes, do
24
aperfeiçoamento dos padrões de trabalho e dos mecanismos de controle dos resultados,
para melhorar continuamente o desempenho dos processos mais importantes.
Como resultado do SGD, foi certificada, de acordo com a NBR ISO 9001:2000, a
Gestão da Água sendo que uma das atividades condicionantes para obtenção da
certificação ISO 9001:2000 foi o estabelecimento de padrões e normas relativos aos
processos envolvidos. Dessa forma, foram elaborados documentos para cada processo
envolvido no SGD.
A documentação do SGD foi estruturada de acordo com os níveis hierárquicos da
Tabela 2:
Tabela 02 - Estrutura dos documentos do SGD
MG – Manual de Gestão: documento que contém o escopo do SGD, política,
objetivos da qualidade, identificação dos processos e suas diretrizes no SGD;
PG – Procedimentos de Gestão: documentos que estabelecem os procedimentos
dos processos do SGD e detalham as diretrizes no MG;
IT – Instruções de Trabalho: documentos que detalham partes específicas
(atividades ou subatividades) dos procedimentos;
NP, NM e NS – Norma de Projeto, Material e Serviço: documentos que padronizam
a especificações de materiais a serem recebidos; os projetos a serem executados,
fiscalizados ou aprovados e os serviços a serem executados e fiscalizados pelo
DMAE. Essas normas compõem o Caderno de Encargos do DMAE;
Manuais: documentos estabelecidos através de Instruções da Direção Geral (IDG)
sobre assuntos específicos do Departamento;
Registros: documentos que contém resultados ou evidências obtidos de
atividades realizadas;
Documentos complementares: informações que complementam os demais
documentos.
Fonte: Manual de Gestão do DMAE, 2010
Os documentos do SGD consultados foram:
•
•
Manual de Gestão do DMAE versão 2010;
PG013 - Procedimento para elaboração e fiscalização de projetos da Divisão
de Planejamento;
•
NP001 – Levantamentos Topográficos;
25
2.2
•
NS007 – Locação e Sondagem para Redes de Água e Esgoto;
•
PG014 - Procedimento de Fiscalização de Obras;
•
NS022 – Cadastramento de Redes de Água;
•
NP005 – Graficação de Projetos.
Projeções Cartográficas e Sistema de Referência
Porto Alegre, bem como a maioria dos municípios da sua Região Metropolitana,
possuem seus mapas desenvolvidos na Projeção de Gauss-Krüger, amarrados ao Sistema
Geodésico da Comissão da Carta Geral do Brasil (CELESTINO et al., 2006) sendo o Datum
planimétrico o Observatório da Comissão da Carta Geral do Brasil, com localização e
coordenadas desconhecidas. O Datum altimétrico é o Marégrafo de Torres.
Segundo consta em ROCHA(1998):
4.2.1 Projeção Gauss -Krüger - Porto Alegre
A projeção Gauss-Krüger foi implantada na região metropolitana de Porto
Alegre,RS nos anos 70, para mapeamentos nas escalas de 1/15.000, 1/5.000 e 1/1.000.
Possui as seguintes características:
1-
Transversa de Mercator com fusos de três graus de amplitude em longitude e
cilindro tangente;
2-
Projeção conforme (preserva os ângulos em pequenas regiões)
3-
Origem das coordenadas Norte: no equador;
4-
Origem das coordenadas Leste: meridiano central de 51° oeste de
Greenwich;
5-
Unidade de medida: metro
6-
Falso Norte (N): 5.000.000,00 metros;
7-
Falso leste (E): 200.000 metros;
8-
Fator de escala para o meridiano central (K0) = 1,00000 (cilindro tangente no
meridiano central)
Toda e qualquer atividade de cunho topográfico ou cartográfico realizado no
município de Porto Alegre deve seguir o que consta no Decreto Municipal Nº 8353 de 1983,
isto é, utilizar a Rede de Referência Planialtimétrica do Município (RRPM).
O mapeamento sistemático do Braisl teve sua origem no início do século XX, mais
precisamente em 1903, quando Porto Alegre foi escolhida para ser a sede da Comissão da
Carta Geral do Brasil (CCGB), que tinha como um dos seus principais objetivos a
26
implantação de uma rede geodésica que servisse de apoio ao mapeamento sistemático do
país .
“O último mapeamento sistemático do município de Porto Alegre foi realizado em
1982. O levantamento aerofotogramétrico foi realizado na escala 1:5.000, cobrindo uma
área aproximada de 500 km², e a restituição foi executada na escala 1:1.000”.( ROCHA,R.S.
et all 2008).
Atualmente a rede de referência do município de Porto Alegre está materializada
em cerca de 2500 pinos metálicos, monumentalizados ao longo de vias públicas, mas que
continuam tendo suas coordenadas referidas ao sistema geodésico de referências CCGB.
A amarração da RRPM ao CCGB contraria a NBR 14166 - Rede de Referência
Cadastral Municipal – Procedimento, pois impossibilita sua integração ao Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB).
“Rede de Referência Cadastral: Rede de apoio básico de âmbito municipal para
todos os serviços que se destinem a projetos, cadastros ou implantação e gerenciamento de
obras, sendo constituída por pontos de coordenadas planialtimétricas, materializados no
terreno, referenciados a uma única origem (Sistema Geodésico Brasileiro - SGB) e a um
mesmo sistema de representação cartográfica, permitindo a amarração e conseqüente
incorporação de todos os trabalhos de topografia e cartografia na construção e manutenção
da Planta Cadastral Municipal e Planta Geral do Município, sendo esta rede amarrada ao
Sistema Geodésico Brasileiro (SGB); fica garantida a posição dos pontos de representação
e a correlação entre os vários sistemas de projeção ou representação. (NBR 14166 -1998).”
O SGB é caracterizado pelo conjunto de estações que representam o controle
horizontal e vertical necessários à localização e representação cartográfica no território
brasileiro. Estabelecer e manter o sistema são responsabilidades do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE através de seu Departamento de Geodésia.
Durante cerca de vinte anos, da década de 50 até 70 do século passado, o Datum
adotado para o SGB foi o Datum Córrego Alegre (CA), com origem no vértice Córrego
Alegre. Posteriormente, visando melhorias técnicas, e por breve período, foi usado o Astro
Datum Chuá, que tinha como origem o vértice Chuá. Ambos os Datum tinham como
superfície de referência o Elipsóide Internacional de Hayford de 1924.
O Datum Sul Americano de 1969 (SAD 69), que tem como superfície de referência
o elipsóide internacional de 1967, foi adotado pelo Brasil no final dos anos 70, tendo como
origem o vértice de Chuá. A utilização do SAD 69 como sistema de referência único para a
América do Sul, foi recomendada em 1969.
Apesar das 5000 estações cujas coordenadas geodésicas estão referidas ao SAD
69, e mais de trinta anos de utilização, ainda são encontrados inúmeros documentos
cartográficos e coordenadas referidas ao Córrego Alegre.
27
Em 2005, através da Resolução (R. PR - 1/2005), o IBGE iniciou o período de
transição de dez anos para o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS), concebido para ser o Sistema Geocêntrico único para as Américas que é
considerada uma das redes continentais mais precisas do mundo. Outra característica
importante do SIRGAS, além de ser Geocêntrico, é sua compatibilidade, em termos
cartográficos, ao World Geodetic System (WGS84), pois a diferença entre coordenadas
obtidas para um mesmo ponto nos dois sistemas é menos do que 10 centímetros.
Através de seu site e de publicações especializadas, o IBGE tornou público os
parâmetros necessários para a transformação de coordenadas de SAD69 para SIRGAS,
assim como de SIRGAS para SAD69. Para coordenadas em Córrego Alegre é necessário
primeiro convertê-las para SAD69 e, posteriormente, para SIRGAS.
No caso das coordenadas obtidas no CCGB, como em Porto Alegre e outros
municípios da região metropolitana, não há como transformá-las para SIRGAS, pois para a
geração dos parâmetros de transformação são necessárias as informações completas do
Datum planimétrico, que foram perdidas.
Ao longo do trabalho será discutida a metodologia e os trabalhos executados para
desenvolver procedimentos para obtenção de parâmetros de transformação para dados
cartográficos, que atualmente estão no Sistema Cartográfico Municipal de Porto Alegre, para
SIRGAS a fim de que o projeto atenda as recomendações do IBGE.
2.3
Levantamento topográfico
A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição
relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura
resultante da esfericidade terrestre. Isso equivale a projetar sobre um plano, que se supõe
horizontal, não só os limites da superfície a representar como todas as particularidades
notáveis, naturais ou artificiais do terreno (ESPARTEL, 1977).
Levantamento topográfico é um conjunto de operações necessárias para a
determinação da posição relativa dos pontos na superfície terrestre. Esta determinação se
dá a partir do levantamento de pontos planimétricos e altimétricos, através de medidas
angulares e lineares, com o uso de equipamentos apropriados.
Durante um levantamento topográfico normalmente são determinados pontos de
apoio ao levantamento (pontos planimétricos, altimétricos ou planialtimétricos), e a partir
destes, são levantados os demais pontos que permitem representar a área levantada. A
primeira etapa pode ser chamada de estabelecimento do apoio topográfico e a segunda de
levantamento de detalhes.
28
A operação de coleta dos dados necessários para a elaboração de uma planta ou
carta topográfica de uma área é designada por levantamento topográfico. Os levantamentos
topográficos podem ser executados utilizando:
•
Os métodos clássicos da Topografia, que se baseiam fundamentalmente na
medição de ângulos e distâncias recorrendo a instrumentos tais como teodolitos, níveis e
estações totais;
•
Métodos fotogramétricos, sendo a informação obtida a partir de fotografias
aéreas métricas, ou imagens realizadas por sensores instalados em satélites artificiais da
Terra;
•
O Global Navigation Satellite System (GNSS) que utiliza receptores dos sinais
emitidos por satélites, permitindo a determinação precisa das coordenadas dos locais onde
as antenas dos receptores são colocadas.
A escolha do método utilizado, não necessariamente único, ocorrerá em
decorrência da escala do trabalho, sua precisão, características da área a ser trabalhada
(topografia, obstruções, condições climáticas e recursos), tempo disponível e custos.
Não importando qual o(s) método(s) utilizado(s) para a coleta dos dados em campo,
haverá a etapa de gabinete, onde serão realizados os ajustamentos necessários dos dados
de campo.
A seguir está apresentado o método utilizado neste trabalho para os levantamentos
de coordenadas dos pontos georreferenciados.
2.3.1
Levantamentos GNSS
O homem sempre utilizou os corpos celestes para a navegação, o que certamente
continuará fazendo até o final da Humanidade, para sua orientação. Entretanto, atualmente,
utiliza além de corpos celestes naturais, os corpos (satélites artificiais) que ele lançou ao
espaço e colocou sob seu controle.
A navegação astronômica com o uso dos corpos naturais depende da possibilidade
de visualização dos astros que precisam estar à disposição do usuário no momento da
realização da operação. Assim, como o homem não tem controle sobre todos os fatores
ambientais, pode estar impossibilitado de obter a sua posição sempre que desejar.
29
Nas décadas de 60 e 70, a utilização de satélites artificiais introduziu novos
sistemas de navegação (Transit, Timation, System 621B, NTS), que resolveram alguns
desses problemas, mas não todos simultaneamente.
O caminho para a melhoria da solução foi dado através de pesquisas realizadas
nas décadas de 70 e 80, pela força aérea dos Estados Unidos, que levaram ao
desenvolvimento de um sistema de navegação por satélites Navigation System using
Time and Ranging / Global Positioning System (NAVSTAR/GPS).
A partir de 1983 iniciou-se a aplicação deste sistema para soluções geodésicas e
em março de 1994 o sistema foi declarado operacionalmente completo com 21 satélites
(mais três satélites em reserva ativa), distribuídos em seis planos orbitais, com uma altura
orbital média de 20200 km, inclinados de 55º em relação ao equador com um período orbital
de 12 horas siderais, de modo que pelo menos quatro satélites sejam visíveis
simultaneamente acima do horizonte, em qualquer lugar da superfície da Terra, e em
qualquer instante (SEEBER, 1993).
Os objetivos do Sistema GPS são:
2.3.1.1
•
Auxiliar a radio navegação com elevada precisão nos cálculos de posição;
•
Propiciar navegação em tempo real;
•
Propiciar alta imunidade a interferências;
•
Proporcionar cobertura global, 24 horas por dia;
•
Obter de forma rápida as informações transmitidas pelos satélites.
Princípio básico do GPS
Para MORAES et al. (1998), o funcionamento do sistema GPS se baseia no
princípio da triangularização, segundo o qual o observador conhece a posição de um
conjunto de satélites em relação a um referencial inercial e a sua posição em relação a este
conjunto de satélites, e obtém a sua própria posição no sistema de referência. O sistema de
referência utilizado pelo sistema GPS é o WGS (WGS72 até 1986 e WGS84 a partir de
1987).
As órbitas dos satélites são calculadas em um sistema inercial (SI) onde as
coordenadas independem da posição do observador. Trata-se de um sistema tridimensional
fixado no espaço, absolutamente independente da rotação da Terra e tendo como plano
fundamental o plano do equador. O eixo X é a linha equinocial apontando para o ponto
30
vernal (γ), o eixo Y no plano do equador 90° anti-horário, torna o sistema dextrógiro, e o eixo
Z coincide com o eixo de rotação da Terra apontando para Norte.
O cálculo das coordenadas do satélite no instante da transmissão do sinal é feito a
partir das informações irradiadas pelo próprio satélite (mensagem de navegação) no SI já
citado no parágrafo anterior, cuja origem é o ponto vernal (γ). Todos os sinais de tempo
transmitidos pelo Sistema GPS são baseados em um apurado sistema de tempo chamado
GPST que é mantido por relógios atômicos da Master Control Station (MCS) em Colorado
Springs, nos Estados Unidos. O GPST - base de tempo dos satélites GPS - Constitui uma
escala estável e foi sincronizada com o Tempo Universal Coordenado (UTC) às 00:00:00 do
dia 06/01/1980 (Domingo). Neste momento iniciou a semana GPS que vai até 1023, quando
recomeça a contagem a partir do zero novamente. O sistema terrestre (ST) adotado para
referência tanto das efemérides transmitidas quanto das efemérides precisas é o WGS84.
2.3.1.2
Sinais de rádio do GPS
São utilizados dois tipos de sinais: um para a determinação de posição dos
usuários e outro para eventuais correções necessárias nas configurações dos satélites. Os
satélites GPS, também chamados de “veículos espaciais” ou SV (Space Vehicle) transmitem
em duas freqüências, na comunicação com os usuários, na faixa UHF (Ultra High
Frequency), sendo que seus valores são 1575,42 MHz e 1227,60 MHz. Estas freqüências
portadoras são designadas por L1 e L2, são obtidas a partir da freqüência fundamental
(10,23MHz) multiplicada por 154 e 120, respectivamente. O comprimento de onda de L1 é
cerca de 19 cm, enquanto o comprimento de onda de L2 é cerca de 24 cm.
Com o anúncio da modernização do GPS em 1998 pelo Departamento of Defense
(DoD) dos Estados Unidos, algumas atualizações foram anunciadas, dentre elas o código
civil L2C, modulado na portadora L2 com a intenção de reduzir os problemas do código Y,
assim como uma nova portadora L5 com freqüência de 1176,45 MHz que transportará um
código dez vezes mais longo que o código C/A, denominado por MONICO (2008), como
L5C. A Figura 1 mostra em blocos a relação existente entre os diferentes sinais do GPS.
31
Figura 1 - Estrutura básica do sinal GPS .Fonte: Adaptação de Monico (2008)
2.3.1.3
Códigos GPS
Os códigos são modulados sobre as ondas portadoras, gerando os seguintes
sinais:
•
Código C/A sobre L1 (clear access ou coarse aquisition): código de acesso
livre usado em receptores civis, com freqüência de 1,023 MHz, duração da palavra de 1023
bits: 1ms;
•
Código P sobre L1 e L2 (precise): código de acesso controlado pela estação
de controle (pode ser encriptado), com freqüência de 10,23 MHz em um período de 267
dias. Pode ser modulada sobre as fases portadoras L1 e L2;
•
Código Y sobre L1 e L2: gerado a partir de uma equação secreta (anti-
spoofing – A/S) que criptografa o código P. Esse modo é usado para causar a degradação
intencional do sinal civil dos satélites GPS.
2.3.1.4
Segmentos do GPS
Os segmentos do sistema GPS são 3 (três): segmento de controle, mostrado na
figura 4, segmento espacial e segmento de usuários.
O segmento de controle é responsável pela operação do Sistema GPS. Sua
principal função é atualizar a mensagem de navegação transmitida pelos satélites. Este
32
segmento é constituído por estações de monitoramento estrategicamente espalhadas pelo
mundo (ver Figura 2), localizadas em Ascencion, Colorado Springs, Diego Garcia, Kwajalein
e Hawaii, que rastreiam continuamente todos os satélites visíveis pelo campo da antena das
estações. Os dados rastreados pelas Monitoring Stations (MS) são transmitidos para a
Master Control Station em Colorado Springs, nos Estados Unidos para serem processados
com o objetivo de calcular os dados relativos às orbitas (efemérides) e a correção dos
relógios dos satélites para atualizar a mensagem de navegação. A nova mensagem de
navegação é transmitida para os satélites pelas Ground Antenas (GA), quando os satélites
passam no seu campo de visada. Devido à posição geográfica das GA a mensagem de
cada satélite é atualizada pelo menos três vezes ao dia.
Figura 2 - Segmento de Controle GPS. Fonte: Adaptado Monico (2008)
O segmento de controle tem a função de:
•
Verificar o funcionamento dos satélites;
•
Enviar os dados necessários para os satélites;
•
Determinar e enviar as efemérides dos satélites (parâmetros orbitais para
uma determinada época);
•
Determinar as correções dos relógios dos satélites;
•
Determinar as correções aproximadas devido ao atraso atmosférico sofrido
pelo sinal;
•
Controlar as manobras de substituição dos satélites;
•
Atualizar a mensagem de navegação.
O segmento espacial é composto por uma constelação de 24 satélites, orbitando a
uma altitude aproximada de 20.000 km, distribuídos em seis planos orbitais, cada órbita tem
inclinação de 55° em relação ao plano do Equador e cada satélite tem um período de
33
revolução de 12 horas siderais, conforme mostrado na Figura 3. Este período implica na
repetição da constelação quatro minutos mais cedo diariamente em relação ao tempo solar,
em um mesmo local. A função do segmento espacial é gerar e transmitir os sinais GPS
(códigos, portadoras e mensagens de navegação).
Figura 3 - Configuração da Constelação GPS. Fonte: LeivanBLOG (2010)
O segmento dos usuários é formado pelo conjunto de todos receptores utilizados
pelos variados usuários do sistema a nível global. Os receptores são compostos por um
processador, uma unidade de memória de dados e uma antena receptora do sinal. Os
receptores recebem e decodificam o sinal, ao qual são aplicados determinados algoritmos
de cálculo, obtendo assim a posição e velocidade do receptor (centro de fase da antena), e
o tempo exato com a precisão superior a 1mseg. O sinal pode também ser processado
posteriormente, a fim de serem obtidos melhores resultados de posicionamento.
2.3.1.5
Configuração de um receptor GPS padrão
Para realizar este batimento uma ou mais freqüências são geradas a partir de um
mesmo oscilador de referência. O processo de batimento com o oscilador local gera duas
bandas de freqüência, uma superior e outra inferior; a banda inferior é selecionada e a
superior é rejeitada mediante um filtro passa faixa na saída do misturador. O sinal passa
então por um conversor análogo-digital (A/D) com controlador de ganho automático seguido
de um filtro “antialiasing” em FI que deve suprimir os sinais fora da banda de interesse,
estando neste ponto o sinal de FI embebido no ruído térmico. O processamento dos “n”
canais de recepção começa neste ponto, aqui o sinal é separado de acordo com o número
de sinais de satélites GPS presentes. Após a identificação destes sinais é realizado o
34
processamento da informação contida neles para determinar a posição e a velocidade do
usuário, assim como o tempo universal UTC. Os resultados obtidos são apresentados de
forma mais apropriada através da interface de usuário (CISNEROS, 2003).
O sinal recebido pela antena do receptor é decodificado e interpretado pelo
processador. Para isso, eles estão munidos de relógios de quartzo com um oscilador de
freqüência, o que permite criar uma réplica dos códigos P e C/A (se conhecidos), que depois
de comparados com os sinais recebidos, permitem determinar a sua diferença de fase em
termos de tempo. Essa diferença de fase corresponde ao atraso do sinal, devido ao seu
tempo de percurso, mais o estado dos relógios do satélite (p) e do receptor (k). A diferença
de fase (DT) multiplicada pela velocidade de propagação do sinal (velocidade da luz) resulta
na chamada pseudodistância do satélite ao receptor, como mostrado na Figura 4.
Figura 4 - Diferença de fase medida na recepção do código. Fonte: Adaptado de Cisneros (2003)
A distância determinada pelo código é caracterizada de pseudo, pois está
contaminada pelos erros dos relógios e dos atrasos do sinal devido a efeitos atmosféricos
(ionosféricos e troposféricos).
Os receptores podem ainda, caso possam produzir portadoras do tipo L1 e L2,
fazer outro tipo de observação muito mais precisa, a diferença de fase entre a onda L
emitida pelo satélite e a onda L gerada pelo receptor. É esta segunda observação que torna
o GPS um sistema preciso para trabalhos rigorosos de coordenação e posicionamento.
Há no mercado uma vasta gama de receptores, no entanto podemos subdividi-los
da seguinte forma:
•
Os que registram apenas o código;
•
Os que registram o código e a diferença de fase;
•
Sem acesso ao código, medindo apenas a diferença de fase.
35
Os receptores do primeiro tipo são normalmente designados por receptores de
navegação, são os de menor precisão, com uso possível apenas para ser utilizado para
coordenação de pequena escala (por exemplo, nas aplicações de SIG's) ou posicionamento
pouco preciso (navegação). Os receptores do segundo e terceiro tipo oferecem resultados
de posicionamento mais precisos e por isso são os utilizados nas aplicações da topografia,
hidrografia e geodésia, ou em qualquer outra aplicação de posicionamento que necessite
maior rigor no valor das coordenadas.
2.3.1.6
Tipos de processamento
•
Diferença Simples de Fase: diferença entre duas puras diferenças para o
mesmo satélite;
•
Diferença Dupla de Fase: diferença entre duas simples diferenças de fase,
tomadas para pares de satélites, com pelo menos um participando do cálculo;
•
Diferença Tripla de Fase: resultado da diferença entre duas observações de
dupla diferença de fase, obtidas em tempos diferentes, tomando um mesmo tempo como
origem para realizar os cálculos.
2.3.1.7
Posicionamento com GPS
Posicionamento consiste na determinação da posição de um ponto qualquer em um
sistema de referência, onde as respectivas coordenadas são obtidas por um dado método
(matemático) que recorre a uma determinada técnica (instrumental). A posição deve ser
independente da técnica utilizada, ao passo que a respectiva precisão de posicionamento é
dependente do método e técnica utilizados.
No presente trabalho o método utilizado foi o de posicionamento relativo onde a
posição de um ponto é determinada com relação à de outros pontos cujas coordenadas são
conhecidas. As coordenadas dos pontos conhecidos devem estar referenciadas ao WGS84,
ou em um sistema compatível com este (SIRGAS2000, ITRF2000, ITRF2005, IGS05)
(MONICO, 2008).
Para realizar o posicionamento relativo o usuário deve dispor de dois ou mais
receptores. No entanto, com o advento dos chamados Sistemas de Controle Ativos (SCA)
esta realidade mudou. Dispondo de apenas um receptor ele poderá efetuar posicionamento
36
relativo. Deverá para tanto, acessar os dados de uma ou mais estação pertencentes ao
SCA. No caso do Brasil tem-se a RBMC (MONICO, 2008).
O posicionamento relativo pode ser realizado usando uma das seguintes
observáveis:
•
Apenas o código – pseudodistâncias;
•
O código e a diferença de fase - pseudodistâncias suavizadas pela portadora;
•
A fase da onda da portadora em conjunto com as pseudodistâncias.
O conceito fundamental do posicionamento relativo é que dois ou mais receptores
envolvidos
rastreiem,
simultaneamente,
pelo
menos
dois
satélites
comuns,
esta
simultaneidade de observações, que objetiva a redução de alguns tipos de erros inerentes
do sistema, encontra-se em vários outros métodos derivados do posicionamento relativo:
posicionamento relativo estático, posicionamento relativo estático rápido, posicionamento
relativo cinemático e Stop and Go.
No trabalho foi utilizado o posicionamento relativo estático, onde a observável é a
dupla diferença de fase de batimento da portadora, com ocupação do ponto por tempo entre
20 minutos e algumas horas, sendo este tempo dependente do comprimento da linha entre
a estação de referência e o local onde o receptor está estacionado, como citado em
MONICO, 2008:
“Levantamentos realizados em linhas de base com comprimento inferior a 10 km,
cujos receptores estejam estacionados em locais onde não haja ocorrência de obstrução e
sob condições ionosféricas favoráveis, 20 minutos são suficientes para se conseguir solução
das ambigüidades com receptores de simples freqüência. Esta situação se modifica
conforme as condições de localização das estações e com o aumento do comprimento da
linha de base.”
2.3.1.8
Erros no posicionamento GPS
As principais fontes de erro do GPS são as seguintes:
•
Erro devido à geometria dos satélites com relação ao observador;
•
Desvios dos relógios dos satélites;
•
Atraso de propagação e processamento dos sinais pelos circuitos dos
satélites;
•
Erros devido a trajetórias múltiplas dos sinais (multicaminhamento);
37
•
Efeitos da atmosfera (ionosfera e troposfera) sobre a velocidade e a trajetória
de propagação dos sinais transmitidos;
•
Erros devidos à resolução e ruído do receptor do usuário;
•
Erro devido ao centro de fase da antena receptora que pode não coincidir
com o seu centro geométrico;
•
Erro devido à perda de ciclos por obstrução temporária do sinal (árvores,
edifícios);
•
Erro na determinação da posição dos satélites (erro de efeméride, nominal e
adicional).
Na Tabela 3 estão resumidos os métodos de observação, os tempos necessários
e as precisões possíveis.
Tabela 3: Métodos de posicionamento e precisão das coordenadas
Fonte: Adaptado de Monico (2008)
2.4
Sistemas de informações geográficas
O termo Sistema de Informação designa um conjunto de processos, executados
sobre dados, de modo a produzir informação. Sistemas que lidam com conjuntos de dados
que incluam referências a localizações no espaço podem ser classificados como Sistemas
de Informação Geográfica (SIG). Um SIG pode ser definido como “um sistema composto por
hardware, software, pessoas e procedimentos, projetados para realizar uma eficiente
captura, armazenagem, atualização, manipulação, análise, modelagem e exibição de dados
geograficamente referenciados para solução de diferentes tipos de problemas”. De maneira
simples pode-se dizer que o SIG é um sistema baseado em computador, que armazena e
processa os dados que descrevem lugares e eventos sobre a superfície da Terra (LOVATO,
ARANHA, GOES, 1992 apud DORCA,C.C, 2005 ).
38
Os sistemas de informação geográfica integram também, freqüentemente,
informação não geográfica textual e numérica. Podem ainda incluir informações de áudio e
imagens.
As características particulares destes sistemas são conseqüência direta da
natureza específica da informação geográfica que suportam, e em função das áreas de
aplicação a que se destinam. Estes dois aspectos condicionam o modo como é realizada a
representação computacional da informação, o tipo de funcionalidade que é genericamente
requisito destes sistemas e o conjunto de técnicas de âmbito computacional mais
freqüentemente utilizadas na sua elaboração.
De acordo com Burrough (1998), os SIG são conjuntos poderosos de ferramentas
para a coleta, armazenamento, recuperação seletiva, transformação, análise e visualização
de dados espaciais sobre a realidade.
A análise espacial designa o conjunto de métodos analíticos que se baseiam na
informação relativa à localização no espaço dos objetos, eventualmente em conjunto com
outros tipos de informação.
Um SIG pode ser decomposto em quatro elementos básicos: hardware, software,
informação e recursos humanos.
O componente hardware pode ser qualquer tipo de plataforma, desde Personal
Computers (PCs) até minicomputador ou mainframes. O porte deste hardware será
condicionado pelos demais componentes do SIG, pois depende do volume e da natureza
dos dados a serem manipulados, assim como ao desempenho (velocidade das operações)
desejado pelos usuários. São ainda requisitos essenciais alguns periféricos para entrada e
saída de dados gráficos (como por exemplo, scanner, mesa digitalizadora, plotter,
impressora e monitores gráficos), redes de computadores para permitir a comunicação entre
os usuários e o sistema, assim como periféricos para o armazenamento e recuperação dos
dados (Compact Discs - CDs, Digital Versatile Discs DVDs , cartões de memória e discos
rígidos).
O componente de software é constituído, normalmente, por um produto comercial
específico para o suporte de informação geográfica e, opcionalmente, por um Sistema de
Gerência de Banco de Dados Geográficos (SGBD) relacional, dentre os vários sistemas
relacionais disponíveis. Em contraste com os eficientes e normalmente dispendiosos
pacotes de SIG comerciais, há ótimos pacotes de software SIG gratuitos disponíveis, alguns
até mesmo com o código-fonte aberto disponível para a realização de alterações, na sua
maioria estes pacotes gratuitos são desenvolvidos de forma cooperativa pela comunidade
acadêmica e, na sua maioria, nativos do sistema operacional Linux.
O elemento informação constitui em muitos aspectos o recurso mais crucial do
SIG. Naturalmente, as características particulares da informação geográfica, condicionam de
39
forma determinante parte das exigências em relação aos outros componentes dos SIG.
Além das fontes tradicionais como os dados de levantamentos de campo, digitalização de
mapas analógicos e Fotogrametria, atualmente há os dados originados pela Geodésia
Espacial com os sistemas GNSS e do Sensoriamento Remoto.
Um dos elementos mais fundamentais é o recurso humano, o profissional. Por
tratar-se de uma área tecnológica relativamente recente, a falta de técnicos e especialistas é
freqüentemente uma limitação à criação e manutenção dos SIGs. Sem uma equipe treinada
e comprometida com o projeto, pouco será alcançado.
Segundo CAMARA (2001), numa visão abrangente, pode-se indicar que um SIG
tem os seguintes componentes, descritos abaixo, e com a arquitetura ilustrada na Figura 5:
•
Interface com usuário;
•
Entrada e integração de dados;
•
Funções de processamento gráfico e de imagens;
•
Visualização e plotagem;
•
Armazenamento e recuperação de dados (organizados sob a forma de um
banco de dados geográficos).
Figura 5 - Arquitetura de um SIG. Fonte: Adaptado de Camara et al (2001)
40
2.4.1
Modelos conceituais do espaço e estruturas de dados em SIG
Tradicionalmente as estruturas para representação computacional de dados
espaciais, típicas dos produtos para SIG, são raster ou matricial, e vetorial.
Quando para representar uma área objeto de estudo é utilizada uma estrutura
raster, considera-se esta dividida numa grade regular de células com a forma de quadrados
de dimensão fixa. O objeto de análise pode ser um ponto em qualquer lugar no espaço
desta célula, e o tamanho da célula varia em função da área que se deseja que ela
represente. Para cada uma destas células encontra-se associado um valor único, que
posteriormente, poderá ser associado a um determinado atributo — cor, temperatura, etc. O
tipo de valor que pode ser atribuído às células é variável; freqüentemente, são utilizados
valores inteiros, normalmente entre 0 e 255, mas também podem ser de tipo real,
alfanumérico ou lógico. Geralmente, a cada uma destas células corresponde um pixel do
monitor nas operações de visualização (ESRI, 2011).
As estruturas raster adaptam-se naturalmente ao suporte de dados adquiridos via
scanner, assim como os produtos oriundos de bandas de dados recolhidos por
sensoriamento remoto via satélite. Uma desvantagem do uso do raster está na redução da
precisão espacial, o que torna menor a confiabilidade de medidas de área e de distância.
Além disso, existe a necessidade de se ter grande capacidade de armazenamento e
processamento, principalmente se, para incremento na precisão, for reduzido o tamanho da
célula, o que acarretará em aumento no tamanho dos arquivos manipulados.
Este tipo de estrutura de dados é especialmente adequado a situações em que os
objetos espaciais são georreferenciados por coordenadas do plano.
Na estrutura vetorial, a localização e as primitivas gráficas dos elementos são
armazenadas e representadas por vértices definidos por um par de coordenadas.
Dependendo da sua forma e da escala cartográfica, os elementos geográficos podem ser
descritos pelas seguintes feições geométricas ou primitivas gráficas:
•
Pontos: representados por um vértice, ou seja, por apenas um par de
coordenadas, definindo a localização de objetos que não apresentam área nem
comprimento. Exemplos: hospital representado em uma escala intermediária ou cidade em
uma escala pequena, epicentro de um terremoto.
•
Linhas poligonais ou arcos: representados por, no mínimo, dois vértices
conectados, gerando polígonos abertos que expressam elementos que possuem
comprimento ou extensão linear. Exemplos: estradas, rios, redes de água, redes de energia.
41
•
Polígonos: representados por, no mínimo, três vértices conectados, sendo
que o primeiro vértice possui coordenadas idênticas ao do último, gerando, assim, polígonos
fechados que definem elementos geográficos com área e perímetro. Exemplos: limites
políticos-administrativos (municípios, estados), classes de mapas temáticos (uso e cobertura
do solo, pedologia).
A diferença entre as estruturas raster e vetorial está ilustrada na Figura 6.
Figura 6 - Representação vetorial e raster de um mapa temático no SIG. Fonte: ESRI (2011)
A estrutura de representação raster facilita as operações analíticas, enquanto que, a
estrutura vetorial apresenta maior fidelidade na representação espacial das feições.
2.4.1.1
Representação de dados alfanuméricos
Os dados alfanuméricos descrevem os atributos dos dados espaciais, descrevendo
suas características, sendo ligados a estes através de identificadores em comum, chamados
de geocódigos, que estão gravados tanto nos dados alfanuméricos quanto nos espaciais.
A utilização do SIG para a análise espacial está condicionada a integração dos
dados espaciais com os atributos alfanuméricos, traduzindo-se numa série de funções
relacionadas com a seleção, pesquisa e modelagem de dados.
Uma feição ponto, que poderia estar representando uma válvula em uma rede de
distribuição de água, poderia ter associado um arquivo de atributos alfanuméricos
informando dados como material de composição, data de fabricação e fabricante, estado
atual (fechada ou aberta), uma feição linha poderia representar um trecho de canalização,
seus atributos poderiam ser também o material, diâmetro, data de instalação, etc.
42
A relação entre o dado alfanumérico e a sua descrição espacial (vetor) é
estabelecida através da determinação de um campo de dados comum, identificador único ou
Index (ID), entre as duas entidades, contendo o mesmo valor numérico.
2.4.2
Planos de informação
Plano de informação (PI) é basicamente uma camada de informação que pode ser
intercalada com outras, formando mapeamentos temáticos. São também chamados de
Layer ou camada. Um PI utilizado em ambiente SIG, portanto digital, pode ser de dois tipos
básicos de estrutura: raster (matricial, em grade) ou vetorial. Ambas as estruturas são
usadas para representar digitalmente entidades.
Os
dados
vetoriais
identificam
dados
singularmente
como
pontos
(ex:
válvulas,registros, sedes municipais e poços), linhas (ex: tubulações, estradas, rios e curvas
de nível) ou polígonos (ex: Divisão política, áreas e manchas urbanas).
No ArcGIS, software SIG utilizado neste trabalho, as feições vetoriais estão no
formato de arquivo
shapefile, que
não dispõem de estrutura topológica para
armazenamento da localização geométrica das entidades geográficas e da informação
descritiva respectiva. O formato shapefile armazena a informação geograficamente
referenciada em vários arquivos distintos, como demonstra a Tabela 4.
Tabela 4 - Representação dos planos de informação
TIPO DE
DESCRIÇÃO
ARQUIVO
.shp
Armazena a geometria das entidades (ponto, linha ou polígono) Arquivo dos
vetores
.dbf
Contém a informação descritiva das entidades Arquivo de banco de dados
.shx
Armazena as ligações entre as entidades e a sua geometria Arquivo de índices
.sbn / .sbx
.prj
.ain / .aih
Realizam as ligações entre as entidades vetoriais e a sua informação descritiva
(podem não existir caso não tinha sido feita uma operação de análise espacial)
Definem o sistema de projeção cartográfica (existente quando o shapefile possuir
um sistema de coordenadas associado)
Somente existem quando se procedem a operações de joining (concatenação) de
Banco de Dados
Fonte: Adaptado de ESRI, (2011)
43
2.5
Sistemas de abastecimento de água urbanos
Um sistema de abastecimento de água, segundo a NBR 12586/92, consiste no
conjunto de canalizações, instalações e equipamentos destinados a captar, transportar,
tratar e distribuir água.
O objetivo principal é fornecer ao usuário a água de boa qualidade para seu uso,
em quantidade adequada e com pressão suficiente.
As partes constituintes do sistema são:
•
Manancial: é o corpo de água superficial ou subterrâneo de onde é captada a
água para o abastecimento com vazão suficiente para atender a demanda de água no
período de projeto e com qualidade sanitária da água adequada.
•
Captação: conjunto de estruturas e dispositivos localizados junto ao
manancial para a retirada de água destinada ao sistema de abastecimento.
•
Estação Elevatória ou Estação de Bombeamento (EBA): conjunto de obras
e equipamentos destinados a recalcar a água para outra unidade subseqüente, podendo
operar recalcando água bruta (EBAB) ou água tratada (EBAT). A estação elevatória pode
também ser do tipo “booster”, que se destina a aumentar a pressão e/ou vazão em adutoras
ou redes de distribuição de água.
•
Adutora: canalização que se destina a conduzir água entre as unidades que
precedem a rede de distribuição sem distribuir água aos consumidores finais.
•
Estação de tratamento de água (ETA): conjunto de unidades destinadas a
tratar água de forma a assegurar as suas características aos padrões de potabilidade.
•
Reservatório: elemento destinado a reservar água de forma a regularizar as
variações entre as vazões de adução e de distribuição e condicionar as pressões na rede de
distribuição.
•
Rede de distribuição: parte do sistema de abastecimento de água formada
de tubulações e peças acessórias destinada a distribuir a água potável, de forma contínua
com a quantidade e pressão recomendadas até os consumidores.
A Figura 7 representa as principais partes constituintes de um sistema de
abastecimento de água:
44
Figura 7- Sistema de abastecimento de água em planta e perfil. Fonte: Alem; Zambom (2010)
2.5.1
Características dos serviços de abastecimento de água de Porto Alegre
O DMAE é uma autarquia da Prefeitura Municipal de Porto Alegre responsável pelo
abastecimento de água da cidade e foi instituído através da Lei Municipal Nº 2.312 em 15 de
dezembro de 1961, completando, portanto, 50 anos de fundação.
Para obtenção de dados sobre o abastecimento de água em Porto Alegre foi
consultado o Plano Diretor de Água e Esgotos de Porto Alegre (PDAE), editado em 2010,
que visa a atender as diretrizes apontadas na Lei Federal no 11.445, de 5 de janeiro de
2007 (Lei de Saneamento Básico) apresentando um diagnóstico da situação atual e
definindo objetivos e metas, a serem alcançados a curto e médio prazo, visando a
universalização e condições ideais dos serviços de abastecimento de água e de
atendimento à população com sistemas de esgotamento sanitário até o ano de 2030.
De acordo com o PDAE/2010, 99,5 % da população de Porto Alegre dispõem de
abastecimento de água regular, existindo ainda áreas atendidas por caminhões pipa por
apresentarem problemas de regularização fundiária, configurarem áreas invadidas ou áreas
de risco.
Os dados gerais do abastecimento de água de Porto Alegre, segundo o
PDAE/2010, estão apresentados na Tabela 5:
45
Tabela 5 - Dados do abastecimento de água de Porto Alegre
Fonte: DMAE PDAE (2010)
Em Porto Alegre existem 7 (sete) sistemas de abastecimento sendo que cada ETA,
constitui um sistema e estes estão subdivididos em 115 (cento e quinze) subsistemas de
abastecimento de água, conforme as zonas de pressão a serem abastecidas. Além disso,
existem mais 2 (dois) volumes exportados para Viamão e Eldorado do Sul. Seis dos sete
sistemas têm captação no Lago Guaíba, e o Sistema Lomba do Sabão capta na Barragem
Lomba do Sabão.
A seguir estão apresentados as tabelas 6 e 7 com os sistemas e a população
atendida pelos mesmos:
Tabela 6 - Características gerais dos sistemas de abastecimento de água de Porto Alegre
Fonte: DMAE PDAE (2010)
46
Tabela 7 – Sistemas de Abastecimento de Água de Porto Alegre
Fonte: DMAE PDAE (2010)
No sistema de abastecimento de água de Porto Alegre as redes de adução e
distribuição de água são de diversos diâmetros e materiais e no ano de 2009 somavam
3.788.294, 78 metros, conforme Figura 8.
Figura 8 - Gráficos demonstrativos das extensões de rede por material do sistema de abastecimento
de água de Porto Alegre. Fonte: DMAE PDAE (2010)
47
O DMAE está formalmente está organizado segundo o organograma
apresentado na Figura 9.
Figura 9 - Organograma do DMAE. Fonte: DMAE - Relatório de Responsabilidade Social (2008)
A manutenção das redes de água é gerenciada pelo Serviço de Conservação de
Água – SVC da Divisão de Água – DVA e realizada por 277 servidores em 5 (cinco) distritais
de água (Figura 10) e por uma seção de lançamento, que atendem a uma determinada área
geográfica de Porto Alegre, a saber:
•
Distrital Centro de Água – DICA;
•
Distrital Leste de Água – DILA;
•
Distrital Norte de Água I – DINA I;
•
Distrital Norte de Água II – DINA II;
•
Distrital Sul de Água – DISA;
•
Seção de Lançamento de Redes – SCLA.
48
Figura 10 - Regiões de abrangência das Distritais de Água
As demandas de serviços de manutenção são oriundas, principalmente, de
registros de ocorrências realizados pelos usuários via telefone 115 ou 156 através do SAC.
Também são atendidas demandas internas de manutenções preventivas e corretivas e
demandas de outros órgãos da PMPA.
No ano de 2010 foram realizados, conforme dados do SVC 64.653 atendimentos
às fugas (vazamentos), faltas de água, ligações novas de água, revisão de hidrantes e
outras solicitações de serviços, obtendo-se um indicador de 97% dos atendimentos em 24
horas, superando, portando a meta para o período que era de 95%.
49
3
ÁREA DE ESTUDO
A área do estudo de caso escolhida foi a Vila Safira por configurar-se uma região
cujas características são representativas dos sistemas de abastecimento de água.
A Vila Safira, mostrada na Figura 11, está localizada no Bairro Mário Quintana na
Zona Norte de Porto Alegre e seu principal acesso se dá pela Avenida Protásio Alves.
Figura 11 - Situação e localização da Vila Safira
O Bairro Mário Quintana foi criado pela Lei nº 8258, de 22 de dezembro de 1998,
mas sua origem data de 1896 com a instalação de chácaras no local. A partir dos anos 80
foram transferidos para essa região os moradores de vilas próximas ao centro de Porto
Alegre (Borges, Ipiranga e Harmonia) o que explica atualmente as condições de
desigualdade social com a maioria de sua população sendo de origem humilde.
O
rendimento médio mensal dos responsáveis pelo domicílio em 2000 era de 2,45 salários
mínimos.
Sua população, segundo Censo do IBGE/2000, era de 21.848 moradores, em uma
área de 678 hectares, apresentando uma densidade populacional de 32 habitantes por
hectares e 5.987 domicílios.
50
Um levantamento da micromedição da Vila Safira realizado em 2007 para
implantação do Distrito Pitométrico apontou um total de 1234 economias sendo que dessa,
895 ligações de água com consumo.
A Vila Safira é considerada uma área de expansão urbana de Porto Alegre como
demonstram as imagens do Google Earth de 2002 e 2009 das figuras 12 e 13,
respectivamente:
Figura 12 - Imagem da Vila Safira 2002. Fonte: Google Earth (2002)
Figura 13 - Imagem da Vila Safira 2009. Fonte: Google Earth (2009)
51
O abastecimento de água do local é feito pela EBAT Manoel Elias II e pelo
reservatório Manoel Elias III, pertencentes ao Setor 5 do Sistema São João que abastece
32% da população de Porto Alegre. A Figura 14 apresenta uma foto da ETA São João e a
Figura 15, a localização do Sistema São João e do Setor 5.
Figura 14 - Estação de Tratamento de Água São João. Fonte: DMAE PDAE (2010)
Figura 15 - Localização do Sistema São João e do Setor 5. Fonte: Adaptação DMAE PDAE (2010)
52
Os dados gerais do Sistema São João estão apresentados na Tabela 8.
Tabela 8: Dados do Sistema São João
Fonte: DMAE PDAE (2010)
A rede adutora principal é de ferro fundido com diâmetro de 200 milímetros e,
devido à pressão de abastecimento elevada na entrada da vila (aproximadamente 50 m.c.a,
é limitada por uma válvula redutora de pressão localizada na Av. Delegado Ely Correa Prado
esquina com Av. Protásio Alves, que, atualmente não está em funcionamento.
Para medir a vazão e pressão da zona de abastecimento há uma Estação
Pitométrica (Código: DP-213-IR-A) instalada na adutora de entrada. Os dados de vazão
calculados para a o setor da Vila Safira determinados estão apresentados na Tabela 9.
Tabela 9: Dados de abastecimento da Vila Safira
PERÍODO
VAZÃO
VOLUME
VOLUME
ÍNDICE DE
MÉDIA
MICROMEDIDO MÉDIO
MACROMEDIDO
PERDAS DA
DIÁRIA
MENSAL
MÉDIO MENSAL
DISTRIBUIÇÃO
(l/s)
(m³/mês)
(m³/mês)
(%)
Jun/2007
22,79
13.657
59.063
76,88
Dez/2007
11,15
9142
28.898
68,36
Maio/Junho
35,46
Não informado
Não informado
Não informado
2011
Fonte: Equipe de Pitometria
Segundo dados do SAC, no período de 1º de janeiro a 31 de maio de 2011 foram
registradas 191 ocorrências atendidas pela DINA II, responsável pela manutenção da área,
no setor de abastecimento da Vila Safira.
53
Os documentos utilizados para consulta do cadastro das redes de água são as
plantas cadastrais na escala 1: 2.000 de referências 087 e 097 apresentados nas figuras 16
e 17.
Figura 16 - Planta Cadastral 087. Fonte: GEOPMPA (2011)
Figura 17 - Planta Cadastral 097. Fonte: GEOPMPA (2011)
54
Figura 18 - Detalhe da adutora de entrada da Vila Safira. Fonte: GEOPMPA (2011)
Nas figura 18 e 19 estão apresentados detalhe da adutora de entrada da Vila Safira
e um exemplo de nó contendo as informações da rede de abastecimento e suas peças
constituintes.
Figura 19 - Croqui do Nó 16 da Planta Cadastral 087. Fonte: GEOPMPA (2011)
55
A rede de distribuição possui as seguintes peças acessórias:
•
Tubulações e conexões (luvas, flanges, tês, cruzetas, etc): destinadas a
adução e distribuição de água sendo fabricadas em fibrocimento(FC), ferro dúctil(FD), ferro
fundido(FF), cloreto de polivinila (PVC) e Polietileno de Alta Densidade (PEAD),
compreendendo diâmetros de 50 a 200 milímetros, na área de estudo. A Figura 20 mostra
uma foto de tubos de PEAD de diversos diâmetros
Figura 20 - Tubos de PEAD de diversos diâmetros. Fonte:http://www.google.com.br/imgres (2011)
•
Válvulas redutoras de pressão: Se destinam ao controle automático para
redução da pressão à montante a uma pressão constante à jusante independente das
variações da taxa de vazão e pressão do sistema. Na Figura 21 está apresentada uma
válvula de redução de pressão.
•
Figura 21 - Válvula redutora de pressão. Fonte: http://www.cardinaltubos.com.br (2011)
•
Válvulas e registros de manobra de rede: destinam-se ao bloqueio do fluxo
de água em redes de saneamento. Na Figura 22 está apresentada uma foto de um registro
de gaveta.
56
Figura 22 - Válvula registro de gaveta. Fonte: http://www.cardinaltubos.com.br (2011)
•
Hidrantes: Destinam-se ao suprimento de água para combate a incêndio e
manobras de descarga de redes de abastecimento para lavagem e manutenções, sendo
instalados em locais de fácil acesso e operação. A Figura 23 mostra um exemplo de
hidrante de coluna.
Figura 23 - Hidrante de coluna. Fonte: http://www.cardinaltubos.com.br (2011)
•
Estação Pitométrica: É a instalação composta de um válvula de
incorporação de 1" de diâmetro livre (tap)(ver Figura 24) rosqueada na tubulação, e de um
poço de visita executada num determinado ponto da tubulação com o objetivo de medir o
seu diâmetro a velocidade do curso de água.
57
Figura 24: Tap 1 “ . Fonte: http://www.enops.com.br/site/index.php (2011)
•
Outras peças.
58
4
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução do trabalho, inicialmente foram planejadas as etapas do projeto
utilizando-se uma ferramenta de criatividade que representa esquemas mentais usando
cores, imagens, símbolos, formas e texturas para mostrar a hierarquia e a relação entre as
idéias (SIQUEIRA, 2011).
Foram estabelecidas as etapas principais e seus desdobramentos em atividades e,
conforme foram surgindo as idéias e conexões, foi elaborado um esquema mental,
empregando o software Edraw Mapmind, até serem contempladas todas as fases do
projeto.
Na Figura 25 está apresentado o resultado do planejamento.
Figura 25 - Esquema mental com as fases do projeto
Dentre os objetivos gerais estabelecidos para este trabalho está o desenvolvimento
de ferramentas e metodologias de geoprocessamento para auxiliar no cadastro e
gerenciamento da manutenção de redes de distribuição de água do DMAE, e, de forma mais
específica, ferramentas baseadas em SIG que atinjam os seguintes objetivos:
59
•
Delimitação do setor de abastecimento e das zonas de abrangência das
válvulas e registros;
•
Criação de um banco de dados georreferenciado das redes de água;
•
Elaboração de um banco de dados em SIG com algumas ferramentas para
auxiliar na manutenção das redes de água.
A delimitação da zona de abastecimento foi realizada através da ação da equipe de
campo do DMAE sobre as válvulas e registros efetivamente encontrados na área de estudo
com a auxílio de uma equipe do Setor de Manobra e uma equipe da DINA II.
O procedimento consistiu na verificação do cadastro com a visita a cada registro da
área de estudo verificando se o mesmo se encontrava no local, estava acessível e se era
possível sua manobra.
Nos registros em que a manobra foi possível, verificou-se se o mesmo se
encontrava aberto ou fechado e em que região da rede ele interrompia o fluxo do
abastecimento.
Foram registrados todos os dados, foi feita a tomada de fotos dos locais e
encaminhado para manutenção e demais providências aqueles registros que não estavam
em perfeitas condições.
Concomitantemente, foi realizada a verificação da consistência das informações
constantes no cadastro nos itens Registros e Hidrantes.
Os itens do cadastro que foram confirmados, e os itens não localizados, foram
listados para posteriormente constarem em layers separados no SIG.
Os locais onde os itens foram localizados foram analisados para a escolha da
metodologia mais adequada para seu georreferenciamento, atendendo aos requisitos de
acurácia, rapidez e disponibilidade de recursos por parte do DMAE.
O banco de dados em SIG foi montado utilizando o ArcGIS versão 9.3, produzido
pela empresa ESRI, já que este é um dos sistemas utilizados no DMAE, apresentando-se
compatível com as informações obtidas do cadastro técnico, além de ter grande aceitação
entre usuários de SIG.
Os dados fornecidos em arquivos no formato shapefile, nativo do ArcGIS, foram
disponibilizados pelo DMAE sendo que vários destes arquivos foram gerados originalmente
por
outros
departamentos
ou
Secretarias
do
município
de
Porto
Alegre
para,
posteriormente, serem padronizados pela Empresa de Processamento de Dados de Porto
Alegre (PROCEMPA), antes de serem entregues para distribuição aos demais órgãos do
Município.
60
A seguir estão descritas os materiais e equipamentos utilizados neste trabalho e as
atividades realizadas para obtenção dos objetivos propostos, com as etapas realizadas
mostradas na Figura 26.
Figura 26 - Etapas para obtenção dos objetivos com o uso do SIG
4.1
Materiais e equipamentos
Para o desenvolvimento do presente projeto foram utilizados os seguintes
materiais, equipamentos, hardwares e softwares:
•
Um par de receptores GPS topográficos com tripés e antenas externas L1 e
demais acessórios, cedidos pelo Setor de Levantamentos da Divisão de Planejamento do
DMAE com patrimônios 45937 e 45722;
•
Dois notebooks;
•
Uma máquina fotográfica digital 8.0 megapixel;
•
Software ESRI ArcGIS- ArcMap com licença ArcInfo 9.3 com extensões
Spatial Analyst,e Network Analys;
•
Software Ashtech Solution.
61
4.2
Estrutura de dados e fontes de informação
Foram pesquisados documentos pertinentes bem como a base cartográfica junto
ao DMAE e órgãos da prefeitura a fim de constituir uma base de dados para auxílio do
trabalho.
O Sistema de Projeção da base cartográfica é Gauss-Krüger cujas características já
foram descritas na revisão teórica deste trabalho.
A base espacial do sistema de abastecimento de água atual foi produzida através
da Carta Convite 003.080311.03.2 cujo objetivo era a digitalização e compatibilização do
cadastro da adução e distribuição de água do DMAE.
Os fluxos do processo de digitalização e compatibilização estão representados na
figuras 27, 28 e 29.
Figura 27 - Fluxo de digitalização e compatibilização da adução e distribuição de água do DMAE.
Fonte: Logit Mercosul Consultoria (2004)
62
Figura 28 - Exemplo de planta cadastral em papel escala 1:2000 e croqui escala 1:200 digitalizados.
Fonte: Logit Mercosul Consultoria (2004)
Figura 29 - Exemplo de planta digital da base 1:1000 e imagem de satélite usados para
compatibilização da rede de adução e distribuição de água. Fonte: Logit Mercosul Consultoria (2004)
63
No DMAE, a unidade responsável pela produção, manutenção e atualização do
cadastro de água é o Setor de Cadastro de Água da Divisão de Planejamento (STCA/L). O
STCA/L recebe as informações de cadastro a serem implantadas e/ou atualizadas do Setor
de Cadastro de Água (STCA/A) da DVA e da Divisão de Obras (DVO), conforme fluxo da
figura 30, e realiza as alterações necessárias nas plantas, croquis e banco de dados.
Setor de Cadastro de Água (STCA/A)
Divisão de Obras (DVO)
Divisão de Água (DVA)
Croquis (em papel) de serviços
executados na rede (atualização,
corte, extensão, substituição,
colocação de hidrantes) pelo DMAE
Projetos de extensão e
substituição de rede realizadas
por terceiros (em papel ou
formato DWG)
Setor de Cadastro Geral
(STCG/L)
Divisão de Planejamento (DVL)
Atualização das Cartas,
Croquis e Banco de Dados
Cópia dos processos (memorando)
DVA, DVL, ASSEC, SVL/T, STCO/C e STVI/C
NECESSITA DE NOVAS LIGAÇÕES
PREDIAIS
Setor de Codificação (STCO/C)
Divisão de Arrecadação (DVC)
NÃO NECESSITA DE LIGAÇÕES
PREDIAIS
Setor de Arquivo Geral (STAR/G)
Divisão de Planejamento (DVO)
Figura 30 - Fluxo das alterações e atualização do cadastro das redes adutoras e distribuidoras de
água do DMAE. Fonte: Logit Mercosul Consultoria (2004)
As informações atualizadas são fornecidas para o banco de dados GEOPMPA para
consulta via intranet das áreas de planejamento, projeto, obras e manutenção de redes.
Além disso, são fornecidas cópias em papel para as unidades que as solicitam.
O órgão responsável pela manutenção das bases digitais de eixos de logradouros é
a Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (PROCEMPA) que disponibiliza
a atualizações periodicamente via intranet para os demais órgãos da prefeitura.
As atualizações da base cartográfica dos eixos dos logradouros são fornecidas pela
PROCEMPA em formato SHP. Os logradouros são formados por segmentos de logradouros
representados por linhas limitadas por dois cruzamentos ou final de rua. O DMAE através do
STCA/L possui o software Maptitude no qual importa os shapes de logradouros da
PROCEMPA.
As atualizações dos cadastros de redes de água na escala 1:2000 são realizadas
no próprio Maptitude e, após, convertidas para shapefile e PDF. As atualizações dos croquis
na escala 1:200 são vetorizados no AutoCAD e salvos nos formatos DWG e PNG. Após,
ambos são disponibilizados na rede GEOPMPA ou impressos quando solicitado.
A seguir estão descritos os documentos pesquisados da base cartográfica.
64
Tabela 10 - Arquivos formato shapefile
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
ARQUIVO
Adutoras
ESCALA
Compatível
com 1:1000
DESCRIÇÃO
Representa
a
localização da rede
de
adutoras de água bruta
e de água tratada do
sistema de adução e
distribuição de água de
Porto Alegre.
ATUALIZAÇÃO
Mensal
Altimetria
Compatível
com 1:1000
1982
Bacias
hidrográficas
Compatível
com 1:1000
Representa o conjunto de
elementos que compõe a
altimetria de Porto Alegre, e
que foi construído a partir
da conversão e unificação,
em uma mesma camada,
de todas as cartas 1:1.000
vetorizadas em CAD pela
1° DL - 1° Divisão de
Levantamento do Exército
Brasileiro
através
do
convênio com Secretaria de
Planejamento
Municipal
(SPM)
Representa
os
polígonos das áreas das
bacias hidrográficas de
Porto Alegre
Captação
– ETAS
Compatível
com 1:1000
Representa a localização
dos pontos de captação de
água bruta das Estações
de Tratamento de Água do
sistema de adução e
distribuição de água de
Porto Alegre.
2005
2005
VISÃO GERAL
65
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
ARQUIVO
Croquis –
Água
ESCALA
Compatível
com 1:1000
Curvas
mestras
Compatível
com 1:1000
EBAs
Compatível
com 1:1000
EBAs
Poly
Compatível
com 1:1000
DESCRIÇÃO
Representa a referência
espacial do acervo de
aproximadamente 17.300
croquis
graficados
em
tamanho A4, na escala
1:200 e sem precisão
geométrica,
nos
quais
constam
informações
detalhadas
de
todas
tubulações e elementos
que compõe a rede do
sistema de adução e
distribuição de água
Representa o conjunto de
curvas de nível principais,
com cotas de 5 em 5
metros, que compõe a
altimetria de Porto Alegre, e
que foi construído a partir
da conversão e unificação,
em uma mesma camada,
de todas as cartas 1:1.000
vetorizadas em CAD pela
1°
Divisão
de
Levantamento do Exército
Brasileiro
através
do
convênio
com
a
Secretaria de Planejamento
Municipal (SPM)
Representa a referência
espacial, em forma de
centróides, das Estações
de Bombeamento de Água
(EBAs) bruta e tratada do
sistema de adução e
distribuição
ATUALIZAÇÃO
Semanal
Representa a referência
espacial, em forma de
polígonos, das áreas que
compõem respectivamente
a estrutura física de cada
EBA bruta ou tratada do
sistema de adução e
distribuição de água
Eventual,
conforme
necessidade
1982
Eventual,
conforme
necessidade
VISÃO GERAL
66
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
ARQUIVO
ETAs
ESCALA
Compatível
com 1:1000
DESCRIÇÃO
Representa a referência
espacial, em forma de
centróides, das ETAs do
sistema de adução e
distribuição de água
ATUALIZAÇÃO
Eventual,
conforme
necessidade
ETAs Poly
Compatível
com 1:1000
Representa a referência
espacial, em forma de
polígonos, das áreas que
compõem respectivamente
a estrutura física de cada
Estação de Tratamento de
Água (ETA) do sistema de
adução e distribuição de
água
Eventual,
conforme
necessidade
Hidrantes
Compatível
com 1:1000
Representa a localização
dos hidrantes de coluna e
subterrâneos do sistema de
adução e distribuição de
água de Porto Alegre.
Mensal
Representa a malha da
divisão de cartas 1:2.000
do Aerolevantamento de
1956.
Utilizadas
como
índice
e
referência
espacial das
cartas
esquemáticas do cadastro
de água do sistema de
adução e distribuição de
água de Porto Alegre.
2005
Mosaico
2000
VISÃO GERAL
67
ARQUIVO
ESCALA
Planimetria
Ramais
2005
Compatível
com 1:1000
Ramais
PDA
Compatível
com
1:15.000
Rede
água
Rede
morta
de
Compatível
com 1:1000
Compatível
com 1:1000
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
DESCRIÇÃO
ATUALIZAÇÃO
Representa o conjunto de 1982
elementos que compõe a
planimetria de Porto Alegre,
e que foi construído a partir
da conversão e unificação,
em uma mesma camada,
de todas as cartas 1:1.000
vetorizadas em CAD pela
1° DL - 1° Divisão de
Levantamento do Exército
Brasileiro
através
do
convênio com a SPM
Representa a referência 2005
espacial, da localização
das ligações de ramais de
água
cadastradas
no
Sistema Comercial de Água
(SCA) do DMAE, referentes
ao ano de 2005, que
puderam ser obtidas pelo
método de geocodificação
a partir do eixo de
logradouros
Representa a referência 2003
espacial, da localização
das ligações de ramais de
água
cadastradas
no
Sistema Comercial de Água
(SCA) do DMAE, referentes
ao ano de 2003, que foram
adotadas no PDA - Plano
Diretor de Água
Representa a localização Semanal
da rede de adução e
distribuição
de
água,
composta por todas as
tubulações ("arcos"), e
demais elementos de rede
("nós"),
tais
como conexões, registros,
hidrantes, redutores, etc.
Os "arcos" e "nós", quando
utilizados em conjunto,
compõem uma estrutura de
topologia de rede, e
permitem simulações.
Representa a localização 2004
da rede morta de adução e
distribuição
de
água,
composta por todas as
tubulações ("arcos"), e
demais elementos de rede
("nós"),
existentes
em
2004, quando se digitalizou
a rede de água.
VISÃO GERAL
Não tem
Não tem
Não tem
Não tem
68
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
DESCRIÇÃO
ATUALIZAÇÃO
Representa os polígonos 2005
das áreas de abrangência
das 5 distritais de operação
e manutenção da rede de
água do DMAE.
ARQUIVO
Regiões
DVA
ESCALA
Compatível
com 1:1000
Reservatórios
Compatível
com 1:1000
Representa a referência
espacial, em forma de
centróides,
dos
reservatórios
de
água
tratada do sistema de
adução e distribuição de
água
Reservatórios
Poly
Compatível
com 1:1000
Representa a referência
espacial, em forma de
polígonos, das áreas que
compõem respectivamente
a
estrutura
física
de
cada reservatório de água
tratada do sistema de
adução e distribuição de
água
Sistemas
de água
Compatível
com 1:1000
Representa a referência
espacial, em forma de
polígonos complexos, das
áreas de abastecimento de
cada ETA, que compõe o
sistema de adução e
distribuição de água de
Porto Alegre.
Quinzenal
VISÃO GERAL
69
ARQUIVO
Sub água
ESCALA
Compatível
com 1:1000
Lotes
Compatível
com 1:1000
Eixos
Compatível
com 1:1000
ARQUIVOS GIS – FORMATO SHAPEFILE
DESCRIÇÃO
ATUALIZAÇÃO
Representa a referência Quinzenal
espacial, em forma de
polígonos complexos, das
respectivas
áreas
de
abastecimento de cada
subsistema de nível de
bombeamento, os quais
estão vinculados a uma
determinada
ETA,
e
compõe a subdivisão do
sistema de adução e
distribuição de água de
Porto Alegre.
Representa
os
lotes Eventual,
cadastrados na Secretaria conforme
da Fazenda Municipal
necessidade
Representa os eixos dos Eventual,
logradouros construído a conforme
partir da conversão e necessidade
unificação, em uma mesma
camada, de todas as cartas
1:1.000 vetorizadas em
CAD pela 1° DL - 1°
Divisão de Levantamento
do
Exército
Brasileiro
através do convênio com a
SPM
Fonte: GEOPMPA (2011)
VISÃO GERAL
Não tem
Não tem
Tabela 11 – Arquivos formato PNG
ARQUIVOS RASTER – FORMATO PNG
ARQUIVO
Croqui
água
ESCALA
1:200
DESCRIÇÃO
Croquis do cadastro da
rede de água do
DMAE, no
formato
PNG, disponíveis para
download e consulta de
informações detalhadas
da rede de adução e
distribuição de água da
cidade de Porto Alegre.
ATUALIZAÇÃO
Diária
Fonte: GEOPMPA (2011)
VISÃO GERAL
70
Tabela 12 – Arquivos formato DWG
ARQUIVOS CAD – FORMATO DWG
ARQUIVO
Croqui
água
ESCALA
1:200
DESCRIÇÃO
Croquis do cadastro
da rede de água do
DMAE, no
formato
DWG,
disponíveis
para
download
e
consulta
de
informações
detalhadas da rede de
adução e distribuição
de água de Porto
Alegre.
Os arquivos estão
organizados
em
diretórios, cujo número
corresponde
a
articulação (mosaico)
1:2.000.
Observação:
O
repositório completo
de todos os croquis
1:200 está disponível
somente em imagem
raster, no formato
PNG.
ATUALIZAÇÃO
Diária
VISÃO GERAL
Fonte: GEOPMPA (2011)
4.3
Avaliação da rede geodésica municipal e informações cadastrais
Quanto à referência geodésica, conforme descrito no item 2.2, existe uma rede de
referência planialtimétrica, implantada em 1981 pela PMPA e METROPLAN, materializada
em cerca de 2500 pinos metálicos, ao longo de vias públicas, cujas coordenadas estão
referidas ao CCGB.
Foi pesquisada a localização dos pinos existentes, próximos à área de interesse
junto aos órgãos competentes a fim de auxiliar nos levantamentos e foram identificados os
seguintes pinos e referências de nível, conforma Tabela 13:
71
Tabela 13 – Geopinos da Rede de Referência Plani-altimétrica do Bairro Mário Quintana
Fonte: SPM 2011)
Os pontos em condições de serem levantados foram os Geopinos 5583 e 5584,
localizados na Av. Delegado Ely Correa Prado entre as ruas Algemiro Antônio dos Santos e
Marques Rebelo, conforme localização na Figura.
72
Figura 31 - Mapa com a localização dos Geopinos da Vila Safira. Fonte: SPM (2011)
Esses pontos foram medidos no dia 28 de abril de 2011 pelo Convênio UFRGS PMPA para Mapeamento de Porto Alegre (Transformação de Coordenadas) e os valores
das coordenadas obtidas estão apresentados nos resultados.
A fim de verificar e atualizar a base cadastral existente e assegurar que o
comportamento do modelo do SIG fosse representativo da realidade do sistema de
abastecimento do local, foram obtidos todos os croquis contendo os detalhes das plantas
cadastrais 087 e 097 que compõem o cadastro de água da Vila Safira, conforme o modelo
apresentado na Figura 32:
73
Figura 32 - Croqui 87/35. Fonte: GEOPMPA (2011)
Em seguida foi elaborada uma planilha Excel (Tabela 14) contendo todos os
endereços dos croquis e um hiperlink para o arquivo PNG e foi feita a seleção daqueles que
continham dados a serem verificados e levantados em campo, tais como registros, válvulas,
estações pitométricas, hidrantes, etc., conforme Figura 33.
Figura 33 - Croqui 87/15. Fonte GEOPMPA (2011)
74
Tabela 14 - Relação dos nós da rede de abastecimento da Vila Safira
TABELA COM A RELAÇÃO DE NÓS DA REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA VILA SAFIRA
ITEM
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
PLANTA NÓ
97
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
87
1
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
28
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
45
46
48
50
52
53
54
55
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
70
71
72
86
129
145
156
157
164
204
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
252
LOCALIZAÇÃO
HIDRANTES REGISTROS VRP EP
AV . PROTÁSIO ALVES X DEL. ELY CORREA PRADO
1
11
1
1
BC FUMAÇA X AV. MARTIM FELIX BERTA
6
RUA ALGEMIRO NUNES DA COSTA X RUA ADOLFO ANELE
RUA LUIZ ANTÔNIO MACHADO FIORAVANTE X RUA ADOLFO ANELE
LUIZ ANTÔNIO MACHADO FIORAVANTE X RUA REGINA DE ARAÚJO ROCHA
RUA ALGEMIRO NUNES DA COSTA X RUA REGINA DE ARAÚJO ROCHA
BC FUMAÇA X RUA MARQUES REBELO
3
RUA JOSÉ BAHLIS X RUA LUIZ SIBEMBERG
RUA JOSE BAHLIS X AV. DEL. ELY CORREA PRADO
1
2
RUA SATURNINO JOSÉ GERALDO X RUA LUIZ SIBEMBERG
RUA LUIZ SIBEMBERG
PSG VILA SAFIRA X AV. DEL ELY CORREA PRADO
RUA PROF. ADIL MULLER QUITES X RUA IRMÃO ÂNGELO MENEGAT
RUA PROF. ADIL MULLER QUITES X RUA MARQUES REBELO
1
RUA JORGE DE LORENZI X RUA IRMÃO ÂNGELO MENEGAT
RUA JORGE DE LORENZI X RUA MARQUES RABELO
RUA JORGE DE LORENZI
BECO SEM NOME X RUA ALBERTO GÁLIA
RUA MISSIONEIROS X RUA ALBERTO GÁLIA
RUA ORÍGENES LESSA X RUA JUSTINO MARTINS
2
1
RUA CEL PM HERMANO WOLF X RUA ORÍGENES LESSA
1
RUA CEL. PM HERMANO WOLF X RUA JULIO JOSÉ LOPES DA SILVA
RUA JÚLIO JOSE LOPES DA SILVA X RUA OSVALDO FRANÇA JUNIOR
RUA OSVALDO FRANÇA JUNIOR X RUA ORIGENES LESSA
RUA JUSTINO MARTINS X RUA BASTOS TIGRE
RUA JUSTINO MARTINS X RUA 4 VILA SAFIRA
RUA BASTOS TIGRE
BC FUMAÇA X RUA MOÇAMBIQUE
1
RUA MOÇAMBIQUE (ENTRE PROF. ADIL M. QUITES E JORGE DE LORENZI)
AV. DEL. ELY CORREA PRADO X RUA HEITOR SALDANHA
1
RUA HEITOR SALDANHA
RUA LUIZ SIBEMBERG X RUA NILSON DOS SANTOS COSTA
AV. DEL. ELY CORREA PRADO X AV. NILSON DOS SANTOS COSTA
2
RUA NILSON DOS SANTOS COSTA X RUA CEL PM HERMANO WOLF
RUA SATURNINO JOSÉ GERALDO
AV. DEL. ELY CORREA PRADO X RUA SATURNINO JOSÉ GERALDO
1
RUA ALGEMIRO ANTONIO DOS SANTOS
RUA NILSON DOS SANTOS COSTA X RUA ALGEMIRO ANTONIO DOS SANTOS
AV. DEL. ELY CORREA PRADO X RUA ALGEMIRO ANTONIO DOS SANTOS
1
RUA JORGE DE LORENZI X RUA ALBERTO GÁLIA
RUA JORGE DE LORENZI X RUA SEBERI
BECO SEM NOME X RUA ALBERTO GÁLIA
RUA MISSIONEIROS(FINAL)
1
RUA MOÇAMBIQUE X RUA ALBERTO GÁLIA
RUA JORGE DE LORENZI X RUA MOÇAMBIQUE
RUA PROF. ADIL MULLER QUITES X RUA SEBERI
BECO UM MOÇAMBIQUE (FINAL)
RUA MOÇAMBIQUE(CURVA)
BECO UM MOÇAMBIQUE X RUA MOÇAMBIQUE
RUA PROF. ADIL MULLER QUITES X RUA ALBERTO GÁLIA
1
RUA PROF. ADIL MULLER QUITES X RUA MOÇAMBIQUE
RUA JÚLIO JOSÉ LOPES DA SILVA
RUA JOSÉ BAHLIS X BECO 3 VILA SAFIRA
RUA R VILA SAFIRA X RUA SATURNINO JOSÉ GERALDO
RUA ORIGENES LESSA X RUA OSVALDO FRANÇA JUNIOR
RUA REGINA DE ARAÚJO ROCHA (FINAL)
RUA 4 VILA SAFIRA
RUA ORIGENES LESSA
BECO DOIS MOÇAMBIQUE X RUA MOÇAMBIQUE
RUA JORGE DE LORENZI X RUA ALGEMIRO ANTONIO DOS SANTOS
RUA MARQUES REBELO(ENTRE BC DA FUMAÇA E PROF. ADIL MULLER QUITES)
RUA OSVALDO FRANÇA JUNIOR
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
1
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
1
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
1
1
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
LOT. ALZIRA ROSA
TOTAL
3
37
2
1
75
Realizou-se então a verificação das informações constantes nas plantas cadastrais
087 e 097 na escala 1:2.000 com os croquis escala 1:200 e se efetuaram as alterações
necessárias na base de dados.
Para conferência do cadastro foram realizadas as seguintes atividades em campo:
•
Realização de medições de pressão e manobras nos registros para
verificação dos limites do setor de abastecimento e zonas de abrangência dos registros em
conjunto com uma equipe do Setor de Manobras de Registros da Divisão de Água
(STMR/A);
•
Visitas a todos os pontos de interesse visíveis (registros, válvulas, estações
pitométricas e hidrantes localizados conforme itens hachurados da Tabela 14) com o
acompanhamento e orientação da Equipe 9 da DINA II, responsável pelas manutenções das
redes no local;
•
Observação e registro de todas as diferenças encontradas entre o cadastro e
a realidade em campo.
A seguir estão apresentadas nas figuras 34 à 44 as fotos dos locais verificados em
campo.
Figura 34 - Foto da Av. Del. Ely Correa Prado x
Figura 35 - Foto da Rua Heitor Saldanha x Av. Del.
Av. Protásio Alves
Ely Correa Prado
76
Figura 36 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa
Figura 37- Foto da Rua Nilson dos Santos Costa x
x Av. Del. Ely Correa Prado (1)
Av. Del. Ely Correa Prado (2)
Figura 38 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del.
Figura 39 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del. Ely
Ely Correa Prado (1)
Correa Prado (2)
Figura 40 - Foto da Rua Algemiro Antonio dos
Figura 41 - Foto da Rua Regina de Araújo Rocha x
Santos x Av. Del. Ely Correa Prado
Av. Del. Ely Correa Prado
77
Figura 42 - Foto da Rua Marques Rebelo x Av.
Figura 43 - Foto da Rua Justino Martins x Av. Del.
Del. Ely Correa Prado
Ely Correa Prado
Figura 44 - Foto da Rua Justino Martins x Rua
Orígenes Lessa
Essa etapa de identificação dos elementos cadastrais foi muito importante, pois,
para interromper um determinado vazamento de água em um trecho da rede e promover o
seu reparo, a companhia de abastecimento deve rapidamente identificar a menor
quantidade possível de registros a serem fechados, evitando que a manobra atinja uma
quantidade maior de usuários do que o estritamente necessário, bem como perder tempo no
fechamento de registros desnecessários. Para a realização destas manobras as
companhias, na maioria das vezes, contam com a experiência de funcionários antigos nos
setores de operação e manutenção, que geralmente acabam descobrindo na prática o que
fazer e como operar. Tais funcionários são conhecedores empíricos das redes e das suas
peculiaridades. Desta forma, o setor operacional das companhias cria uma dependência
destes funcionários e a tomada de decisão fica, portanto, apoiada no empirismo e na
improvisação. (BARROS et al.,2004).
78
4.4
Definição dos requerimentos de acuracidade
Inicialmente foi pesquisada junto às Normas Brasileiras, à Legislação da PMPA e
do DMAE e junto a outras empresas de saneamento, qual a acurácia necessária para o
cadastro de água.
Segundo a NBR 12211/1992 – Estudos de concepção de sistemas públicos de
abastecimento de água:
“5.1.2.1 Os elementos cartográficos devem apresentar precisão e detalhamento
suficientes para que, na comparação de concepções, se evitem erros que possam levar a
preferir a solução mais vantajosa em benefício de outra qualquer.”
No DMAE segundo a NS022 do DMAE: todas as medidas deverão ser fornecidas
em metros e com precisão de centímetros, ou seja, não define um valor específico para
exatidão.
Junto às demais empresas e concessionárias de saneamento também não houve
resultado para pesquisa quanto à acurácia requerida.
Portanto, em nenhum dos casos chegou-se a uma informação que apresentasse
um valor de referência confiável.
Segundo Ourique,97: “No que se referem às redes, as informações devem ter
precisão suficiente para que os serviços de manutenção, remanejamento e ampliação sejam
executados nos menores tempos possíveis e de forma a causarem o mínimo transtorno aos
usuários”.
Foram identificadas duas possibilidades:
4.4.1
•
Definir uma acuracidade com base nas necessidades dos usuários;
•
Definir uma acuracidade com base na escala de mapeamento.
Definição da acuracidade com base nas necessidades dos usuários
Para definição da acuracidade procurou-se identificar as necessidades dos usuários
do cadastro de água. Para tanto foi utilizada a metodologia do Brainstorming ou “tempestade
de idéias” que é uma ferramenta para geração de novas idéias, conceitos e soluções para
qualquer assunto ou tópico num ambiente livre de críticas e de restrições à imaginação
(SIQUEIRA, 2010).
Foram entrevistadas 25 (vinte e cinco) pessoas entre os dias 04 e 14/04/11. A
escolha dos entrevistados foi feita procurando pelo menos uma amostra representativa dos
setores do DMAE que de alguma forma utilizam o cadastro de água e estudantes de
79
Engenharia Cartográfica. As entrevistas foram feitas de forma individual ou com duas ou
mais pessoas, sendo que algumas foram feitas via telefone e a maioria feita pessoalmente.
Do DMAE, foram realizadas entrevistas com:
•
2 (dois) chefes das Distritais de Conservação de Água;
•
Chefe do Serviço de Conservação;
•
Diretor da Divisão de Água;
•
Chefe do Setor de Manobra de Registros;
•
2 (dois) engenheiros do Setor de Apoio Técnico da Divisão de Água;
•
Chefe da Equipe de Projetos I da Divisão de Planejamento;
•
Chefe do Cadastro de Água;
•
Chefe da Equipe de Topografia da Divisão de Planejamento;
•
6 (seis) responsáveis pela programação dos serviços de manutenção de
redes de água;
•
3 (três) mestres de equipes de manutenção de redes;
•
Instalador Hidrossanitário do Setor de Manobra de Registros;
•
Engenheiro cartógrafo da Divisão de Planejamento;
•
2 (duas) engenheiras da Fiscalização de Obras da Divisão de Obras.
Da UFRGS foram entrevistados 2 (dois) estudantes do curso de Engenharia
Cartográfica.
Foi apresentado a cada participante o tema:
"Que critérios você acha importante levar em consideração na definição
da precisão necessária para o cadastro da rede de distribuição de água? Você poderia
definir um valor para precisão da rede de água?"
Foi permitido que cada pessoa falasse sobre o tema livremente e, à medida que as
idéias foram surgindo, foram anotadas exatamente como foram expressas até que todos os
participantes esgotassem suas manifestações.
4.4.2
Definição da precisão com base no padrão de exatidão cartográfica
As Instruções Reguladoras de Normas Técnicas da Cartografia Nacional foram
estabelecidas pelo Decreto nº 89.817 e segundo o artigo 8º do mencionado Decreto, a
classificação das cartas quanto à sua exatidão deve obedecer ao Padrão de Exatidão
Cartográfico (PEC):
80
“1- Noventa por cento dos pontos bem definidos numa carta, quando testados no
terreno, não deverão apresentar erro superior ao Padrão de Exatidão Cartográfico Planimétrico estabelecido.
2- Noventa por cento dos pontos isolados de altitude, obtidos por interpolação de
curvas de nível, quando testados no terreno, não deverão apresentar erro superior ao
Padrão de Exatidão Cartográfico - Altimétrico estabelecido.”
O PEC indica a estatística de dispersão, relativa a 90% de probabilidade que define
a exatidão de trabalhos cartográficos. A probabilidade de 90% corresponde a 1,6449
vezes o Erro-Padrão (PEC = 1,6449 * EP), sendo que o Erro-Padrão isolado num trabalho
cartográfico, não ultrapassará 60,8% do PEC.
Consideram-se equivalentes as expressões Erro-Padrão, Desvio Padrão
e
Erro
Médio Quadrático.
No artigo 9º do mesmo decreto está estabelecido que as cartas são classificadas,
segundo sua exatidão, nas classes A,B e C, considerando os seguintes critérios conforme
Tabela 15:
Tabela 15 - Padrões de Exatidão Cartográfica
Fonte: Decreto Lei Nº 89.817/1984
Quanto às redes de água, a escala recomendada pela NBR 12211 é de 1:5.000 à
1:2.000 para localização das unidades e das partes acessórias do sistema de
abastecimento:
“5.1. 5 A escala dos elementos cartográficos deve:
a) ser suficiente para permitir a análise e comparação das soluções possíveis;
b) possibilitar a apresentação dos estudos de forma que resultem perfeitamente
caracterizados todos os elementos definidores de cada uma das soluções.
81
No DMAE a escala utilizada para as plantas cadastrais do sistema de
abastecimento de água é de 1:2000, portanto, de acordo o PEC, o erro planimétrico para
essa escala é de 0,5 mm na carta, equivalendo a 1 metro no terreno, para ser considerada
Classe A .
4.5
Definição do perfil dos usuários do cadastro
Foi realizada pesquisa para definição dos usuários atuais do cadastro de rede de
água e dos usuários potenciais para o SIG no DMAE. Para isso foi feita consulta ao
Organograma do departamento (Figura 45) e ao Manual de Gestão onde foram identificados
os usuários, através dos escopos e processos do SGD, conforme Tabela 16.
Figura 45 - Organograma do DMAE. Fonte: DMAE -Relatório de Responsabilidade Social (2008)
82
Tabela 16: Escopos, processos e ações envolvidas com o cadastro de água
ESCOPO
PROCESSOS
DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO
AÇÕES
Projetos de Sistema
Levantamento cadastral
de Água
Levantamento topográfico e
sondagens
Superintendência de Desenvolvimento (SD)
– Divisão de Planejamento(DVL) e Divisão
Projetos de ampliação
Lançamento de rede
de Obras (DVO)
das redes de água
Entroncamento com a rede
existente
Cadastro da obra
Substituições
das
redes de água
Lançamento de rede
Entroncamento com a rede
existente
Corte da rede antiga
Cadastro da obra
Ampliações
infraestrutura
da
por
Terceiros
Execução de projetos
Execução da obra
Entroncamento com a rede
existente
Cadastro da obra
OPERAÇÃO
DO
SISTEMA
DE
Distribuição de Água
Programação e divulgação de
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
manobras
Superintendência de Operação (SO) –
planejadas)
Divisão de Água (DVA)
Realização de manobras
(intervenções
Manutenção de redes
Programação de serviços
de água
Revisão de hidrantes
Execução
do
serviço
de
manutenção
Pesquisa de vazamentos e
investigações diversas
Atualização do cadastro de
redes
COMERCIALIZAÇÃO
Ligação de Água
Superintendência Comercial (SC) – Divisão
Vistoria
Execução da ligação
de Instalações
Fonte: Manual de Gestão do DMAE (2010)
Também foram definidos os níveis de interferência dos usuários no cadastro e no
SIG:
•
Consulta: usuários aos quais utilizam apenas consulta;
83
•
Proposição de alteração: usuários que elaboram projetos, executam e
fiscalizam obras no sistema de abastecimento, realizam manutenção e alterações das redes
de água
•
4.6
Manutenção e atualização: Setor de Cadastro de Água;
Levantamento geodésico dos pontos de interesse
Após a vistoria do cadastro em campo, foram identificados 15 pontos possíveis de
serem levantados em campo (Figura 46) para posterior georreferenciamento, a saber:
•
1(um) hidrante;
•
2 (duas) válvulas redutoras de pressão;
•
1 (uma) estação pitométrica;
•
11 (onze) registros de manobra.
Figura 46 - Localização dos pontos levantados
84
Os pontos cadastráveis da rede de abastecimento de água do DMAE na região do
estudo, e suas respectivas coordenadas, farão parte do banco de dados do SIG, um dos
produtos cartográficos finais do projeto.
Embora o DMAE tenha comprado dois receptores GPS topográfico (L1) a mais de
dez anos (Figura 47), eles não são utilizados em seus levantamentos, o método utilizado até
hoje é unicamente a Topografia clássica utilizando Estações Totais e Níveis Eletrônicos.
Figura 47 - Receptor Astech PROMARK II
O GPS tem sido muito utilizado nos levantamentos para fins topográficos, pois
oferece uma série de vantagens em relação aos métodos convencionais usados em
Topografia. Estas vantagens estão relacionadas à eficiência na coleta e automação dos
dados, à dispensa de intervisibilidade entre os pontos, ao transporte simultâneo de
coordenadas tridimensionais (x, y e z), e a possibilidade do seu uso em sob as mais
variadas condições atmosféricas.
De posse da listagem com os 15 pontos de rede com localização confirmada, foi
realizada uma vistoria nestes locais com o objetivo de confirmar a viabilidade do
georreferenciamento através de levantamento com receptores GPS.
O critério utilizado na análise dos pontos foi grau de obstrução que o ponto poderia
ter em relação à constelação de satélites. Foi criada uma escala de três níveis, sendo
classificados com grau “1” os locais que tivessem obstrução na área da visada de até 10%,
grau “2” para os que tivessem obstrução na área da visada entre 11% até 30% e grau “3” os
pontos com mais de 30% de obstrução.
Para atender ao que foi levantado na pesquisa interna com os usuários das
informações cartográficas do DMAE, onde ficou estabelecido que a acurácia planimétrica
85
das coordenadas dos itens de rede deve ser de no mínimo 50 cm. De forma a termos
margem adequada, definiu-se que o método de levantamento deverá fornecer coordenadas
com precisão melhor que 3 vezes a tolerância definida pelos usuários.
“Na análise da qualidade posicional cartográfica, este erro máximo admitido
assume a função de tolerância posicional, como sendo de 3 (três) vezes o erro padrão
planimétrico,para um nível de aceitação de 99,7% (ROCHA, 2002).
Foi decidido que os levantamentos na área de estudos poderiam ser executados
com receptores GPS topográficos (L1), utilizando-se o método do Posicionamento Relativo
Estático com a estação POAL da RBMC, como ilustrado na figura 52, localizada no Campus
Agronomia da UFRGS distante 5 Km do centro da área de estudo, como
estação de
referência para o pós-processamento dos vetores (também chamada de linha de base), pois
com este comprimento, e rastreio de 20 minutos, é possível, como mostrado na revisão
teórica, se atingir a qualidade posicional necessária.
Por questões de produtividade decidiu-se usar os dois equipamentos para o
levantamento e usar somente o pós-processamento dos dados referenciados a estação
POAL, sendo que Os dados da estação, necessários para o pós-processamento, para as
datas dos levantamentos na área de estudos, foram obtidos no site do IBGE.
Tendo em vista as diferentes situações de obstrução de sinal e multicaminhamento
que podem ocorrer nos pontos que devem ser levantados, foi decidido que os receptores
ficariam estacionados o dobro do tempo mínimo recomendado, isto é, 40 minutos. Caso
algum ponto apresente resultados inadequados mesmo com este tempo (algo só verificável
após a etapa de pós-processamento) foi decidido que a coleta seria novamente realizada
em outra ocasião, mas agora com o tempo de 60 minutos para estes locais.
Também foi definido que se ocorresse, durante a coleta PDOP (Dilution Of Precison
– diluição da precisão 3D) entre 4,5 e 6, indicando geometria inadequada dos satélites, o
tempo utilizado seria de 60 minutos.
Para o pós-processamento dos vetores foi utilizado o software disponibilizado pelo
fabricante do receptor GPS, Astech Solutions Versão 2.60.
O banco de dados georreferenciado será montado através da inserção das
coordenadas em WGS84 das feições – elementos de rede tipo pontual - na respectiva
tabela de atributos. Estas coordenadas não serão aplicadas ao SIG, já que atualmente a
base cartográfica dos shapefiles encontra-se com projeção Gauss-Krüger com o Datum
Carta Geral.
Para avaliação do processo de levantamento, foram levantados, com a mesma
metodologia, dois pinos da rede de referência planimétrica do município na região do
estudo, os quais haviam sido levantados recentemente com receptor GPS L1/L2 pelo
convênio PMPA X UFRGS. As coordenadas destes dois pontos foram obtidas por meio do
86
ajustamento de dois vetores independentes, um da estação RBMC de Porto Alegre (POAL)
e outro de Santa Maria (SMAR).
Durante os levantamentos foram tomadas as fotos (conforme as figuras 48 à 59)
das medições de cada ponto de interesse:
Figura 48 - Foto da Av. Del. Ely Correa Prado x
Av. Protásio Alves (1)
Figura 49 - Foto da Av. Del. Ely Correa Prado x Av.
Protásio Alves (2)
Figura 50 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa
Figura 51 - Foto da Rua Nilson dos Santos Costa
x Av. Del Ely Correa Prado (1)
x Av. Del Ely Correa Prado (2)
Figura 52 - Foto da Rua Heitor Saldanha x Av.
Figura 53 - Foto da Rua José Bahlis x Av. Del Ely
Del Ely Correa Prado
Correa Prado
87
Figura 54 - Foto da Rua Algemiro Antonio dos
Figura 55 - Foto da Rua Regina de Araújo Rocha x
Santos x Av. Del Ely Correa Prado
Av. Del Ely Correa Prado
Figura 56 - Foto da Rua Marques Rebelo x Av.
Figura 57 - Foto da Rua Justino Martins x Av. Del
Del Ely Correa Prado
Ely Correa Prado
Figura 58 - Foto da Rua Justino Martins x Rua
Orígenes Lessa
Figura 59 - Foto da Rua Moçambique x Av. Del. Ely
Correa Prado
88
4.7
Desenvolvimento do banco de dados em SIG
Neste trabalho foi utilizada a Base Cartográfica da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre (PMPA) e dados da rede GEOPMPA do próprio DMAE. Estes produtos, cartas,
arquivos digitais no formato Computer Aided Design (CAD) com extensões DWG e DXF e
arquivos digitais do SIG no formato shapefile, com extensões SHP, são resultantes de
levantamentos topográficos realizados segundo o Sistema Cartográfico Municipal (SCM) de
Porto Alegre, os quais foram realizados na projeção Gauss-Krüger, padrão do SCM,
utilizando o Datum do Observatório Carta Geral.
Todo este material, assim como os demais gerados pelos levantamentos realizados
em campo, fazem parte do banco de dados em SIG, após o tratamento e adequação dos
mesmos.
4.7.1
Preparação dos shapefiles
Os arquivos disponibilizados pelo DMAE trazendo informações sobre sua rede de
distribuição de água, assim como de outras informações de cunho geográfico de todo o
município de Porto Alegre, estavam em formato shapefile, padrão do ArcGIS, somando
cerca de 150MB, os quais carregados na interface do ArcMap, módulo do ArcGIS, tornavam
as operações de edição muito lentas, além de apresentarem travamentos ocasionais na
operação do software. Como forma de tornar o trabalho mais rápido e seguro, optou-se por
trabalhar somente com os dados da área de estudo, a região da Vila Safira no bairro Mario
Quintana. Isto acarretou uma manipulação com um volume de dados muito menor. O
processo de exclusão dos dados que não eram pertencentes à região do trabalho deixou o
sistema mais rápido, e sem os travamentos que ao longo do trabalho poderiam corromper e
inutilizar os arquivos utilizados, reduzindo a ocupação de memória utilizada pelo hardware
ao operar com o programa ArcGIS.
A primeira operação realizada foi carregar no ArcMap o shapefile de polígonos
contendo as regiões dos setores do DMAE que trabalham somente com distribuição de
água no município, o arquivo SETORES_AGUA.shp.
Em modo de edição foi realizada uma consulta na tabela de atributos do shapefile,
selecionando-se a feição nomeada “Vila Safira”, através do uso da expressão adequada em
linguagem SQL.
Após a feição estar selecionada, e utilizando a função “Exportação de Dados de
Feições Selecionadas”, esta foi salva em um novo shapefile, o qual continha apenas a
feição “Vila Safira” com sua respectiva tabela de atributos.
89
No próximo passo foi carregado o shapefile de polilinhas chamado ARCOS.shp, o
qual traz toda a rede de tubulações que fazem a distribuição de água do município. A
sobreposição do polígono delimitador da Vila Safira sobre o shapefile ARCOS mostrou que
havia uma informação incorreta, o polígono não era suficientemente grande para abranger
toda a rede de abastecimento conhecida da região de estudo, um setor da rede ficaria
faltante se o processo fosse executado.
Foi necessário editar o shapefile de polígonos Vila_Safira para que este
abrangesse toda a rede da região (Figura 60). Após ser salvo com o mesmo nome usado
anteriormente, o polígono foi utilizado como máscara de seleção para o shapefile de
logradouros e de arcos.
Do shapefile original de logradouros de Porto Alegre, EIXOS10_2010.shp, que
continha originalmente 31570 registros para cidade inteira, com a seleção somente da área
de estudos foi reduzido para 130 registros em 49 logradouros.
Utilizando a função
Exportação de Dados de Feições Selecionadas, foi formado o shapefile Eixos_Safira.
Mantendo-se em tela o layer da área da Vila Safira, foi carregado o shapefile
ARCOS, este contendo todas as tubulações utilizadas na rede principal de distribuição de
água de Porto Alegre, que somada tem cerca de três mil e novecentos quilômetros de
tubulações. Pelo mesmo processo de intersecção do polígono Vila_Safira, usado para os
eixos de ruas, foi realizada a criação do shapefile Arcos_Safira, novamente através a função
“Exportação de Dados de Feições Selecionadas”, O shapefile resultante ficou com
aproximadamente 15 Km de rede de tubulações.
Figura 60 - Atualização do polígono da área da Vila Safira
O shapefile de logradouros, como se trata de informação oficial do município, e que
ainda não contém informações sobre a nova área da Vila Safira, denominada Loteamento
Alzira Rosa, onde já existe cadastro somente da rede de água, não foi editado. Segundo
90
informações obtidas no setor de Levantamentos Topográficos do DMAE, esta área estaria
em processo de documentação junto ao Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB).
O mesmo processo de seleção e criação de novos shapefiles contendo somente as
feições e os dados pertencentes somente á área de estudos foi realizado com os demais
shapefiles que foram escolhidos para o trabalho (Figura 61).
Figura 61 - Processo de extração dos dados da Área de Estudo
A Tabela 17 mostra os shapefiles que foram selecionados para o trabalho com
alguns dados sobre seus conteúdos.
Tabela 17 - Shapefiles selecionados
NOME DO
SHAPEFILE
TIPO
Nº de
FEIÇÕES
Setor_Safira
Polígono
1
Eixos_Safira
Polilinha
138
49 Logradouros ( Av., ruas, becos, acessos e passagens)
Arcos_Safira
Polilinha
346
Tubulação subterrânea de vários diâmetros e materiais
Lotes_Safira
Polígono
956
Lotes registrados na área
Nos_Safira
Pontos
323
Componentes de rede (terminações, registros, etc.)
Hidrantes_Safira
Pontos
2
CONTEÚDO
Polígono com área de 870 Km quadrados
Hidrantes
Após a seleção de uma dada feição na interface ArcMap, não importando qual o
método utilizado, é possível de se criar, como foi feito anteriormente, um shapefile
completamente independente daquele que lhe deu origem ou então, somente ser gerada
91
uma nova camada de informação, onde será mantido o vínculo com o arquivo que lhe deu
origem.
Na primeira forma, quando se realizou a exportação de uma feição selecionada,
houve a criação de uma nova estrutura de arquivos que fez parte do novo shapefile. Isto é
interessante quando se quer manter os dados originais intactos, nenhum tipo de ação sobre
o novo shapefile tem impacto sobre o arquivo original.
No segundo método, não foi criado um novo shapefile, havendo apenas uma
imagem reduzida do banco de dados original, mas que utiliza a mesma base de dados do
arquivo original. Qualquer alteração no arquivo original repercute na nova camada de
informação, ou layer, da mesma forma que um registro alterado no banco de atributos da
nova camada de informação será, na verdade, realizado sobre a tabela de atributos do
shapefile original. Haverá um vínculo permanente entre eles. Este método é utilizado
quando se deseja ter várias visões de um mesmo banco de dados geográfico, mas
necessita-se manter a coerência e consistência entre as diversas visões. Em um
geodatabase vários usuários podem ter visões diferentes dos dados contidos na
geodatabase, mas ela é única.
No estudo, utilizou-se a exportação de dados das feições selecionadas para
segmentar a base dados original, reduzindo o seu tamanho e facilitando a sua manipulação,
porém utilizou-se o segundo método para criar as camadas de informação com as visões
relevantes para o estudo e usou-se uma geodatabase pessoal (Personal Geodatabase) que
utiliza o padrão de arquivos do Microsoft Access, onde vários usuários podem acessar os
dados simultaneamente, mas somente um pode editá-los de cada vez para podermos
utilizar a rede geométrica necessária para a realização das simulações.
Com a utilização do ArcCatalog, cada shapefile utilizado neste trabalho teve seu
sistema de coordenadas limpo, isto é eliminado, prevenindo a existência de qualquer
informação discrepante. Posteriormente foram todos reconfigurados para trabalharem com o
sistema de coordenadas constante no arquivo CONF_DEMHAB.prj,
arquivo este que
constava do conjunto de shapefiles entregues para a realização deste trabalho pelo DMAE.
Antes de aplicá-lo como padrão, foi confirmado seu conteúdo e compatibilidade ao sistema
municipal através da visualização de seu conteúdo e comparação com os dados oficiais do
município.
92
Figura 62 - Visualização do CONF_DEMAHB.prj no processador de textos
4.7.2
Processo de geocodificação
A geocodificação é o processo pelo qual é designado um conjunto de coordenadas
para um determinado endereço de uma rua. É estabelecida uma relação lógica entre um
endereço (Rua, número, CEP) com coordenadas (latitude/longitude), (E,N). O processo de
geocodificação visa criar a melhor estimativa possível para esta correspondência, sendo a
sua qualidade muito dependente das informações disponíveis e o processo utilizado. A
interpolação de endereços foi o método que forneceu os resultados com maior exatidão.
Neste trabalho a geocodificação de endereços foi o processo utilizado para
determinar, por estimativa, a posição geográfica correspondente a cada endereço de onde
ocorreram os eventos relacionados à manutenção da rede de distribuição de água na área
de estudo.
Os insumos básicos utilizados nesta etapa do trabalho foram: um arquivo de
planilha eletrônica do MS Excel com os dados e endereços (contendo rua e logradouro) dos
eventos, e um arquivo vetorial de sistema viário, um shapefile com os eixos de ruas da área
de estudo. A ferramenta de análise empregada foi o pacote SIG ArcGIS versão 9.3 com
licenças para ArcInfo e para a função Geocoding.
O arquivo vetorial do sistema viário, o chamado layer de arruamento de acordo com
a linguagem padrão dos SIG's, armazena em seu banco de atributos alfanuméricos uma
classe com os tipos de vias de acesso (rua, avenida, beco, etc), nomes das ruas, endereços
de Código de Endereçamento Postal (CEP), e as informações mais importantes para a
geocodificação: intervalos numéricos das quadras ao longo do eixo das ruas com a
informação de numeração par inicial, par final, impar inicial e impar final. Este layer de
arruamento, no contexto da geocodificação do ArcGIS, é também chamado de “Tema de
Referência” ou de “Primary Table”, já o banco de dados de eventos contém os registros das
reclamações realizadas pelos clientes via SAC . Nele há o nome do cliente, seu endereço, o
problema reclamado, as ações realizadas pela equipe técnica, data e hora do encerramento
da atividade.
93
Para que os eventos sejam corretamente geocodificados ( Figura 71), a tabela
necessita ter o nome o logradouro preenchido o mais próximo possível do nome oficial
utilizado pela Prefeitura de Porto Alegre, já que é este que consta no banco de dados de
atributos dos eixos de ruas.
Figura 63 - Fluxo da geocodificação de eventos
O processo de geocodificação realizado pelo ArcGIS 9.3 requer que o módulo de
Geocoding reconheça plenamente o sistema de endereçamento utilizado. É necessário que
o software consiga reconhecer entre os campos que fazem parte deste endereçamento os
que são necessários na criação dos índices espaciais necessários para a geocodificação.
O ArcGIS 9.3, visando os padrões de formação de endereços utilizados no Estados
Unidos da América (EUA), vem preparado para cerca de 25
diferentes estilos de
localizadores de endereços, entretanto, nenhum deles é diretamente aplicável ao sistema
padronizado no Brasil.
A Figura 64 mostra um comparativo da ESRI, fabricante do ArcGIS, entre um estilo
utilizado no EUA e o equivalente no Brasil. Afora a diferença entre os idiomas, os campos
são basicamente os mesmos, mas disposição e tamanho dos campos dos dados não,
requerendo que seja realizada uma adequação entre os sistemas antes de ser realizado o
trabalho.
Figura 64 - Estilo de endereços americano (A) e estilo de endereços brasileiros (B). Fonte: Adaptado
de GEOCODING ( 2004).
94
A ESRI distribui em sua página na Internet um pacote de software para a edição e
criação de novos localizadores de estilos de endereços, o Geocoding Development Kit
Setup (GDK), com ele é possível criar uma forma de traduzir um estilo particular de
endereçamento ao padrão de entrada permitido pelo ArcGIS.
Mesmo com o auxílio do GDK, a tarefa de criar um localizador adequado ao
sistema brasileiro não foi uma tarefa simples. A distribuidora oficial para o país da ESRI
criou três localizadores prontos para o estilo brasileiro de endereçamentos e disponibilizouos em sua página da Internet para download de forma gratuita,
Antes de preparar o ArcGIS para a tarefa de geocodificação, isto é, criar o
localizador de endereços específico para a região de interesse, foi necessário fazer o
download dos estilos brasileiros
(http://www.img.com.br/suporte_downloads.aspx?id=26 ) e
seguir as instruções da página de suporte. Em três arquivos comprimidos estão disponíveis
os modelos de “Endereço BR com Intersect”, cada um deles atendendo um grupo de
variáveis que podem ser necessárias no processo de busca do endereço. A escolha do
estilo foi realizada em função das necessidades do usuário e das informações disponíveis
nos bancos de dados da pesquisa, (ver Tabela 18).
Tabela 18: Estilos brasileiros de geocodificação de endereços e suas variáveis
Neste trabalho, na tabela de eventos da rede, não é utilizada a informação de CEP,
portanto foi escolhido o “Endereço BR com Intersect”, o mais simples dos estilos BR.
95
5
RESULTADOS OBTIDOS
A seguir estão apresentados os resultados obtidos após o desenvolvimento de cada
etapa do trabalho.
5.1
Avaliação da rede geodésica municipal e informações cadastrais
A seguir estão apresentados fichas de levantamentos (figuras65 e 66) e fotos das
medições dos pinos da Rede Geodésica Municipal realizadas pelo convênio PMPA x
UFRGS(figuras 67 à 70):
Figura 65 - Ficha de levantamento GPS do Geopino
Figura 66 - Ficha de levantamento GPS do Geopino
5583
5584
Figura 67 – Foto do Geopino 5583
Figura 68 – Foto do Geopino 5584
96
Figura 69 – Foto do levantamento GNSS do
Figura 70 – Foto do levantamento GNSS do
Geopino 5583
Geopino 5584
No Anexo 1 estão apresentados os resultados do processamentos dos geopinos.
Na verificação cadastral foram encontradas diversas discrepâncias entre o cadastro
dos croquis, da planta cadastral e no campo referentes a:
•
Desenho de equipamentos e peças nos croquis não constantes na planta e
vice versa;
•
Ausência em campo de elementos representados nos croquis e plantas
(podem não ter sido instalados, podem ter sido retirados ou estarem enterrados);
•
Diferenças observadas na configuração real das redes de distribuição quando
ao seu traçado em planta;
•
Desatualização dos nomes de alguns logradouros;
•
Registros fechados sem a devida representação cartográfica;
•
Zonas de manobras de registros diferentes da representadas no cadastro.
Com base nas informações obtidas na verificação cadastral foram atualizados os
dados do cadastro digital.
5.2
Nível de acuracidade adotado
Na Tabela 19 estão compiladas as informações e idéias apresentadas sobre o tema
através das entrevistas. Os campos hachurados representam critérios e valores
considerados válidos para definição da acuracidade segundo os usuários.
97
Tabela 19 – Entrevistas sobre precisão cadastral
PARTICIPANTES
CRITÉRIOS PARA CADASTRO
João Pedro Weber
(Engenheiro) - Seção de
Apoio Técnico de Água /
Cássio dos Santos Correa
Neto (Agente de Serviços
Externos) - Chefe do
Setor de Manobras de
Redes DVA
Entrevista pessoal
Cadastro deveria ser feito na hora em que estão
realizando o serviço
O próprio DMAE copia o cadastro errado
Não tem fiscalização
Ninguém que recebe o cadastro corrige
Tem erro de datas das obras
Raro o cadastro ser repassado (fica na “manga”)
“Injeção”, ” by pass” sem cadastro
Não sabe fechar a água
Amarrações erradas
Entregam cadastro novo errado
Aero muito pequeno para visualizar
Nó – muito importante
Destruímos registros novos
Abrir no local exato devido ao custo, perda de tempo com
sondagem
Custo de repavimentação
Agilidade para fechar registros
Cadastro deve ser amarrado em imóveis existentes e não
em peças e conexões
Rosângela Storniolo
Mardini (Auxiliar de
Serviços Técnicos) Chefe
do Serviço de
Conservação de Redes
de Água DVA
Entrevista por telefone
Epifânio da Silva e
Vandel Silvestre de
Vargas (Instaladores
Hidrossanitários) - Setor
de Conservação de
Redes da DINA I DVA
Entrevista pessoal
Setorização de áreas muito grandes para serem fechadas
Se cadastro fosse bom daria tranquilidade
Calçadas estão saturadas de tubulações, dificuldade de
manutenção
Discrepâncias muito grandes no cadastro (Ex. Farrapos
rede está invertida)
Maiores problemas nas redes novas, ramais não
passados para rede nova, rede velha e nova em carga
Lançam redes sem cadastro
Importante cadastro de redes de gás, luz, etc
Registros velhos em redes novas que não funcionam
Tem esquina, nó, sem cadastro, ruas sem cadastro
Evitar erro de marcar na calçada e estar na rua
Evitar romper rede
Referência não é exata onde passa a rede
Cadastro(lista) de hidrantes desatualizado – hidrante novo
sem água,
Pode obstruir ruas, espaço limita escavação
DEFINIÇÃO DE
PRECISÃO
Não conseguem
definir um valor
Tolerância de 50 cm
70 a 80 cm
Profundidade 50 cm
98
PARTICIPANTES
Flávio da Cunha Machado
(engenheiro) - Diretor da
Divisão de Água – DVA
Entrevista por telefone
Dércio da Rosa Cândido
(Instalador
Hidrossanitário) - Setor de
Manobras
Entrevista por telefone
Adinaldo Soares de Fraga
(Engenheiro) – Chefe da
Seção de Lançamento de
Redes de Água DVA
Entrevista por telefone
CRITÉRIOS PARA CADASTRO
DEFINIÇÃO DE
PRECISÃO
Georreferenciamento – ramal inclusive
Amarrar cadastro em estrutura fixa
Profundidade é fundamental
Maior erro do DMAE é delegar o cadastro, deveria ser
feito pelo DMAE com responsável para tal
Cadastro é feito 6 meses depois da obra - fica
desatualizado
Cadastro feito de qualquer jeito e quem paga é a área
operacional que atende na rua
Cadastro dever ser feito na obra
Gostaria que tivesse casado com a realidade em
verdadeira grandeza com a planta da cidade e imagens
A base cartográfica atual é inadequada – não consegue
cadastrar um setor
Cadastro comercial
Definir uma tecnologia para cadastro e não trocá-la
Cadastro diferente da micromedição
Não temos cadastro de rede de gás, alta tensão que
deveria (segurança)
Prazo para cadastro é no final da obra, deveria ser
semanal
Rede morta, como morta mesmo
No cadastro atual não funcionam as amarrações
Sente frustração e incômodo em relação ao cadastro
Não é o que está no papel
Hidrantes não existem
“Era para estar aqui, mas não está”
Se sente revoltado com cadastro errado
Dificuldade para dar manutenção
Existem pontas de rede amarradas por outras peças
Perda de tempo
Regredimos no cadastro
Várias referências estão erradas
Sugestão de gabarito padrão para calçadas
Deveria ter cadastro do DEP, Esgoto, Gás e outras
intervenções
Cadastro deve facilitar a vida
A profundidade é uma referência para definir se
escavação é manual/mecânica
Está decaindo a precisão
Registros deveriam ter amarração correta
Peças deveriam ter descrição exata para prever material
correto nas manutenções
O carimbo dos nós já diz que o cadastro não é correto e
às vezes não dá pra fazer sondagem prévia
Nosso cadastro é usado por outros órgãos
Nunca é exato
Deveria ser exato
Tem que ser fiel
Não tem meio termo
Deve ser fidedigno
Margem de erro 5% 95 % de precisão
1 m estaria bom
99
PARTICIPANTES
CRITÉRIOS PARA CADASTRO
Elias do Prado Carvalho/
José Carlos da Rosa/ Jair
Feijó Batista (Instaladores
Hidrossanitários) –
Mestres das Equipes de
Conservação de Redes
da DINA II DVA
Entrevista pessoal
Quando houvesse alteração na rua, o cadastro deveria
acompanhar
Cadastro não é confiável
PEAD varia muito a localização
Na teoria é uma coisa, na prática é outra
Usa pouco o cadastro, acha rede por experiência
O mapa marca que não tem rede e ela existe e daí
colocam uma nova
Existem redes em cima de outras, na mesma vala
Mais de 1 m de deslocamento lateral de um ramal o
DMAE cobra (tem que ir solicitar no posto de atendimento)
“Cava, cava, cava...”
Acha tudo embaixo do muro nos loteamentos novos
Interromper meia pista para sondagem
Rede varia na mesma extensão sem coerência
(profundidade, aterro)
Deveria haver um padrão para estender redes
Escala deveria ser 1:1000 desde que houvesse ambiente
e pessoas treinadas
Aero 1:2000 pode-se mediar 2 até 3 m - limite extremo por
questão histórica
O cadastro deveria ser relançado pelos nós
Definir qual a base cartográfica
Deve-se esperar as novas cartas no aerolevantamento
para fazer as amarrações
Deve-se levar em consideração os erros do cadastro
Largura da pá da retro por exemplo, para cavar
exatamente em cima da rede
Equipamentos (GPS) com essa precisão
Coordenadas das peças devem ser georeferenciadas
Depende do aparelho que faz os levantamentos
Escala 1:2000
PEC C (considerado um mínimo de precisão)
Não tem referência cartográfica a não ser pela escala
Localização da rede (rua, calçada)
Medida média de calçada/rua
Intervalo de redes
A cada manutenção deve ser feita atualização cadastral
Precisão hoje não tem
Fernando André Neuwald
(Engenheiro) – Chefe da
Equipe I de Projetos
DVL
Entrevista pessoal
Rosana Oliveira da Rosa
(Auxiliar de Serviços
Técnicos) – Chefe da
Seção de Cadastro de
Água e Lucio Mauro de
Lima Lucatelli
(Engenheiro Cartógrafo) –
Setor de
Geoprocessamento
DVL
Entrevista pessoal
Gilberto Pereira (Auxiliar
de Serviços Técnicos) Chefe do Setor de
Topografia DVL
Entrevista pessoal
Lançamentos devem ser georeferenciados
Registro ou ligação – devem ser georeferenciados
Hoje é feito por amostragem
Se for sondar, será que vai estar no lugar?
Deve-se refazer e georeferenciar todo cadastro
Uma prova de que o cadastro não é preciso é o carimbo
dos nós
Deve-se fazer tudo de novo
Para consulta das informações (material, diâmetro, tipo de
rede) tem dados que dão uma noção
Trabalhos topográficos
Profundidade deve ser correta
DEFINIÇÃO DE
PRECISÃO
1m
1:1000
50 cm
50 cm
Pelo erro gráfico
50 cm
50 cm
Precisão 100%
1% de erro aceitável
100%
100
PARTICIPANTES
André Luiz Prange
(Auxiliar de Serviços
Técnicos) – Chefe da
Distrital Centro de Água
DVA
Entrevista por telefone
Tânia Maria Pasetto
Marramon (Auxiliar de
Serviços Técnicos) –
Chefe da Distrital Norte I
de Água DVA
Entrevista pessoal
CRITÉRIOS PARA CADASTRO
Estamos abrindo valas demais
Cadastro deve ser com GPS
Cadastro deve ser georeferenciado
Material deve ser correto(bitola, legenda)
Rede dever ser colorida por sistema pois agiliza
setorização
Escavação demais
Depende da tubulação
Calçada pequena, estrago grande
Cadastro deve der por ramais, localização, hidrômetro
Registros fora do cruzamento
Cadastro tem que dar a localização da rede
PEAD é mais flexível e o cadastro é mais impreciso
Quando ocorrer mudança numa área o cadastro deveria
ser amarrado
Tem que ter no cadastro material, diâmetro, inserção,
idade, data do lançamento – o cadastro é o dicionário da
rede
Importante a topografia (curvas de nível) para definir
pressões na rede
Amarrar sempre pelo alinhamento predial
Cadastro tem que dar localização dos registros, válvulas,
ventosas, entroncamentos
Quanto mais preciso, melhor
Cadastro permite economia
Mário Piatá (Engenheiro)
– Seção de Apoio Técnico
de Água DVA
Entrevista por telefone
Devanir Gonçalves/Paulo
Nicanor Santos Amaral/
Vander Carvalho
Bittencourt (Instaladores
Hidrossanitários) Jorge
Luiz Montierr dos Santos
(Operário Especializado)
– Setor de Conservação
de Redes da DINA II
DVA
Entrevista pessoal
Precisão – escavação e repavimentação menor,
Por exclusão e por segurança – evita romper redes na
escavação)
Seria viável, em loteamentos novos, sem casas, amarrar
pelo cordão da calçada até definirem o alinhamento
Tem lugares com erros de 4 a 5 m
Está pior de uns tempos pra cá
Falta planejamento
Quando executa faz diferente do projeto (perde o rumo)
Absurdo: DMAE/PMPA permitir o avanço de área de lotes
sobre a rede
Se houvesse uma precisão diminuiria o serviço
Atrasos por procurar uma coisa onde não está
Evita pegar o geral e causar danos, transtornos (fecho de
água, emendas, calçadas interditadas, repavimentação)
Interferências de outras redes (elétrica, gás, etc.)
Evitar projetos fora do local
Entroncamentos são difíceis de executar
Ás vezes sonda-se mais de 10 m de distância furando a
calçada para achar o local
DEFINIÇÃO DE
PRECISÃO
1m no máximo, 50 cm
Mapeamento fidedigno
50 cm para cada lado
do eixo da rede
A rede deve estar
exatamente no local
onde marca
Centimétrica (fração
de metro)
10 cm até 50 cm seria
tolerável
101
PARTICIPANTES
Maria Zelina Abreu dos
Santos / Jaqueline
Niederauer Bucker
(Engenheiras) – Equipe
de Obras (Fiscalização)
DVO
Entrevista pessoal
Elen Lima e Marcelo
Nadal
Estudantes de
Engenharia Cartográfica
UFRGS
Entrevista pessoal
CRITÉRIOS PARA CADASTRO
Registro no meio da avenida tapado
Outras secretarias interferem
Padronização das obras, trazendo o cadastro junto com o
andamento
Hoje o cadastro é feito depois que a obra termina
Segundo PG 014 um mestre do DMAE deve acompanhar
o cadastro na obra marcando todas as peças e tubulações
Pela sondagem
Depende do método de escavação(pá ou retro)
Cadastro não pode ser pelo projeto
Deveria haver um gabarito nas calçadas: junto ao
alinhamento redes de água, depois esgoto cloacal, depois
esgoto pluvial, etc
Redes mais antigas x redes novas implantadas às vezes
existe dificuldade de local, pois não tem espaço
Projetos de água devem ser por setor de manobra
Levantamento dos registros é importante para
manutenção
Depende da topografia
Evitar escavação no lugar errado
Poderia ser um pouco para um lado, um pouco para o
outro
Evitar abrir toda rua
Tubulação de gás, lógica, energia elétrica não pode estar
errado por exemplo
Pela quantidade de tubulações existentes
DEFINIÇÃO DE
PRECISÃO
No máximo 50 cm
para cada lado
Menor que 1 m
50 cm seria razoável
Não poderia ser maior
que 10 cm
As idéias foram organizadas, avaliadas e combinadas por similaridade.
Os critérios para definição da precisão que mais apareceram foram:
Tabela 20 – Critérios e valores para precisão
CRITÉRIOS
VALORES PARA PRECISÃO
Escavação/sondagem: 51%
50 cm: 30%
Custos: 14%
Exato: 26%
Segurança: 14%
1 m: 13%
Tempo: 8%
Escala 1:1000: 9%
Tipo/método de levantamento: 8%
80 cm: 4%
Escala: 5%
Centimétrica: 4%
95 % de precisão: 4%
10 cm: 4%
99% de precisão: 4%
Com base na pesquisa com os usuários o valor mais citado como sendo razoável
para a precisão foi de 50 cm, levando-se em consideração os critérios de escavação e
sondagem. No caso dos critérios do PEC, chegou-se aos mesmos valor.
102
5.3
Perfil dos usuários do cadastro
Com base no organograma do DMAE e nos processos do sistema de gestão, os
usuários
atuais e potenciais têm
os seguintes
cargos
no DMAE:
Instaladores
hidrossanitários, operários especializados, auxiliares de serviços técnicos, fiscais de obra,
engenheiros, dentre outros.
5.4
Levantamento geodésico dos pontos de interesse
Analisando os pontos a serem determinadas as coordenadas através de
levantamento GPS chegou-se a Tabela 21, com os níveis de obstrução dos pontos:
Tabela 21 - Níveis de obstrução dos pontos
Os relatórios do pós-processamento estão inseridos nos anexos deste documento,
e o resumo dos vetores formados está na Tabela 22.
103
Tabela 22 - Vetores de base pós-processados
Observa-se que o vetor POAL-VS12 só conseguiu solução parcial da ambigüidade.
Novo levantamento foi realizado neste ponto, mas com tempo de estacionamento de 60
minutos. Os resultados obtidos foram de qualidade inferior as coletas originais concluindo-se
que este ponto tem obstrução.
O Ashtech Solutions oferece a possibilidade de realizar tratamento manual nas
observações sendo que através da edição de períodos torna-se possível extrair do
processamento trechos de determinadas coletas de satélites que estejam prejudicadas por
falhas na recepção do sinal. O fabricante fornece uma legenda para a interpretação do
gráfico de relação sinal/ruído para cada satélite recebido
Uma análise rápida nos dados brutos do ponto VS12 (Figura 71) mostrou que a
obstrução causou uma relação sinal/ruído decrescente, provocando perdas de sinal de
alguns satélites o que, certamente redundou em perdas de ciclos, inviabilizando a solução
da ambigüidade. Se as perdas causadas por fenômenos atmosféricos podem ser
canceladas em bases curtas como esta, as perdas causadas pela reflexão de sinal, o que
causa o multicaminho, não são atenuadas pelo uso do método de estacionamento.
Observou-se neste ponto que além da obstrução, havia a passagem regular de veículos
próximos ao receptor, causando reflexão no sinal recebido pela antena.
104
Figura 71 - Relação Sinal/Ruído do ponto VS12 mostrando grande perda de sinal
Eventualmente pode-se ter algum satélite que se encontra muito próximo da linha
do horizonte, o que pode significar perda na qualidade do sinal recebido. Se houver mais
satélites com sinal adequado, pode-se editar o arquivo original e alterar a máscara de
elevação eliminando estes sinais de baixa qualidade, mas no caso deste ponto a eliminação
dos sinais com falhas alterava a solução de modo “´Partial” para “Flot”, o que, segundo o
fabricante, indica a completa incapacidade do software de resolver a ambiguidade.
Mesmo resolvendo este vetor (POAL-VS12) em modo “partial”, o software forneceu
as coordenadas e suas precisões. A Tabela 23 mostra as coordenadas em projeção UTM
WGS84 para todos os pontos.
105
Tabela 23 - Coordenadas dos pontos em UTM WGS64
As coordenadas dos geopinos da rede planimétrica municipal, ajustadas em
campanha recente (menos de um mês), em comparação com as coordenadas que foram
obtidas neste levantamento, mostrou em planimetria diferença máxima de 1,6 cm, o que
atende as necessidades atuais do DMAE (Tabela 24).
Tabela 24 - Coordenadas ajustadas dos Geopinos 5583 e 5584
As coordenadas obtidas pelo pós-processamento foram inseridas na tabela de
atributos dos elementos correspondentes.
106
5.5
Banco de dados em SIG com ferramentas para auxiliar na manutenção
das redes de água
A metodologia utilizada para criar o banco de dados em SIG neste trabalho não
teve intenção de alterar a forma como os shapefiles foram montados pelo DMAE, mas
apenas sugerir novas abordagens.
5.5.1
Organização dos layers (planos de informação)
Os planos de informação foram criados e organizados seguindo a estrutura
apresentada da Figura 72:
Figura 72 – Estrutura dos planos de informação
107
As informações contidas no Grupo de Camada chamado “Fundo” são externas ao
polígono “Setor Safira”, portanto fora da área de estudo (em média 200m), servindo para
fornecer referências de localização sobre o entorno da área de trabalho.
Alguns Grupos de Camadas dão origem a outros níveis, e estes contendo novos
Grupos de Camadas, conforme pode ser visto na Figura 73:
Figura 73 – Grupos de camadas
108
Quando o geodatabase foi criado, os shapefiles pertencentes à coluna
“ORIGEM”, foram importados.
5.5.2
Criação do geodatabase e da rede geométrica
Segundo consta na documentação da ESRI, a capacidade do ArcGIS de realizar as
simulações que seriam necessárias neste trabalho só se tornam possíveis estabelecendo-se
uma Topologia de Rede Geométrica. Em uma Topologia deste tipo os relacionamentos
topológicos são estabelecidos somente entre feições de ponto e linha.
Para ter as características de uma Topologia de Rede Geométrica, não basta
apenas os shapefile organizados em layers no ArcGIS, é necessária a criação de um
Geodatabase, que é um local utilizado para armazenar dados espaciais, de atributos e de
relacionamentos que existentes entre eles, isto é, o geodatabase é um banco de dados
relacional que armazena dados geográficos.
Existem 3 (três) tipos de topologia disponíveis no geodatabase: topologia de
geodatabase, topologia de mapa, e a topologia criada para uma rede geométrica, a qual
será utilizada neste trabalho.
A criação do geodatabase (ver Figura 74) foi realizada no ambiente do ArcCatalog
com o nome de “VilaSafiraGDB”.
Figura 74 - Criação do geodatabase pessoal
Ainda no geodatabase, foi criado um Conjunto de Dados de Feições (Feature
DataSet). O processo de criação desta entidade requer que se estabeleça o sistema de
coordenadas que será utilizado, e que será único para todas as feições que nele forem
109
armazenadas e manipuladas. Foi importado o sistema de coordenadas do arquivo
CONF_DEMHAB.prj.
Selecionando-se este novo Conjunto de Dados de Feições, o qual recebeu o nome
de “DataSetSafira”, com a opção Importar, realizou-se a importação dos shapefiles
anteriormente trabalhados para o geodatabase no arquivo “DMAE_Safira.mdb” .
Ao fim desta etapa todas as feições estavam com a mesma referência espacial e
com capacidade de estabelecer relacionamentos mais complexos entre as feições.
Com a FeatureDataSet selecionada, tem-se a opção de criar a rede geométrica. O
sistema oferece um guia para orientar a parametrização da rede.
Como os shapefiles da rede geométrica já constavam na geodatabase, e sob o
mesmo Conjunto de Dados de Feições (Feature DataSet), a opção inicial foi de criar a rede
com os dados já existentes, o fluxo utilizado está na Figura 75.
Figura 75 - Fuxo de criação da rede geométrica
Nos próximos passos foram escolhidos os shapefiles que fariam parte das
simulações de rede, assim como as caracteristicas topológicas da rede a ser criada, tais
como: se será utilizada a distância máxima admitida entre um arco e um ponto para que eles
sejam automaticamente considerados ligados (Snap), quais feições serão naturalmente
consideradas fontes ou destinos do fluxo (source or sink) e se haverá pesos, ou custos,
diferenciados entre feições de natureza semelhante, isto é, se haverá alguma caracteristica
intrinseca em alguns arcos que lhes dêem mais preferência no momento da escolha do
caminho a ser seguido pelo fluxo (weigths).
Como estamos tratando de uma base de dados única, a rede foi composta de
apenas dois shapefiles, o de pontos, contendo todos os elementos que podem realizar a
função de junções na rede, os Nós, e o shapefile de polilinhas, contendo os arcos da rede.
110
Neste trabalho não foram utilizados os critérios de pesos para diferenciação entre
os arcos, assim como a definição de junção de origem ou destino dos fluxos que, neste
caso, podem ser trabalhados posteriormente nas simulações.
5.5.3
Ferramentas de simulação utilizando a rede geométrica
Em uma rede geométrica constituída é possível a utilização de várias ferramentas
de análise e simulações, elas estão no menu do Utility Network Analyst, figura 84,
entretanto, para que elas estejam disponíveis, é necessário ter o ArcMap com a licença
ArcInfo e habilitar o menu na barra de ferramenta, conforme Figura 76.
Figura 76 - Ferramentas do menu Utility Network Analyst
Na “Opções de Análise” é possível alterar alguns parâmetros escolhidos na
formação da rede, tais como adotar pesos diferenciados para as feições antes de realizar as
simulações. Nas análises é possível iniciar ou bloquear o fluxo em qualquer ponto da rede,
o programa mostra por onde ele irá se direcionar em função destas escolhas.
As simulações utilizaram os dois shapefiles que são base da rede do DMAE na Vila
Safira, o de Arcos (linhas) e o de Nós (pontos), assim, qualquer tipo de camada criada pode
ser usada como parte do cenário das simulações. Por exemplo, na Figura, 77 tem-se uma
das visões criadas da rede, que foi a segmentação por diâmetro das tubulações onde a rede
está dividida em três faixas de diâmetros, uma para a tubulação acima de 200 mm (diâmetro
que configura adutora de alimentação), outra para os diâmetros de 100 até 160 mm
111
(diâmetro de adutora de distribuição) e a última para a rede com diâmetro inferior a 90 mm
(diâmetro das redes de distribuição).
As simulações podem mostrar os resultados de duas formas: na primeira delas
são coloridas de vermelho as linhas que fazem parte do resultado, é o padrão do sistema,
no outro modo as linhas são somente selecionas, deixando-as aptas para outras operações
(exportação de feições, copias, exclusão, etc.).
Figura 77 - Regiões da rede com loop (região em vermelho)
Para iniciar qualquer simulação é necessário estabelecer um ponto que gere fluxo
na rede. Existem duas possibilidades: este ponto ter sido já definido no tempo de criação da
rede geomérica ou em tempo de análise com o uso das bandeiras (azuis) e das barreiras
(vermelho). Tanto as bandeiras quanto as barreiras, podem ser por segmento da rede ou
por junção.
Na Figura 78 está o exemplo de uma análise onde é desejado se estabelecer qual
o caminho do fluxo entre dois pontos específiados da rede, são estabelecidas duas
bandeiras, marcando origem e destino do fluxo. O caminho encontrado não está
condicionado por pesos, o que estabeleceria rotas de preferências, se houver mais de um
caminho possível.
112
Figura 78 - Identificação de caminho entre duas bandeiras – quadrados verdes
Uma das simulações mais interessantes é o teste da condição de conexão da rede,
com a simulação de manobras de fechamento ou abertura de registros já que é uma
operação executada pelas equipes de manutenção quando há a necessidade de um
conserto de fuga de água ou intervenção na rede de distribuição.
O controle sobre uma feição de junção pode ser feito de duas formas:
temporariamente ao se colocar uma barreira sobre um registro aberto, ou colocando uma
bandeira sobre um registro que é normalmente fechado. A outra maneira é atuando sobre o
parâmetro “Enable”, diretamente na tabela de atributos.
Quando a rede geométrica é criada o sistema cria gera colunas novas na tabela de
atributos da feição ponto, a qual realiza as junções da rede. Uma delas é a coluna “Enable”,
responsável pela junção permitir a passagem ou obstruir um fluxo ( true/false). A outra é a
coluna “AncillaryRole”, que indica se uma junção é neutra, se gera ou se recebe fluxos
(none/source/sink).
Para obstruir a passagem em uma determinada junção, coloca-se o Arcmap em
modo de edição, e na tabela de atributos no registro da junção desejada coloca-se o
parâmetro “Enable” em “False”, da mesma forma, para permitir a passagem coloca-se o
“Enable” em “True”. Como o ArcMap está em modo de edição, se a modificação for salva o
comportamento da junção ficará estabelecido.
113
5.5.4
Geocodificação
O processo de geocodificação realizado neste trabalho, incluindo as duas opções
de pesquisa, encontra-se esquematizado na Figura 88.
Figura 79 - Geração de produtos com o uso da geocodificação
O processo de criação do localizador de endereços pode ser realizado de duas
formas no ArcGIS 9.3: pela interface do ArcMap ou pelo ArcCatalog. Por dispor de mais
opções para configurações, foi escolhida a interface do ArcCatalog para a criação do
Localizador da área do trabalho (Localizador_Vila_safira), como visto na Figura 80.
Figura 80 - Criação do localizador de endereços brasileiros simples
114
Para testar a eficiência do processo de geocodificação de endereços com este
localizador, foi elaborada uma planilha abrangendo todos os logradouros da área de estudo.
Primeiramente, foi criada uma planilha a partir do próprio banco de dados do tema de
referência, a tabela de atributos do layer Eixos_Safira.dbf, O arquivo de dados
alfanuméricos formato database foi aberto no aplicativo MS Excel e criada uma cópia no
formato do aplicativo Excel. Foram preservadas somente as colunas “CATEGORIA”
“PREPOSICAO” e “NOME”, e criada uma nova coluna, esta preenchida com o número 21.
Estes três campos foram posteriormente concatenados em um único campo, a este novo
campo foi dado o nome de “ENDERECO”. Com este procedimento foi criada uma planilha
(banco de dados) com todos os 49 logradouros da área de estudo, e isento de erros de
preenchimento.
Em seqüência, foi criado um localizador de endereços via interface do ArcCatalog,
o qual foi chamado de “Localizador_Vila_Safira” utilizando o “Estilo brasileiro Simples com
Intersect”.
Para a realização do processo de geocodificação no ArcGIS existem duas
interfaces: via ToolBox, e a que foi usada no teste, utilizando a interface do ArcMap.
Escolhida por ter ser a de mais rápido acesso na interface de trabalho, conforme pode ser
observado na Figura 81.
Figura 81 - Teste de Geocodificação via ArcMap
O resultado obtido no teste foi de apenas 51% de acertos, índice baixo para se
considerar este processo automatizado confiável para a geocodificação. Quando é
concluída a operação, o software gera um novo tema com os pontos localizados, o resultado
desta etapa do teste pode ser visto na Figura 82.
115
Figura 82 - Resultado da geocodificação com os parâmetros originais
Considerando-se que a tabela de logradouros pesquisada era cópia da tabela de
atributos do layer de eixos da área de estudo, o baixo índice de acertos não poderia ser
causado por erros grosseiros de preenchimento nos nomes dos logradouros, algo plausível
em um processo normal.
Uma análise arquivos instalados que fazem parte do pacote “Padrão Estilo
Brasileiro com Intersect" mostrou que a causa principal estava na forma como os campos de
endereços eram desmembrados e posteriormente interpretados.
A interpretação das abreviaturas, títulos, preposições e classificações eram
discordantes da forma utilizada na geração dos atributos dos eixos, isto fazia com que
ocorressem os erros de pesquisa.
O logradouro principal da Vila Safira é Avenida Delegado Ely Correa Prado, na
tabela de teste é procurado por “av Delegado Ely Correa Prado 21”, a resposta original é
que o logradouro não é encontrado. Analisando a regra contida no arquivo “br93_v1.cls”,
que realiza a padronização via interpretação dos campos dos endereços, interpretou a
palavra DELEGADO como um título, e transformou-a na sigla DEL, assim, a pesquisa foi
pelo logradouro “AVENIDA DEL ELY CORREA PRADO”, a qual não existe na tabela de
atributos da rede viária da área.
Outros procedimentos que não eram adequados ao padrão utilizado na área de
estudos, foram alterados no arquivo “br93_v1.cls” com o uso de um processador de textos
simples (aplicativo MS Bloco de notas) e salvos no arquivo com o nome original.
O resultado foi uma sensível melhora, passou-se de 51% para 80% de endereços
encontrados, como pode ser visto na Figura 93.
116
Figura 83 - Resultado da geocodificação com os parâmetros alterados
Uma nova análise nos 20% de endereços não localizados, mostrou que isto ocorria
em função dos nomes dos logradouros não encontrados serem nomes compostos por dois
nomes de logradouros em seqüência, e acompanhados de seus respectivos tipos de
logradouro. Por exemplo, “Beco Um Rua Moçambique 21”, na tabela constando como “BC
Um Rua Moçambique 21”, em um arranjo destes, o Estilo BR não encontra o tipo de
Logradouro, falhando a busca. A Figura 84 mostra o relatório dos logradouros não
encontrados pelo processo automático de geocodificação.
Figura 84 - Logradouros não encontrados
Para resolver este tipo de conflito, o módulo de geocodificação dispõe de um modo
semi-automático para a continuação de pesquisa, ele invoca a assistência manual do
usuário questionando um a um dos endereços não localizados. Aplicando este processo é
possível atingir-se 100% de endereços resolvidos.
Ao concluir o processo de geocodificação obteve-se um “layer” contendo a
localização espacial dos eventos, dos quais existiam anteriormente apenas os endereços
nos logradouros.
117
Do relatório de eventos do SAC do DMAE, foi obtida uma planilha com os registros
cadastrados para a área de estudo entre janeiro e maio de 2011, os quais somaram 191
registros. A Figura 85 mostra um segmento desta planilha.
Figura 85 - Segmento da tabela de eventos do SAC DMAE
Com a planilha de eventos e o localizador de endereços criado e testado
anteriormente, foi possível geocodificar com eficiência de 86% os endereços (Ffigura 86).
Mesmo com o uso da geocodificação assistida 21 eventos não puderam ser tratados, pois
os logradouros citados na tabela do SAC não existiam no banco de dados do eixo de ruas
da área.
Figura 86 - Relatório de geocodificação de eventos do SAC
Seis eventos foram tratados pela geocodificação, mas não tiveram suas
localizações exatas nos respectivos logradouros, foram classificados como “semelhantes”,
ficando estes registrados pelo SIG próximo do fim dos logradouros. A análise destes casos
mostrou que eles ocorreram devido ao número do logradouro constante na tabela do SAC
estar acima do maior número registrado pelo banco de dados do eixo de ruas da área para
aquele logradouro, impossibilitando de ser feita a interpolação.
No layer obtido pelo processo, cada ponto marcado fornece a informação de um ou
mais eventos ocorridos naquele endereço, obtendo-se assim, a acumulação de eventos por
endereço ou coordenadas, como mostrado na Figura 87.
118
Figura 87 - Localização de quatro eventos na Rua Missioneiros 60
Com a aplicação das Ferramentas de Estatísticas Espaciais existente do
ArcToolBox, pode-se realizar a coleta de eventos por endereço, e gerar-se um layer onde a
freqüência dos eventos por endereço pode ser representada de forma mais clara, pois na
simbologia utilizada o tamanho do símbolo é proporcional a freqüência calculada, como
pode ser visto na Figura 88.
Figura 88 - Representação da freqüência de eventos por endereço
A próxima ferramenta desejada para o estudo com o uso do SIG deveria informar a
quantidade total de eventos ocorridos por logradouro, não mais por endereço de cliente,
podendo subsidiar decisões quanto a intervenções a serem posteriormente executadas na
rede, tais como substituições de tubulações, dependendo das ocorrências registradas.
O objetivo era obter-se o somatório dos eventos localizados em um único ponto do
logradouro. Vários métodos foram testados, mas a metodologia utilizada foi aquela que fez o
melhor uso do SIG, gastando o menor número de passos e recursos do sistema.
119
Foi gerado um novo localizador de endereços, utilizando o mesmo “Padrão Estilo
Brasileiro com Intersect", inclusive com as alterações introduzidas nas regras de
nomenclaturas, a única alteração realizada foi na escolha dos campos de numeração das
quadras.
No processo de criação do localizador de endereços foi necessário informar em
quais campos do banco de dados do eixo de logradouros podem ser encontradas as
informações de inicio e fim das numerações pares e ímpares de cada quadra que compõe a
rua, pois esta informação é básica para o processo de interpolação.
O localizador especial de endereços foi criado para induzir o processo de
interpolação do sistema à informar sempre um único ponto no logradouro, não importando o
número da rua colocado no campo do endereço. Para realizar tal tarefa os quatro campos
do localizador de Endereços deveriam ser preenchidos com um mesmo valor, fazendo com
que o processo de interpolação fosse anulado. Neste trabalho foi utilizado o campo que traz
o CEP do logradouro, pois este sempre existirá e, salvo raras exceções, será invariante para
todo o logradouro. Outros campos foram testados com igual eficiência. As propriedades dos
localizadores estão mostradas na Figura 89.
Figura 89 - Propriedades do localizador de endereços: na direita o Localizador normal, à esquerda o
especial para acumulação.
5.5.5
Produtos e consultas do SIG para subsídios na gestão da manutenção de
redes de água do DMAE
Os produtos, as consultas no SIG, obtidos podem ser visualizados na interface do
ArcMap, tendo-se como temas fixos a rede de distribuição de água e o eixos das ruas,
120
variando-se somente o Localizador utilizado. Os layers obtidos com isto podem ser
observados, e verificados diretamente os logradouros ou endereços mais afetados, assim
como as características das redes (material, vida útil, componentes) nos pontos com maior
ocorrência de eventos de forma rápida e objetiva. Na Figura 90 há um segmento de tela de
análise onde os eventos estão acumulados por endereço de registro.
Figura 90 - Eventos localizados por endereço
Este tipo de produto demandaria, através de uma análise posterior do tipo de
ocorrências registrada, na rede de água, um estudo para intervenção nas redes onde
houvesse maior número de registros subsidiando e comprovando essa necessidade.
A pesquisa anterior mostra os endereços com ocorrências registradas, mas
visualmente não há como saber se em um dado endereço houve mais de uma ocorrência no
período da pesquisa. Clicando com a opção de “Identificar” do ArcGIS sobre o ícone de um
endereço, a quantidade e os dados das ocorrências são visualizados, como pode ser visto
na Figura 91.
121
Figura 91 - Detalhes das ocorrências por endereço
Outra pesquisa possível de ser feita foi a verificação das ocorrências por endereço,
com a rede segmentada por três faixas de idade: em vermelho a rede que tem mais de 26
anos (redes velhas), em laranja a rede cujos componentes tem entre 16 e 25 anos(redes
com idade intermediária) e em verde, a rede com até 15 anos (redes novas). Observa-se
claramente na Figura 92 que as ocorrências foram em maior quantidade na parte mais
antiga da rede o que poderá demandar uma substituição de redes no local.
Figura 92 - Eventos por endereço sobre a rede por Idade
122
A relação existente entre o logradouro e a qualidade da rede nele instalada pode
ser obtida no layer onde estão os somatórios de eventos por logradouro, a simbologia
utilizada indica a quantidade total de eventos, facilitando a identificação das áreas mais
problemáticas, conforme pode ser visto na Figura 93.
Figura 93 - Eventos por logradouro e a Idade da rede
Nas figuras 92 e 93 pode ser observado que há uma região á direita, onde não
aparecem registros de eventos. É uma região de urbanização recente, mas já com rede de
distribuição de água instalada. Por este loteamento não ter seu processo de cadastramento
sido devidamente concluído junto ao DEMHAB, não constam seus logradouros no shapefile
oficial de eixos da região, eles não têm nomes, conseqüentemente suas quadras também
não estão cadastradas no banco de dados de atributos.
Com a falta da feição, assim como dos dados alfanuméricos, não houve como o
SIG realizar a geocodificação dos eventos nesta área. Esta região é responsável pelos 21
eventos (11%) que não tiveram sucesso no processo.
A qualidade obtida no processo de geocodificação é totalmente dependente das
informações alfanuméricas inseridas nos atributos do shapefile, assim, erros de
cadastramento das quadras levam diretamente a erros na geocodificação. Este tipo de erro
123
foi observado em vários locais da área de estudo, fruto da provável urbanização precária da
área, já que esta é uma área da cidade carente de recursos.
Outra possibilidade é a análise da rede por material (Figura 94) ou outras
informações constantes nas tabelas de atributos.
Figura 94 – Materiais utilizados na rede(em detalhe um segmento ampliado)
Esse tipo de informações além de outras que posteriormente possam a fazer parte
do banco de dados juntamente com as ferramentas de análise do SIG podem propiciar
ainda:
•
Subsídios para tomadas de decisões para intervenções nas redes de
abastecimento de água;
•
Realizar outras análises espaciais;
•
Realizar outras análises de fluxo de rede a partir da topologia armazenada no
sistema indicando quais válvulas e registros devem ser fechadas na ocorrência de
vazamentos e manutenção da rede;
•
Indicar as áreas e consumidores afetados a partir das manobras na rede;
•
Produzir mapas temáticos a partir das consultas e análises;
•
Gerar metadados para a aplicação.
A seguir estão apresentados mapas temáticos gerados a partir de simulações e
filtragens no SIG.
124
125
126
127
5.5.6
Avaliação da acuracidade
Considerando-se o processo utilizado pelo DMAE para a geração dos shapefiles a
partir dos mapas cadastrais digitalizados em formato CAD, informações que são oriundas
dos levantamentos topográficos executados nas obras de construção de rede, tem-se a
ocorrência de erros sistemáticos e grosseiros que comprometem a acurácia do produto final,
Por outro lado, os trabalhos executados no município de Porto Alegre para a
geração dos sete parâmetros necessários à conversão entre os Datum utilizando o modelo
matemático Transformação de Similaridade, não conseguiram atingir o objetivo com a
necessária precisão, como pode ser observado em SALOMONI e SOUZA, 2006, quando é
analisado o trabalho realizado pela 1ª DL em 2001 e por eles mesmos em 2006. Os
parâmetros existentes são suficientes somente para escalas menores que 1:15.000.
Por os motivos acima não foi possível realizar aferição rigorosa qualidade
posicional das coordenadas obtidas.
128
6
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O trabalho teve caráter de projeto considerando o usuário (DMAE) como um cliente
com uma demanda para ser solucionada. Dessa forma necessitou-se fazer um diagnóstico
da situação tomando como base as informações obtidas e as limitações para realização dos
objetivos. Foi feita a análise da situação atual no contexto de recursos materiais
(equipamentos, hardware, software) e humanos (conhecimentos, habilidades e atitudes).
Para desenvolver as aplicações propostas foi escolhida uma área de estudo que
representasse a situação real na sua totalidade, apresentando desafios inerentes a
manutenção da rede de adução e distribuição de água. O setor Vila Safira mostrou-se uma
área com grande diversidade de urbanização (regular e irregular), clientes do DMAE (nível
sócio-econômico), características das redes de água (material, diâmetro, idade, traçado)
configurando-se um ambiente adequado para estudo da viabilidade das soluções propostas.
Sob o ponto de vista do cliente DMAE foi possível realizar todos os objetivos
estabelecidos originalmente para este trabalho, visto que:
•
Foi realizada a revisão e atualização do cadastro da rede de água da área de
•
Foram delimitados o setor de abastecimento e as zonas de manobra das
estudo;
válvulas e registros;
•
Foi criado um banco de dados georreferenciado da rede do setor Vila Safira
possibilitando a criação de ferramentas em SIG visando o auxílio à manutenção da rede.
Dentre os objetivos de qualquer trabalho cartográfico está a aferição da qualidade
dos produtos obtidos normalmente realizada através de testes estatísticos característicos
dos métodos cartográficos (PEC). Essa análise cartográfica rigorosa nas informações
posicionais contidas no cadastro não foi possível de ser realizada dado que não se dispunha
dos recursos necessários para levantamentos em redes subterrâneas não permitindo a
execução de aferições de qualidade posicional dos itens, exceto os elementos visíveis
(registros, válvulas e hidrantes). Mesmo os elementos visíveis, por encontrarem-se referidos
a uma base cartográfica criada de forma não rigorosa (coordenadas não foram verificadas
quanto à precisão), não ofereceram dados necessários para sua aferição.
Considerando-se o atual estágio técnico em que se encontra a área de manutenção
no, que concerne ao uso de recursos de geotecnologias já disponíveis no departamento,
recomenda-se que seja fomentada uma política de aproveitamento da mão de obra
especializada na manutenção de redes também na utilização das geotecnologias para
apropriação do conhecimento pelo corpo técnico. Esse estímulo tende a criar um vínculo
129
entre o corpo técnico e a tecnologia propiciando a atualização do cadastro técnico de modo
constante.
Essas ações possibilitariam aproveitamento racional dos recursos públicos já
investidos em equipamentos e recursos humanos assim como propiciaria uma melhoria na
qualidade e agilidade do serviço prestado e, conseqüentemente uma economia significativa
dos recursos hídricos tão escassos.
Diante do que foi verificado e executado recomenda-se que:
•
As normas do Caderno de Encargos que dizem respeito à cartografia sejam
revisadas, no que concernem as Projeções e Datum recomendados, visto que o SCM está
em processo de atualização nos demais órgãos da PMPA;
•
Após atualização das normas elas sejam efetivamente colocadas em prática
podendo propiciar uma melhoria no cadastro técnico e no banco de dados;
•
O DMAE adote o padrão de precisão solicitado pelos seus usuários para
realização do cadastro dos componentes das redes de água;
•
Em eventos tais como obras, substituições, interferências na rede, que
promovam a exposição da rede subterrânea, haja a coleta das coordenadas do novo SCM;
•
O uso efetivo dos equipamentos receptores GNSS nos levantamentos
topográficos dos levantamentos;
•
A manutenção do atual sistema de amarrações de elementos de rede às
referências locais, fazendo constar, sempre que levantadas, as coordenadas obtidas por
levantamentos;
•
Futuramente seja realizado um estudo analisando a qualidade das
coordenadas referentes aos itens de redes no Datum atual antes da migração para o novo
sistema geodésico pelo município;
•
Pontos onde não seja possível o uso de levantamento por GNSS se utilize os
procedimentos constantes nas normas NBR 13.133 e NBR 14.166;
•
Em regiões onde redes novas venham a ser instaladas, onde ainda não
existem pontos estáveis (imóveis, alinhamentos, testadas, etc.)
para localização e
amarração das redes, que sejam georreferenciados os elementos principais da mesma, para
propiciar a elaboração futura da planta cadastral.
•
A aquisição de equipamentos receptores GNSS com tecnologias mais
avançadas que possibilitariam aumento na produtividade da coleta de dados e incremento
na sua precisão (por exemplo: RTK);
•
Seja realizado um estudo para verificação da viabilidade da disponibilidade de
ferramentas de SIG de natureza semelhante às utilizadas deste trabalho na base de dados
centralizada do DMAE com acessibilidade via WEB;
130
•
Aplicação de ferramentas móveis que propiciem atualização em tempo real do
cadastro técnico;
•
Seja criada uma base de dados contendo as manutenções realizadas na rede
de água nos últimos anos georreferenciada para utilização no SIG.
131
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data carta geral (CG) e South American Datum 1969 (SAD69) para a região de Porto
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SCHEFER JR, J. G. et al. Análise de métodos de endereçamento em ambiente de
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137
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL. Bairros Oficiais - Informações por
bairro – Mário Quintana. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Disponível em: <
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?reg=44&p_secao=131>. Acesso em: 20
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SECRETARIA DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL. Serviços – Referências Geodésicas –
Bairro Mário Quintana. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Disponível em: <
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SIQUEIRA, J. Ferramentas de Criatividade – Brainstorming . Siqueira Consultoria. Rio de
Janeiro. Disponível em <http://criatividadeaplicada.com/>. Acesso em: 05 abr. 2011.
SIQUEIRA, J. Ferramentas de Criatividade – Mapa mental (Mind Map). Siqueira
Consultoria. Rio de Janeiro. Disponível em <http://criatividadeaplicada.com/>. Acesso em:
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ZOGG, J. M. GPS: Essentials of Satellite Navigation. 2007. Disponível em: <
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01 jun. 2011.
138
ANEXOS
ANEXO 1 - RELATÓRIO DO PROCESSAMENTO GNSS DOS GEOPINOS
MEDIDOS PELO CONVÊNIO UFRGS
Processed Vectors
Vila_Safira_DMAE
Vector Stage:
Processed
Date:
07/14/11
Horizontal Coordinate System: Univ. Transverse Merc. (S
Project file: Vila_Safira_DMAE.spr
Height System:
Ellips. Ht.
Desired Horizontal Accuracy: 0,130m + 1ppm
Desired Vertical Accuracy: 0,300m + 2ppm
Confidence Level:
95% Err.
Linear Units of Measure:
Meters
_______________________________________________________________________________________________
Vector 95%
Vector 95% Process
Vector Identifier
Length Error
Components Error
QA
SVs PDOP
Meas. Type
1 VS03-VS02 6/30 18:09
Y
Z
3,912 0,004 X
0,234 0,002
2,764 0,003
2,758 0,001
9 1,7
L1 GPS
2 VS06-VS07 7/01 17:39
Y
Z
0,945 0,004 X
0,389 0,002
-0,855 0,003
-0,101 0,001
8 1,6
L1 GPS
3 VS04-VS05 6/30 19:20
Y
Z
116,141 0,008 X
-44,730 0,004
101,382 0,006
4 VS10-VS11 7/03 19:21
Y
Z
5,956 0,021 X
-0,876 0,010
5,088 0,017
2,969 0,008
5 VS09-VS08 7/03 18:18
Y
Z
78,230 0,010 X
-33,705 0,005
66,436 0,008
23,876 0,004
6 POAL-5584 6/29 19:28
Y
Z
4619,593 0,025 X
-922,962 0,016
3841,399 0,015
2394,250 0,012
7 1,9
L1 GPS
7 POAL-VS01 6/29 19:38
Y
Z
4622,478 0,042 X
-917,062 0,033
3841,628 0,021
2401,705 0,015
5 3,7
L1 GPS
8 POAL-VS02 6/30 18:09
Y
Z
4442,769 0,022 X
-899,892 0,012
3700,156 0,015
2288,501 0,011
8 1,7
L1 GPS
9 POAL-VS04 6/30 19:06
Y
Z
4505,955 0,036 X
-892,836 0,021
3743,355 0,023
2343,879 0,018
9 1,6
L1 GPS
34,779 0,003
8 1,6
7 2,1
9 1,7
L1 GPS
L1 GPS
L1 GPS
10 POAL-VS03 6/30 18:09
Y
Z
4439,094 0,022 X
-900,127 0,012
3697,392 0,015
2285,743 0,011
8 1,7
L1 GPS
11 POAL-VS05 6/30 19:20
Y
Z
4617,260 0,028 X
-937,584 0,017
3844,726 0,018
2378,677 0,014
8 1,6
L1 GPS
12 POAL-VS06 7/01 17:38
Y
4340,874 0,022 X
-657,741 0,012
2420,045 0,011
8 1,6
L1 GPS
139
Z
3543,155 0,015
13 POAL-VS07 7/01 17:39
Y
Z
4340,061 0,023 X
-657,350 0,012
3542,301 0,015
2419,942 0,012
8 1,6
L1 GPS
14 POAL-VS08 7/03 18:04
Y
Z
4327,405 0,028 X
-648,949 0,015
3528,798 0,019
2419,273 0,014
9 1,7
L1 GPS
15 POAL-VS10 7/03 19:13
Y
Z
3900,278 0,025 X
-481,370 0,015
3132,726 0,016
2272,989 0,012
7 1,9
L1 GPS
16 POAL-VS12 7/03 19:58
Y
Z
3910,415 0,123 X
-481,830 0,073
3141,475 0,071
2278,227 0,069
6 2,5
L1 GPS
17 POAL-VS09 7/03 18:18
Y
Z
4254,924 0,024 X
-615,238 0,013
3462,364 0,017
2395,389 0,011
9 1,7
L1 GPS
18 POAL-VS11 7/03 19:21
Y
Z
3906,203 0,034 X
-482,235 0,020
3137,834 0,021
2275,931 0,017
7 1,7
L1 GPS
19 POAL-VS13 7/07 17:24
Y
Z
4216,862 0,029 X
-828,381 0,018
3501,115 0,018
2199,524 0,014
5 3,6
L1 GPS
20 POAL-5583 7/07 19:50
Y
Z
4547,989 0,021 X
-906,310 0,012
3779,495 0,013
2361,826 0,011
6 2,4
L1 GPS
21 POAL-VS14 7/07 17:25
Y
Z
4232,762 0,025 X
-823,892 0,013
3512,956 0,017
2212,831 0,013
7 1,7
L1 GPS
22 POAL-VS15 7/07 18:27 4932,661 0,026 X
Y
-1020,759 0,017
Z
4117,390 0,016
2517,200 0,013
8 2,1
L1 GPS
23 VS14-VS13 7/07 17:25
Y
Z
18,369 0,005 X
-4,487 0,002
-11,837 0,004
-13,311 0,002
8 1,7
L1 GPS
140
ANEXO 2 – MAPA TEMÁTICO DAS OCORRÊNCIAS GEOCODIFICADAS POR
ENDEREÇO DO SAC 115
141
142
ANEXO 3 – PLANILHA DE OCORRÊNCIAS DO SAC 115