O processo em curso no Brasil aparece como um colapso entre política e capital. O que explica esse aparente colapso? Nossa hipotese é que se trata de um ajuste da superestrutura jurídica e política brasileira em relação à sua base econômica, na esteira de uma crise. As mudanças realizadas no âmbito institucional, catalisadas pela Lava Jato, são adequações do Estado brasileiro relacionadas à consolidação de monopólios tupiniquins agindo em território brasileiro e no mundo inteiro, em diferentes setores, e a consequente regulação da concorrência monopolista internacional em solo nacional. A questão posta na mesa no momento é como o Estado brasileiro lidará com os monopólios brasileiros e estrangeiros, considerando o tamanho do capital das empresas nacionais frente às estrangeiras. Conjuntamente, a queda nos preços das commodities, em especial do petróleo e do aço em 2015, expôs algumas fragilidades do capitalismo brasileiro e está gerando uma reorganização da burguesia no Estado, um rearranjo (por enquanto sem guerra declarada) da divisão social não planejada e especialização da exploração capitalista pelo globo. Vivemos, portanto, um período de alinhamento geopolítico do Brasil em relação às diferentes potências mundiais e não apenas de forma subserviente e submissa, mas sim como um importante e valioso ator imperialista na América Latina, com presença em todo o mundo.