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Da esperança ao ódio: Juventude, política e pobreza do lulismo ao bolsonarismo From Hope to Hatred: Youth, politics and poverty from Lullism to Bolsonism Resumo Este ensaio traz uma reflexão preliminar de uma etnografia longitudinal que vem sendo realizada desde 2009 sobre consumo e política entre jovens do Morro da Cruz (aqui, “o Morro”), a maior periferia de Porto Alegre. Mesmo sem resultados teóricos ou empíricos conclusivos, consideramos de suma relevância apresentar este esboço de nossos dados durante o pleito eleitoral de 2018 para incentivar novos debates e reflexões a partir deste artigo. Nós viemos acompanhando grupos juvenis desde antes da polarização política que tomou conta do Brasil pós 2013 e pudemos observar as transformações pelas quais eles, suas famílias e seus entornos passaram de acordo com momentos chave da história recente do País, marcados, respectivamente, pela emergência e colapso do crescimento econômico. Essas fases do desenvolvimento nacional afetam não apenas as condições materiais da existência, mas igualmente o self individual, a capacidade de aspirar e as formas de fazer política e de compreender o mundo. Esperança e ódio, por fim, não são categorias totalizantes na perspectiva adotada aqui. São antes tendências que nos ajudam a pensar como a subjetividade política é moldada em contextos diferenciados. Havia ódio na esperança e parece haver esperança no ódio - e essa sutileza é, na verdade, central no argumento que traçaremos nas linhas que seguem. Palavras-chave: Política; Pobreza; Lulismo; Bolsonarismo. Abstract This essay presents a preliminary reflection of a longitudinal ethnography that has been conducted since 2009 on consumption and politics among young people from Morro da Cruz (here, “Morro”), the largest periphery of Porto Alegre. Even without conclusive theoretical or empirical results, we consider it extremely important to present this outline of our data during the 2018 electoral process to encourage further discussion and reflection from this article. We have been following youth groups since before the political polarization that took place in Brazil after 2013 and we were able to observe the transformations in which they, their families and their environments passed according to defining moments in the country’s recent history, marked respectively by the emergency and collapse of economic growth. These periods of national development affect not only the material conditions of existence, but also the individual self, the ability to aspire and the ways of doing politics and understanding the world. Hope and spite, finally, are not totalizing categories in the perspective adopted here. They are rather tendencies that help us to think how political subjectivity is shaped in different contexts. There was hatred in hope and there seems to be hope in spite - and this subtlety is, in fact, central to the argument we will draw on the lines that follow. Keywords: Politics; Poverty; Lulismo; Bolsonarism. Cadernos IHUideias Da esperança ao ódio: Juventude, política e pobreza do lulismo ao bolsonarismo Rosana Pinheiro-Machado professora visitante da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM Lucia Mury Scalco coordenadora do GT Família Geração e Gênero do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo - CEGOV e pesquisadora da UFRGS ISSN 1679-0316 (impresso) • ISSN 2448-0304 (online) ano 16 • nº 278 • vol. 16 • 2018 Cadernos IHU ideias é uma publicação quinzenal impressa e digital do Instituto Humanitas Unisinos – IHU que apresenta artigos produzidos por palestrantes e convidados(as) dos eventos promovidos pelo Instituto, além de artigos inéditos de pesquisadores em diversas universidades e instituições de pesquisa. A diversidade transdisciplinar dos temas, abrangendo as mais diferentes áreas do conhecimento, é a característica essencial desta publicação. UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS Reitor: Marcelo Fernandes de Aquino, SJ Vice-reitor: Pedro Gilberto Gomes, SJ Instituto Humanitas Unisinos Diretor: Inácio Neutzling, SJ Gerente administrativo: Jacinto Schneider ihu.unisinos.br Cadernos IHU ideias Ano XVI – Nº 278 – V. 16 – 2018 ISSN 1679-0316 (impresso) ISSN 2448-0304 (online) Editor: Prof. Dr. Inácio Neutzling – Unisinos Conselho editorial: MS Rafael Francisco Hiller; Profa. Dra. Cleusa Maria Andreatta; Prof. MS Gilberto Antônio Faggion; Prof. Dr. Lucas Henrique da Luz; MS Marcia Rosane Junges; Profa. Dra. Marilene Maia; Profa. Dra. Susana Rocca. Conselho científico: Prof. Dr. Adriano Naves de Brito, Unisinos, doutor em Filosofia; Profa. Dra. Angelica Massuquetti, Unisinos, doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade; Profa. Dra. Berenice Corsetti, Unisinos, doutora em Educação; Prof. Dr. Celso Cândido de Azambuja, Unisinos, doutor em Psicologia; Prof. Dr. César Sanson, UFRN, doutor em Sociologia; Prof. Dr. Gentil Corazza, UFRGS, doutor em Economia; Profa. Dra. Suzana Kilpp, Unisinos, doutora em Comunicação. Responsável técnico: MS Rafael Francisco Hiller Imagem da capa: peace-529380_960_720(pixabay) Revisão: Carla Bigliardi Editoração: Gustavo Guedes Weber Impressão: Impressos Portão Cadernos IHU ideias / Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto Humanitas Unisinos. – Ano 1, n. 1 (2003). – São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2003- . v. Quinzenal (durante o ano letivo). Publicado também on-line: <http://www.ihu.unisinos.br/cadernos-ihu-ideias>. Descrição baseada em: Ano 1, n. 1 (2003); última edição consultada: Ano 11, n. 204 (2013). ISSN 1679-0316 1. Sociologia. 2. Filosofia. 3. Política. I. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Instituto Humanitas Unisinos. CDU 316 1 32 Bibliotecária responsável: Carla Maria Goulart de Moraes – CRB 10/1252 ISSN 1679-0316 (impresso) Solicita-se permuta/Exchange desired. As posições expressas nos textos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores. Toda a correspondência deve ser dirigida à Comissão Editorial dos Cadernos IHU ideias: Programa Publicações, Instituto Humanitas Unisinos – IHU Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos Av. Unisinos, 950, 93022-750, São Leopoldo RS Brasil Tel.: 51.3590 8213 – Fax: 51.3590 8467 Email: humanitas@unisinos.br DA ESPERANçA Ao óDIo: JUVENTUDE, PoLíTICA E PoBREzA Do LULISMo Ao BoLSoNARISMo Rosana Pinheiro-Machado professora visitante da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM Lucia Mury Scalco coordenadora do GT Família Geração e Gênero do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo - CEGoV e pesquisadora da UFRGS Este artigo é uma versão resumida e adaptada do manuscrito do livro “From Hope to Hate: The Rise and Fall of Brazil’s emergence”. 1. Esperança, substantivo feminino A cidade de Porto Alegre e o Morro foram o berço e o exemplo para o mundo dos experimentos petistas do orçamento participativo (oP) desde 1990 na administração municipal de olívio Dutra. Após anos de politização popular, seja via movimentos socais seja via oP, o lulismo se caracterizou pelo fortalecimento do Estado-gestor, pela gradual desmobilização das bases e pela adoção de políticas liberais de transferência de renda, tendo como marco o Programa Bolsa Família (PBF)1. Nossa pesquisa no Morro apontou que essa transformação do cenário político econômico não provocou despolitização, mas certamente alterou a natureza contenciosa. Com a fragmentação do oP, os fóruns públicas de debate e tomada de decisão perderam importância. Logo, é fato que a inclusão financeira focada no indivíduo acarretou em enfraquecimento democrático. Todavia, o próprio ato do consumo, em uma sociedade profundamente desigual, se configurava um ato político de “insubordinação” - conforme iremos aprofundar adiante. A inclusão financeira, especialmente via consumo, tornou-se um emblema nacional na era Lula. As pessoas de grupos de baixa renda des1 Ver, por exemplo, Singer, André. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 4 • ROSANA PINHEIRO-MACHADO E LUCIA MURY SCALCO frutaram pela primeira vez de várias oportunidades, incluindo ofertas de cartões de crédito, a possibilidade de comprar produtos manufaturados e/ ou eletrônicos em várias parcelas e o acesso ao sistema bancário de crédito. o fato de que os pobres estavam andando de avião pela primeira vez ou comprando um novo celular foram celebrados como evidências da redução da desigualdade promovida pelas reformas do Partido dos Trabalhadores no século XXI. Vale lembrar que o Brasil não apenas resistiu à crise econômica internacional de 2008, mas também atingiu seu pico de crescimento econômico (7,5%) em 2010, reduzindo os impostos para produtos manufaturados e incentivando o consumo interno. o Brasil deixou a condição de “país do futuro” e acessou o privilegiado status de um país emergente no sistema internacional2. Neste contexto, as novas mudanças no acesso ao ensino superior, tais como cotas raciais e empréstimos financeiros para grupos de baixa renda, bem como novos direitos trabalhistas para trabalhadores domésticos visavam fortalecer os grupos menos favorecidos por meio de um novo idioma de direitos, reconhecimento e ação afirmativa. Houve uma nova construção nacional relacionada às idéias de “acesso” e “emergência”. As classes emergentes inverteram os sentimentos de inferioridade e patriotismo pessimista em esperança positiva. A ‘classe C’ ou as chamadas ‘novas classes médias’ tornaram-se um fenômeno sociológico que foi sustentado por números impressionantes: entre 2003 e 2011, aproximadamente 40 milhões de pessoas se tornaram “classe média”. o que é importante notar para propósito deste ensaio é que o verbo “brilhar” foi amplamente empregado por acadêmicos e formuladores de políticas para descrever esse momento emergente marcado pela mobilidade social3 Esse momento nacional, que veio embrulhado de brilho e esperança, era marcado pela micropolítica do que nós chamamos de reivindicação ao “direito ao prazer”. Como também apontou a densa etnografia de Juliano Spyer4 em um vilarejo na Bahia, a emergência econômica se caracterizava por um processo subjetivo profundo - que é também político - em que a histórica invisibilidade e humildade dos “subalternos” se transmutava em orgulho e auto-estima tanto no nível individual, como de classe. Era o momento de as pessoas pobres “brilharem” pela primeira vez: “levantar a cabeça”, como dizia Marta (25 anos) nossa interlocutora de pesquisa, “trocar o elevador de serviço pelo social” (Beta, 19 anos), se 2 oliven, Ruben George; PInheiro-Machado, Rosana. “From “country of the future” to emergent country: Popular consumption in Brazil.” In Pertierra, Anna (ed). Consumer Culture in Latin America, Palgrave Macmillan, New York, 2012. 53-65. 3 Neri, M. C. (2008) ‘A nova classe média.’ Rio de Janeiro: FGV/Ibre, CPS: 16. 4 Spyer, J. (2017). Social Media in Emerging Brazil. London: UCL Press. CADERNOS IHU IDEIAS • 5 achar “uma negona gostosa e linda” (Karla, 37 anos) ou vestir uma “capa de super herói e dizer “eu to podendo” quando se usava um boné de marca (Betinho, 17 anos). Vale lembrar que o PBF, ao repassar o benefício para mulheres diretamente, também empoderou-as e não é à toa que grande parte dessa narrativa de “brilho” era ressaltada por mulheres. Desse modo, se a narrativa da pobreza é também construída sobre uma imagem da carência, da falta e de sujeitos “despossuídos”, é evidente que a posse de bens passa a ser um fenômeno fundamentalmente político no momento em que, como pontuou Kleinman5 (sobre as classes emergentes na China), quebra o monopólio do privilégio das elites da aquisição de símbolos de status. Até 2014 mais ou menos, grande parte das falas de nossos interlocutores, especialmente os mais jovens, ressaltava justamente um aspecto de provocação de classe e raça: “Não é porque eu sou pobre que eu não posso usar coisa boa” como nos disse a camelô Maria (24) ou “eles [os brancos] terão que me engolir essa negona aqui, empregada doméstica, usando esse óculos Ray-ban no ônibus. Azar dos racistas que acharem que meu óculos é falsificado” (Karla). A literatura de viés foucaultiano sobre subjetividade neoliberal estimulada pelo consumo, produtividade e competição, segundo Brown6 e Dardot e Laval7, provoca des-democratização e esvaziamento da ordem coletiva. Nossa pesquisa mostrou que isso, contudo, não implicava em despolitização, mas sim uma alteração na natureza política - agora contestatória, mais ambígua e vivida no plano individual. Logo, a inclusão financeira no mercado neoliberal, por ser um processo altamente contraditório, produzia seus efeitos políticos colaterais não esperados. o ápice dessa lógica desafiadora ocorria nos “rolezinhos” que os “bondes” (gangues juvenis) davam nos shopping centers na cidade. Nós acompanhamos alguns “rolês” dos jovens nos anos de 2011 e 2012 (os rolezinhos viraram um fenômeno nacional no final de 2013 e início de 2-14). Eram atos concomitantemente de lazer e políticos, no sentido que a diversão também era investida de uma necessidade de se “arrumar bem”, “comprar à vista” e “entrar no shopping de cabeça erguida” para ser aceito nesses espaços que os jovens sabiam que não eram feitos para eles. Como já analisado no clássico trabalho de Karl Polanyi, e atualizado no trabalho de zhang8 em contexto de países emergentes - a entrada de 5 Kleinman, A, et al. (2011). Deep China: The moral life of the person. Univ of California Press. 6 Brown, W. (2005). “Edgework.” Critical Essays on Knowledge and Politics. Princeton. 7 Dardot, T, and C. Laval. (2014). The new way of the world: On neoliberal society. London: Verso Books. 8 zhang. Li. (2012) In search of Paradise: Middle-class living in a Chinese metropolis. New York: Cornell University Press. 6 • ROSANA PINHEIRO-MACHADO E LUCIA MURY SCALCO sujeitos na economia de mercado produz um duplo-movimento já que também resulta na produção de sujeitos mais demandantes, conscientes ou exigentes. No caso de nosso interlocutores, a inclusão financeira se revelava um processo altamente ambíguo. De um lado, havia um mercado - e agora também um governo - dizendo que todos podiam consumir. De outro, permanecia uma sociedade que escancarava que “não”, atualizando os marcadores simbólicos da diferença. os meninos que nós acompanhávamos nos shoppings centers viviam essa tensão: o ato de consumir conspicuamente e ostentar marcas operava como um espelho de um mundo que - apesar de certas mudanças - mantinha-se profundamente segregado, violento, racista e desigual. Isso ocorria porque quanto mais eles usavam marcas para se afirmar, mais os olhos externos os classificavam como “pobres”, “favelados” ou “bandidos”. Nesse sentido, a política do consumo emergia justamente do desvelamento dessa contradição, do momento em que os jovens se davam conta dos limites da inclusão financeira. Assim, os rolezinhos, que se tornaram fenômeno nacional, sinalizavam afronta e reivindicação ao direito à circulação nos espaços urbanos, ao mesmo tempo em que simplesmente expressavam o desejo juvenil de se divertir em um shopping center. Em 2014, quando nós fomos convidadas para falar sobre o fenômeno no debate público, nosso posicionamento era justamente de sempre levantar essa dupla constituição (contestação e lazer) dos rolezinhos para evitar romantização. Todavia, apesar de os rolezinhos não terem se constituído uma ação coletiva organizada antissistêmica, anti-capitalista ou anti-racista, nós notávamos que havia uma semente de mobilização e insurgência naqueles eventos no momento em que os shoppings fecharam as portas para eles e a imprensa do Brasil todo começou a discutir racismo, discriminação de classe e apartheid à brasileira. os jovens que nós pesquisávamos sempre foram conscientes que seus corpos eram temidos e indesejáveis em diversos lugares da cidade, mas isso nunca havia ocorrido de forma tão escancarada. Essas negativas operava como “um soco na cara”, como disse Betinho. Desmoronava-se toda a construção de uma nação que, nos últimos anos, tinha passado a mensagem de que os mais pobres estavam dentro do sistema. As portas fechadas dos shoppings, contudo, era uma forma literal de dizer que isso não era verdade. Não se pode esperar que a violência a que esse jovens foram submetidos - no shoppings centers e além deles - não fosse voltar a assombrar. 2. Ódio, substantivo masculino Depois de 2014, nós retomamos o trabalho de campo no Morro no final de 2016. Era o momento pós-ocupações secundaristas e nós estáva- CADERNOS IHU IDEIAS • 7 mos intrigadas para entender se havia relação entre os rolezinhos e essa forma de mobilização emergente. Como nós pontuamos nos parágrafos anteriores, nós acreditávamos que os rolezinhos continham uma “semente de insurgência”, pois eram uma espécie de “rebelião primitiva” nos termos de Standing9, marcada pela ambiguidade e que, portanto, poderiam pender à esquerda ou direita dependendo da correlação de forças no contexto e das oportunidades políticas. As ocupações secundaristas - a virada anticapitalista da juventude - eram a prova cabal desse nosso argumento. ou não. Em nossa primeira visita a uma escola do Morro em 2016, foi revelador descobrir que os meninos que veneravam marcas e davam “rolês” em shopping centers ignoravam por completo - quando não desprezavam como “coisa de vagabundo” - as ocupações secundaristas. Além disso, parece que o pêndulo das “rebeliões primitivas” pesava para o lado do conservadorismo: aproximadamente um terço dos alunos secundaristas demonstravam profundo interesse na figura então pré-candidato a Presidência da República Jair Bolsonaro (do Partido Social Cristão), que tem defendido uma agenda conservadora de valores morais da tradição religiosa, bem como pautas punitivistas no combate à violência urbana e à corrupção. Já no ano de 2017, era raro conhecer um menino que não fosse admirador ou que não pensasse em votar no candidato, o qual se tornou um fenômeno, um símbolo totêmico de identificação juvenil masculina semelhante ao papel que a Nike ou Adidas, por exemplo, desempenhava em tempos de crescimento econômico e apologia governamental ao consumo. o que havia ocorrido entre 2014 e 2017 que provocara tamanha transformação na subjetividade juvenil masculina? o que fez com que jovens trocassem as marcas pela iconografia de um político? Em que medida a simbologia do “mito” (de Bolsomito, como é informalmente chamado) se diferenciava tanto de outros ícones juvenis? o crescimento do Brasil baseado, entre outras coisas no incentivo do consumo doméstico, se demonstrou insustentável no longo prazo. Em 2014, o País adentrou em uma das piores crises da história. Após dois anos de convulsões políticas e econômicas, o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e a consequente agenda de austeridade adotada por Michel Temer culminou em sensação de desamparo social. Não só as pessoas deixaram de consumir como outrora, como também deixaram de receber diversos benefícios do governo federal. Em Porto Alegre, isso se somou à administração municipal de Marchezan Junior (2016-2020), um 9 Standing, Guy. (2016). The precariat: The new dangerous class. London: Bloomsbury Publishing, 2016. 8 • ROSANA PINHEIRO-MACHADO E LUCIA MURY SCALCO prefeito alinhado com um amplo espectro das novas e velhas direitas conservadoras e liberais. É importante também mencionar que, nesse contexto, a cidade ainda passou a enfrentar a pior crise de segurança pública de sua história: defasagem e precariedade policial de um lado, e guerras entre facções do tráfico de drogas de outro lado. o resultado de todo esse processo é a deterioração da vida cotidiana do Morro, marcada pelo aprofundamento da defasagem de bens públicos, cortes de benefícios sociais, violência urbana. Todo a narrativa acerca da emergência social e do direito a brilhar se esfacelou bruscamente em um contexto de cores bastante opacas. Isso afetou, é claro, a capacidade de aspirar dos sujeitos de camadas populares. No meio de todo esse processo de liminaridade e crise social não foram os rolezeiros que transmutaram sua revolta na formação de novas subjetividades políticas contenciosas - como nós achávamos que poderia acontecer. Após as mobilizações das Jornadas de Junho de 2013, a crise se constituiu uma janela de oportunidades políticas a mobilização de muitos jovens secundaristas nos anos seguintes. Como mostra a pesquisa de Alegria10 e de Campos, Medeiros e Ribeiro11, uma das características das ocupações das escolas que se alastraram país afora, foi o protagonismo político das meninas adolescentes. Além das ocupações em si, o Brasil pós-2013 se caracteriza pela multiplicação de coletivos negros, LGBTs e feministas, marcados pela lógica autonomista da descentralização e horizontalidade. Nos últimos anos, nas escolas do Morro, houve uma explosão de meninas que se declaram feministas. Isso não é apenas inédito como chega a ser revolucionário no sentido de rompimento de estruturas sociais e modelos hegemônicos de masculinidade que se perpetuavam na zona urbana periférica. De forma eloquente, muitas meninas vêm falando e disputando narrativas políticas no ambiente de sala de aula e fora dele. Até poucos anos atrás, o papel das meninas adolescentes - chamadas de “vedetes” que iam atrás dos rolezeiros ou funkeiros que ostentavam mais marcas - sempre fora secundário nas gangues, bondes ou rolês juvenis. É evidente que essa transformação produziu uma reação. Nos debates que temos promovido nas escolas durante essa nova fase de nosso trabalho de campo desde dezembro de 2016, os meninos têm, se demonstrado mais retraídos no debate político em sala de aula, enquanto as meninas, com argumentos articulados e com a voz entonada, criticam manifestações que consideram machistas de Jair Bolsonaro, 10 Alegria, Paula. “Lute como uma mina”. Trabalho apresentado no Fazendo Gênero 11, Florianópolis, 2017. 11 CAMPOS, Antonia; MEDEIROS, Jonas; RIBEIRO, Márcio. Escola de Lutas. São Paulo, Ed. Veneta, 2016, 352p. ISBN: 978-85-63137-69-2 CADERNOS IHU IDEIAS • 9 por exemplo. Porém, quando nós realizamos grupo-focal só com meninos simpatizantes do candidato, eles se sentem à vontade para falar sobre suas razões de adesão ao “mito”. Uma dos fatores que nos parece decisivo para a formação de uma juventude bolsonarista é justamente essa perda de protagonismo social e a sensação de desestabilização da masculinidade hegemônica. Isso fica bastante evidente em nossas rodas de conversa mais descontraídas, quando os meninos recorrentemente chamam muitas meninas de “vagabundas” e “maconheiras”. Tal modo pejorativo não é nenhuma novidade na sociabilidade juvenil - a diferença é que agora muitas dessas meninas reivindicam um papel político e público de forma mais contundente. [Sobre as disputas de gênero entre meninas feministas e meninos bolsonaristas, leia “A Revolta das Vedetes”, artigo em que Pinheiro-Machado e Scalco desenvolvem mais o tema] Por outro lado, ainda que a questão de gênero seja decisiva, seria simplista o argumento de que a adesão bolsonarista seja pura e simplesmente uma reação à emergência das vozes feministas. Suas masculinidades são também desafiadas no dia-a-dia marcado pelo aprofundamento da crise de violência urbana de Porto Alegre. Todos os nossos interlocutores homens, adolescentes ou jovens adultos, ou sofreram tentativas ou já foram assaltados no transporte público na ida ou na volta da escola/trabalho. Marcelo (19), um dos adolescentes mais entusiasmados com a figura do Bolsonaro, narrou um assalto no qual teve uma arma apontada para a sua cabeça, implorou por sua vida e entregou o celular para o ladrão. Ele cedeu passivamente o único bem que detinha e que havia lhe custado meses de trabalho como aprendiz de padeiro - o que soava como profundamente injusto e revoltante. Mas além de entregar um objeto que adorava, Marcelo também se sentiu a uma situação de vulnerabilidade e humilhação. Por meio de histórias como essa, a figura de Bolsonaro vinha à tona nas conversas. Quando o assunto era segurança pública, os jovens falavam do candidato com afinco e com conhecimento de pautas e propostas. Eles demonstravam raiva contra um sistema penal e prisional que consideravam frouxo e que ninguém respeitaria: “as leis são fracas e ninguém respeita”, “bandido sabe que nada vai lhe acontecer” - essas são algumas das frases repetidas com frequência. Na mesma linha temática, o tema mais forte entre os simpatizantes homens de Bolsonaro do Morro, sejam eles jovens ou não, era a crença na liberalização do porte de armas. Esse é um tema que sempre despertava discussões calorosas entre aqueles que, de um lado, viam nas armas a possibilidade de se defender e, de 10 • ROSANA PINHEIRO-MACHADO E LUCIA MURY SCALCO outro, os poucos que acham que isso acarretaria em uma guerra civil que se somaria à violência policial cotidiana. Entre os que defendiam o armamento da população, havia a ideia de que não seria um simples processo de liberalização - os indivíduos teriam que passar por testes psicológicos, por exemplo - mas que o fato de se saber que a população pode se defender inibiria a ação dos assaltantes. Vale lembrar, contudo, que essa questão não pode ser encarada como uma novidade, já que a simbologia das armas tem sido um tema central nos estudos sobre ethos masculino e na construção da figura do “super macho” das periferias onde a lógica do tráfico impera12 . [Sobre a aparente contradição de meninos que sofrem violência policial e votam em Bolsonaro, leia este artigo, no qual Pinheiro-Machado e Scalco desenvolvem mais o tema] A figura militar de Bolsonaro também despertava profunda admiração. Nenhum adolescente entrevistado defendeu a volta a ditadura, mas achavam importante os valores de “pulso”, “ordem”, “disciplina”, “mão forte” e “autoridade” neste momento de crise nacional. Enquanto todos os meninos se colocaram contra a tortura e a censura, sendo inclusive críticos da ação policial nas comunidades, eles viam na imagem do militar uma forma de “último recurso”, isto é, figurativamente, um pedido de socorro de jovens que já foram tomados pelo desalento. Este é o caso de Rique (21), apelidado de “nem-nem: nem estuda nem trabalha”. Ele passa o dia entra a casa e a Igreja Universal que frequenta. Deus e Bolsonaro, para ele, são duas formas de salvação de uma vida indigna. Luis (19, estudante de cursinho popular), que já foi assaltado no Centro da cidade, entende que o Morro tem muitas regras positivas que vem de cima para baixo do tráfico, admira isso, pois se trata de uma região da cidade segura: “isso que o tráfico faz aqui, por exemplo, dizer isso é certo e isso é errado; é isso que Bolsonaro vai fazer no País”. o que é interessante perceber é que essa ética do apelo à ordem, que parece tão pouco transgressor para uma vivência juvenil, na verdade vem embrulhada em um pacote estético de memes, piadas e uma gramática de internet que consegue atingir os jovens. Muitos das acusações frequentes de Bolsonaro - como a de que ele teria sido misógino por declarar que no quinto filho ele fraquejou e veio uma mulher - é entendida como apenas uma brincadeira. Como também mostrou a pesquisa de 12 zaluar, A. (1993): ‘Mulher de bandido: crônica de uma cidade menos musical.’ Estudos feministas 1.1 135. Fonseca, C. (2000). Família, fofoca e honra: etnografia de relações de gênero e violência em grupos populares. Porto Alegre: Editora da Universidade CADERNOS IHU IDEIAS • 11 Solano13, Bolsonaro tem sido amplamente visto como um candidato “engraçado”, “muito inteligente”, mas também “honesto” e que tem coragem de “peitar a mídia” e “falar o que todo mundo pensa”. Além disso, é interessante observar como a ordem coabita com o desejo antissistêmico e transgressor juvenil, já que a ampla maioria dos jovens diziam que Bolsonaro era também “um voto de protesto contra tudo o que está aí”. Nós temos interlocutores de pesquisa de diversas idades (embora nosso foco sejam os adolescentes) e dos mais variados pertencimentos. Após realizar dezenas de rodas de conversas, informais ou semi-estruturadas, nós não conseguimos identificar um padrão ou um consenso de posições entre os adolescentes. Existem simpatizantes do Bolsonaro entre mulheres, meninos que pertencem a mundos completamente distintos, como o do Funk, do tráfico, da igreja ou da escola. Cada um desses grupos juvenis se apega a uma parte do repertório que, em comum, apenas passa pela figura de um homem que oferece uma solução radical à vida como ela é. Ademais, como a pesquisa de Bulgarelli14, sobre conservadorismo e movimento LGBT, já vem apontando, é possível concluir que o alinhamento das pautas da polarização ideológica acirrada nas redes sociais, não necessariamente se reflete na realidade empírica. Um exemplo disso foi quando os jovens bolsinaristas defenderam veementemente o acolhimento de refugiados africanos e haitianos contra duas pessoas que repudiavam Bolsonaro e achavam que imigrantes tiravam emprego dos brasileiros. [Sobre mulheres que votam em Bolsonaro, leia o artigo “Mulheres Pró-Bolsonaro”, de Pinheiro-Machado no qual ela explora algumas dessas questões em camadas mais abastadas] Nesse sentido, por estarmos fazendo campo em uma perspectiva longitudinal, o nosso achado mais importante é que esses jovens são muito mais flexíveis e abertos ao diálogo em profundidade do que se pode imaginar no senso comum midiático, que frequentemente recorre à categoria de “discurso do ódio”, a qual, em nosso entendimento tem apenas valor político, mas não acadêmico. Em todos os nossos debates, quando os meninos foram expostos a argumentos e debates mais longos, houve mudança de posicionamento. Além disso, era comum que eles dissessem algo como “sou fã do cara, mas tenho medo dele, pois ele é extremista” e, então, mencionavam que tinham medo de ditadura, de castração química 13 Solano, Esther. Crise da Democracia e Extremismo da Direita, Relatório da Fundação Friedrich Ebert Stiftung, 2018. 14 BULGARELLI, Lucas. Um impeachment, algumas tretas e vários textões - Notas sobre o Movimento LGBT brasileiro pós 2010. In: GREEN, James et al. (org.). A História do Movimento LGBT no Brasil. São Paulo, Alameda Editorial, 2018 12 • ROSANA PINHEIRO-MACHADO E LUCIA MURY SCALCO de estupradores e da própria personalidade “cabeça quente” do candidato. Nós também já nos deparamos com muitos meninos que em 2017 eram fãs do Bolsonaro e agora acham que ele não se sustenta em debates - uma espécie de modismo juvenil que vai perdendo a força. Essa flexibilidade de diálogo e posicionamento, contudo, não é encontrada facilmente entre os jovens que já deixaram a adolescência. Conforme eles vão entrando no mercado de trabalho precário - para trabalhar de motoboy, motorista de uber, garçom e camelô -, bem como vão se tornando muito cedo “pais de família”, o discurso bolsonarista se torna muito mais rígido, violento e embrutecido ao ponto de nos sentirmos profundamente incomodadas no trabalho de campo, com maior dificuldade de relativização. Acreditamos que as razões para essa disjunção geracional seja diversa, mas principalmente reside em dois aspectos. Primeiro, o processo de amadurecimento e de desalento que vai tomando parte da vida profissional desses jovens adultos. Segundo, os adolescentes pós “junho de 2013” são expostos a uma lógica mais democrática em relação à questões de gênero, raça e sexualidade, da mesma medida em que já são uma geração mais exposta ao debate político. Considerações Finais Sob o ponto de vista antropológico, procuramos situar os interlocutores de pesquisa como sujeitos cuja constituição do self é multifacetada e negociada conforme o contexto. Em tempos de crise política, isso nos ajuda a fugir da razão do senso comum polarizado que, comumente, parte do princípio que existe um campo homogêneo que, ao se identificar com Bolsonaro, é automaticamente fascista, de extrema direita, produz discurso do ódio e é avesso ao diálogo. Esse encapsulamento de identidades juvenis não é apenas reducionista sob o ponto de vista acadêmico, como também traz outras implicações negativas. Eticamente, a rotulação não deixa de ser uma forma de violência e uma irresponsabilidade, uma vez que muitas vezes estamos nos referindo a adolescentes em processo de formação política. Politicamente, acreditamos que se trata de um erro estratégico que perde a oportunidade não apenas de entender as razões do apelo conservador, mas também de dialogar e oferecer discursos alternativos. Se uma parte do self desses jovens nos mostra flexibilidade e adaptabilidade, é nisso que precisamos nos agarrar para uma aposta em uma sociedade democrática. o objetivo deste breve ensaio foi mostrar como os respectivos momentos de crescimento e crise econômica brasileira moldaram diferentemente a subjetividade política de indivíduos de baixa renda. o lulismo foi CADERNOS IHU IDEIAS • 13 uma período em que, nos termos de Appadurai, a capacidade de aspirar se alargava, já que agência do consumo reside justamente na possibilidade de abrir uma janela através da qual se imagina um mundo melhor. Parece-nos que, no caso estudado, o que se abriu foi uma brecha, mas uma brecha importante, é verdade, capaz de produzir orgulho e autoestima, especialmente entre os jovens que reivindicavam reconhecimento em um novo modelo de nação. Essa brecha de esperança também apontava para inclusão em uma economia de mercado que, assim como queria o dinheiro desses novos consumidores, também lhes fechava as portas inclusive literalmente como ocorreu no caso dos rolezinhos. A brecha se fechou e trouxe a concretude e a revolta de se viver num mundo estruturalmente desigual e violento. Esperança e ódio não são - e nunca foram - categorias excludentes, mas coabitam ganhando maior ou menor espaço conforme o contexto. Isso nos ajuda a compreender porque, no caso em questão, não se pode falar em uma “virada conservadora”. De um lado, poderia-se inferir que a adesão bolsonarista tem algumas de suas raízes no próprio modelo de desenvolvimento lulista focado na agência individual e no consumo - e não na mudança estrutural dos bens públicos atrelada a um processo de mobilização coletiva. Esse argumento é legítimo, porém incompleto, já que nosso esforço aqui também foi mostrar que mesmo políticas liberais tinham potência política, além de que o ideal da felicidade era algo finalmente avistado no horizonte das pessoas de baixa renda. De outro lado, também poderia-se inferir que o crescimento do “bolsomito” na nas periferias é fruto do golpe de 2016. Este também é um argumento legítimo e incompleto, uma vez que o lulismo foi incapaz de promover transformações estruturais. Logo, a agenda de austeridade de Michel Temer mais profunda do que inaugura uma vida de exclusão. Por isso, temos preferido pensar em um continuum histórico em que a violência estrutural - o racismo, a discriminação de classe, o patriarcado ancorado na figura do super macho - e a presença da igreja, do tráfico e da polícia sempre foram os modelos preponderantes, juntamente, é claro, com práticas cotidianas de resistência, criatividade, amor e reciprocidade. Publicações do Instituto Humanitas Unisinos Nº 48 – Mineração e o impulso à desigualdade: impactos ambientais e sociais Cadernos IHU em formação é uma publicação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU que reúne entrevistas e artigos sobre o mesmo tema, já divulgados na revista IHU On-Line e nos Cadernos IHU ideias. Desse modo, queremos facilitar a discussão na academia e fora dela, sobre temas considerados de fronteira, relacionados com a ética, o trabalho, a teologia pública, a filosofia, a política, a economia, a literatura, os movimentos sociais etc., que caracterizam o Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Nº 130 – Deslocamentos genealógicos da economia teológica segundo Agamben – Joel Decothé Junior A publicação dos Cadernos Teologia Pública, sob a responsabilidade do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, quer ser uma contribuição para a relevância pública da teologia na universidade e na sociedade. A Teologia Pública busca articular a reflexão teológica em diálogo com as ciências, as culturas e as religiões, de modo interdisciplinar e transdisciplinar. Procura-se, assim, a participação ativa nos debates que se desdobram na esfera pública da sociedade. os desafios da vida social, política, econômica e cultural da sociedade hoje, especialmente a exclusão socioeconômica de imensas camadas da população, constituem o horizonte da teologia pública. os Cadernos Teologia Pública se inscrevem nesta perspectiva. Nº 53 – Por Onde Navegam? Estudo sobre jovens e adolescentes do Ensino Médio de São Leopoldo e Novo Hamburgo – Hilário Dick, José Silon Ferreira & Luis Alexandre Cerveira os Cadernos IHU divulgam pesquisas produzidas por professores/pesquisadores e por alunos dos cursos de Pós-Graduação, bem como trabalhos de conclusão de acadêmicos dos cursos de Graduação. os artigos publicados abordam os temas ética, trabalho e teologia pública, que correspondem aos eixos do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Nº 268 – Contato e improvisação: O que pode querer dizer autonomia? – Alana Moraes de Souza os Cadernos IHU ideias apresentam artigos produzidos pelos convidados-palestrantes dos eventos promovidos pelo IHU. A diversidade dos temas, abrangendo as mais diferentes áreas do conhecimento, é um dado a ser destacado nesta publicação, além de seu caráter científico e de agradável leitura. CADERNOS IHU IDEIAS N. 01 A teoria da justiça de John Rawls – José Nedel N. 02 O feminismo ou os feminismos: Uma leitura das produções teóricas – Edla Eggert O Serviço Social junto ao Fórum de Mulheres em São Leopoldo – Clair Ribeiro Ziebell e Acadêmicas Anemarie Kirsch Deutrich e Magali Beatriz Strauss N. 03 O programa Linha Direta: a sociedade segundo a TV Globo – Sonia Montaño N. 04 Ernani M. Fiori – Uma Filosofia da Educação Popular – Luiz Gilberto Kronbauer N. 05 O ruído de guerra e o silêncio de Deus – Manfred Zeuch N. 06 BRASIL: Entre a Identidade Vazia e a Construção do Novo – Renato Janine Ribeiro N. 07 Mundos televisivos e sentidos identiários na TV – Suzana Kilpp N. 08 Simões Lopes Neto e a Invenção do Gaúcho – Márcia Lopes Duarte N. 09 Oligopólios midiáticos: a televisão contemporânea e as barreiras à entrada – Valério Cruz Brittos N. 10 Futebol, mídia e sociedade no Brasil: reflexões a partir de um jogo – Édison Luis Gastaldo N. 11 Os 100 anos de Theodor Adorno e a Filosofia depois de Auschwitz – Márcia Tiburi N. 12 A domesticação do exótico – Paula Caleffi N. 13 Pomeranas parceiras no caminho da roça: um jeito de fazer Igreja, Teologia e Educação Popular – Edla Eggert N. 14 Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros: a prática política no RS – Gunter Axt N. 15 Medicina social: um instrumento para denúncia – Stela Nazareth Meneghel N. 16 Mudanças de significado da tatuagem contemporânea – Débora Krischke Leitão N. 17 As sete mulheres e as negras sem rosto: ficção, história e trivialidade – Mário Maestri N. 18 Um itinenário do pensamento de Edgar Morin – Maria da Conceição de Almeida N. 19 Os donos do Poder, de Raymundo Faoro – Helga Iracema Ladgraf Piccolo N. 20 Sobre técnica e humanismo – Oswaldo Giacóia Junior N. 21 Construindo novos caminhos para a intervenção societária – Lucilda Selli N. 22 Física Quântica: da sua pré-história à discussão sobre o seu conteúdo essencial – Paulo Henrique Dionísio N. 23 Atualidade da filosofia moral de Kant, desde a perspectiva de sua crítica a um solipsismo prático – Valério Rohden N. 24 Imagens da exclusão no cinema nacional – Miriam Rossini N. 25 A estética discursiva da tevê e a (des)configuração da informação – Nísia Martins do Rosário N. 26 O discurso sobre o voluntariado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – Rosa Maria Serra Bavaresco N. 27 O modo de objetivação jornalística – Beatriz Alcaraz Marocco N. 28 A cidade afetada pela cultura digital – Paulo Edison Belo Reyes N. 29 Prevalência de violência de gênero perpetrada por companheiro: Estudo em um serviço de atenção primária à saúde – Porto Alegre, RS – José Fernando Dresch Kronbauer N. 30 Getúlio, romance ou biografia? – Juremir Machado da Silva N. 31 A crise e o êxodo da sociedade salarial – André Gorz N. 32 À meia luz: a emergência de uma Teologia Gay – Seus dilemas e possibilidades – André Sidnei Musskopf N. 33 O vampirismo no mundo contemporâneo: algumas considerações – Marcelo Pizarro Noronha N. 34 O mundo do trabalho em mutação: As reconfigurações e seus impactos – Marco Aurélio Santana N. 35 Adam Smith: filósofo e economista – Ana Maria Bianchi e Antonio Tiago Loureiro Araújo dos Santos N. 36 Igreja Universal do Reino de Deus no contexto do emergente mercado religioso brasileiro: uma análise antropológica – Airton Luiz Jungblut N. 37 As concepções teórico-analíticas e as proposições de política econômica de Keynes – Fernando Ferrari Filho N. 38 Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil Colonial – Luiz Mott N. 39 Malthus e Ricardo: duas visões de economia política e de capitalismo – Gentil Corazza N. 40 Corpo e Agenda na Revista Feminina – Adriana Braga N. 41 A (anti)filosofia de Karl Marx – Leda Maria Paulani N. 42 Veblen e o Comportamento Humano: uma avaliação após um século de “A Teoria da Classe Ociosa” – Leonardo Monteiro Monasterio N. 43 Futebol, Mídia e Sociabilidade. Uma experiência etnográfica – Édison Luis Gastaldo, Rodrigo Marques Leistner, Ronei Teodoro da Silva e Samuel McGinity N. 44 Genealogia da religião. Ensaio de leitura sistêmica de Marcel Gauchet. Aplicação à situação atual do mundo – Gérard Donnadieu N. 45 A realidade quântica como base da visão de Teilhard de Chardin e uma nova concepção da evolução biológica – Lothar Schäfer N. 46 “Esta terra tem dono”. Disputas de representação sobre o passado missioneiro no Rio Grande do Sul: a figura de Sepé Tiaraju – Ceres Karam Brum N. 47 O desenvolvimento econômico na visão de Joseph Schumpeter – Achyles Barcelos da Costa N. 48 Religião e elo social. O caso do cristianismo – Gérard Donnadieu N. 49 Copérnico e Kepler: como a terra saiu do centro do universo – Geraldo Monteiro Sigaud N. 50 Modernidade e pós-modernidade – luzes e sombras – Evilázio Teixeira N. 51 Violências: O olhar da saúde coletiva – Élida Azevedo Hennington e Stela Nazareth Meneghel N. 52 Ética e emoções morais – Thomas Kesselring Juízos ou emoções: de quem é a primazia na moral? – Adriano Naves de Brito N. 53 Computação Quântica. Desafios para o Século XXI – Fernando Haas N. 54 Atividade da sociedade civil relativa ao desarmamento na Europa e no Brasil – An Vranckx N. 55 Terra habitável: o grande desafio para a humanidade – Gilberto Dupas N. 56 O decrescimento como condição de uma sociedade convivial – Serge Latouche N. 57 A natureza da natureza: auto-organização e caos – Günter Küppers N. 58 Sociedade sustentável e desenvolvimento sustentável: limites e possibilidades – Hazel Henderson N. 59 Globalização – mas como? – Karen Gloy N. 60 A emergência da nova subjetividade operária: a sociabilidade invertida – Cesar Sanson N. 61 Incidente em Antares e a Trajetória de Ficção de Erico Veríssimo – Regina Zilberman N. 62 Três episódios de descoberta científica: da caricatura empirista a uma outra história – Fernando Lang da Silveira e Luiz O. Q. Peduzzi N. 63 Negações e Silenciamentos no discurso acerca da Juventude – Cátia Andressa da Silva N. 64 Getúlio e a Gira: a Umbanda em tempos de Estado Novo – Artur Cesar Isaia N. 65 Darcy Ribeiro e o O povo brasileiro: uma alegoria humanista tropical – Léa Freitas Perez N. 66 Adoecer: Morrer ou Viver? Reflexões sobre a cura e a não cura nas reduções jesuítico-guaranis (1609-1675) – Eliane Cristina Deckmann Fleck N. 67 Em busca da terceira margem: O olhar de Nelson Pereira dos Santos na obra de Guimarães Rosa – João Guilherme Barone N. 68 N. 69 N. 70 N. 71 N. 72 N. 73 N. 74 N. 75 N. 76 N. 77 N. 78 N. 79 N. 80 N. 81 N. 82 N. 83 N. 84 N. 85 N. 86 N. 87 N. 88 N. 89 N. 90 N. 91 N. 92 N. 93 N. 94 N. 95 N. 96 N. 97 N. 98 N. 99 N. 100 N. 101 N. 102 N. 103 N. 104 N. 105 Contingência nas ciências físicas – Fernando Haas A cosmologia de Newton – Ney Lemke Física Moderna e o paradoxo de Zenon – Fernando Haas O passado e o presente em Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade – Miriam de Souza Rossini Da religião e de juventude: modulações e articulações – Léa Freitas Perez Tradição e ruptura na obra de Guimarães Rosa – Eduardo F. Coutinho Raça, nação e classe na historiografia de Moysés Vellinho – Mário Maestri A Geologia Arqueológica na Unisinos – Carlos Henrique Nowatzki Campesinato negro no período pós-abolição: repensando Coronelismo, enxada e voto – Ana Maria Lugão Rios Progresso: como mito ou ideologia – Gilberto Dupas Michael Aglietta: da Teoria da Regulação à Violência da Moeda – Octavio A. C. Conceição Dante de Laytano e o negro no Rio Grande Do Sul – Moacyr Flores Do pré-urbano ao urbano: A cidade missioneira colonial e seu território – Arno Alvarez Kern Entre Canções e versos: alguns caminhos para a leitura e a produção de poemas na sala de aula – Gláucia de Souza Trabalhadores e política nos anos 1950: a ideia de “sindicalismo populista” em questão – Marco Aurélio Santana Dimensões normativas da Bioética – Alfredo Culleton e Vicente de Paulo Barretto A Ciência como instrumento de leitura para explicar as transformações da natureza – Attico Chassot Demanda por empresas responsáveis e Ética Concorrencial: desafios e uma proposta para a gestão da ação organizada do varejo – Patrícia Almeida Ashley Autonomia na pós-modernidade: um delírio? – Mario Fleig Gauchismo, tradição e Tradicionalismo – Maria Eunice Maciel A ética e a crise da modernidade: uma leitura a partir da obra de Henrique C. de Lima Vaz – Marcelo Perine Limites, possibilidades e contradições da formação humana na Universidade – Laurício Neumann Os índios e a História Colonial: lendo Cristina Pompa e Regina Almeida – Maria Cristina Bohn Martins Subjetividade moderna: possibilidades e limites para o cristianismo – Franklin Leopoldo e Silva Saberes populares produzidos numa escola de comunidade de catadores: um estudo na perspectiva da Etnomatemática – Daiane Martins Bocasanta A religião na sociedade dos indivíduos: transformações no campo religioso brasileiro – Carlos Alberto Steil Movimento sindical: desafios e perspectivas para os próximos anos – Cesar Sanson De volta para o futuro: os precursores da nanotecnociência – Peter A. Schulz Vianna Moog como intérprete do Brasil – Enildo de Moura Carvalho A paixão de Jacobina: uma leitura cinematográfica – Marinês Andrea Kunz Resiliência: um novo paradigma que desafia as religiões – Susana María Rocca Larrosa Sociabilidades contemporâneas: os jovens na lan house – Vanessa Andrade Pereira Autonomia do sujeito moral em Kant – Valerio Rohden As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria Monetária: parte 1 – Roberto Camps Moraes Uma leitura das inovações bio(nano)tecnológicas a partir da sociologia da ciência – Adriano Premebida ECODI – A criação de espaços de convivência digital virtual no contexto dos processos de ensino e aprendizagem em metaverso – Eliane Schlemmer As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria Monetária: parte 2 – Roberto Camps Moraes Futebol e identidade feminina: um estudo etnográfico sobre o núcleo de mulheres gremistas – Marcelo Pizarro Noronha N. 106 Justificação e prescrição produzidas pelas Ciências Humanas: Igualdade e Liberdade nos discursos educacionais contemporâneos – Paula Corrêa Henning N. 107 Da civilização do segredo à civilização da exibição: a família na vitrine – Maria Isabel Barros Bellini N. 108 Trabalho associado e ecologia: vislumbrando um ethos solidário, terno e democrático? – Telmo Adams N. 109 Transumanismo e nanotecnologia molecular – Celso Candido de Azambuja N. 110 Formação e trabalho em narrativas – Leandro R. Pinheiro N. 111 Autonomia e submissão: o sentido histórico da administração – Yeda Crusius no Rio Grande do Sul – Mário Maestri N. 112 A comunicação paulina e as práticas publicitárias: São Paulo e o contexto da publicidade e propaganda – Denis Gerson Simões N. 113 Isto não é uma janela: Flusser, Surrealismo e o jogo contra – Esp. Yentl Delanhesi N. 114 SBT: jogo, televisão e imaginário de azar brasileiro – Sonia Montaño N. 115 Educação cooperativa solidária: perspectivas e limites – Carlos Daniel Baioto N. 116 Humanizar o humano – Roberto Carlos Fávero N. 117 Quando o mito se torna verdade e a ciência, religião – Róber Freitas Bachinski N. 118 Colonizando e descolonizando mentes – Marcelo Dascal N. 119 A espiritualidade como fator de proteção na adolescência – Luciana F. Marques e Débora D. Dell’Aglio N. 120 A dimensão coletiva da liderança – Patrícia Martins Fagundes Cabral e Nedio Seminotti N. 121 Nanotecnologia: alguns aspectos éticos e teológicos – Eduardo R. Cruz N. 122 Direito das minorias e Direito à diferenciação – José Rogério Lopes N. 123 Os direitos humanos e as nanotecnologias: em busca de marcos regulatórios – Wilson Engelmann N. 124 Desejo e violência – Rosane de Abreu e Silva N. 125 As nanotecnologias no ensino – Solange Binotto Fagan N. 126 Câmara Cascudo: um historiador católico – Bruna Rafaela de Lima N. 127 O que o câncer faz com as pessoas? Reflexos na literatura universal: Leo Tolstoi – Thomas Mann – Alexander Soljenítsin – Philip Roth – Karl-Josef Kuschel N. 128 Dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à identidade genética – Ingo Wolfgang Sarlet e Selma Rodrigues Petterle N. 129 Aplicações de caos e complexidade em ciências da vida – Ivan Amaral Guerrini N. 130 Nanotecnologia e meio ambiente para uma sociedade sustentável – Paulo Roberto Martins N. 131 A philía como critério de inteligibilidade da mediação comunitária – Rosa Maria Zaia Borges Abrão N. 132 Linguagem, singularidade e atividade de trabalho – Marlene Teixeira e Éderson de Oliveira Cabral N. 133 A busca pela segurança jurídica na jurisdição e no processo sob a ótica da teoria dos sistemas sociais de Nicklass Luhmann – Leonardo Grison N. 134 Motores Biomoleculares – Ney Lemke e Luciano Hennemann N. 135 As redes e a construção de espaços sociais na digitalização – Ana Maria Oliveira Rosa N. 136 De Marx a Durkheim: Algumas apropriações teóricas para o estudo das religiões afro-brasileiras – Rodrigo Marques Leistner N. 137 Redes sociais e enfrentamento do sofrimento psíquico: sobre como as pessoas reconstroem suas vidas – Breno Augusto Souto Maior Fontes N. 138 As sociedades indígenas e a economia do dom: O caso dos guaranis – Maria Cristina Bohn Martins N. 139 Nanotecnologia e a criação de novos espaços e novas identidades – Marise Borba da Silva N. 140 Platão e os Guarani – Beatriz Helena Domingues N. 141 Direitos humanos na mídia brasileira – Diego Airoso da Motta N. 142 Jornalismo Infantil: Apropriações e Aprendizagens de Crianças na Recepção da Revista Recreio – Greyce Vargas N. 143 Derrida e o pensamento da desconstrução: o redimensionamento do sujeito – Paulo Cesar Duque-Estrada N. 144 Inclusão e Biopolítica – Maura Corcini Lopes, Kamila Lockmann, Morgana Domênica Hattge e Viviane Klaus N. 145 Os povos indígenas e a política de saúde mental no Brasil: composição simétrica de saberes para a construção do presente – Bianca Sordi Stock N. 146 Reflexões estruturais sobre o mecanismo de REDD – Camila Moreno N. 147 O animal como próximo: por uma antropologia dos movimentos de defesa dos direitos animais – Caetano Sordi N. 148 Avaliação econômica de impactos ambientais: o caso do aterro sanitário em Canoas-RS – Fernanda Schutz N. 149 Cidadania, autonomia e renda básica – Josué Pereira da Silva N. 150 Imagética e formações religiosas contemporâneas: entre a performance e a ética – José Rogério Lopes N. 151 As reformas político-econômicas pombalinas para a Amazônia: e a expulsão dos jesuítas do Grão-Pará e Maranhão – Luiz Fernando Medeiros Rodrigues N. 152 Entre a Revolução Mexicana e o Movimento de Chiapas: a tese da hegemonia burguesa no México ou “por que voltar ao México 100 anos depois” – Claudia Wasserman N. 153 Globalização e o pensamento econômico franciscano: Orientação do pensamento econômico franciscano e Caritas in Veritate – Stefano Zamagni N. 154 Ponto de cultura teko arandu: uma experiência de inclusão digital indígena na aldeia kaiowá e guarani Te’ýikue no município de Caarapó-MS – Neimar Machado de Sousa, Antonio Brand e José Francisco Sarmento N. 155 Civilizar a economia: o amor e o lucro após a crise econômica – Stefano Zamagni N. 156 Intermitências no cotidiano: a clínica como resistência inventiva – Mário Francis Petry Londero e Simone Mainieri Paulon N. 157 Democracia, liberdade positiva, desenvolvimento – Stefano Zamagni N. 158 “Passemos para a outra margem”: da homofobia ao respeito à diversidade – Omar Lucas Perrout Fortes de Sales N. 159 A ética católica e o espírito do capitalismo – Stefano Zamagni N. 160 O Slow Food e novos princípios para o mercado – Eriberto Nascente Silveira N. 161 O pensamento ético de Henri Bergson: sobre As duas fontes da moral e da religião – André Brayner de Farias N. 162 O modus operandi das políticas econômicas keynesianas – Fernando Ferrari Filho e Fábio Henrique Bittes Terra N. 163 Cultura popular tradicional: novas mediações e legitimações culturais de mestres populares paulistas – André Luiz da Silva N. 164 Será o decrescimento a boa nova de Ivan Illich? – Serge Latouche N. 165 Agostos! A “Crise da Legalidade”: vista da janela do Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre – Carla Simone Rodeghero N. 166 Convivialidade e decrescimento – Serge Latouche N. 167 O impacto da plantação extensiva de eucalipto nas culturas tradicionais: Estudo de caso de São Luis do Paraitinga – Marcelo Henrique Santos Toledo N. 168 O decrescimento e o sagrado – Serge Latouche N. 169 A busca de um ethos planetário – Leonardo Boff N. 170 O salto mortal de Louk Hulsman e a desinstitucionalização do ser: um convite ao abolicionismo – Marco Antonio de Abreu Scapini N. 171 Sub specie aeternitatis – O uso do conceito de tempo como estratégia pedagógica de religação dos saberes – Gerson Egas Severo N. 172 Theodor Adorno e a frieza burguesa em tempos de tecnologias digitais – Bruno Pucci N. 173 Técnicas de si nos textos de Michel Foucault: A influência do poder pastoral – João Roberto Barros II N. 174 Da mônada ao social: A intersubjetividade segundo Levinas – Marcelo Fabri N. 175 Um caminho de educação para a paz segundo Hobbes – Lucas Mateus Dalsotto e Everaldo Cescon N. 176 Da magnitude e ambivalência à necessária humanização da tecnociência segundo Hans Jonas – Jelson Roberto de Oliveira N. 177 Um caminho de educação para a paz segundo Locke – Odair Camati e Paulo César Nodari N. 178 Crime e sociedade estamental no Brasil: De como la ley es como la serpiente; solo pica a los descalzos – Lenio Luiz Streck N. 179 Um caminho de educação para a paz segundo Rousseau – Mateus Boldori e Paulo César Nodari N. 180 Limites e desafios para os direitos humanos no Brasil: entre o reconhecimento e a concretização – Afonso Maria das Chagas N. 181 Apátridas e refugiados: direitos humanos a partir da ética da alteridade – Gustavo Oliveira de Lima Pereira N. 182 Censo 2010 e religiões:reflexões a partir do novo mapa religioso brasileiro – José Rogério Lopes N. 183 A Europa e a ideia de uma economia civil – Stefano Zamagni N. 184 Para um discurso jurídico-penal libertário: a pena como dispositivo político (ou o direito penal como “discurso-limite”) – Augusto Jobim do Amaral N. 185 A identidade e a missão de uma universidade católica na atualidade – Stefano Zamagni N. 186 A hospitalidade frente ao processo de reassentamento solidário aos refugiados – Joseane Mariéle Schuck Pinto N. 187 Os arranjos colaborativos e complementares de ensino, pesquisa e extensão na educação superior brasileira e sua contribuição para um projeto de sociedade sustentável no Brasil – Marcelo F. de Aquino N. 188 Os riscos e as loucuras dos discursos da razão no campo da prevenção – Luis David Castiel N. 189 Produções tecnológicas e biomédicas e seus efeitos produtivos e prescritivos nas práticas sociais e de gênero – Marlene Tamanini N. 190 Ciência e justiça: Considerações em torno da apropriação da tecnologia de DNA pelo direito – Claudia Fonseca N. 191 #VEMpraRUA: Outono brasileiro? Leituras – Bruno Lima Rocha, Carlos Gadea, Giovanni Alves, Giuseppe Cocco, Luiz Werneck Vianna e Rudá Ricci N. 192 A ciência em ação de Bruno Latour – Leticia de Luna Freire N. 193 Laboratórios e Extrações: quando um problema técnico se torna uma questão sociotécnica – Rodrigo Ciconet Dornelles N. 194 A pessoa na era da biopolítica: autonomia, corpo e subjetividade – Heloisa Helena Barboza N. 195 Felicidade e Economia: uma retrospectiva histórica – Pedro Henrique de Morais Campetti e Tiago Wickstrom Alves N. 196 A colaboração de Jesuítas, Leigos e Leigas nas Universidades confiadas à Companhia de Jesus: o diálogo entre humanismo evangélico e humanismo tecnocientífico – Adolfo Nicolás N. 197 Brasil: verso e reverso constitucional – Fábio Konder Comparato N. 198 Sem-religião no Brasil: Dois estranhos sob o guarda-chuva – Jorge Claudio Ribeiro N. 199 Uma ideia de educação segundo Kant: uma possível contribuição para o século XXI – Felipe Bragagnolo e Paulo César Nodari N. 200 Aspectos do direito de resistir e a luta socialpor moradia urbana: a experiência da ocupação Raízes da Praia – Natalia Martinuzzi Castilho N. 201 Desafios éticos, filosóficos e políticos da biologia sintética – Jordi Maiso N. 202 Fim da Política, do Estado e da cidadania? – Roberto Romano N. 203 Constituição Federal e Direitos Sociais: avanços e recuos da cidadania – Maria da Glória Gohn N. 204 As origens históricas do racionalismo, segundo Feyerabend – Miguel Ângelo Flach N. 205 Compreensão histórica do regime empresarial-militar brasileiro – Fábio Konder Comparato N. 206 Sociedade tecnológica e a defesa do sujeito: Technological society and the defense of the individual – Karla Saraiva N. 207 Territórios da Paz: Territórios Produtivos? – Giuseppe Cocco N. 208 Justiça de Transição como Reconhecimento: limites e possibilidades do processo brasileiro – Roberta Camineiro Baggio N. 209 As possibilidades da Revolução em Ellul – Jorge Barrientos-Parra N. 210 A grande política em Nietzsche e a política que vem em Agamben – Márcia Rosane Junges N. 211 Foucault e a Universidade: Entre o governo dos outros e o governo de si mesmo – Sandra Caponi N. 212 Verdade e História: arqueologia de uma relação – José D’Assunção Barros N. 213 A Relevante Herança Social do Pe. Amstad SJ – José Odelso Schneider N. 214 Sobre o dispositivo. Foucault, Agamben, Deleuze – Sandro Chignola N. 215 Repensar os Direitos Humanos no Horizonte da Libertação – Alejandro Rosillo Martínez N. 216 A realidade complexa da tecnologia – Alberto Cupani N. 217 A Arte da Ciência e a Ciência da Arte: Uma abordagem a partir de Paul Feyerabend – Hans Georg Flickinger N. 218 O ser humano na idade da técnica – Humberto Galimberti N. 219 A Racionalidade Contextualizada em Feyerabend e suas Implicações Éticas: Um Paralelo com Alasdair MacIntyre – Halina Macedo Leal N. 220 O Marquês de Pombal e a Invenção do Brasil – José Eduardo Franco N. 221 Neurofuturos para sociedades de controle – Timothy Lenoir N. 222 O poder judiciário no Brasil – Fábio Konder Comparato N. 223 Os marcos e as ferramentas éticas das tecnologias de gestão – Jesús Conill Sancho N. 224 O restabelecimento da Companhia de Jesus no extremo sul do Brasil (1842-1867) – Luiz Fernando Medeiros Rodrigues N. 225 O grande desafio dos indígenas nos países andinos: seus direitos sobre os recursos naturais – Xavier Albó N. 226 Justiça e perdão – Xabier Etxeberria Mauleon N. 227 Paraguai: primeira vigilância massiva norte-americana e a descoberta do Arquivo do Terror (Operação Condor) – Martín Almada N. 228 A vida, o trabalho, a linguagem. Biopolítica e biocapitalismo – Sandro Chignola N. 229 Um olhar biopolítico sobre a bioética – Anna Quintanas Feixas N. 230 Biopoder e a constituição étnico-racial das populações: Racialismo, eugenia e a gestão biopolítica da mestiçagem no Brasil – Gustavo da Silva Kern N. 231 Bioética e biopolítica na perspectiva hermenêutica: uma ética do cuidado da vida – Jesús Conill Sancho N. 232 Migrantes por necessidade: o caso dos senegaleses no Norte do Rio Grande do Sul – Dirceu Benincá e Vânia Aguiar Pinheiro N. 233 Capitalismo biocognitivo e trabalho: desafios à saúde e segurança – Elsa Cristine Bevian N. 234 O capital no século XXI e sua aplicabilidade à realidade brasileira – Róber Iturriet Avila & João Batista Santos Conceição N. 235 Biopolítica, raça e nação no Brasil (1870-1945) – Mozart Linhares da Silva N. 236 Economias Biopolíticas da Dívida – Michael A. Peters N. 237 Paul Feyerabend e Contra o Método: Quarenta Anos do Início de uma Provocação – Halina Macedo Leal N. 238 O trabalho nos frigoríficos: escravidão local e global? – Leandro Inácio Walter N. 239 Brasil: A dialética da dissimulação – Fábio Konder Comparato N. 240 O irrepresentável – Homero Santiago N. 241 O poder pastoral, as artes de governo e o estado moderno – Castor Bartolomé Ruiz N. 242 Uma crise de sentido, ou seja, de direção – Stefano Zamagni N. 243 Diagnóstico Socioterritorial entre o chão e a gestão – Dirce Koga N. 244 A função-educador na perspectiva da biopolítica e da governamentalidade neoliberal – Alexandre Filordi de Carvalho N. 245 Esquecer o neoliberalismo: aceleracionismo como terceiro espírito do capitalismo – Moysés da Fontoura Pinto Neto N. 246 O conceito de subsunção do trabalho ao capital: rumo à subsunção da vida no capitalismo biocognitivo – Andrea Fumagalli N. 247 Educação, indivíduo e biopolítica: A crise do governamento – Dora Lilia Marín-Díaz N. 248 Reinvenção do espaço público e político: o individualismo atual e a possibilidade de uma democracia – Roberto Romano N. 249 Jesuítas em campo: a Companhia de Jesus e a questão agrária no tempo do CLACIAS (1966-1980) – Iraneidson Santos Costa N. 250 A Liberdade Vigiada: Sobre Privacidade, Anonimato e Vigilantismo com a Internet – Pedro Antonio Dourado de Rezende N. 251 Políticas Públicas, Capitalismo Contemporâneo e os horizontes de uma Democracia Estrangeira – Francini Lube Guizardi N. 252 A Justiça, Verdade e Memória: Comissão Estadual da Verdade – Carlos Frederico Guazzelli N. 253 Reflexões sobre os espaços urbanos contemporâneos: quais as nossas cidades? – Vinícius Nicastro Honesko N. 254 Ubuntu como ética africana, humanista e inclusiva – Jean-Bosco Kakozi Kashindi N. 255 Mobilização e ocupações dos espaços físicos e virtuais: possibilidades e limites da reinvenção da política nas metrópoles – Marcelo Castañeda N. 256 Indicadores de Bem-Estar Humano para Povos Tradicionais: O caso de uma comunidade indígena na fronteira da Amazônia Brasileira – Luiz Felipe Barbosa Lacerda e Luis Eduardo Acosta Muñoz N. 257 Cerrado. O laboratório antropológico ameaçado pela desterritorialização – Altair Sales Barbosa N. 258 O impensado como potência e a desativação das máquinas de poder – Rodrigo Karmy Bolton N. 259 Identidade de Esquerda ou Pragmatismo Radical? – Moysés Pinto Neto N. 260 Itinerários versados: redes e identizações nas periferias de Porto Alegre? – Leandro Rogério Pinheiro N. 261 Fugindo para a frente: limites da reinvenção da política no Brasil contemporâneo – Henrique Costa N. 262 As sociabilidades virtuais glocalizadas na metrópole: experiências do ativismo cibernético do grupo Direitos Urbanos no Recife – Breno Augusto Souto Maior Fontes e Davi Barboza Cavalcanti N. 263 Seis hipóteses para ler a conjuntura brasileira – Sauro Bellezza N. 264 Saúde e igualdade: a relevância do Sistema Único de Saúde (SUS) – Stela N. Meneghel N. 265 Economia política aristotélica: cuidando da casa, cuidando do comum – Armando de Melo Lisboa N. 266 Contribuições da teoria biopolítica para a reflexão sobre os direitos humanos – Aline Albuquerque N. 267 O que resta da ditadura? Estado democrático de direito e exceção no Brasil – Giuseppe Tosi N. 268 Contato e improvisação: O que pode querer dizer autonomia? – Alana Moraes de Souza N. 269 A perversão da política moderna: a apropriação de conceitos teológicos pela máquina governamental do Ocidente – Osiel Lourenço de Carvalho N. 270 O campo de concentração: Um marco para a (bio) política moderna – Viviane Zarembski Braga N. 271 O que caminhar ensina sobre o bem-viver? Thoreau e o apelo da natureza – Flavio Williges N. 272 Interfaces da morte no imaginário da cultura popular mexicana – Rafael Lopez Villasenor N. 273 Poder, persuasão e novos domínios da(s) identidade(s) diante do(s) fundamentalismo(s) religioso(s) na contemporaneidade brasileira – Celso Gabatz N. 274 Tarefa da esquerda permanece a mesma: barrar o caráter predatório automático do capitalismo – Acauam Oliveira N. 275 Tendências econômicas do mundo contemporâneo – Alessandra Smerilli N. 276 Uma crítica filosófica à teoria da Sociedade do Espetáculo em Guy Debord – Atilio Machado Peppe N. 277 O Modelo atual de Capitalismo e suas formas de Captura da Subjetividade e de Exploração Social – José Roque Junges Rosana Pinheiro-Machado. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e doutora em Antropologia Social pela mesma universidade. Foi professora de Desenvolvimento Internacional na Universidade de oxford de 2013 a 2016; atualmente é professora visitante da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM no PPG de Ciências Sociais e coordenadora e cofundadora da Escola de Governo Comum. Algumas publicações da autora PINHEIRo-MACHADo, R. Rethinking the informal and criminal economy from a global commodity chain perspective: China-Paraguay-Brazil. GLoBAL NETWoRKS-A JOURNAL OF TRANSNATIONAL AFFAIRS, p. 01-27, 2018. Outras contribuições PINHEIRo-MACHADo, R. Do lulismo ao bolsonarismo. Entrevista publicada por IHU on -Line, em 16 de agosto de 2018. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/ entrevistas/581843 ______. “Esfaqueou, querem que eu faça o quê? ” Atentado a bolsonaro é o ápice insano da polarização. Artigo publicado por IHU on-Line, em 10 de setembro de 2018. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/582575 ______ Esquerda e direita disputam regime de verdade. Entrevista especial publicada por IHU on-Line, em 06 de novembro de 2017. Disponível em: http://www.ihu.unisinos. br/159-noticias/entrevistas/573311 ______. “Qualquer explicação ainda é superficial”. Entrevista publicada por IHU on-Line, em 13 de junho de 2014. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/170-noticias/ noticias-2014/532178 Lucia Mury Scalco. Graduada em Sociologia pela PUCRS, pós-graduada em Comunicação e Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (1999) mestra e doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Atualmente é coordenadora do GT Família Geração e Gênero do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo - CEGoV e pesquisadora da UFRGS. Algumas publicações da autora FoNSECA, C. L. ; MURY, L. ; CASTRo, H. C. . Etnografia de uma política pública: controle social pela mobilização popular. Horizontes Antropológicos (online), v. 50, p. 271-303, 2018. MURY, L.; RIBEIRo, M. . Tecnologias que afetam: os usos cotidianos de artefatos eletrônicos em uma perspectiva etnográfica. ANTRoPoLíTICA: REVISTA CONTEMPORÂNEA DE ANTROPOLOGIA, v. n. 42, p. 66-91, 2017. Outras contribuições ______. “ Eu não sou o jovem pobre, favelado, sem perspectiva. Eu tô podendo”. Entrevista especial publicada por IHU on-Line, em 24 de janeiro de 2014. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/527574