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Sumário
MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO: PATRIMONIALISMO – EVOLUÇÃO E CARACTERISTICAS 2
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MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO:
PATRIMONIALISMO – EVOLUÇÃO E CARACTERISTICAS
1. Patrimonialismo
1.1 Conceito
O primeiro modelo de administração pública no Brasil perdurou durante todo o período colonial,
imperial e a Primeira República, abrangendo os anos de 1500 até 1930. Pela forma como foram
conduzidas as relações entre a metrópole Portugal e a colônia Brasil designou-se a este período o
nome Patrimonialismo como modelo de gestão. Apesar da Proclamação da independência do
país em 1822 percebe-se a manutenção deste modelo de administração pública no Brasil
Império, como também após o período que o Brasil alterou a sua forma de governo de
Monarquia para República perdurando até a República Velha (1889-1930).
O patrimonialismo é um modelo de administração pública baseado na dominação tradicional, na
qual a vontade do senhor e os limites impostos pela tradição definem os rumos dos governados.
Esse modo de administração tem como característica principal a confusão patrimonial entre os
bens do senhor e os bens públicos.
Vale ressaltar algumas formas de dominação tradicional, dentre as quais as que mais se
destacam são:
Gerontocracia: governo em que o poder cabe aos mais velhos, como os conselhos de
anciãos;
Patriarcalismo: casos em que o poder é determinado pelo pertencimento a uma
determinada família, normalmente sendo a dominação exercida por um indivíduo chefe
da comunidade doméstica, determinado segundo regras de sucessão;
Sultanismo: forma de dominação no qual está calcada no “arbítrio livre” do governante,
munido de um aparato administrativo próprio para fazer valer suas ordens, é um regime
de governo autoritário onde o governante está presente em todas as instâncias de poder.
Feudalismo: forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de
vassalo-suserano, regidos pelo sentimento de fidelidade pessoal entre ambos – ideia de
“honra”;
Patrimonialismo: dominação exercida com base em um direito pessoal, embora
decorrente de laços tradicionais, obedecendo-se ao chefe por uma sujeição instável e
íntima derivada do direito consuetudinário – “porque assim sempre ocorreu”.
OBSERVAÇÃO:
Weber associou o patrimonialismo a uma forma de patriarcalismo, em que o senhor depende da
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boa vontade dos demais no cumprimento dos deveres e da conservação de sua capacidade de
prestar-lhe serviços. Por outro lado, também o senhor “deve” alguma coisa ao submetido, não
juridicamente, mas de acordo com o costume, como, por exemplo, proteção a perigos externos
ou ajuda em caso de necessidade, além de um tratamento “humano”, particularmente no
respeito a suas limitações de capacidade, ou seja, não explorar demasiadamente seu trabalho.
Não é uma dominação com o objetivo de conseguir dinheiro, mas para satisfazer as
necessidades pessoais do senhor.
No patrimonialismo não há separação clara entre a “res pública” (Bens Públicos) e a “res
principis” (Bens do Príncipe), o soberano se utiliza do patrimônio público como se seu fosse,
apropriando-se dos recursos coletados para seu próprio proveito, administrando-os de acordo
com sua vontade.
No Patrimonialismo os “cargos” eram chamados de Prebendas ou Sinecuras, ou ocupação
rendosa e de pouco trabalho que, muitas vezes, era transmitida hereditariamente. Esses
“funcionários” mantinham uma relação de proximidade com o senhor, tendo como forma de
sustento a alimentação à mesa do soberano; os emolumentos (rendimentos provenientes dos bens
do senhor); as terras funcionais; oportunidades apropriadas de rendas, taxas ou impostos; além
dos Feudos.
Esse é o conceito clássico de Patrimonialismo, contudo, o termo começou a ser utilizado para
caracterizar a corrupção e o aproveitamento do patrimônio público em benefício próprio. Bresser
Pereira definiu patrimonialismo como sendo:
“A Característica que definia o governo das sociedades pré-capitalistas e prédemocráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos patrimônios
público e privado. “Patrimonialismo” significa a incapacidade ou a relutância de o
príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A Administração do
Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista.”
O modelo patrimonialista, originalmente, predominou nos estados absolutistas. Isso não
significa que com o surgimento da burocracia e do gerencialismo ele desapareceu, muito pelo
contrário. No Brasil, especificamente, práticas patrimonialistas persistem acontecendo até os
dias atuais, mesmo com todos os controles e pressões sociais contra tais condutas.
Características da administração patrimonialista
Confusão entre a propriedade privada e a propriedade pública;
Impermeabilidade à participação social-privada;
Endeusamento do soberano;
Corrupção e nepotismo;
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Caráter discricionário e arbitrário das decisões;
Ausência de carreiras administrativas;
Desorganização do Estado e da Administração;
Cargos denominados prebendas ou sinecuras;
Descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais;
Poder oriundo da tradição/hereditariedade.
DICA
De certa forma, patrimonialismo, burocracia e gerencialismo convivem em nossa administração
contemporânea.
EXERCÍCIOS
1 - ( CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário ) As características da administração
pública patrimonialista incluem
a) gestão por resultados, poder racional-legal e tecnicismo.
b) nepotismo, clientelismo e não separação entre público e privado.
c) não separação entre público e privado, tecnicismo e paternalismo.
d) poder racional-legal, hierarquia funcional e formalismo.
e) paternalismo, patrimonialismo e formalismo.
2 - ( CESPE - 2014 - SUFRAMA - Analista Técnico )
No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida como extensão do poder do soberano, de modo
que seus servidores possuem status de nobreza.
Certo ( )
Errado ( )
3 - ( FCC - 2015 - SEFAZ-PI - Analista do Tesouro Estadual ) Entre as características do
modelo de gestão administrativa patrimonialista pode ser apontado, em uma análise crítica,
a) a ausência de carreiras administrativas, bem assim de clara distinção entre patrimônio público
e privado.
b) o excesso de verticalização e padronização dos procedimentos.
c) a estrutura hierárquica inflexível, afastando a meritocracia e propiciando o abuso de poder
pela autoridade central.
d) o apego exagerado às regras, privilegiando a forma em detrimento do interesse do cidadão.
e) a excessiva ênfase no conceito de supremacia do interesse público sobre o privado, colocando
o administrado a serviço do Estado e não o contrário.
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GABARITO
1–B
2-C
3-A
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