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“DONS E MINISTÉRIOS – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA” “Ministério” ou “Ministro” são palavras utilizadas para indicar oficiais da natureza civil e religiosa. “Ministro” é um título dado a alguém que está encarregado de uma função ou ofício. Quando este termo é analisado, em seu devido contexto, fica absolutamente claro que esta é uma posição que envolve mais responsabilidade do que privilégio. A “Dons Espirituais” vem do grego charismata, que significa “habilitação do favor e da graça de Deus”, que o Senhor Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja. Com suas muitas funções e diferentes dons, devemos entender que é Deus quem coloca a pessoa certa, no lugar certo, pelos motivos certos. Não somos nós que escolhemos a função que desejamos desempenhar, muito menos os dons. A distribuição dos dons é feita pelo critério dos méritos pessoais, mas pela vontade e sabedoria de Deus. Todo seguidor de Jesus é dotado pelo Espírito com um ou mais desses dons espirituais. Esses dons não são o mesmo que talentos naturais, ainda que às vezes funcionem juntos. O sinal de presença dons é o efeito das ações do indivíduo que excedem em muito o investimento do ser humano. Em outras palavras, se soubéssemos apenas no que o ser humano investiu, não conseguiríamos imaginar os resultados. Os resultados são sempre incomensuravelmente maiores que nosso esforço. Trata-se, portanto, de obra do Espírito. Quem vive para servir a Deus e ministrar ao próximo, o Pai o honrará. Este é o verdadeiro sentido da vida ministerial. “Se não recusarmos a ser grão de trigo (caindo na terra e morrendo); se não sacrificarmos expectativas, nem arriscarmos nossa reputação, propriedade e saúde; se, quando formos chamados, não abandonarmos nosso lar e não rompermos os laços familiares por causa de Cristo, então permaneceremos sós. Mas, se quisermos ser frutíferos, devemos seguir nosso amado Senhor, tornando-nos grão de trigo e, morrendo, então produziremos muito fruto”. “Ministério” ou “Ministro” são palavras utilizadas para indicar oficiais da natureza civil e religiosa. “Ministro” é um título dado a alguém que está encarregado de uma função ou ofício. Quando este termo é analisado, em seu devido contexto, fica absolutamente claro que esta é uma posição que envolve mais responsabilidade do que privilégio. Esse termo aparece na Bíblia tanto no Antigo como no Novo Testamento. O vocábulo hebraico mais utilizado para ministro é “meshareth”, que descreve alguém que assiste a uma pessoa de alto escalão. Todavia, no Antigo Testamento, esse termo está mais frequentemente relacionado à ministração dos levitas, sacerdotes e profetas, na qual são ministérios específicos e únicos. Quanto aos levitas, não podiam ser pessoas de fora, ao contrário do que se pensa hoje, quando se evocam os levitas para inserir cantores ao ministério. Os cantores eram, necessariamente, levitas. Se não fosse levita, não seria cantor. Nem todo levita fazia parte do sacerdócio. A Bíblia mostra que os levitas que faziam parte desse ministério eram especialmente consagrados ao Senhor. Logo, se todos fizessem parte automaticamente do ministério, não havia necessidade de nomeá-los. O fato é que os levitas eram primeiramente ministros, depois cantores. Os obreiros do Tabernáculo tinham predicados especiais segundo a chamada; sobretudo eram sábios de coração. Tanto homens como mulheres trabalhavam fielmente na construção servindo ao Senhor de todo coração. Embora estivesse trabalhando numa obra material, eram inspirados pelo Espírito de Deus para a perfeita execução dos detalhes da obra. O segredo era a operação do Espírito em todos os detalhes minuciosos daquilo que Moisés recebera no monte. Essa unção do Espírito seria a fonte de sabedoria, entendimento e ciência, em todo o artifício. O Espírito Santo fornecia ajuda sobrenatural em conexão com as tarefas práticas de preparar utensílios, tanto úteis como belos, para o Tabernáculo. O Tabernáculo foi um empreendimento que ensinou os israelitas a viver juntos, bem como um lugar onde Deus manifestou continuamente a sua presença. Todos podiam participar. Aqueles que tinham maiores recursos traziam ouro e prata; outros ofereciam bronze e cobre. Além disso, contribuíam com suas habilidades. O ofício sacerdotal é espiritual, não apenas literal. Sua vocação é servir a Deus despretensiosamente, sem fins lucrativos. O termo “sacerdote”, no Antigo Testamento, era o ministro divinamente designado, cuja principal função era representear o homem diante de Deus. Eis suas obrigações básicas: Santificar o povo, oferecer dons e sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores. Os sacerdotes eram consagrados através do sangue e da lavagem com água, separados para o serviço. Eles não possuíam nenhum poder para perdoar os pecados, nem os seus próprios. Mesmo depois do ato da consagração, eles continuavam sendo pecadores têm que oferecer sacrifícios contínuos pelo povo e por sim mesmos; eles não tinham direito a herança, nem produziam sua própria alimentação, Assim como toda tribo de Levi. Os sacerdotes alimentavam-se dos animais sacrificados; já a tribo de Levi era sustentada pelos dízimos. “esta era a herança deles”. O dízimo foi uma lei que o próprio Deus estabeleceu para este fim específico. Deus ordenou que a ordem sacerdotal levítica fosse preservada “perpetuamente”. O ministério do sacerdote só cessava com a sua morte. Deus estabeleceu a ordem da sucessão – a necessidade de ter substituto. Mas somente os filhos ou descendentes poderiam ser sacerdotes. Os outros, até mesmo da tribo de Levi, mesmo que quisessem, não poderiam ser sacerdotes. O objetivo deste trabalho é saber os tipos de dons, ministérios, e como funcionam na prática; saber o que é chamado ministerial e como ser um obreiro aprovado para o Ministério. No Antigo Testamento, os profetas eram ministros pregadores. Um dos principais objetivos deste ministério era transmitir a revelação das verdades eternas encerradas nas Escrituras. O termo “profeta” era a pessoa divinamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus. O profeta era um mestre incontestável quando sob a inspiração do Espírito Santo. Mas os profetas não tiveram uma vida fácil. No desempenho de seu chamado profético, passaram por todas as necessidades e conheceram todas as agruras ministeriais. A profecia é aplicada a Jesus, o Grande profeta. O apóstolo Pedro, no sermão no livro de Atos, confirma que Jesus é o Profeta que fora predito por Moisés. Além destes testemunhos das Escrituras, o ministério de Jesus comprova que ele era profeta. Jesus é, portanto, o singular exemplo do ministério profético, pois nele os dons eram manifestos de maneira ilimitada. No Novo Testamento, o profeta representava um dom ministerial de reconhecida autoridade na igreja. Em toda a Bíblia, a palavra profeta significa “aquele que fala a outrem da parte de alguém”. Nesta perspectiva, segundo o livro de Êxodo, Arão foi o profeta de Moisés. Normalmente, quando pensamos nos profetas no Antigo Testamento, imaginamos alguém de joelhos, com os olhos fechados, proferindo, sob o impulso do Espírito Santo, uma advertência radical. Dificilmente, pensamos em alguém sentado e escrevendo a mensagem de Deus. Aliás, os profetas e suas mensagens divinamente inspiradas por Deus foram chaves na formação do Antigo Testamento. Paulo denominou-as de “revelação”, a qual foi fundamental na consolidação da estrutura doutrinária da Igreja. O estudo cuidadoso das mensagens dos profetas revela o quanto Deus é soberano para proceder conforme as necessidades do seu povo, em diferentes circunstâncias. Essa mensagem, tanto no Antigo como no Novo Testamento, implicam em: predição de eventos futuros, como é o caso de Ágapo; inspiração de doutrinas ou pregação, que visam edificação, encorajamento e consolação. A mensagem profética de Ágapo, por exemplo, nos mostra que a única forma infalível na regulamentação dos dons espirituais, é a palavra de Deus. A Bíblia fala dos discípulos ou alunos dos profetas que se constituíam na grande maioria dos mensageiros anônimos do Senhor. Ocasionalmente, profetizavam. Eles não tiveram um ministério intenso e notório como seus mestres. Eram homens que se dedicavam a uma missão nobre e altruísta: servir de suporte moral e espiritual para que determinado profetas, como Elias e Eliseu, pudessem desempenhar suas funções. O exemplo dos profetas e seus discípulos nos fortalecem e nos levam a uma vida de serviço altruísta. Sem as lágrimas de Jeremias e a disposição de Ezequiel, jamais teremos um ministério frutífero. Sem o ímpeto de Elias e o zelo de Elizeu, ficaremos a descrever círculos no vazio. Diferente do Antigo Testamento, no Novo Testamento o termo ministro ou ministério se refere a um trabalho todo especial. O ministério é uma dádiva divina. “Todos os dons e ministérios estão sob controle divino; o Pai, o Filho e o Espírito Santo operam dentro de uma gloriosa ordem na igreja”. A principal característica do ministério cristão é o serviço. Nisto, seguem as recomendações de Cristo que veio para este mundo não para ser servido, mas para servir. O termo Leitourgos, de onde vem nossa palavra em português “liturgia”, se refere a um empregado público, que prestava serviço ao estado. Com a evolução dos séculos, passou a designar, no Cristianismo, a linguagem, gestos, cânticos e parâmetros usados no culto público e nas demais reuniões de adoração e exposição da Palavra. Mas o termo também tem aplicação religiosa-espiritual. Jesus Cristo é o Leitourgos do Templo Celestial. Como diz o livro de Romanos, corpos santificados (separados para Deus e dedicados a seu serviço) são os únicos sacrifícios que agora são aceitos por Ele e que são o nosso serviço lógico (ou culto espiritual). Como ta escrito no livro de Pedro, nós, que recebemos Jesus, somos sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus. O termo Huperetes significa o trabalhador ou remador simples de um navio de escravos, ou um ajudante de remador, que ficava na parte inferior do navio, trabalhando por obrigatoriedade e sob ordens de um superior. “O termo Huperetes se refere também a um assistente da sinagoga cujo trabalho consistia em abrir e fechar o prédio, cuidar dos livros utilizados nos cultos e ajudar o sacerdote ou mestre na adoração”. No livro de Mateus, o termo huperetes aparece como um oficial de justiça, no livro de Atos, aparece como um ajudante, cooperador e ministro. O termo Diakonos enfatiza a submissão ao serviço cristão. Tanto os apóstolos como seus auxiliares eram chamados de ministros de Deus e de Crsito. O serviço dos diáconos, no Novo Testamento, era voluntário; eles trabalhavam em vários setores administrativos da igreja, sob a ordem do pastor. O diaconato não consistia numa escada hierárquica ministerial; foi uma instituição estabelecida para servir às mesas. “Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição de alimento, por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram que não era certo negligenciar o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas e escolher entre eles sete homens de bom testemunho, cheio do Espírito e de sabedoria, para passar a tarefa de dedicação à oração e ao ministério da palavra”. Paulo usa a palavra ministério ou serviço. Provavelmente referindo ao ministério sacerdotal. A mesma palavra grega é usada tanto para ministério da Palavra como para os sete diáconos descritos no livro de Atos. Frequentemente era usada para o preparo de uma refeição, e também para os vários tipos de serviços espirituais, tal como o ministério da reconciliação. Logo, o significado, aqui, do dom do ministério, é mais provavelmente o dom do Espírito que capacita o diácono a cumprir a sua tarefa com poder e sabedoria. Naturalmente, não é limitado aos diáconos. Como membros do corpo de Cristo temos que, simplesmente, trabalhar em conjunto, dependendo uns dos outros e entendendo que nem todos têm a mesma função. Lamentavelmente, nas nossas igrejas hoje se tem usado “cargo” ao invés de função. Portanto, “a nobreza do ministério reside no chamamento divino, na possibilidade se fazer parte do conselho de Deus na terra, na representação da misericórdia, do amor, da graça e da justiça divina”. Os títulos não têm valor algum para Deus; a obediência ao chamamento, a fidelidade aos propósitos divinos e a representatividade de tudo que é celestial neste mundo terrenal é que tem valor diante de nosso Senhor. Contudo, a prática pastoral perdeu seu verdadeiro sentido em alguns lugares do Brasil, tanto que, apresentar-se como pastor é menosprezar a si mesmo, vulgarizar-se diante dos homens; em alguns lugares este título não dá crédito no comercio e, cientes disto, muitos, se apresentam como nome de quaisquer profissões. Neste caso, o melhor mesmo é apresentar-se como ministro do Evangelho. Alguns estudiosos insistem em afirmar que os dons, se referem às posições ministeriais. Tratando da distinção entre dons e cargos é comum haver confusão entre dons que Deus concede na vida de um cristão e os cargos que ele pode ocupar na organização da igreja. Uma pessoa pode ter certo dom espiritual, mas não ocupar um cargo na igreja local; na verdade, isso acontece com a maioria dos cristãos. Os dons relacionados na Bíblia não se limitam aos títulos ou cargos de oficiais da igreja. Eles ilustram as variedades de serviços que o Espírito Santo concede através de várias pessoas na igreja. O ministério no Novo Testamento, requer respeito ao tipo de ofício que tem, especialmente porque muitos fracassam na missão apostólica, ainda que outros, possivelmente, colocavam o apostolado como algo muito sublime, elevado, como se Paulo fosse o líder de um partido e, por isso, diziam ser seus discípulos. No Novo Testamento, os apóstolos não esperavam ser supervalorizados, pois eram ministros (huperetes); despenseiros, não senhores. Eram apenas servos de Cristo e nada mais, ainda que servos do mais alto escalão, pessoas que cuidavam das despesas, provendo alimento e designando tarefas aos demais. É um grande abuso querer ser senhor dos servos, quando se é também servo, e exigir que se obedeça à sua autoridade. Pois os apóstolos não passavam de servos de Cristo, empregados dele, por ele enviados para serem despenseiros dos ministérios de Deus; ministérios que estavam guardados por gerações. Não arrogavam ter autoridade querendo dominar sobre os demais, apenas proclamam a mensagem de Cristo. O apóstolo Paulo exorta os cristãos de Corinto a não serem ignorantes acerca dos dons espirituais. Todo cristão tem a responsabilidade de procurar conhecer, zelar e ser abundante nos dons espirituais. A “Dons Espirituais” vem do grego charismata, que significa “habilitação do favor e da graça de Deus”, que o Senhor Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja. Com suas muitas funções e diferentes dons, devemos entender que é Deus quem coloca a pessoa certa, no lugar certo, pelos motivos certos. Não somos nós que escolhemos a função que desejamos desempenhar, muito menos os dons. A distribuição dos dons é feita pelo critério dos méritos pessoais, mas pela vontade e sabedoria de Deus. Segundo alguns teólogos existem seis princípios para o regulamento dos dons espirituais. São eles: valor proporcional, onde os coríntios haviam-se inclinado demasiadamente para o dom de línguas, sem dúvida por causa de sua natureza espetacular. Paulo lembra-lhes que a interpretação e a profecia eram necessárias para que o povo pudesse ter conhecimento inteligente do que se estava dizendo; a edificação, na qual o propósito dos dons é a edificação da igreja. Para encorajar os crentes e converter os descrentes. Mas, segundo Paulo, se alguém de fora entra na igreja e tudo que ouve é o falar em línguas sem interpretação, dirão que todos estão loucos; sabedoria, para deixar de pensar como criança e usar o bom senso; autodomínio, aquele que possui o dom de línguas pode dominar sua expressão e falar unicamente a Deus, quando tal domínio é necessário; ordem, sendo tudo feito com decência e ordem. O Espírito Santo, o grande arquiteto do universo com toda sua beleza, certamente não inspira nada que seja desordenado e vergonhoso. Quando o Espírito Santo está operando com poder, haverá uma comoção e um movimento, e aqueles que aprenderam a render-se a Ele não criarão cenas que não edificam; infere-se dos versículos 36 e 37 que alguns dos coríntios haviam ficado ofendidos pela crítica dos seus dirigentes. Os dons espirituais, recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante ao Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja, visam: o aperfeiçoamento dos santos; a ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus; chamar a atenção dos incrédulos à realidade divina. Todo seguidor de Jesus é dotado pelo Espírito com um ou mais desses dons espirituais. Esses dons não são o mesmo que talentos naturais, ainda que às vezes funcionem juntos. O sinal de presença dons é o efeito das ações do indivíduo que excedem em muito o investimento do ser humano. Em outras palavras, se soubéssemos apenas no que o ser humano investiu, não conseguiríamos imaginar os resultados. Os resultados são sempre incomensuravelmente maiores que nosso esforço. Trata-se, portanto, de obra do Espírito. A função tríplice dos dons do Espírito implica em: liderança; capacitação extática; edificação da comunidade. Qualquer tentativa de restringir a obra do Espírito somente aos dons de liderança, ou aos dons extáticos, ou aos de edificação é perda de foco; a tentação de restringir os dons surge em consequência de interesses velados e das histórias particulares de diferentes grupos. Devemos resistir a essa tentação, para nos manter fiéis ao testemunho bíblico. Graça é essência à vida cristã. O primeiro fundamento da vida cristã é a graça. De nada valem dons e ministérios sem a experiência da graça divina, manifesta em Cristo, testificando no Espírito e presente na vida das pessoas e da Igreja. A Bíblia testifica a respeito dos dons. Primeiramente nos fala do “dom” – que é o próprio Deus, presente em Cristo e também no Espírito. Antes dos dons, temos que possuir e sermos possuídos pelo Dom – o próprio Deus. Sem o Dom não tem sentido. O objetivo dos dons é o ministério. Ministério de toda igreja – isto é, da totalidade do corpo de Cristo, objetivando “aperfeiçoamento”, “equipamento”, “capacitação” e “instrumentação” dos santos visando ao “desempenho do seu serviço para que ‘o corpo de Cristo’ seja edificado no mundo”. Dons visam ao ministério de todo esse corpo. Nos seus diferentes membros e partes – pastores (as) e leigos (as). Ministério significa serviço. Nosso guia é Cristo: “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a s vida em resgate de muitos”. Usou “dom de Deus” para o serviço. Somente há sentido para “dons” quando eles se expressam em serviço. Serviço prestado a Deus, ao próximo e a toda a comunidade humana. Os dons devem capacitar-nos para o serviço e a manifestação da glória divina em seu senhorio no mundo. Portanto, os termos “graça”, “dons” e “ministérios”, são aspectos fundamentais da vida do cristão e da Igreja, que devem estar juntos e agir de forma independente. Os dons espirituais estão tradicionalmente classificados em: manifestacionais, ministeriais e motivacionais. O livro de Coríntios traz cinco termos gregos que lançam luz na compreensão dos dons espirituais, são eles: PNEUMATIKA – “dons espirituais” – refere-se às manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons; CHARISMATA – “dons” – dons da graça, produzidos pelo Espírito Santo, que habita no cristão; DIAKONAI – “ministérios” – ministrações sobrenaturais através dos membros do Corpo de Cristo; ENERGEMATA – “atuação” – poder de Deus em operação para a realização de seus propósitos de abençoar o povo de Deus; PHANEROSIS – “manifestação” – operação dos dons na esfera do natural, do tangível e do visível. Os dons que manifestam o saber de Deus são: a palavra de Sabedoria, que significa a capacidade sobrenatural de aplicar os ensinos da Palavra à realidade da vida cristã, para agir adequadamente nos caminhos do Senhor diante das circunstâncias diárias. Este dom é altamente indispensável no governo da igreja, pastoreio, administração, liderança, direção de qualquer encargo na igreja e nas suas instituições; a palavra de ciência, que está relacionada ao conhecimento sobrenatural de fatos e causas, penetrando profundamente na doutrina revelada, compreendendo e expondo-a com inteligência iluminada do Espírito Santo. Este dom é muito útil aos ensinadores; o dom de discernir os espíritos trata-se de um dom de proteção divina contra os enganadores enviados por Satanás, é uma capacidade sobrenatural para distinguir entre uma “operação” falsa e uma verdadeira, entre alguém que se diz inspirado pelo Espírito e quem realmente é. Os dons que manifestam o poder dinâmico de Deus são: a fé trata-se da fé miraculosa, puramente sobrenatural, a fé que remove montanhas, é um dom espiritual que Deus procede para mover sua igreja a grandes realizações espirituais; os dons de curar, o termo “dons” aqui está no plural, para indicar sua multiforme constituição e operação, pois são muitas as doenças que acometem os homens. Os dons de curar são manifestos por Deus para autenticação do evangelho; a operação de maravilhas significa operação de milagres extraordinários e surpreendentes (prodígios), um poder sobrenatural que “quebra” as leis da natureza e através dos dons de poder, a Igreja de Cristo recebe a capacitação de operar no terreno do sobrenatural. Dons que manifesta a mensagem de Deus são: a profecia, manifestação sobrenatural de mensagem verbal, é esta profecia que precisa ser julgada, pois está sujeita as falhas da parte do profeta, necessária a todos que ministram a Palavra; variedade de línguas, dom de expressão verbal, convém ressaltar que nem todo aquele que é batizado com o Espírito Santo recebe este dom, são as línguas mediante este dom que precisam ser interpretadas, tendo em vista a edificação espiritual da igreja; a interpretação de línguas, não se trata de “tradução”, mas de interpretações sobrenaturais de línguas (dom), Deus toca diferentes pessoas como ele quer, com dons que não residem nelas, mas que lhes são dados numa situação específica, as vezes, teremos uma profecia, ou um dom de curar, ou uma palavra de sabedoria, outras vezes, não. Alguns dons são facilmente identificados, como as línguas e a interpretação de línguas, as curas e os milagres, outros, porém, como a palavra de sabedoria, a palavra do conhecimento, o discernimento de espíritos e a profecia, exigem um exame cuidadoso antes de serem identificados. O termo ministério tem pelos menos trás significados: político, que diz respeito à divisão político – administrativa do país, como ministro da Justiça, ministro da Agricultura etc.; serviço, que diz respeito ao professor que ministra aula, o psicólogo que ministra palestra, neste caso é uma ação meramente profissional ou humana; bíblico/teológico, que diz respeito a uma atividade específica dada por Deus às pessoas especificamente chamadas por ele. A passagem do livro de Coríntios também nos indica cinco aspectos de relevância prática dos dons no contexto dos ministérios: diversidade, os dons visam suprir as necessidades da igreja, que é um corpo com muitos membros; utilidade, os dons existem não para o deleite em particular do cristão, mas para proveito comum, para utilidade da igreja; origem, os dons vêm à igreja, procedendo de Deus, por meio do Espírito Santo; distribuição, não cabe ao cristão escolher o seu dom, é Deus quem concede os dons; universalidade, todos recebem dons, cada cristão tem pelo menos um dom. Deus não está esperando “ansioso” que você desempenhe sua função de maneira correta. O maior desejo de Deus é ver um intenso fluir da vida d’Ele para todo Corpo, enquanto você ministra. O Corpo de Cristo não é um amontoado de tijolos, cimento e cal, sem vida, sem alma, sem vibração. Os membros do Corpo são pedras vivas, com funções vivas. A “bandeira da Reforma” levantada por Lutero foi o Sacerdócio Universal de todos os crentes. Lutero advogou que fomos chamados para ser parte ativa do Corpo, a partir dos dons e ministérios que o Senhor confere a cada um de seus membros. Em outras palavras, os dons e ministérios devem ser exercidos de forma pessoal, sem que isto signifique uma maneira individualista e independente dos demais. Deus deu dons à igreja. Os dons são aptidões que o Espírito dota aos que foram chamados para a salvação por Jesus. Mas estes dons precisam ser traduzidos em serviços, através de realizações, ministérios e trabalhos afins. Pois, só assim, a manifestação do Espírito cumpre seu objetivo: “um fim proveitoso”. A base para o cristão ser usado com um dom é ter sido inserido no Corpo de Cristo por meio do novo nascimento. Se lhe faltar esta base, Deus não lhe concede dons. Os dons, por sua vez, são a base para a nossa função no Corpo. Sem dom não há função e sem função não há frutos. Para frutificarmos no Reino de Deus, precisamos do suprimento divino da graça – a vida de Deus. Só através dela poderemos funcionar bem. Dons espirituais. Provenientes da parte de Deus aos cristãos mediante a operação do Espírito Santo, quando exercidos para a promoção pessoal, acabam se tornando maldição e não benção. Os dons devem estar sempre a serviço uns dos outros para o proveito comum. O livro de Romanos fala a respeito acerca dos dons. O dom de profecia (ouvir a voz de Deus), a motivação de revelar justiça e injustiça pela declaração pública de uma mensagem de Deus, de tal forma que mova o ouvinte a responder. Essa mensagem pode ser baseada na Bíblia ou numa revelação especial coerente com a Bíblia. O possuidor deste dom ajuda as pessoas a verem a Cristo mais claramente, ajuda as pessoas a enxergarem as realidades espirituais mais claramente, como uma candeia que brilha em lugar escuro, ajuda as pessoas a receberem orientação de Deus em momentos difíceis, fortalecer as pessoas para superarem dificuldades, pois passar a ter uma convicção da perspectiva de Deus; o dom do serviço (ministério) é a motivação para suprir necessidades pela realização de projetos, inclusive sociais, que ajudam a outros (avaliando-os e animando-os). O possuidor deste dom discerne necessidades práticas e toma a iniciativa de supri-las o mais depressa possível, cuida de suprir necessidades urgentes sem se importar com seu cansaço físico, fica frustrado quando isto não é possível, assume a responsabilidade de realizar uma tarefa do seu jeito, envolve-se numa variedade de atividades, por não saber dizer não; o dom do ensino, a motivação de procurar, sistematizar e explicar as verdades de Deus, para que outras pessoas possam apreciá-las, entendê-las e usá-las. O possuidor deste dom providencia alicerces firmes para a fé dos crentes, ajuda cada crente a crescer e a madurecer a sã doutrina, orienta e encoraja cada membro do Corpo para o ensino uns dos outros; o dom da exortação (estímulo e encorajamento), a motivação de chamar (encorajar, animar) alguém a agir segundo os propósitos de Deus, ajudando-o a experimentar verdades divinas e, assim, ser abençoado. O possuidor deste dom dirige palavra de ânimo e encorajamento, ou consolo e conforto, aos que se sentem debilitados, emocional e espiritualmente, estimulando-os à ação, frequentemente tem um ministério de aconselhamento, pois as pessoas espontaneamente se abrem com ela, apoia e fortalece o fraco na fé e o novato na vida cristã, tem a capacidade de ver que a tribulação pode produzir uma maior maturidade, em geral é uma pessoa otimista; o dom da contribuição (doação e liberdade), a motivação de entregar recursos pessoais a outros a fim de ajudá-los a superar suas necessidades ou realizar seus ministérios. O possuidor deste dom alegremente é motivado a repartir aquilo que tem com outras pessoas, sua primeira reação, quando torna conhecimento de uma necessidade material, é contribuir, percebe quando e onde Deus quer usar os bens que estão sob sua responsabilidade; o dom de presidir (liderança), a motivação de ajudar uma equipe a perceber os propósitos e visão de Deus, e mobilizá-los para a execução. O possuidor deste dom facilmente assume posições de liderança, atua como imã, atraindo os que aceitam sua liderança, está disposto a se responsabilizar por outras pessoas, é uma pessoa de visão. É capaz de estruturar e esclarecer a visão; o dom de misericórdia (simpatia e consolo), a motivação de identificar-se com, e de responder às carências de pessoas aflitas ou necessitadas. O possuidor deste dom tem alegria de trabalhar com as pessoas ignoradas ou desconhecidas da maioria, gosta de visitar hospitais ou lares de pessoas necessitadas e se sente abençoado e abençoador, fala carinhosamente e gosta de auxiliar pessoas necessitadas ou impossibilitadas de se ajudarem, sente-se realizado quando pode fazer algo por uma pessoa doente ou em necessidade; o dom de administração (governo) é uma capacitação divina especial para ver e compreender com clareza alvos imediatos e de longo prazo, associada à capacidade de traçar e executar planos eficazes para resolver problemas ou alcançar estes alvos, em alguma unidade particular do Corpo de Cristo. O possuidor deste dom tem facilidade para organizar ideias visando um serviço mais eficaz, tem facilidade de fazer planos de ação para que outros possam atingir um objetivo, procurar soluções práticas para os problemas enfrentados, tem facilidade de interpretar os ideais e objetivos do grupo, e pensar em meios de colocá-los em prática; o dom de socorro (ajuda) é aquela capacidade especial que Deus dá às pessoas para que invistam os talentos que receberam, na vida e no ministério de outros membros do corpo, capacitando, assim, a pessoa ajudada a aumentar a eficácia de seus dons espirituais. O possuidor deste dom tem prazer em ajudar os líderes sobrecarregados, aliviando-os das tarefas menores, fica à vontade quando pode ser útil para fazer certas coisas auxiliares, tem prazer em providenciar certos detalhes para que o trabalho da igreja atinja seus objetivos; o dom da hospitalidade (alegria em receber e acolher pessoas) é aquela capacidade especial que Deus dá às pessoas para franquearem suas casas e acolherem calorosamente aqueles que precisam de alimento e abrigo. O possuidor deste dom abre seu lar com alegria, fazendo o hóspede sentir-se como membro da família, não podendo suprir ela mesma as necessidades, procura meios alternativos para acolher as pessoas, quer providenciar um ambiente acolhedor para outros, preocupa-se com visitantes na igreja, querendo que se sintam bem, demonstra interesse genuíno em atender as necessidades daqueles que visitam seu lar ou sua igreja; o dom de intercessão (oração e súplica) é aquela capacidade especial que Deus dá às pessoas para orarem durante extensos períodos de tempo e receberem respostas frequentes e específicas às suas orações. O possuidor deste dom deseja orar frequentemente, e o faz com prazer, ora informalmente, durante todo o dia, no meio das mais diversas atividades, separa sempre um tempo para ficar a sós com Deus e interceder; o dom de apóstolo (ou obreiro apostólico), alguém enviado com autoridade e poder para comunicar as Boas Novas do reino de Deus, resultando na formação de igrejas com fundamentos bons quanto à sã doutrina e ao governo saudável. Isto pode ocorrer na implantação de novas igrejas ou colocando fundamentos saudáveis em igrejas que estão necessitando deles. O possuidor deste dom adapta-se bem a uma situação diferente a fim de evangelizar, fica empolgado com o sucesso do trabalho missionários em outros estados do país e no exterior, tem prazer em cooperar nos trabalhos pioneiros da Igreja, tem ampla visão do reino de Deus, que ultrapassa os limites de sua denominação; o dom de profeta (pregação/declaração inspirada), alguém chamado para proclamar a verdade de Deus. O profeta é uma pessoa dada à igreja e profecia é um dom dado à pessoa. Isto pode acontecer de várias maneiras: pela pregação, por uma revelação específica, por conselhos profundos que expressam uma perspectiva divina, por uma advertência acerca de problemas e ameaças futuras, por intermédio da oração, pelo desejo de exortar, consolar e edificar, pois profecia no Novo Testamento não tem primariamente, um caráter preditivo. O possuidor deste dom sua perspectiva tem base nas Escrituras. Visto que ele quer compreendê-la profundamente, aceitá-la pessoalmente e aplicá-la rigorosamente, entende que é uma pessoa autorizada por Deus, um mensageiro credenciado e por isso fala com poder e autoridade, tem uma maneira incisiva, franca e persuasiva de se expressar, repreende para convencer acerca de erros, usando as escrituras como bússola para corrigir a direção daquele que se desviou; o dom de evangelista, alguém chamado para compartilhar as Boas Novas do reino de Deus com pessoas incrédulas, de tal forma que elas cheguem a ser discípulas de Cristo e membros responsáveis do Corpo Cristo, que sabem como evangelizar outros. O possuidor deste dom gosta de levar outros a uma decisão por Cristo, tem facilidade de iniciar uma conversa com uma pessoa estranha e levá-la a Jesus, gosta de cooperar comm trabalhos evangelísticos da Igreja, preocupa-se com seus parentes, amigos, vizinhos e colegas não salvos; o dom de pastor (ministrar ao povo de Deus), alguém chamado ao ministério para amar, discipular, equipar e guiar outros crentes, ajudando-os a serem saudáveis, individualmente e em conjunto, e ajudando-os a se reproduzirem. O possuidor deste dom sente a grande necessidade e responsabilidade de promover o crescimento de um grupo de crentes, levando-os ao amadurecimento na vida cristã, preocupa-se com o indivíduo. Tem prazer em ser útil na recuperação espiritual de crentes que se afastam do Senhor, tem prazer de alimentar os crentes com a Palavra de Deus; o dom do mestre, alguém chamado para procurar, sistematizar e apresentar as verdades da Palavra de Deus de tal forma que outros aprendam. O mestre é uma pessoa dada à igreja e o ensino é um dom dado à pessoa. O possuidor deste dom é preparado por Deus de modo especial para esclarecer Sua Palavra de maneira atraente e compreensível, preocupa-se em conhecer tudo o que está ao seu alcance sobre um tema bíblico e sente que tem uma responsabilidade muito grande em transmitir este ensino, não gosta de ficar preso ao ensino preparado por outros, preferindo expor o assunto baseado no seu próprio estudo. A igreja existe para ser uma comunidade de ministério. Na igreja de Cristo, ninguém tem autonomia para se autonomear para o ministério. Pastores, presbíteros e diáconos, todos, sem exceção, precisam ser chamados por Deus para servir nesses ofícios. A Igreja cresce (e é edificada) em dois sentidos: primeiro horizontal e depois vertical. O crescimento horizontal é o crescimento numérico, que acontece pelo evangelismo e todas as outras formas de trazer as pessoas, ou levar o Reino de Deus até elas. O crescimento horizontal olha para fora, pois implica eã.m quantidade. O crescimento vertical acontece através de tudo quanto ajuda um irmão a crescer, ou melhorar sua vida espiritual, ou ainda se tornar mais semelhante a Cristo. O crescimento vertical olha para dentro da igreja, pois implica em qualidade de vida cristã. Nas Escrituras, os ministros não são profissionais, fruto de uma ação puramente humana. No Antigo Testamento, os sacerdotes eram vocacionados segundo o propósito divino. No Novo Testamento o princípio é mesmo. Não importa o tamanho ou complexidade do serviço. Não faz diferença a aparência ou magnitude. O que importa e faz diferença é se estamos sendo fiéis e obedientes à ordem do Senhor. Serviço sem fidelidade e obediência não é serviço que glorifica a Deus – pode ser qualquer outra coisa: emprego, trabalho, ocupação ou qualquer obra da carne. Todo serviço cristão deve, sobretudo, trazer glória a Deus. Portanto, se não nos esvaziarmos de toda a pretensão orgulho e exaltação, não poderemos servir a ninguém, e muito menos a Deus. A palavra “chamado” na Bíblia é sinônima de vocação. Este termo tem origem na palavra grega “kaleo”, que aparece no Novo Testamento cerca de 148 vezes, sempre sendo empregada no sentido de ser um chamado procedente de Deus. Nas Escrituras, vocação ou chamado de Deus significa a mesma coisa que a vontade de Deus. Deus está mais desejoso para nos mostrar sua vontade do que nós em conhecê-la. A chamada é sempre acompanhada de uma missão. Alguém que tem chamado específico não pode viver de um lado para outro, de um trabalho para outro. Quando Deus chama, Ele comissiona para uma missão específica. O nosso desafio é viver como uma pessoa chamada. Existe sempre um propósito soberano por trás do chamado de Deus na vida de cada pessoa. Nossa reconciliação com Deus através de Jesus (salvação) e a nossa responsabilidade como embaixador do Reino (serviço). A Bíblia Sagrada nos orienta a desenvolvermos as seguintes qualidades: vigilância, fé firme, constância e amor. A exortação bíblica acerca da “vigilância” é nos sentido de não sermos sonolentos na fé, pois isso nos levaria a errar o alvo. O ministério é um chamado para estarmos alertas, especialmente acerca da coerência na doutrina e na conduta, esforçando-nos e sendo valentes na batalha espiritual. A expressão “firme na fé” quer dizer muito mais do que ser constante e coerente no cotidiano, implica também em f.icar firme na defesa de suas convicções. O ministro, em todos os seus atos, devem demonstrar amor. Ser “forte”, e não fraco, na batalha. Não é permitido recuar medrosamente, mas avançar com hombridade por meio da fé em Cristo. Mas tudo isto tem que ser com amor. O amor é uma qualidade que deve predominar até mesmo no calor da batalha. O amor de Deus deve constituir a cobertura que nos motiva em tudo, como cristãos. Todo o ministério de Jesus foi motivado pelo amor pela humanidade perdida. Para o ministro, o amor não deve ser uma obrigação, mas um item na lista de coisas que ele deve fazer. Além dos cristãos portarem-se com coragem autêntica e serem fortes no Senhor devem cultivar sempre uma vida de abnegação e devoção a Deus e aos outros. Aquele que é nascido de novo, que estiver “em Cristo”, deve encontrar seu lugar no corpo de Cristo, e avaliar as oportunidades e suas possibilidades (especialmente o tempo) que vão surgindo. O fato é que ninguém pode dizer que lhe faltam dons e talentos para servir na casa de Deus. Deus deu dons e talentos a todos. Não se trata de algo reservado apenas para uma elite. Nós temos que discernir e aproveitar as oportunidades que Deus nos dá na vida, pois algumas são únicas. Há coisas em nossa vida que acontecem sempre, outras acontecem só de vez em quando, outras ocorrem uma só vez. A motivação que nos leva a praticar um determinado serviço é o que será trazida à luz pelo Senhor. Os dons não existem para a edificação individual do cristão, mas existem somente no contexto de serviço aos outros irmãos. Deus é soberano em estabelecer quem recebe determinado dom. Os dons espirituais não são poderes para engrandecer o nome de uma pessoa e exaltar seu próprio ministério, mas sim para servir ao reino e engrandecer o nome de Cristo. A pessoa de Jesus Cristo encarnou o perfil de ministro que a igreja precisa. Jesus é o perfeito Ministro De Deus, ocupando todos os lugares no ministério cristão, tanto diante de Deus como diante dos homens. O próprio Jesus disse que não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos. Quando a Bíblia diz: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”, é para nos ensinar que o caminho do ministério segundo Jesus Cristo implica que, antes de tudo, é necessário nos despojarmos de nós mesmos e despirmo-nos de todo egoísmo e interesses mesquinhos, como por exemplo, sentimentos preconceituosos e inveja. A Bíblia ensina que Jesus foi glorificado por sua morte, e não por uma vida confortável. Ele mesmo afirmou ser o “grão de trigo” (ou semente) que precisou cair na terra e morrer. O princípio ensinado por Jesus implica que o serviço prestado hoje receberá galardão de Deus um dia no futuro. “Ao morrer, a semente se multiplica. A morte de Jesus não foi uma perda, mas um ganho”. Jesus relaciona sua glorificação ao Pai com o advento do seu sacrifício na cruz. A sua morte resultaria em sua glorificação. Vemos que Jesus utilizou duas palavras para “vida”. Primeiro, ele fala de perder a vida (grego psyche) em relação às exigências deste mundo e nos submeter À vontade de Cristo. Depois, Jesus fala de ganhar a vida (grego zoe) espiritual, a qual é vivida aqui e na eternidade. O ensino de Jesus sobre “perder” a vida refere-se a alimento, roupa e prazer. É deixar em segundo plano o bem estar da alma. A palavra “odeia” reforça este ensino, pois significa amar a Cristo mais que amar nossos interesses; é dar a eles importância secundaria em comparação a uma causa de maior interesse; para servir a Cristo temos de deixar de lado muitas coisas estimadas pelos homens, amando a Cristo mais do que nossos interesses. Quem vive para servir a Deus e ministrar ao próximo, o Pai o honrará. Este é o verdadeiro sentido da vida ministerial. “Se não recusarmos a ser grão de trigo (caindo na terra e morrendo); se não sacrificarmos expectativas, nem arriscarmos nossa reputação, propriedade e saúde; se, quando formos chamados, não abandonarmos nosso lar e não rompermos os laços familiares por causa de Cristo, então permaneceremos sós. Mas, se quisermos ser frutíferos, devemos seguir nosso amado Senhor, tornando-nos grão de trigo e, morrendo, então produziremos muito fruto”. Então, pode-se concluir com este trabalho, que existem vários tipos de dons e ministérios e que sua prática depende da entrega pessoal do cristão a Deus; que o chamado ministerial é fazer a obra segundo a vontade de Deus e para ser um obreiro aprovado para o Ministério, deve-se renunciar a si mesmo e por amor a Cristo, vencer os próprios interesses, vivendo conforme a direção do Espírito Santo. Referências: Lima, J. Dons e Ministérios. Instituto Teológico Quadrangular. Curitiba. 4ª Edição, 2013.