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Com base em etnografias realizadas em diferentes contextos – povo Pankararu em Pernambuco e São Paulo, quilombolas de Alcântara/MA e agricultoras agroecoló- gicas do leste de Minas Gerais –, propomos, neste artigo, que os “modos de cuidar” fazem parte de uma ética de relacionamentos que envolve seres tangíveis – homens, mulheres, plantas e a terra – e seres intangíveis, como os encantados. E, ainda, que há práticas de cuidado relacionadas a “movimentos” que se realizam com intensi- dades e ritmos variados. Nos contextos trabalhados, os modos de cuidar, enquanto eixo organizador de relações sociais, são protagonizados pelas mulheres, embora não sejam restritos ao universo feminino, e são compreendidos em suas dimensões afetivas e disruptivas. Ao trazer a relação entre “movimento e cuidado”, nosso propó- sito é contribuir com uma nova perspectiva para os debates que têm sido realizados sobre estes temas
Revista da Antropologia , 2024
Based on ethnographic studies that were carried out in different contexts-with Indigenous (Pankararu) tribes in the states of São Paulo and Pernambuco, with Afro-descendant groups (quilombolas) in Alcântara in the state of Maranhão, and with small scale, family-based female farmers in the eastern part of Minas Gerais-we propose that "forms of caring" are part of a relationship ethics that involves tangible beings-men, women, plants, and the land-and intangible beings, that are part of the "divine," supreme realm of human existence. We also explore the possibility of the existence of care practices linked to "movements" that take place with varying intensities and rhythms. Within the contexts of our respective ethnographic fields, the forms of caring, as the organizing axis of social relations, are carried out by women, although they are not perceived as intrinsically being tied to "women's nature" and are also understood in their affective and disruptive dimensions. By bringing up the relationship between "movement and care," we aim to contribute with a new perspective to the debates that have been held on these topics.
O que acontece com as reflexões sobre terra e territorialidade quando reconhecemos que seus “usos, costumes e tradições” são informados, sobretudo, por relações de gênero? Este dossiê irá explorar tal questão partindo de uma abordagem de gênero que situe, no centro da análise, os princípios de distinção e composição envolvidos na criação de corpos e pessoas. Neste sentido, como as relações de gênero produzem a e são produzidas pela terra onde se vive? A “casa”, enquanto lugar por excelência das práticas femininas de criação e cuidado dos corpos, surge assim em sua dimensão pragmática, performativa. No cotidiano ou nos momentos rituais, os modos de hospitalidade e circulação de alimentos, pessoas e conversas informam um certo “fazer comunidade” implicado no pertencimento à “terra”. Buscando por este caminho observar as mútuas implicações entre “terra” e “gênero”, pretendemos reunir trabalhos com diferentes recortes subdisciplinares da antropologia para explorar contrastes, cruzamentos e aproximações.
32º Reunião Brasileira de Antropologia, 2020
Trabalho apresentado no GT 16 - Antropologia, Saúde Pública e fabulações cosmopolíticas: etnografia e possibilidades simbiopoéticas de cuidar/fazer o mundo, coordenado por José Miguel Nieto Olivar (USP - Universidade de São Paulo) e Maria Paula Prates (UFCSPA - Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) O que acontece quando uma equipe de saúde indígena “vira parente” dos indígenas que ela cuida? Para responder essa questão, apresento a descrição de um prato, ritual realizado na favela do Real Parque, em São Paulo, na qual busco analisar a multiplicidade de ontologias que participam dos processos de aliança, cura e luta entre os diferentes agentes que estão em relação com o povo Pankararu na capital paulista. Noções como cuidado, saúde e território são diariamente acionadas nos processos de negociação de cura entre profissionais de saúde e indígenas, muitas vezes possuindo sentidos diversos a depender de quem os enuncia, podendo “se equivocar”, bem como estabelecer uma aliança alternativa (La Cadena, 2018). As rezadeiras, circulando entre aldeia, cidade e caminhos, estabelecem, na cidade de São Paulo, uma relação de parceria com coletivos, órgãos estatais, ONGs, entre eles, a Estratégia de Saúde da Família indígena (ESFi) da Unidade Básica de Saúde do Real Parque, que atua no atendimento primário. Seguindo o fio dos “caminhos das rezas”, a experiência do caminhar é pensada na forma de “habitar” (Ingold, 2011), ou seja, experienciar o mundo a partir de uma dimensão cosmológica, aonde caminham juntos encantados, plantas, pessoas, bens, mercadorias. Nesse aspecto, o território é um campo geográfico, semântico e ontológico de disputas. O trabalho proposto busca trazer uma reflexão, a partir de dados etnográficos recentes, sobre a produção de novas territorialidades e as práticas terapêuticas que se articulam nos processos de adoecimento e cura.
RURIS - Revista do Centro de Estudos Rurais , 2020
Busco investigar a fabricação de corpos e caminhos no coletivo Pankararu, a partir das rezadeiras que habitam a cidade de São Paulo e a Terra Indígena Pankararu, em Pernambuco, bem como a configuração de novas territorialidades a partir dos deslocamentos entre aldeia e cidade. Tal fato aponta para uma mobilidade que coloca em relação diferentes agentes, como indígenas, não indígenas, Estado, encantados, plantas. Nesse sentido, a pesquisa se insere nos debates acerca de processos de formação da pessoa, mobilidade e xamanismo, buscando compreender aspectos da corporalidade, noções de doença e cura e os processos de produção de novas territorialidades.
RURIS (Campinas, Online), 2020
Este dossiê é um desdobramento do debate que coordenamos nas Jornadas de Antropologia John Monteiro de 2018. Mas nem o dossiê, nem o debate seriam possíveis sem os exercícios antropológicos que nos precederam e nos inspiram na reflexão cruzada aqui empreendida. O que denominamos como reflexão cruzada é o experimento ensaístico que propomos a partir de estudos realizados junto a distintas coletividades e que são compreendidas em diferentes campos da Antropologia, mas que, a despeito desse fato, são analiticamente aproximáveis em razão das dinâmicas que protagonizam.
Ruris, 2020
Este dossiê é um desdobramento do debate que coordenamos nas Jornadas de Antropologia John Monteiro de 2018. Mas nem o dossiê, nem o debate seriam possíveis sem os exercícios antropológicos que nos precederam e nos inspiram na reflexão cruzada aqui empreendida. O que denominamos como reflexão cruzada é o experimento ensaístico que propomos a partir de estudos realizados junto a distintas coletividades e que são compreendidas em diferentes campos da Antropologia, mas que, a despeito desse fato, são analiticamente aproximáveis em razão das dinâmicas que protagonizam. Como no evento de 2018, desejamos pensar sobre as configurações relacionais que surgem entre pessoas e lugares para observarmos vivências espacialmente conformadas em diversos contextos. As circulações e interações de indígenas, camponeses, quilombolas, ribeirinhos, entre aldeias, campos e cidades compõem o amplo escopo etnográfico do singular problema das vivências em múltiplos espaços. Já na ocasião do evento no IFCH/Unicamp, pretendíamos compreender não somente acerca dos muitos lugares que são importantes a cada experiência social enfocada pelas pesquisas, mas também desejávamos refletir sobre como as (dis)similitudes entre os modos específicos de se ligar com e nos lugares poderiam desafiar a forma como os estudos etnográficos encontram-se seccionados em nossa disciplina. O nosso desejo é que as reflexões referentes a "territorialidades" traspassem fronteiras erigidas no campo antropológico, tal qual fazem as pessoas entre as quais e com as quais pesquisamos.
RURIS (Campinas, Online)
O povo Kiriri do Acré habita o Sul de Minas Gerais desde 2017, quando dezesseis famílias deixaram a aldeia Kiriri de Barra, região Oeste da Bahia, para ocupar uma terra no bairro Rio Verde, zona rural do município de Caldas/MG. Como este artigo deixa claro, as famílias kiriri andam e fazem circular elementos que compõem as paisagens pode onde passam e, assim, constroem seu território, de forma que negociar, caminhar, conhecer e interagir com o mundo é uma forma de habitá-lo. As paisagens, portanto, são vivas, dizendo respeito ao movimento da vida. Este artigo pretende demonstrar como as paisagens são percebidas e interagem com os Kiriri do Acré.
31º Reunião Brasileira de Antropologia, 2018
Trabalho apresentado no GT - Moralidades, afetos e políticas: sobre e das relações de gênero entre indígenas, coordenado por Patricia Carvalho Rosa (Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá) e Elizabeth de Paula Pissolato (Universidade Federal de Juiz de Fora) Esse trabalho busca estabelecer uma análise sobre mobilidade, pessoa e xamanismo a partir das rezadeiras Pankararu que vivem no Real Parque, em São Paulo, e na Terra Indígena Pankararu (TI Pankararu), em Pernambuco. Os deslocamentos entre aldeia e cidade, bem como os “caminhos” - lugares que interconectam essas duas localidades - são compreendidos como parte da territorialidade do grupo. Privilegiamos o fenômeno que chamamos, num primeiro momento, de mobilidade terapêutica, ou seja, o movimento que as rezadeiras Pankararu realizam e que colocam em relação diferentes agentes, como indígenas, não indígenas, Estado, “encantados”, cura, bens, plantas, saberes. Nesse sentido, pretendemos acompanhar os “caminhos” de deslocamentos do grupo, priorizando os espaços de circulação das rezadeiras, buscando investigar suas práticas de cura, produção de corporalidade e caminhos.
Apresentação, 2021
A partir de dezembro de 2019, o mundo parou de muitas maneiras. Talvez não como desejasse Krenak, para que fosse feita a recuperação do Watu, entidade ancestral adoecida há décadas pela atividade extra-tivista de minérios na região de Minas Gerais, onde habita seu povo. O rio Doce está doente, explica o autor, porque o modo de vida pautado pelo neoliberalismo separa a humanidade e a Terra e os coloca como elementos distintos, quando são, para seu povo, indissociáveis. Indis-sociável: rio, humanidade, mundo.
Revista Nupen, 2019
Buscamos apresentar, de modo ainda incipiente, processos de adoecimento e cura a partir das rezadeiras Pankararu que habitam a cidade de São Paulo, no Real Parque, e a aldeia Brejo dos Padres, na Terra Indígena Pankararu, em Pernambuco. Noções como flechada, vento caído, entre outros, nos apontam para um entendimento da doença como um desequilíbrio social, associada a um elemento cósmico e ecológico, envolvendo a relação entre humanos e outras entidades, como mortos, encantados, inimigos. Nesse sentido, a pesquisa se insere nos debates acerca de processos de formação da pessoa, saúde e xamanismo, buscando compreender aspectos da corporalidade, noções de doença e cura.
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Journal of the Society of Architectural Historians, 2024
Revista ASAB ISSN 1657-9828, 2017
BioEssays, 2019
‘Gadamer and Derrida’, in: Theodore George and Gert-Jan van der Heiden (eds.), The Gadamerian Mind, London and New York: Routledge, p. 304-317, 2022
PRAGUE EGYPTOLOGICAL STUDIE, PES XXVIII, 2022
PLOS ONE, 2022
Epidemije in zdravstvo. Zgodovinski pregled , 2024
Shimon Shetreet (ed)., The Culture of JudiciaI Independence: Rule of Law and World Peace, 2014
Studii şi cercetări lingvistice, XXXIX, 2, 1988, 113-117., 1988
Journal of Biological Chemistry
IBT Journal of Business Studies, 2019
Journal of Ayub Medical College, Abbottabad : JAMC
International Journal of Applied Mechanics and Engineering, 2014
British Journal of Psychiatry, 2009
Rheumatology, 2018
The South African Journal of Economics, 1988
Histochemical Journal - HISTOCHEM J, 2001