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Sociedade e crise(s)

2020

O conceito de crise é particularmente caro às Ciências Sociais. E é-o não apenas no domínio da Ciência Económica ou Política, mas também da Sociologia, da História, da Antropologia, da Educação, da Geografia e da Comunicação. Ao procurarem explicar as dinâmicas sociais como processos sujeitos à mudança e à transformação, estas ciências têm desenvolvido a ideia de que as crises são, não apenas momentos de depressão dos valores instituídos, mas também pontos de viragem histórica e civilizacional. Cada capítulo deste livro é um convite à reflexão da diversidade de experiências e problemáticas sociais da crise. Assumindo-a como noção plural, este volume encara a noção de crise(s) como central à análise crítica das sociedades.

As metáforas guerreiras na crise da COVID-19 Jean-Martin Rabot Professor Auxiliar do Departamento de Sociologia (Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho). ORCID: 0000-0001-7688-3186 116 As metáforas guerreiras insinuaram-se nos discursos sobre a crise da Covid logo após o anúncio, embora tardio, do surgimento de um vírus desconhecido na cidade de Wuhan, na China. Fazendo apelo à heroicização de figuras sacrificiais, o léxico de combate contra o vírus retoma as fórmulas consagradas que soam como um eterno refrão. Assim, a própria medicina tornou-se uma medicina de guerra com a construção precipitada de hospitais de campanha. O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou, em finais de janeiro de 2020, “a mobilização de todas as forças” contra o vírus, dizendo também que a China é capaz de “vencer a batalha” contra o vírus, indicando até o caminho a seguir: “face à situação grave de uma epidemia que está em fase de aceleração (…), é necessário reforçar a direção centralizada e unificada do Comité central do Partido” (citado no Paris Match, Coronavirus: Xi Jinping affirme que l’épidémie “s’accélère” en Chine, 2020). Em inícios de fevereiro, Xi Jinping falou ainda de “guerra contra o demónio” e de “guerra do povo” contra o coronavírus. Pudemos ler num tweet do canal China Global Television que Liang Wudong, o médico que acabou por falecer após ter contraído o vírus, estava “na primeira linha” quando a epidemia despoletou em Wuhan. Pudemos ler, também, que milhares de médicos e enfermeiros foram enviados para a “frente”, em Wuhan. Na edição francesa do órgão de comunicação chinês People’s Daily, pode-se ler uma reflexão que condiz com a dramaturgia ambiente: “trata-se não apenas de uma luta para prevenir a epidemia, mas também de uma batalha especial para proteger o espírito da civilização humana” (Yin, 2020). Nem mais! Donald Trump, por sua vez, anunciou ser “um presidente em tempos de guerra”. Emmanuel Macron deixou-nos entender que “estamos em guerra”. Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente português, não ficou aquém, ao afirmar, adotando a forma tautológica que a situação excecional em que nos encontramos exige: “Esta é uma guerra! Porque é de uma guerra que se trata” (Sá, 2020). Poderíamos multiplicar os exemplos até ao infinito e assinalar ainda que Macron se referiu explicitamente à noção de “união sagrada” utilizada por Raymond Poincaré, o então Presidente francês, nos inícios da Primeira Guerra Mundial. Podemos interrogar-nos sobre o significado da utilização de uma linguagem referente à guerra na atual situação de pandemia e tentar compreender por que razão “os dois conflitos que devastaram o planeta em pleno coração do século precedente ressurgem nos espíritos e nos corações” (Jeanneney, 2020, p. 6). Tanto mais que, mesmo que os números de vítimas mortais sejam amplamente subestimados (oficialmente 4.746 mortos na China, em 6 de outubro de 2020, e 1.156.438 mortos, em 25 de outubro de 2020, a nível mundial), esta pandemia, que começou sensivelmente há um ano, é relativamente pouco mortífera, se a compararmos com as epidemias do passado. As epidemias passadas atingiram precisamente populações já exangues por longas guerras e por longos períodos de fome. Para dar exemplos concretos, a chamada peste de Atenas, provavelmente uma febre tifoide, relatada pelo historiador Tucídides na sua obra História da guerra do Peloponeso, dizimou dezenas de milhares de atenienses, mais ou menos um terço da sua população, dos quais Péricles, entre os anos 430 e 426 (a. C.), em plena guerra que opôs os espartanos aos atenienses, guerra essa que durou de 431 a 404, com Sociedade e crise(s) alguns anos de tréguas pelo meio. Basta referir um excerto da obra de Tucídides para dar conta da violência destrutiva da doença: ninguém, em parte alguma, se lembrava de um flagelo semelhante e de vítimas tão numerosas. Os médicos estavam impotentes, pois, no início, ignoravam tudo da doença; para além disto, estando em estreito contacto com os doentes, ficaram mais particularmente atingidos. Toda a ciência humana era ineficaz; em vão, multiplicavam-se as suplicações nos templos; em vão, recorriam aos oráculos ou a práticas semelhantes; tudo era inútil; finalmente desistiram, vencidos pelo flagelo. (…) A doença, impossível de descrever, assolava com uma violência que desorientava a natureza. (Tucídides, 1982, I, pp. 140-142) A peste de Justiniano alastrou-se em toda a bacia mediterrânica, do ano 541 ao ano 767, conhecendo um pico em 592 e tendo matado aproximadamente entre um terço e a metade da população. Apareceu num momento conturbado de guerras expansionistas, por meio das quais Justiniano pretendia reunificar o império romano. Grégoire de Tours, na sua Histoire des Francs, refere-se às cidades de Arles, em 549, “cruelmente despovoada”, e de Clermont, em 567, como tendo num “certo domingo, 300 cadáveres na catedral” (citado em Brossolet, 1991, p. 546). A peste negra, que se abateu sobre a Europa entre 1347 e 1352, fez entre 25 e 40 milhões de mortos, dizimando entre um terço e a metade da população deste continente. Pela sua importância e pela aura de que goza ainda hoje em dia no imaginário popular, esta peste revestiu vários nomes: grande pestilência, grande mortandade, doença dos inchaços, doença das virilhas, peste universal ou ainda morte negra. A peste ocorreu em plena Guerra dos Cem Anos, que se estendeu de 1337 a 1453, guerra essa que opôs o reino de França ao de Inglaterra e que coincidiu também com a grande fome de 1347, que assolou o continente europeu na sua quase totalidade. Boccace, o célebre escritor florentino, relatou-nos os dados sem rodeios: quantos homens valentes, quantas belas damas, quantos graciosos jovens, que qualquer um e mesmo Galiano, Hipócrates, Esculápio teriam julgado em boa saúde, almoçavam de manhã com os seus país, companheiros e amigos e, à noite, jantavam no outro mundo com os seus antepassados. (Boccace, 2006, p. 47) Podemos ainda referir a epidemia de gripe espanhola que assolou o mundo de 2018 a 2020, ceifando à volta de cinquenta milhões de vidas e prolongando a carnificina da Primeira Guerra Mundial. À luz destes dados, podemos interrogar-nos sobre o significado do recurso a uma linguagem que se refere explicitamente à guerra, na luta contra o coronavírus, numa altura em que não estamos em guerra, em que não conhecemos fomes, em que os Estados-providência colmatam as perdas suscitadas pelas situações de doença e de desemprego. E podemos interrogar-nos sobre o significado de uma guerra nestas circunstâncias: concordemos, porém, que se trata de uma guerra estranha, em que o comandante-chefe tem como palavra de ordem: “escondam-se”; em que uma mobilização nos manda parar; em que nos apelam a não mais formar uma sociedade para formar uma nação, a isolar-nos para ficarmos juntos e a separar os corpos uns dos outros para nos aproximarmos deles em espírito. (Debray, 2020) 117 118 De um ponto de vista sociológico, esta interrogação não nos parece infundada. Talvez possamos invocar a situação de medo continuado que se deve à ausência de males reais, em sociedades enraizadas no liberalismo económico e no pluralismo político, governadas pelo processo da “securização” da vida. O mal, quer se chame doença ou terrorismo, é essa tendência residual que, nas nossas sociedades, não encontra mais nenhuma possibilidade de expressão. Recalcado, poderá ressurgir de forma paroxística e explosiva em qualquer altura e, enquanto não explodir, entorpecer o indivíduo no medo. Sintomático desse medo é o pânico gerado na população parisiense pela simples detonação de um avião supersónico a sobrevoar a cidade, em 30 de agosto de 2020. E é verdade que o 11 de setembro, bem como a COVID-19, nos apanharam de surpresa e soam como uma negação contundente das mais loucas esperanças que colocamos na proteção de Estados superpoderosos e nos progressos ilimitados em matéria de medicina. Tornamo-nos muito fracos em matéria de energia satânica, irónica, polémica e antagónica, tornamo-nos sociedades fanaticamente moles ou molemente fanáticas. Ao perseguir a parte maldita dentro de nós e ao deixar brilhar apenas os valores positivos, tornamo-nos dramaticamente vulneráveis ao menor ataque viral... (Baudrillard, 1990, p. 89) Podemos analisar e desmistificar as metáforas da guerra na presente pandemia, como o fez a ensaísta Susan Sontag acerca das metáforas da doença, no livro La maladie comme métaphore (1979). À metáfora patológica sucede, nos nossos dias, a metáfora guerreira. Em ambos os casos, uma figura retórica serve para designar o mal de que sofre a sociedade, para nomear e diabolizar um inimigo cuja perigosidade é proporcional à sua invisibilidade, para sublimar os medos adormecidos no fundo das nossas mentes, adaptando-se às necessidades ideológicas da época e às veleidades de poder que animam os políticos de todos os tempos e de todos os horizontes. A doença fica submetida a uma alteração de significado quando se lhe enxerta uma dimensão simbólica de que não dispõe à partida, quando se lhe conferem atributos que traduzem os disfuncionamentos societais, a partir de considerações morais ou ideológicas. As expressões de uma guerra contra inimigos invisíveis sempre serviram para mobilizar os espíritos contra os perigos virtuais ou reais, potenciais ou atuais. Em tempos de COVId-19, estas expressões são objeto de uma requisição massiva por parte dos poderes políticos para legitimar a imposição de medidas drásticas de contingência e de emergência. O recurso à metáfora guerreira acaba por desencadear uma guerra contra si próprio, exigindo do indivíduo que domine e reprima as suas pulsões gregárias: o desejo de beber um copo entre amigos, o desejo de prestar uma última homenagem a um ente desaparecido, o desejo de visitar um familiar num lar, o desejo de manifestar publicamente a sua alegria num estádio de futebol ou ainda o desejo de entrar em comunhão com os outros numa sala de concerto, num restaurante ou num bar. Sintomática dessa mania de enquadrilhamento social e espacial foram as palavras do prefeito de Paris, Didier Lallement, desejoso de controlar a ordem social e espacial, ao referir-se a uma guerra “cuja frente está em cada um de nós” (citado em Demoulin, 2020). É esta ideia de uma guerra contra nós próprios que subjaz ao sábio conselho que o Reitor da Universidade deu à comunidade académica da Sociedade e crise(s) Universidade do Minho, numa “Nota Informativa/COVID-19/Ponto de Situação”, num mail enviado em 16 de outubro de 2020: “todos somos agentes da saúde pública!”. Os apelos à responsabilidade individual, tal como as críticas à inconsciência de comportamentos desrespeitadores das medidas do Estado de Emergência, remetem para uma caça ao animal gregário que está em todos nós, para uma generalização da noção de inimigo, que tanto diz respeito ao indivíduos como à sociedade em geral, e ainda para uma culpabilização e uma criminalização do inimigo: “todos aqueles que nos lindos bairros como nos subúrbios violam as regras sanitárias insultam a ciência e traem a República” (Perri, 2020). É ao endeusar a ciência e a República “una e indivisível” que os apologistas da ditadura político-sanitária procuram legitimar-se. Do nosso ponto de vista, são os valores da pós-modernidade, cuja figura mítica é a de Dioniso, um deus com múltiplos rostos, incarnando as efervescências coletivas e os prazeres da vida, que estão a ser reprimidos. Ilustrativo desse facto são os discursos políticos que enaltecem de forma antecipada as virtudes profiláticas e curativas do recolher obrigatório, numa altura em que as medidas de confinamento, de distanciamento social e de generalização do uso das máscaras falharam os objetivos fixados. A guerra é dual, dividindo o campo em amigos e inimigos, como no-lo dizia Carl von Clausewitz, que morreu com a epidemia de cólera, em 1831. E mais, Clausewitz acrescenta que a guerra é o meio pelo qual se realizam os fins políticos: “a guerra não é apenas um ato político, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação das relações políticas, uma realização destas por outros meios” (1980, p. 67). O que o eminente pensador alemão diz da guerra podemos dizê-lo dos discursos de guerra: são duais e um instrumento político para a justificação e a realização de determinados fins. Desse jeito, a metáfora guerreira na luta contra a COVID-19 está em sintonia com a visão apocalíptica cristã que era vivida nos termos dualistas de uma irremediável luta do bem contra o mal, sendo que pertencia a cada um nomear o seu inimigo, a sua “besta... com dez chifres e sete cabeças e nos seus chifres dez tiaras e nas suas cabeças nomes blasfematórios”, como nos é dito na Bíblia, no Apocalipse de João (Ap. 13: 1). Na atual crise, a doença reveste a figura do caos ou do pecado, que encontramos respetivamente na mitologia grega e na religião cristã, ou ainda a da “patologia técnica”, para referir uma expressão do filósofo francês Jean-Claude Beaune (1998, p. 23). Na luta contra um inimigo invisível, são as reuniões em família, as socializações entre jovens, os agrupamentos entre amigos, à semelhança dos ajuntamentos desportivos, musicais e outros que estão em linha de mira, como se o vírus não se transmitisse em contexto laboral ou nos transportes públicos que os trabalhadores utilizam, como se o vírus fosse apenas contagioso de noite. Sintomáticas desta visão são as medidas adotadas em Portugal, com a proibição das deslocações entre concelhos, entre 30 de outubro e 3 de novembro, por causa do feriado do Dia de Todos os Santos e do Dia de Finados. Sintomáticas desta visão são também as últimas medidas adotadas em França, que submeteram 46 milhões de franceses 119 120 ao recolher obrigatório entre as 21 horas da noite e as seis horas da manhã e que sujeitaram toda a população a um novo confinamento geral, com exceção para os trabalhadores. Vemos que a mobilização total contra o vírus não é mais do que a encenação de uma “mobilização do mundo por meio da Figura do Trabalhador” (Jünger, 1989, p. 197). Com efeito, estas medidas significam um retorno ao prometeísmo da modernidade. Ora, o atual prometeísmo, cego pela luz do dia e das suas promessas de libertação de redenção, não leva em consideração o simbolismo noturno, as imagens que são associadas ao regime noturno, sobre as quais se debruçou o antropólogo francês do imaginário, Gilbert Durand. Este lembra-nos que “a noite se torna, pelo contrário, o lugar privilegiado da incompreensível comunhão, [que] ela é jubilação dionisíaca” (Durand, 1979, p. 249). O atual prometeísmo esqueceu-se da profunda reflexão de Jorge Luis Borges (2016, p. 514): “ao longo das gerações, os homens erigiram a noite”. Por outras palavras, estas propostas, que pretendem liquidar a noite, deixam antever uma série de desobediências civis e de resistências contra a ditadura sanitária do Estado, contra “uma oligarquia político-mediática [que] se empenha, ao pretexto de uma crise sanitária, em manter a todo custo um individualismo exacerbado, que de forma alguma corresponde ao desejo profundo das tribos pós-modernas” (Maffesoli, 2020). Depois da intervenção do Presidente Macron que instaurava o recolher obrigatório, numa sondagem realizada para o canal informativo francês LCI, 6 % dos inquiridos declaravam que não iriam respeitá-lo, enquanto 16 % dos inquiridos afirmavam que o respeitariam, “outorgando-se algumas exceções” (Lenoir, 2020). É bem sabido que não há regras sem exceções. É sabido também que as exceções de hoje serão as regras de amanhã. Referências Baudrillard, J. (1990). La transparence du mal. Essai sur les phénomènes extrêmes. Paris: Galilée. Beaune, J. C. (1998). Philosophie des milieux techniques. La matière, l’instrument, l’automate. Seyssel: Éditions Champ Vallon. Boccace (2006). Le Décaméron. Paris: Gallimard/Folio. Borges, J. L. (2016). Poesía completa. Madrid: Editora Debolsillo. Brosselet, J. (1991). Épidémies dans l’Antiquité. In J. L. Miège, J. Brosselet & G. Duby (Eds.), Épidémies. Encyclopædia Universalis, Tomo 8 (pp. 544-553). Paris: Encyclopædia Universalis Éditeur. Clausewitz, C. V. (1980). De la guerre. Paris: Les Éditions de Minuit. Coronavirus: Xi Jinping affirme que l’épidémie “s’accélère” en Chine (2020, 25 de janeiro). Paris Match. https://www.parismatch.com/Actu/International/Xi-Jinping-affirme-que-l-epidemie-s-accelere-en-Chine-1670631 Debray, R. (2020, 19 de março). Quitte ou double. Marianne. https://www.marianne.net/agora/humeurs/ quitte-ou-double-par-regis-debray Demoulin, C. (2020, 19 de março). Drôle de déclaration de guerre... Libération. https://www.liberation.fr/ debats/2020/03/19/drole-de-declaration-de-guerre_1782230 Durand, G. (1979). Les structures anthropologiques de l’imaginaire. Paris: Bordas. Sociedade e crise(s) Jeanneney, J. N- (2020). Virus ennemi. Discours de crise, histoire de guerres. Paris: Gallimard. Jünger, E. (1989). Le travailleur. Paris: Christian Bourgois Éditeur. Lenoir, L. (2020, 15 de outubro). Ces Français qui ne respecteront pas le couvre-feu et dénoncent “une intrusion intolérable”. Le Figaro. https://www.lefigaro.fr/actualite-france/ces-francais-qui-ne-respecteront-pas-le-couvre-feu-et-denoncent-une-intrusion-intolerable-20201015 Maffesoli, M. (2020, 16 de outubro). Le port obligatoire de la muselière dans les rues suffit-il à nous faire obéir? Le Courrier des stratèges. https://lecourrierdesstrateges.fr/2020/10/16/maffesoli-le-port-obligatoire-de-la-museliere-dans-les-rues-suffit-il-a-nous-faire-obeir/ Perri, P. (2020, 19 de março). Violer le confinement, c’est insulter la science et trahir la République! Les Echos. https://www.lesechos.fr/idees-debats/cercle/opinion-violer-le-confinement-cest-insulter-la-science-et-trahir-la-republique-1186825 Sá, P. (2020, 18 de março). Marcelo. “Esta é uma guerra! Quanto mais depressa formos mais depressa salvamos vidas”. Diário de Notícias. https://www.dn.pt/poder/marcelo-esta-e-uma-guerra-quanto-mais-depressa-formos-mais-depressa-salvamos-vidas-11951098.html Sontag, S. (1979). La maladie comme métaphore. Paris: Christian Bourgois Éditeur. Tucídides (1982). Histoire de la guerre du Péloponnèse, I-II. Paris: Garnier-Flammarion. Yin, H. (2020, 21 de fevereiro). Une bataille spéciale pour sauvegarder l’esprit de la civilisation. People’s Daily. http://french.peopledaily.com.cn/Horizon/n3/2020/0221/c31362-9660496.html 121