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[ER]ÓTICA

2017, [ER]ÓTICA

O artigo aborda as relações entre corpo, sexualidade, identidade, afeto, arte e educação, tendo por ponto de partida o mito de Eros e suas dversas abordagens na literatura e na filosofia até a proposição de uma erótica solar, de Michel Onfray. The article discusses the relationships between body, sexuality, identity, affection, art and education, starting with the myth of Eros and its different approaches in literature and philosophy to the proposition of a solar erotic, by Michel Onfray. L'article aborde les relations entre le corps, la sexualité, l'identité, l'affection, l'art et l'éducation, à commencer par le mythe d'Eros et ses différentes approches littéraires et philosophiques à la proposition d'un érotique solaire, par Michel Onfray.

[ER]ÓTICA Paula Mastroberti Profa. do Instituto de Artes da UFRGS O mitema Muita confusão se faz sobre a natureza de Eros. A culpa poderia ser atribuída ao romano Lucius Apuleius, que nos narra a história de amor entre o suposto filho de Vênus e a mortal Psiquê; a flecha cúpida permanece espetada até hoje em nosso imaginário, associando Eros à paixão carnal, ao amor terreno ou profano. Contudo, para falar em uma educação erótica ou, especialmente, de uma educação erótica através das artes, precisarei resgatar outros eros, menos conhecidos talvez, mas latentes. Iniciamos por aquele concebido pela Penia ou Penúria, mulher miserável e oferecida que, durante a celebração do nascimento de Afrodite, aproveitou-se sexualmente de Poros, o Recurso, filho da Prudência ¾ normalmente prudente como a mãe, não estivesse tão embriagado. Temos a fórmula alegórica engendrada nos discursos atribuídos a Platão, tal como se conta em O banquete. Concebido na comemoração do nascimento da deusa do amor sensual, Eros acabou irremediavelmente vinculada a Afrodite. Trata-se aqui de uma entidade aparentemente contraditória: como filho da indigente Penia, é rude, sujo, errante, um semteto. Mas, tendo por pai a própria riqueza e bem-aventurança, é insaciável pesquisador das riquezas da vida, em sua mais ampla acepção: não só dos luxos e das belezas que satisfazem o corpo, mas também daqueles que preenchem as necessidades da mente e do espírito. Nem deus, nem humano, nem pobre, nem rico, nem ignorante, nem sábio, o Eros platônico é um daimon em sua situação de eterno aprendiz. Ou, nas palavras de Diotima, a sábia mulher de Mantineia invocada por Sócrates: “A sabedoria, com efeito, é uma das coisas mais belas e Eros é amor ao belo, de modo que ele é, necessariamente, amante da sabedoria, e por ser seu amante está, portanto, entre o sábio e o ignorante1.” 1 Na edição em espanhol: “La sabiduría, en efecto, es una de las cosas más bellas y Eros es amor de lo bello, de modo que Eros es necesariamente amante de la sabiduría, y por ser amante de la sabiduría está, por tanto, en medio del sabio y del ignorante”. (PLATÃO, 2014, s.p. Tradução minha.) Eros surge no discurso platônico como um necessário mediador entre as ilusões terrenas e as idealidades a serem alcançadas; ele é movido pela pura curiosidade de todo aquele que é ciente, tanto de suas carências e imperfeições, quanto dos recursos necessários para supri-las. Não é à tôa que Apuleius o configurará apaixonado pela alma humana. Psiquê, cuja beleza descrita representa o que há de mais precioso para sua comunidade, é entregue a um eros dado como serpente monstruosa e, ainda assim, deve confiar no esposo cuja face a escuridão noturna encobre. Daí temos: a Alma deve amar incondicionalmente, para além da aparência física. Mais tarde, após a quebra do pacto, Psiquê errará pelo mundo para reconquistar o Amor perdido. Contudo, em sua errância apuleica, a Alma em busca de Eros se desgasta, pois que presa a um corpo mortal. Psiquê despertará do sono da morte e será elevada à condição de entidade divina apenas pelos poderes do Amor. Por fim, os deuses olímpicos devidamente romanizados concordam com o enlace matrimonial e indissolúvel do par, contra a vontade de Afrodite, deusa amoral e mais afeita às uniões sexuais em estilo arcaico: “Farei com que esta união seja perfeitamente legítima e conforme o direito civil”, ordenará Júpiter, cujas humanas palavras o condicionam à função de tribuno.2 Falo de modo a acomodar-nos à tese alegórica de Apuleio; o autor propõe Eros ¾ o Cupido ¾ como filho de Vênus e, portanto, como um deus, mas a matriz platônica elaborada no diálogo entre Sócrates e Diotima permanece subjacente. É possível entrever, ainda que domesticada pela ética romana, a força erótica que excita a alma sedenta e providencia a ela, ao mesmo tempo, a satisfação do amor e do conhecimento. Por fim, quero, antes de concluir esse vôo mitológico e aterrissar nos terrenos da educação, recordar uma fonte grega ainda mais antiga. Em Hesíodo, temos o Eros como um princípio cósmico e organizador, surgido, ao lado de Gaia, a Terra, em oposição ao Caos que tudo desagrega e confunde. Ele é a força de atração indelével entre os corpos do universo, promovendo a ordem sem a qual não haveria vida. Não seria esse o sentido primordial da inquietação peregrina e mendicante do Eros platônico? Não seria ele a fonte e a razão de sua pulsão inesgotável? Nesse caso, poderíamos deduzir que essa energia erótica contém desde sempre o seu próprio gozo, ou seja: ela é falta (Penia) e abundância (Poros), simultaneamente. Posso, a partir daí, ensaiar a ideia de que qualquer busca incessante 2 APULEIO, 2009, p.76. promovida pelos Eros platônico não findará até que ele encontre a resposta em si mesmo. E, bem, só para não deixarmos Apuleio totalmente de lado: imaginemos que, tendo por perspectiva o Eros de Hesíodo, a Alma, essa substância misteriosa que anima nossos corpos em geral tão mal-amados pela educação e pela filosofia, vista à luz radiosa do amor transbordante e criador do Eros de Hesíodo, deve ao princípio amoroso retornar, completando o ciclo de nascimento e morte, extremos da vida, quando somos ignorantes do possível êxtase que eles proporcionam. Neste ínterim, a vida é toda pulsão incessante e insaciável em busca do conhecimento e da solução de seus mistérios. Está colocado o mitema. Passemos, agora, à educação. A educação erótica Perdoem-me, estudantes, professoras e professores. Mas nós deveríamos ter desconfiado desde o princípio de que uma profissão cujo nome, ao derivar de paidós-agogé, não seria capaz de nos humanizar, nem prover satisfação, prazer ou felicidade. Não perderei meu tempo citando Michel Foucault e suas acusações de repressão, vigilância e punição que, segundo alguns de meus coevos, ainda vigoram em nossas escolas. Prefiro escrever a partir de um outro Michel, o Onfray, que chuta o balde do pósestruturalismo e da psicanálise com seu manifesto hedonista em favor de uma erótica solar, afirmando que “o desejo não é carência, mas excesso”3. Já pressentimos a razão desse argumento, ao apresentarmos o Eros de Hesíodo. Em suma, meu tema ¾ e meu lema ¾ é esse: recuperar o sentido primeiro do ex ducere e educar para ampliação da potência do existir, não por acaso, título da edição brasileira traduzida a partir de uma obra do filósofo que me guia. Agora, como promover tal amplitude sem incluir o desejo e o prazer? Sem questionar a pedagogia atual e cúmplice de uma sociedade patriarcal que, através de metodologias mais sutis, adestra as crianças e os jovens procriados e educados por uma família e uma sociedade deserotizadas? O que foi feito das nossas crianças? Perguntaram-se, era uma vez, os pais e as mães cidadãos de uma conhecida lenda alemã. Não havendo mais o perigo insalubre dos ratos, restou expulsar o flautista e sua melodia mágica sem nenhum agradecimento. 3 ONFRAY, 2010, p. 60. Sedutores, a flauta e seu instrumentista, ao serem renegados pela comunidade ingrata, levariam seus filhos para fora dos muros da cidade ¾ e porque não da escola ¾ , para acima e além das montanhas. Mas ¾ ah! O perigo da barbárie erótica que tal ato representa! Nossos governantes só homologam a arte quando à serviço de causas transversas ¾ e o que quer que isso seja dependerá da moda do momento. Na lenda o assunto transversal eram os ratos. Assim, a música do artista serviu muito bem a Hamelin quando na expulsão da praga que a assolava4. Mas os governantes serão pelo indeferimento da ação artística ou, no mínimo, a reencaminharão em diligência, a não ser que ela se torne cúmplice das estratégias para adequação infantil e juvenil à axiologia vigente. Sem o reconhecimento adequado da magia de sua flauta, o artista volta-se para as crianças e os jovens, únicos a manter os ouvidos abertos e sensíveis a sua arte. Sobre os usos e os fins das artes na educação, sugiro a pesquisa nas diretrizes curriculares nacionais, textos que raros lêem, mas que formulam o que deve ser a escola em nosso país. Mesmo nas seções exclusivamente dedicadas às artes (cada vez mais reduzidas), percebemos o engaiolamento paradidático criado para exibi-las como atração lúdica e descartável até que cumpram o seu destino: as disciplinas artísticas, tal como preconizadas pelos discursos político-pedagógicos, surgem à serviço de uma axiologia de promoção monotípica do bom cidadão. A educação estética, desejada como inclusiva e plural é, na verdade, atravessada por valores éticos que engessam as práticas de sua competência, oferecendo rara oportunidade para a manifestação dionisíaca do pensar poético. Porém: se a “ética é um assunto do corpo”, de acordo com Onfray5, como pensálas ¾ ética e estética ¾ em separado? Como assumi-las integradas na experiência educativa artística, sem que se perca o erotismo presente na experiência própria de toda arte? Já vimos no Eros platônico o quanto o belo, o bom e o bem dependem do amor erótico e dos seus recursos para alcançá-los. Tocar flautas por prazer, sem nenhuma outra motivação que não o simples desejo de ouvir seu doce som, é demasiado perigoso, e pode beirar o subversivo; provocaria, portanto, gozos moralmente indesejados. O gozo é inútil na 4 Faço referência à lenda alemã posteriormente adaptada para a literatura infantil por, entre outros, J. Wolfgang von Goethe, os irmãos Grimm e Robert Browning sob o nome O caçador de ratos de Hameln, O flautista mágico ou O flautista de Hamelin. 5 ONFRAY, 2010, p. 46. sociedade ¾ e na pedagogia contemporânea. O conhecimento não pode ser gerado pelos orgasmos do corpo em conjução ao espírito. Crianças não podem gozar. E, contudo, não há ser mais erótico do que a criança, essa criatura que parece “não entender a nossa língua” (Larrosa, 2013), cuja curiosidade explosiva a impele para o aprender e o criar. Ao adolescente também são colocadas inúmeras restrições. E, em sua mutação acelerada, este corpo potente e dionisíaco, se mal-conduzido ou ignorado, pode levá-lo à destruição de si ou do outro. Tampouco as mulheres. Deter-me-ei um pouco nesse gênero, a fim de verificarmos melhor sua importância para a educação ¾ e a sua atual indigência. Ora, Pedagogia, teu sexo é feminino! Dessa genitália inferiorizada pela “falta” do pênis, deriva a caricatura da professora solteirona velha-feia de óculos, cujo coque reprime a cabeleira voluptuosa; o grito estridente e pretensamente autoritário sufoca o timbre melodioso do amor ¾ eis aí a causa da rouquidão crônica que persegue todo o docente. Não se suportam sereias na educação. Por isso a Pedagogia cobre com cera os ouvidos dos nãoiluminados. Enquanto isso, nossos governantes varões permanecem bem seguros aos seus mastros, ouvidos abertos e à escuta, comandando o barco, vigiando nosso canto sensual e libertador6. Parece incrível que ainda vivamos sob esse estigma. Uma maioria de mulheres compõe o quadro educacional, tentando ao máximo disfarçar as saliências e reentrâncias de seus corpos. Porém neutralizá-los é impossível. O corpo da mulher trabalhadora é político, e o desvio do seu sexo para as funções majoritariamente educacionais acusa a sua pouca valorização: a ele se garante o reconhecimento social apenas quando vinculado a corpos infantis, seja por via da maternidade, seja por via do ensino. Cada professora, por mais reconhecimento que obtenha pelos seus esforços, apresenta na pele a marca de desrespeito tatuada por uma sociedade que considera a educação uma das atividades mais desprezadas e mal-remuneradas deste país. Um desrespeito que irá repercutir na maneira como meninos 6 A imagem alegórica refere-se ao episódio do épico Odisseia, de Homero, em que Ulisses, depois de cobrir os ouvidos de seus marujos com cera, pede que o amarrem no mastro do barco, para não ser seduzido pelas sereias, cujo canto impele os homens a se atirarem ao mar e morrerem afogados. Assim, ele poderá usufruir do seu canto mágico, sem correr perigo mortal. vêem os corpos das suas colegas e professoras, e em como as estudantes aprendem a ver a si mesmas, desde a infância, enquanto corpos. Podemos dizer, por outro lado, que a imposição estética e cultural do corpo feminino na escola oprime e desencanta os meninos para a educação, fechando o ciclo patológico que inibe a participação masculina. Basta uma visita à sala de professores de uma escola para que se tenha noção do que eu afirmo. Não é erótico, para o homem, trocar a oficina mecânica ou o escritório executivo, a maquinaria operária ou a pasta de projetos empreendedores ou administrativos, por uma sala de aula e um livro didático. E para as mulheres? Algumas das modalidades mais contundentes e próprias da arte implicam o reconhecimento do corpo humano em suas inúmeras variedades étnicas e sexuais como campo de expressão poética: assim temos o teatro, a dança, a performance. As artes oferecem a possibilidade de trabalhar uma mente corpórea: uma mente erótica e sensível, inquieta e ebulitiva em sua força criativa. O Eros de Hesíodo nunca estaria tão próximo! Mas a potência despertada por essas modalidades não interessa à Pedagogia, que prefere submeter tudo e todos a uma rotina apática. Não se desperta o corpo vivente, antes é preciso entorpecê-lo, enganando-o com ideias abstratas e destituídas de qualquer efeito prazeroso aos sentidos; antes é preciso proporcionar ilusões de sabedoria desconectadas entre si, de modo que seja impossível estabelecer qualquer associação livre, imaginativa, criadora. Os percursos traçados por esse mapa didático devem permanecer desarticulados de modo que o conhecimento daquilo que importa ¾ ou deveria importar ¾ torne-se inacessível. Assim, o corpo da educação se esfacela, perde a confiança em si, e o eros parte, traído, enquanto vagamos pelo mundo como almas penadas. Estaria eu afirmando, com tudo o que até agora escrevi, que a educação está ameaçada pelo caos? Responderia Onfray: “Como dizer melhor que o corpo é uma máquina de produzir ordem, mas que antes desse resultado ele conhece intensas desordens, autênticos distúrbios!”7. Haverá esperança para a Educação Erótica, se provocarmos o caos na Pedagogia. O eros nos habita, e nos o esquecemos. O eros nos move, nos conduz. Ao trazer o erotismo à educação, quero falar da necessidade de recuperar o princípio organizador que 7 ONFRAY, 1999, p. 39. promove o ex ducere. Conduzir para fora não significa esquecer de si mesmo. Desejar não indica o possuir, mas o doar, generoso, do excesso que verte de nossas almas e corpos. Assim é o Eros Solar de Onfray, e assim poderíamos aplicá-lo a educação. A ampliação do ser através da mediação educativa generosa e transbordante de desejo pelo outro, terá antes por meta fazer emergir aquilo que em nós já reside como recurso desde sempre,impulsionando para o desconhecido que em nós habita, o nosso mistério. Aí está: esse é o sentido erótico da educação. Quisera eu despertar o eros de cada aluno, e provocar seu gozo! Queira eu ser despertada pelo eros criança ou juvenil, para que eu possa encontrar meu êxtase na educação. Alguns leitores deste ensaio haverão por certo de desconfiar de mim, pensando na dura realidade da escola brasileira e no quanto ela menoriza o valor e o sentido de minhas palavras. Que pensar uma educação teoricamente apoiada num mitema longínquo e numa filosofia hedonista ¾ referente a Eros! ¾ é supérfluo, em meio a tanta carência de estrutura, de formação, de consciência política e social. Caros professores e caras professoras: antes de pensar na crise da educação, talvez fosse melhor verificar se o problema não está na pedagogia. A educação, tal como eu a vejo, nunca estará em crise. Mas ela certamente não ocorre onde a curiosidade e o prazer obtido através da busca pelo saber deixaram de existir. Não podemos esquecer que, em nossa natureza fundamentalmente erótica, contemos nossas misérias e nossa própria abundância. A educação pode acontecer de qualquer forma e em qualquer lugar, mas não onde não houver uma comunidade desejante. Paradoxalmente, a pobreza pode ser a maior fonte da nossa motivação, desde que nos saibamos desprovidos de sabedoria e, ao mesmo tempo, portadores de tamanha potência ¾ desejo ¾ para viver e aprender. Mais uma vez, vamos a Onfray: “Na origem do pensamento, o corpo é que deve ser eleito”.8 O corpo é nossa trincheira final. Nosso lugar de resistência. E de subversão. Reconheço a evasão estudantil e a frustração diária dos professores. Reconheço os vidros quebrados, o computador que não funciona, a internet lenta, a biblioteca depauperada, o atraso salarial. Reconheço o sucateamento ideológico e econômico aos quais estamos perigosamente expostos. Por isso, mais do que nunca, invoco o eros em cada um de nós. Esse Eros inquieto, ciente de sua indigência mas também dos recursos e valores que 8 ONFRAY, 1999, p.40. porta consigo, de sua potência generativa, incluindo aquela que a sociedade considera inútil, como a que advém das artes. Não será na Pedagogia que nosso mendicante encontrará abrigo, nessa Escola cujos fundamentos estão comprometidos com uma axiologia arruinada. Não há lugar mais próprio para abrigar o Eros do que a Educação. E a Educação pode ser compartilhada em qualquer lugar, entre toda a variedade vivente. Entre e através de qualquer um disposto a educar. O nosso desejo erótico preme por uma educação aberta e livre, adepta do gozo sem censura. Mística? Idealista? Hedonista? Amoral? Sou uma educadora. Das artes. E como tal, tenho ganas por aprender. Referências PLATÃO. O banquete, Epub. Buenos Aires: Lea, 2014. HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Estudo e tradução de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2015. APULEIUS, Lucius. Metamorphosis or golden ass. Londres: Robert Triphook, 1822. Cópia Epub disponibilizada gratuitamente pela Biblioteca da Universidade do Estado da Pensilvânia para o Google Books: https://play.google.com/store/books/details?id=GDzuAAAAMAAJ&rdid=bookGDzuAAAAMAAJ&rdot=1 . Data de acesso: 14 de março de 2017. ONFRAY, Michel. A arte de ter prazer: por um materialismo hedonista. São Paulo: Martins Fontes, 1999. ONFRAY, Michel. A potência de existir. São Paulo: Martins Fontes, 2010.