II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
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II JORNADAS INTERNACIONAIS DE IDADE MÉDIA I CASTELO DE VIDE I 5-7 DE OUTUBRO 2017
APRESENTAÇÃO
As Jornadas Internacionais da Idade Média resultam da parceria estabelecida entre o Instituto de Estudos Medievais da NOVA FCSH e o
município de Castelo de Vide. Uniram-se, assim, as vontades e a eicácia de um centro de investigação que articula a pesquisa cientíica
com a sua transferência para a sociedade e de uma câmara apostada em investir, de forma sustentada, na cultura, na preservação
patrimonial e na formação.
É objetivo das duas instituições transformar estes encontros numa realização anual, que se transforme em foro de discussão dos grandes
temas e problemáticas da Idade Média entre especialistas de várias áreas cientíicas, nomeadamente a história, a arqueologia, a história
de arte e a literatura, entre outras.Desta forma, cumpre-se a marca multidisciplinar que singulariza o IEM como a única unidade de
investigação portuguesa exclusivamente vocacionada para desenvolver estudos sobre esta época. A escolha de Castelo de Vide para
albergar o evento permite aos investigadores imergirem num ambiente propiciatório à relexão sobre a Idade Média e contribuirá para
impulsionar as potencialidades atrativas e patrimoniais desta vila e da região transfronteiriça em que se insere.Pretende-se que, a seu
tempo, as Jornadas Internacionais da Idade Média, realizadas em Castelo de Vide, venham a marcar o ritmo dos encontros regulares sobre
Idade Média a nível internacional.
A II edição das Jornadas Internacionais de Idade Média é subordinadas ao tema dos “Espaços e Poderes na Europa Urbana Medieval”. A
cidade medieval pode ser encarada como um palimpsesto, capaz de revelar a sociedade que a moldou e ocupa e de exprimir as tensões
entre o jogo das forças naturais -determinantes na escolha ou na utilização do sítio- e o que resulta da ação humana, procurando revelar
a identidade das paisagens urbanas e periurbanas a partir da interpretação da correlação entre a vivência e a forma. Na verdade, a
leitura das paisagens pode ser um meio de apreender o grau e diversidade do corpo social que as ocupa, a maior ou menor concentração
populacional, a organização do trabalho, o dinamismo religioso, e sobretudo, a dinâmica dos poderes que sobre ela se exerce.Todavia,
a integração da história na análise da forma e evolução dos espaços urbanos e das suas vivências surge como indispensável quando se
tem presente que cabe à história a precisão cronológica e sobretudo, o desvendar dos parâmetros que enformavam a sociedade que
organizava e ocupava esses espaços.
A análise do espaço tem de levar em conta que a cidade é a forma mais complexa de interdependência entre os homens, organizando
a sua existência social mediante formas e regras especíicas. No caso das cidades medievais é necessário sempre ter presente que elas
integram um fenómeno determinante, de grande envergadura e signiicado, que se airmou numa Europa essencialmente ruralizada,
pelo que a sua compreensão não pode ser dissociada do entendimento da sua envolvente rural. Inseridas numa sociedade feudal e
cristã que considerava o campo como espaço preferencial, as cidades tendiam a airmarem-se como um corpo em oposição a sistemas
de valores dominantes, sendo, portanto um local de tensões e de equilíbrios precários e que apenas podem ser inteiramente entendidas
quando se detetam essas inluências.
COMITÉ ORGANIZADOR
COMISSÃO CIENTÍFICA
Amélia Aguiar Andrade (IEM – NOVA FCSH)
Catarina Tente (IEM – NOVA FCSH)
Patrícia Martins (CMCV)
Sara Prata (IEM – NOVA FCSH)
Antonio Collantes de Terán (Universidade de Sevilha)
Antonio Malpica Cuello (Universidade de Granada)
Beatriz Arizaga Bolumburu( Universidade de Cantábria-Santander)
Denis Menjot (Universidade Lyon 2)
Iria Gonçalves (Universidade Nova de Lisboa)
Isabel del Val Valdivieso (Universidade de Valladolid)
Jean-Luc Fray (Universidade Balise Pascal – Clermont II)
Jesús Solórzano Telechea (Universidade de Cantábria-Santander)
José Avelino Gutiérrez González (Univesidade de Oviedo)
María Asenjo González (Universidade Complutense de Madrid)
Maria Helena da Cruz Coelho (Universidade de Coimbra)
Mário Barroca (Universidade do Porto)
Michel Bochaca (Universidade de La Rochelle)
Peter Clark (Universidade de Helsínquia)
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
PRESENTATION
The International Conference on the Middle Ages is the result of a partnership between the Institute for Medieval Studies (IMS-NOVA FCSH)
and Castelo de Vide municipality. The wishes and competence of a research centre that links scientiic research with its transfer to society
are joined by a town council committed to investing, sustainably, in culture, heritage conservation and training.
Our aim is to make this conference an annual event, providing discussion forums for the major themes and issues of the Middle Ages,
with experts from various scientiic ields, including history, archaeology, history of art and literature.This is an opportunity to highlight the
multidisciplinary nature of the IMS as the only research unit in Portugal exclusively dedicated to the development of medieval studies. The
choice of Castelo de Vide to host these meetings will allow researchers to be part of an appropriate environment for relection on Medieval
Studies. It will also contribute to promoting the attractions and heritage of the town.In due course, our aim is to set the scene for regular
international meetings on the Middle Ages with the annual International Conference on the Middle Ages, held in Castelo de Vide.
The II edition of the International Conference on the Middle Ages, under the theme “Space and Power in medieval urban Europe”. The
medieval city can be faced as a palimpsest, able to reveal aspects about the society by which it has been shaped and occupied, it can also
express tensions between the natural forces –crucial for the choosing and the use of the site– and what results from human action. By
interpreting the correlation between every-day life and spatial arrangement, the medieval city can also reveal the identity of urban and
peri-urban areas. In fact, understanding urban landscapes can be a way to perceive the degree of diversity of its social body, the diferent
levels of population density, the organization of work, the religious dynamism, and most of all, the dynamic of powers at play within.
Nevertheless, it’s paramount to integrate history when analysing the shaping and evolution of urban spaces, since it’s with history that we
are able to achieve chronological precision and unravel the parameters driving the societies who organized and occupied these spaces.
Consecutively, space analysis must consider that the city itself is the most complex form of interdependency between people, organizing
its social existence by means of speciic rules.
When regarding medieval cities we also need to keep in mind that they integrate a determining phenomenon, of large scale and meaning,
which has asserted itself in a time when Europe was mostly ruralized. For this reason, the understanding of urban areas cannot take
place separately from its country surroundings. Embedded in a Christian feudal society who considered the countryside as the favoured
territory, cities usually asserted themselves as a confronting body, opposed to systems of prevalent beliefs. This position naturally made
cities a place of tension and unstable balance that can only be fully understood when those inluences are identiied.
ORGANIZING COMMITTEE
SCIENTIFIC COMMITTEE
Amélia Aguiar Andrade (IEM – NOVA FCSH)
Catarina Tente (IEM – NOVA FCSH)
Patrícia Martins (CMCV)
Sara Prata (IEM – NOVA FCSH)
Antonio Collantes de Terán (Universidade de Sevilha)
Antonio Malpica Cuello (Universidade de Granada)
Beatriz Arizaga Bolumburu( Universidade de Cantábria-Santander)
Denis Menjot (Universidade Lyon 2)
Iria Gonçalves (Universidade Nova de Lisboa)
Isabel del Val Valdivieso (Universidade de Valladolid)
Jean-Luc Fray (Universidade Balise Pascal – Clermont II)
Jesús Solórzano Telechea (Universidade de Cantábria-Santander)
José Avelino Gutiérrez González (Univesidade de Oviedo)
María Asenjo González (Universidade Complutense de Madrid)
Maria Helena da Cruz Coelho (Universidade de Coimbra)
Mário Barroca (Universidade do Porto)
Michel Bochaca (Universidade de La Rochelle)
Peter Clark (Universidade de Helsínquia)
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INFORMAÇÕES ÚTEIS
As sessões cientíicas das Jornadas Internacionais de Idade Média decorrem, em simultâneo, em dois espaços: o Cine-Teatro Mouzinho
da Silveira e o Auditório da Fundação Nossa Senhora da Esperança. O Cine-Teatro Mouzinho da Silveira funcionará como casa-mãe do
evento. Aí se realizam as sessões de Abertura e de Encerramento, bem como as conferências plenárias. Da mesma forma, é no Cine-Teatro
Mouzinho da Silveira que icam instalados o secretariado permanente das Jornadas e a Feira do Livro e aí se oferecem as pausas para café.
O local de encontro para a visita guiada a Castelo de Vide é o Cine-Teatro (dia 5, 18:15). A visita de sábado à Ammaia e a Marvão parte
da paragem de autocarros de Castelo de Vide (08:30). Os ouvintes podem informar-se junto do secretariado sobre a possibilidade de
participarem nestas visitas, mediante o número de pessoas inscritas.
O Jantar das Jornadas realiza-se no Restaurante D. Pedro V (20:00).
No mapa pode consultar-se a localização dos espaços onde as Jornadas irão decorrer, bem como informação adicional sobre infraestruturas da vila (multibanco, farmácias e Centro de Saúde).
SECRETARIADO
9:00 - 17:00 Cine-Teatro Mouzinho da Silveira (Fechado para almoço entre as 13:15 e as 14:45)
ALMOÇOS PARA COMUNICANTES
13:30 - 14:30 Salão Jardim
TRANSPORTES E VIAGENS
Viagens Câmara Municipal de Castelo de Vide
Aeroporto de Lisboa – Castelo de Vide*
4 de outubro: partida às 18:00
Castelo de Vide – Aeroporto de Lisboa**
7 de outubro: partida às 15:30
(*)Os participantes que se desloquem de avião com bagagem de porão deverão contar com cerca de 1h para recolha da bagagem, bem
como possíveis atrasos nos voos. O autocarro partirá à hora marcada e não está sujeito a alterações. O ponto de encontro será dentro
do Aeroporto junto às saídas no Balcão de Informação.
(**) A viatura partirá desde a paragem de autocarros de Castelo de Vide
Viagens Rede Nacional de Expressos
Partida (Lisboa, Sete Rios) - 07:30
Partida (Lisboa, Sete Rios) - 11:35
Chegada (Castelo de Vide) - 11:35
Chegada (Castelo de Vide) - 19:10
Partida (Castelo de Vide) - 08:05***
Partida (Castelo de Vide) - 16:04***
Chegada (Lisboa, Sete Rios) - 12:15
Chegada (Lisboa, Sete Rios) - 20:15
(***) Uma vez que não existe bilheteira em Castelo de Vide, os bilhetes da Rede Expressos deverão ser adquiridos online (www.redeexpressos.pt) ou comprados no terminal de Portalegre (primeira paragem depois de Castelo de Vide).
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USEFUL INFORMATION
The scientiic sessions of the International Conference on the Middle Ages will take place simultaneously in two separate areas: Cine-Teatro
Mouzinho da Silveira and the Auditorium of Fundação Nossa Senhora da Esperança. The Cine-Teatro Mouzinho da Silveira will also serve as the
conference Head Oice, hosting the Opening and Closing sessions, as well as the plenary conferences. Also, it will be in Cine-Teatro Mouzinho
da Silveira where the Conference permanent secretariat and Book Fair will be settled and where the cofee-breaks will be given.
The meeting point for the guided tours of Castelo de Vide will also be the Cine-Teatro (18:15). The bus trip to Ammaia and Marvão will be
leaving from Castelo de Vide bus stop (08:30). Participants may inquire at the secretariat about the possibility of taking part in these visits,
depending on the number of places available.
The Conference Dinner will be hosted at the restaurant D. Pedro V (20:00).
In the map you can check the location of the places where the Conference will take place, as well as additional information about the village
infra-structures (Cash dispensers, pharmacies and Health Centre).
SECRETARIAT
9:00 - 17:00 Cine-Teatro Mouzinho da Silveira (Closes for lunch between 13:30 and as 14:45)
LUNCHES FOR SPEAKERS
13:30 - 14:30 Salão Jardim
TRAVELS AND TRANSPORTATION
Trips ofered by the Municipality of Castelo de Vide
Lisbon’s Airport – Castelo de Vide*
October 4th: departure at 18:00
Castelo de Vide – Lisbon’s Airport**
October 7th: departure at 15h30
(*)Participants travelling by plane with hold baggage should count with an average of 1h for retrieving your belongings. Possible light
delays should also be taken into account. The bus will leave at the established time and will not allow changes.
(**) The bus will leave from the Castelo de Vide bus stop.
Bus trips by Rede Nacional de Expressos
Departure (Lisbon, Sete Rios) - 07:30
Departure (Lisbon, Sete Rios) - 11:35
Arrival (Castelo de Vide) - 11:35
Arrival (Castelo de Vide) - 19:10
Departure (Castelo de Vide) - 08:05***
Departure (Castelo de Vide) - 16:04***
Arrival (Lisbon, Sete Rios) - 12:15
Arrival (Lisbon, Sete Rios) - 20:15
(***) Since there is no ticket oice at Castelo de Vide, bus tickets must be purchased online (www.rede-expressos.pt) or bought at the
Portalegre Terminus (irst stop after Castelo de Vide).
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PROGRAMA SOCIAL
5 de Outubro, 5ªf
18:15 Visita guiada a Castelo de Vide (Castelo e Burgo Medieval, Judiaria e Museu da Sinagoga, Fonte da Vila). Ponto de encontro:
Cine-Teatro Mouzinho da Silveira.
6 de Outubro, 6ªf
20:00
Jantar das Jornadas no Restaurante D. Pedro V (Praça de D. Pedro V n.º 10)
7 de Outubro, Sábado
8:30
12:30
Visita à cidade romana Ammaia e centro histórico de Marvão. Ponto de encontro: Paragem de autocarro de Castelo de Vide
Almoço no Jardim Garcia d’Orta
PROGRAMA CIENTÍFICO
Painéis temáticos
1 – A intervenção dos poderes sobre o espaço urbano: estratégias e tensões
2 – Espaços de poder na cidade: perspetivas desde a arqueologia
3 – Espaços de poder na cidade: construções, rituais, percursos e símbolos
4 – A representação dos espaços urbanos de poder: literatura e iconograia
5 – Materialidades: indicadores arqueológicos para o reconhecimento de um espaço de poder na cidade
6 – Espaço e poder em Castelo de Vide medieval: abordagens multidisciplinares a um espaço de fronteira.
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SOCIAL PROGRAM
October 5th, Thursday
18:15 Guided tour to Castelo de Vide (Castelo e Burgo Medieval, Judiaria e Museu da Sinagoga, Fonte da Vila). Meeting point: CineTeatro Mouzinho da Silveira
October 6th, Friday
20:00 Conference Dinner at Restaurante D. Pedro V (Praça de D. Pedro V n.º 10)
October 7th, Saturday
8:30
12:30
Visit to the roman city Ammaia and Marvão historical centre. Meeting point: Castelo de Vide bus stop.
Lunch at the Jardim Garcia d’Horta.
SCIENTIFIC PROGRAM
Thematic Panels
1 – The intervention of powers over the urban space: strategies and tensions
2 – Places of power within the city: an archaeological perspective
3 – Places of power within the city: constructions, rituals, pathways and symbols
4 – Representing urban spaces of power: literature and iconography
5 – Materialities: archaeological markers for urban powers
6 – Space and power in medieval Castelo de Vide: multidisciplinary approaches to a borderland area.
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ABERTURA
LA MADINAT AL-HAMRA COMO UN ESPACIO DEL PODER EN GRANADA
Antonio MALPICA CUELLO (UG)
A partir de una serie de relexiones sobre lo que signiica el poder y su encarnación en el Estado, en este caso la dinastía nazarí, señalamos
la conformación de la ciudad palatina de la Alhambra y su organización a lo largo de un dilatado período. Por eso mismo podemos
establecer los puntos de partida de su formación y las claves que quiere expresar para su signiicación ideológica y su implantación como
sociedad islámica.
NOTA BIOGRÁFICA
Antonio Malpica Cuello es Catedrático de Historia Medieval de la Universidad de Granada
Doctor en Historia por la Universidad de Granada. Su campo de especialización es la arqueología Medieval y el estudio de la
organización del espacio. En particular se preocupa de los cambios ocurridos de la época musulmana a la cristiana en el reino nazarí
de Granada.
Ha realizado excavaciones y prospecciones arqueológicas en el marco de diferentes proyectos, tanto en España como en El Cairo
(Egipto) y Ramalla (Palestina).
Ha sido lo investigador principal en varios proyectos de investigación, destacando los de la DGICYT como lo «Estudio del poblamiento,
su distribución y transformación en la cuenca del Guadiana Menor durante la Prehistoria, Edad Antigua y época medieval»; o de
«Las salinas de Andalucía oriental. Estudio histórico y arqueológico», uno sobre «Los asentamientos medievales en la frontera entre
el reino de Granada y Castilla (ss. XIII-XV)», lo de «El poblamiento rural en el sector central de la frontera del reino nazarí de Granada.
La tierra de Loja, Los Montes, Guadix y Baza» e uno sobre «La ciudad y su territorio en época nazarí».
Asimismo ha dirigido otros proyectos inanciados por otras entidades, de entre ellos la
«Análisis de las secuencias del poblamiento medieval de la Costa granadina» y lo «Programa de investigación arqueológica 2001
en el conjunto monumental de la Alhambra y del Generalife», ambos financiados por la Consejería de Cultura de la Junta de
Andalucía.
Ha impartido diversos cursos y seminarios en universidades europeas (Italia y Francia), del Norte de África (Marruecos) y de
Oriente Próximo (Jerusalén y Beyrut) y es autor de enumeras libros y publicaciones nacionales y internacionales.
ENCERRAMENTO
POUVOIRS DANS L’ESPACE URBAIN ET ESPACES DES POUVOIRS URBAINS: EXEMPLE DE LA MUNICIPALITÉ DE BAYONNE (MILIEU XIIIe –
DÉBUT XVIe SIÈCLE)
Michel BOCHACA (ULR)
Entre le début du XIIIe et le début du XIVe siècle, le développement institutionnel de la commune de Bordeaux s’accompagne de la
construction de deux nouvelles enceintes qui entraîne une importante dilatation de l’espace urbain intra muros. Ce dernier quintuple,
passant de 32 à 175 hectares. La cohabitation au sein de cet espace entre la nouvelle municipalité et les pouvoirs déjà en place, tant
laïques (roi-duc et oiciers ducaux) qu’ecclésiastiques (archevêque, chapitres Saint-André et Saint-Seurin, abbaye de Sainte-Croix) est
rendue plus complexe par l’absence de charte communale. Au gré des conlits avec les juridictions voisines ou concurrentes, le maire et
les jurats de Bordeaux assoient progressivement leur autorité non seulement sur la ville mais aussi sur les campagnes environnantes.
À partir de la seconde moitié du XIVe siècle, le rôle clé de Bordeaux dans la défense du duché d’Aquitaine permet à la municipalité de
jouir de larges pouvoirs en matière de justice, de police et de iscalité sur la ville et sa banlieue, en contre partie de son attachement à la
cause anglaise. Après la conquête française de 1453, passé une période de déiance, la commune récupère ses anciennes prérogatives,
voire les accroît, mais en les exerçant désormais sous l’étroite surveillance des représentants du roi de France. La commune disposant
d’une large autonomie à l’époque des Plantagenêts se transforme en une « bonne ville », relais du pouvoir royal. Cette évolution
constitue un indice de l’intégration de Bordeaux dans l’espace français, préalable à la mue de la ville en une capitale provinciale à
l’époque moderne.
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NOTA BIOGRÁFICA
Professeur d’histoire médiévale à l’université de La Rochelle. Équipe de recherche : UMR 2276 LIENSs (CNRS – Université de La Rochelle).
Thèse d’université : La banlieue de Bordeaux au Moyen Âge et au début de l’époque moderne. La formation d’une juridiction municipale
suburbaine (vers 1250 - vers 1550) - soutenue en 1991. Publication : La banlieue de Bordeaux. La formation d’une juridiction municipale
suburbaine (vers 1250 - vers 1550), Paris, L’Harmattan, 1994.
Habilitation à Diriger des Recherches : Villes et structuration de l’espace en Bordelais (in de l’Antiquité - milieu du XVIe siècle) – soutenue
en 2000. Publication : Villes et organisation de l’espace en Bordelais (vers 1300-vers 1550), Paris, Les Indes savantes, 2015.
Thèmes de recherche : villes portuaires (topographie, économie, société), gens de mer et activités maritimes (pêche, commerce),
navigation et représentation de la mer (cartes marines, portulans et routiers, récits de voyage par mer).
Période d’étude : Bas Moyen Âge et début de l’époque moderne (XIVe siècle – première moitié du XVIe siècle).
Espaces étudiés selon les thématiques :
Villes portuaires : Bordeaux et son diocèse, Bayonne et la basse vallée de l’Adour - comparaison à l’échelle du golfe de Gascogne et de
l’Europe atlantique
Gens de mer et navigation : le littoral atlantique de l’Europe et les mers bordières du Ponant
SESSÃO/SESSION 1
A CIDADE, OS PODERES E O MAR: AS INTERVENÇÕES DOS PODERES NO ESPAÇO URBANO DAS CIDADES PORTUÁRIAS IBÉRICAS (SÉC. XIV-XV)
Organização: Gonçalo Melo da SILVA (IEM – NOVA FCSH)
Moderador: Beatriz ARÍZAGA BOLUMBURU (UNICAN)
Nos séculos XIV e XV, as vilas e cidades portuárias eram núcleos populacionais urbanizados localizados em zonas litorais, muito
frequentemente em associação com cursos luviais, usufruindo de graus de auto-governo variáveis e da monumentalidade dos seus
edifícios, como as muralhas, bem como de espaços e infraestruturas especíicas, como a Ribeira ou o porto, que permitiam o contacto
com áreas longínquas. Nelas se instalavam sociedades com grupos socioeconómicos especíicos, como os mareantes, e capazes de
potenciar a presença e integração de estrangeiros.
Pretendemos analisar as estratégias de airmação dos poderes presentes nas cidades portuárias e, principalmente, as suas implicações
sobre a organização do espaço urbano através do estudo de três casos e ângulos distintos localizados na península ibérica.
Procuraremos, assim, contribuir para responder a algumas questões que surgem quando estudamos a presença dos poderes nos núcleos
urbanos portuários: Quais os poderes e agentes atraídos pelas cidades portuárias? De que forma as suas estratégias de airmação se
relacionam com o espaço urbano? Existe uma preferência pela área portuária? A escala da cidade implica adaptações? Como são recebidas
pelos restantes poderes presentes na cidade?
Em suma, esperamos demostrar o papel importante das estratégias dos poderes na coniguração e vivência da paisagem urbana medieval.
¿PLEITEAR O CONSTRUIR? POLÍTICAS DEL CONCEJO DE LAREDO PARA EL ABASTECIMIENTO DE LA VILLA DURANTE LA BAJA EDAD
MEDIA
Javier AÑIBARRO (UNICAN)
Laredo es una villa portuaria castellana situada en el norte de la península ibérica. Esta villa fue denominada “cabeza” de
las conocidas como “Cuatro Villas de la Costa de la Mar” (San Vicente de la Barquera, Santander, Laredo y Castro Urdiales),
pero esa situación de preminencia estuvo amenazada por otras villas y aldeas vecinas, que cuestinaron su autoridad durante
la Baja Edad Media. En un primer momento el concejo optó por acudir a la justicia y proteger los privilegios de su Fuero
frente las villas y aldeas vecinas que desaiaban su autoridad. Después, hacia 1450, Laredo optó por una nueva estrategia:
mejorar sus infraestructuras de comunicación, en especial su puerto, para convertirse en un punto de referencia y competir con
mayor eicacia contra sus adversarios. Sin embargo, una serie de decisiones políticas, unidas a la naturaleza climática adversa,
provocaron que el concejo tuviera que abandonar varias veces el proyecto de construir un muelle sólido. Como consecuencia,
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Laredo tardó demasiado en disponer de unas infraestructuras adecuadas y fue cayendo en decadencia a medida que llegaba
la Edad Moderna.
EL PUERTO COMO ESPACIO DE MEDRA DE LA ÉLITE EN LAS POLAS MARÍTIMAS DE LA ASTURIAS MEDIEVAL
Álvaro Solano FERNÁNDEZ-SORDO (UNIOVI)
Las polas son —exceptuando Oviedo— los únicos centros urbanos de la Asturias bajomedieval, y entre ellas las villas portuarias alcanzarán
un mayor desarrollo morfológico, político y socio- económico. No extraña en una región marcada por la pobreza de recursos, una geografía
enormemente agreste y un discreto lugar en la política nacional y las redes comerciales internacionales. Así, los núcleos portuarios serán las
más privilegiadas cabeceras territoriales, permitiendo la comunicación regional con el exterior político y socio-económico.
Entre ellos destacan las villas de Avilés, Llanes y Villaviciosa. Tres poblaciones volcadas hacia la mar con diversas morfologías portuarias —
villa con puerto sobre una ría, villa con puerto en mar abierto y villa sin puerto al fondo de una ría navegable— que alcanzarán diferente
grado de desarrollo económico, político y social.
Suponen un excelente laboratorio comparativo para cuestionar los mecanismos de atracción del puerto y sus negocios para con los
representantes de sus élites locales a ines del Medievo: ¿utilizan estos individuos el puerto como plataforma para alcanzar el poder político
y la preeminencia social? ¿O, más bien, una vez instalados en el poder monopolizan los negocios portuarios? Y, ¿dónde quedan los forasteros
que medran aquí? ¿Acaban asentándose y ocupando puestos de responsabilidad?
A EXPERIÊNCIA DE UM MERCADOR PISANO NAS CIDADES PORTUÁRIAS IBÉRICAS DO SÉXULO XV: RELAÇÕES, PODERES E ESPAÇO URBANO
Ana Clarinda CARDOSO (CHAM – NOVA FCSH/UAc; CITCEM/UP); Joana SEQUEIRA (CHAM – NOVA FCSH/UAc; CITCEM/UP)
Michele da Colle, mercador-banqueiro da Companhia Salviati de Pisa, estabeleceu-se em Lisboa entre 1462 e 1475. Antes de aí
ter chegado, viveu durante cerca de 5 anos na cidade de Valência. Esta primeira paragem foi importante, não só para a formação
deste jovem mercador, mas também para o estabelecimento e solidiicação dos seus contactos comerciais e inanceiros com os
mais destacados mercadores italianos.
Nesta comunicação, iremos observar de que forma Michele da Colle articulou os seus interesses entre estas duas cidades
portuárias, analisando a sua viagem entre Valência e Lisboa, atentando nas paragens estratégicas que realizou (Sevilha, Cádiz
e Tavira). Procurar-se-á perceber de que forma se interligou com os distintos espaços urbanos, qual o papel destas cidades no
conjunto dos negócios do mercador, quais os fatores de atração de cada uma e que possíveis articulações e/ou relações de
hierarquia existiriam entre as mesmas. Apurar-se-á ainda o nível de integração do mercador nestes espaços urbanos, a sua rede de
relações com os poderes e as sociedades e ainda quais as infraestruturas urbanas de que se serviu para suporte à sua estadia e atividade.
SESSÃO/SESSION 2
O ESPAÇO URBANO ISLÂMICO PENINSULAR: PRESPECTIVAS DESDE A ARQUEOLOGIA
Moderador: Catarina TENTE (IEM – NOVA FCSH)
BALANÇO DOS TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS RECENTES DESENVOLVIDOS EM MÉRTOLA
Vergílio LOPES (CAM)
Pretende-se com esta comunicação fazer uma retrospectiva da topograia histórica de Mértola e dar conta das actuais
investigações arqueológicas e das apostas na criação de novos espaços museológicos que estão a decorrer na vila e no
concelho, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável. Terão especial destaque as escavações arqueológicas que estão
a ser levadas a cabo na Casa Cor de Rosa, situada no coração do casco urbano, e que estão a por a descoberto estruturas
monumentais e um conjunto de estatuária do período romano.
UN PLANTEAMIENTO INICIAL PARA EL ESTUDIO DE LAS ALCAICERÍAS EN CIUDADES SECUNDARIAS DEL REINO NAZARÍ
María del Carmen JIMÉNEZ ROLDÁN (UG)
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Esta comunicación presenta dos ejemplos, Guadix y Baza, ciudades de segundo rango en el Reino Nazarí, pero de las que,
gracias a las descripciones de los autores árabes, sabemos que jugaban un destacado papel en el entramado comercial del
reino. Tanto es así, que en alguna ocasión se ha planteado la existencia de una posible alcaicería en cada una de estas ciudades.
La importancia de las alcaicerías como espacios de comercio ha sido ya tratado. Sabemos que eran espacios propiedad de los
reyes nazaríes. Tras la conquista del reino siguieron manteniendo esta importancia, aunque tan solo las de las tres ciudades
principales: Granada, Almería y Málaga. Poco es lo que conocemos de estos espacios en ciudades de menor tamaño.
El objetivo de esta comunicación es revisar que se ha escrito hasta el momento sobre las mencionadas alcaicerías de Guadix y
Baza y plantear las lineas de trabajo para conocerlas más a fondo: ¿Dónde se situaban? ¿Se comerciaba en estos espacios con
productos de lujo o no? ¿Eran propiedad de los reyes nazaríes o no?
O CASTELO DE ALCÁCER DO SAL – DA FORTIFICAÇÃO ISLÂMICA ÀS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS DURANTE O DOMÍNIO CRISTÃO
Marta LEITÃO (NOVA FCSH)
O castelo de Alcácer do Sal, hoje bastante modiicado pela ediicação da pousada, constitui o resultado de diferentes etapas
de construção e reformulação decorridas ao longo das Idades Média e Moderna, desde a ediicação do palácio fortiicado no
século IX, passando pela sua adaptação aos Paços da Ordem de Santiago no século XIII e, posteriormente, no século XVI, com
a implantação de um convento. A presente comunicação-poster pretende, através da análise dos paramentos construtivos,
vestígios arqueológicos e fontes escritas, dar a conhecer as distintas transformações ocorridas na fortiicação desde a ocupação
muçulmana à instalação dos freires da Ordem de Santiago.
MESQUITA DE PERÍODO ALMÓADA NA RUA DA MISERICÓRDIA, EM SILVES?
Miguel Cipriano COSTA (Investigador independente)
Nos trabalhos arqueológicos efectuados no decorrer da IIª fase do programa POLIS, na cidade de Silves, identiicámos materiais
e estruturas arqueológicas islâmicas que consideramos importantes divulgar. Nomeadamente, uma fossa detrítica de período
Almóada que incluía materiais arqueológicos de grande relevância.
E também uma estrutura arqueológica orientada para SSE, que parece conigurar uma qibla, na qual se observa o respectivo
mihrab e um minarete conectado. Na malha urbana da actual cidade, podemos veriicar que a actual habitação, que se teria
desenvolvido em isotopia com esta estrutura arqueológica, apresenta uma forma trapezoidal, sendo que no lado SSE desta
habitação (o lado maior do referido trapézio) foi onde se identiicou a inferida qibla.
SESSÃO/SESSION 3
FORMAS DE AUTO-REPRESENTAÇÃO E DE APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DO ESPAÇO URBANO PELAS ELITES MEDIEVAIS PORTUGUESAS I
Organização: Miguel Metelo de (SEIXAS IEM - NOVA FCSH; CHAM - NOVA FCSH; UAc ); Carla Varela FERNANDES (IEM – NOVA FCSH)
Moderador: João Luís FONTES (IEM – NOVA FCSH; CEHR – UCP)
A presente proposta temática abrange duas sessões subordinadas ao tema comum dos recursos simbólicos de identiicação das elites
urbanas medievais portuguesas. Procurou-se, para esse efeito, abranger diversos desses recursos: uns prendem-se directamente com
as expressões plásticas de auto-representação das elites em causa, como a tumulária, a sigilograia e a heráldica; outros ligam-se à
construção e gestão da sua memória colectiva, quer por via da constituição de arquivos próprios, quer pela cronística emanada da Coroa,
quer ainda pela inserção numa sociabilidade religiosa consubstanciada em confrarias. Em resultado desta análise diversiicada, fruto de
cruzamentos interdisciplinares, pretende traçar-se um retrato amplo de uma série de elementos endógenos e exógenos que, ao longo da
Idade Média, foram utilizados pelas elites urbanas portuguesas para a construção da sua identidade simbólica.
SINAIS MULTIFORMES DE IDENTIDADE: AS CONFRARIAS NA LISBOA MEDIEVAL
Mário FARELO (IEM – NOVA FCSH; CEHR – UCP; CHUL)
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II JORNADAS INTERNACIONAIS DE IDADE MÉDIA I CASTELO DE VIDE I 5-7 DE OUTUBRO 2017
A pertença e direção das instituições assistenciais constituíam, desde o período medieval, sedutores elementos de airmação
daqueles que se poderiam incluir na «elite» de um determinado burgo. Não sendo possível aferir plenamente a justeza deste
axioma para o caso da Lisboa medieval, por manifesta insuiciência documental, a presente intervenção pretende caracterizar
o fenómeno confraternal na Lixbona medieva à luz da evolução cronológica, tipológica e organizacional da rede de confrarias
criadas na urbe entre os séculos XIII e XV.
ESPAÇOS DE PODER CITADINOS E SINAIS DE IDENTIDADE: CATEDRAIS, COLEGIADAS E OS SEUS SELOS NO PORTUGAL MEDIEVAL
Maria do Rosário MORUJÃO (FLUC; CHSC – UC; CEHR – UCP)
Num país onde o tabelionado régio rapidamente se impôs, os selos não conheceram a difusão social que tiveram em outros
reinos onde a implantação desses proissionais da escrita foi mais tardia. Por esse motivo, as elites urbanas não parecem ter
sentido necessidade de possuir selos, dado que, quando precisavam de um documento escrito de reconhecida autenticidade,
podiam recorrer a um dos tabeliães do concelho. A excepção eram os membros das elites eclesiásticas citadinas, pertencentes
aos cabidos de catedrais e colegiadas, de que conhecemos selos desde os inícios do século XIII.
Os selos são sinais de identidade, símbolos representativos de quem os possuía, da função ou cargo que ocupava e/ou da
família a que pertencia. Nesta comunicação iremos analisar como, entre os séculos XIII e XV, estes membros do clero se izeram
representar nas imagens sigilares e se identiicaram nas legendas dos selos, procurando estabelecer tendências e padrões e
aproximar-nos, o mais possível, da noção de identidade difundida através deste meio.
HERÁLDICA E APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DO ESPAÇO URBANO
Miguel Metelo de SEIXAS (IEM - NOVA FCSH; CHAM - NOVA FCSH; UAc)
Um preconceito persistente tende a associar heráldica e estatuto nobiliárquico. Contudo, a análise dos emblemas identiicativos das
elites urbanas portuguesas na Idade Média permite observar outro tipo de diversidade nos seus recursos heráldicos. Conforme o
fenómeno a que se tem chamado de “famílias heráldicas”, estes emblemas podem agrupar-se segundo uma clássica lógica de grupos
de parentesco, comum no segmento nobre, mas geram-se também consoante outros alinhamentos sociais, culturais e institucionais.
Tais emblemas traduzem, assim, a diversidade das iliações consideradas relevantes para a construção da auto-representação das
elites urbanas, quer consideradas num quadro estritamente familiar, quer noutros enquadramentos identitários. O panorama que se
colhe da heráldica destas elites revela-se portanto complexo, em plena correspondência com o seu estatuto social luido.
SESSÃO/SESSION 4
ESPAÇOS E PODERES: ABORDAGENS TRANSVERSAIS I
Moderador: Catarina TENTE (IEM – NOVA FCSH)
A MOBILIZAÇÃO DE COMBATENTES COMO FOCO DE CONFLITOS ENTRE AS ORDENS MILITARES E OS PODERES CONCELHIOS
NOS SÉCULOS XIII-XV
Leandro FERREIRA (CEPESE – UP)
Esta comunicação pretende analisar o recrutamento e a mobilização de milícias concelhias pelas Ordens Militares (séculos
XIII-XV) e a forma como a Coroa portuguesa solucionou os conlitos e tensões originados entre os poderes urbanos e essas
instituições. Como os exércitos das Ordens Militares eram pouco numerosos, essas instituições serviam-se frequentemente da
mobilização de outros corpos de combatentes para compor a hoste mobilizada, entre os quais se denota uma especial incidência
de efetivos provenientes de milícias concelhias. Esta situação levava a que a Coroa necessitasse de promulgar sentenças devido
aos conlitos e tensões originados, como o revela, por exemplo, um documento de 1341, em que é anunciada a prática de
mobilização das milícias concelhias de Setúbal, lideradas pela Ordem de Santiago, quando era reunida a hoste régia.
Para atingir esses objetivos, a investigação focar-se-á essencialmente na análise de documentação régia, para, assim, compreender,
por um lado, se aquela realidade representava uma necessidade para garantir o maior volume das forças mobilizadas ou se se
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
tratava de uma estratégia de desenvolvimento de poder sobre outros. Por outro lado, tentar-se-á perceber como era feita a
articulação entre os efetivos das Ordens Militares e o recrutamento de outros homens para integrar os seus exércitos.
THE MERCATOR-E PROJECT. ANALYSING THE HISTORICAL POWER STRUCTURES THROUGHT THE TRANSPORT INFRASTRUCTURES
Pau de SOTO (NOVA FCSH)
The impact of power structures (political, economic and social) can be analysed from the composition of transport infrastructures
in their territory The Mercator-e project is designed to analyse the diachronic social, political and economical repercussions of
the transport infrastructures during several periods of the Iberian Peninsula. This project ofers a new approach to the study
and knowledge of the historical infrastructures using an integrated approach joining multi-proxy analysis and the study of
archaeo-historical sources will be applied. Analysing the transport communication networks in various time scopes will ofer
to the academic community new quantiied data about the infrastructures morphology and their impact in the political and
economical evolution of these territories.
This project ofers a new approach to the study and knowledge of the historical infrastructures. From the use of the Network
Analysis to study the infrastructures, a set of completely new data is being generated to understand and visualise the transport
changes and the evolution of the territorial coniguration. This project will provide a breakthrough in the analysis of transport in
big territories. The Mercator-e methodology takes into account elements such as highly digitised communication networks and
historical vehicle characteristics to generate outstanding results.
O PODER DA ESCRITA E O TABELIONADO NA CIDADE DE LISBOA
Ana Pereira FERREIRA (CHUL; PIUDHist)
Pretende-se abordar uma temática que tem vindo a ser cada vez mais estudada a nível internacional, sobre o poder da escrita
na época medieval e em como o documento se tornou prova primordial face à tradição oral anterior, temática contudo ainda
pouco abordada a nível nacional. Como os ofícios relacionados com a escrita, nomeadamente o tabelionado, conseguiram
aumentar o seu poder, quer do ponto de vista político, acedendo a cargos de governação local e concelhio, quer o aumento do
seu poder inanceiro e por consequência também a sua mobilidade social, tornando-se um cargo de prestígio e honra a nível
citadino. Sendo iguras essenciais no quotidiano da governação e vida citadina, o tabelionado seria também usado pelo poder
central para um controlo através da burocracia do poder local. A igura do tabelião começava assim a desenvolver toda uma
rede de inluências, sendo dependentes de senhores e vassalos do rei, mas também começando a ter os seus próprios criados.
O seu poder começa a ser de tal inluência, que em Cortes são sucessivas as queixas sobre os seus abusos de poder e
intromissões na governação local, ao ponto de ter de haver legislação reguladora do ofício, para o seu controlo.
SESSÃO/SESSION 5
FORMAS DE AUTO-REPRESENTAÇÃO E DE APROPRIAÇÃO SIMBÓLICA DO ESPAÇO URBANO PELAS ELITES MEDIEVAIS PORTUGUESAS II
Organização: Carla Varela FERNANDES (IEM – NOVA FCSH); Miguel Metelo de SEIXAS (IEM - NOVA FCSH; CHAM - NOVA FCSH; UAc )
Moderador: Luís Filipe OLIVEIRA (IEM – NOVA FCSH)
SINAIS MULTIFORMES DE IDENTIDADE: MUITAS DÚVIDAS E ALGUMAS HIPÓTESES EM TORNO DAS SEPULTURAS MONUMENTAIS
DAS ELITES URBANAS NA LISBOA DO SÉCULO XIV
Carla Varela FERNANDES (IEM – NOVA FCSH)
Do conjunto das memórias tumulares das elites urbanas de Lisboa, realizadas durante o criativo e produtivo século XIV, subsistiram
alguns parcos mas interessantes exemplos. Alguns já mereceram estudos mais aturados, mas outros permanecem ainda à espera
de serem perscrutados com maior acuidade. Entre o exemplo de Bartolomeu Joanes, de maior monumentalidade, por implicar
não apenas um monumento funerário, mas toda uma capela com ins cemiteriais, até exemplos dos seus companhons (também
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II JORNADAS INTERNACIONAIS DE IDADE MÉDIA I CASTELO DE VIDE I 5-7 DE OUTUBRO 2017
na Catedral de Lisboa), com particular destaque para Martim Vicente, passando pelo remanescente das estruturas funerárias da
família Palhavã (na igreja de S. Domingos), são vários os casos que nos propomos analisar e revisitar. Este estudo terá em conta
a documentação existente e as mais recentes investigações sobre estas iguras históricas, assim como os métodos habitualmente
recorrentes nos estudos de História da Arte, com o objetivo de perceber melhor qual a relevância artística destas memórias tumulares no
quadro da sociedade portuguesa do tempo (em particular da sociedade lisboeta), mas também no quadro geográico da Cristandade.
A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO DE PODER DAS ELITES URBANAS: DO DISCURSO HISTORIOGRÁFICO AO DOCUMENTO
(REPRESENTAÇÃO VS REALIDADE)
Francisco DÍAZ MARCILLA (IEM – NOVA FCSH)
A narrativa historiográica “oicial” – redigida sob o patrocínio da monarquia – pode ser considerada uma fonte de informação
relevante para conhecer melhor a imagem que, indirectamente, a monarquia tem sobre determinados aspectos, através da pluma
do cronista medieval: nesta proposta, o foco irão ser as elites urbanas e o seu espaço de ação. Metodologicamente, a contraposição
entre estes discursos oiciais e os documentos da chancelaria, igualmente oiciais, irá permitir descobrir alguns matizes da relação
entre a Coroa e os governantes das cidades, e, consequentemente, irá esclarecer o processo de construção da imagem que o poder
político quer apresentar através dos canais de propaganda política na época medieval.
Portanto, o presente trabalho visa aprofundar primeiramente essa visão política, mas também cultural, que a elite governante tem
sobre as elites urbanas e o seu espaço de ação, e, mais alargadamente, sobre as cidades enquanto agentes políticos. Em segundo
lugar, pretende-se fazer uma contraposição dessa representação “oicial” – da relação da Coroa com as cidades e os seus governantes
– com os dados que fornece a documentação de chancelaria, à procura das diferenças entre a realidade e a representação iccional.
Estudar-se-ão todos estes aspectos numa dupla dimensão: quer na diacronia existente entre as duas fontes de informação (crónicas
e documentos); quer na sincronia das motivações políticas na escrita das crónicas para o momento em que foram redigidas. O
âmbito de estudo irão ser os reinos cristãos da Península Ibérica, nomeadamente Portugal e Castela, durante os séculos XIV e XV.
SINAIS MULTIFORMES DE IDENTIDADE: OS ARQUIVOS FAMILIARES DE ELITES URBANAS MEDIEVAIS
Alice Borges GAGO (IEM – NOVA FCSH)
O “Arquivo Almada e Lencastre Bastos” que se encontra depositado na Biblioteca Nacional de Portugal desde 1974 é composto
por vários milhares documentos produzidos, recebidos e preservados por diversos grupos familiares entre os séculos XIV e XIX.
Nele podemos encontrar os arquivos de algumas famílias portuenses tardo-medievais e modernas, os quais nos permitem,
por um lado, traçar os seus percursos sociais e implantação territorial e por outro tentar compreender as suas atitudes face
à constituição e gestão dos arquivos familiares, os signiicados, valores e usos que lhes foram atribuídos no funcionamento
da(s) Casa(s) e na construção da sua memória e identidade. Pretende-se ainda relectir sobre a forma como estas famílias se
projectam nos seus arquivos e sobre o interesse e contributo que o estudo deste tipo de arquivos pode trazer para a escrita da
escrita da história das elites tardo-medievais e modernas portuguesas.
SESSÃO/SESSION 6
A IGREJA NA CIDADE: PODERES, INSTITUIÇÕES, ESPACIALIDADES
Organização: ORG. Gonçalo Melo da SILVA (IEM – NOVA FCSH); João Luís FONTES (IEM, NOVA FCSH; CEHR – UCP)
Moderador: Gonçalo Melo da SILVA (IEM – NOVA FCSH)
Religião nascida na cidade, o Cristianismo assumiu desde cedo vínculos estreitos com os espaços urbanos. Nas cidades se
fundam e mantêm as sedes episcopais, nelas se radicam também igrejas paroquiais que a Igreja medieval procura instituir
como células fundamentais de enquadramento religioso dos iéis, e é ainda nos núcleos urbanos ou no seu entorno que se
instalam muitas ordens religiosas, quer as que procuram acolher e responder positivamente aos desaios pastorais lançados
pelas cidades, quer as que apontam as suas limitações e optam pelo ermo como forma de denúncia. Pretende-se contribuir
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
para a análise das estratégias de airmação das instituições eclesiásticas no espaço urbano através de três casos e ângulos
distintos: o poder arquiepiscopal, as colegiadas e os conventos mendicantes. Neles se articulam dimensões diversas, desde
o cuidado pastoral e a função mediadora reconhecida e coniada aos clérigos à gestão do património que sustenta e airma
o poder das instituições eclesiásticas ou ao complexo tecido de relações que as liga aos restantes poderes que se cruzam na
cidade. Do mesmo modo, procurar-se-á equacionar as próprias implicações da presença destas instituições sobre a urbe, tanto
na malha urbana em que se inserem como no povoamento e vida económica da cidade.
A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO E DAS DÍZIMAS PAROQUIAIS DE COIMBRA NOS FINAIS DO SÉCULO XIV: UM EQUILÍBRIO DE
PODERES
Maria Amélia Álvaro de CAMPOS (CHSC – UC; CIDEHUS – UE)
No reinado de D. Fernando, várias cidades foram agravadas pelos conlitos militares entre as coroas portuguesa e castelhana.
Para defender populações e núcleos urbanos, o monarca legislará no sentido de repovoar os intramuros. Em Coimbra, tais
diretrizes motivaram a deslocação de parte dos habitantes e, consequentemente, a mudança na distribuição da população e
das dízimas. Veriicou-se, deste modo, uma alteração no equilíbrio de poderes entre as nove paróquias, polarizadas em duas
fações: as da cerca e as do arrabalde. As últimas, diminuídas nas suas fontes de inanciamento, recorreram à justiça eclesiástica,
num processo onde serão chamados a intervir o bispo de Coimbra, o arcebispo de Braga e o monarca. Através deste processo,
devidamente enquadrado na sua conjuntura, problematizaremos questões como: a distribuição populacional de Coimbra
durante a Baixa Idade Média; os ritmos da evolução territorial e populacional das paróquias da cidade; a perceção da vontade
dos habitantes na escolha do seu local de residência; e as implicações espirituais e tributárias da residência dos habitantes nas
diferentes paróquias. A partir deste acontecimento da História de Coimbra, propomos uma análise da intervenção dos poderes
laicos (do rei) e eclesiásticos (paroquial e episcopal) no quotidiano urbano e na vida dos habitantes da cidade.
O MOSTEIRO E O BURGO DE ENTRE-OS-RIOS: UMA COMUNIDADE FEMININA NA ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA PAISAGEM
Maria Filomena ANDRADE (UAb; CEHR – UCP; IEM – NOVA FCSH)
O mosteiro feminino de clarissas de Entre-os-Rios é fruto da decisão de uma mulher fundadora e das suas estratégias de
desenvolvimento patrimonial e airmação familiar. De terra coutada a burgo é sob a égide do mosteiro das clarissas que se
desenvolve e airma esta região com as suas gentes em torno de uma intensa vida económica e social. Compreender a airmação
de um mosteiro feminino e relacionar a sua vida com a envolvente é o objetivo deste ensaio tendo sempre como horizonte o
desenvolvimento de uma povoação que se quer autónoma mas simultaneamente dependente de uma teia de relações que tem
o cenóbio das pobres damianitas como pólo central.
CONFRONTO POLÍTICO E IDEOLOGIAS DE PODER EM BRAGA NA BAIXA IDADE MÉDIA: REBELIÃO, COERÇÃO E OBEDIÊNCIA NO
ÚLTIMO QUARTEL DO SÉCULO XV
Raquel Oliveira MARTINS (Lab2PT; UM; LaMOP; Paris 1)
Como é sabido, Braga regressou ao senhorio arquiepiscopal em 1472, após um interregno de 70 anos, em que havia estado sob
senhorio régio. Durante esse período, o concelho não apenas viu consignada a sua existência jurídica como logrou fortalecer
o seu poder e prestígio, alargando a sua inluência e campo de ação. Pouco tempo após o regresso da jurisdição temporal da
cidade às mãos dos arcebispos, o concelho de Braga tomou parte na rebelião que opôs o arcebispo e senhor da cidade ao
alcaide-mor de Guimarães, tomando parte pelo segundo. Pretendemos nesta comunicação descortinar, não só o confronto
político em si, mas sobretudo as motivações e as ideologias por detrás da eclosão do mesmo. Será que houve interesse numa
mudança de paradigma político em Braga, como o vivido entre 1402-1472? E de que maneira as aspirações políticas dos
magistrados bracarenses conluíram com os interesses do “invasor” Fernão de Lima? Por outro lado, procuraremos evidenciar
o modo como todas estas movimentações se relacionaram com o espaço urbano e até que medida o afetaram na sua geograia
e vivência.
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II JORNADAS INTERNACIONAIS DE IDADE MÉDIA I CASTELO DE VIDE I 5-7 DE OUTUBRO 2017
SESSÃO/SESSION 7
RECUPERAR O ESPAÇO URBANO MEDIEVAL DA CIDADE DE LISBOA: O OLHAR DA ARQUEOLOGIA
Organização: Manuela LEITÃO (DPC – CML)
Moderador: Amélia Aguiar ANDRADE (IEM – NOVA FCSH)
A análise da forma e evolução dos espaços urbanos não deve dispensar os contributos da arqueologia urbana. De facto, a arqueologia
pode constituir a única forma de renovar e/ou complementar a documentação medieval, frequentemente pouco esclarecedora quando
refere a organização e a ocupação dos espaços urbanos. A actividade arqueológica em Lisboa conheceu um maior dinamismo a partir da
década de 90 do século XX, em grande medida decorrente dos novos instrumentos legais aplicados à salvaguarda patrimonial. Detentora
de um subsolo marcado por ocupações humanas contínuas ao longo de 3000 anos, mantem também uma tessitura urbana carregada
de heranças morfológicas. Esta sessão evidencia a importância das materialidades arqueológicas para o entendimento das paisagens
urbanas medievais, cruzadas com outros olhares. A primeira comunicação faz o ponto de situação sobre o conhecimento arqueológico
das sucessivas fases de evolução urbana do sítio de Lisboa, desde a cidade alto-medieval até à formação da urbe cristã, não esquecendo
a sua envolvente rural. As comunicações seguintes centram-se em dois exemplos de apropriação e utilização de espaços na antiga
frente ribeirinha em períodos cronológicos distintos (séculos XIII e XIV). A inluência da acção régia na organização destes espaços foi
particularmente marcante, num dos casos.
LISBOA MEDIEVAL, CIDADE E TERRITÓRIO
Jacinta BUGALHÃO (DGPC; UNIARQ; CEA)
O estudo arqueológico de Lisboa medieval ainda constitui uma área de estudo irregular e com muitas lacunas. Se é certo que
a fase inal da ocupação islâmica da cidade (entre o inal do século X e meados do século XII) tem constituído um objecto
de estudo com avanços signiicativos nas duas últimas décadas, a cidade alto-medieval (entre o século VI e o século X) e a
cidade portuguesa medieval (entre a segunda metade do século XII e o século XV) não têm merecido suiciente atenção dos
arqueólogos. Situação análoga se pode observar para o estudo arqueológico do território de inluência da cidade, sempre vasto
mas com coniguração, carácter e ocupação seguramente muito distintos durante este longo período. Pretende-se assim, fazer
a síntese (possível) do conhecimento arqueológico disponível sobre estas realidades, bem como enumerar as suas principais
virtualidades e fragilidades, destacando o imenso potencial das linhas de investigação multidisciplinares entre a Arqueologia
e a História.
MURALHA, TERCENAS E JUDIARIA. EVIDÊNCIAS ARQUEOLÓGICAS MEDIEVAIS NA BAIXA DE LISBOA
Artur ROCHA (Investigador independente)
A intervenção arqueológica no Edifício Sede do Banco de Portugal revelou um importante conjunto de dados sobre o urbanismo
antigo da Baixa de Lisboa, permitindo caracterizar a evolução de uma parcela da sua frente ribeirinha. Numa linha evolutiva
aqui encetada em época romana, o período medieval foi marcado pela acção estruturante de D. Dinis, no reinado do qual
são erguidos alguns dos conjuntos arquitectónicos mais relevantes tais como a muralha ribeirinha, as Tercenas ou a Judiaria
Pequena. As fontes documentais coevas corroboram a inluência da acção régia na organização deste espaço, deixando antever
um plano mais alargado de D. Dinis para toda a frente ribeirinha da Baixa, no qual os seus dividendos estariam também
assegurados. Serão apresentados os dados mais signiicativos da acção deste monarca e da sua inluência nesta área urbana.
MUROS ENTRE CRISTÃO E JUDEUS: O CASO DA JUDIARIA DE ALFAMA
Manuela LEITÃO (CML)
Os trabalhos de Arqueologia da Arquitectura desenvolvidos no troço de muralha que liga a porta de Alfama a
uma torre avançada da “Cerca Velha”, construções preservadas no sector oriental da antiga frente ribeirinha, têm
levantado inúmeras questões. Se por um lado foi possível identificar um postigo inédito e percepcionar distintas
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
fases construtivas no conjunto edificado, por outro, tanto as cronologias precisas como a funcionalidade primitiva
da torre no contexto defensivo da cidade medieval, continuam por esclarecer. Outra problemática prende-se com o
enquadramento neste espaço de uma judiaria com origem no reinado de D. Pedro I. As fontes documentais do século
XIV mencionam a judiaria de Alfama delimitada por três muros, um dos quais talvez pertencente à cerca Fernandina,
bem como uma sinagoga, cuja proximidade à igreja paroquial de S. Pedro originou tensões e a intervenção do poder
régio. Ensaiar uma articulação espacial entre estes elementos, considerando a especificidade do quotidiano judaico e
a análise morfológica do tecido urbano existente, constituirá um objectivo desta apresentação.
SESSÃO/SESSION 8
ESPAÇOS E PODERES: ABORDAGENS TRANSVERSAIS II
Moderador: Sara PRATA (IEM – NOVA FCSH)
AS VILAS DO NORDESTE ALENTEJANO COMO FONTES DE RENDIMENTO FISCAL E ASSISTENCIAL DURANTE A IDADE MÉDIA – O
CASO DE CASTELO DE VIDE.
Ana Santos LEITÃO (CHUL)
A atuação régia como forma de poder, nomeadamente nas vilas do nordeste alentejano tinha também uma componente mais
direta, fundando por si próprios, ou apoiando-se nos mosteiros, locais de auxílio para gafos e outros doentes, ordenando a
ediicação de albergarias para romeiros, resgatando cativos ou legando esmolas a pobres.
Na zona da serra de S. Mamede, onde Castelo de Vide se insere, as referências documentadas referem-se a 4 albergarias
no século XV, nomeadamente à de Portalegre, a de Alegrete, a de Arronches e a de Castelo de Vide. No século XV foi criado
um sistema de angariação de recursos destinado a este género de obras, a Arca da Piedade, tratando-se efetivamente de um
instrumento de extrema importância no contexto das múltiplas formas de assistência suportadas pela Coroa. No caso de Castelo
de Vide, a profusão de contributos para a Arca da Piedade, viriam a revelar-se consideráveis contributos para o rendimento
deste sistema, nomeadamente durante o reinado de D. Afonso V. A presente proposta tem assim como objetivo, analisar
sobretudo a importância e a relevância que os contributos monetários destas vilas para a Arca da Piedade, nomeadamente a
partir das informações documentadas, partindo do caso de Castelo de Vide.
A ÁRVORE NA MALHA URBANA DA ÉVORA MEDIEVAL: UM ELEMENTO DE OSTENTAÇÃO?
André Oliveira da SILVA (CITCEM – UP; CIDEHUS – UE)
Num espaço urbano, quase todos os elementos são humanos: se não foram construídos, foram manipulados, regularizados ou
pura e simplesmente conservados por interesse ou conveniência. Numa cidade como a Évora medieval, os elementos vegetais
presentes, como as árvores, não podem ser considerados elementos naturais: foram deliberadamente semeados, plantados
ou mantidos, selecionados segundo as suas características ou utilidade. Desta forma, devem ser analisados mais como um
elemento urbanístico – ainda que se encontrassem, muitas vezes, em espaços privados – do que como uma ocorrência natural.
Esta comunicação tem como principal objetivo testar esta perspetiva, analisando as referências documentais a árvores na
Évora medieval, distinguindo espécies e procurando perceber se poderão ser associadas a determinados grupos sociais e
se, de alguma forma, poderiam constituir símbolos de estatuto e ostentação. Recorrendo aos contratos sobreviventes nos
Pergaminhos Avulsos da Biblioteca Pública de Évora, nos fundos medievais do Arquivo Histórico Municipal de Évora e da
Misericórdia de Évora – ambos preservados no Arquivo Distrital de Évora -, e no Arquivo da Sé de Évora, pretende-se também
contribuir para uma reconstituição mais iel da paisagem urbana de Évora no inal da Idade Média, dando destaque a um
elemento raramente tido em conta.
ESTALAGENS E ESTALAJADEIROS NO REINADO DE D. MANUEL I
Rui Pedro NEVES (FLUC – UC)
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II JORNADAS INTERNACIONAIS DE IDADE MÉDIA I CASTELO DE VIDE I 5-7 DE OUTUBRO 2017
A presente proposta de comunicação pretende abordar a temática estalajadeira, no período correspondente ao reinado de
D. Manuel I. A notícia do surgimento da primeira estalagem em território português, remonta ao ano de 1269, na cidade de
Coimbra. Erguidas com o propósito de impedir os frequentes abusos por parte de quem detinha o direito de aposentadoria e,
também, como resposta às diiculdades sentidas pelos viajantes que procuravam comida, dormida e guarida ao longo das suas
jornadas, as estalagens foram, contudo, repetidamente denunciadas em cortes mercê das más condições que apresentavam.
Ao propor-se demonstrar os vários aspetos da rede estalajadeira, alçada no reinado do Venturoso, este estudo, concederá
especial atenção ao peril social dos estalajadeiros, à relação entre mancebias e estalagens, relação essa comprovada, por
exemplo, na carta de privilégio de estalajadeiro concedida a Rui Lopes por D. Manuel I e, a partir de um levantamento de
dados, à correlação entre espaço urbano e instalação de estalagens no mesmo.
Esta proposta vem no seguimento dos trabalhos já desenvolvidos relativos a D. Afonso V, D. João II e D. João III, apresentando
um período cronológico até agora desconhecido à historiograia, no que a esta temática diz respeito.
SESSÃO/SESSION 9
A MATERIALIDADE DOS PODERES URBANOS NA CIDADE MEDIEVAL (SÉC. XII – XV)
Organização: Maria do Carmo RIBEIRO (LAb2Pt; ICS; UM)
Moderador: Amélia Aguiar ANDRADE (IEM – NOVA FCSH)
A acção de diferentes poderes foi determinante no aparecimento e desenvolvimento dos aglomerados urbanos ao longo da Idade Média.
De igual modo, a manifestação dos poderes medievais (régio, senhorial ou eclesiástico, concelhio …) foi muitas vezes materializado através
da construção de espaços e arquitecturas, nomeadamente de infraestruturas, como as muralhas, de edifícios públicos mas também pela
posse de propriedades urbanas, na abertura de ruas, largos ou praças, ou na conformação de bairros ou quarteirões, contribuindo para a
formação da paisagem urbana. Deste modo, através da análise do estudo das materialidades é igualmente possível avaliar e dimensionar
a importância dos diferentes poderes urbanos.
O estudo da materialidade dos poderes urbanos na cidade medieval beneicia atualmente de abordagens multidisciplinares que cruzam
diferentes tipos de fontes, nomeadamente escritas, arqueológicas, icnográicas e cartográicas, onde o ediicado histórico assume
particular relevância, por constituir, apesar das sucessivas alterações e reutilizações, uma materialidade possível de ser cartografada e
interpretada no âmbito do espaço urbano medieval.
Através da análise de alguns aglomerados urbanos portugueses, nomeadamente Ponte de Lima, Barcelos, Braga e Chaves, esta sessão
pretende contribuir para o estudo dos espaços de poder na cidade medieval, enquanto materialidade que concorre para a análise dos
diferentes poderes urbanos.
O PODER DE FABRICAR A PAISAGEM URBANA MEDIEVAL. MATERIALIDADES E DISCURSOS NA CIDADE MEDIEVAL DE BRAGA
Maria do Carmo RIBEIRO (LAb2Pt; ICS; UM)
O objetivo desta comunicação é analisar as materialidades urbanas que permitem documentar a atuação dos diferentes
poderes na formação e desenvolvimento da cidade medieval de Braga. Pretende-se, através da análise de diferentes
tipos de fontes, nomeadamente escritas, arqueológicas, iconográficas e cartográficas, mas também do edificado
histórico, documentar os espaços que resultaram da manifestação dos diferentes poderes urbanos e, simultaneamente,
questionar as razões que estiveram na origem da sua construção ou transformação ao longo da Idade Média. Na
realidade, apesar da cidade de Braga se constituir couto episcopal em 1112, as tensões entre o poder dos arcebispos
e o poder régio foram frequentes, colocando em causa a própria jurisdição dos arcebispos na cidade. Tensas foram,
por vezes, também a relação entre os poderes urbanos locais, nomeadamente o episcopal e o municipal. Importa,
neste sentido, analisar os espaços e arquitecturas de poder na cidade, quem os promoveu, as razões que justificaram
a sua construção e arquitetura, bem como se refletem e/ou como refletem a manifestação e tensões existentes
entre os diferentes poderes. Trata-se, de procurar interpretar o significado, o discurso ou mensagem subjacente às
materialidades dos poderes urbanos.
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
O EDIFICADO ENQUANTO MATERIALIZAÇÃO DE PODER E A ESTRATIFICAÇÃO DA PAISAGEM MEDIEVAL DE BARCELOS
António PEREIRA (UM)
A presente comunicação pretende apresentar os resultados de uma análise efetuada ao ediicado urbano medieval de
Barcelos, centrada na forma como as ediicações de cariz senhorial, militar e religioso, constituíram, entre os séculos XIV e XV,
uma representação material dos diferentes poderes em coexistência no tecido urbano barcelense.
A complexidade inerente ao urbanismo medieval congrega no espaço urbano diversas manifestações de poder frequentemente
materializadas pela ação de ediicar. Neste sentido, o estudo do ediicado medieval de Barcelos, a partir dos vestígios materiais
e do seu processo de estratiicação, mais do que resultar numa leitura diacrónica do ediicado, pretende constituir uma
contribuição para a compreensão dos impactos produzidos pelas ediicações na organização do espaço urbano.
Partindo de um enquadramento multidisciplinar assente na Arqueologia e nos Estudos de Morfologia Urbana, a presente
análise contempla uma abordagem metodológica que emprega o cruzamento de diferentes fontes, nomeadamente entre o
ediicado urbano, enquanto fonte principal, as fontes escritas e as fontes gráicas.
Como resultado, pretende-se com esta comunicação contribuir com novas interpretações para a evolução do urbanismo
medieval de Barcelos, nomeadamente a partir das alterações dinâmicas introduzidas pelas ediicações enquanto representações
de poder no espaço urbano.
OS ESPAÇOS DOS MESTERES NAS CIDADES E NAS SUAS PERIFERIAS: A INTERVENÇÃO DOS PODERES URBANOS
Arnaldo Sousa MELO (LAb2Pt; ICS; UM)
As cidades medievais eram locais propícios à instalação e desenvolvimento de várias atividades mesteirais, correspondendo
a diversas tarefas de transformação industrial ou artesanal, associada, ou não, a atividades comerciais ou mercantis diretas.
Os diversos mesteres, em algumas cidades muito numerosos e diversiicados, apresentavam diferentes necessidades de
implantação no espaço, variando muito de para mester, mas também por vezes de cidade para cidade. Uns mais localizados
em determinadas zonas do centro urbano, outros nas periferias e arrabaldes mais ou menos próximos. Uns podiam localizarse em qualquer tipo de espaço, de modo mais disperso ou mais concentrado, outros preferencialmente ou obrigatoriamente
se juntavam em determinados locais. Estas várias possibilidades podiam derivar de simples opções dos mesteirais derivadas
de questões económicas ou técnicas, mas noutros casos eram o resultado do controlo e imposição das autoridades urbanas,
proibindo certos mesteres em determinados locais, ou impondo obrigatoriamente a concentração de outros em espaços
deinidos. Assim, neste artigo partindo dos exemplos de algumas das principais cidades portuguesas medievais, como Lisboa,
Porto, Évora, Braga, Guimarães e Loulé, procuraremos caraterizar estas realidades, bem como as diversas formas como os
distintos poderes urbanos intervinham nessa deinição dos espaços da atividades dos mesteres.
SESSÃO/SESSION 10
JUDEUS E CRISTÃOS NAS CIDADES MEDIEVAIS PORTUGUESAS: ESPAÇOS E PRÁTICAS
Moderador: Maria João BRANCO (IEM – NOVA FCSH)
JUDEUS E JUDIARIAS EM PORTUGAL NOS SÉCULOS XIV E XV: INDÍCIOS DE UMA CULTURA REACTIVA
José Alberto TAVIM (CHUL)
A investigação realizada no âmbito do projecto “Portuguese Jewish Mediaeval Sources”, que contou com o patrocínio da
Fundação Rothschild, incidindo sobretudo em documentação provincial, à guarda dos arquivos municipais, distritais, da
própria Torre do Tombo, e outros, permitiu-nos apurar indícios de uma cultura reactiva, não obstante a sua dependência do
poder régio.
As judiarias aparecem-nos nessa documentação com a dimensão de espaços necessariamente negociados para a manutenção
de uma identidade, e não apenas como espaços impostos, visto que o propósito fundamental era a redenção inal. Os judeus
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estavam conscientes da situação precária em que se encontravam, em diáspora, e tal repercutia-se quer na sua concepção do
seu espaço, quer da necessidade de manter a sua existência religiosa, nem que para tal houvesse uma adaptação a formalismo
legais do reino, como por exemplo os actos de emprazamento. Por outro lado, também é verdade que os judeus não estavam
restringidos aos espaços das judiarias, nem estas eram, por vezes, vedadas às vivências de cristãos.
O nosso objectivo, com esta comunicação, é refectir sobre a concepção e utilização de espaço para os judeus do Portugal
Medieval, tendo em conta o núcleo de documentação apurado.
SÍMBOLOS E MARCAS RUPESTRES NO CENTRO HISTÓRICO DE CASTELO DE VIDE: UM CONTRIBUTO PARA A RECONSTRUÇÃO DO
PASSADO JUDAICO
Sílvia RICARDO (CHAIA) João MAGUSTO (CMCV)
No âmbito de uma proposta apresentada à Câmara Municipal de Castelo de Vide pela Rede de Judiarias de Portugal, foi
elaborado em 2013, um “Levantamento dos Elementos Arquitectónicos e Simbologia/ Marcas no centro histórico de Castelo de
Vide”. Este trabalho resultou num inventário arquitectónico de marcas e símbolos, em baixo relevo, existentes nas ombreiras
e lintéis de portais dentro do espaço intramuros da vila. De entre as várias marcas, foram seleccionadas as existentes na
zona delimitada como correspondendo à judiaria de Castelo de Vide, que variam desde mezuzah’s a simples marcas de
ofícios. Em termos metodológicos, foi efectuada pesquisa documental, redigida uma icha de levantamento que se baseou em
registos “porta a porta”. Por im, foram elaborados mapas com a devida sinalização das ocorrências. Pretendemos com esta
comunicação dar a conhecer os resultados obtidos no âmbito deste trabalho, abordando as opções metodológicas adoptadas e
as problemáticas inerentes à atribuição cronológica e à interpretação destes símbolos. Espera-se ainda com a divulgação deste
trabalho contribuir para o estado actual da investigação, melhorando o conhecimento e a valorização do espaço da judiaria de
Castelo de Vide.
O CONVENTO DE SÃO DOMINGOS EM LISBOA E A LITERATURA ARQUEOLÓGICA DAS SUAS “HORTAS” ENTRE OS SÉCULOS XIII E XV
Rodrigo Banha da SILVA (CAL – CML; CHAM – NOVA FCSH/UAc)
De data incerta de fundação, o primeiro convento dominicano de Lisboa estabeleceu-se nos meados do séc. XIII junto a
uma das principais vias de acesso à cidade, a «corredoura». Graças aos trabalhos arqueológicos desenvolvidos na Praça da
Figueira, entre 1999 e 2001, sabemos hoje que a zona sofrera de forma parcelar a expansão urbana veriicada na etapa inal
do domínio islâmico, Almorávida, constatando-se uma retracção ao longo da segunda metade da mesma centúria, já sob
o domínio português. Aparentemente, no séc. XIII a área veria reforçado o seu carácter periférico, fornecendo evidências
predominantemente conectáveis com actividades agrícolas ali desenvolvidas. A partir da segunda metade do séc. XIII os
terrenos seriam designados na documentação como «Hortas de São Domingos», porque anexos ao complexo conventual
coninante. Nunca perderam, portanto, a índole agrícola que assumiram a partir da Antiguidade Tardia, mantida ao longo de
toda a Idade Média.
A arqueologia do lugar demonstra, todavia, a existência de um momento de ruptura clara nos momentos da transição da posse
para a ordem mendicante, e são as expressivas expressões materiais arqueológicas de suporte desta leitura que agora se
apresentam, como os dados relativos às dinâmicas ulteriores, documentadas no espaço até aos inais do séc. XV.
IGREJA DE S. PEDRO DE ÉVORA DURANTE O SÉCULO XV: UMA VISÃO SOBRE A SUA ACTIVIDADE MUSICAL E RELAÇÃO COM A
CATEDRAL DA CIDADE
Luís HENRIQUES (CESEM – NOVA FCSH; UE)
São escassas as referências no que respeita à actividade musical na cidade de Évora até ao início do século XVI, resumindose a ocorrências muito vagas em torno da actividade na Catedral. Sobrevive ainda alguma música, composta por fragmentos
de livros litúrgicos, com ou sem notação musical, sem ser possível precisar com grande certeza a sua proveniência. Porém,
a ausência de fontes directas não inviabiliza uma visão, embora de forma incompleta, sobre algumas das práticas musicais
II INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE MIDDLE AGES I CASTELO DE VIDE I 5-7 OCTOBER 2017
através de referências indirectas que sobreviveram até à actualidade. Este estudo analisa as fontes do século XV provenientes
da Igreja de S. Pedro, compostas por documentação administrativa paroquial, no sentido de uma tentativa de reconstrução
da estrutura eclesiástica desta Colegiada e o tipo e dimensão da sua actividade musical ao longo do século XV. Por outro lado,
também se procura relacionar a actividade a Igreja de S. Pedro com a Catedral, uma vez que o priorado de S. Pedro era decisão
do Bispo de Évora. Este tipo de relacionamento certamente terá inluenciado a liturgia musical desta igreja, nomeadamente
através do chamado Uso de Évora – uma liturgia local – e a sua implementação na cidade.
SESSÃO/SESSION 11
MARCAS URBANAS E EXPRESSÕES DE PODER EM LISBOA A PARTIR DA ARQUEOLOGIA
Organização: António MARQUES (CAL – CML); Rodrigo Banha da SILVA (CAL – CML; CHAM – NOVA FCSH/UAc)
Moderador: Rodrigo Banha da SILVA (CAL – CML; CHAM – NOVA FCSH; UAc)
Na sessão reúnem-se contributos arqueológicos da cidade de Lisboa para a perspetivação de poderes na cidade da Idade Média.
Procurou-se, na sessão, trazer ao conhecimento dados essencialmente inéditos, obtidos no âmbito de projetos em curso, perseguindo
uma diversidade temática, cronológica e metodológica, que mostrassem a riqueza e o potencial informativo da cidade. Tendo em conta
os objetivos da reunião, apresentam-se pela primeira vez leituras de síntese do cruzamento de dados estratigráicos, artefactuais e
construtivos relativos a várias intervenções efetuadas sobre a cidade da Antiguidade Tardia à Baixa Idade Média, procurando demonstrar
a multiplicidade de expressões que os vários poderes podem assumir no registo arqueológico lisboeta.
A “CERCA VELHA” DE LISBOA NA ANTIGUIDADE TARDIA E IDADE MÉDIA: NOVAS LEITURAS A PARTIR DAS FONTES ARQUEOLÓGICAS
Nuno MOTA (CAL – CML); Marina CARVALHINHO (CAL – CML); Pedro Miranda (UITCHB – CML)
A comunicação pretende trazer à discussão os resultados de várias intervenções arqueológicas realizadas na última década, ao
longo do troço de muralha antiga, vulgarmente conhecida como “Cerca Velha”.
As escavações e os trabalhos de arqueologia da arquitetura desenvolvidos pelos signatários nos edifícios da Rua Norberto de
Araújo, 9 e 21-29, Largo do Contador-Mor, 17-22, no espaço exterior do Pátio de Dom Fradique (lanço Oriental), Largo de Santo
António da Sé, 3-5 e via pública, Rua do Milagre de Santo António (lanço Ocidental), enquadradas em operações municipais de
reabilitação urbana e num projeto municipal de estudo e valorização das muralhas, permitiram descobrir uma série de novas
informações sobre a evolução histórica da estrutura defensiva.
Esta obra plúrima e estruturante da cidade antiga, o perímetro muralhado da medina islâmica, encontra no lanço Oriental
o seu mais extenso trajeto conservado na cidade atual. Nos seus vestígios contém evidências estratigráicas e artefactuais
que nos remetem para o sistema defensivo de Época Romana Republicana e exibe, ao longo dos seus paramentos, os
episódios construtivos de Época Romana Imperial, mas sobretudo da Antiguidade Tardia, da Época Medieval Islâmica e Cristã,
possibilitando uma leitura diacrónica do maior interesse cientíico e patrimonial.
UMA MESQUITA NO ARRABALDE OCIDENTAL DE AL-UŠBÛNA
Ana CAESSA (CAL – CML); Cristina NOZES (CAL – CML) e Nuno MOTA (CAL – CML)
Em 2015, o CAL teve oportunidade de intervir arqueologicamente no edifício pombalino sito na Rua da Conceição, nº 73-77, que se
sabia assentar sobre um criptopórtico romano vulgarmente conhecido como “Galerias da Rua da Prata”.
Para além de novos dados sobre a superestrutura desse monumento, os trabalhos de escavação permitiram, também, registar outras
estruturas de época posterior à romana e anterior à pombalina. Do conjunto destaca-se um edifício de Época Medieval Islâmica,
representado por alicerces de alvenaria que se desenvolveriam com paredes em taipa, estucadas a branco no interior. Compondo uma
planta rectangular com abside orientada a Sudeste, que parece denunciar uma função religiosa, esta construção aparenta ter sido uma
pequena mesquita do subúrbio ocidental de al-Us̆bûna.
Partindo da análise das características desta estrutura, da sua implantação e da interpretação dos contextos escavados, procurar-se-á
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traçar a diacronia de ocupação do espaço desde a Antiguidade Tardia até à construção deste edifício inserido numa nova malha urbana.
“UM PODER DO OUTRO MUNDO”: O DEMÓNIO DA CASA DA SEVERA LISBOA
António MARQUES (CAL – CML); Tânia CASIMIRO (IHC – NOVA FCSH)
Escavações arqueológicas na Casa da Severa puseram a descoberto contextos arqueológicos que se podem balizar entre os inais do século
XII e os inais do século XV. Foram identiicados ambientes domésticos cuja cultura material e restos faunísticos fazem associar sobretudo à
comunidade muçulmana, apesar do contexto cristão em que a mesma está inserida, ao longo deste período. Entre os diversos achados de
uso quotidianos, tais como cerâmicas, metais e vidros, foi recuperado molde em cerâmica onde era possível moldar pequena estatueta,
em metal, que associamos a uma igura demoníaca. As suas características físicas com cascos e pernas de animal, chifres e falo, em muito
inspirados nos faunos clássicos, sugerem estarmos perante um pequeno demónio (Incubus). Tais estatuetas são raras nos contextos
arqueológicos europeus e a sua funcionalidade parcamente conhecida, no entanto, a igura em questão encontra semelhanças com
representações iconográicas produzidas na Europa medieval cristã. Este trabalho pretende a análise desta estatueta como representação
de actividades ocultas tais como a invocação de demónios, associadas a um contexto medieval lisboeta claramente popular.
SESSÃO/SESSION 12
MARCAS DE PODER NO ESPAÇO URBANO
Moderador: María ASENJO GONZÁLEZ (UCM)
LAISSER DES TRACES: EMPREINTES DU POUVOIR DANS L’ESPACE URBAIN DU SAINT EMPIRE ROMAIN GERMANIQUE À LA FIN DU MOYEN ÂGE
Gisela Naegle (JLU)
L’empereur-roi et les seigneurs laissèrent de très nombreuses traces physiques et symboliques dans l’espace urbain de ‘leurs’
villes. Les images et descriptions de la chronique universelle de Hartmann Schedel (1493) en témoignent. Des bâtiments
emblématiques comme le château de Nuremberg, le château fort épiscopal de Würzburg etc. contribuèrent à créer une sorte
d’’image de marque’ de certaines villes. Dans son autobiographie, l’empereur Charles IV souligne qu’à son retour à Prague,
il it reconstruire « un grand et beau palais, tel qu’il s’ofre aujourd’hui aux regards ». Par contre, en 1377, son siège d’Ulm
amena la ville à commencer la construction du Münster. Images et symboles pouvaient renforcer le lien entre la ville et l’empire
(représentations de Charlemagne, des princes électeurs etc.). Visites impériales et princières et leurs itinéraires concrets
dans les villes furent commentés par les chroniqueurs. Elles pouvaient provoquer des incidents diplomatiques révélateurs de
tensions, par exemple, les chroniqueurs bourguignons célébrèrent le voyage de leur duc à la diète de Ratisbonne (1454). Pour
auteurs allemands, son accueil dans certaines villes était un déi au pouvoir de l’empereur. La conférence examinera de telles
concurrences d’images et d’actions symboliques, ainsi que que les tentatives de de créer des “empreintes” physiques durables.
LE FAÇONNEMENT URBAIN D’UNE PETITE VILLE MÉDIÉVALE PAR L’INTERACTION DES POUVOIRS: LE CAS DE BILLOM (AUVERGNE,
FRANCE)
Thomas AREAL (UCA)
La petite ville de Billom a la particularité d’accueillir en son sein de nombreux détenteurs d’un pouvoir. L’évêque de Clermont
est le seigneur du lieu, dont la communauté d’habitants dispose d’une représentation par voie consulaire. Le roi de France
accorde la protection à la ville, faisant d’elle l’une des Bonnes Villes de la province, tout en plaçant aussi sous sa sauvegarde la
collégiale Saint-Cerneuf, véritable contre-pouvoir au sein de la localité face à l’évêque, seigneur temporel.
L’étude des interactions entre ces diférents acteurs détenteur d’un pouvoir, durant la seconde partie du Moyen Âge (XIeXVe siècles), démontre qu’en usant de leur pouvoir, ils ont modelé la ville de Billom et son espace. L’objectif de la présente
communication est donc d’analyser comment ententes, négociations ou luttes ont façonné l’espace urbain de la petite ville de
Billom, à l’aide des sources qui nous sont parvenues.
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PODER E ARQUITECTURA URBANA: A CASA-TORRE NO PORTO MEDIEVAL
Silvana SOUSA (FLUP)
Os espaços de habitação do período medieval permanecem ainda, em parte, por compreender, mas é aceite que estes não
seriam entendidos como hoje, apenas como espaços privados e familiares. Neste sentido, com esta comunicação, pretendese demonstrar como a casa medieval surge enquanto local onde várias facetas da vida privada e pública se cruzam, variando
consoante a sua localização (urbana ou rural) e o estatuto socioeconómico de quem a habita e constrói (ou manda construir).
Portanto, parece-nos importante perceber se a construção em altura nas cidades medievais não se relaciona apenas com as
chamadas casas-torre (que normalmente associamos a casas de famílias nobres e com a domus fortis em contexto rural),
mas também com a elevada procura de terreno. Na cidade do Porto, espaço urbano sobre o qual incide esta análise, a
solução passa por se construir em altura com vários andares acima do rés-do-chão, cruzando a necessidade de espaço com
a oportunidade de ostentar e mimetizar práticas e gestos de uma classe à qual não se pertence, mas que se deseja igualar.
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Lista de abreviaturas / list of abbreviations
Ailiações académicas e proissionais / Academic and professional ailiations
CAL
CAM
CEA
CEHR
CESEM
CHAIA
CHAM
CHSC
CHUL
PIUDHist
CIDEHUS
CITCEM
CMCV
CML
DGPC
DPC
FLUC
ICS
IEM
IHC
JLU
Lab2PT
LaMOP
NOVA FCSH
Paris 1
U. Lumière Lyon 2
UAb
UAc
UCA
UCM
UG
UC
UITCHB
ULR
UM
UNIARQ
UNICAN
UNIOVI
UP
UCP
UE
Centro de Arqueologia de Lisboa
Campo Arqueológico de Mértola
Centro de Estudos Arqueológicos
Centro de Estudos de História Religiosa
Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical
Centro de História de Arte e Investigação Artística
Centro de Humanidades
Centro de História da Sociedade e da Cultura
Centro de História da Universidade de Lisboa
Programa Interuniversitário de Doutoramento em História: mudança e
continuidade num mundo global
Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades
Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória»
Câmara Municipal de Castelo de Vide
Câmara Municipal de Lisboa
Direção Geral do Património Cultural
Departamento de Património Cultural
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Instituto de Estudos Medievais
Instituto de História Contemporânea
Justus-Liebig Universität
Laboratório de Paisagens, Património e Território
Laboratoire de médiévistique occidentale de Paris
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne
Université Lumière Lyon 2
Universidade Aberta
Universidade dos Açores
Universidad de Cádiz
Universidad Complutense de Madrid
Universidad de Granada
Universidade de Coimbra
Unidade de Intervenção Territorial Centro Histórico Baixa (Lisboa)
Université de La Rochelle
Universidade do Minho
Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa
Universidad de Cantábria
Universidad de Oviedo
Universidade do Porto
Universidade Católica Portuguesa
Universidade de Evóra
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ÍNDICE DE COMUNICANTES/SPEAKERS INDEX
A
Alice Borges GAGO
Álvaro Solano FERNÁNDEZ-SORDO
Amélia Aguiar ANDRADE
Ana CAESSA
Ana Clarinda CARDOSO
Ana Pereira FERREIRA
Ana Santos LEITÃO
André Oliveira da SILVA
Antonio Malpica Cuello
Antonio Malpica Cuello
António MARQUES
António PEREIRA
Arnaldo Sousa MELO
Artur ROCHA
B
Beatriz ARÍZAGA BOLUMBURU
c
Carla Varela FERNANDES
Cristina NOZES
D
Denis Menjot
F
Francisco DÍAZ MARCILLA
G
M
Manuela LEITÃO
Maria Amélia Álvaro de CAMPOS
María ASENJO GONZÁLEZ
María del Carmen JIMÉNEZ ROLDÁN
Maria do Carmo RIBEIRO
Maria do Rosário MORUJÃO
Maria Filomena ANDRADE
Maria João BRANCO
Marina CARVALHINHOS
Mário FARELO
Marta LEITÃO
Michel BOCHACA
Miguel Cipriano COSTA
Miguel Metelo de SEIXAS
N
Nuno MOTA
P
Pau de SOTO
Pedro MIRANDA
R
Raquel de Oliveira MARTINS
Rodrigo Banha da SILVA
Rui Pedro NEVES
S
Gisela NAEGLE
Gonçalo Melo da SILVA
Sara PRATA
Silvana SOUSA
Sílvia RICARDO
J
T
Jacinta BUGALHÃO
Javier AÑIBARRO
Joana SEQUEIRA
João Luís FONTES
João MAGUSTO
José Alberto TAVIM
L
Leandro FERREIRA
Luís Filipe OLIVEIRA
Luís HENRIQUES
Tânia CASIMIRO
Thomas AREAL
V
Virgílio LOPES
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VISITAS GUIADAS
5 de Outubro
Castelo de Vide
Implantada numa crista de monte, a Notável Vila de Castelo de Vide desenvolve-se sobre um terreno sinuoso e conserva um urbanismo
orgânico muito particular e onde o Castelo de o Burgo Medieval são testemunhos vivos da sua história.
Uma parte importante da tradição desta vila materializa-se na sua Judiaria. Os símbolos talhados nas ombreiras das portas ogivais e o
Museu da Sinagoga evocam a vivência da comunidade que aqui viveu e a herança judaica que Castelo de Vide regista.
7 de Outubro
Ammaia
A cidade de Ammaia é o vestígio mais representativo de Época Romana na região do Alto Alentejo. Econtra-se na freguesia de São
Salvador de Aramenha (concelho de Marvão), e os seus vestígios estendem-se por uma área aproximada de 25 ha.
Localizada na metade sul da província da Lusitânia, a cerca de 100 km da capital Emerita Augusta, a Ammaia recebe o estatuto de civitas
por volta do ano 44/45 d.C., sendo elevada a mvnicipivm ainda durante o século I.
Hoje em dia, as ruínas são geridas pela Fundação Cidade Ammaia. Fruto de várias campanhas de escavação, podem-se visitar as ruínas
expostas em três áreas: a Porta Sul, as termas e o fórum. No Museu expõem-se uma notável colecção de artefactos arqueológicos de
época romana recuperados durante as escavações na cidade.
Marvão
O centro histórico de Marvão é o território alentejano com maior altitude, numa paisagem marcada pelo rio Sever, em pleno coração
do Parque Natural da Serra de São Mamede. A vila deve o seu topónimo a Ibn Marwan, a quem se atribui a sua fundação nos inais do
século IX.
A fortaleza que chegou até aos nossos dias é o resultado de sucessivas reformas ao longo dos séculos, desde a primitiva Alcáçova
ao perímetro abaluartado, no Castelo de Marvão conservam-se de forma exemplar as diversas fases da sua construção, como um
documento vivo de arquitectura militar.
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GUIDED TOURS
October 5th
Castelo de Vide
Settled on a mountain ridge, Castelo de Vide spreads across a sinuous ground and preserves a very peculiar organic urbanism, where
the Castle and the medieval borough are history’s living witnesses.
An important part of this village’s tradition is preserved in the Jewish quarter. The symbols carved into the ogival doors and the Museum
of the Synagogue appeal to the daily lives of the community that once lived here, and Castelo de Vide’s Jewish heritage.
October 7th
Ammaia
The town of Ammaia is the most signiicant remain of the roman period in the region o Alto Alentejo. Situated in São Salvador da
Aramenha (Marvão), its remains spread over an area of about 25 ha.
This town was located in the Sothern half of the Lusitania province, about 100 km from its capital Emerita Augusta. It got the status of
civitas around 44/45 d.C. and it was elevated to mvnicipivm in the 1st century.
Today, the ruins are managed by Fundação Cidade Ammaia. Due to several excavations it’s possible to visit three main areas: the
southern door, the thermal complex and the forum. In the Museum there is a remarkable collection of roman archaeological artefacts
recovered during the excavation of the city.
Marvão
Marvão’s historical centre is the highest territory in the Alentejo region, a landscape marked by the river Sever, in the heart of the Serra
de São Mamede Natural Reserve. The village owns its name to Ibn Marwan, who is known as being responsible for its foundation, by
the end of the 10th century.
The fortress how we see it today is the result of a series of transformations throughout the centuries, since the primitive citadel to the
bastions enclosure, the Marvão Castle exceptionally preserves the diferent phases of its construction, as a living document of military
architecture.
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