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FUNDAÇÃO EDUARDO CARLOS PEREIRA ROBERTO ARSKY SILVA ARAUJO O CARISMA DO POVO DE DEUS São Paulo 2017 2 ROBERTO ARSKY SILVA ARAUJO O CARISMA DO POVO DE DEUS “Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina Temas de Teologia Bíblica II do Curso EAD-FECAP, ministrada pelo Facilitador Julio Paulo T Montovani Zabatiero”. São Paulo 2017 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 1. O POVO DE DEUS COMO IGREJA DE CRISTO ........................................... 5 2. UMA IGREJA CARISMÁTICA ......................................................................... 6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 7 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 8 4 INTRODUÇÃO Muitas são as controvérsias a respeito da variedade de igrejas cristãs, chamando-as de diversas maneiras, como reformadas, históricas, carismáticas, pentecostais, neopentescotais, dentre outras denominações. Diante deste cenário religiosa? Como diverso, como compreender esta manifestação compreender a ação do Espírito Santo através da Sua Igreja? Este trabalho tem o objetivo de ser uma porta de entrada para aprofundamento do assunto, buscaremos primeiro compreender quem ou que é a Igreja Cristã, depois debruçaremos sobre como e porque o Espírito Santo age em sua Igreja e por fim, olharemos para o movimento religioso atual a partir da ação do Espírito Santo. 5 1. O POVO DE DEUS COMO IGREJA DE CRISTO A formação do Povo de Deus começa com a Criação. Como parte da Criação, Deus criou o Homem, no sentido de humanidade, homem e mulher os criou (Gn 1.27). Neste momento não devemos falar em “Povo de Deus” ainda, pois toda a humanidade era a Sua Imagem, Semelhança (Gn 1.26) e viviam em relacionamento com Ele (Gn 3.8-9). Foram formados como parceiros da Criação (Gn 2) com objetivo de Glorificá-lo através da sua vida Porém, o homem se rebelou contra Deus e afastou-se dele através do pecado (Gn3.6). A partir deste momento o relacionamento com Deus foi quebrado. Já não havia mais intimidade (Gn 3.7-10). A humanidade já não se relacionava mais com Deus, apenas alguns homens e mulheres o reconheciam como Senhor. Não havia ainda a percepção comunitária de relacionamento, mas individual e pessoal. A partir do patriarca Abraão que se começou a olhar a relação de Deus com o homem por meio de uma Aliança, que ia além da pessoalidade (Gn 15). Agora quem estava dentro desta Aliança assumia uma condição de identidade e pertencimento ao Senhor, sendo chamado de Povo do Senhor ou Povo de Deus (Ex 6.7). A Aliança não foi apenas com o patriarca, mas alcançava a sua descendência. No Antigo Testamento era considerado “Povo de Deus” aqueles que estavam dentro da Sua Aliança, que possuíam descendência sanguínea com Abrahão. Fortalecia-se esta identidade por meio do comprimento de ordenanças. Estas ordenanças vieram no sentido de moldar o comportamento e criar uma identidade de um povo que foi separado por Deus, como sua propriedade exclusiva (Tt 2.14). Com o cumprimento das profecias de Isaías em Jesus Cristo há uma extensão da identidade dos que são considerados “Povo de Deus”. São considerados agora como “Povo de Deus”, “Corpo de Cristo” ou ainda “Igreja de Cristo” aqueles que foram alcançados pela Graça salvadora de Jesus Cristo (Tt.2.11). Não se olha mais para a descendência sanguínea, ou linhagem judaica, para fazer parte da Igreja de Cristo, mas se aceita os gentios como parte da Igreja, aqueles que foram incorporados por meio da Fé em Jesus Cristo. Hoje a identidade do da Igreja de Cristo não está mais apoiada na genealogia, mas na sua conduta transformada (Tito 2.12) pelo Nascer de Novo em Jesus Cristo (João 3.3). 6 2. UMA IGREJA CARISMÁTICA Precisamos fazer uma distinção importante quanto ao sentido do termo Carisma. O termo Carisma pode ser compreendido sob a visão secular ou no sentido teológico. Na visão secular, o termo Carisma, indica a habilidade inata de alguns seres humanos em conseguir encantar, persuadir, fascinar ou seduzir outro indivíduo, através da sua forma de ser e agir (significados.com.br). Já no sentido teológico tem o significado de indicar os dons espirituais concedidos pela divindade ao ser humano. Para este trabalho iremos utilizar o sentido teológico do termo. Junior Ribeiro sintetiza muito bem o conceito de Carisma, fazendo uma importante distinção entre o dom da Graça, que é para salvação (Ef 2.8) e os demais dons, que são para edificação e expansão da Igreja de Cristo (1 Co 12). A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede, para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja (DA SILVA, Junior Ribeiro). Podemos considerar que a Igreja de Cristo é carismática porque, desde o primeiro momento, é impactada pela ação do Espírito Santo. Uma Igreja sem a ação do Espírito Santo é morta, como uma árvore seca, que não recebe água e neste caso do Rio de Águas Vivas (João 7.37-38). O primeiro dom que nos foi concedido foi o dom da Graça que nos levou a salvação, porém a ação do Espírito Santo não se encerra com a concessão de somente este dom, mas se perpetua na vida do crente a fim de promover o Reino de Deus na terra. Mas os dons espirituais não tem o objetivo de classificar o crente ou premiá-lo por sua conduta ou fidelidade, mas para ser utilizado pelo agraciado como ferramenta para promoção do bem comum e a edificação da igreja. Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera 7 tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso. (1Co 12.4-7) Ponto importante que devemos ressaltar é quanto a diversidade de dons concedidas pelo Espírito Santo. Cristo é o cabeça da sua Igreja e por este motivo a conduz de modo a cumprir Seus planos, concedendo os dons de acordo com as necessidades e desígnios para a comunidade onde está localizada. Podem existir comunidades onde mais ou menos dons são manifestados, porém o Espírito Santo nunca vai deixar de agraciar uma comunidade com seus dons espirituais, haja vista serem instrumentos para a propagação do evangelho e edificação da igreja. CONCLUSÃO É possível e necessário que haja diversidade no caminhar do Povo de Deus. Da mesma forma, como cada membro do corpo humano tem uma função, cada comunidade de Fé tem sua função no Corpo de Cristo, assim se caracterizando por meios dos dons concedidos pelo Espírito Santo. Não devemos deixar nossa humanidade criar barreiras entre as diversas igrejas, dividindo o Corpo de Cristo, mas compreendendo que Jesus Cristo é a cabeça do corpo, caminharmos todos em comunhão para sua Glória. Porém, o crente precisa estar atento para não viver um cristianismo abstrato, apenas apoiado em manifestações carismáticas, mas precisa buscar sua edificação guardando a sã doutrina, para não cair nas armadilhas do Diabo, para não serem levados como ovelhas ao matadouro. Se os olhos não estiverem abertos para verem, nem ouvidos destapados para ouvirem, nem entendimento para reconhecer a ação do Espírito Santo, muitas igrejas cheias de carismas vão se espantar quando, no dia do Juízo, Jesus disserlhes “Tudo o que vocês fizeram foi me usar para virar celebridades. Fora daqui”. (paráfrase Mateus 7.23 – Ed René Kvitiz) 8 Bibliografia BIBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. Editora Paulus. Disponível em: http://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PWQ.HTM BIBLIA SAGRADA. Bíblia de Estudo das Profecias. João Ferreira de Almeida, revista e atualizada. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atos, 2001. BIBLIA SAGRADA. Novo testamento interlinear. Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível em: https://teologiaead.net.br/mod/forum/discuss.php?d=2021 Acesso em: 08/12/2017 DA SILVA, Junior Ribeiro. Chamados a participar do mistério de Deus: A comunicação do amor na relação entre Graça e Carisma – Revista de Cultura Teológica – Ano XIX, nº 73. São Paulo: Paulinas, 2011 KIVITZ, Ed René. Cristianismo Abstrato. Post Facebook. Disponível https://www.facebook.com/edrenekivitz/posts/665777350106094. Acesso em: em: 08/12/2017 MIRANDA, Mario de França. A Igreja como povo de Deus – Revista de Cultura Teológica – Ano XXI, nº 81. São Paulo: Paulinas, 2013 SIGNIFICADOS. O que é carisma. Disponível em: https://www.significados.com.br/carisma/. Acesso em: 11/12/2017 SPURGEON, Charles Haddon. All of Grace. Moody Publishers; Reissue edition, June 01, 2010 ZABATIERO, Julio Paulo T. Montovani. Guia de Estudos, Curso Temas de Teologia Bíblica II - EAD. São Paulo: Potyguara, 2017