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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara: inspiração para
intervenções psicoeducacionais positivas
The pre-cloak/pre-mask phase of comic superheroes: inspiration for
psychoeducational interventions
La fase pre-capa/pre-máscara de los súper-héroes del cómic:
inspiración para intervenciones psicoeducativas
Gelson Vanderlei Weschenfelder
2
Maria Angela Mattar Yunes
3
Chris Fradkin
1
Resumo
Enredos com super-heróis das histórias em quadrinhos são geralmente focados no poder, força,
coragem e resiliência, temas inspiradores para áreas das Ciências Sociais. A fase intitulada précapa/pré-máscara da vida dos super-heróis é tema cuja literatura científica é escassa. Entretanto,
estudos recentes indicam que a maioria dos personagens fictícios viveu situações de risco antes da
fase de superempoderamento e reforçam o potencial da fase pré-capa como ferramenta em
intervenções psicoeducacionais positivas. O foco deste artigo foi investigar intervenções que utilizam
super-heróis em suas concepções. Para tanto, foi realizado um mapeamento exploratório de ações
nacionais e internacionais, sendo selecionadas para análise apenas as divulgadas em website ou
fanpage. Resultados indicaram que a maioria das intervenções (70%) é da área da saúde e ocorre
eventual ou esporadicamente. A totalidade usa o super-herói em fase de pós-empoderamento.
Conclui-se que os recursos do estágio pré-capa/pré-máscara são subutilizados tanto por profissionais
de ambientes clínicos como pedagógicos.
Palavras-chave: Crianças. Empoderamento. Resiliência. Super-heróis.
Abstract
Superhero comic book histories are generally focused on power, strength, courage and resilience,
inspiring themes for Social Science´s investigations. The pre-cloak/ pre-mask phase of the
superheroes´ lives is a theme whose scientific literature is scarce. However, recent studies indicate
that most of these fictional characters lived in adverse situations prior to being super empowered and
reinforce the potential of the pre-cloak superhero as a tool for positive psychoeducational
interventions. The focus of this article was to investigate interventions that use superheroes in their
conceptions. For that, an exploratory mapping of national and international actions was carried out,
being selected for analysis only the ones exposed by websites or fanpages. Results indicated that most
interventions (70%) are in the Health area and occur eventually or sporadically. All of them use the
1
Programa de Pós-Graduação em Educação (Universidade La Salle).
2
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), Niterói,
Rio de Janeiro.
3
University of California, Merced.
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
superhero in their super empowered phase. In conclusion, this research shows that pre-cloak/pre-mask
superhero life is underestimated by both clinical and educational professionals.
Keywords: Children. Empowerment. Resilience. Superheroes.
Resumen
Enredados con súper-héroes de los cómics, generalmente se enfocan en el poder, fuerza, el coraje y la
resiliencia, temas inspiradores para las áreas de las Ciencias Sociales. La fase titulada pre-capa/premáscara de la vida de los súper-héroes es tema cuya literatura científica es escasa. Sin embargo,
estudios recientes indican que la mayoría de los personajes ficticios han vivido situaciones de riesgo
antes de la fase de súper-empoderamiento y refuerzan el potencial de la fase pre-empoderada como
herramienta en intervenciones psicoeducativas positivas. El foco de este artículo fue investigar
intervenciones que utilizan súper-héroes en sus concepciones. Para ello, se realizó un mapeamiento
exploratorio de acciones nacionales e internacionales, siendo seleccionadas para análisis sólo las
divulgadas en sitio web o fanpage. Los resultados indicaron que la mayoría de las intervenciones
(70%) son del área de la salud y ocurre eventual o esporádicamente. La totalidad utiliza al súper-héroe
en fase de pos-empoderamiento. Se concluye que los recursos de la etapa pre-capa/pre-máscara son
infrautilizados tanto por profesionales de ambientes clínicos como pedagógicos.
Palabras clave: Niños. Empoderamiento. Resiliencia. Súper-héroes.
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
Introdução
Definições
de
“intervenções
psicoeducacionais positivas” aparecem de
forma controversa entre pesquisadores de
diferentes áreas do conhecimento. A
expressão é oriunda de investigações dos
cientistas adeptos da Psicologia Positiva,
movimento que vem se consolidando há
mais de uma década na voz do Professor
Martin Seligman e seus colaboradores
(Seligman, Steen, Park & Peterson, 2005).
Promover o campo da Psicologia Positiva
significa rever abordagens e concepções da
Psicologia tradicional para compreender
cientificamente os aspectos potencialmente
saudáveis dos seres humanos. A crença
fundamental da Psicologia Positiva é que
“as pessoas almejam vidas plenas de
sentido, e querem cultivar tudo de melhor
que existe dentro delas para maximizar as
experiências de amor, trabalho e lazer”
Tal
(http://www.ppc.sas.upenn.edu/).
afirmação, encontrada no site oficial de
Psicologia Positiva da Universidade da
Pensilvânia, contrasta com os aportes da
Psicologia
tradicional,
focada
na
investigação e compreensão de sintomas e
de psicopatologias. Entretanto, com tais
argumentos não se quer dizer que a
Psicologia deva ignorar as doenças
psíquicas e seus desdobramentos, mas que
seja possível construir novas perspectivas
que estudem tanto o sofrimento quanto a
felicidade, bem como as interações entre
essas duas dimensões humanas (Seligman
et al., 2005). No que se refere às
intervenções positivas, os autores enfocam
que a meta principal é ajudar as pessoas a
buscarem felicidade e aliviar sintomas de
depressão (Seligman et al., 2005). Além
disso, significa atuar em nível de
prevenção, ou seja, intervir antes que as
patologias apareçam, quando o indivíduo,
grupo, comunidade ainda estão sãos. Tais
intervenções somente tornam-se possíveis
a partir de uma visão mais otimista dos
seres humanos, o que é um grande desafio
num mundo atual midiático que sobrevive
do “consumo” de manchetes e reportagens
que vendem o lado perverso e maldoso de
alguns seres (des)humanos. Portanto, neste
artigo, define-se como intervenções
positivas aquelas que visam a promover
aprendizagens transformadoras e geradoras
de resiliência a partir de exemplos
inspiradores e interações de bons tratos.
Discutir-se-ão as possibilidades de
desenvolver
intervenções
psicoeducacionais positivas a partir dos
enredos das histórias dos super-heróis em
quadrinhos, cujos recursos serão focados
na fase de pré-empoderamento intitulada
pré-capa/pré-máscara das vidas dos superheróis (Fradkin, Weschenfelder, & Yunes,
2016).
A
expressão
“pré-capa/prémáscara” foi criada por nós, autores deste
trabalho, para fazer referência a um
determinado período da vida do
personagem ficcional super-heroico que
antecede a aquisição de poderes (Fradkin,
Weschenfelder, & Yunes, 2016). Nessa
fase, a maioria dos personagens, assim
como todos os indivíduos na vida real,
apresenta
momentos
difíceis
de
desenvolvimento na sua vida ficcional,
durante os quais eles ainda não
desempenham
funções
heroicas
(Weschenfelder, Fradkin, & Yunes, 2017).
Sabe-se que o uso de super-heróis
como fonte de inspiração em ambientes
educativos, tais como a sala de aula, divide
opiniões de pesquisadores. Há os que
alegam a importância da imaginação e
fantasia
das
histórias
para
o
desenvolvimento cognitivo, social e
emocional na infância e os que acentuam o
lado perverso do super-herói como aquele
que incita preconceitos e práticas de
violência (Fradkin, Weschenfelder, &
Yunes, 2017). O objetivo principal desta
pesquisa foi investigar intervenções que
utilizam
super-heróis
em
suas
concepções.Para tanto, um mapeamento
exploratório das ações foi realizado para
obter-se um panorama no Brasil e em
outras partes do mundo. Buscou-se
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
encontrar indicadores da área, local de
aplicação, uso do momento da fase de
empoderamento dos super-heróis e a
constância
e
sustentabilidade
das
intervenções.
Intervenções com super-heróis em
ambientes educativos e clínicos
Poucos profissionais da Educação
infantil acreditam que os personagens de
superaventura podem ser usados como
recurso pedagógico de motivação e
inspiração no desenvolvimento de crianças
(Weschenfelder, 2017). Ao tratar desse
tema em um artigo recente, os
pesquisadores do assunto, Fradkin,
Weschenfelder
e
Yunes
(2017),
destacaram o trabalho de Harris (2016).
Esses autores ressaltaram a eficácia de
uma das estratégias usadas pela educadora
americana em seu trabalho no contexto de
sala de aula, qual seja, possibilitar que as
crianças vistam os trajes, as capas e as
máscaras
dos
personagens
das
superaventuras. Com essa simples
movimentação do mundo simbólico
infantojuvenil, algumas crianças revelaram
sentir-se especialmente empoderadas,
seguras, confiantes e com a coragem e o
olhar esperançoso de um super-herói
(Harris, 2016). O estudo de Harris sugere
ainda que o trabalho escolar com os
sentimentos de compaixão e preocupação
solidária, sublinhados em várias histórias
de super-heróis, podem ser ferramentas a
serem usadas por profissionais da
Educação para prever e conter iniciativas
de bullying. Isso está em consonância com
os argumentos de Weschenfelder (2014)
de que os super-heróis são modelos de
valores de ética e educação moral.
Ainda, no que se refere ao uso de
super-heróis em contextos terapêuticos da
área da Saúde, Fradkin et al. (2017)
citaram o exemplo bem-sucedido dos
casos conduzidos pelo terapeuta Cory A.
Nelson com sua técnica intitulada What
would Superman Do? (WWSD). Trata-se
de uma estratégia para situações
específicas que podem motivar uma
criança que tenha previamente apreciação
pelos personagens de HQs (Nelson, 2007).
As crianças usam a técnica WWSD como
recurso reflexivo em situações sociais que
envolvem suas famílias e amigos com
resultados positivos notórios na vida e na
convivência interpessoal.
Já em relação ao uso dos superheróis por profissionais da área da Saúde,
a psicóloga Janina Scarlet (2016) elaborou
um programa do tipo “autoajuda” para
adolescentes e adultos jovens para ser
utilizado
como
um
recurso
psicoterapêutico. O programa é destinado
a leitores com quadros de ansiedade ou
que sofram de estresse pós-traumático
(Fradkin, 2017). Em uma resenha sobre o
livro recém-lançado da autora, Fradkin
(2017)
apresenta
uma
explanação
descritiva acerca do programa intitulado
“Terapia dos super-heróis”. Fradkin (2017)
discorre sobre os capítulos do livro de
Scarlet que alinhavam um processo
terapêutico que pode levar o leitor a lidar
com seus próprios conflitos internos e
angústias. O programa tem por base os
princípios da terapia de aceitação e
compromisso (ACT, Acceptance and
Commitment Therapy). Entretanto, ainda
não há estudos sobre as evidências de que
esse programa tenha gerado resultados
positivos sobre seus praticantes ou leitores.
Entretanto,
nenhuma
das
intervenções mencionadas anteriormente,
seja no campo da Educação, seja no da
Saúde, refere utilizar o recurso précapa/pré-máscara dos super-heróis como
eliciador de processos de transformação de
seus participantes e de contextos pelos
quais eles circulam. A seguir, apresentarse-á, um panorama das intervenções que
usam um ou mais super-heróis como tema
norteador de encontros de programas de
intervenção mapeados a partir de um
levantamento exploratório realizado por
pesquisa online no Brasil, no continente
sul-americano e em outros continentes.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
Panorama nacional e internacional de
intervenções com super-heróis
Para a construção deste artigo, um
estudo
exploratório
realizou
um
mapeamento de intervenções que usam
super-heróis das histórias em quadrinhos
como fonte de inspiração de suas ações. A
busca inicial dessas informações foi
realizada por meio de pesquisas online em:
a) portais de periódicos eletrônicos
(SciELO, Research Gate, Capes). Foram
usadas as seguintes palavras e descritores:
super-herói e Educação; super-heróis e
saúde; intervenções e super-heróis; superherói em hospitais; b) sites de notícias
sobre o universo das histórias em
quadrinhos – Estes existem em grande
número e foram consultados os mais
populares, tais como: Papo de Quadrinho;
Quadrinhos na Sarjeta; Universohq; Judão;
Impulso HQ; Melhores do Mundo; Pipoca
e Nanquim; Good Comics; Comic Book
Resources; Newsarama; e, c) consulta a
nove pesquisadores identificados como
líderes de grupos de pesquisa que estudam
resiliência e temas afins no continente
americano e europeu. Esses últimos foram
considerados
experts
por
serem
conhecidos dos autores por suas
publicações
no
assunto
e
suas
contribuições
em
congressos
e
conferências. O contato com eles ocorreu
por e-mail e todos responderam de forma
receptiva. Porém, apenas um deles sabia
algo acerca do assunto e indicou um
colega que sugeriu uma das intervenções
que foi listada neste trabalho. Outro expert
e pesquisador do assunto também indicou
uma ação, mas esta era realizada com
personagens dos contos de fadas e foi
excluída da listagem a ser analisada por
não tratar de super-heróis.
Resultados
A partir das informações coletadas
em âmbito nacional e internacional, as
intervenções foram detalhadas e analisadas
a partir de seu conteúdo temático,
periodicidade e o elemento crucial para a
elaboração das reflexões deste texto: a fase
de empoderamento usada no planejamento
e execução das intervenções. Portanto, a
partir dos achados obtidos pelo
mapeamento inicial, foi usado um outro
critério de busca de intervenções: foram
selecionadas apenas aquelas que tivessem
um website/fanpage. Com isso, foi gerada
uma tabela com as intervenções que
utilizam super-heróis com qualquer
periodicidade. Assim, foram relacionadas
no total 10 intervenções com sede em
diferentes locais: Brasil, EUA, Continentes
Africano e Europeu. Deve-se ressaltar que
as intervenções que não têm publicidade
virtual não puderam ser registradas,
estudadas e incluídas na análise. Se
iniciativas ocorrem em diferentes locais,
cidades, países e são divulgadas por outros
meios
midiáticos,
elas
são
não
identificáveis e/ou padronizadas, Portanto,
não fizeram parte deste levantamento.
Inicialmente foram mapeadas 118
intervenções que usam quadrinhos de
super-heróis como temática de suas ações
no Brasil e em outros países. A primeira
característica identificada como elemento
de distinção entre as ações foi a
periodicidade ou a (ir)regularidade do
intervalo de tempo das atividades
realizadas para elucidar a compreensão do
levantamento, sendo definidas as seguintes
categorias de tempo: a) intervenções
permanentes – aquelas que têm fluxo
contínuo
com
demonstrações
de
constância nas suas ações; b) intervenções
esporádicas – aquelas que ocorrem em
intervalos de tempo determinados e
previsíveis, por exemplo, a cada seis
meses, a cada ano etc.; c) intervenções
eventuais – aquelas que ocorrem num
único evento ou situação e /ou podem
ocorrer novamente sem qualquer previsão.
A grande maioria das intervenções
mapeadas, cerca de 92,31%, ocorre de
forma eventual e, destas, 72% ocorreram
apenas uma única vez. Assim sendo, estas
não fizeram parte da Tabela 1, que
apresenta a síntese do mapeamento de
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
intervenções que usam super-heróis com
periodicidade categorizada pelos critérios
anteriormente
descritos
e
definidos.
Tabela 1. Mapeamento de intervenções com periodicidade previsível que usam super-heróis como mecanismos
de transformações em suas ações pelo mundo.
Fase de
Título da
vida dos
Início
Público-alvo
Área
Duração
Local
intervenção
superheróis
Superfórmula
2013
Crianças da
Saúde
Permanente
São Paulo –
PósOncologia
Brasil
Capa/PósPediátrica do
Máscara
Hospital AC.
Camargo
SuperYou Fundations
2013
Rwandan Orphan
Project
2014
Terapias com superheróis
2010
Children’s Institute
for Learning and
Development
(CHILD)
Capitão América dos
Pampas
S/A
Estudantes
(crianças e
adolescentes)
100 crianças
vulneráveis de
todo Ruanda
Pacientes
infantis em
consultórios
terapêuticos
Crianças de
idade préescolar
Educação
Permanente
NYC – USA
Unesco
PósCapa/PósMáscara
Saúde
Comunitária
Eventual
Kigali –
Ruanda
PósCapa/PósMáscara
Saúde
Eventual
USA/Canadá
PósCapa/PósMáscara
Educação
Esporádica
Renton, WAUSA
PósCapa/PósMáscara
PósCapa/PósMáscara
2012
Crianças de
idade préescolar e séries
inicias do
Ensino
Fundamental e
Hospitais
Saúde
escolar
Esporádica
Região
metropolitana
de Porto Alegre
– Brasil
Batman do Brasil
2011
Crianças
hospitalizadas
Saúde
Esporádica
Santa Catarina
– Brasil
Heróis do Bem
2012
Saúde
Esporádica
São Paulo e
demais regiões
do Sul e
Sudeste –
Brasil
Europa
PósCapa/PósMáscara
São Paulo –
Brasil
PósCapa/PósMáscara
Crianças com
problemas de
saúde
Comix4Equality –
Quadrinhos para a
igualdade
2012
Migrantes e
imigrantes
Direito
Social
Permanente
Heróis da alegria
2014
Crianças e
adultos
hospitalizados
Saúde
Esporádica
PósCapa/PósMáscara
Fonte: Elaborada pelos autores.
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
De acordo com a Tabela 1, as
intervenções com super-heróis mapeadas
nesta pesquisa iniciaram-se a partir do ano
de 2010. Poder-se-ia argumentar que isso
coincide com o auge dos grandes
investimentos
das
adaptações
dos
quadrinhos para o cinema. Segundo Irwin
(2005), o super-herói é o grande símbolo
da
cultura
pop
da
atualidade,
principalmente no início do século XXI,
quando esses personagens saem dos
quadrinhos e invadem as salas de cinemas
com
grandiosas
adaptações
cinematográficas e sucesso nas bilheterias
de todo o mundo. Em meados dos anos
2000, um jornal de grande circulação em
solo norte-americano afirma que “este
mundo é dos quadrinhos” (Irwin, 2005, p.
9). Essa referência global não é exagerada,
já que personagens como Super-Homem,
Batman, Homem-Aranha, entre outros, são
reconhecidos internacionalmente e por
culturas distintas.
Um multiverso de produções foi
criado a partir dos quadrinhos de superheróis desde seu surgimento no fim de
1930: programas de rádio, séries
televisivas, animações, livros, cinema etc.
É possível visualizar em qualquer parte do
planeta que há um sem número de pessoas
usando camisetas com um símbolo de
super-heróis estampada no peito. As
convenções de quadrinhos, que antes
recebiam apenas centenas de fãs, hoje
quebram recordes de públicos. Essas
convenções eram somente realizadas em
espaços norte-americanos, porém, de uns
anos para cá, passaram a ser realizadas em
diversos países, inclusive no Brasil, onde
em 2016 foi realizada a terceira edição. A
Comic Con Experience do Brasil se tornou
a maior Comic Con do mundo, com 196
mil visitantes (Sessa, Silvestre, & Vícola,
2017). Isso atesta que os super-heróis das
histórias em quadrinhos (HQs) são
personagens fictícios que alcançaram o
reconhecimento internacional e nacional.
Não surpreende que haja um número
considerável de intervenções usando a
imagens desses personagens no mundo
inteiro. Entretanto, paradoxalmente, como
indicado na Tabela 1, ainda é baixo o
número de ações divulgadas pela internet
de forma organizada, manualizada e
passível de replicação.
Outra questão explicitada pelos
dados da Tabela 1 é que a maioria das
intervenções está ligada à área da Saúde.
Poucas focam seus esforços no campo da
Educação. Das 10 intervenções no mundo
que usam os personagens super-heroicos
das HQs, 70% são explicitamente
vinculadas à área da Saúde (sendo que em
10% há indícios de que sejam da saúde
comunitária e 10% da saúde escolar).
Apenas 20% se adapta à área de Educação
e outros 10% está no campo do Direito
Social.
Como se pode constatar, não foram
listadas as intervenções com periodicidade
duvidosa. Há inúmeras ações que ocorrem
de vez em quando e são imprevisíveis.
Nestas não se verifica um planejamento
institucional, com objetivos e metas. Um
exemplo dessa modalidade são os
profissionais de limpezas de janelas que
usam vestimentas dos personagens das
superaventuras e descem de rapel em
unidades hospitalares infantis. Essas ações
acontecem em diversos países, bem como
os cosplayers (Cosplay são fantasias de
algum personagem de animações, HQs,
filme ou seriado. Os cosplayers se vestem
com fantasias em eventos ou concursos de
“melhor interpretação do personagem,
melhor roupa etc.”). Há também os
indivíduos que se fantasiam de superheróis e visitam entidades onde há crianças
institucionalizadas
em
casas
de
acolhimento ou hospitais. As informações
que se tem sobre essas ações são matérias
de jornais de TV, rádio ou noticiários sem
frequência determinada. Por isso, não há
um
registro
organizado
dessas
intervenções, mas, ao que tudo indica,
poucas são voltadas diretamente para a
área de Educação.
Entretanto,
para
efeitos
da
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
argumentação deste texto, outra importante
dimensão a ser observada na Tabela 1 é a
fase da vida dos super-heróis utilizada para
nortear as intervenções. Não há indícios de
que a fase Pré-Capa/Pré-Máscara dos
super-heróis seja mencionada. O enfoque
permanece na fase já empoderada dos
personagens, a fase Pós-Capa/PósMáscaras, quando eles já superaram ou
estão em estágio de superação de suas
adversidades. Essa observação se dá
claramente na tabela citada com 100% das
intervenções e suas atividades na fase póspoder e nenhuma menção ou destaque para
o super-herói no estágio pré-poder.
O super-herói em sua fase pré-capa/prémáscara
Personagens
super-heróis
apresentam potencial como recursos
educativos e podem se fazer presentes nas
salas de aula (Weschenfelder, 2014) e em
ambientes terapêuticos (Nelson, 2007;
Scarlet, 2016). Mas, o personagem superheróico poderia auxiliar na fase antes de se
empoderar,
previamente
aos
seus
superpoderes, sem capas e máscaras que
escondem
suas
identidades
reais.
Conforme afirmam Fradkin et al. (2016, p.
139), “o super-herói na fase “pré-capa/prémáscara” está muito vivo e compartilha
suas histórias com muitas crianças em
situação de risco”. Para exemplificar, os
autores referem Peter Parker (HomemAranha), Superman, Capitão América e
Viúva Negra, cada qual deles sendo
vítimas de abandono, perdas de entes
queridos, bullying, entre outros casos de
adversidades na vida desses super-heróis.
Em uma indexação das adversidades dos
top-20 de super-heróis das HQs, um estudo
recente (Fradkin, Weschenfelder, &
Yunes, 2016, p. 412) observou que “86%
dos personagens super-heróicos, foram
órfãos ou abandonados; 49% tiveram pelo
menos um dos pais assassinado; 15%
foram sequestrados; 29% sofreram
bullying e 29% vivenciaram e cresceram
com limitações econômicas”.
As histórias de adversidades na
fase pré-capa/pré-máscara podem ser
inspiradoras e propulsoras de reflexões que
potencializam o empoderamento de
crianças que vivem situações de
vulnerabilidade.
As
crianças
e
adolescentes em situação de risco estão
mais propensas à evasão escolar (Achkar,
Leme, Soares, & Yunes, 2017) e abuso de
drogas (Carvalho et al., 2006), por
exemplo. Esses jovens podem ser
facilmente identificados em salas de aula
do mundo inteiro, e para que não sejam
encaminhados para centros de acolhimento
juvenis com cumprimento de medidas
socioeducativas,
algo
deve
ser
preventivamente realizado. Leone &
Wruble (2015) afirmam que no sistema
penal norte-americano há instalações que
abrigam jovens – por ordem dos tribunais
– que cometeram crimes e que
permanecem aguardando medidas legais, o
que não é muito diferente do Brasil e
outros países sul-americanos.
Como experiência demonstrativa
da aplicabilidade dos super-heróis em fase
pré-capa, Weschenfelder (2016) realizou
uma intervenção-piloto no espaço de salas
de aula. A experiência buscou trabalhar
com a autoestima dos alunos de Educação
para Jovens e Adultos (EJA), geralmente
em condição de risco pela relação da idade
com a escolaridade. Sabe-se que com esse
público há necessidade de traçar práticas
positivas para incentivá-los e motivá-los a
perseguir objetivos de sucesso. Com essas
ideias em mente, foi realizada uma
intervenção com super-heróis, na qual a
fase pré-capa/pré-máscara dos personagens
era o foco. As ações foram organizadas de
modo que, após a apresentação das
adversidades vividas pelos super-heróis, os
alunos eram solicitados a escrever um
roteiro para criação de uma história em
quadrinhos, a qual deveria conter
adversidades sociais, conter um ponto de
virada (Rutter, 1987) e finalizar com a
transformação de vida ou uma busca por
essas viradas e transformações.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
Durante a intervenção, os alunos
receberam a orientação de que a história
poderia ser a sua história de vida, caso se
sentissem
à
vontade
para
tal
(Weschenfelder, 2016). Participaram 41
estudantes de idade entre 16 e 55 anos de
duas escolas na modalidade EJA no sul do
Brasil. O exercício dessa intervenção
resultou no fato de que os participantes
manifestaram que tomaram ciência de que
em suas vidas houve pontos de virada e
transformações positivas. Os relatos
evidenciaram que os participantes
sentiram-se bem e diziam-se fortalecidos
por verem suas histórias de dor e luta
transformadas em arte quadrinhada. As
histórias deles foram posteriormente
desenhadas por um quadrinista convidado
que, voluntariamente, se dispôs a colaborar
com a proposta.
Esse projeto-piloto reitera que
ambientes educativos são ideais para
programas de intervenção dessa natureza e
que a imagem dos super-heróis pode
possibilitar que crianças e jovens
encontrem um “mentor” ou tutor sob o
disfarce de Superman (ou Homem-Aranha,
ou qualquer outro personagem). Estes,
funcionam como modelos positivos e
auxiliam a buscar direções em diferentes
momentos do ciclo do desenvolvimento
humano. Os personagens já estão presentes
no imaginário infantojuvenil e quando
inclusos numa elaboração interventiva
passam a ter grande força de identificação
lúdica, auxiliando o encontro de caminhos
com gosto de empoderamento.
Cabe ao profissional educador, em
um ambiente de sala de aula, buscar
encontrar a linha tênue que separa as
brincadeiras
com
super-heróis
da
elaboração de uma intervenção usando
super-heróis. No exemplo mencionado
anteriormente sobre o uso de intervenções
com base em super-heróis em contexto
pedagógico, foi inegável o valor alcançado
de reflexão, diálogo e promoção de
resiliência. Nesse sentido, inspirar-se em
super-heróis poderia ser visto também
como um programa de recuperação, o que
está em sintonia com as ideias de Scarlet
(2016) e a aplicabilidade dos superpoderes
em contexto clínico (Fradkin, 2017; Rubin,
2007; Scanlon, 2007). Segundo Fradkin et
al., 2016), o uso proposto da figura dos
super-heróis das HQs entre populações
vulneráveis de crianças e adolescentes
seria mais exatamente descrito como
reabilitação e tais situações exigem
intervenções
positivas
e
políticas
afirmativas.
Criar programas de intervenção
usando a imagem positiva dos super-heróis
é especialmente sugestivo para as
atividades do contraturno escolar, quando
muitas crianças e adolescentes precisam
ocupar
seus
tempos
livres
com
programação
saudável
para
seu
desenvolvimento. Esse é um aspecto
especialmente importante no Brasil, já que
o IBGE (2015) aponta que a vida familiar
de muitas crianças se dá, em 37,3% dos
casos, em lares monoparentais e chefiados
apenas por mulheres. Com isso, não se
quer afirmar que lares monoparentais
femininos são mais vulneráveis do que
outras configurações familiares., Ao
contrário, Yunes, Garcia e Albuquerque
(2007) demonstraram e atestaram as
possibilidades de resiliência familiar
nesses grupos liderados por mulheres,
contrariando muitas teorias implícitas e
crenças
de
algumas
classes
de
profissionais. Entretanto, apesar de sua
força relacional e empoderamento
feminino, esses grupos necessitam recorrer
com mais frequência aos diferentes pontos
da rede de apoio social (Dessen & Polonia,
2007; Juliano & Yunes, 2014), entre os
quais a escola com duplo turno pode ser
um dos mais relevantes.
Possibilitar que crianças e jovens
façam paralelo de suas vidas com as vidas
dos super-heróis na fase pré-capa/prémáscara pode ser inspirador e fonte de
superação de adversidades, tornando os
super-heróis das HQs verdadeiros tutores
de resiliência (Cyrulnik, 2009). E, em
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
cidades com índices elevados de
criminalidade e perigosas distrações,
personagens como Batman, que dedica sua
vida aos outros, pode inspirar e promover
empatia além dos comportamentos
heroicos de superação e auxílio em sua
comunidade. Vale ressaltar ainda que o
personagem Bruce Wayne cresceu sem os
pais, mas teve a tutoria de Alfred, seu
mordomo, e, mesmo quando iniciou sua
jornada de autoconhecimento para
compreender a mente criminosa, ele tinha
“para onde e para quem voltar”. Alfred
realizou a mediação necessária ao
amadurecimento de Bruce Wayne (alter
ego de Batman). Para uma criança de
periferia, que muitas vezes não conhece ou
convive com familiares significativos,
geralmente, há possíveis tutores: o
traficante, o professor(a) ou um adulto
significativo das suas relações, conforme
demonstram os pesquisadores Yunes,
Fernandes e Weschenfelder (2018) em
trabalhos recentes. Em alguns casos da
realidade brasileira, poder-se-ia dizer que
o traficante é um tutor frequente, embora
não se tenha dados empíricos atuais para
provar essa afirmação. Mas um traficante
pode ensinar o adolescente “a sobreviver”
numa realidade adversa e se tornar forte o
suficiente para conquistar seu lugar,
trazendo a tona o que Liborio e Ungar
(2010) conceituaram como “resiliência
oculta” e identificado no trabalho de
Pessoa (2015) com adolescentes que
praticavam o tráfico de drogas. Ou seja: é
uma espécie de Ras’Al Ghul (inimigo de
Batman). Com isso se quer argumentar que
deve-se trabalhar para que os os
profissionais da área de Educação sejam os
“Alfreds” acolhedores numa situação em
que a criança precisa de laços e vínculos
que a auxiliem a “tornar-se” ele/ela
mesmo. A escola tem um papel
fundamental em formar um ambiente de
empoderamento e de resiliência para
crianças e adolescentes que passam por
diferentes processos de adversidade social.
É sua responsabilidade educacional
ocupar-se do desenvolvimento dos alunos
em todas as dimensões: social, física,
emocional e intelectual (Yunes, Pietro,
Silveira, Juliano, & Garcia, 2015).
Considerações finais
A totalidade das intervenções
pesquisadas
e
analisadas
neste
levantamento exploratório demonstrou que
o elemento norteador destas estava
concentrado principalmente na força e no
apelo do super-herói em sua fase superheróica de superpoderes, como possíveis
narrativas mitológicas dos tempos atuais.
É fato que não foram encontradas
intervenções que usassem exemplos da
vida de sofrimentos e adversidades que tão
frequentemente permeiam as histórias dos
personagens super-heróis. Além disso,
poucas intervenções são divulgadas e
publicizadas no campo da Educação em
diferentes países e continentes. Identificase uma tendência maior na aplicação
dessas ideias no campo da saúde com fins
psicoterapêuticos.
Acredita-se que a fase précapa/pré-máscara é fundamental e vem
sendo subutilizada para oferecer às
crianças e jovens em situação de
adversidade social um ponto de partida
para novas aprendizagens, interações
sociais, criatividade e transformações de si
mesmo e de contextos, aspectos cruciais
para ativar processos de resiliência. Os
personagens das superaventuras podem
servir de exemplo moral, ético e de
empoderamento, pois suas histórias são
compatíveis com muitas trajetórias de
crianças reais em situação de risco. Tanto
na área de saúde como na Educação, há
lugar e espaço para que a fase pré-superheróica seja o tema nuclear das
intervenções positivas.
Intervenções positivas na área da
Educação com a imagem do super-herói
como grande ícone da cultura e presentes
no imaginário infantojuvenil podem ser
fonte de grande inspiração em qualquer
ambiente institucional e escolar. (Yunes,
Pesquisas e Práticas Psicossociais, 15(1). São João del-Rei, janeiro-março de 2020. e3105.
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Weschenfelder, G. V., Yunes, M. A. M., & Fradkin, C. Super-heróis na fase pré-capa/pré-máscara:
inspiração para intervenções psicoeducacionais positivas
Fernandes, & Weschenfelder, 2018). A
criação de programas de intervenção
usando a imagem positiva dos personagens
de superaventura no ambiente escolar pode
vir a ser de grande ajuda nos processos de
desenvolvimento psicopedagógicos dos
envolvidos. Usados em outras áreas,
principalmente na área da saúde, como
visto neste estudo, os super-heróis da HQs
são fortes influências em empoderar
positivamente os indivíduos e, assim,
alcançam resultados positivos. Nesse
sentido, há urgência e necessidade de
testá-los em ambientes pedagógicos.
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