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La Rencorosa - José Echegaray

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EL TEATRO

COLECCIÓN DE OBRAS DRAMÁTICAS Y LÍRICAS

LA RENCOROSA
COMEDIA EN TRES ACTOS Y BK PROSA

u H i c i N u . ni-:

J O S É E C H E O A R ^ L Y

MADRID
FLORENCIO FíSCOWICH, EDITOR
(Sucesor de Hijos de Á. Guitón.)
PEZ, 40.—OFICINAS: POZAS,— í ¿—'¿."

1894
LA RENCOROSA
LA BENCOBOSA
COMEDIA EN TRES ACTOS Y EN PROSA

ORIGINAL DE

JOSÉ! ECHEGARAY

Estrenada en el TEATRO DE LA COMEDIA, la noche del 1:1 de Marzo


de 1894.

MADRID
IMPRENTA DE JOSÉ RODRÍGUEZ
ATOCHA, 1 0 0 , PRINCIPAL

4 8 9 4
PERSONAJES ACTORES

SllTA . GUERRERO.
DOÑA I S A B E L DE Q U I R Ó S Y G U E -
VARA SRA. ALVERÁ .
JULIA » TOVAR.
DON B E R N A R D O DE MEDINA . . . Su. THUILLIER .
DON ANTONIO » MARIO.
DON P E D R O MONTOJO )) BALAGÜER.
DON Á N G E L S U Á R E Z )) GARCÍA ORTEGA
UN B I B L I O T E C A R I O )) GUERRERO.
)> URQUUO.
DOS CRIADOS j MONTENEGRO.
))

Época contemporánea.—Derecha é izquierda las del


actor.

L a *escena,..én . e l . p r i ñ i e r actOj e n la Q u i n t a "dé d o ñ a I s a b e l .


E n los o t r o s dos actos, u n a ñ o d e s p u é s , en el Chateau de don
B e r n a r d o , o r i l l a s d e l m a r ; sitio p i n t o r e s c o . L a Q u i n t a y el Cha-
teau, próximos.

Esta obra es propiedad de su autor, y nadie podrá, sin su permiso,


reimprimirla ni representarla en España y sus posesiones de Ultramar, ni
en los países con los cuales se hayan celebrado ó se celebren en adelante
tratados internacionales de propiedad literaria.
El autor se reserva el derecho de traducción.
Los comisionados representantes de la Galería Lírico-Dramática, titulada
El Teatro, de DON FLORENCIO FISCOWICH, son los exclusivamente encar-
gados de conceder ó negar el permiso de representación y del cobro de los
derechos de propiedad.
Queda hecho el depósito que marca la ley.
ACTO PRIMERO

La escena representa un salón de planta baja en la Quinta de doña Isabel.


Itompimiento en el fondo, por el que se ve el jardín y el parque. A la
derecha, dos puertas; á la izquierda, los cristales de un invernadero, y
detrás flores de estufa, plantas tropicales, etc., etc. Por toda la escena,
butacas, mecedoras, sofás, mesitas de te, plantas de salón, objetos artís-
ticos. Mucho lujo, y de buen gusto. Es de dia: las diez ó las once de la
mañana.

ESCENA PRIMERA
MONTOJO y S U Á R E Z

Don Pedro Montojo aparece sentado perezosamente; don Ángel Suárez viene
del jardin. Trajes de verano.

SUAHEZ. ¡ P e n s a t i v o le e n c u e n t r o al b u e n M o n t o j o ! (Declamando.)
MONT. ¡No m e h a g a usted endecasílabos, amigo Suárez! ¡No
p u e d o s u f r i r l o s v e r s o s ! ¡La c o s a m á s i n s í p i d a q u e s e
h a i n v e n t a d o , lo m á s superficial, lo m á s f a l s o ! ; . , ¡re-
cortaduras de prosa!
SUARIÍZ. Y a lo s é : á u s t e d l e g u s t a la p r o s a maciza. Lo sólido,
lo p r o f u n d o . ¡A u s t e d le g u s t a profundizar!
MONT. ¡ E s a e s la m i s i ó n d e l h o m b r e ! L o s p á j a r o s v u e l a n p o r
las r a m a s : l a s m a r i p o s a s v a n d e flor e n flor: el a g u a
— 6 —

r e s b a l a p o r l a p e ñ a v i v a : l a b r i s a r o z a la piel: el h o m -
bre penetra, ahonda, profundiza.
SUAREZ. Y el t o p o t a m b i é n .
MONT. C o n v e n i d o ; p e r o el t o p o n o v e lo q u e p r o f u n d i z a , y
yo sí.
SUARE/.. ¿Y e n q u é p r o f u n d i d a d e s a n d a b a su p e n s a m i e n t o d e
usted cuando llegué?
MONT. ¡En l a s d e l c o r a z ó n !
SUAREZ. ¿Propio ó ajeno?
MONT. ¡Hola, hola! ¿Usted t a m b i é n q u i e r e p r o f u n d i z a r en mí?
SUAREZ. L e a s e g u r o á u s t e d q u e n o . Yo m e c o n t e n t o c o n la s u -
perficie d e l a s c o s a s . ¿El cielo e s azul? ¡qué m e i m p o r -
ta q u e p o r d e t r á s esté n e g r o ! ¿El r í o e s cristalino? ¡qué
m e i m p o r t a n el l é g a m o y l o s g u i j o s d e l fondo! ¿El c u t i s
de u n a mujer es suave y sonrosado? ¡me basta, señor,
m e basta!
MONT. ¿De m o d o , q u e le g u s t a r á á u s t e d d o ñ a Isabel?
SUAREZ. ¡Ya lo c r e o q u e m e g u s t a ! A p e s a r d e s u s c u a r e n t a y
pico d e a ñ o s , m e g u s t a . ¡Qué c u t i s ! . . .
MONT. Y si le a p u r a s e n á u s t e d m u c h o , ¿ s e c a s a r í a c o n ella?
(Riendo.)
SUARE/,. Yo n o ; y u s t e d t a m p o c o . (Riendo también.)
MONT. ¿ P o r q u é ? (En broma.) ¿ P o r q u é n o h a b í a d e c a s a r m e y o ?
SUAREZ. Hombre, casarse con u n a viuda, s e c o m p r e n d e ; pero
c a s a r s e u s t e d , que es viudo, con una viuda, q u e tiene
u n a hija, q u e es viuda también, e s u n a complicación
d e viudeces... ¡que e s p a n t a !
MONT. P e r o , ¿por qué? N o n i e g o q u e d o ñ a Isabel e s v i u d a ; n o
n i e g o q u e lo s e a s u hija J u l i a ; n o n i e g o q u e lo s e a y o .
P e r o , a m i g o S u a r e z , e s o e s lo q u e s e v e : e s o e s lo s u -
perficial.
SUAREZ. Claro q u e e s lo superficial: u n a s e r i e d e l o s a s sepul-
crales, c a p a z d e c u b r i r t o d a la superficie d e u n c e m e n -
terio.
MONT. Y c o n la hija, c o n J u l i a , ¿ s e c a s a r í a u s t e d ?
SUAUEZ. E s o e s o t r a c o s a . L a hija e s u n a d e i d a d : y , ¿quién r e -
chaza u n a d e i d a d ?
MONT. A m i g o S u á r e z , ¿se ofenderá u s t e d si le d o y un c o n s e j o ?
SUAREZ. De n i n g ú n m o d o .
MONT. Pues desista usted de enamorar á Julia.
SUAREZ. ¿ P o r qué?
MONT. P o r q u e h a y d o s q u e se d i s p u t a n la p o s e s i ó n d e la v i u -
dita, y a m b o s t i e n e n m á s p r o b a b i l i d a d e s q u e u s t e d .
SUAREZ. ¿Y q u i é n e s s o n ?
MONT. E n primer lugar, don Bernardo de Medina. Llegó hace
o c h o d í a s á s u Chateau. D e s d e a q u í lo v e u s t e d .
SUAREZ. Conozco á B e r n a r d o , y conozco s u Chateau. ¡Admira-
b l e m e n t e s i t u a d o ; d o m i n a el m a r ; t i e n e u n p a r q u e r e -
gio; está r o d e a d o d e b o s q u e s ! ¡ G r a n p o s e s i ó n !
MONT. P u e s á la d e Julia a s p i r a .
SUAREZ. E s a e s la h i s t o r i a a n t i g u a .
MONT. Me p a r e c e q u e v a á e m p e z a r la historia m o d e r n a . Y
si n o , d í g a m e u s t e d : ¿á q u é v i n o B e r n a r d o ?
SUAREZ. Como n o s o t r o s : á p a s a r el v e r a n o á la orilla del m a r . A
nosotros n o s h a invitado doña Isabel de Quirós y G u e -
vara, nobilísima y bellísima señora, y hemos venido á
s u p r e c i o s a Q u i n t a . El se invitó a, sí mismo, y en su
magnífico Chateau le t e n e m o s .
MONT. E s a e s la superficie d e los h e c h o s . U s t e d n u n c a a h o n d a .
SUAREZ. ¿ P u e s á q u é v i n o , y a q u e u s t e d lo s a b e ?
MONT. (Con misterio.) A e s p e r a r la l l e g a d a d e J u l i a , q u e , t e r m i -
n a d o el a ñ o d e l u t o , v u e l v e d e A m é r i c a á d a r al v i e n t o
m a r i n o d e e s t a s c o s t a s los ú l t i m o s s u s p i r o s d e s u d o l o r .
C o m o , e n efecto, llegó a n o c h e .
SUAREZ. ¿Y q u é ?
MONT. ¿ N O h a oído u s t e d h a b l a r d e los a n t i g u o s a u t o r e s d e
Julia y B e r n a r d o ?
SUUIEZ. ¡Algo, s í ; u n o s a m o r e s v o l c á n i c o s !
MONT. ¡Una fuga e n p r o y e c t o ! . . . ¡Oposición d e los p a d r e s ,
porque entonces Bernardo e r a poca cosa! ¡Desespera-
ción del a m a n t e ! ¡Traición d e la a d o r a d a H e l e n a . . . y ,
p o r fin, s u b o d a c o n u n b a n q u e r o a m e r i c a n o ! A q u í t i e -
ne u s t e d la h i s t o r i a a n t i g u a .
SUAREZ. ¿Y" la contemporánea?
— 8 —

MONT. E S m á s sencilla; s e r e d u c e á e s t o : q u e lo q u e no fué


e n t o n c e s , p u d i e r a s e r a h o r a . B e r n a r d o , hoy e s muy
r i c o . A d e m á s , t i e n e m u c h o t a l e n t o : es d i p u t a d o , y e l o -
c u e n t í s i m o . L l e g a r á , l l e g a r á . . . p e r o n o h a l l e g a d o del
todo. Y Julia es ambiciosa, y s u s ambiciones no a d m i -
ten espera. Julia t i e n e u n a a m b i c i ó n d e s e n f r e n a d a . ¡Ah!
El c o r a z ó n h u m a n o , p a r a m í , n o g u a r d a s e c r e t o s .
SUAREZ. ¡ D e m o n i o d e h o m b r e , y c ó m o lo p e n e t r a t o d o ! (Riendo.)
MONT. Si n o h a y m á s q u e fijarse u n p o c o . L a hija, h e r e d a en
o t r a f o r m a las i n c l i n a c i o n e s d e la m a d r e . L a madre,
m u y b u e n a s e ñ o r a ; p e r o s o ñ a n d o con s u s p e r g a m i n o s y
s u s b l a s o n e s . . . y s i e m p r e el l u s t r e d e s u l i n a j e . . . y las
glorias de sus abuelos...
SUAREZ. ¡Ya, y a ! . . . ¡Como q u e q u i e r e e n s e ñ a r m e h e r á l d i c a !
MONT. Pues déjese usted enseñar.
SUAREZ. Y m e d e j a r é . P e r o , v o l v i e n d o á la h i j a , ¿ n o dijo u s t e d
q u e e r a n d o s los q u e p r e t e n d í a n a r r a n c a r d e la linda
cabeza de Julia las enlutadas tocas?
MONT. D O S ; e l u n o , B e r n a r d o : la a n t i g u a p a s i ó n . . .
SUAREZ. ¿Y el o t r o ?
MONT. El d u q u e d e A l m i n a r e s : la i n c l i n a c i ó n m o d e r n a .
SUAREZ. Y a le c o n o z c o . ¡ G r a n p e r s o n a j e ! ¡ s a n g r e azul t u r q u í !
Su e s c u d o . . .
MONT. S U e s c u d o t i e n e m á s c u a r t e l e s q u e el d e d o ñ a I s a b e l , y
m e n o s fantásticos.
SUAREZ. ¿No h a sido e m b a j a d o r en P a r í s ?
MONT. DOS veces. ¡Como q u e e s u n o d e l o s leaders d e la
política! H o m b r e d e t a l e n t o , s i m p á t i c o , i n m e n s a m e n t e
rico, p o c o m á s d e c u a r e n t a a ñ o s . . . ¡El bello ideal d e la
e n c a n t a d o r a J u l i a y d e s u heráldica mamá.
SUAREZ. ¿ E S d e c i r , q u e m e q u e d o sin la m a m á y sin la hija?
(Bromeando.) ¿ P u e s á q u i é n ofrezco yo e s t e c o r a z ó n t o d o
ternura?
MONT. Ahí tiene usted á Pilar.
SUAREZ. ¡Pilar!... ¡Pilar!... ¡Por Dios, M o n t o j o ! ¡Una pobre
c r i a t u r a , h u é r f a n a , r e c o g i d a en e s t a c a s a casi d e l i m o s -
na, una criada distinguida, pudiera decir... ¡No tengo
las a m b i c i o n e s d e Julia, p e r o no t a n t a humildad!...
MONT. P i l a r t i e n e s a n g r e d e Q u i r ó s y G u e v a r a en las v e n a s .
SUAREZ. Conozco la h i s t o r i a . U n a h e r m a n a de Isabel q u e se
e n a m o r a del hijo d e u n l a b r a d o r m á s ó m e n o s poético,
con p o e s í a p a s t o r i l ; q u e se casa c o n t r a la v o l u n t a d de
la familia, y q u e s e m u e r e á poco d e n a c e r P i l a r c i l a .
Música c e l e s t i a l , con s u fuga c o r r e s p o n d i e n t e : a m o r y
m i s e r i a con t o d o s s u s a g r i d u l c e s y s u s a m a r g o s : r o -
m a n t i c i s m o p u r o con s u tisis final. Ya v e u s t e d q u e
estoy bien enterado.
MONT. Eso e s . ¡Por s u p u e s t o , q u e la familia maldijo á la c h i -
ca s o l e m n e m e n t e ! ¡ Una inésalliance! ¡Un a ñ o e n t e r o
estuvo cubierto de fúnebres c r e s p o n e s el blasón de
doña Isabel!
SUAREZ. ¡Cuando le d i g o á u s t e d q u e conozco la h i s t o r i a d e P i -
l a r ! . . . L e sé t o d o ; y sé q u e , al fin, d o ñ a I s a b e l , como
tiene b u e n c o r a z ó n , r e c o g i ó á s u s o b r i n a al q u e d a r s e
é s t a s i n p a d r e s , y h a s t a r e c o g i ó á u n don A n t o n i o , el
p o b r e tío d e P i l a r . P e r o e s t o no es m o t i v o p a r a q u e yo
m e sacrifique p o r la c h i c a , q u e , d e s p u é s de t o d o , no
m e g u s t a . ¡Muy flaca! ¡Muy p á l i d a ! ¡Cutis t o s t a d o por
el sol! ¡Pelo n e g r o , q u e d e b e s e r á s p e r o ! ¡Manos á s p e -
r a s t a m b i é n ! M u y t r i s t e , m u y h u r a ñ a , u n a p e q u e ñ a sal-
v a j e , c o r r i e n d o t o d o el d í a en u n caballejo p o r e s o s
c a m p o s , t o d a d e s g r e ñ a d a . V a m o s , no e s m i tipo. Será
u n t e s o r o ; p e r o la superficie d e ese t e s o r o m e d e s a g r a -
d a , y c o m o p a r a l l e g a r al t e s o r o h a y q u e p a s a r p o r la
superficie... renuncio: decididamente renuncio.
MONT. N O ; si no es p r e c i s o q u e u s t e d se s a c r i f i q u e ; si Pilar
t a m p o c o a s p i r a á c a s a r s e . D o ñ a Isabel c o m p r e n d e q u e
la posición d e P i l a r es d e s a i r a d a , y p i e n s a meterla
monja.
SUAREZ. E s o e s t á b i e n p e n s a d o ; y la c h i c a . . . ¿se o p o n e ?
MONT. Pilar n u n c a s e o p o n e á n a d a . P e r o d e j e m o s esta c o n -
v e r s a c i ó n , q u e y a se l e v a n t ó d o ñ a I s a b e l .
— 10 —

ESCENA II
DICHOS; DOÑA I S A B E L , por la derecha.

ISABEL. ¡ Felices d í a s , amigos míos! ¡ Madrugaron ustedes


mucho!
SUAREZ. Y O , m u c h í s i m o . E s t a b a e n pie t r e s h o r a s a n t e s d e q u e
s a l i e r a el SOl. (Con galantería.)
MONT. Yo, c o n t r a mi c o s t u m b r e , m e l e v a n t é t a r d e .
ISABEL. ¡ T r e s h o r a s a n t e s d e s a l i r el s o l ! . . . El sol s a l e á las
c i n c o ; de m o d o q u e se l e v a n t ó u s t e d á las d o s . ¡Por
Dios, Á n g e l ! ¿Qué m a d r u g ó n e s ese?
SUAREZ. ¿Qué h o r a es?
ISABEL. S e r á n las o n c e .
SUAREZ. P u e s m e l e v a n t é á las o c h o .
ISABEL. ¿Y el sol sale á l a s once?
SUAREZ. ¿No s e a c a b a u s t e d de l e v a n t a r ?
MONT. Quiso d e c i r u n a g a l a n t e r í a , y u s t e d n o q u i s o e n t e n -
derla.
ISABEL. A h o r a la e n t i e n d o , y a g r a d e z c o la lisonja.
MONT. ¿ E s t á u s t e d ya satisfecho? (A Suárez.)
SUAREZ. N O lo e s t o y , q u e n o fué l i s o n j a , s i n o j u s t i c i a . Pues
qué, (A doña Isabel.) ¿ n o t i e n e u s t e d en s u nobilísimo
b l a s ó n un sol de oro en c a m p o de platal
ISABEL. ¡ J e s ú s , q u é d e s a t i n o ! ¡Un j o v e n i l u s t r a d o c o m o u s t e d ,
no d e b e d e c i r e s a s c o s a s ! ¡ Se p o n e u s í a en evidencia!
¿Ha oído u s t e d ? (A Montojo, muy escandalizada.) ¡Sol de oro
en eampo de platal
MONT. ¡Ya, y a ! . . . (¡El diablo m e lleve si sé p o r q u é se
enoja!)
ISABEL. ¡Oro s o b r e p l a t a , M o n t o j o !
MONT. ¡ P e r o , S u á r e z , p o r Dios! ¿Oro s o b r e plata? (Con asombro
cómico.)
SUAREZ. P u e s á m í n o m e p a r e c e m a l ; oro sobre plata, es en
todas partes una combinación m u y aceptable.
ISABEL. ¡Que no le o i g a á u s t e d n a d i e , p o r Dios! ¡Eso q u e u s -
ted d i c e , es u n i n s u l t o á la h e r á l d i c a ! ¡ N u n c a , n u n c a ,
— 11 —

n u n c a , s é p a l o u s t e d , se p o n e en los e s c u d o s d e a r m a s
ni metal sobre metal, ni esmalte sobre esmaltel Si en
mi blasón viese usted algo de e s o , podía usted decir
q u e e r a u n a armería r i d i c u l a , u n a falsificación t o r p e .
¡ V a m o s , v a m o s ! . . . ¡no h a b l e m o s d e e s t a s c o s a s , p o r -
que me exalto!
SUAREZ. P e r d o n e u s t e d . . . yo i g n o r a b a . . . j a m á s m e fijé...
ISABEL. U s t e d n u n c a s e fija en n a d a . ¡Es u s t e d m u y ligero,
Ángel!
SUAREZ. ¡No s e m e o l v i d a r á ! ¡Metal s o b r e metal, nunca! ¡Es-
malte s o b r e esmalte, n u n c a ! ¡ A n t e s la m u e r t e !
ISABEL. SÍ señor.
MONT. ¿ Y Julia, n o se ha l e v a n t a d o ? ¿ L l e g a r í a a n o c h e muy
fatigada?
ISABEL. Se l e v a n t ó h a c e u n a h o r a . N o , ella no se fatiga f á c i l -
mente. Es muy vigorosa: una naturaleza muy bien
equilibrada.
MONT. T i e n e á q u i e n p a r e c e r s e en lo b u e n a ; en lo f u e r t e . . .
SUAREZ. E n lo h e r m o s a , y en lo bien e q u i l i b r a d a . (Repitiéndolo
para sí, á fin de que no se le olvide.) ¡Metal s o b r e metal!
¡ h o r r o r ! ¡profanación!
MONT. ¡Julia e s u n e n c a n t o !
ISABEL. E S u n a hija o b e d i e n t e y j u i c i o s a .
SUAREZ. ¿ Y e n t i e n d e t a n t o d e e s c u d o s y b l a s o n e s c o m o usted?
ISABEL. N O so b u r l e u s t e d d e c o s a s s e r i a s . B u r l a r s e del b l a s ó n ,
es b u r l a r s e d e las g l o r i a s d e n u e s t r o s m a y o r e s ; d e s u s
heroicos h e c h o s ; d e s u s sacrificios sublimes, y los
hijos n o d e b e n b u r l a r s e de los p a d r e s : e s a s figurillas
q u e le h a c e n á u s t e d r e i r , r e p r e s e n t a n m u c h a sangre
v e r t i d a p a r a a m a s a r e s t a t i e r r a e n q u e u s t e d tan r e g a -
ladamente descansa.
SUAREZ. ¡ P e r o si yo n o m e b u r l o ; si yo no m e r i o , s e ñ o r a ! Si
yo h e d e repetir eternamente: ¡metal sobre metal!
¡anatema!
ISABEL. ¡NO s e p u e d e c o n u s t e d !
MONT. ¡No s e p u e d e c o n él, d o ñ a I s a b e l !
1S\BI:L. ¿Sabe u s t e d , s e ñ o r b u r l ó n , c u a l s e r í a m i s u e ñ o do-
— 12 —

ratio? P o n e r a n t e m í el e s c u d o d e m i c a s a ; recorrer
s u s cuarteles u n o p o r u n o ; p a s a r d e s d e el jefe á la
punta p o r t o d o s s u s cantones d i e s t r o s y s i n i e s t r o s ; ir
e x a m i n a n d o t o d a s s u s piezas ó figuras heráldicas... y
á la v e z p o r e x t r a ñ o p r o d i g i o , v e r la fila interminable
de mis antepasados c ó m o fueron en v i d a , con sus
barbas, sus armaduras, sus hachas y mandobles... Y
p o d e r yo d e c i r l e s á m e d i d a q u e f u e r a n p a s a n d o : «Tú
o r e s el d e los leopardos afrontados; t ú , el del puerco
espín en campo de gules; t ú , el d e la vaca pasante;
tú, el del toro en c a m p o sinople.» Y ellos, inclinando
l a s v e n e r a b l e s c a b e z a s , a l e j a r s e d i c i e n d o : « s í , yo soy
el d e los leopardos; y o , el del puerco espín; y o , la vaca;
yo, el toro. ¡Oh, S u a r e z , v e r e s t o , c o m p r e n d e r l o y m o -
rir! (Con exaltación.)

SUAREZ. ¿Y c u á n d o p a s e n a q u e l l o s cinco ahorcados que he


visto en s u e s c u d o d e u s t e d ? ¿Y c u á n d o le dijesen:
«Isabelita, n o s o t r o s s o m o s los q u e a h o r c a r o n p o r s a l -
t e a d o r e s ? » V a m o s , ¿y e n t o n c e s ?
ISABEL. ¡ N O s e a u s t e d i g n o r a n t e ! los s i e t e a h o r c a d o s , p o r q u e
n o fueron c i n c o s i n o s i e t e , n o e r a n a n t e p a s a d o s m í o s .
E r a n siete condes t r a i d o r e s á s u r e y y á s u s e ñ o r , á los
q u e o t r o c o n d e , q u e e s e s í q u e e r a d e los m í o s , d e g r a -
dó p o r f e l o n e s , y a h o r c ó c o m o á v i l l a n o s . P o r q u e este
ú l t i m o c o n d e e r a s e ñ o r d e h o r c a y c u c h i l l o : q u e al pie
d e la h o r c a p u d o u s t e d v e r u n cuchillo azur en c a m p o
degules: e s d e c i r ; azul s o b r e r o j o .
SuARiiz. ¡Doña I s a b e l ! ¿qué dice u s t e d ? ¡Doña I s a b e l , azul sobre
rojo! ¡esmalte sobre esmalte! D o ñ a I s a b e l , ¡que m e va
á dar algo!
ISAHEL. Q u i s e d e c i r o t r a c o s a : fué u n a d i s t r a c c i ó n . . . ¡Es usted
irresistible!
SUAREZ. I s a b e l , si m e p e r d o n a u s t e d , p r o m e t o d i b u j a r el e s c u d o
d e s u familia, q u e n o h a y a m á s q u e p e d i r .
MONT. ¡ O h ! . . . es u n d i b u j a n t e y u n m i n i a t u r i s t a . . . T o d o lo
q u e s e a a n d a r p o r l a s s u p e r f i c i e s . . . p e r o n o le pida
usted profundidad: nunca sería escultor.
— 13 -

ISABEL. P u e s s e a c e p t a el c o m p r o m i s o .
SUARE/.. ¿Y el p e r d ó n ?
ISABEL. Concedido.
MONT. Ya t e n e m o s a q u í á J u l i a .
SUAREZ. ¡Divina... d i v i n a ! ¡Carmín s o b r e n á c a r , a u n q u e rabie
doña Isabel!

ESCENA III
DICHOS; JULIA, por la derecha.

JULIA. Amigo Montojo... amigo Suarez... porque usted debe


ser Suarez...
SI/AREZ. El m i s m o S u a r e z . . . el p r o p i o S u a r e z , y Ángel por a ñ a -
didura.
MONT. La hija p r ó d i g a q u e v u e l v e á la c a s a m a t e r n a , y esta
vez n o la d e j a r e m o s e s c a p a r tan fácilmente.
JULIA. ¿Quién s a b e ?
SUAREZ. Yo n a d a d i g o , p o r q u e e s t o y m u d o d e a s o m b r o . C u a n d o
la v i á u s t e d h a c e d o s a ñ o s en P a r í s , ¿se a c u e r d a u s -
ted? p e n s é : «no h a y , no p u e d e h a b e r u n a m u j e r más
h e r m o s a . » P u e s sí: l a q u e hoy v e o es m á s hermosa
que aquélla.
JULIA. ¡Por Dios, S u a r e z !
MONT. Qué rebuscado está eso, amigo Ángel.
ISABEL. L a s g a l a n t e r í a s , p a r a la c o r t e : en M a d r i d , c o m o en
Madrid: en el c a m p o , c o m o en el c a m p o . A q u í la s e n -
cillez, la n a t u r a l i d a d .
SUAREZ. N O ; si lo h e dicho con la m a y o r n a t u r a l i d a d .
ISABEL. Se d a el p u n t o p o r s u f i c i e n t e m e n t e d i s c u t i d o .
SUAREZ. Hoy e s t á u s t e d c r u e l c o n m i g o . (A dona Isabel.) Digo q u e
es u s t e d u n sol, y se enfada. H a b l o . . . b u e n o , desatino
s o b r e h e r á l d i c a , y se enfada. E n t o n o u n c á n t i c o á
J u l i a , y m e c i e r r a u s t e d la b o c a . . .
ISABEL. ¡ P u e s no dice q u e le h e c e r r a d o la b o c a ! . . . ¡Ea! s e n -
t é m o n o s , y a p r o v e c h e m o s la m a ñ a n a , q u e e s t á d e l i -
ciosa.
— a—
MONT. ¿ C u á n t o t i e m p o la Vamos á t e n e r á u s t e d p o r n u e s t r a ?
(A Julia.)
JULIA. T o d o el v e r a n o . Y en S e p t i e m b r e , á M a d r i d ; y en O c -
tubre, á París.
MONT. ¿Lleva u s t e d a l g u n a m i s i ó n d i p l o m á t i c a ?
JULIA. N i n g u n a . (Sonriendo.)
MONT. P u e s y o h e oído decir q u e el d u q u e . . .
JULU. ¿Cuál?... ¡Conozco t a n t o s ! . . .
MONT. El de A l m i n a r e s .
JULIA. ¡Ya!
MONT. P u e s a s e g u r a n q u e el d u q u e d e A l m i n a r e s h a t o m a d o
á e m p e ñ o q u e s u m a d r e d e u s t e d a c e p t e u n título d e
nobleza...
ISABEL. H a c e t i e m p o q u e e s t á con e s a m a n í a . P o r m á s q u e y o
le d i g o : « ¡ P e r o p o r Dios, d u q u e ! . . . » é l : «¡Que s í . . . q u e
s í ! . . . » M i s a m i g o s h a c e n d e m í lo q u e q u i e r e n .
JULIA. ¡ E S t a n b u e n a m i g o d o t o d o s n o s o t r o s . . . ! ¡Tan s e r v i -
cial! ¡Tan c a r i ñ o s o ! . . .
MONT. ¡Mucho, m u c h o !
JULIA. (Entusiasmándose poco á poro.) ¡Es u n h o m b r e e n c a n t a d o r !
I m p o s i b l e p a r e c e h e r m a n a r p o r m a n e r a m á s perfecta
la n o b l e z a d e s a n g r e c o n l a n o b l e z a d e a l m a ; la finura
a r i s t o c r á t i c a , c o n la d e m o c r á t i c a sencillez; la elevación
de inteligencia, c o n la m o d e s t i a ; la e n e r g í a , con la
d u l z u r a ; la r i q u e z a , c o n la g e n e r o s i d a d .
SUAREZ. ¡Vamos, u n h o m b r e perfecto!
JULIA. Si l o s h a y , él e s u n o .
ISABEL. L O e s , lo e s . S o b r e e s o n o s e d i s c u t e .
SUABEZ. P u e s u n a imperfección m e atrevería á señalar.
JULIA. ¿Y q u é imperfección e s esa?
SUAREZ. Una enorme.
ISABEL. ¿Cuál?
SUAREZ. Que es soltero. Todo h o m b r e soltero, ¿ n o e s u n ser
i m p e r f e c t o , deficiente? P u e s el d u q u e tiene t o d a s l a s
imperfecciones de soltería.
JULIA. E S imperfección q u e p u e d e c o r r e g i r s e .
SUAREZ. Y y o p o d r í a decirle c ó m o .
JULIA. . P a r a e s a s e m p r e s a s , n o n e c e s i t a el d u q u e a y u d a .
SUAREZ. (A Montojo.) ( S e g u n d o d e s e n g a ñ o d e M e d i n a . )
MONT. (Quien s e e x p o n e á sufrir el s e g u n d o , e s q u e m e r e c i ó
el p r i m e r o . )
SUAREZ. (Como para no olvidarlo.) ( ¡ M e t a l s o b r e m e t a l , p e n a c a -
pital!)

ESCENA IV
DICHOS; DON A N T O N I O , por la derecha. Traje de caballero, pero
modesto; es humilde y tímido, no tosco ni ordinario.

ANT. ¡Muy b u e n o s d í a s n o s d é Dios!


ISABEL. ¿ Q u i é n ? . . . ¡ A h ! . . . ¡es u s t e d ! ¡Muy felices! (Los demás no
le hacen caso.)
ANT. ¿Han v i s t o u s t e d e s á Pilar? ¿ h a p a s a d o p o r a q u í ?
ISABEL. N o l a h e m o s v i s t o : e s t a r á en el j a r d í n , ó en el p a r q u e .
(Los otros personajes hablan y ríen sin atender á don Antonio.)
ANT. (Acercándose al fondo y mirando.) ¡ P u e s n o s e la v e ! . . . ¡Eli!...
¡Pilar!...
JULIA. (Volviendo la caheza y dirigiéndose á su madre.) ¿ Q u i é n e s e s e ?
¿Es el a d m i n i s t r a d o r ?
ISABEL. N O , hija. ¿ P e r o n o le c o n o c e s ?
MONT. ¡ E S don Antonio!
JULIA. ¿ Y quién e s don Antonio?
SUAREZ. E l tío d e P i l a r . *
ISABEL. P o r p a r t e d e p a d r e . . . ¿ N o te a c u e r d a s ? . . . V e r d a d e s
q u e y o le r e c o g í d e s p u é s d e m a r c h a r t e t ú á A m é r i c a .
Una vez q u e vino don Antonio á v e r á la chica... como
P i l a r h a sido s i e m p r e t a n v o l u n t a r i o s a . . . e m p e z ó á l l o -
r a r y á a b r a z a r l e . . . «¡Tío A n t o n i o , t í o A n t o n i o ! . . . » y
dije: « B u e n o , p u e s q u e s e q u e d e . » Y s e q u e d ó , y a h í
está.
MONT. Doña Isabel e s u n corazón d e o r o .
SUAREZ. ¿De o r o s o b r e q u é ? ¡ C u i d a d o , M o n t o j o !
ISABEL. ¡ E S u s t e d p e s a d o si l o s h a y !
SUAREZ. ¿ P o r q u e a p r o v e c h o s u s lecciones?
ISABEL. ¡ V a m o s , cállese u s t e d !
— 16 —

ANT. (Volviendo al primer término.) N a d a ; n o p a r e c e , y h a c e u n a


h o r a q u e la e s t o y b u s c a n d o p o r t o d a s p a r t e s . P e r d o n e n
u s t e d e s si n o l e s h e s a l u d a d o al e n t r a r . E s t a s e ñ o r i t a ,
¿es la s e ñ o r i t a J u l i a . . . d i g o , d o ñ a . . . n o ; o t r a v e z s e -
ñorita... n o , caramba, señora?
ISABEL. S Í ; es ella.
ANT. V a y a , m e a l e g r o d e s u feliz l l e g a d a . A n o c h e , c o m o e n -
tró u s t e d t a n t a r d e , y P i l a r y yo e s t á b a m o s r e c o g i d o s . . .
no t u v e el g u s t o d e v e r á u s t e d . (Pausa, á ver si Julia
contesta algo.) S o y el tío d e P i l a r : m u y s e r v i d o r d e u s t e d
y d e t o d a la familia.
JULIA. M u c h a s g r a c i a s . (Sigue hablando con los otros.)
ANT. ¡ J e s ú s , y q u é c h i c a ! ¿Dónde e s t a r á ?
ISABEL. Ya le h e d i c h o á u s t e d q u e la b u s q u e e n el j a r d í n ó en
el p a r q u e . Y a s a b e u s t e d q u e s i e m p r e le g u s t a e s t a r
sola. Huye de todos.
ANT. Huirá de ustedes; de m í , n o .
ISABEL. Puede usted ir á buscarla, ya q u e de usted n o huye.
ANT. A e s o v o y . C o n s u p e r m i s o . ¡ C u i d a d o , c u i d a d o c o n el
resol, q u e es m u y malo! P o r eso busco á Pilarcita,
p a r a q u e n o t o m e sol n i r e s o l . . . C o n q u e h a s t a l u e g o . . .
(¡El m i s m o c a s o h a c e n d e m í q u e y o d e ellos!) (Se va
por el fondo.)

ESdENA V
DICHOS, menos DON ANTONIO

SUAREZ. Es un pobre h o m b r e , ¿verdad?


JULIA. No m e p a r e c e m u y a v i s a d o , n i m u y fino.
ISABEL. ¡Qué r e m e d i o ! E s d e o r i g e n h u m i l d e , p e r o e s t u d i ó a l g o
c u a n d o j o v e n . No m o l e s t a á n a d i e : s i e m p r e e s t á c o n
P i l a r . C u a n d o l a p o b r e c i l l a e n t r e e n el c o n v e n t o , y o n o
sé q u é v a á s e r d e d o n A n t o n i o .
MONT. ¿Conque d e c i d i d a m e n t e P i l a r s e r á m o n j a ?
ISABEL. ¿Y q u é h e m o s d e h a c e r d e ella? Q u i e n lleva m i a p e l l i -
d o , a u n q u e s e a en s e g u n d o t é r m i n o , no puede casarse
— 17 —

con un cualquiera... Y una persona de cierta categoría


no q u e r r á c a s a r s e con ella.
JULIA. Y el c o n v e n t o n o le s e n t a r á m a l . . . P o r q u e t i e n e u n c a -
r á c t e r . . . ¡ d i g o , si s i g u e s i e n d o lo q u e e r a ! . . .
ISABEL. E n e s t o s diez a ñ o s n o h a c a m b i a d o , n o .
SUAREZ. Es i r a s c i b l e , ¿eh?
ISABEL. N O ; eso, n o . Seca: reconcentrada.
JULIA. N O e r a s i m p á t i c a la p o b r e c r i a t u r a .
MONT. P i l a r es m u y s e n s i b l e y m u y altiva: eso e s P i l a r .
ISABEL. E S O s í . Y su altivez no m e d i s g u s t a . P r u e b a q u e es
hija d e m i d e s d i c h a d a h e r m a n a , y q u e algo al m e n o s
h e r e d ó d e los Q u i r ó s y G u e v a r a s .
JULIA. ¿Altiva, d i c e s tú? Yo d i g o r e n c o r o s a . U s t e d e s n o h a n
v i s t o c o s a s e m e j a n t e . M u c h o s a ñ o s h a n p a s a d o : yo t e n -
d r í a d i e c i o c h o , ella o n c e ó d o c e , y t o d a v í a no h e o l v i -
d a d o el ú l t i m o d i s g u s t o q u e n o s dio. ¿ T e a c u e r d a s ? (A
ilnfia Isabel.)
ISABEL. ¡Ya lo c r e o ! ¡ C r e í m o s q u e se m o r í a !
SUAREZ. ¿Y q u é fué?
JULIA. F i g ú r e n s e u s t e d e s q u e e s t á b a m o s r e u n i d o s con u n o s
c u a n t o s a m i g o s en el s a l o n .
ISABEL. Bien m e a c u e r d o : u n a n o c h e de o t o ñ o , m u y r e v u e l t a ,
¡con u n v i e n t o y u n o s a g u a c e r o s . . . ! S i g u e , s i g u e . . .
JULIA. Pilar andaba entre t o d o s , correteando y revolviendo.
P o r q u e s i e m p r e s e la t r a t ó c o m o si fuera de los n u e s -
tros.
ISABEL. E n p a r t e , lo e s . ¡Como q u e e s t u p r i m a !
JULIA. ¡Qué r e g a l o d e p r i m i t a , y q u é e n c a n t o d e n i ñ a !
ISABEL. ¡NO, pues era m u y mona!
JULIA. ¡Una m o n a d a ! B u e n o . Un a m i g o . . . n o s é q u i é n . . . u n
amigo...
ISABEL. S Í , hija. B e r n a r d o .
JULIA. ¿TÚ c r e e s . . . ? No sé : lo m i s m o d a . Ello e s q u e u n o de
nuestros amigos vino conmigo á un gabinete próximo
al s a l ó n p a r a v e r u n á l b u m . P i l a r , d e t r á s d e n o s o t r o s .
¡Qué m o l e s t a ! ¡ q u é p e s a d a ! ¡ Sin d e s p e g a r s e de B e r -
nardo! Tres ó cuatro veces tuve que separarla... m e t í -
— 18 —

d a e n t r e l o s d o s , y e m p e ñ a d a e n v e r el á l b u m , y sin-
d e j a r n o s h a b l a r p a l a b r a . Al fin, p e r d í la p a c i e n c i a , y
le dije: « L o s c h i q u i l l o s n o e s t á n c o n l a s p e r s o n a s m a -
y o r e s . ¡ E s t e n o e s t u s i t i o , m u ñ e c a ! ¡A l a c a m a , ó á la
cocina, ó á donde q u i e r a s , antipática! ¡ E a , v e t e ! » L a
v e r d a d : s e lo dije c o n m a l t o n o .
SUAREZ. E S n a t u r a l . ¡A v e c e s l o s c h i q u i l l o s s o n i r r e s i s t i b l e s !
ISABEL. También entro las personas mayores los hay irresis-
t i b l e s . (Riendo.)
SUAREZ. Indirecta se llama esta figura.
ISABEL. A c a b a , h i j a . (A Julia.)
JULIA. E n t o n c e s m e c o n t e s t ó c o n e s o q u e m a m á llama altivez,
y q u e e n r e s u m i d a s c u e n t a s e s m a l a e d u c a c i ó n : «No
t e n g o p o r d ó n d e m a r c h a r m e . » — « P o r allí» la r e p l i q u é ,
s e ñ a l a n d o l a p u e r t a d e l g a b i n e t e . «No p u e d e s e r » m e
c o n t e s t ó la d e s v e r g o n z a d i l l a , «mamá Isabel m e h a
d i c h o q u e n o v u e l v a á p a s a r p o r el s a l ó n , y ella m a n d a
m á s q u e t ú . » « ¡ P u e s y o te m a n d o q u e te m a r c h e s , i n s o -
lente! ¡márchate, a u n q u e s e a p o r el balcón!» Cosas
que se dicen cuando u n a está enojada, y Bernardo
a g r e g ó : «Sí, h e r m o s a , vete.» No la volvimos á sentir,
n i n o s fijamos e n e l l a . S e v a n l o s a m i g o s ; n o s p r e p a r a -
mos para r e c o g e r n o s ; s e b u s c a á P i l a r p o r t o d a la
casa... y n o s e la e n c u e n t r a . Pilar n o parece. Mamá
llorando; y o furiosa; los criados registrando todos los
r i n c o n e s . -¡Querrán ustedes creer que estaba en el bal-
cón, m u y a c u r r u c a d a e n u n r i n c o n c i t o ! ¡Así s e e s t u v o
t r e s h o r a s ! ¡Llovía, r e l a m p a g u e a b a ! . . . ¡Aire, frío, o s -
c u r i d a d ! . . . ¡Y ella, t e r c a q u e t e r c a , s i n m o v e r s e , y r e -
s i s t i e n d o i m p a s i b l e t o d o el c h a p a r r ó n y t o d o el v e n -
daval!
ISABEL. La encontramos aterida, calada... dando diente con
diente... y sin decir otra cosa m á s q u e esto: «Me
m a n d ó Julia q u e m e fuese al b a l c ó n ; y Bernardo tam-
Me'n... y Bernardo también.» ¡ E s t u v o g r a v í s i m a ! ¡Una
pulmonía doble!
JULIA. ¡No s e m e o l v i d a , n o ! ¡La n i ñ a e r a d e o r e !
— 19 —

ISABEL. Muy altiva, m u y altiva. Pero e s buena. No hace daño


á nadie.
JULIA. P e r o es qué se hace daño á si misma para dar un dis-
gusto á los demás. E s s u t á c t i c a . D i g o , asi era su tác-
tica: h o y n o s e . ¡Han p a s a d o t a n t o s a ñ o s ! . . . ¡la dejé
u n a n i ñ a . . . s i l a v e o , n o la c o n o z c o ! . . . s u p o n g o q u e
habrá cambiado.
SUAREZ. ¡Hacerse daño así m i s m o para d a r u n disgusto á otros!
¡Ay, si m i s e n e m i g o s s e v e n g a s e n a s í d e m í ! ¡Qué d i s -
gustos m e tomaría yo!
JULIA. ¿Pero usted tiene enemigos?
Su.AREZ. ¡De m i r e p o s o ! (Julia, Suarez y Montojo hablan y rien.)

ESCENA VI
DICHOS; P I L A R , que viene del jardín y trae una carta: viste con gusto,
pero con modestia extremada, y trae delantal. Julia no repara en ella: cree
que es una criada. Dirigiéndose a doña Isabel, pero sin levantar la voz
mucho.

PILAR. E s t a b a e n la v e r j a d e l p a r q u e , c u a n d o llegó u n c r i a d o
con u n a carta de B e r n a r d o . . . digo, del señor Medina...
La carta es para usted. (Entregando la carta á doña Isabel.)
ISABEL. (A Pilar.) A v e r . . . d a f n e . . . (A Julia.) ¡ E s d e B e r n a r d o !
JULIA. (Volviéndose, y con tono de disgusto y de alarma.) ¡De Ber-
n a r d o ! . . . ¿ P e r o llegó y a ?
SUAREZ. S í , s e ñ o r a . H a c e o c h o ó diez d í a s q u e l e t i e n e u s t e d en
su Chateau.
JULIA. ¡Ah!... Pues n o sabía... no m e dijeron...
ISABEL. (Buscando por los bolsillos.) ¿ D ó n d e p u s e y o l o s q u e v e d o s ?
MONT. P e d i r á h o r a p a r a s a l u d a r á u s t e d y d a r l e la b i e n v e n i d a .
SUAREZ. U n a n t i g u o a m i g o , y u n a m i g o fiel.
JULIA. S Í . . . cierto... puede ser... ¡Pues saben ustedes q u e
molesta el r e s o l ! (Se pasa la mano por el rostro, porque
siente que se le va encendiendo.) Me s i e n t o s o f o c a d a . (Vol-
viéndose á Pilar, y tomándola por una criada.) T r á i g a m e USted
a q u e l a b a n i c o . . . el q u e e s t á e n a q u e l l a m e s a . (Uno que
sacó á escena, y que dejó al descuido sobre una mesita. Pilar
— 20 —

queda inmóvil detrás de doña Isabel.) ¡ V a m o s , p r o n t o ! . . . ¿110


lia O í d o u s t e d ? (Con dureza.)
PILAR. S í . (Se va á buscar el abanico. Doña Isabel, entre tanto, se pone á
leer la carta. Montojo y Suárcz hablan entre sí.)
JULIA. Venga. (Coge el abanico que le trae Pilar.)
PILAR. ¿Era é s t e ? (Entregando el abanico, se queda en pie delante de
Julia.)
JULIA. E s t e e r a . (Abanicándose, y sobre todo ocultando el rostro.) No
necesito m á s . P u e d e usted retirarse. ¡Qué calor!...
(Pilar sigue en pie delante de ella.) He d i c h o que puede
usted retirarse.
PILAR. B u e n o . (Da un paso, y se coloca detrás de doña Isabel.)
ISABEL. J u s t o , d e B e r n a r d o . Me a n u n c i a s u v i s i t a . Q u i e r e v e r -
te... y quiere hablar conmigo.
JULIA. ¿Su v i s i t a ? . . . ¿ c u á n d o ?
PILAR. V i e n e en s e g u i d a . . . e n s e g u i d a . . . m e lo dijo el c r i a d o :
h a c e d í a s q u e l l e g ó . . . ¡ya lo c r e o ! . . . El j u e v e s p a s a d o .
(A Julia en tono familiar.)
JULIA. N O le p r e g u n t o á u s t e d . L e h e d i c h o q u e s e r e t i r e .
PILAR. (A doña Isabel que está acabando la carta.) U s t e d d i r á si d e b o
retirarme.
JULIA. ¡Qué i m p e r t i n e n c i a ! ¡ A h ! ¡es d e m a s i a d o ! . . . ¿ Q u i é n
es é s t a ?
ISABEL. (Dejando la carta.) ¡ P e r o m u j e r . . . si e s P i l a r !
JULIA. ¡ A h ! . . . ¡Es P i l a r ' . . .
PILAR. S í ; y o s o y . (Pausa. Se miran las dos intensamente.)
JULIA. ¡ V a m o s , h a s c r e c i d o ! . . . T e dejé n i ñ a t o d a v í a . . . y e r e s
u n a m u j e r . (Aparte á Suarez y Montojo.) ( ¡ P u e s s e h a c o m -
puesto mucho!)
ISABEL, (A Pilar.) Dale u n b e s o . . . P a r e c e s u n a e s t a t u a . . .
PILAR. N O s é si q u i e r e . . .
ISABEL. ¿NOha de querer?
JULIA. ¿ P o r q u é no? (Se besan friamente por cumplir.) ¿ Y q u é m á s
d i c e la c a r t a ? (Volviéndose á su madre.)
ISABEL. A h o r a la l e e r e m o s .
MONT. ¿ C o n q u e v a m o s á d a r u n p a s e o p o r el p a r q u e ? (A Sua-
rez.) H a r e m o s g a n a s d e a l m o r z a r .
— 21 —

SUAREZ. Y O l a s t e n g o s i e m p r e . Mi a p e t i t o n o n e c e s i t a paseos.
Pero v a m o s allá.
MONT. Conque hasta luego.
ISABEL. No s e r e t r a s e n .
SUAREZ. S e r e m o s p u n t u a l e s . (Aparte á Montojo.) (Me p a r e c e q u e
B e r n a r d o lleva p e r d i d o el pleito a m o r o s o . )
MONT. (Aparte ¡i Suarez.) (¿Quién l u c h a c o n u n d u q u e ? )

ESCENA VII
P I L A R , DOÑA ISABEL y JULIA

JULIA. ¿Qué d i c e , q u é d i c e ? . . . ¡Podía h a b e r s e q u e d a d o en


M a d r i d ! (Todo esto en voz baja á su madre. Pilar á cierta dis-
tancia.)
ISABEL. (También en voz baja.) Q u e v i e n e e n s e g u i d a . Que ansia
verte. Que ha de hablar conmigo solemnemente.
JULIA. ¡ S o l e m n e m e n t e ! . . . ¿ Y e s o q u é significa?... ¡Qué h o m -
b r e ! . . . ¡Tan chiquillo c o m o h a c e diez a ñ o s ! (Volviéndose
bacía Pilar.) ¿ E s p e r a s a l g o , P i l a r ?
PILAR. Nada.
JULIA. (A SU madre en voz baja y con enojo.) ( ¡ Q u é p e s a d a e s ! ¿ P o r
q u é n o s e v a ? ¡Ni h a b l a r p u e d e u n a sin e s e t e s t i g o !
¡Tan i m p o r t u n a y t a n c u r i o s a c o m o c u a n d o e r a n i ñ a ! )
ISABEL. ( N o : e s q u e está s i e m p r e d i s t r a í d a . Ni s i q u i e r a n o s
mira.)
JULIA. (En voz alta á Pilar.) ¿ N o a c o m p a ñ a s á e s o s s e ñ o r e s ?
PILAR. ¿ P a r a qué?
JULIA. Para acompañarles.
PILAR. Ellos n a d a m e h a n d i c h o .
JULIA. Ni n o s o t r a s h e m o s d i c h o q u e te q u e d e s .
PILAR. E s o e s d i s t i n t o . Si m o l e s t o . . .
ISABEL. N o , h i j a , q u é d a t e a q u í . (En voz baja á Julia.) (Allá e n m i
cuarto hablaremos con m á s libertad. Julia, este es un
m o m e n t o m u y crítico y m u y g r a v e . C o n s u l t a t u c o r a -
zón, p e r o c o n s u l t a el brillo y el p o r v e n i r d e n u e s t r a
casa. ¡ Y sobre todo, decídete!)
- 22 —

JULIA. (Estoy d e c i d i d a . L a s l o c u r a s d e la j u v e n t u d . . . p a -
saron.)
ISABEL. P u e s v a m o s allá.
JULIA. P u e s allá. (A Pilar.) A h o r a t e m a n d a m o s q u e t e q u e d e s .
PILAR. Y me quedo.
ISABEL. A h í v i e n e d o n A n t o n i o : y a n o e s t a r á s s o l a . ¡Mal g e n i o !
(Haciéndola un cariño.)
PILAR. (Besándola.) U s t e d e s b u e n a . . . P e r o é l , m e q u i e r e m u c h o .
(Por don Antonio.)
JULIA. ¿Volvióse r o m á n t i c a ?
ISABEL. N O ; que es mimosa.
JULIA. H a r á u n a p r e c i o s a m o n j i t a . (Salen.)
PILAR. Dicen q u e s e c a s a c o n el d u q u e ; q u e e s c o s a r e s u e l t a .
¡Dios q u i e r a q u e s e a p r o n t o !

ESCEiNA VIII
P I L A R y DON ANTONIO; después UN CRIADO

ANT. (Que viene del jardín.) Al fin t e e n c u e n t r o . T o d a la m a ñ a n a


buscándote. ¿Estás llorando?
PILAR. ¿ Y o ? . . . N o . . . No lo c r e a u s t e d . '
ANT. P u e s ¿ p o r q u é t e b r i l l a n t a n t o l o s ojos?
PILAR. ¿Me b r i l l a n ? . . . No lo s a b í a . S e r á el r e s o l .
ANT. ¿ N O te h a s m i r a d o h o y al e s p e j o , hipocritilla?
PILAR. N o : n i h o y , n i n u n c a . Dicen q u e e s p e c a d o . Y c o m o
voy para monja...
ANT. ¡ P a r a m o n j a . . . p a r a m o n j a ! . . . No m e h a b l e s d e e s o ,
q u e s e m e v a n á p o n e r l o s ojos b r i l l a n t e s . . . b r i l l a n t e s
d e l á g r i m a s ; y si m e a p u r a s m u c h o , v o y á e c h a r m e á
llorar.
PILAR. ¡Pobre tuto mío! Es preciso q u e se vaya usted a c o s -
t u m b r a n d o á esta idea. Será m u y pronto, m u y pronto:
lo d i c e d o ñ a I s a b e l .
ANT. P u e s y o d i g o q u e n o , ¡ e a ! V a m o s á v e r , ¡tú t i e n e s v o -
cación?
PILAR. LO m a n d a n , y obedezco.
— 23 —

ANT. ¿ P e r o e n t r a s á g u s t o en el c o n v e n t o ?
PILAR. ¿En el c o n v e n t o ? . . . No e s t a r é allí n i m á s t r i s t e , n i m á s
sola q u e en e s t a c a s a . Yo s i e n t o . . . n o p u e d o e x p l i c a r l o .
¿No le h a p a s a d o á u s t e d n u n c a r e s p i r a r m u y fuerte,
e n s a n c h a r el p e c h o p a r a q u e e n t r e a i r e . . . y n o e n t r a r
a i r e , y s e n t i r el v a c í o , u n v a c í o m u y a n g u s t i o s o a q u í
d e n t r o ? P u e s eso le p a s a á m i a l m a : r e s p i r a fuerte, s e
d i l a t a . . . ¡y s i e m p r e el v a c í o ! Si al fin h a d e a h o g a r s e ,
¿qué m á s d a a h o g a r s e a q u í q u e a h o g a r s e en u n a celda?
ANT. ¡Bien e s t á , i n g r a t a ! ¿No m e t i e n e s á mí? ¿No te c o n -
suelo? ¿No te a l e g r o ?
PILAR. Sí; u s t e d m e q u i e r e m u c h o , y yo á u s t e d . . . con t o d a la
t e r n u r a d e u n a hija.
ANT. Pues entonces...
PILAR. E n t o n c e s . . . n o s é . ¡ P e r o si yo soy tan t o r p e , q u e no sé
explicarme nada!
ANT. ¡ E S q u e si te llevan al c o n v e n t o , ya no te v e r é m á s !
PILAR. ¿Cómo e s eso? N o : u s t e d i r á á v e r m e , ¡no d e j e d e ir,
ya lo c r e o ! t o d o s l o s d í a s .
ANT. T o d o s los d í a s , no es p o s i b l e : n o lo p e r m i t e n . M i r a ,
P i l a r , n o v a y a s al c o n v e n t o . Yo lo h e p e n s a d o t o d o , y
t e n g o m i p l a n . N o s v a m o s á M a d r i d , y v i v i m o s los d o s
j u n t o s , en u n c u a r t o m u y p o b r e , p e r o m u y l i m p i o y
m u y a l e g r e . . D i g a n lo q u e q u i e r a n , la a l e g r í a es m u y
b a r a t a . A m í , me dan un empleo. V a m o s , yo n o soy
tan torpe q u e n o s i r v a p a r a a l g o . T o d o s l o s d í a s , c i a n -
d o s a l g a d e la oficina, d a m o s u n p a s e o . P o r las n o c h e s ,
m e lees a l g ú n l i b r o b o n i t o q u e m e p r e s t e n . Una vez al
mes, te llevo al t e a t r o . Y a s í s e p a s a la v i d a en u n m o -
m e n t o . Y" c u a n d o yo m e m u e r a , c o n t u s m a n i t a s m e
c i e r r a s los o j o s . Y , al e s c a p a r s e el a l m a d e
r
tuto Anto-
nio, s e irá r i e n d o p o r los a i r e s . ¡Si t ú rae fallas, mi
p o b r e c i t a a l m a s e irá l l o r a n d o , y tú t e n d r á s la c u l p a ,
ingrata!
PILAR. ¡ N O , tío A n t o n i o , no d i g a u s t e d c o s a s t r i s t e s ! M í r e m e
u s t e d , m í r e m e u s t e d . A h o r a sí q u e t e n g o los ojos b r i -
llantes.
— 24 —

ANT. ¡Si n o son c o s a s t r i s t e s ; si son m u y a l e g r e s , t o n t i n a !


PILAR. ¡ N O p u e d e s e r , n o p u e d e s e r ! ¡Al c o n v e n t o , al c o n v e n -
to! Dicen: «¡Al c o n v e n t o , P i l a r ! » p u e s al c o n v e n t o .
ANT. P e r o , ¿por q u é ?
PILAR. P o r q u e lo m a n d a n .
ANT. ¿Y si te m u e r e s d e tristeza?
PILAR. ¡Mejor! ¡Así, m o r i r m e ! (Con terquedad.) Ó i g a m e usted,
tuto: d o ñ a Isabel e s b u e n a ; Julia, n o ; p e r o d o ñ a I s a -
bel, s í . Me q u i e r e b i e n , y dice q u e m e c o n v i e n e ir al
c o n v e n t o : ella s a b r á p o r q u é . ¿Hace bien? ¿es b u e n a
c o n m i g o ? p u e s d e b o o b e d e c e r l a . ¿Hace m a l ? ¿ m e s a -
crifica i n j u s t a m e n t e ? p u e s p e o r p a r a ella. Yo, ¡al c o n -
v e n t o ! ¿Sufro? p u e s á sufrir. ¿Me m u e r o ? p u e s á m o r i r -
m e . ¿Es u n a infamia, c o m o u s t e d d i c e , lo q u e h a c e n
c o n m i g o ? d é j e l a s u s t e d , q u e n o t e n d r á n el s u e ñ o m u y
t r a n q u i l o . ¡Guando e s t é n d u r m i e n d o , ya les a p a r e c e r é
y o , con mi t r a j e b l a n c o , c o n mi toca b l a n c a , con m i
r o s a r i o n e g r o , m u y pálida, con d o s l a g r i m o n e s p o r l a s
mejillas y dando vueltas alrededor de sus camas muy
despacito! ¡No p a s a r á n b u e n a n o c h e , n o , yo s e lo j u r o
á u s t e d ! (Dice esto con acento entre infantil y rencoroso, ó como
á la actriz le parezca.)

ANT. ¡ P e r o , hija, p e n s a n d o e s a s c o s a s , t ú te m u e r e s al m e s
d e e s t a r en el c o n v e n t o !
PILAR. ¡Mejor! Si m e m u e r o , y a m e v e r á n t o d o s ellos t e n d i d a ,
con mi h á b i t o , los d e d o s c r u z a d o s , a m a r i l l a c o m o la
c e r a y e n t r e las m a n o s u n a c r u z , q u e p r o p i a m e n t e les
e s t a r é d i c i e n d o : «¡A. e s t a c r u z m e h a b é i s c l a v a d o , y ,
p a r a q u e n o sufra m á s , m e lleva Dios! ¡Ya v e r e m o s lo
que hace con vosotros!»
ANT. ¿ E s d e c i r , q u e te c o m p l a c e s en tu p r o p i o m a r t i r i o ?
PILAR. C o m p l a c e r m e , n o . A s o l a s lloro m u c h o , y t e n g o u n a
compasión atroz de mí m i s m a .
ANT. ¿Pues por qué piensas esas cosas?
PILAR. (Con misterio.) P o r q u e yo n o s o y b u e n a ; p o r q u e m e p a -
r e c e q u e c u a n t o m á s m e r e s i g n o y m á s s u f r o , más les
clavo á ellos mis espinas. ¿Es esto ser m a l a , cruel,
— 28 —

r e n c o r o s a ? P u e d e s e r . ¡No, tuto, yo no las tengo todas


conmigo] ¡ P u e d e s e r q u e yo s e a m u y m a l a , y p o r eso
m e m a n d e d o ñ a I s a b e l al c o n v e n t o !
ANT. ¡ T Ú e r e s u n á n g e l , u n a s a n t a , u n a perfección!
PILAR., ¡ P u e s b u e n o : á n g e l e s y s a n t o s , al c o n v e n t o ó al cielo.
ANT. P e r o , s e ñ o r , ¿no p o d r í a a r r e g l a r s e de o t r o m o d o ?
PILAR. P e r o , ¿cdmo?
ANT. Casándote, por ejemplo.
PILAR. ¿ C a s a r m e y o ? . . . ¡Qué o c u r r e n c i a ! . . . ¡Ay q u é r i s a . . . c a -
s a r s e P i l a r ! . . . ¡Por Dios, t í o . . . yo u n a s e ñ o r a c a s a d a !
(Riendo.)
ANT. ¿ P o r q u é no? No m e g u s t a r í a m u c h o , no lo c r e a s . P o r -
q u e q u e r r í a s á t u m a r i d o y á t u s hijos m á s q u e á m í .
Si y a se s a b e : los p a p a s y los t í o s , á u n l a d o , q u e s o -
b r a n . ¡ D e m o n i o , d e m o n i o , eso n o e s t á b i e n ! Y te lo a d -
v i e r t o : tu m a r i d o , p o n g o la c a b e z a á q u e salía u n t u -
n a n t e , q u e al a ñ o se c a n s a b a d e t í ! . . . En fin, u n t u n a n -
te, eso no t i e n e d u d a .
PILAR. P u e s si m i m a r i d o h a b í a d e s e r tan m a l o , ¿ p a r a q u é s e
e m p e ñ a u s t e d en q u e m e case? ¡Mejor e s t o y en el c o n -
v e n t o ! (Sonriendo.)
ANT. E S v e r d a d ; p e r o e n el c o n v e n t o , n o , eso n o . E n el c o n -
v e n t o te p i e r d o p a r a s i e m p r e .
PILAR. P e r o si v o y á s e r t a n d e s g r a c i a d a con ese m a r i d o tan
p e r v e r s o q u e m e p r o p o n e u s t e d . . . m e j o r soy la e s p o s a
de Jesucristo, que es m u y bueno.
ANT. C i e r t o , e s o e s m u y c i e r t o ; p e r o si te c a s a s , s e a tu m a -
r i d o lo q u e f u e r e , q u e m u y b u e n o no s e r á , yo te d e -
fiendo: te v e o t o d o s los d í a s , y ¿os dos solitos habla-
mos mal de tu marido, ¡tan ricamente]
PILVR. (Riendo.) ¡ P o b r e , h o m b r e , p e r o si t o d a v í a n o ha h e c h o
nada malo!
ANT. LOS hombres s o n e g o í s t a s , c r u e l e s , i n f a m e s . . . y los
maridos, aún peores.
PILAR. ¿ P e r o t o d o s l o s h o m b r e s son a s í , t o d o s , t o d o s ?
ANT. Todos, todos... no diré yo: algunos habrá buenos. Y
p a r a m i P i l a r yo b u s c a r í a el m e n o s m a l o , a u n q u e t u -
— 26 —

viera q u e buscarlo con u n candil. No: para tí, s o b r i n i -


t a d e l a l m a , lo b u s c a r í a c o n u n arco voltaico; y como
a l u m b r a t a n t o . . . quizá diera con alguno.
PILAR. ¿ E S d e c i r , q u e p o r a h o r a n o c o n o c e u s t e d n i n g u n o ? (En
broma.)
AKT. Conocer... conocer... quizá conozca.
PILAR. Vamos, haga usted memoria.
ANT. Mira t ú ; n o t i e n e m a l a p i n t a el s e ñ o r d e M e d i n a .
PILAR. ¿Bernardo?
ANT. B e r n a r d o ; el d e l Chateau de ahí enfrente.
PILAR. (Con interés.) ¿Y u s t e d c r e e q u e e s b u e n o ? S i m p á t i c o . . . lo
q u e e s s i m p á t i c o . . . s í . . . m e ha p a r e c i d o q u e e s s i m p á t i c o .
ANT. ¡Y r i c o , y d i p u t a d o , y c o n m u c h o t a l e n t o !
PILAR. L O t i e n e . . . ¡ya lo c r e o ! . . . E s d e c i r , y o m e figuro q u e
tiene t a l e n t o . . . a u n q u e y o , ¿ q u é s é . . . q u é s é y o lo q u e
es t e n e r t a l e n t o ?
ANT. ¡Y m u y g u a p o !
PILAR. ¿ E s g u a p o ? . . . P u e s , m i r e u s t e d , n o lo h a b í a r e p a r a d o .
ANT. ¡Y u n g r a n o r a d o r !
PILAR. E S O SÍ. ¡ H a b l a r . . . h a b l a m u y b i e n ! . . . ¡Es u n e n c a n t o ! . . .
¡Qué v o z ! ¡qué a c e n t o !
ANT. ¿ P e r o t ú h a s h a b l a d o con él?
PILAU. M u c h a s v e c e s : le c o n o z c o d e s d e q u e y o e r a m u y n i ñ a .
Hubo u n a t e m p o r a d a en q u e vino mucho i casa. D e s -
p u é s n o le h e v u e l t o á v e r . E r a el ú n i c o q u e h a c í a c a s o
de mí: como se hace caso de u n a niña... « A d i ó s , c h i -
quilla... adiós, Pilarcita... adiós, mala cabeza...» y m e
hacía u n c a r i ñ o . . . a s í . . . (Tocándose con la mano en la meji-
lla.) El ú n i c o q u e m e h a c í a c a r i ñ o s . (Algo conmovida.) ¡ P e r o
ya n o s e a c o r d a r á d e P i l a r !
ANT. ¿Y d i c e s q u e y a n o le h a s v u e l t o á v e r ?
PILAR. No q u i e r o m e n t i r . S í , s e ñ o r ; u n a v e z , ¡y q u é v e r g ü e n -
z a ! . . . ¡Si lo q u e á m í m e p a s a . . . ! N a d a , n a d a ; y o n o s o y
p a r a e s t e m u n d o . ¡Al c o n v e n t o , al c o n v e n t o , Sor Pilar
del Martirio]
ANT. ¡ P e r o , hija, n o m e a s u s t e s ! ¿Qué te p a s ó ?
PILAR. V e r á u s t e d . (Se separa y mira por todas partes, á ver si alguien
— 27 —

escucha.) L a o t r a m a ñ a n a t e m p r a n o , m e p a s e a b a p o r el
p a r q u e : la p u e r t e c i t a d e la t a p i a e s t a b a a b i e r t a , y s a l í
al b o s q u e d e m a n z a n o s . ¡ Yo, en viendo una puerta
abierta, no puedo resistir á la tentación*.... ¡me salgo
por ellal... Soy c o m o los p á j a r o s : les a b r e n la j a u l a . . .
¡á v o l a r !
ANT. ¡ P u e s h i j a , si te p a s a eso en el c o n v e n t o , e s t a m o s p e r -
didos!
PILAR. Dicen q u e allí t o d a s las p u e r t a s e s t á n c e r r a d a s : ¡ c e r r a -
d a s p a r a s i e m p r e ! (Con tristeza.)
ANT. ¡Como yo p u e d a . . . ! V a m o s , s i g u e . S a l i s t e al b o s q u e . . .
PILAR. \Al bosque de manzanos] ¡Ahí e s t á ! Era el de manza-
nos , n o el d e la e s p a l d a , q u e es d e p i n o s , sino el de
manzanos; fíjese u s t e d b i e n . Si n o es el de manzanos,
no p a s a n a d a . (Con cierta angustia.)
ANT. ¡El d e m a n z a n o s ! . . . ¿Y p a s ó algo? ¿ P u e s q u é p a s ó , hija?
PILAR. Ya v e r á u s t e d . E m p e c é á d a r v u e l t a s p o r el b o s q u e ,
q u e e s t a b a m u y h e r m o s o ; ¡con u n a s o m b r a , y u n a f r e s -
cura, y un aroma!... ¡y u n a s m a n z a n a s ! . . . ¡Yo m e
m u e r o p o r las m a n z a n a s , tío A n t o n i o ! ¿Veo u n a ? ¡ p u e s
á h i n c a r l e el d i e n t e ! ¡ E s una tentación irresistible!
¡Tienen u n a g r i d u l c e t a n a g r i d u l c e ! A m í m e gusta
m u c h o el a g r i d u l c e . ¿ P o r q u é s e r á ? El d u l c e , sólo el
d u l c e , m e e m p a l a g a . L o a g r i o . . . ¡qué a g r i o ! . . . p e r o lo
a g r i o y lo d u l c e , m e z c l a d o s e n u n a c a r n e b l a n c a y j u -
g o s a , ¡qué delicia! N a d a ; será pecado, pero á mí me
g u s t a n m u c h o las m a n z a n a s . ¿Se p o d r á n c o m e r m a n z a -
n a s e n el c o n v e n t o ?
ANT. Hija, n o s é . Y o c r e o q u e n o . Allí, lo q u e c o m e r á s , s e -
r

rán alubias y lentejas.


PILAR. No m e gustan.
ANT. A mí tampoco.
PILAR. P u e s v a m o s al c a s o . A n d a n d o d e s p a c i o , respirando
fuerte y m i r a n d o a r r i b a iba y o , c u a n d o v i u n a r a m a
d e s p l o m a d a , c o n u n a m a n z a n a h e r m o s í s i m a . No p u d e
c o n t e n e r m e : la e c h é m a n o , d i u n t i r ó n , m e s e n t é al pie
del á r b o l , ¡ y á c o m é r m e l a ! P e r o n o podía m o n d a r l a :
— 28 —

¡qué t r a b a j o s ! H i n c a b a el d i e n t e u n p o q u i t o , y t i r a b a , y
s a c a b a u n a tirita d e pellejo. ¡ E r a n o a c a b a r n u n c a ! . . .
C o n q u e a s í e s t a b a e m b e b e c i d a en m i faena, sin v e r
n a d a , ni oir n a d a , c u a n d o d e p r o n t o , l e v a n t o la c a b e z a
y v e o d e l a n t e d e m í y c o n t e m p l á n d o m e . . . ¿á q u i é n d i r á
u s t e d ? ¡ A u n c a z a d o r ! No p u d e c o n t e n e r m e : d i u n g r i -
to, y m e q u e d é con u n p e d a z o d e m a n z a n a e n la b o c a ,
c o m o u n a b o b a l i c o n a . . . sin p o d e r t r a g a r l o . El c a z a d o r
se e c h ó á r e i r , y m e dijo con m u c h a d u l z u r a : « N o s e
a s u s t e u s t e d , s e ñ o r i t a , q u e n o s o y el g u a r d a del m o n -
t e . » Oí s u v o z ; le m i r é , le c o n o c í . No sé c ó m o , d e s p u é s
d e t a n t o t i e m p o . . . p e r o le c o n o c í : e r a él; e r a B e r n a r d o .
Q u i s e h a b l a r , p e r o c o m o t e n í a la b o c a llena con aquel
m a l d i t o p e d a z o d e m a n z a n a , n o p u d e . ¡Qué v e r g ü e n z a !
Sentí q u e s e m e a g o l p a b a la s a n g r e á la c a r a . T u v o
l á s t i m a d e m í , y m e d i j o : «¿No p u e d e u s t e d m o n d a r la
manzana?» «No, señor,» contesté yo de mala manera y
atragantándome. « T o m e u s t e d , » insistió él, d á n d o m e
s u cuchillo d e m o n t e . Y y o , m a q u i n a l m e n t e , m e p u s e á
m o n d a r la m a n z a n a . P e r o , ¡claro! e s t a b a a t u r d i d a : t e -
n í a los ojos l l e n o s d e l á g r i m a s , l a s m e j i l l a s brotando
f u e g o , y el p e d a z o d e m a n z a n a . . . a q u í . . . sin pasar.
(Señalando la garganta.) ¡De m o d o , q u e m e c o r l é , y e m p e -
zó á s a l i r s a n g r e ! ¡Qué a n g u s t i a ! ¡qué a p u r o ! . . . «.¡Vál-
g a m e Dios!» le oí d e c i r ; p o r q u e v e r l e . . . n o le v e í a . Se
arrodilló a n t e m í ; c o n s u p a ñ u e l o m e v e n d ó la m a n o .
«No es n a d a ; p e r d o n e u s t e d , s e ñ o r i t a ; c á l m e s e u s t e d ;
y a m e v o y . » D e s p u é s . . . s o l a ; ¡me q u e d é s o l a , con la
m a n o h e r i d a , el cuchillo d e m o n t e a b i e r t o , la m a n z a n a
llena d e s a n g r e , y en la g a r g a n t a el m a l d i t o p e d a z o sin
p a s a r ! E s t e fué m i e n c u e n t r o con B e r n a r d o .

ANT. ¿Y n o h a s v u e l t o á v e r l e ?
PILAR. , No.
CRIADO. (Viene del fondo: cruza la escena y levanta el portier de la puerta
de la derecha. Anunciando.) ¡El s e ñ o r d e M e d i n a !
ANT. ¡Don B e r n a r d o ! *
PILAR. ¡El!
— 29 —

ESCENA IX
DICHOS; DON B E R N A R D O , JULIA y DOÑA ISABEL, por la
derecha.

BERN. (Acercándose á Julia con mucha emoción.) ¡ J u l i a ! . . . ¡Julia!...


JUMA. (Con afecto, pero dominándose.) ¡ B e r n a r d o ! . . . ¡ t a n t o bueno!
BERN. ¡Cuánto t i e m p o ! ¡ c u á n t o t i e m p o , Julia!... ¡Doña Isabel!...
ISABEL. ¡ Q u e r i d o B e r n a r d o ! . . . (Muy expansiva.)
PILAR. (Aparte á don Antonio.) (¡No m e h a v i s t o ! )
ISABEL. (A don Bernardo.) V e n g a . . . v e n g a y s i é n t e s e . . .
PILAR. (Como antes.) (¡No m e v e ! )
BERN. ( ¡ J u l i a ! . . . ¡mi Julia!) (En voz baja.)
JULIA. (En voz baja también, y señalando el grupo de don Antonio y
Pilar.) ( ¡ R e p a r a q u e h a y g e n t e ! )
BERN. (Conteniéndose, y dando un paso hacia Pilar.) E s v e r d a d . . . ¡Se-
ñ o r i t a ! . . . (A Pilar.)
PILAR. (A don Antonio.) (No so a c u e r d a . )
ISABEL. ¡ P e r o h o m b r e . . . si e s P i l a r !
BERN. ¡ P i l a r ! . . . ¡aquella n i ñ a t a n m o n a ! . . . ¿Ya n o t e a c u e r -
d a s ? . . . ¿ y a n o s e a c u e r d a u s t e d d e m í ? (Acercándose á
Pilar.)
PILAR. Si m e a c u e r d o . . . ¿Y u s t e d ?
BERN. A v e r . . . á v e r . . . (Se acerca á ella. Quizá convendría que Pilar
tuviese en la mano izquierda una pequeña venda negra.) L a n i ñ a
t r a v i e s a . . . (Cogiéndola las dos manos.) P e r o n o b a j e s la c a -
b e z a . . . ¡ M í r e m e u s t e d , P i l a r ! ¡ T o m a , t o m a ! ¡si e s la
d e l b o s q u e ! (Señalando la mano izquierda.) ¡La d e la man-
z a n a . . . l a d e la h e r i d a ! ¡Qué a v e n t u r a !
ISABEL. ¿Una a v e n t u r a ?
JULIA. ¿Con P i l a r ?
BERN. S Í . V o y á c o n t a r l a . ¿La c u e n t o ? ¿la c u e n t o ? (A Pilar riendo.)
PILAR.. ¡NO, p o r Dios! ¡Qué v e r g ü e n z a ! ¡Dios m í o , q u é v e r -
g ü e n z a ! (Oculta el rostro en el pecho de don Antonio. Todos la
rodean curiosos y riendo. Telón.)

FIN D E L ACTO P R I M E R O
ACTO SEGUNDO

La escena representa un salón del Chateau de don Bernardo. En el fondo,


tres puertas que dan.á una terraza, desde la cual se domina el parque j
el mar; la terraza da vuelta al edificio. A la derecha, dos puertas: la del
primer término, da á un gabinete sin otra salida: la del segundo término,
comunica con las habitaciones interiores. A la izquierda, en segundo tér-
mino, un mueble elegante, especie de secreter (secretaire de caba-
llero); se .compone de una mesa y un armario superior de dos hojas. Solas,
mesas, butacas, etc.; todo lujoso, pero severo. Es de día. E s verano: poco
más ó menos, un año después del primer acto.

ESCENA PRIMERA
DON ANTONIO, viste bien, aunque con la severidad propia de sus
años: no es ya el personaje tímido del primer acto: tiene más aplomo. D e s -
pués UN CRIADO

ANT. (Paseando por la habitación.) P u e s s e ñ o r , la v e r d a d es que


e s t o y c o m o en mi casa. Y c a s i lo e s : la c a s a d e P i l a r
e s la m í a . Me lo h a n d i c h o c i e n v e c e s ella y B e r n a r d o .
N o , n o s e p a r e c e e s t a c a s a á la d e d o ñ a I s a b e l . Muy
b u e n a s e ñ o r a , e s o s í : p e r o ella flotando en las n u b e s ,
a b r a z a d a al n o b l e e s c u d ó d e s u familia, y Pilar y yo,
a r r a s t r á n d o n o s h u m i l d e s por las antesalas. Así es q u e
la s e r v i d u m b r e n o h a c í a c a s o d e n o s o t r o s . ¡ A q u í e s o t r a
— 32 —

c o s a : a q u i vivo en la g l o r i a ! ¡Los c r i a d o s s e l e v a n t a n
cuando paso; m e obedecen cuando m a n d o ; acuden cuan-
d o l e s l l a m o , y h a s t a m e d a n e x c e l e n c i a ! (Toca el timbre.)
CRIADO. ¿Manda algo s u excelencia?
ANT. (Poniendo la cara muy risueña.) ¿Y el s e ñ o r ?
CRIADO. Salid á d a r u n p a s e o á c a b a l l o , y n o h a v u e l t o . Se le
a v i s a r á á s u excelencia cuando vuelva don Bernardo.
ANT. Bien, b i e n . (Paseando.) Q u e s e m e a v i s e .
CRIADO. ¿Manda o t r a c o s a s u e x c e l e n c i a ?
ANT. ¿Y la s e ñ o r a ?
CRIADO. Creo q u e e s t á en s u s h a b i t a c i o n e s . P e r o p r e g u n t a r é si
s u e x c e l e n c i a lo m a n d a .
ANT. (Muy amable.) B u e n o , b u e n o . H a g a u s t e d d e c i r á la s e -
ñ o r a , q u e d e s e o h a b l a r c o n ella. P u e d e u s t e d r e t i r a r s e .
CRIADO. P e r d o n e s u e x c e l e n c i a . ¿Se r e c i b e n v i s i t a s ? ¿ R e c i b e v i -
sitas su excelencia?
ANT. ¡ P S ! . . . no s é . . . Estoy tan ocupado...
CRIADO. LO decía, p o r q u e h e visto venir u n coche descubierto
h a c i a a q u í . Creo q u e e s d e la s e ñ o r a d e G u e v a r a . V i e -
nen dos señores.
ANT. S Í , S Í . . . recibo. Cuando lleguen, q u e pasen.
CRIADO. S Í , s e ñ o r . (Sale.)
ANT. (Mirando hacia fuera.) ¿ Q u i é n e s s e r á n esos? ¿ S e r á n M o n t o j o
y S u á r e z ? Me a g r a d a r í a . Me v i e r o n h u m i l d e : m e v e r á n
poderoso. V e r e m o s c ó m o s e p o r t a n ellos. A h í e s t á n .
(Mirando.) S í , ellos s o n .

ESCENA II
DON ANTONIO, MONTOJO y S U Á R E Z

CRIADO. P a s e n u s t e d e s . (Dice esto entre bastidores.)


ANT. ¡Ah, s e ñ o r e s ! ¡Qué feliz e n c u e n t r o ! . . . ¡No... digo...
q u é visita t a n a m a b l e ! . . .
MONT. ¡Señor d o n A n t o n i o , t e n g o u n a v e r d a d e r a satisfac-
c i ó n ! . . . (Muy obsequiosos.)
SUAREZ. ¡Mi s e ñ o r d o n A n t o n i o ; con q u é p l a c e r estrecho su
m a n o . . . ! (Lo nismo.)
— 33 -

ANT. Mía e s la satisfacción, y m í o el p l a c e r . . . y todo e s


mío... P e r o siéntense u s t e d e s . . . P o r Dios, siéntense
u s t e d e s . . . A q u í . . . n o , allí... n o . . . ¡bah! donde g u s t e n . . .
E s t á n u s t e d e s e n s u c a s a . (I,cs lleva de un lado a otro, hasta
que les hace sentar.)
MONT. Muchas gracias, señor don Antonio; pero no q u i s i é r a -
mos molestarle.
SUAREZ. De n i n g ú n m o d o : m o l e s t a r l e , n o .
ANT. U s t e d e s n o m e m o l e s t a n n u n c a . ¡No faltaba m á s ! C o n -
q u e ¿ q u é tal? ¿qué tal?
MONT. P e r f e c t a m e n t e . A q u í n o s tiene u s t e d , s e g ú n c o s t u m b r e ,
v e r a n e a n d o en la Q u i n t a d e d o ñ a I s a b e l .
ANT. E S n a t u r a l : n o s o t r o s t a m b i é n eligimos, s e g ú n nuestra
c o s t u m b r e , á verane ir al Chateau.
SUAREZ. ¿Y la p r e c i o s a , y la e n c a n t a d o r a P i l a r ?
ANT. T a n b u e n a . Algo p á l i d a . L a fatiga del v i a j o . . .
SUAREZ. Y de u n viaje de novios.
ANT. Sí; el viaje d e n o v i o ? n o s h a fatigado a l g o . P e r o e s t á
b u e n a . Yo c r e o q u e s e ha-Jdesarrollado: e r a u n a n i ñ a :
hoy e s u n a m u j e r . T o d o s j n o s h e m o s d e s a r r o l l a d o ; yo
también estoy m á s g r u e s o .
SUAREZ. ¡Vaya c o n l a d i v i n a P i l a r ! C a s a d i l a .
ANT. Todos n o s hemos casado.
MONT. ¿Usted t a m b i é n ?
ANT. N O , y o n o : e l l o s , e l l o s . E r a u n d e c i r . (Ricnlo.) P u e s en
sus habitaciones e s t á P i l a r . ¿Desean u s t e d e s q u e s e le
avise? T e n d r á s u m o g u s t o en v e r á s u s b u e n o s a m i g o s .
Se le a v i s a r á .
MONT. N O la m o l e s t e u s l e d t o d a v í a , p o r q u e ^ v e n i m o s p a r a r a t o .
A q u i e n d e s e á b a m o s v e r , si e s p o s i b l e , e s al s e ñ o r d e
Medina.
ANT. ¿ A B e r n a r d o ? Salió á c a b a l l o , á p e s a r d e q u e y o le d i j e :
« ¡ m i r a q u e c a l i e n t a m u c h o el s o l : mira que te vas á
p o n e r m a l o ! . . . » (Para, que vean que tutea á Bernardo.) P e r o
m a n d a r é q u e c u a n d o v u e l v a , les a v i s e n á u s t e d e s . (Toca
el timbre.)

CRIADO. ¿Manda a l s o s u e x c e l e n c i a ?
— 34 —

ANT. ¿Ha v u e l t o d o n B e r n a r d o ? (Dándose cierto tono.)


CRIADO. Todavía, no señor.
ANT. Bien e s t á . C u a n d o v u e l v a , le d i c e u s t e d q u e e s p e r a n a q u í
e s t o s s e ñ o r e s . (Con tono seco porque no t e d i ó tratamiento.)
CRIADO. SÍ, señor.
ANT. ¡Que n o s e le olvide á u s t e d . . . q u e n o s e le o l v i d e ! . . .
(Con tono duro.)
CRIADO. Pierda cuidado su excelencia.
ANT. P u e d e u s t e d r e t i r a r s e . (Con tono dulzarrón. Se sienta otra vez
frente á ílontojo y Suarez.)
SUAREZ. ¡ C u á n t a s n o v e d a d e s , q u e r i d o d o n A n t o n i o , e n el b r e v e
espacio de un año!...
ANT. ¡Algunas... algunas!... Tomás, sirva usted cigarros á
e s t o s s e ñ o r e s . P u e d e n u s t e d e s f u m a r l o s ; (Dándoles el cria-
do una caja para que escojan.) s o n d e á t r e s p e s e t a s . Los ha-
cemos v e n i r d i r e c t a m e n t e d e la H a b a n a .
MONT. C o m o n o s o t r o s t u v i m o s q u e r e g r e s a r á M a d r i d á fines
de Agosto... nada s a b í a m o s . . . Así es q u e n o s s o r p r e n -
dió e x t r a o r d i n a r i a m e n t e la n o t i c i a d e l a b o d a d e P i l a r
con Medina.
SUAREZ. La verdad es que nada habíamos sospechado.
MONT. Y O . . . y o a l g o s o s p e c h a b a : n o lo d i j e , p o r d i s c r e c i ó n .
SUAREZ. D e t o d a s m a n e r a s , fué u n a r e s o l u c i ó n r e p e n t i n a .
ANT. ¡Repentina... repentina... vaya usted á saberlo! La c o -
n o c i ó B e r n a r d o c u a n d o P i l a r a p e n a s c o n t a b a diez a ñ o s :
dejó d e v e r l a : e n c o n t r ó á la c r i s á l i d a c o n v e r t i d a e n m a -
r i p o s a , y dijo d e p r o n t o : «A c a s a r n o s , » y n o s c a s a m o s ;
e s d e c i r , s e c a s a r o n ellos.
MONT. P u e s e n M a d r i d dio m u c h o q u e h a b l a r la b o d a d e M e -
dina.
ANT. ¿ S Í , oh? ¿ E n M a d r i d s e h a b l a m u c h o ?
SUAREZ. ¡Qué h i s t o r i a s s e c o n t a b a n ! . . . P o r s u p u e s t o , t o n t e r í a s .
ANT. LO supongo.
MONT. H a y gente m u y maliciosa.
ANT. ¿Qué d e c í a n . . . q u é d e c í a n ?
SUAREZ. ¡ D e s a t i n o s ! Q u e B e r n a r d o , e n u n r a p t o d e c e l o s , al v e r
q u e Julia e s t a b a r e s u e l t a á . c a s a r s e c o n el d u q u e , n o
— 3o —

m á s q u e p o r v e n g a n z a , p o r d e s p e c h o , p o r i r a , pidió la
m a n o de P i l a r .
MONT. ¡Murmuraciones de sociedad, señor don Antonio!
ANT. ¡Justamente, murmuraciones!
SUAREZ. E s a fué m i o p i n i ó n d e s d e q u e s u p e la b o d a , ¿ v e r d a d ,
Montojo? V a m o s , d o n A n t o n i o , á poco m á s t e n g o u n
l a n c e con P e p e A r ó l a s .
ANT. ¿Por qué?
SUAREZ. P o r q u e P e p e se e m p e ñ a b a en q u e B e r n a r d o s e h a b í a
c a s a d o con P i l a r , en g r a n p a r t e , p o r l á s t i m a y c o m p a -
s i ó n . D e c í a él: «Vio B e r n a r d o q u e i b a n á m e t e r m o n j a
á P i l a r c i t a , y dijo: v a y a , p u e s m e c a s a r é con e l l a . » ¿Ve
usted qué modo de discurrir, don Antonio?
ANT. ¡Ya... ya!... L e s digo á u s t e d e s . . .
MONT. E s q u e n o d i s c u r r e n . Y o , q u e voy s i e m p r e al fondo,
afirmo q u e B e r n a r d o y P i l a r s e r á n s i e m p r e m u y felices.
SUAREZ. Y á m í , q u e no p a s o d e la superficie, m e b a s t a m i r a r -
los p a r a d e c i r : s e r á n f e l i c í s i m o s ; t i e n e n lo q u e p u d i é -
r a m o s l l a m a r la f o r m a e x t e r n a d e la felicidad: s o n j ó -
v e n e s , son g u a p o s , son r i c o s , son a l e g r e s , p u e s son f e -
lices.
ANT. P u e s si s o n felices p o r la forma y p o r el fondo, ¿qué
m á s se p u e d e p e d i r ? ¡Esta c a s a es un paraíso en el
fondo y en la f o r m a !
MONI. Sin e m b a r g o , m u c h o t a r d a en v o l v e r á su paraíso don
Bernardo.
ANT. Si m i e n t r a s él v i e n e yo p u e d o s e r v i r l e s á u s t e d e s en
alguna cosa, á sus ó r d e n e s estoy.
SUAREZ. Y O c r e o q u e s í , q u e p u d i e r a s e r v i r n o s . (A Montojo.)
MONT. C r e o lo m i s m o .
ANT. P u e s á d i s p o n e r d e mi i n u t i l i d a d .
MONT. L e e x p l i c a r e m o s á u s t e d el a s u n t o . Y a s a b e u s t e d q u e
J u l i a se c a s a d e n t r o de u n p a r d e m e s e s con el d u q u e .
ANT. L O h e o í d o . G r a n b o d a , al m e n o s p a r a l a s aficiones, n o
d i r é v a n i d o s a s ; p e r o . . . en fin, a r i s t o c r á t i c a s , de Julia
y de su m a d r e .
MONT. B u e n o : p u e s el d u q u e , en señal d e a l b r i c i a s , h a c o n s e -
— 36 —

g u i d o un título p a r a d o ñ a I s a b e l : m a r q u e s a d e Casa
Guevara.
ANT. S u e n a b i e n , m u y b i e n : ¡marquesa de Casa Guevara\
¡ S e r í a t a n b o n i t o q u e P i l a r s e l l a m a s e vizcondesa de
Medinal
SUAREZ. Y u s t e d s e r í a . . . (Hiendo.)
ANT. El tío de la vizcondesa de Medina. Cuando á estas c o -
sas se les d a tanta importancia, p o r algo será.
SUAREZ. L e v e o á u s t e d en la m e j o r disposición imaginable
p a r a o i r el r u e g o d e d o ñ a I s a b e l .
ANT. ¿A m í m e r u e g a d o ñ a Isabel?
MONT. A don Bernardo; pero hasta q u e don Bernardo vuelva,
n o s o t r o s le r o g a m o s á u s t e d .
ANT. Ustedes no ruegan; ustedes mandan.
MONT. ¡ E S u s t e d m u y a m a b l e ! (Aparte á Suarez.) (¡Se h a a f i n a d o
m u c h o d o n A n t o n i o ! ) El c a s o e s el s i g u i e n t e . C o n el
n u e v o t í t u l o , d o ñ a Isabel tiene q u e r e f o r m a r s u n o b i l í -
s i m o b l a s ó n . ¡Usted c o m p r e n d e q u e e s p r e c i s o j u s t i f i -
c a r la c o r o n a d e m a r q u e s a ! (Sonriendo )
ANT. LO comprendo perfectamente.
MONT. A h o r a b i e n ; d o ñ a Isabel s a b e q u e e n el a r c h i v o ó e n l a
biblioteca d e e s t a c a s a h a y d o c u m e n t o s importantísi-
mos, r e l a t i v o s á c i e r t a s fazañas de sus antepasados.
P a r e c e q u e l a s familias d e G u e v a r a y M e d i n a e n t r o n c a -
r o n en lo a n t i g u o . . . ¿ c o m p r e n d e u s t e d ?
ANT. ¡Ya, y a ! . . . ¡ e n t r o n c a r o n ! . . . ¡no h a y c o m o e n t r o n c a r ! . . .
MONT. P u e s el r u e g o s e r e d u c e á q u e m e d e j a r a u s t e d r e g i s -
t r a r la b i b l i o t e c a y el a r c h i v o , t o m a r n o t a s , s a c a r f a c -
s í m i l e s ; en u n a p a l a b r a , r e c o g e r a n t e c e d e n t e s p a r a e n -
r i q u e c e r el f l a m a n t e b l a s ó n d e n u e s t r a b u e n a a m i g a .
E s t a e s la r a z ó n d e q u e m e a c o m p a ñ e el a m i g o S u a r e z ,
que, c o m o u s t e d n o i g n o r a , e s u n perfecto d i b u j a n t e .
SUAREZ. F a v o r q u e m e h a c e el a m i g o M o n t o j o ; p e r o , e n fin...
dibujo, dibujo algo.
MONT. Pues á eso veníamos.
ANT. P a r a eso no tenían ustedes que esperar á Bernardo.
B a s t a b a u n a o r d e n m í a . A h o r a m i s m o ; ya v e r á n u s t é -
— 37 —

des: ¡si e n l a b i b l i o t e c a m a n d o y o ! (Dándose cierta impor-


tancia, y tocando un timbre. Se presenta un criado.) Al s e ñ o r B i -
b l i o t e c a r i o , q u e t e n g a la b o n d a d d e v e n i r .
MONT. ¡ E S usted a m a b i l í s i m o , s e ñ o r d o n A n t o n i o !
ANT. ¡Por Dios! S o m o s a m i g o s a n t i g u o s , y s i e m p r e m e dis-
tinguieron u s t e d e s m u c h o . (Aparte.) (¡Me t r a t a b a n c o m o
á u n perro!) Pues ahora les dislingo yo á ustedes.
(Afectando amabilidad.)
SUAREZ. ¡ R e n d i d í s i m o s a n t e t a n t a b o n d a d ! Isabel y J u l i a m e h a n
dado recuerdos afectuosísimos para usted.
ANT. ( E s o e s m e n t i r a . ) ¡Qué b u e n a s s o n ! . . . ¡Qué b u e n a s ! . . .
¡lo fueron s i e m p r e !
MONT. ¡Siempre!...
ANT. Doña Isabel, un á n g e l . . . y Julia... ¡ah!... ¡Julia!...
(¡Irresistible!)

ESCENA III
DICHOS y EL BIBLIOTECARIO

Bus. ¿Deseaba usted hablarme, don Antonio?


ANT. Deseaba recomendar á su bondad de usted á mis buenos
a m i g o s d o n P e d r o Montojo y d o n Á n g e l S u a r e z . (Todos
se levantan.)
BIB. (inclinándose.) ¡Muy s e ñ o r e s m í o s !
ANT. Desean examinar algunos documentos heráldicos de las
c a s a s do Q u i r ó s y G u e v a r a , q u e , s e g ú n p a r e c e , tene-
mos en nuestra biblioteca.
BIB. Algunos hay.
ANT. P u e s los pone usted á disposición d e estos señores.
MONT. (Aparte á Suarez.) ( ¡ E s t e h o m b r e e s o t r o ! )
BIB. ¡Con m u c h o g u s t o ! P e r o l e s a d v i e r t o á u s t e d e s , q u e
a c a s o l o s d o c u m e n t o s m á s i n t e r e s a n t e s , si s e t r a t a ,
como h e creído comprender, d e documentos heráldicos,
los t i e n e d o n B e r n a r d o bajo llave, y l a l l a v e e s t á e n s u
p o d e r : son documentos antiquísimos, acaso únicos en
su clase.
ANT. Bien e s t á : m i e n t r a s u s t e d e s v e n l o s p a p e l e s q u e e s t á n
á mano, ya volverá Bernardo.
— 38 —

MONT. Me p a r e c e lo m e j o r .
Bu:. E s t o y á s u s ó r d e n e s . (A Montojo y Suarez.)
SUAREZ. V a m o s a l l á . (Se dirigen todos á la segunda puerta de la de-
recha.)

ESCENA IV
DICHOS: P I L A R , por la terraza del fondo. Traje de casa.

Pri.AU. ¡ S e ñ o r e s ! . . . ¡ A h ! n o m e e q u i v o c o . . . ¡el s e ñ o r d e M o n t o -
j o ! . . . ¡el s e ñ o r d e S u a r e z ! . . .
MONT. ¡Pilar!... ¡ P e r d o n e u s t e d , s e ñ o r a ! . . . (Saludando respetuo-
samente.)
SUAREZ. ¡ P a r a m í s i e m p r e s e r á u s t e d la e n c a n t a d o r a P i l a r . . . la
p r e c i o s a P i l a r . . . la P i l a r c i t a d e a q u e l l o s alegres y pa-
sados añosl
PILAR. L a d e l año pasado, e n t o d o c a s o . El c a m b i o h a s i d o
r e p e n t i n o , ¿ v e r d a d ? H a c e u n a ñ o e r a la n i ñ a P i l a r . . . ó
P i l a r , la j o v e n i n s i g n i f i c a n t e , c u a n d o m á s . . .
SUAREZ. ¡Niña, s i e m p r e ! ¡ I n s i g n i f i c a n t e , n u n c a !
PILAR. S i g o s i é n d o l o : c r é a n m e u s t e d e s . T a n n i ñ a y tan i n s i g -
nificante c o m o e n l o s alegres años que usted me recor-
daba. ¡Pero siéntense ustedes, y hablemos de aquellos
tiempos!
ANT. N O l e s e n t r e t e n g a s . V i e n e n en c o m i s i ó n d e d o ñ a I s a b e l
á buscar unos documentos h i s t ó r i c o s e n la b i b l i o t e c a .
¡La e t e r n a afición d e la b u e n a s e ñ o r a !
PILAR. E n t o n c e s , rio l e s d e t e n g o , ni l e s d i s t r a i g o ; p e r o antes
de que se retiren ustedes, deseo verles.
SUAREZ. Como.usted quiera. Doña Isabel y Julia m e han dado
recuerdos afectuosísimos p a r a usted. La quieren como
siempre.
PILAR. ¡Lo c r e o !
SUAREZ. Vendrán á ver á ustedes muy pronto.
PILAR. A menos que nosotros no nos anticipemos.
MONT. Conque...
ANT. (¡Qué e l o c u e n c i a la d e e s t e h o m b r e ! S i e m p r e empieza
á d e s p e d i r s e d i c i e n d o : «Conque... conque, me voy.»)
— 39 —

PILAU. Ya lo s a b e n u s t e d e s : n o s e m a r c h e n s i n h a b l a r c o n m i -
go u n r a t o .
SUAREZ. Y O , s e lo p r o m e t o .
MONT. Conque... hasta ahora...
SUAREZ. C o n s u p e r m i s o , P i l a r . . . (¡Está d i v i n a ! ¡Cómo s e le h a
s u a v i z a d o el c u t i s ! )
Bus. Pasen ustedes.
MONT. ¡Adiós!...
SUAREZ. ( ¡ D i v i n a ! ) (Salen Monlojo, Suárez y el Bibliotecario.)

ESCENA V
P I L A R y DON ANTONIO

PILAR. (Viendo cómo se alejan.) Yo c r e o q u e e s la p r i m e r a v e z q u e


reparan en mí.
ANT. ¡ E r a s P i l a r . . . l a p o b r e h u é r f a n a . . . y h o y e r e s la s e ñ o -
ra de Medina!
PILAR. Si n o m e e x t r a ñ a . (Se asoma á la terraza y se queda un rato
mirando el paisaje.) ¡Qué d í a t a n h e r m o s o , q u é t r a n q u i l o
e s t á el m a r y q u é l i m p i o el cielo! ¡Mire u s t e d , m i r e u s -
ted a q u e l l a r o c a q u e s a l e d e e n t r e las a g u a s , cómo
b r i l l a . . . c o n s u c o n t o r n o d e e s p u m a y h e r i d a p o r el s o l ,
p a r e c e u n foco d e fuego q u e b r o t a d e l azul del m a r , c o n
c i n t u r ó n d e p l a t a ! ¡ N u n c a h a b í a r e p a r a d o en ella!
ANT. D e b e e s a h u m i l d e r o c a e s t a r m u y a g r a d e c i d a al s o l y
q u e r e r l e m u c h o : p o r él b r i l l a .
PILAR. C o m p r e n d o el s i m i l ; p e r o n o e s e x a c t o . B e r n a r d o m e
q u i e r e á m í s o l a , y y o sólo le q u i e r o á é l . P e r o e s a
r o c a , ¿ p o r q u é h a d e q u e r e r al sol? ¿Qué h a h e c h o p o r
ella q u e n o h a y a h e c h o p o r l a s d e m á s r o c a s d e la p l a y a ?
No: el a m o r e s u n o , u n o s o l o ; ú n i c o ; u n a m o r , y n o
más. Si y o fuese l a r o c a , y a le diría al s o l : «No m e
des los rayos q u e te sobran, q u e no los necesito;» y
m e hundiría bajo las olas p a r a n o v e r l e .
ANT. Ella n o e s t a n o r g u l l o s a ó t a n e g o í s t a c o m o tú, q u e
m u y á g u s t o r e c o g e la r e v e r b e r a c i ó n s o l a r .
PILAR. P o r q u e os u ñ a p i e d r a ; p o r q u e n o e s m u j e r .
— 40 —

ANT. ¿ E s t á s tie m a l h u m o r ?
PILAR. N O : ¡ q u é d i s p a r a t e ! (Sonriendo. Se aproxima á la puerta de la
izquierda, y mira por ella.) M u c h o t a r d a B e r n a r d o .
ANT. Y a v e n d r á p r o n t o . (Pilar se acerca, afectando indiferencia, al
mueble de la izquierda, en él se apoya, y se queda mirándolo.)
¿Qué m i r a s ?
PILAR. Este mueble. ¡Es precioso, de m u y buen gusto!
ANT. O t r o s h a y m á s b o n i t o s e n la c a s a .
PILAR. P e r o é s t e e s el p r e d i l e c t o d e B e r n a r d o .
ANT. ¿En qué piensas?
PILAR. E n nada. ¡Ah!... m e dijeron q u e quería usted h a b l a r -
me. (Viniendo al centro.)
ANT. N O : por verte...
PILAR. ¡ T o m a , p u e s h a b e r i d o á mi c u a r t o !
ANT. Hija, i g n o r a b a si r e c i b í a s .
PILAR. ¿Se m e h a v u e l t o u s t e d c e r e m o n i o s o ? E s o n o m e g u s -
ta. ¡Quiero q u e s e a u s t e d el d e s i e m p r e : m i a m i g o , m i
padre, mi tuto Antonio! Una persona á quien abrir m i
c o r a z ó n . (Muy dulce y muy cariñosa.)
ANT. ¡Hola, hola! ¿ p u e s n o t i e n e s á t u m a r i d o ?
PILAR. N O m e atrevo: m e infunde respeto.
ANT. (Acercándose alarmado.) ¡ R e s p e t o , r e s p e t o ! P e r o , e n t o n c e s ,
¿no le q u i e r e s ?
PILAR. Con toda m i alma, con todo m i corazón! Más, yo n o
p u e d o q u e r e r . B e r n a r d o lo e s t o d o p a r a m í . ¿No le veo?
¿dónde estará?—¿Está conmigo? ¡que n o s e vaya!—¿Le
d i g o a l g o ? ¡ P u e s m e d a m i e d o ! ¿le h a b r á p a r e c i d o m a l
lo q u e h e d i c h o ? — ¿ M e callo? ¡ q u é p e n a : p e n s a r á q u e
s o y n e c i a ! — ¿ E s t á t r i s t e ? ¡es q u e yo n o le h a g o feliz!—
¿ E s t á a l e g r e ? ¿esa a l e g r í a s e r á p o r o t r a p e r s o n a ? — Y
e n t o n c e s , ¡ q u é n u d o e n la g a r g a n t a ! ¡qué o p r e s i ó n e n
el p e c h o ! ¡ q u é d e s f a l l e c i m i e n t o en el a l m a ! ¡qué d e s e o
tan d e s e s p e r a d o d e e x p l i c a r l e t o d o e s t o ! ¡qué v e r g ü e n -
za t a n i n v e n c i b l e al q u e r e r e x p l i c á r s e l o ! (Se deja caer en
un asiento.)

ANT. ¡Hija, m e d e j a s a t ó n i t o ! ¡Y yo q u e p e n s é q u e e r a s feliz!


¿ E s q u e B e r n a r d o n o te q u i e r e ?
- 41 —

PILAR. Sí: m e quiere: m e quiere como so quiere á u n a h e r m a -


nita, como so quiere á u n a niña. No m e da i m p o r t a n -
cia: c r e e q u e y o n i s i e n t o n i s u f r o . Se figura q u e s o y
u n a m u ñ e q u i l a m á s ó m e n o s m o n a , p e r o d e todo p u n -
to i n o f e n s i v a . Me a t i e n d e , m e p r o t e g e , m e h a b l a c o n
• cariño, m e compra galas, adivina m i s caprichos ó s u -
p o n e q u e l o s t e n g o . Me t r a t a c o n d u l z u r a : ¡ni u n a v e z
s e h a e n f a d a d o c o n m i g o ! ¿ C o m p r e n d e ustod esto? Yo
quisiera q u e u n a vez se enfadase conmigo. Yo quisiera
que u n a vez se enfadase conmigo, y q u e m e pagara.
(En voz baja y riendo.)

ANT. ¿ P e r o t ú te h a s v u e l t o loca, chiquilla?


PILAR. Puede ser.
ANT. Ello e s q u e B e r n a r d o te q u i e r e .
PILAR. S í : e s o s í . ¿ P e r o s o y y o á q u i e n m á s q u i e r e e n el m u n d o ?
¿Soy la p r i m e r a ? ¿soy l a Única? (Con ansiedad y angustia.)
ANT. ¿ P u e s n o e r a libre? P u d o c a s a r s e c o n c u a l q u i e r a , y s e
c a s ó c o n t i g o . L u e g o fuiste la p r e f e r i d a .
PILAR. \La preferida! ¡yo n o q u i e r o s e r la preferida! porque
e n t o n c e s hay otra que no es preferida... es decir, q u e
h a y otra... ¡ o t r a ! . . . ¡ o t r a ! . . . ¡Qué d i e n l e c i l l o s d e b e t e -
n e r esta palabra, porque yo siento aquí u n a mordedura
horrible!
ANT. ¿ A o t r a . . . á o t r a ? . . . ¡ D e m o n i o d e otra! ¿ A quién?
PILAR. ¡ A la otra!...
ANT. P e r o ¿quién e s ?
PILAR. (En voz baja.) ¡ J u l i a ! . . . ¡ J u l i a ! . . . ¡esa m u j e r ! . . . (Con expre-
sión rencorosa.)
ANT. (Riendo, con risa forzada.) ¡Qué d i s p a r a t e ! ¡ E s o s son...
sueños, delirios!
PILAR. N o : s o s p e c h a s . (Con misterio.)
ANT. A v e r , á v e r . . . ¿ E n q u é s e fundan?
PILAR. En algo... m u y incierto, m u y dudoso; pero es algo.
Óigame usted. Hace d o s noches no pude dormir: r e -
v o l v í a m u c h a s c o s a s e n m i c a b e z a , y n o c e r r é los o j o s .
¡Me l e v a n t é al r o m p e r el d í a , n e r v i o s a , febril, e x c i t a d í -
sima! y p e n s é : «voy á d e s p e r t a r á B e r n a r d o , y a u n q u e
— 42 —

n o q u i e r a , le llevo d e p a s e o p o r a q u e l b o s q u e d e m a n -
z a n o s , y le r e c u e r d o n u e s t r a a v e n t u r a , y á v e r si m e
animo.» Fué b u e n a idea, ¿verdad?
ANT. Muy b u e n a .
PILAR. Y si c o m p r e n d o q u e n o m e q u i e r e , m e d e c í a á m í m i s -
m a , llevo el cuchillo d e m o n t e q u e m e r e g a l ó . . . (Con
tono trágico-cómico.)
ANT. ¿Y q u é ?
PILAR. N a d a . P e r o lo q u e yo d e b í a h a c e r , y a lo sé y o . ¡ C l a -
v a r m e el c u c h i l l o ! ¡A v e r lo q u e h a c í a B e r n a r d o c u a n d o
m e v i e s e m u e r t e c i t a ! . . . ¡Ya n o e r a c o r t a r m e u n d e d o ;
no e r a n u n a s g o t i t a s d e s a n g r o ; e r a m u c h a s a n g r e ; y
P i l a r t e n d i d a al pie del m a n z a n o ! A v e r lo q u e él d e c í a :
e s o q u i s i e r a yo oir.
ÁNT. P o r o hija, si e s t a b a s m u e r t a , ¿ c ó m o h a b í a s d e oirle?
PILAR. ¿ E s t á u s t e d s e g u r o de q u e l o s m u e r t o s n o oyen?
ANT. Y O no e s t o y s e g u r o d e n a d a . Y" s o b r e t o d o , c o m o n o
m e h e m u e r t o n u n c a , á Dios g r a c i a s , n o sé lo q u e les
p a s a á los m u e r t o s .
PILAR. ¡Quién s a b e !
ANT. L O ú n i c o q u e s é , es q u e e s o s son romanticismos ri-
dículos.
PILAR. El r o m a n t i c i s m o a j e n o , ¡qué r i d í c u l o ! El r o m a n t i c i s -
m o propio, ¡qué doloroso!
ANT. ¿Quieres acabar?
PILAR. P u e s m e l e v a n t é r e s u e l t a á l l e v a r m e á B e r n a r d o p o r el
bosque aquél... aquél...
ANT. ¡ S Í , hija, s í ! ¡El d e l o s m a n z a n o s ! ¡Dichosa manzana!
¡eterna manzana! Sigue.
PILAR. P a r a ir al c u a r t o d e B e r n a r d o , p a s é p o r e s t e s a l ó n c r e -
y e n d o q u e no h a b í a n a d i e . . . Estaba él...
ANT. ¿El?
PILAR. S Í . Y e r a m u y te n p r a n o . Y él n o m a d r u g a ; e s a l g o p e -
rezoso.
ANT. ¿Y q u é h a c í a ?
PILAR. E s t a b a allí; j u n t o á ese secretaire, leyendo u n a s cartas;
e r a n m u c h a s . T a n p r o f u n d a m e n t e a b s t r a í d o , q u e no m e
— 43 —

sintió l l e g a r . Me a c e r q u é d e p u n t i l l a s , y le p u s e u n a
m a n o e n el h o m b r o ; n u n c a m e a t r e v o á b e s a r l e . C o n -
t u v o u n g r i t o ; s e p u s o en p i e ; a p r e t ó instintivamente
las c a r t a s c o m o si q u i s i e r a m e t e r l a s en el p u ñ o , y m e
m i r ó p r o c u r a n d o s o n r e í r . E s t a b a m u y p á l i d o . ¡Yo n o s é
lo q u e s e n t í , tuto d e m i a l m a ! P e r o s é d o m i n a r m e , y
le dije: «¿te m o l e s t o , B e r n a r d o ? . . . » «¡No, hija; cómo
m a d r u g a s ! . . . » «Tú t a m b i é n . . . » « E s v e r d a d ; » é l , c r é a m e
usted, n o sabía q u é decir. «¿Quieres d a r un paseo?...»
«Vamos allá...» «Si e s t á s o c u p a d o . . . » «Tú eres antes
q u e t o d a s m i s o c u p a c i o n e s : f i g ú r a t e , c a r t a s del d i s -
trito.» Ya había encontrado la mentira, porque las
cartas d e los distritos, ni son tan pulidas, ni huelen
tan bien. Bernardo n o había podido dormir: Bernardo
se levantó temprano para leer aquellas cartas. ¿Por
q u é le q u i t a r o n el s u e ñ o ? ¿ p o r q u é l a s leía? ¿ p o r q u é
se p u s o pálido? ¿por q u é m i n t i ó ? ¿ p o r q u é s o n p e r f u -
m a d a s las cartas de s u distrito?
ANT. Hija, e s t a r í a n f u m i g a d a s .
PILAR. N O , no: perfumadas.
ANT. ¿Y l a s c a r t a s ?
PILAR. L a s r e c o g i ó , a f e c t a n d o i n d i f e r e n c i a ; l a s g u a r d ó allí, e n
u n o d e l o s c a j o n c i t o s i n t e r i o r e s , y cerró con dos vuel-
tas. L a llave la t i e n e s i e m p r e c o n s i g o .
ANT. ¡Demonio, demonio!
PILAR. A m a á o t r a m u j e r , y e s a m u j e r e s Julia. H e p e n s a d o
después mucho; h e atado m u c h o s cabos; he refrescado
m u c h a s m e m o r i a s ; Bernardo se casó conmigo sin amar-
me; B e r n a r d o n o e s feliz, y yo q u i e r o q u e s e a feliz.
ANT. ¡ V á l g a m e Dios, y q u é c o s a s m e h a s c o n t a d o !
PILAR. ¡Silencio! C r e o q u e él h a v e n i d o .
— i i —

ESCENA VI
DICHOS; B E R N A R D O , por la izquierda.

BERN. (A don Antonio.) ¡ F e l i c e s ! (A Pilar.) ¿Cómo e s t á la n i ñ a b o -


nita?
PILAR. B u e n a . . . m u y b u e n a . (Procurando sonreír.)
BERN. P u e s m i r a , n o lo c r e o : e s t á s m u y p á l i d a .
PILAR. LO estoy siempre; es q u e tengo m a l color.
BERN. N O ; a n t e s e r a s u n a r o s a . A h o r a e r e s u n lirio. ¡Y s i e m -
pre silenciosa!... Iba á decir triste, pero n o puede s e r .
¿Por q u é h a b í a s d e e s t a r t r i s t e ?
PILAR. ¡ P o r D i o s ! . . . ¡ t r i s t e ! . . . E s q u e yo s o y a s í . ¿Has d a d o u n
b u e n p a s e o ? (Queriendo echar fuera la conversación.)
BERN. ¡Delicioso!... ¡Y v e n g o m u y c o n t e n t o ! ¡El c a m p o , m u y
v e r d e ; el m a r , m u y a z u l ; y el a i r e , m u y p u r o y m u y
lleno d e v i d a ! ¡No s e r e s p i r a a i r e ! ¡se r e s p i r a v i d a ! E s o
e s lo q u e te c o n v i e n e . (A Pilar.)
PILAR. ¿ P a r a qué?
BERN. (Riendo.) ¡ T o m a ! ¡ p a r a t e n e r m á s v i d a ! C r é e m e : t u v e r e -
mordimientos de pasear solo.
PILAR. ¿De v e r a s ? (Con alegría espontánea; luego se contiene.) ¿Pues
con q u i é n q u i s i e r a s p a s e a r ? ¿Con a l g ú n a m i g o ?
BERN. ¿Oye u s t e d ? (A don Antonio.) No s e d a p o r e n t e n d i d a . T ú
s a b e s m o n t a r á c a b a l l o , ¿no e s v e r d a d ?
PILAR. S Í ; algo. Tengo seguridad... ¡Hecorrido mucho por esos
bosques y llanos!...
BERN. Pues desde m a ñ a n a salimos j u n t o s ; ¿quieres?
PILAR. ¡SÍ... eso, sí!... Desde m a ñ a n a .
BERN. ¡ B u e n o ! (Con mucha alegría.) C o r r i e n t e . T r a t o h e c h o . (Don
Bernardo se sienta junto al secretaire, y se queda pensativo.)
ANT. (Aparte á Pilar.) P e r o , c r i a t u r a , ¿qué m á s le p u e d e s p e d i r
á tu m a r i d o ? ¿ p u e d e e s t a r m á s c a r i ñ o s o ?
PILAR. P o r q u e está usted delante. A d e m á s , esto e s u ñ a deda-
dita de miel. E s l a c a r i c i a q u e s e h a c e al n i ñ o p a r a q u e
no llore. Unas veces, u n cariño; otras, u n j u g u e t e . Y se
c u m p l i ó p o r v e i n t i c u a t r o h o r a s . ¡Mire u s t e d q u é c a l l a -
dito s e ha q u e d a d o !
— 43 —

ANT. P e r o , P i l a r , ¡si t ú le c o n t e s t a s p o r m o n o s í l a b o s ! . . . ¡Es


c l a r o ! ¡el p o b r e s o a b u r r e !
PILAR. ¡ C o n m i g o s e a b u r r e s i e m p r e ! ¡Verá u s t e d ! (Ella csiá sen-
tada junto á don Antonio.) ¡Bernardo!...
BERN. ¿Qué q u i e r e s , P i l a r c i t a ?
ANT. (¡Hasta la l l a m a P i l a r c i t a ! ¡Si á m í m e l l a m a s e n P i l a r -
cita... digo, Antoñito!...)
PILAR. Te decía q u e m e gustará mucho eso de pascar... á c a -
ballo c o n t i g o .
BERN. P u e s d e s d e m a ñ a n a . . . (Distraído.)
PILAR. ¿Y á d ó n d e i r e m o s ?
BERN. A donde quieras.
PILAR. P o r la m a ñ a n a t e m p r a n o , ¿ v e r d a d ?
BERN. Sí, hija.
PILAR. (A don Antonio.) (¿Lo VC usted?)
ANT. ( S i g u e , s i g u e c o n lo del c a b a l l i t o . )
PILAR. ¿Y q u é c a b a l l o llevaré?
BERN. Yo te e s c o g e r é u n o s e g u r o .
PILAR. ¡Yo n o s o y m i e d o s a !
BERN. Y e n d o c o n m i g o , n o h a y c u i d a d o . (Siempre algo distraído.)
PILAR. ¡Si h e d i c h o q u e n o s o y m i e d o s a !
BERN. Mejor.
PILAR. ¿Y v a á s e r m u y l a r g o el paseo?
BERN. Hasta q u e te canses..
PILAR. ¡Yo n o m e c a n s o n u n c a ! (Algo enojada.)
BERN. Bueno; pues hasta que m e canse y o .
PILAR. (¿Lo v e u s t e d ? ) (Con desesperación entre seria é infantil.)
ANT. ( ¡ P e r o , hija, si e r e s m u y s o s a ! ¡ s i n o le d i c e s n a d a d e
sustancia!)
PILAR. (¡Si n o s e m e o c u r r e n a d a ! )
ANT. Si te d a v e r g ü e n z a p o r m í , m e m a r c h o .
PILAR. ¡Si p o r q u i e n m e d a v e r g ü e n z a e s p o r él!
ANT. ¡ V a m o s , a n í m a t e ! ¡no s e a s i n s í p i d a !
PILAR. ¡Bernardo!...
BERN. ¿Qué?
PILAR. ¿En q u é p i e n s a s ?
ANT. ( ¡ E s o . . . eso!) (Los movimientos de don Antonio en esta escena,
— 46 —

sus impaciencias, etc., etc., quedan encomendados al talento del


actor.)
BERN. En nada.
PILAR. ¿En c o s a s d e l d i s t r i t o ?
BERN. ¡ Q u é d i s p a r a t e ! ¿ Q u é m e i m p o r t a el d i s t r i t o ? (Miradas
entre don Antonio y Pilar.)
PILAR. ¿Sabes? Me h a n a n u n c i a d o u n a v i s i t a .
BERN. ¿SÍ?

PILAR. Me la h a n a n u n c i a d o Montojo y S u á r e z , q u e h a n v e n i -
do h a c e r a t o , y q u e e s t á n . . . a l l í . . .
BERN. ¿En dónde?
ANT. E n la b i b l i o t e c a . V i e n e n á b u s c a r u n o s d o c u m e n t o s ó
a n t e c e d e n t e s p a r a r e f o r m a r el e s c u d o n o b i l i a r i o d e d o ñ a
Isabel.
BERN. ¿Y están ahí? (Levantándose.) P u e s t e n g o q u e i r .
ANT. Y a v e n d r á n ellos c u a n d o s e p a n q u e h a s v u e l t o .
BERN. N O i m p o r t a . (Queriendo salir.)

PILAR. (Deteniéndole.) ¿Y n o m e p r e g u n t a s p o r la v i s i t a q u e me
han anunciado?
BERN. ¡ E S v e r d a d ! ¿Y q u i é n e s él?
PILAR. N O e s él: e s ella: s o n e l l a s .
BERN. NO adivino...
PILAR. V e n d r á n á v i s i t a r n o s d o ñ a I s a b e l y Julia.
BERN. ¿Doña I s a b e l ? . . . ¡Ya!
PILAR. Y Julia t a m b i é n .
BERN. E s n a t u r a l . ¿Conque la familia d e Q u i r ó s h a v e n i d o á s u
Quinta? ¡ P u e s m e aseguraron q u e este a ñ o no venían!
PILAR. P u e s a h í e s t á n . ¡Mira q u é s u e r t e !
BERN. ¿Por qué?
PILAR. P o r q u e si te c a n s a s m u c h o en e s o s p a s e o s q u e p r o y e c -
t a m o s . . . Digo y o . . . si t e c a n s a s d e ir solo c o n m i g o ,
podrá acompañarnos Julia: es toda u n a amazona. Y
como yo á caballo soy m u y loca, los d o s cuidaréis de
m í . ¿Qué tal?
BERN. P a r a c u i d a r d e tí, b a s t o y o .
ANT. (¡Muy bien!)
PILAR. ¿ N O q u i e r e s ir c o n Julia?
— 47 —

BERN. Q u i e r o i r c o n t i g o . A m e n o s q u e n o s e a s tú la q u e s e
c a n s e d e m i c o m p a ñ í a . (Con tono un poco seco.)
I'ILAR. ¡ B e r n a r d o ! . . . L o dije p o r d e c i r . . . n o te e n f a d e s .
BERN. ¡ E n f a d a r m e c o n t i g o ! ¡ c o n t i g o , q u e e r e s u n ¡tngel; u n a
n i ñ a ; u n bebél (Muy cariñoso.)
PILAR. ¡ N O lo s o y ! ¡no s o y bebél ¡ m i r a q u e n o lo s o y ! (Muy
agitada.)
BERN. E r a u n a b r o m a . Ya sé q u e en osa cabecita h a y m á s d e
lo q u e p a r e c e . ¿ E s t a s e n o j a d a ?
PILAR. ¡ N O , n o , B e r n a r d o ! I r e m o s s o l o s , ¿ v e r d a d ? Y tú solo
c u i d a r á s d e m í . ¡A caballo s o y m u y i m p r u d e n t e ; m u y
a r r e b a t a d a ; m e v u e l v o loca; h a y q u e s u j e t a r m e !
BERN. T a n t o m e j o r : l o s d o s e n l o q u e c e r e m o s u n p o q u i t o . No
siempre hemos de ser juiciosos.
PIL\R. ¡ P u e s e a , p e r d a m o s el j u i c i o !
ANT. (¡Bien, m u y b i e n ! ¡en c u a n t o p i e r d a n el j u i c i o , s e a r r e -
gló todo!)
BERN. V a m o s , P i l a r , q u e e s t á s h o y c o m o n o te h e visto n u n c a ;
eres otra m u j e r . La Pilarcita tímida, convertida en
amazona intrépida. Tengo curiosidad p o r verte hacer
l o c u r a s á c a b a l l o . (Riendo.)
PILAR. Pues las haré.
BERN. ¿Mañana?
PILAR. ¡ M a ñ a n a , al r o m p e r el d í a !
BERN. ¡ P u e s al r o m p e r el d í a !
ANT. P e r o n o v a y á i s v o s o t r o s á romperos la c a b e z a . P o r q u e
el d í a . . . el d í a rompe t o d o s l o s d í a s , y s e c o m p o n e al
s i g u i e n t e . P e r o la c a b e z a . . . (¡Lo q u e i m p o r t a e s q u e s e
rompa el hielo, y m e p a r e c e q u e s e v a r o m p i e n d o ! ) (Mi-
rándolos á los dos.)
BERN. Ahora m e voy á ver ú esos señores.
ANT. E s inútil: ellos vienen.
ESCENA VII
DICHOS; MONTOJO y S U A R E Z , por donde salieron.

BERN. ¡Ah, señores; se h a n anticipado u s t e d e s . . . iba á b u s -


carles!
MONT. Señor de Medina, cuánto gusto tengo...
SUAREZ. ¡Cuánto g u s t o ! . . . Y a t u v i m o s a n t e s el p l a c e r d e s a l u d a r
á Pilarcita... P e r d o n e usted q u e todavía dé ese n o m b r e
á la s e ñ o r a d e M e d i n a .
BERN. Para todos es Pilar todavía.
SUAREZ. La niña Pilar.
PILAR. Son u s t e d e s m u y a m a b l e s : m i m a r i d o i n c l u s i v e . P o r lo
visto t e n g o s u e r t e . Me m o r i r é d e vieja, si n o e s a n t e s ,
y s e g u i r é s i e n d o la n i ñ a P i l a r .
BERN. Ya m e h a n e x p l i c a d o el o b j e t o d e s u v i s i t a . (A Suarez y
Montojo.) ¿Han e n c o n t r a d o u s t e d e s algo? L a b i b l i o t e c a ,
la c a s a y l o s d u e ñ o s , e s t á n á s u s ó r d e n e s .
fflONT. Algo h e m o s e n c o n t r a d o , y a l g u n o s a p u n t e s t o m ó S u a -
rez. P e r o n o s falta lo p r i n c i p a l : u n o s p e r g a m i n o s d e l
siglo doce...
BERN. Ya s é . . . Y a s é . . .
MONT. Y u n a s Cartas-pueblas y u n cronicón del m o n j e d e . . .
BERN. Justamente.
SUAREZ. P e r o el b i b l i o t e c a r i o n o s h a d i c h o q u e e s o s preciosos
documentos l o s t i e n e u s t e d bajo llave. (Riendo.)
BERN. Pero esa llave, ahora mismo abrirá su correspondiente
cerradura.
MONT. Sentiríamos molestarle...
BERN De n i n g ú n m o d o . (Se dirijo al secretaire.) Solo q u e a q u e l l a
llave CStá bajo e s t a l l a v e . (Sacando del bolsillo una pequeña.)
SUAREZ. LOS t e s o r o s s e g u a r d a n bajo siete Vaoes.
BERN. (Abre el secretaire: saca de él una llave de tamaño regular, y sin
cerrar el armario, se vuelve hacia Suarez.) E n e s t e c a s o n o SOn
siete; son dos. P e r o c r é a n m e u s t e d e s ; a l g o m á s m e r e -
c í a n los p e r g a m i n o s , y la C a r t a - p u e b l a , y el c r o n i c ó n
q u e v a n u s t e d e s á c o n s u l t a r . (Pilar, al ver abierto el arma-
— 49 —

rio, se acerca instintivamente, como atraída por fuerza invencible,


y se queda en pie junto á él.) S o n d o c u m e n t o s c u r i o s í s i m o s ;
yo n o h e v i s t o n a d a m á s i n t e r e s a n t e p a r a la h i s t o r i a d e
aquella época.
MONT. Ya n o s lo dijo el B i b l i o t e c a r i o .
BERN. Pues cuando ustedes quieran. (Dando unos pasos bacía la
puerta segunda de la derecha.)
SUAREZ. Por nosotros... (Siguiéndote.)
BERN. V a m o s a l l á . . . (Avanzando todavía.'
MONT. Con s u p e r m i s o , P i l a r .
SUAREZ. Hasta luego.
BERN. (Reparando que deja abierto el armario.) ¡ A h ! . . . u n m o m e n t o .
(A Montojo y Suarez.)
PILAR. (Comprendiendo la intención, se anticipa rápidamente.) N o te m o -
l e s t e s ; yo c e r r a r é el a r c a d e los t e s o r o s . (Dice esto c e -
rrando el armario, y echando la llave con sus dos vueltos: pero
da la segunda en sentido contrario á la primera, de
modo que la llave queda sin echar.) T o m a . (Le da la llave del
armario.)
BERN. (A Pilar.) G r a c i a s . Ya v e r á n u s t e d e s , y a v e r á n u s t e d e s :
¡un v e r d a d e r o t e s o r o p a r a p e r s o n a s i n t e l i g e n t e s !
SUAREZ. Pase usted.
BERN. P a s e n u s t e d e s , p u e s t o q u e y a c o n o c e n el c a m i n o . (Pasan
Montojo y Suarez.)

ESCENA VIII
PILAR y D O N ANTONIO

ANT. Hija, t ú d i r á s lo q u e q u i e r a s ; p e r o n o h a podido e s t a r


m á s c a r i ñ o s o . ¿ E h ? . . . ¿Qué dices?
PILAR. S Í : t i e n e u s t e d r a z ó n . (Inquieta y agitada por lo que ha hecho,
y dirigiendo miradas al armario.)
ANT. ¿Qué t i e n e s ? ¿ e s t á s d i s t r a í d a ?
PILAR. ¿Y'o? n o . P e r o . . .
ANT. ¿Qué?
PILAR. ¿NO va usted?
ANT. ; A dónde?
4
— so —
PILAR. A l a biblioteca: c o n e s o s s e ñ o r e s . P o r Dios, t í o ; v a y a
usted.
ANT. ¿Para qué?
PILAR. P a r a a c o m p a ñ a r l e s : e s u n a Jaita d e a t e n c i ó n : n o s e
quede usted aquí.
ANT. Pero, hija...
PILAR. ¿NO v e usted cdmo va Bernardo?
ANT. P o r q u e e s el d u e ñ o do la c a s a , y t i e n e l o s p a p e l o t e s .
PILAR. Y O s é lo q u e digo. ¡Ea... pronto! (Llevándole hacia la
puerta.) ¡Que n o le e c h e n á u s t e d d e m e n o s !
ANT. ¡ P e r o si n a d i e m e e c h a r á d e m e n o s !
PILAR. (Empujándole.) ¡Todo el m u n d o ! S o n e t i q u e t a s q u e u s t e d
no sabe todavía.
ANT. Sin e m b a r g o . . .
PILAR. ¡Pronto... pronto... no m e desespere usted!
ANT. B u e n o : s i t e e m p e ñ a s . . . ¡Ya m e v o y , y a m e v o y !
PILAR. ¡Al fin! (Echándole: después cierra la puerta; mejor dicho, la
encaja.)

ESCENA IX
PILAR

Vuelve al secretaire y se queda mirándolo. Esta escena queda encomendada


á la actriz.

¡Cuántas veces hice esto m i s m o de niña! Siempre q u e


m e m a n d a b a n c e r r a r el a r m a r i o bajo d e la d e s p e n s a ,
fingía q u e lo c e r r a b a y lo d e j a b a a b i e r t o , p a r a v o l v e r
á b u s c a r l o s d u l c e s : h o y , p a r a b u s c a r los amargos. Una
v u e l t a á la l l a v e , y cierra; o t r a al contrario, y abre...
y a b i e r t o . (Tira de las hojas y se abre, el armario; se queda en
pie mirándolo.) ¡Ya s a b í a y o q u e lo d e j é a b i e r t o ! ¡Sí: t a m -
bién sé q u e e s t o e s m u y feo, m u y v e r g o n z o s o , q u e e s t á
m u y m a l h e c h o ; p e r o e s t á h e c h o ! ¡Qué r e m e d i o ; t r a v e -
s u r a s ! (Pausa.) E n a q u e l c a j o n c i t o e s t á n l a s c a r t a s : l a s
c a r t a s del distrito electoral. Tengo curiosidad por v e r
c d m o e s c r i b e la g e n t e de los distritos. (Abre el cajoncito,
— 51 —

y mira dentro.) ¡Ahí está el p a q u e t e : cartas electorales


s u j e t a s c o n cinta azul: ¡qué m o n a d a ! ¡Ea! ¿ A q u é p e r -
d e r t i e m p o ? ¡Son m í a s ! (Las coge con ansia, y viene á co-
locarse junto á una mesita.) ¡Quiero s a b e r la v e r d a d ! ¡Está
a q u i : q u i e r o v e r e s t a s c a r t a s , y l a s v e o ! (Mirándolas con
ansia: nerviosa, descompuesta y agitadisima.) ¿Qué letra es
e s t a ? ¡ L e t r a d e m u j e r ! ¡le t r a d e J u l i a . . . d e Julia; s í , d e
Julia! ¡Lo s a b í a . . . si lo s a b í a y o . . . si n o n e c e s i t a b a v e r
e s t a s c a r t a s . . . si s a b í a q u e e r a n d e e l l a . . . á B e r n a r -
do... á Bernardo!... ¡Dios m í o . . . Dios m í o ! . . . ¡ A y ,
Dios m í o ! . . . (Rompe á llorar.)

ESCENA X
P I L A R y DON ANTONIO

ANT. ¿Ves c ó m o y o n o h a c í a falta?


PILAR. ¡ A h ! . . . ¿quién v i e n e ? . . . ¿es u s t e d ? ¡ A h , s í , e s u s t e d ! . . .
ANT. ¿Qué tienes? ¿qué t e p a s a ? ¿ p o r q u é l l o r a s ? . . . ¿qué p a -
p e l e s s o n esos?
PlLAR. ¡Las c a r t a s q u e e s t a b a n allí! (Don Antonio mira el armario
y lo ve abierto.)
ANT. ¡ M a d r e d e D i o s ! . . . ¡Pilar! ¿ P e r o t ú h a s a b i e r t o . . . ?
PILAR. N o : lo dejé s i n c e r r a r .
ANT. ¿Y e s t a s c a r t a s . . . ?
PILAR. ¡Son d e ella... p a r a éll ¡Lo q u e y o d e c í a . . . c a r t a s d e
a m o r ! ¡Mire u s t e d . . . mire usted... cualquiera... por
c u a l q u i e r p a r t e ! . . . (Leyendo.) « T e a m o , s i e m p r e t e a m a -
r é . » N a d a , c u a l q u i e r a . (Coge otra carta, y lee.) «No m e o l -
v i d e s , p o r D i o s , m e m o r i r í a . » ¡ N o , si d a lo m i s m o !
(Abriendo otra carta, y leyendo.) «Todo p o r t í , t o d o . » ¿Se
puede decir más?
ANT. ¡ V á l g a m e D i o s ! . . . ¿ P e r o e s p o s i b l e ? . . . ¿Y s o n d e a h o -
ra? ¿Esas cartas son de ahora?
PILAR. N O : c r e o q u e n o . De a n t e s d e c a s a r n o s .
ANT. (Echándose á reír.) ¡ T o m a , t o m a ! E n t o n c e s , ¿qué i m p o r t a ?
¡Buen s u s t o m e h a s d a d o ! F l o r m a r c h i t a n o d a a r o m a ;
a g u a p a s a d a . . . ¡Bah, b a h , q u é t o n t e r í a !
— 32 —

PILAR. ¿ P o r q u é l a s g u a r d a ? ¿ p o r q u é l a s l e e ? ¿ p o r q u é s e le
q u i t a el s u e ñ o y s e l e v a n t a t e m p r a n o p a r a leerlas?
ANT. P o r curiosidad.
PILAR. P o r c u r i o s i d a d l a s leo yo t a m b i é n . (Empieza á leer unas y
otras febrilmente. Todo esto queda encomendado á la actriz.)
ANT. ¡ V a m o s , hija! ¡Eso n o e s t á b i e n ! ¡No t e m o r t i f i q u e s s i n
n e c e s i d a d ! ¡Deja e s a s c a r t a s d o n d e e s t a b a n ! ¡cierra el
secretaire! ¡ c á l m a t e ! ¡no t e e n v e n e n e s la s a n g r e ! Julia
s e c a s a . Y tú t e p a s e a s á caballo c o n B e r n a r d o . Mira,
e n e s o s p a s o í t o s fundo yo graneles e s p e r a n z a s .
PILAR. ¿Lo v e u s t e d ? ¿Lo v e u s t e d ? ¡Le m a n d a u n rizo q u e él
le h a b í a p e d i d o ! ¡A m í , B e r n a r d o , n u n c a m e h a p e d i d o
ninguno!
ANT. ¿ P a r a q u é , hija? ¡Si t e n í a t o d a s t u s t r e n z a s !
PILAR. L e m a n d a Julia s u r e t r a t ó : ¡ t a m b i é n él s e lo h a b í a p e -
d i d o ! ¡Mis i l u s i o n e s m a r c h i t a s ! ¡mis e s p e r a n z a s d e s v a -
n e c i d a s ! ¡Mi B e r n a r d o , q u e y a n o e s m á s q u e d e Julia!
¡De e s a J u l i a , q u e fué s i e m p r e m i t o r m e n t o , m i a f r e n -
ta, mi verdugo, mi ángel malo!
ANT. ¡ P o r D i o s , P i l a r ! ¡Un p o c o d e j u i c i o ! ¡Dame e s a s c a r t a s ,
q u e l a s p o n g a e n s u sitio!
PILAR. N o ; ¡son m í a s ! ¡Cuánto d a r í a p o r t e n e r l a s d e B e r n a r -
d o ! C u a n d o ella dice e s t o , ¡qué d i r í a él! ¡qué c o s a s d i -
r í a él! ¡Cosas q u e n o m e h a d i c h o á m í ! . . . ¡Yo n o s o y
digna de q u e un h o m b r e se m u e r a por m í !
ANT. ¡ V a m o s , P i l a r ! D a m e . . . d a m e . . . ¡lo m a n d o ! . . . ¡ P i l a r ! . . .
PILAR. ¡ A h ! . . . ¡ m i s e r a b l e e l l a ! . . . ¡ m i s e r a b l e é l ! . . . (Leyendo una
carta, y arrugándola colérica.) ¡ T a m b i é n lo e s p e r a b a ! ¡ t a m -
b i é n lo c r e í a ! ¡ p e r o a h o r a , lo s é !
ANT. ¡Que v i e n e n ! . . . ¡creo q u e v i e n e n ! . . . (Se dirige á la puerta.)
PILAR. ¡Al d í a s i g u i e n t e d e u n p a s e o p o r el b o s q u e . . . p o r e l
m í o . . . e s c r i b í a ella e s t o ! . . . (Golpeando la carta.) ¡SM ama'
da\... ¡ N o . . . n o m e r e c e J u l i a e s e n o m b r e ! ¡su amante . 1

¡Ah! ¡esta c a r t a e s m í a ! ¡La s o b e r b i a ! . . . ¡La l i v i a n a ! . . .


(La guarda en el pecho.) ¡ V e r e m o s ! . . . ¡ v e r e m o s ! . . . ¡Yo s o y
rencorosa!
ANT. (Volviendo.) N o , n o e r a n e l l o s ; p e r o , p o r D i o s , g u a r d a
— 53 —

o s a s c a r t a s . (Escuchando si vienen.) ¡No leas m á s ! . . . ¡no


leas m á s , c r i a t u r a ! . . . D a m e p r o n t o . . . Si n o , t e l a s q u i -
to á la fuerza. ¡ E a , n o e s p e r o m á s !
PILAR. E s p e r e u s t e d . . . A q u í h a y u n a con u n p e r f u m e m u y p e -
n e t r a n t e . E s t a e s r e c i e n t e . . . ¡de e s t o s d í a s !
ANT. ¡NO es posible!
PILAR. "Vamos á v e r l o .
ANT. ¡Pilar!...
PILAR. Mire u s t e d , si al a c a b a r d e leerla m e c a y e s e muerta,
¡aun a s í , la l e e r í a !
ANT. ¡PorDios, hija!...
PILAR. ¡Déjeme u s t e d ! ¡déjeme u s t e d ! . . (Apartándole con una mano
y leyendo.) « Q u e r i d o B e r n a r d o m í o . » ¡Y e s t a e s d e a h o -
r a ! « ¡ P e r d ó n a m e si t e e s c r i b o p o r ú l t i m a vez!»
ANT. ¿Qué tal? ¡Por ú l t i m a vez! (Con alegría.)
PILAR. ¡ N O s e r á l a ú l t i m a ! (Sigue leyendo.) « Y a lo s a b e s ; v o y á
c a s a r m e . . . De t o d a s m a n e r a s , tú n o e r e s l i b r e . C o n v e -
n i e n c i a s , i n t e r e s e s d e f a m i l i a , m i p o r v e n i r , y h a s t a la
v o l u n t a d d e m i m a d r e , m e i m p o n e n e s t a b o d a . » ¡El
p o r v e n i r , s i n é l ! . . . ¡ y le q u e r í a t a n t o ! . . . ¡ S i n é l , p a r a
mí, no hay vida!
ANT. A c a b a . Y y a lo v e s ; l a c a r t a e s m u y tranquilizadora,
m u y juiciosa. Julia e s u n a m u j e r m u y j u i c i o s a .
PILAR. ¡Mucho! (Continúa leyendo.) « S é q u e e r e s u n c a b a l l e r o , y
que atenderás á mi súplica. P e r d ó n a m e : quisiera q u e
me devolvieses m i s cartas. Ya, ¿para q u é las quieres?»
ANT. Muy bien dicho: ¿para q u é las quiere?
PILAR. P a r a l e e r l a s d e m a d r u g a d a . (Con acento rencoroso, ó como
crea la actriz.) « C u a n d o v a y a á v e r o s c o n m a m á , a p r o v e -
charemos un m o m e n t o , y m e las d a s . No es prudente
confiarlas á u n c r i a d o . » (Sigue leyendo.) «Dios q u i e r a q u e
s e a s feliz, p o b r e B e r n a r d o , a u n q u e e s a c r i a t u r a i n s i g -
nificante n o e s p a r a u n h o m b r e c o m o t ú ; b i e n lo s a b e s ,
y t ú m i s m o m e lo d i s t e á e n t e n d e r . Ni t e c o m p r e n d e ,
ni t e m e r e c e . » ¡Dios m í o ! . . . ¡Dios m í o ! . . .
ANT. N o leas m á s . ¡Esa Julia t i e n e t a n l a r g a la p l u m a , c o m o
la l e n g u a ! (Quiere apoderarse de la carta. Pilar le rechaza.)
—u —
PILAR. « Y a so q u e e n p a r t e , yo t u v e l a c u l p a ; p e r o t ú t a m b i é n
te p r e c i p i t a s t e m u c h o . L a i r a ; el d e s p e c h o ; l o s c e l o s ; l a
venganza, te impulsaron á e s a b o d a d i s p a r a t a d a . ¡Te
c a s a s t e c o n e s a infeliz, c o m o te h u b i e r a s c a s a d o con
c u a l q u i e r a ! . . . T ú m e lo d i j i s t e . . . E n fin, s e a m o s b u e n o s
a m i g o s , y si p u e d e s , s é d i c h o s o .
ANT. ¡Pilar!...
PILAR. ¡Por d e s p e c h o ! . . . ¡ c o m o s e h u b i e r a c a s a d o c o n cual-
q u i e r a ! . . . ¡El lo d i j o ! . . . ¡no m á s ! . . . ¡no m á s ! . . . ¡ A q u í ! . ,
¡ a q u í ! . , . (Oprimiéndose el pecho.) ¡La h e r i d a a q u í ! . . . ¡Ber-
nardo!... ¡mi B e r n a r d o ! . . . ¡No! ¡no lo s u f r o ! . . . ¡No
quiero vivir!... ¡Bernardo! ¡Bernardo mío!
ANT. ¡Calla!... ¡ v i e n e n ! . . . ¡ a h o r a v i e n e n ! . . . ¡ d a m e ! . . . ¡ p r o n -
to... t o d a s ! (Quitándole las cartas, sin que ella oponga resis-
tencia.)
PILAR. ¡ E s t a , n o ! (Conservando la carta que ha leído.)
ANT. ¡ P u e s l a s d e m á s ! . . . ¿ T e n í a n e s t a c i n t a ? . . . S í . . . (Atándolas
muy deprisa; muy inquieto, y mirando hacia la puerta. Después
viene al secretaire.) ¿ E s t a b a n e n e s e c a j o n c i t o ? . . . ¡al fin!
(Empuja las dos hojas del armario, de modo que nada se conozca.)
PILAR. ¡Se a c a b ó la v i d a p a r a m í ! . . . ¡No; l u c h a r é ; m e v e n g a r é ;
haré q u e m e quiera m á s q u e á Julia!... No: ¡morirme,
m o r i r m e e s lo m e j o r !
ANT. ¡Por D i o s , Pilar!... ¡Disimula!... ¡Ya e s t á n ahí!... ¡Va-
lor!...

ESCENA XI
DICHOS; DON B E R N A R D O , MONTOJO y S U A R E Z

MONT. A g r a d e c i d í s i m o s . ( A don Bernardo.)


SUAREZ. Mil g r a c i a s en n o m b r e d e d o ñ a I s a b e l , y d e J u l i a . . . (Al
oir el nombre de Julia, Pilar se pone en pie como por una sacu-
dida eléctrica.)
BERN. Siempre deseando complacer á esas señoras. Pilar... se
d e s p i d e n Montojo y S u a r e z .
PILAR. (Excitadísima, Ungiendo alegría y animación.) ¡Amigos míos!
— 55 —

¡ R e c u e r d o s ! . . . ¡mil r e c u e r d o s ! . . . ¡ c a r i ñ o s í s i m o s r e c u e r -
dos!... ¡un a b r a z o á d o ñ a I s a b e l . . . y o t r o m u y a p r e -
tado, mucho, mucho, á m i adorada Julia... á m i Julia...
pero m u y apretado!...
BERN. (Riendo.)¡Por D i o s , P i l a r ! . . . ¡Les m a n d a s abrazos con
e s t o s c a b a l l e r o s ! ¡no p o d r á n c u m p l i r el e n c a r g o ! (Vol-
viéndose á don Antonio.)
ANT. Ya, ya.
PILAR. S Í : ¿por q u é n o ? . . . A b r a z o s , y b e s o s t a m b i é n . . . ¡Ju-
l i a ! . . . ¡Julia n o s e a s u s t a ! ¡Que v e n g a n ! m e h a n dicho
u s t e d e s q u e m a ñ a n a , ¿ v e r d a d ? . . . ¡ M a ñ a n a ! . . . Si n o vie-
nen, Bernardo y yo vamos allá... nada, vamos los dos.
BERN. N O s é si p o d r é . . .
PILAR. ¡NO m e c o n t r a r í e s ! (A don Bernardo.) ¡No e s t á b i e n c o n t r a -
r i a r á s u m u j e r c i t a e n la l u n a d e m i e l ! . . . D í g a n l o u s -
t e d e s : ¿ e s t á bien?
SUAREZ. ¿Cómo bien? ¡Un c r i m e n n e f a n d o !
MONT. ¡Imperdonable!
BERN. (¿Qué t i e n e Pilar?) (Aparte á don Antonio.)
ANT. ¡Mucha alegría!
PILAR. (Acompañando á Montojo y Suarez.) H a s t a m a ñ a n a , ¿eh? ¡sin
falta!...
MONT. Hasta m a ñ a n a , P i l a r . (Despidiéndose.) ¡Don B e r n a r d o ! . . .
SUAREZ. Sin falta. (A Pilar.) ¡ A m i g o d o n B e r n a r d o ! . . .
PILAR. ¡Y l o s a b r a z o s ! . . . ¡y l o s b e s o s ! ¡no o l v i d a r s e ! . . . ¡Digan
u s t e d e s á J u l i a , q u e m e m u e r o p o r a p r e t a r l a c o n t r a mi
pecho!... ¡contra m i pecho!...
BERN. (¡Algo t i e n e P i l a r ! . . . )
ANT. ( ¡ P u e s p r e g ú n t a s e l o á ella!)
BERN. (Despidiéndoles.) ¡Señores!...
PILAR. (Abrazando á don Antonio.) ¡Ay, tío Antonio de mi vida,
q u é d e s g r a c i a d a s o y ! (Telón.)

FIN DEL ACTO SEGUNDO


ACTO TERCERO

La misma decoración del acto segundo. Es de dia.

ESCENA PRIMERA
DON A N T O N I O y UN CRIADO

ANT. (Muy agitado, y viniendo al primer término, después de mirar des-


de la terraza.) P e r o , ¿usted lo h a visto? ¿Lo lia p r e s e n -
ciado?
CRUDO. L O V Í , c o m o v e o á s u e x c e l e n c i a , dicho sea con el d e -
bido respeto.
ANT. ¡Válgame Dios!
CRUDO. P e r o esté tranquilo su excelencia, que ya pasó todo, y
no hay cuidado ninguno.
ANT. P e r o , ¿cómo fué? ¿Cómo s u c e d i ó . . . ? ¡Qué c r i a t u r a e s a ,
m e v a á m a t a r d e u n s u s t o ! P a r a e s t o , m e j o r e s t a b a en
el c o n v e n t o . V a m o s , d i g a u s t e d .
CRIADO. ' P u e s s u c e d i ó c o m o le d i g o á s u e x c e l e n c i a . V e n í a n el
s e ñ o r y la s e ñ o r a j u n t i t o s , y á t r o t e l a r g o ; e s d e c i r , á
t r o t e l a r g o v e n í a n los c a b a l l o s . ¡ E r a c o s a b o n i t a v e r l o s
v e n i r e m p a r e j a d o s á los s e ñ o r e s ! B a j a b a n p o r la l o m a
q u e e s t á á la s a l i d a del b o s q u e . Ya s a b e s u e x c e l e n c i a ,
m e j o r q u e y o , q u e la l o m a v i e n e á c a e r s o b r e el m a r .
- 58 —

y q u e e s t á , c o m o q u i e n d i c e , c o r t a d a á pico p o r u n
a c a n t i l a d o d e d o s c i e n t o s p i e s en r o c a v i v a . ¡ C r é a m e s u
e x c e l e n c i a , d a m i e d o m i r a r d e s d e a r r i b a ! C o m o el m a r
e s t á t a n p i c a d o e s t o s d í a s , al pie del c o r t e h a y u n h e r -
vor d e o l a s , y u n o s c a p o t a z o s d e e s p u m a , y u n a l b o -
r o t o d e r e s a c a , y u n a q u e l d e s u b i r las a g u a s p o r el
tajo y v o l c a r s e l u e g o e n el m a r , q u e d a m i e d o ; ¡ p r o -
piamente da miedo!
ANT. Vamos, acabe usted.
CRIADO. P e r d o n e s u e x c e l e n c i a , q u e á e s o v o y . De p r o n t o , yo
n o sé c ó m o fué, p o r q u e v e n í a n los d o s m u y reposa-
dos; p e r o d e p r o n t o el c a b a l l o d e la s e ñ o r a , p o r lo v i s - ,
to s e e s p a n t ó , p o r q u e dio m e d i a v u e l t a en r e d o n d o ,
como un torniquete, y echó derecho como u n a flecha,
y á e s c a p e , h a c i a el a c a n t i l a d o .
ANT. ¡Jesús, María y José!
CRIADO. E s o dije y o : ¡ J e s ú s ! . . . p e r o n o dije ni María ni José,
p o r q u e n o h u b o t i e m p o . ¡Ea! p e n s é y o ; «¡se a c a b ó l a
s e ñ o r a ! » P o r q u e s e a c a b a , c r é a m e s u e x c e l e n c i a . «Ella
y el c a b a l l o s e a c a b a n : ¡al h e r v i d e r o d e c a b e z a ! » ¡Ella
y el c a b a l l o ! ¡un a n i m a l hermosísimo , 1
m e j o r a n d o lo
presente.
ANT. ¿Y q u é , h o m b r e ? . . . ¡ V a m o s , p r o n t o !
CRIADO. Q u e al v e r a q u e l l o , el s e ñ o r . . . ¡vaya u n j i n e t e ! . . . p r o -
p i a m e n t e le h u n d i ó las e s p u e l a s al p o t r o , y salió c o m o
u n d e m o n i o á c u a t r o p a t a s , con p e r d ó n s e a d i c h o . Y
c l a r o , c o r t ó el t e r r e n o y se p u s o d e l a n t e d e l c a b a l l o d e
la s e ñ o r a . ¡ P e r o y a al b o r d e d e l t a j o , q u e n o p u d o l l e -
gar antes!
ANT. ¡Bien p o r B e r n a r d o ! . . . (¡Y l u e g o dice e l l a . . . ! ¡nada,
que se ha portado como quien es!...) Acabe.
CRIADO. Si la s e ñ o r a s i g u e c o m o iba, ¡qué h a b í a .de c o n t e n e r l a
d o n B e r n a r d o ; los d o s v a n á lo p r o f u n d o ! E s d e c i r , los
cuatro; ellos y los caballos: cuatro... digo, dos bestias
m a g n í f i c a s , c o n p e r d ó n sea d i c h o . P e r o la s e ñ o r a hizo
u n e s f u e r z o . . . p o r q u e t a m b i é n m o n t a ¡que y a ! L o s d o s
m o n t a n b i e n , n o a g r a v i a n d o á n a d i e . P e r o ella tiró y
— 59 —

Sujetó, y s e q u e d a r o n los d o s , e s d e c i r , los c u a t r o , p a r a


decir v e r d a d , r o z a n d o con el b o r d e del t a j o . ¡Un poco
m á s , y t e n e m o s q u e s e n t i r ! t a n fijo, c o m o yo s o y T o -
m á s y su excelencia es su excelencia.
ANT. ¿Y d e s p u é s ?
CRIADO. Otra v e z , e m p a r e j a d o s y t a n t r a n q u i l o s , v o l v i e r o n h a -
cia a c á , y , d i g o y o , q u e p u e d e que estén llegando.
¿Quiere s u e x c e l e n c i a q u e m i r e ?
ANT. Sí, m i r e u s t e d .
CRIADO. (Mirando por la izquierda.) J u s t a m e n t e : y a v i e n e n e m p a r e -
j a d o s , q u e le d a r á g u s t o v e r l o s á s u e x c e l e n c i a .
ANT. ¡Basta! p u e d e u s t e d r e t i r a r s e . ¿A v e r q u é c a r a t r a e n ? . . .

ESCENA II
DON ANTONIO; PILAR y BERNARDO en traje de montar;
aquélla con un látigo en la mano. Entran por la izquierda. El criado se de-
tiene en la puerta, los deja pasar, inclinándose, y sale por la misma puerta
de la izquierda.

ANT. ¡Grandísimos locos, buen susto me habéis dado!


BERN. ¿LO sabe usted ya?
ANT. L O h e m o s v i s t o ; os d e c i r , lo vio T o m á s , y m e lo ha
c o n t a d o t o d o . P e r o , ¿cómo fué? (A Pilar.) ¿Cómo s e d e s -
b o c ó el caballo? I b a s d i s t r a í d a , ¿ v e r d a d ?
PILA*. ¡Qué sé y o c ó m o fué!
BERX. • ¿Qué q u i e r e u s t e d q u e ella s e p a ? ¿ E s t á s ya m á s tran-
.quila? ¿ P a s ó el s u s t o ? ¿ Q u i e r e s l o m a r a l g o ? . . . ¡ E s t á s
muy p á l i d a ! (Con mucha solicitud y cariño. Empieza á intere-
sarle Pilar.)
PILAR. ¡Gracias, B e r n a r d o : e s t o y b u e n a , e s t o y t r a n q u i l a ! A q u e -
llo fué t a n r á p i d o , q u e ni t u v e t i e m p o p a r a a s u s t a r m e .
Dijiste n o s é q u é . . . y d e p r o n t o u n a n u b e , u n v é r t i g o . . .
u n e s c a p e t e n d i d o , el m a r q u e a t r a e . . . y l u e g o j u n t o á
tí; ¡abajo, el h e r v i d e r o m u y h e r m o s o , con s u s b o r b o -
t o n e s b l a n c o s : p a r e c í a u n lecho d e p l u m a s ! ¡No, d e v e -
r a s , n o m e a s u s t é ! P e r o , tío A n t o n i o , h o y B e r n a r d o m e
— 60 —

h a s a l v a d o la v i d a . ¡Por él t i e n e u s t e d s o b r i n a : p o r él
n o e s t o y e n el c o n v e n t o , p o r q u e t u v o c o m p a s i ó n d e
m í ; y p o r él n o estoy e n el fondo del m a r , p o r q u e s e
p u s o d e l a n t e ! ¡Te d e b o la v i d a , B e r n a r d o !
BERN. Y y o á t í . Sin el esfuerzo i n c r e í b l e c o n q u e d e t u v i s t e el
c a b a l l o , al a b i s m o v a m o s t ú y y o : al l e c h o d e e s p u m a s ,
los d o s . De m o d o , q u e n o s d e b e m o s l a v i d a m u t u a -
mente.
ANT. A s í c u m p l e n l o s b u e n o s e s p o s o s : s o b r e todo, e n l a l u n a
d e m i e l . Y t ú , l o c u e l a , c u a n d o t e v i s t e a l b o r d e del
tajo, y v i s t e a q u e l l a s b l a n c a s e s p u m a s , d i , ¿qué p e n -
saste?
PILAR. P e n s é . . . ¡no s e r í a n ! . . . q u e a q u e l l a s b l a n c u r a s d e l fon-
d o e r a n tocas: m u c h a s tocas d e n o v i c i a s , c o m o la q u e
m e e s p e r a b a e n el c o n v e n t o , c u a n d o é s t e n o q u i s o q u e
fuese m o n j a . ¿ V e r d a d q u e fué u n a i d e a m u y e x t r a ñ a ?
ANT. ¡El c a s o e r a p a r a p e n s a r e n t o c a s !
PILAR. P u e s p e n s é : e n el p e n s a m i e n t o n o s e m a n d a , y e s m u y
c a p r i c h o s o . ¡Una t o c a m u y v a p o r o s a , m u y fría, m u y
g r a n d e , q u e c o r r e p o r el c u e r p o y s e h a c e s u d a r i o !
BERN. ¡Pilar!...
ANT. ¡Cállate p o r D i o s , hija!
PILAR. ¡ Bah! ¡ son t o n t e r í a s ! Voy á cambiar de traje, porque
no deben tardar doña I s a b e l , Julia y e s o s s e ñ o r e s .
(Bernardo se ha quedado pensativo.) ¿En qué p i e n s a s ? (A
Bernardo.) V í s t e t e tú t a m b i é n . ¡No h a s d e r e c i b i r á e s a s
señoras con espuelas! (Riendo. Pausa. Acercándose á Ber-
nardo.) B e r n a r d o , te d e b o la v i d a , y y o s o y a g r a d e c i d a .
Tan agradecida como r e n c o r o s a , según dice J u l i a .
P a r a t í . . . p a r a t í . . . ¡ m i v i d a , si e s p r e c i s o sacrificarla
por tu f e l i c i d a d ! (Separándose de Bernardo, y aproximán-
dose á la derecha.) P a r a J u l i a , q u e t a n t o m e hizo sufrir
c u a n d o y o e r a c h i c a , ¡ todo m i r e n c o r ! . . . Y s i r e ñ i m o s
o t r a v e z , ¡este látigol ¡ A s í ! . . . ¡ a s í ! . . . ¡ a s i ! . . . (Cruzando
el aire.) ¡ A h ! ¡ y o s o y m u y m a l a ! . . . ¡ y a i r á s v i e n d o ! . . .
¡Julia y P i l a r ! . . . Y P i l a r . . . ¡ c h a s ! . . . ¡ c h a s ! . . . ¡ c h a s . . .
¡ P a r a a l g o s i r v e t e n e r u n látigo y d o m a r potros!...
(Sale por la derecha. Este mutis lo interpretará la actriz como
crea conveniente.)

ESCENA III
DON B E R N A R D O , DON ANTONIO y UN CRIADO

BERN. (Se ha quedado con la vista fija en el sitio por donde salid Pilar.)
Don A n t o n i o , ¡qué m u j e r t a n e x t r a ñ a e s m i m u j e r !
ANT. ¡Algo, algo!
BERN. YO c r e í c o n o c e r l a , y r e s u l t a q u e n o la c o n o z c o . ¡ Y e s o
(¡ue la c o n o c í d e s d e n i ñ a !
ANT. ¿ P o r q u é d i c e s eso?
BERN. Porque de tres días á esta p a r t e , m e da mucho que
pensar.
ANT. P e r f e c t a m e n t e . Un b u e n m a r i d o d e b e e s t a r siempre
p e n s a n d o e n s u m u j e r . P e r o e x p l í c a t e , p o r q u e m e lias
hecho entrar en curiosidad.
BERN. E S u s t e d u n h o m b r e h o n r a d o ; u n c a b a l l e r o ; h a sido
u s t e d casi u n p a d r e p a r a P i l a r , y v o y á s e r con u s t e d
m u y franco.
ANT. E S O , hijo; l a f r a n q u e z a . Título de las confidencias, ca-
p í t u l o d e l a s interioridades. ¡ A ver, á ver!...
BERN. U s t e d s a b e q u e d e s d e n i ñ o s é r a m o s n o v i o s Julia y y o ;
q u e e s t u v i m o s l o c o s . . . p o r lo m e n o s y o lo e s t u v e .
ANT. A m o r e s de la niñez... ilusiones... s u e ñ o s . . .
RF.RN. P a r a m í , Julia e r a la h e r m o s u r a s u p r e m a y la s u p r e m a
perfección. ¡No c o m p r e n d í a l a v i d a sin ella! ¡Cosas d e
c h i c o s ! L o s chicos n o h a n v i s t o m u n d o , y , p a r a ellos,
la l a g u n a d e l v a l l e , e s el m a r ; el r i a c h u e l o d e s u p u e -
blo, e s el M i s s i s i p í ; el m o n t e c i l l o & q u e t r e p a n , el H i -
m a l a y a ; el m a e s t r o d e e s c u e l a , el p r i m e r s a b i o , y la
p r i m e r a c h i c u e l a q u e v e n , s u ú n i c o a m o r . E n fin, ¡ yo
d e l i r a b a p o r Julia!
ANT. ¡ N O lo d i g a s en VOZ a l t a ! (Mirando hacia fuera.)
BERN. A e s o i b a á p a r a r . ¿Es c e l o s a ? (En voz baja.)
ANT. Creo q u e s í . (En voz muy baja.)
— 62 —

BERN. ¿ T e n d r á celos d e Julia?


ANT. Puede ser.
BERN. P u e s no t e n d r í a r a z ó n . El a m o r p o r Julia es agua pa-
sada...
ANT. Si P i l a r c o r r e y s e p o n e d e l a n t e , p a r a ella, v u e l v e á
pasar.
BERN. N O p u e d o p o n e r s e d e l a n t e , q u e se fué al m a r .
ANT. ¡ E S q u e h o y , p o r poco se c a e en el m a r P i l a r c i t a !
BERN. ¡Qué d i a b l o s ! ¡ T i e n e u s t e d r a z ó n ! (Se queda pensativo.)
ANT. ¿Y q u é m á s ? ¿Cómo a c a b ó la historia?
BERN. (Volviendo en sí.) C o n v e n i e n c i a s d e familia y d e b i l i d a d e s
d e J u l i a , n o s s e p a r a r o n . Se c a s ó , se fué á Méjico, y m e
quedé...
ANT. Sin ella, y s o l t e r o .
BERN. Y d e s e s p e r a d o . P o r q u e yo h e s i d o m u y v e h e m e n t e : lo
soy t o d a v í a , a u n q u e no lo p a r e c e . D u r a n t e muchos
a ñ o s , h e vivido p e n s a n d o en m i a d o r a d a J u l i a , en la
que yo consideraba como una víctima y como una m á r -
t i r . L u e g o m e e n t e r é d e q u e el ú n i c o q u e h a b í a r e p r e -
s e n t a d o el p a p e l d e v í c t i m a y do m á r t i r , era yo. ¿Ye
u s t e d q u é i l u s i o n e s n o s forjamos?
ANT. ¿Pero esas ilusiones...?
BERN. ¡Se b o r r a r o n p a r a s i e m p r e ! D é j e m e u s t e d a c a b a r . Q u e -
dó v i u d a Julia, y ¡qué l l a m a r a d a tan h e r m o s a b r o t ó del
r e s c o l d o de m i s e s p e r a n z a s ! ¡Ya p o d í a m o s s e r felices!
¡ella e r a l i b r e , y l i b r e y o ! ¡ I b a á v e r l a ! Y yo p e n s a b a :
«¡Qué e m o c i ó n la s u y a ! ¡qué a l e g r í a ! . . . » P u e s b i e n ,
d o n A n t o n i o , ¡qué r e c i b i m i e n t o t a n c e r e m o n i o s o ! ¡Yo,
R o m e o ; yo, P a o l o ; y o , Antony... y ella... una viuda
j u i c i o s a ! En fin, no h a b l e m o s d e e s t o . Un d í a , loco d e
r a b i a , d e v e r g ü e n z a , el a m o r p r o p i o d e s t r o z á n d o m e el
c o r a z ó n á m o r d i s c o s , p e d í la m a n o de P i l a r , ¡ q u e fué
poner mi mano en la mejilla de Julial
ANT. ¡Muchas g r a c i a s p o r la chica y p o r m í !
BERN. ¡Si e s t a b a l o c o , don A n t o n i o ! ¡ H u b i e r a m a t a d o á d o ñ a
Isabel, y á Julia, y á todos, á usted inclusive!...
ANT. ¡ M u c h a s g r a c i a s p o r la p a r t e q u e m e t o c a !
— 63 —

BERN. ¡Y le h u b i e r a p e g a d o fuego á la c a s a , y h u b i e r a d a n z a -
do s o b r e los e s c o m b r o s h u m e a n t e s !
ANT. ¡Demonio d e h o m b r e !
BERN. Y a hice m i confesión c o m o h o m b r e h o n r a d o . Y a h o r a . . .
ANT. A h o r a , ¿qué?
BERN. Q u e y o le p r e g u n t o á u s t e d : ¿Cómo se explica usted
e s e c a m b i o q u e n o t o en P i l a r ? ¿Sabe ó a d i v i n a algo de
esto?
ANT. Tal v e z .
BERN. P e r o y a , ¿qué p u e d e i m p o r t a r l e , si lodo pasó?
ANT. P a s ó . . . p a s ó . . . pasó p a r a tí. P a r a ella, empieza ahora.
¿Crees t ú q u e u n a m u j e r s e r e s i g n a á s e r plato d e s e -
g u n d a m e s a ? Y p e r d ó n a m e lo v u l g a r d e la f r a s e . ¿Crees
t ú q u e P i l a r s e r í a feliz si s u p i e s e q u e te lias c a s a d o con
ella sin a m o r , p o r d e s p e c h o n o m á s , sólo p o r v e n g a r l e
de la otra? N o , B e r n a r d o ; P i l a r te h a d a d o t o d a la v i r -
g i n i d a d d e s u a l m a , s u s i l u s i o n e s p r i m e r a s , el a m a n e -
c e r d e s u s a m o r e s ; en tus b r a z o s h a p a s a d o d e n i ñ a á
m u j e r ; h a s t a a h o r a , sólo d o s b e s o s h a n e s t r e m e c i d o s u
c o r a z ó n , c o m o d i c e el c a n t a r : «El ú l t i m o q u e le dio su
m a d r e , y el p r i m e r o q u e tú le d i s t e . » P a r a e l l a , sólo
h a y un Dios en el cielo, el Dios d e t o d o s , y o t r o Dios
en la t i e r r a : s u B e r n a r d o . Y t ú , en c a m b i o , ¿qué le h a s
t r a í d o á P i l a r ? ¡Ilusiones m a r c h i t a s , a m o r e s de d e s p e r -
d i c i o , d e s e n g a ñ o s y r e n c o r e s ! ¡No; á esto ni p u e d e r e -
s i g n a r s e P i l a r , ni p u e d e r e s i g n a r s e n i n g u n a m u j e r d e
c o r a z ó n ! ¡Ay d e tí si P i l a r se r e s i g n a s e ; q u e e n t o n c e s ,
n i te q u e r r í a , n i s e r l a d i g n a de s e r tu e s p o s a ! ¡ P í d e l e
á Dios q u e n o s e r e s i g n e !
BERN. ¡ P e r o u s t e d m e a s o m b r a y m e e s p a n t a con eso q u e me
d i c e ! . . . ¿ P i l a r s a b e a l g o ? ¿ S i e n t e algo d e lo q u e usted
a c a b a de e x p l i c a r m e ?
ANT. N O s é . . . n o s é . . . P i l a r no es la n i ñ a insignificante q u e
supones. Pilar tiene talento, y mucha sensibilidad.
BERN. P i l a r es m u y b u e n a y m u y s e n c i l l a . ¡Es u n a n i ñ a ! ¡Es
un angelito!
ANT. ¡Fíese u s t e d d e los á n g e l e s ! . . . Luzbel e m p e z ó p o r á n g e l .
— 64 —

BERN . -
¡ P e r o si es q u e yo a h o r a e m p i e z o á q u e r e r l a ! ¡Si c r e o
que voy á quererla mucho!
ANT. ¡Pues date prisa!
BERN. Ya m e d a r é p r i s a . P e r o , ¿ q u i é n h a b í a d e s o s p e c h a r
esto? E l l a , h a s t a a q u í , m e h a q u e r i d o , s í ; n o h a y d u d a ;
p e r o c o n la m i s m a p l a c i d e z , con la m i s m a t r a n q u i l i d a d
que yo.
ANT. ¡No, n o , y n o ! ¡ T e h a q u e r i d o y te q u i e r e con l o c u r a !
¡una locura m u y reconcentrada, pero con locura!
BERN. ¡NO e x a g e r e usted! Eso será ahora. Pero hemos p a s a -
do c i n c o m e s e s j u n t o s , ¡ y n a d a ! E l l a , h o r a s m u e r t a s ,
sentada enfrente de m í , inmóvil como una estatua, m i -
r á n d o m e c o n s u s h e r m o s o s o j o s , sin p r o n u n c i a r p a l a -
b r a . C u a n d o m á s , se d e s t r e n z a b a el p e l o , y, c o m o j u -
g a n d o , s e lo e c h a b a s o b r e la c a r a , c o m o m a n t o n e g r o
de encaje.
ANT. ¡ P a r a q u e no la v i e s e s l l o r a r !
BURN. ¿De m o d o , q u e y o , s i n s a b e r l o , sin s o s p e c h a r l o , soy un
verdugo para esa criatura angelical?
ANT. S Í , hijo m í o , sí: c o n f r a n q u e z a ; e s o e r e s .
BERN. ¡ P e r o si le d i g o á u s t e d q u e voy á q u e r e r l a m u c h í s i m o !
ANT. ¿ P u e s p a r a c u á n d o lo dejas?
BERN. ¡Si h o y e m p e c é con m u c h a f u e r z a : cuando nos vimos
los d o s al b o r d e del a c a n t i l a d o , c o n el m a r en lo p r o -
f u n d o h a c i e n d o b o r b o t o n e s ; y los c a b a l l o s t e m b l a n d o
d e m i e d o , q u e n o s h a c í a n t e m b l a r á los d o s ; y ella, m u y
pálida, u n p o c o d e s g r e ñ a d a , m i r á n d o m e m u y fija, con
a q u e l l o s o j a z o s , y t e n d i é n d o m e la m a n o ! . . . ¡ Y o n o s é
lo q u e s e n t í ! . . . ¡una cosa m u y p r o f u n d a ! . . . ¡un d e s p e r -
t a r ! . . . ¡un a n s i a ! . . . y dije: « ¡ P i l a r ! . . . » y P i l a r lo e r a en
a q u e l m o m e n t o t o d o p a r a m í : ¡ la t i e r r a , el c i e l o , el
m a r , el a b i s m o ! ¡una n u e v a v i d a , m u y a n c h a , m u y h e r -
m o s a , m u y p r o f u n d a ! ¡Se lo j u r o á u s t e d !
ANT. Perfectamente; así vamos bien. Créeme; ¡mucho paseo
á caballo!
BERN. ¡Dios m í o , q u é i m b é c i l s o y , y q u é e g o í s t a ! ¡ P o b r e P i -
lar m í a ! ¡Cómo d e b e sufrir! Oiga u s t e d : lo d e e s t a t a r -
— 6o —
de h a sido m u y e x t r a ñ o , m u y e x t r a ñ o . Yo c r e o q u e el
caballo n o s e d e s b o c ó . ¡Fué e l l a ! . . . ¡Qué c r i a t u r a , Dios
m í o ! . . . ¡Y yo q u e p e n s a b a q u e le e r a casi i n d i f e r e n t e ! . . .
¡que m e q u e r í a . . . v a m o s , c o m o á u s t e d !
ANT. N o ; ¡á m í m e q u i e r e m u c h o ! ¡poco á p o c o !
BERK. Don A n t o n i o . . . ¡ m e p a r e c e á m í q u e v a m o s á s e r m u y
felices!
ANT. ¡Dios lo q u i e r a !
Cnuno. (Anunciando.) ¡Las s e ñ o r a s d e G u e v a r a y el s e ñ o r d e Mon-
tojo!
BERN. No quiero verlas ahora. Voy á c a m b i a r d e traje. Adiós.
R e c í b a l a s u s t e d . ¡ P i l a r ! . . . ¡Dios m í o ! . . . ¿ S i m e l l e g a r á
á querer Pilar como yo s o ñ é , c u a n d o soñé que Julia m e
quería?... ¡Sí!... ¡ P i l a r m e quiere m u c h o ! . . . ¡me quiere
mucho!
ANT. ¡Que v i e n e n !
BERN. ¡ A d i ó s ! (Sale por la derecha.)

ESCEVA IV
DON ANTONIO, DOÑA I S A B E L , JULIA, MONTOJO y UN
CRIADO

ANT. (Adelantándose y extremando la cortesía.) ¡Mi s e ñ o r a d o ñ a Isa-


b e l ! . . . ¡mi q u e r i d a J u l i a ! . . . ¡ a m i g o M o n t o j o ! . . .
ISABEL. ¡ S e ñ o r m í o ! . . . (Sin conocerle.)
JULIA. ¡Señor m í o ! . . . (ídem.)
MONT. ¿ P e r o n o le c o n o c e n u s t e d e s ? . . . ¡Es d o n A n t o n i o !
ISABEL. (Con sorpresa, pero afectuosa.) ¡ A n t o n i o ! . . . ¿Pero es usted
A n t o n i o ? ¿Ves t ú , m u j e r ? ¡Si e s A n t o n i o ! (A Julia.i
JULIA. S Í , s í ; y a lo v e o . No le h a b í a c o n o c i d o .
ISABEL. P e r o , ¡qué c a m b i a d o e n u n a ñ o ! ¡ P a r e c e i m p o s i b l e !
MONT. (Aparte á Julia.) (¡La b u e n a r o p a c a m b i a m u c h o ! )
ANT. Pero en qué sentido he cambiado; ¿bueno ó malo?
ISABEL. ¡ M e j o r a n d o . . . m e j o r a n d o ! . . . ¡Si p a r e c e u s t e d u n c a . . .
u n cadete... p o r lo j o v e n ! (Aparte á Julia.) (¡Ave María
P u r í s i m a ! ¡Iba á d e c i r u n caballero!)
— 66 —

ANT. ¡Un c a d e t e , n o : n o t a n t o , n o t a n t o ! P e r o , s i é n t e n s e u s -
t e d e s . . . ¡Por D i o s , n o e s t é n a s í !
ISABEL. (¡Pero cómo s e h a a f i n a d o ! . . . ) ¡Si e s t á . . . v a m o s , h a s t a
guapo!
JULIA. ¡Por Dios, m a m á !
ISABEL. ¡ N a d a , q u e e s t á g u a p o ; m á s g u a p o q u e M o n t o j o ! (Todos
se ríen.) ¡"Vaya, v a y a , d o n A n t o n i o ! . . . ¿Y B e r n a r d o ? ¿Y
la p r e c i o s a P i l a r ?
ANT. V e n d r á n en s e g u i d a : e s t á n c a m b i a n d o d e t r a j e .
MONT. ¿ C a m b i a n d o d e traje?
ISABEL. ¿ P o r n o s o t r a s . . . ? ¡Qué i d e a !
JULIA. ¡ E S idea... sí!...
ANT. Estuvieron, hasta hace poco, Pilar y Bernardo de p a -
s e o . Un p a s e o á c a b a l l o . Y él s e fué á q u i t a r s e l a s e s -
p u e l a s , y ella á q u i t a r s e l a a m a z o n a .
JULIA. ¿Y p a s c a n m u c h o á caballo? (Afectando indiferencia.)
ANT. T o d o s l o s d í a s . (Ya e m p i e z o á m e n t i r . ) Y a v e u s t e d , la
luna de miel...
ISABEL. D e m o d o , ¿que s o n felices? ¡Cuánto m e a l e g r o !
ANT. ¡ F e l i c í s i m o s ! ¡ E s t a c a s a e s u n p a r a í s o ! ¿Y el v i a j e ? . . .
el v i a j e fué o t r o p a r a í s o e n f e r r o c a r r i l . ¡Si m e lo h a
d i c h o á m í ! « P i l a r e s la ú n i c a m u j e r á q u i e n h e q u e r i -
do de veras.»
ISABEL. ¡Vaya con Bernardo!
JULIA. M u c h o t a r d a n . . . (Inquieta y disgustada.)
ANT. ¿Les cansa á ustedes mi conversación?
JULIA. ¡Por D i o s , d o n A n t o n i o ! . . .
MONT. ¡Cómo h a d e c a n s a r n o s q u e n o s h a b l e u s t e d d e l a s f e -
licidades de Pilarcita!
ANT. P u e s á m í , t a m p o c o m e c a n s a n . ¡ A v e c e s dice B e r n a r -
d o u n a s c o s a s , q u e m e h a c e n r c i r ! U s t e d e s s e v a n ¡i
rcir t a m b i é n . A y e r , sin ir m á s lejos, d e s p u é s de poner
p o r l a s n u b e s el pelo n e g r o d e P i l a r , s u s h e r m o s o s
o j o s , s u c u e r p o e l e g a n t e , s a l t a d e p r o n t o , y le d i c e :
« P i l a r c i t a , s i e m p r e la l l a m a P i l a r c i t a , t i e n e s l a s o r e -
jas m á s monas, m á s pequeñas, mejor recortadas que
h e v i s t o . ¡ P a r e c e n d o s Conchitas d e n á c a r ! »
— 67 —

JULIA. Un p i r o p o m u y fino y d e m u y b u e n g u s t o .
ANT. P u e s á ella d e b i ó p a r c c e r l e d e perlas, p o r q u e s e le p u -
s i e r o n l a s o r c j i t a s m u y e n c e n d i d a s , y dijo B e r n a r d o :
«¡Ahora parecen d o s hojas de rosa!»
JULIA. ¿Conque d e r o s a ? . . . (Levantándose nerviosa y Ungiendo reir.)
ANT. A S Í m i s m o . (¡Me p a r e c e q u e t ú n o e s t á s en u n lecho
de rosa!)
ISABEL. ¡Pues á m í m e hacen mucha gracia esas monadas!
JULIA. ¡ P o r D i o s , m a m á ! ¿A eso le l l a m a s monadas?... ¡Qué
calor hace aquí! Esa terraza debe tener u n a s vistas s o -
berbias. (Dirigiéndose á la terraza del fondo.)
ANT. ¡ E s p l é n d i d a s ! P e r o si h a c e p o c o h u b i e r a n e s t a d o u s t e -
des a h í , ¡buen susto hubieran pasado!
ISABEL. ¿Por qué?
JULIA. (Volviendo al primer término.) ( ¡ G r a c i a s á D i o s q u e v a r i ó d e
t e m a e s t e p e s a d o ! ) ¿Ocurrió algo?
ANT. ¡A poco m á s , u n a d e s g r a c i a h o r r i b l e ! ¡ M e e s t r e m e z c o
al p e n s a r l o !
ISABEL. ¡Cuente usted, cuente usted!
ANT. B e r n a r d o y P i l a r h a b í a n salido á d a r u n p a s e o á c a b a -
llo. P u e s el alazán d e P i l a r c i l a s e d e s b o c ó h a c i a el tajo
d e l a c o s t a , y si B e r n a r d o n o s e p o n e d e l a n t e , jugán-
d o s e la v i d a , ¡sí, s e ñ o r a s ! ¡ j u g á n d o s e la v i d a ! ¡abajo va
mi pobre Pilar!
ISABEL. ¡Válgame Dios!
ANT. ¡Bernardo estuvo heroico!... ¡El amor es una gran
cosa!...
JULIA. ¡ F í j e n s e u s t e d e s ! ¡ D e s p u é s d e d a r u n p a s e o p o r el bo&-
que umbrío, d a r e n el mar espumoso! (Con tono burlón.)
MONT. ¡Un idilio ecuestre*.
JULIA. ¡Y u n a tragedia costanera*.
ISABEL. ¡NO, pues yo no m e río! ¡Pudiera ser u n a desgracia h o -
rrible!
JULIA. P e r o , m a m á , ¡ n o lo f u é ! El c a s o e s , q u e n o vienen n i
Bernardo ni Pilar.
ISABEL. ¡Ni S u á r e z t a m p o c o !
MONT. Q u e d ó t e r m i n a n d o el d i b u j o d e l n u e v o e s c u d o .
— 68 —

ISABEL. ¡ E s m u y b u e n c h i c o ! ¡ Y s e va aficionando á la h e r á l -
dica!
CRIADO. ¡El s e ñ o r d e S u a r e z !
ISABEL. ¡Ya e s t á a h í !

ESCENA V
DICHOS y SUAREZ

SUAREZ. C u m p l o m i p a l a b r a , y a q u í m e t i e n e n u s t e d e s . ¡Salud,
d o n A n t o n i o ! ¡Concluido, c o n c l u i d o , d o ñ a I s a b e l ! ¡ E s -
p l é n d i d o , m a j e s t u o s o , d e s l u m b r a d o r ! ¡con s u s c a b a l l o s
m a r i n o s á los costados y s u corona de m a r q u e s a sobre
el Jefe]
ANT. ¿ S o b r e q u é jefe!
SUAREZ. A S Í s e l l a m a rt la p a r t e a l t a del e s c u d o . (A don Antonio.)
¡ C u a n d o u s t e d lo v e a , p i e r d e u s t e d el s e n t i d o , d o ñ a I s a -
bel! ¡ Cuartelado en c r u z ! ¡Uno d e l o s c u a r t e l e s , giro-
nado] ¡el o t r o , contracuarteladol ¡el o t r o , mantelado\
¡y el ú l t i m o , contrafajadol ¡Una c o s a e s t u p e n d a ! ¡ c o n -
mueve! ¡verdaderamente conmueve!
ANT. ¡LO creo!
SUAREZ. H a y u n a c r u z recrucetada, q u e d a n ganas de ponerse
e n c r u z . H a y u n León y u n Lobo, frente á f r e n t e , c o n
la b o c a a b i e r t a , c o m o si bostezasen, que á m í no se m e
ha c e r r a d o la b o c a d e s d e q u e los p i n t é . (Conteniendo un
bostezo.)

ANT. (Contagiado por el bostezo de Suarez, bosteza.) P u e s yo e m p i e -


zo a h o r a .
SUAREZ. P u e s el león q u e b o s t e z a e s gules e n c a m p o d e plata. Y
el l o b o q u e b o s t e z a . . . ¡ d e m o n i o ! (Conteniendo otro bostezo.)
MONT. ¡No h a b l e u s t e d m á s d e bestias bostezantes, p o r q u e yo
t a m b i é n . . . ! ¡ V a m o s ! (Empezando á bostezar.)
ISABEL. N O s e r í a n u s t e d e s d e l bostezo del León, porque en H e -
r á l d i c a e s m u y significativo. ¡El b o s t e z o ! . . . ¡Jesús!...
¡me contagié!...
JULIA. ¡ P o r D i o s , m a m á ! . . . (Sin poderse contener, bosteza á su vez.)
— 69 —

ANT. ¡Por t o d o s los s a n t o s ! ¡ m u d e m o s . . . ! (Torios ríen, procurando


contener los Bostezos. Todo esto sin exageración.)
JULIA. S Í , p o r q u e esta c o n v e r s a c i ó n n o es m u y p o é t i c a ni m u y
distinguida.
SUAREZ. ¿Que la h e r á l d i c a n o e s cosa d i s t i n g u i d a y poética?
¡Doña I s a b e l !
ISABEL. ¡Protesto!
ANT. Y yo t a m b i é n . S e p a u s t e d , d o ñ a I s a b e l , q u e m e voy
aficionando á l a c i e n c i a del b l a s ó n .
ISABEL. ¿Hombre, usted también?
ANT. SÍ, señora. Y revolviendo papelotes empolvados, he
d e s c u b i e r t o q u e n o s i e m p r e h e m o s sido p l e b e y o s en mi
familia.
ISABEL. ¿De v e r a s ? P u e s si u s t e d h u b i e s e d e s c u b i e r t o e s a s c o s a s
hace veinte años, nos hubiera evitado muchos d i s -
gustos.
ANT. Como le d i g o á u s t e d . L o s a b u e l o s de P i l a r , tenían s u
armería correspondiente, y en u n o d e s u s c u a r t e -
les, cuatro cabezas negras... a s í . . . c o m o e n v u e l t a s en
vendas...
ISABEL. (Sin poder contenerse.) ¡Cabeza d e m o r o t o r t i l l a d a ! . . . ¡ P e r o
don Antonio, entonces Pilar desciende de las cuatro
cabezas de Jaca\ ¿Oye u s t e d , S u a r e z ? ¡Las cuatro ca-
bezas de Jaral
SUAREZ. ¡ S e ñ o r a , p i n t a r é l a s cuatro cabezas de Jaca, y si u s t e d
quiere, un tiro completo de Jacas!
JULIA. ¡ P u e s a q u í v i e n e la e m p e r a t r i z d e J a c a !
ISABEL. N O t e b u r l e s , J u l i a ; n o te b u r l e s : ¡ya q u i s i é r a m o s n o s -
o t r a s t e n e r , al m e n o s , si n o las c u a t r o , p o r Jo m e n o s
dos cabezas de Jacal
JULIA. ¡Yo n o , m a m á ! ¡qué h o r r o r !
— 70 —

ESCENA VI
DICHOS; P I L A R , por la derecha.

ISABEL. ¡Es e l l a ! . . . ¡ e s e l l a ! . . . ¡ P i l a r ! . . . ¡mi P i l a r c i t a ! . . . (Salién-


dole al encuentro.)
PILAR. ¡Doña I s a b e l ! . . . (Se abrazan afectuosamente.)
ISABEL. D é j a m e q u e te m i r e . . . ¡Cómo t e h a s d e s a r r o l l a d o ! . . .
¡Qué g u a p a t e h a s p u e s t o ! . . . ¡ V a m o s , t ú q u e e r a s t a n
feilla c u a n d o c h i c a ! ¿ P e r o n o v e n u s t e d e s ? ¡ D a m e o t r o
abrazo, hija mía!
PILAR. ¡Con el a l m a ! (Se abrazan otra vez.) Ya s é q u e u s t e d s i e m -
p r e m e quiso d e corazón, y q u e se alegra de mi feli-
cidad.
ISABEL. ¿De m o d o q u e e r e s feliz?
PILAR. ¡ M u c h o ! . . . ¡ M u c h í s i m o ! . . . ¡Ya v e u s t e d lo c o n t e n t a q u e
e s t o y ! (En toda esta escena, Pilar aparenta mucha alegría; pero
es una alegría exagerada, febril, fingida. Cuando se dirige á Julia,
la risa es sarcástica; la intención cruel: es la fiera que juega con
su presa.)

ISABEL. Más contenta q u e si hubieses sido m o n j a , c o m o yo


quería, ¿verdad?
PILAR. ¡Ya lo c r e o ! . . . A q u e l l a s a n t a p a z n o e s parU m í : yo n o
soy santa.
ISABEL. ¿Me g u a r d a s r e n c o r ?
PILAR. A usted, no.
ISABEL. (Volviéndose á Julia.) ¿ P e r o t ú no le d i c e s n a d a ?
JULIA. C o m o u s t e d lo d i c e t o d o . . .
ISABEL. ¿No le d a s u n a b r a z o ? (A Julia.) ¿Y t ú t a m p o c o ? . . . ¡ E a . . .
e a ! . . . ¡los b r a z o s !
JULIA. ¡ P i l a r ! . . . (Tendiéndole la mano.)
PILAR. ¡Julia!... (ídem.)
ISABEL. ¿Qué c e r e m o n i a s s o n e s a s ? . . . ¡Los b r a z o s ! . . . L o s b r a -
zos!...
JULIA. ¿Por qué no?
PILAR. Y yo d i g o lo m i s m o : ¿ p o r q u é no? (Se abrazan como deben
abrazarse.)
ISABEL. ¿Dura la m a l q u e r e n c i a ? . . . Señores, cómo se odiaban
c u a n d o é s t a e r a n i ñ a , (Por Pilar.) y a q u é l l a p o c o m e n o s .
(Por Julia.)
PiLut. ¡Bien m e a c u e r d o !
JULIA. ¡Yo a p e n a s m e a c u e r d o !
PILAR. P u e s y a i r á s h a c i e n d o m e m o r i a . (A Suarez y Montojo.) P e r -
d o n e n u s t e d e s si a n t e s n o l e s h e s a l u d a d o .
MOST. L a s e f u s i o n e s d e l a familia, d e b e n s e r p r e f e r i d a s .
SUAREZ. ¡Quién lo d u d a ! L a f a m i l i a . . . e s l a familia.
PILAR. Pero sent ¡monos... A no ser que quieran ustedes dar
u n p a s e o p o r el p a r q u e .
ISABEL. L u e g o . Ahora á descansar. Tú a q u í , e n t r e Julia y y o .
PILAR. ¿Dónde m e j o r ? (Se van sentando.) D o ñ a I s a b e l e s t á como
s i e m p r e . . . Julia, n o .
JULIA. Ni t ú t a m p o c o ; t i e n e r a z ó n m a m á .
SUAREZ. Vamos, q u e las primitas cambiaron.
PIIAR. ¿De qué cambiamos?... ¿Oyes tú? (A Julia.) Dice q u e
hemos cambiado. ¿De q u é h e m o s c a m b i a d o , Suarez?
(Ella se refiere al cambio de Bernardo que pasó de una á otra.)
SUAREZ. De c a r á c t e r .
PILVR. Y a . . . c r e í . . . ¿Qué c o s a s d i c e S u í r e z , v e r d a d ? (A Julia.)
JULIA. N O s é á q u é te r e f i e r e s . (Cada vez más violenta.)
MOST. T o d o el m u n d o c a m b i a : h a s t a d o n A n t o n i o .
ANT. Y O , m u c h í s i m o : d e s d e q u e v i n e á e s t a c a s a , soy otro.
Y u s t e d e s , m e p a r e c e q u e t a m b i é n son otros.
ISABEL. ¡LOS a ñ o s ! ¡Los a ñ o s . . . t o d o lo t r a n s f o r m a n !
PILAR. ¡LOS a ñ o s , b u e n o ! ¡ p e r o u n a ñ o . . . p o r D i o s !
ISABEL. N O ; si y o m e refiero á l o s a ñ o s d e t u n i ñ e z . A c u é r d a t e ,
m o n i n a , q u e n o s d a b a s m u c h a g u e r r a , y p o r t o d o . Si te
h a b l a b a n a l t o , si te h a b l a b a n b a j o ; si t e m i r a b a n p o r la
d e r e c h a , s i t e m i r a b a n p o r la i z q u i e r d a ; s i t e h a b í a n
p u e s t o el v e s t i d o a p r e t a d o ó flojo... ¡Ah, los vestidos!
¡los v e s t i d o s e r a n la d e s e s p e r a c i ó n e t e r n a !
PILAR. (Riendo.) ¡ E s v e r d a d ! ¡Es v e r d a d ! ¡Bien m e a c u e r d o !
¡Tengo buena m e m o r i a ! P o r eso dicen q u e soy r e n c o -
r o s a . T e n g o el r e c u e r d o v i v o d e t o d o el m a l q u e m e
han hecho en este m u n d o : pequeñas ó grandes, todas
las m a l d a d e s s e a c u r r u c a n aquí. (Tocándose la cabeza.»
C o m o s e c l a v a n a g u j a s y alfileres e n u n a c e r i c o , y allá
se q u e d a n a s a e t e á n d o l o , a s í s e c l a v a n e n e s t a cabecila
todas las espinas de la vida, y aquí s e quedan como
c o r o n i t a d e m a r t i r i o . ¿Los v e s t i d o s , dice u s t e d ? (Riendo.)
¡Sí; m i d e s e s p e r a c i ó n e t e r n a ! P e r o e s q u e t a m b i é n . . .
v a m o s , q u e siempre m e han vestido ustedes de los
desechos de Julia. Y eran magníficos; vestidos de m u -
c h o l u j o , ¿ v e r d a d , q u e r i d a ? (A Julia.) Y e r a n casi n u e v o s ,
p o r q u e tú los d e s e c h a s p r o n t o . ¡ T ú , todo lo d e s e c h a s
p r o n t o ! Y l o s t a l e s v e s t i d i l l o s e r a n m u c h o m á s d e lo
que yo m e merezco; pero yo los quería nuevos, hechos
para m í s o l a , a u n q u e fuesen m á s m o d e s t o s . ¡ P a r a m í
sola!
JULIA. ¡ N O s o l o el r e n c o r , s i n o el o r g u l l o ! ¿Qué tal? (Riendo y
dirigiéndose á los demás.)
ISABEL. ¡Hacía b i e n ! ¡ N o e r a o r g u l l o , e r a d i g n i d a d ! ¡La b u e n a
raza!
ANT. ¡Y' c u á n d o rae a r r e g l a r o n u s t e d e s a q u é l levitón del p o r -
tero!
ISABEL. ¡Qué d o n A n t o n i o ! (Todos ríen.)
PiLvn. ¡ N a d a ; q u e n o t i e n e el diablo p o r d o n d e c o g e r m e ! ¡Y
lo q u e y o s u f r í a c u a n d o a r r e g l a b a n á m i m e d i d a uu.
vestido de Julia! «Esta seda, decía y o , que cae a l r e d e -
d o r d e m i c u e r p o , en p l i e g u e s t a n l i n d o s , c o m o si lo
a c a r i c i a s e , h a c e ñ i d o y a c a r i c i a d o el c u e r p o d e ésta
(Por Julia.) a n t e s q u e el m í o . E s t e c i n t u r ó n t a n p u l i d o ,
a n t e s a b r a z ó la c i n t u r a d e J u l i a q u e la d e P i l a r . E s t o s
e n c a j e s v a p o r o s o s , q u e p a r e c e n b e s o s en q u e la tela s e
d e s h a c e , a n t e s b e s a r o n el h e r m o s o b u s t o d e Julia q u e
s e d i g n a r o n c a e r s o b r e e s t a n i ñ a i n s í p i d a . » ¡Y m i r e n u s -
t e d e s ; m e r e c o m í a d e e n v i d i a , y l l o r a b a d e i r a ; te h u -
b i e r a a r a ñ a d o , y te h u b i e r a h e c h o p e d a z o s e n t r e m i s
g a r r i t a s ! (Riendo, al parecer en broma, y por dentro desespe-
rada, se acerca á Julia, y le aprieta los brazos. Claro es que al
hablar del vestido, se refiere á las caricias que debió hacer
Bernardo á Julia cuando era su amante.)
— 73 —

SUAREZ. ¡Pero ahora no riñan ustedes: sobre todo, no se


arañen!
JULIA. ¡Quién salie si r e ñ i r e m o s ! ¿A t í , q u é te p a r e c e ?
PILAR. (Siempre broma apárenle.) Me p a r e c e q u e v a m o s á seguir
r i ñ e n d o , c o m o c u a n d o y o e r a u n a n i ñ a y tú u n a j o v e n
c a s a d e r a . P e r o te a d v i e r t o q u e a h o r a s o y m á s p e l i g r o -
sa, mucho m á s peligrosa q u e entonces.
JULIA. ¿Estás enojada?
PILAR. ¿No c o n o c e s q u e e s b r o m a ?
ISABEL. ¡Claro está! ¡ P u e s n o , q u e i b a n á r e ñ i r a h o r a !
ANT. ¡Se h a v u e l t o m u y b r o m i s t a P i l a r !
JULIA. Y a lo v e o .
MONT. ( R e l a m p a g u e a á lo lejos: ¡la t e m p e s t a d s e a p r o x i m a ! )
(Bajo ii Suarez.)
ISABEL. ¿Y B e r n a r d o ?
JULIA. ¿Y B e r n a r d o ?
PILAR. E s t á c a m b i a n d o d e Iraje. Q u e r r á p r e s e n t a r s e e s p l e n -
doroso á usted y á Julia.
JULIA. ¿Se h a v u e l t o p r e s u m i d o ?
SUAREZ. E s t á en la l u n a d e m i e l .
ISABEL. B e r n a r d o s e r á c o m o s i e m p r e : r o m á n t i c o , apa'sionado,
poco j u i c i o s o , p e r o m u y b u e n o .
JULIA. ¿Sigue s i e n d o todo eso? (A Pilar.)
PILAR. T Ú j u z g a r á s p o r tí m i s m a si h a c a m b i a d o ó n o .
JULIA. ¿Yo? (¡Pilar s o s p e c h a ! . . . ¡ m e d a m i e d o ! )
PILAR. ¿No d i c e s n a d a ? ¿ T e h a s v u e l t o s i l e n c i o s a , a h o r a que.
yo c h a r l o , y c h a r l o , y n o acabo?
ISABEL. J u l i a t i e n e m u c h o en q u é p e n s a r .
PILAR. E S c i e r t o . ¡Mi felicitación s i n c e r a ! ¿Y p a r a cuándo?
ISABEL. Muy p r o n t o .
PILAR. ¿Ha v e n i d o el d u q u e ?
ISABEL. U e g a r á esta noche.
PILAR. H a s d e p r e s e n t á r m e l o . Deseo m u c h í s i no c o n o c e r l e . Y
le p r e s e n t a r á s t a m b i é n á B e r n a r d o . S e r á n m u y amigos..
D e b e n s e r l o . ¿No s o DOS n o s o t r a s m u y a m i g a s ?
ISABEL. ¡ P u e s n o faltaba m á s !
PILAR. ¿Tienes algo? ¿ Q u i e r e s q u e d e m o s u n p a s e o p o r el p a r -
— 7-t —

q u e ? ¡El a i r e l i b r e b a r r e el cielo d e n u b e s , y d e l a c a -
beza l a s i d e a s s o m b r í a s !
ISABEL. Tiene razón Pilar.
Í'IL\R. El p a r q u e t i e n e u n a v e r j a q u e d a al a r r a n q u e d e l m u e -
lle... un muelle de hierro q u e avanza dentro del m a r . Y
en l l e g a n d o al e x t r e m o del e s p i g ó n , s e v e u n a r o d e a d a
d e o l a s v e r d e s y d e b o r b o t o n e s d e e s p u m a . ¡Ven, v e n
c o n m i g o ! (Como queriendo apoderarse de ella.)
JULIA. N O ; g r a c i a s . (Retrocede riendo.) U s t e d e s p u e d e n g o z a r d e
ose e s p e c t á c u l o : y o d e s c a n s a r é a q u í u n r a t o .
PII.AU. C o m o q u i e r a s : será para otra vez, q u e r i d a J u l i a . ¿ V a -
mos nosotros?
ISABEL. SÍ; m e agrada dar un paseo.
MONT. Estamos á sus órdenes.
SUAREZ. Lo estamos todos.
PILAR. ¡ P u e s en marcha!,
ANT. YO m e q u e d a r é h a c i e n d o c o m p a ñ í a á Julia.
PILAR. N O ; Julia d e s e a e s t a r s o l a . U s t e d c o n n o s o t r o s . A d e -
m á s , B e r n a r d o v e n d r á e n s e g u i d a , y él a c o m p a ñ a r á á
J u l i a . ¡Ea! ¡al p a r q u e ! ¡al m u e l l e ! ¡al m a r b o r r a s c o s o !
(Retrocediendo.) E n todo c a s o , y o v o l v e r é á buscarte,
q u e r i d a , y á v e r s i e s t á s m e j o r . ¡ Yo m e i n t e r e s o m u -
c h o p o r tí! ¡Y'a v e r á s , y a v e r á s !
JULIA. Gracias; no te molestes.
PILAR. (Saliendo con doña Isabel muy cariñosa.) Mi q u e r i d a d o ñ a I s a -
bel, ¡ c u á n t o s r e c u e r d o s h a d e s p e r t a d o u s t e d e n m í !
ISABEL. ¡Pobre Pilar!
PILAR. ¡ E S v e r d a d ! . . . ¡ s i e m p r e s o y la p o b r e P i l a r , a q u e l l a p o -
b r e n i ñ a r e n c o r o s a ! (Salen por el fondo.)
MONT. (A Suárez.) ¿ H a v i s t o u s t e d q u é t i r o t e o ? ¡ U n d u e l o con
puñal y guante!
SUAREZ. Y O n o h e v i s t o , s i n o q u e P i l a r lia e s t a d o m u y a m a b l e .
¡ A l g u n a i n d i r e c t i l l a ! . . . ¡pero m u y a m a b l e !
MONT. ¡ P e r o u s t e d v i v e e n el L i m b o !
SUAREZ. ¡La p a t r i a d e l o s i n o c e n t e s ! (Salen por el fondo también.)
ANT. ¡ N O e s t o y t r a n q u i l o . . . n o e s t o y t r a n q u i l o ! . . . (Sale como
los otros.)
— 7o —

ESCENA VII
J U L I A ; después DON B E R N A R D O

JULIA. La m i s m a d e s i e m p r e , y m á s antipática que nunca.


¡Buena s u e r t e h a t e n i d o ! Si y o n o d e s e s p e r o á B e r n a r -
do, y de pura d e s e s p e r a c i ó n s e c a s a c o n P i l a r , ¿con
q u i é n s e c a s a e s a c r i a t u r a ? A e s t a s fechas e s t a r í a c a n -
t a n d o m a i t i n e s . P u e s n o m e lo a g r a d e c e . A n t e s , al m e -
nos, e r a s i l e n c i o s a y r e c o n c e n t r a d a . A h o r a , ¡qué i r o -
nía, q u é intención, q u e picaduras de aguja! No, mis
c a r t a s n o p u e d e n q u e d a r en p o d e r d e B e r n a r d o . ¡Si
d i e s e c o n ellas P i l a r ! ¡El r o s t r o s e m e e n c i e n d e y s e m e
hiela la s a n g r e ! E s c e l o s a y v e n g a t i v a : todo h a y q u e
t e m e r l o d e ella. C u a n d o r o m p i m o s , s e n e g ó B e r n a r d o
á d a r m e m i s cartas; pero h o y m e las devolverá. B e r -
n a r d o e s u n h o m b r e leal. (Bernardo entra por la derecha.)
¡ B e r n a r d o ! (Se dirige a él apresuradamente y sin poder do-
minar la emoción.)

BERN. ¡ S e ñ o r a ! . . . (Frío y respetuoso.)


JULIA. (Deteniéndose y con tristeza.) ¿Te h a s o l v i d a d o d e m i n o m -
bre?...
BERN. N O lo c r e a u s t e d , J u l i a . No p u e d o o l v i d a r el n o m b r e d e
u n a a m i g a . . . á q u i e n . . . tanto r e s p e t o . (Inclinándose.)
JULIA. Pensé q u e n o s tuteábamos desde niños.
BERN. C u a n d o n i ñ o s , s í ; ¡pero h a p a s a d o tanto t i e m p o ! . . .
JULIA. Perdone usted, Bernardo: ¿me guarda usted rencor?
BERN. N i n g u n o : p a l a b r a d e c a b a l l e r o . S o y s u a n i g o leal. P ó n -
g a m e u s t e d á p r u e b a , y v e r á si lo s o y .
JULIA. LO c r e o , lo s é . ¿ E s u s t e d feliz, B e r n a r d o ?
BERN. M u c h o . D e s e o q u e s e a u s t e d t a n feliz en s u n u e v o m a -
t r i m o n i o , c o m o y o lo s o y en el m í o .
JULIA. N O lo s e r é , como soñé serlo hace diez años; pero c o n -
fío e n s e r l o d e o t r o m o d o . . . co:no le s u c e d e r á á u s t e d .
BERN. N O : yo lo s o y como soñé serlo hace diez años.
JULIA'. ¿De v e r a s ? (Dudando.)
BERN. Se lo j u r o á u s t e d , J u l i a .
— 76 —
JULIA. ¿Me lo dice u s t e d p o r m o r t i f i c a r m e ?
BERN. Ni m e o c u r r i ó s i q u i e r a q u e e s t o p u d i e r a mortificarle á
usted. Pero si usted duda... cambiemos de conver-
sación .
JULIA. Dice u s t e d b i e n , B e r n a r d o . ¿ R e c u e r d a u s t e d á lo q u e
vengo?
BERN. M e lo a n u n c i ó s u c a r t a d e u s t e d .
JULIA. ¿Y s e r á u s t e d t a n b u e n o q u e q u i e r a c o m p l a c e r m e ?
BERN. ¿Puede usted dudarlo?
JULIA. Entonces... ¡esas cartas!...
BERN. Se las entregará á usted cuando usted disponga.
JULIA. N O q u i s o u s t e d d á r m e l a s h a c e diez a ñ o s . . . n o q u i s o
u s t e d d á r m e l a s el a ñ o p a s a d o .
BERN. P e r d o n e u s t e d , fué u n a l o c u r a . . . fué u n a falta d e í e a l -
. t a d , lo confieso.
JULIA. N O , fué o t r a c o s a . . . p e r o n o h a b l e m o s d e lo p a s a d o .
¿Quiere u s t e d d á r m e l a s a h o r a ?
BERN. Ahora m i s m o , Julia. (Se dirige al secretaire, se detiene, y
mira á todas partes.) ¿Y P i l a r ? . . . ¿Y d o ñ a Isabel? ¿Y l o s
otros?
JULIA. T o d o s s e fueron al p a r q u e . . . E s t a m o s s o l o s , B e r n a r d o ;
e s la m e j o r o c a s i ó n .
BERN. Pues aprovechémosla. (Abre el secretaire y saca el manojo
de cartas. Pausa. Bernardo se queda en pie y con el paquete en
la mano. Julia, á distancia, extendiendo la mano.)
JULIA. ¿Quiere usted d á r m e l a s , Bernardo?
BERN. Q u i e r o c u m p l i r s u m a n d a t o . (Le da las cartas.)
JULIA. ¿ L a s h a leído u s t e d a l g u n a v e z ? . . .
BERN. E n otro tiempo, m u c h a s veces.
JULIA. Y a lo s é ; p e r o d i g o a h o r a . . . r e c i e n t e m e n t e . . . después
d e c a s a d o . P e r d o n e u s t e d , B e r n a r d o ; e s mi última cu-
riosidad.
BERN. S Í : al o t r o d í a d e l l e g a r . R e v o l v i e n d o p a p e l e s , l a s e n -
c o n t r é . Y" c o m o c e d i e n d o á u n a c o s t u n b r e a n t i g u a , q u e
despierta d e p r o n t o . . . empecé á leer u n a de esas cartas.
JULIA. ¿Y s i n t i ó u s t e d algo? (Con emoción.)
BERN. N O s é si h u b i e r a s e n t i d o a l g o ; p e r o la v e r d a d e s q u e
no t u v e t i e m p o d e s e n t i r n a d a : e n t r o d e p r o n t o P i l a r .
JULIA. Y a . . . ¿ P e r o P i l a r n o l a s h a b r á visto?
BERN. ¡Por D i o s , J u l i a ! (En la terraza aparece Pilar, y se detiene, ob-
servando.)
JULIA. ¿ S u p o n g o q u e e s t a r á n todas?

ESCENA VIH
DICHOS y PILAR

Esta escena queda encomendada á la actriz: es una mezcla confusa de dolor,


ironía, tristeza, humildad, ira, arranques rencorosos... no es posible expli-
carlo; será preciso que Pilar lo adivine. Por esta razón, suprimo todas las
acotaciones del papel de Pilar.

PII.AU. No e s t á n t o d a s : faltan t r e s . No te m o l e s t e s en c o n -
tarlas.
JULIA. ¡Pilar!
BERN. ¡ P i l a r ! (Pausa.)
JULIA. ¿Qué q u i e r e s decir? (Guardando las cartas.)
PILAR. C l a r a m e n t e lo dije. E n e s a s c a r t a s q u e te h a d e v u e l t o
B e r n a r d o , faltan t r e s : y s o n m u y i n t e r e s a n t e s . ¡Cuánto
d a r í a p o r v e r l a s el d u q u e ! . . . ¡Y l a s t e n g o y o . . . l a s t e n -
go y o ! . . .
JULIA. ¡ B e r n a r d o ! . . . ¿qué e s esto?
BERN. L e aseguro á usted, Julia... ¡Pilar... Pilar!... ¿Lo s a -
bes todo?
PILAR. . S í , lo s é t o d o . L o s n i ñ o s s o n c u r i o s o s , todo lo r e v u e l -
v e n : y yo s i g o s i e n d o u n a n i ñ a , ¿ n o e s c i e r t o , B e r -
nardo?
JULIA. ¡Oh, q u é indignidad!
PILAR. J u s t o , u n a i n d i g n i d a d : e s t a m o s c o n f o r m e s . ¿Qué o p i -
n a s tú? (A don Bernardo.)
BERN. ¡Pilar, e s c ú c h a m e !
PILAR. S Í , te escucharé gustosa: y á esa también cuando h a -
ble. A h o r a p a r e c e q u e n o q u i e r e h a b l a r . P u e s á tí p r i -
mero.
— 78 —

BERN. Pilar, comprendo tu pena, y á costa de mi s a n g r e h u -


biera querido evitarte... este dolor... porque sé q u é
es u n d o l o r g r a n d e p a r a t í . . . P e r o s i h a s leído esas
cartas...
PILAR. Las he leído.
BERN. P u e s h a b r á s visto p o r las fechas, q u e no h a y en m í
traición n i d c s l e a l t a d . E s u n a h i s t o r i a a n t i g u a : p a s ó :
d e ella n a d a q u e d a .
PILAR. Quedan las cartas.
BERN. P o r eso se las devolvía.
JULIA. (inquieta, nerviosa, humillada.) Y a t r a n q u i l i z ó u s t e d b a s t a n t e
á s u e s p o s a , y d e b e e s t a r s a t i s f e c h a . ¡Con m á s c a r i ñ o
y m á s b l a n d u r a , n o s e p u e d e j u z g a r u n a acción m á s
indigna!
BERN. (Con energía.) Julia: lo q u e h a h e c h o P i l a r , lo h a c e c u a l -
q u i e r m u j e r celosa: n o h a b l e m o s d e e s o .
JULIA. E s t á b i e n . P e r o con el m i s m o c a r i ñ o y la m i s m a d u l -
z u r a , p u e d o u s t e d mandar á su esposa que m e devuel-
va m i s c a r t a s .
BERN. ¡Por Dios, J u l i a ! . . . ¡Yo c o n o z c o á P i l a r ! . . . P i l a r s e l a s
devolverá á usted.
PILAR. N O , Bernardo: no m e conoces: no se las devolveré.
BERN. ¡Pilar!
JULIA. ¿Qué q u i e r e s d e c i r ? ¿Has o l v i d a d o q u i é n s o y y q u i é n
eres?
PILAR. Soy su m u j e r ; u n a pobre m u j e r . . . ¡ p e r o s u m u j e r al
fin! \ t ú e r e s J u l i a . . . o t r a m u j e r . . . á q u i e n él a m ó l o c a -
r

m e n t e , y á quien e s probable q u e todavía siga a m a n d o


en s i l e n c i o .
JULIA. ¿ E s o c r e e s ? (No puede contener el placer de humillar á Pilar.)
BERN. ¡ E S O n o ! (Sin poder contenerse.)
PILAR. ¡Por D i o s , B e r n a r d o ! Ella está d e l a n t e . T ú d e b e s g u a r -
dar silencio, y oírnos resignado; pero sin decir n a d a .
P o r q u e si d i c e s algo d u l c e p a r a m í , s e r á a m a r g o p a r a
ella. Y si d i c e s algo c a r i ñ o s o p a r a J u l i a , s e r á cruel y
despiadado para m í .
BERN. T i e n e s r a z ó n ; p e r o yo n o p u e d o m e n o s d e r e c o r d a r t e ,
— 79 —

y c o n e s t o n o ofendo á J u l i a , q u e t o d a e s a historia es
muy antigua.
PILAR. De h a c e u n a ñ o p o r lo m e n o s . Al c a b o d e u n a ñ o flore-
cen l o s á r b o l e s . L o s a m o r e s t i e n e n s u i n v i e r n o y tienen
s u p r i m a v e r a . P a r a l a s t r i s t e z a s del otoño y l o s hielos
d e l i n v i e r n o , P i l a r e s b u e n a . P a r a la p r i m a v e r a florida
y el a r d i e n t e e s t í o , l a h e r m o s a y a r d i e n t e J u l i a . Mi m a -
rido cariñosísimo, tiene bien repartidas las estaciones,
JULIA. ¡ E s i n g e n i o s a ! (Con cierto goce por el sufrimiento de Pilar.)
BERN. N O s e a s c r u e l , P i l a r : m i r a q u e n o lo fuiste n u n c a .
PILAR. L O fui s i e m p r e .
BERN. ¿Con q u i é n ?
PILAR. Conmigo misma.
BERN. Si t e c a l m a s u n p o c o , n o d u d a r á s d e m í .
PILAR. N O d u d o : s é . He leído la ú l t i m a c a r t a d e Julia. Sé que.
te c a s a s t e c o n m i g o p o r d e s p e c h o , p o r v e n g a n z a , c u a n -
do m á s p o r c o m p a s i ó n . «Que n o llore e s a p o b r e chica;
m e l a d l e v a r é á m i c a s a , y le c o m p r a r é g a l a s . » ¿Qué fui
p a r a m i B e r n a r d o ? P o c o m á s q u e u n p e r r i l l o á quien s e
r e c o g e e n la calle; á q u i e n s e d a d e c o m e r ; á q u i e n s e
le c o m p r a b o n i t o collar d e p l a t a , y á q u i e n , p o r favor
e s p e c i a l í s i m o s e le d e j a r e v o l c a r s e e n la a l f o m b r a d e la
s a l a . E s t o n a d a m á s h e sido p a r a t í .
BERN. ¡Pilar, n o m e d e s e s p e r e s ! ¡ m i r a q u e e s o n o e s v e r d a d !
JULIA.! Y a c o m p r e n d e s , q u e y o n o p u e d o c o n t i n u a r a q u í . Deja
una vez de ser rencorosa: d a m e m i s cartas, y m e voy.
y no os veré nunca.
PILAR. ¡ P e r o yo te v e r é siemprel
JULIA. ¿Me d a s e s a s c a r t a s ?
PILAR. ¡Qué p r i s a !
JULIA. ¿Me l a s d a s , ó t e n d r é q u e e x i g i r á B e r n a r d o q u e le las
quite? (Con dureza.)
PILAR. Prueba.
BERN. ¡ N O , J u l i a , n o ! N o t e m a s , Pilar.
JULIA. ¡Ah!
PILAR. T e n g a m o s c a l m a : yo s o y la q u e m á s s u f r o . . . y ya veis
si t e n g o c a l m a . M i r a , B e r n a r d o ; ni q u i e r o humillarle,
— 80 —

ni q u i e r o h a c e r t e sufrir. D é j a m e á s o l a s con Julia: q u i -


zá ella m e c o n v e n z a . V e t e : d é j a n o s : te lo s u p l i c o .
BERN. T e o b e d e z c o , P i l a r . Me a b a n d o n o á tu generosidad.
Confíe u s t e d en ella, J u l i a .
JULIA. Confío en m i d e r e c h o , y en s u lealtad d e c a b a l l e r o .
BKRN. S Í : t a m b i é n . . . P e r o s o b r e t o d o , en ella, en P i l a r . . . en
tí... en tí solo confío y o . ¡ P o b r e Pilar de mi vida!
(Sale.)

ESCENA IX
PILAR y JULIA

PJLAR. Ya e s t a m o s s o l a s . B e r n a r d o se fué, y el d u q u e , tu f u -
t u r o e s p o s o , n o v i n o . . . a u n q u e q u i z á h a r é yo q u e v e n -
ga alguna vez.
JULIA. ¿Te h a s p r o p u e s t o m a t a r m e á fuego lento? ¿ m a r t i r i z a r -
m e , e s c a r n e c e r m e , v o l v e r m e loca?
PILAR. ¿Todo e s o h a g o ?
JULIA. ¡ S Í , y no sufro más!
PILAR. ¡POCO sufrida e r e s ! Me t u v i s t e en tu p o d e r c u a n d o n i ñ a ,
y m e m a r t i r i z a s t e sin p i e d a d . Me t u v i s t e e n t r e t u s g a -
r r a s h a c e u n a ñ o , y m e a r r o j a s t e c o m o l i m o s n a los d e s -
p e r d i c i o s d e tu p a s i ó n . ¡Tienes hoy en tu p o d e r mi feli-
c i d a d , y t o d a v í a q u i e r e s d i s p o n e r d e ella á tu c a p r i c h o !
Y s i n e m b a r g o , yo sufro t o d o e s t o . E s q u e s e g ú n pa-
r e c e , yo h e n a c i d o p a r a s u f r i r : t e n g o la c o s t u m b r e . T ú
no la t i e n e s ; p e r o q u i é n s a b e si te i r á s a c o s t u m b r a n d o .
C o m o yo m e e m p e ñ e , p u e d e s e r q u e te a c o s t u m b r e s .
JULIA. P u e s no m e a c o s t u m b r o , y no p e r d a m o s el tiempo.
B e r n a r d o e s t a r á i m p a c i e n t e : v o l v e r á en s e g u i d a . ¿ Q u é
te h a s p r o p u e s t o ?
PILAR. Sólo u n a c o s a . P o n e r á p r u e b a á B e r n a r d o . Averiguar
si m e q u i e r e m á s q u e á tí. No te r í a s : e s o m e b a s t a .
¡ C o n v e n c e r m e d e q u e ya n o te q u i e r e n a d a , n a d a , p e r o
n a d a ! Q u e p a r a él e r e s c o m o otra mujer cualquiera,
c o m o u n a á q u i e n encontrase al paso; u n s ir insignifi-
cante, indiferente, insustancial... todo lo q u e tú d e -
81 —

cías q u e e r a y o p a r a é l , c u a n d o p o r d e s p e c h o ó c o m p a -
sión s e c a s a b a c o n m i g o . ¿Te v a s e n t e r a n d o ? ¿ E s t á c l a -
ro? Más c l a r o , n o lo s é d e c i r .
JULIA. ¿Y si t e c o n v e n c e s d e eso?
PILAR. Te devuelvo tus cartas.
JULIA. ¿Y s i n o t e c o n v e n c e s ?
PILAR. ¡Entonces... entonces... m e quedan dos caminos! ¡el
sacrificio, ó l a v e n g a n z a ! . . .
JULIA. ¿Y cuál e s c o g e r á s ?
PILAR. N O s é . Soy u n s e r d é b i l , y los s e r e s d é b i l e s n o s d e j a -
m o s v e n c e r , n o s d e j a m o s m o r i r . P e r o t a m b i é n soy r e n -
c o r o s a . . . ¡Vaya u s t e d á a d i v i n a r lo q u e y o p o d r é h a c e r !
JULIA. NO quiero palabras, Pilar; quiero hechos.
PILAR. P u e s h e c h o s . Mira, croo q u e B e r n a r d a v u e l v e . . . ¡ e s t a -
rá el p o b r e t a n i m p a c i e n t e ! . . . E n t r a a h í . . . n o h a y o t r a
s a l i d a : p r i s i o n e r a q u e d a s . Sal c u a n d o te l l a m e .
JULIA. ¡Pilar!...
PILAR. O cuando te canses. Y entre tanto, escucha.
JULIA. ¿Qué farsa e s ésta?
PILAR. U n a farsa q u e vale m á s q u e la d e tu a m o r p o r B e r n a r -
do ó la d e tu c a s a m i e n t o con el d u q u e .
JULIA. ¡Basta!
PILAR. ¡Entra!

JULIA. ¿Pero h o y m i s m o ? . . . ¿ A h o r a m i s m o ?
PILAR. S Í . A h o r a m i s m o v a á r e s o l v e r s e t o d o . O te d e v u e l v o
t u s c a r t a s , ó h a g o i m p o s i b l e tu a m b i c i ó n y t u b o d a . T e
h u m i l l o a n t e t u m a d r e . T e d e s h o n r o a n t e tu n o b l e d e s -
p o s a d o , el s e ñ o r d u q u e . Y m e c o b r o d e t o d o lo q u e m e
d e b e s , sin p i e d a d , sin escrúpulos, como celosa, como
vengativa, con t a n mala sangre y tan mala intención
como has tenido siempre para m í .
JULIA. ¡Pilar!...
PILAR. ¡ E n t r a ! ¡ O b e d e c e ! ¡Calla y s u f r e . . . q u e h o y m a n d a la
rencorosa!
82

ESCENA X
PILAR y B E R N A R D O

BERN. ¿Y J u l i a ?
PILAR. ¡Cuánto te i n t e r e s a ! ¿Ya la e c h a s d e m e n o s ?
BERN. T Ú s a b e s p o r q u é . N o e s p o r ella; e s p o r t í .
PILAR. (Repitiendo en voz alta.) ¿No e s p o r ella? ¿ n o l e inspira
compasión?
BERN. Quien m e inspira compasión, eres tú.
PILAR. ¿Y ella, n o ? Mira; v i e n d o q u e n a d a c o n s e g u í a d e m í , s e
fué d e s e s p e r a d a . ¡Me dio m i e d o !
BERN. ¡Por D i o s , P i l a r , n o h a b l e m o s d e ella! ¿Qué m e i m p o r -
ta e s a m u j e r ?
PILAR. Pero te importan s u s carias.
BERN. T a m p o c o . T a n s e g u r a s e s t á n en t u s m a n o s c o m o e n
p o d e r d e J u l i a . ¿Todo s e r e d u c e á q u e ella sufra? ¡ P u e s
que sufra, con tal q u e n o sufras t ú !
PILAR. ¿ S i e n t e s todo e s o q u e d i c e s ? ¿ S o y p a r a t í m á s q u e
Julia?
BERN. N O t e o c u p e s d e ella: d é j a l a q u e s e v a y a . ¿Qué e s p a r a
mí? U n p a s a d o q u e s e b o r r a . N i ñ e r í a s d e chiquillo. E s
c o m o si t u v i e s e s c e l o s d e l s a b l e c i t o c o n q u e y o j u g a b a ,
c u a n d o j u g a b a á los s o l d a d o s . Ella fué c o m o e l j u g u e t e
d e l a infancia. ¡Tú e r e s p a r a m í la p l e n i t u d del c o r a z ó n
y del a l m a !
PILAR. ¿ P e r o e s v e r d a d ? . . . ¡Qué a l e g r í a ! ¡Me a h o g o d e a l e -
g r í a ! . . . ¡Me a h o g o ! ¡Toda la s a n g r e m e a c u d e al c o r a -
zón! N o ; á la c a r a . ¿Ves? ¡Me h a s r u b o r i z a d o ! ¡Me
a b r a s o ! . . . ¡Dios m í o ! . . . ¡qué c a l o r ! . . . ¡qué calor!...
Voy á a b r i r u n p o q u i t o e s a p u e r t a . . . p a r a q u e e n t r e . . .
el a i r e f r e s c o . . . p a r a q u e h a y a c o r r i e n t e . . . y v a y a d e
a q u í . . . hacia a l l á . . . el v i e n t o ! (Va á la puerta, la entorna
un poco y vuelve.)

BERN. ¡Pilar!
PILAR. S i g u e , s i g u e . R e p i t e todo e s o q u e d e c í a s a n t e s . . .
BERN. Y lo r e p e t i r é cien v e c e s . ¿Cómo q u i e r e s q u e t e d i g a ,
— 83 —

q u e le j u r e , q u e le p r u e b e q u o p a r a Bernardo no hay
felicidad en el m u n d o sin tí? ¿Que p a l a b r a s ? q u é l á g r i -
mas he de encontrar para convencerte?
PILAR. ¿ Y Julia?

BERN. ¡Como si n o h u b i e s e e x i s t i d o ! ¡Tú p a r a m í lo e r e s todo!


¡El cielo, el d í a , l a l u z , el c a l o r , el a l i e n t o , la v i d a !
¡Pilar, t ú l l e n a s m i s r e c u e r d o s : v e o u n a n i ñ a con el
e n t r e c e j o s i e m p r e f r u n c i d o , t ú : u n a j o v e n m u y tímida
comiendo manzanas en u n bosque, también tú: una
mujer m u y pálida q u e corre desesperada á un abismo,
tú s i e m p r e ! ¡Pilar, t ú e r e s h o y m i e x i s t e n c i a , mi e s p e -
ranza; la esperanza de q u e Pilar m e crea; m e perdone,
y m e a b r a s u s b r a z o s ! ¡Mi v i d a e s t á e n osos o j o s , si m e
m i r a n c o m p a s i v o s ; e n e s o s l a b i o s , si p r o n u n c i a n u n a
p a l a b r a d u l c e ; e n e s a frente, si la i l u m i n a u n r a y o d e
a l e g r í a ; en e s e c o r a z ó n q u e n o q u i e r e q u e y o d e c e r c a
c u e n t e s u s l a t i d o s , c u a n d o p o r ley d e Dios e s m í o !
PILAR. ¡Ay Dios m í o ! ¡qué c o s a s d i c e s ! ¿ Q u i e r e s q u e a b r a m o s
• u n p o q u i t o m á s e s a p u e r t a ? (Haciendo ademán de ir á abrirla:
él la contiene.)
BERN. ¡LO q u e y o q u i e r o e s q u e m e a b r a s d e p a r en p a r l a s
puertas de tu alma!
PILAR. YO quisiera creerte; ¿pero cómo h a despertado tan de
pronto esa pasión?... P o r q u e hace ocho días... no había
nada de eso...
BERN. ¡ C u a n d o v i q u e c o r r í a s a m a t a r t e , q u e i b a s al tajo, q u e
te p e r d í a p a r a s i e m p r e . . . ! ¡Ah! ¡ m e dio u n salto el c o -
r a z ó n ! . . . ¡ Y m i c o r a z ó n s e a g a r r ó á tí: p o r e s o n o te
c a í s t e ! « ¡ P a r a l o s d o s la v i d a , iba y o d i c i e n d o , mien-
t r a s c o r r í a á e s c a p e , ó p a r a los d o s la m u e r t e ! »
PILAR. ¡Cómo s a b e s e n g a ñ a r m e , B e r n a r d o !
BERN. ¿NO m e p u s e d e l a n t e ?
PILAR. Pudo ser u n arranque caballeresco. Lo mismo hubieras
h e c h o p o r o t r a m u j e r : p o r Julia, p o n g o p o r c a s o . ¿Xo
la h u b i e r a s s a l v a d o , a u n a r r i e s g a n d o tu vida?
BERN. Yo n o m í e n l o . P u e d e s e r . P e r o d e otro m o d o .
PILAR. ¿Cómo?
— 84 —

BERN. P e n s a n d o : « ¡ D e m o n i o d e m u j e r ; á v e r si m e m a t a ! . . . »
PILAR. ¿De v e r a s ? ¿Demonio d e m u j e r h a s dicho? ¡qué g r a c i o -
so! (¡No; J'0 a b r o la p u e r t a del todo!) (Corre á la puerta y
la abre casi.) Y al s a l v a r m e á m í , ¿qué p e n s a b a s ?
BERN. E s t o : «¡Ay, m i p o b r e c i t a P i l a r ; si ella m u e r e , quiero
m o r i r con ella!»
PILAR. ¡Bernardo! ¡Eres muy engañador!
BERN. ¿Me crees?
PILAR. Sí; te c r e o . ¿Pero y Julia?
BERN. ¡ N O la n o m b r e s , p o r Dios! ¡No p i e n s e s en esa mujer
o d i o s a ! ¡No p i e n s e s en ella!
PILAR. Pues mira, hay que pensar. Aquí nosotros hablando,
h a b l a n d o , y q u i z á p u e d a o c u r r i r a l g u n a d e s g r a c i a . Yo
p o r a t e m o r i z a r l a , le dije que iba á mandar las cartas
al duque, y s e fué d e s e s p e r a d a . P r i m e r o al p a r q u e ,
l u e g o al m u e l l e . L a s olas a t r a e n ; n a d i e e s t á l i b r e d e u n
v é r t i g o . ¿ T e a c u e r d a s d e lo q u e yo hice?
BURN. T Ú , SÍ; porque tienes corazón; porque sabes amar.
P e r o ella n o ; la c o n o z c o b i e n .
PILAR. Me dijo: « h a s t a las d o s e s p e r o : » ¡y lo dijo de un
modo...!
BERN. No h a g a s c a s o ; ¡ c u á n t a s veces m e h a dicho á m í q u e
q u e r í a m a t a r s e ! ¡que q u e r í a m a t a r s e ! ¡Nunca se m a t ó !
¡No h a b l e m o s d e ella, p o r Dios, t e lo s u p l i c o ! (Dan las dos
en un reloj de la sala.)
PILAR. ¡Las d o s ! ¿ N o las o y e s ? Dijo: « H a s t a las d o s e s p e r o . »
Mira, a q u í t e n g o las c a r t a s . . . q u í t a m e l a s , y d é j a m e . . .
¡y v e t e á s a l v a r á Julia! (Sacando las cartas.)
BERN. ¡Ah! ¿ Q u i e r e s p o n e r m e á p r u e b a ? P u e s s e a . Yo s é q u e
n o c o r r e p e l i g r o e s a m u j e r ; p e r o , a u n q u e Temiese p o r
e l l a . . . e n t r e d e j a r t e sola ó s a l v a r l a . . . ¡ven á m í , v e n á
m i s b r a z o s ! Y á e l l a . . . ¡á ella, q u e s e la lleve el t o r r e n -
te del p a s a d o al m a r d e l o l v i d o , ó al m a r d e las olas
e s p u m o s a s ! ¡Y p o r c a d a l á g r i m a q u e te hizo d e r r a m a r
e s a c r i a t u r a a b o r r e c i b l e , t r a g ú e s e u n a ola do a m a r g u r a !
PILAR. ¡ B a s t a ! . . . ¡no m á s ! . . . ¡ p o b r e c i l l a ! ¡Me p a r e c e q u e y a
t r a g ó b a s t a n t e ! B e r n a r d o , ¡te c r e o ! . . . ¡ t e c r e o ! . . . ¡Dios
— 85 —

mío! ¡ s i n o te c r e y e s e , m e m o r i r í a ! (Se abraza a él, y


quedan de modo que Bernardo vuelve la espalda á la puerta del
gabinete donde está Julia.)
BERN. ¡Mi P i l a r c i t a ! ¡Al fin, m í a !

ESCENA XI
PILAR, DON B E R N A R D O y JULIA; después DOÑA ISABEL,
DON ANTONIO, MONTOJO y S U A R E Z

PILAR. (Alargando las cartas á Julia.) ¡ T o m a . . . y a n o m e h a c e n falta!


BERN. (Volviéndose.) ¡ J u l i a !
PILAR. E s t a b a allí. P e r d ó n a m e , B e r n a r d o . No c o r r í a m á s p e l i -
g r o q u e el d e o i r n o s . ¿Me p e r d o n a s ?
BERN. ¡Sí!
JULIA. ¡Satisfecha e s t a r á s ! (A Pilar.)
PILAR. Lo e s t o y . . . ¿Ves t ú ? A h o r a lo e s t o y . Y q u i e r o q u e t o d o s
lo e s t é n . (Acercándose al fondo.) ¡Tío A n t o n i o . . . tío A n t o -
n i o ! . . . ¡Doña I s a b e l ! . . . ¡ S u á r e z ! . . . ¡Montojo!... ¡Basta
d e p a s e o ! . . . ¡aquí t o d o s ! . . . (Todos van entrando.)
ISABEL. Aquí n o s tienes, q u e ya es hora de retirarnos.
PILAR. ¡ N O lo c o n s i e n t o ! . . . ¡Hoy c o m e m o s t o d o s j u n t o s ! Estoy
m u y a l e g r e , y e s p r e c i s o q u e el m u n d o e n t e r o lo e s t é .
¿Quieres t ú , Bernardo?
BERN. TUS menores deseos, son mandatos para mí.
ISABEL. Pues nos q u e d a m o s todos.
JULIA. ¡Sin e m b a r g o . . . !
ISABEL. NO se replica. Todos juntos nos quedamos á comer, q u e
yo q u i e r o b r i n d a r á v u e s t r a reconciliación. (A Pilar y Ju-
lia.) Y u s t e d t a m b i é n , Montojo.
MONT. Brindaré porque sea verdadera, honda y durable.
SUAREZ. ¡Usted s i e m p r e con s u s h o n d u r a s ! D e s e n g á ñ e s e u s t e d ;
la s o c i e d a d s e c o m p o n e d e s u p e r f i c i e s , o s c u r a s ó b r i -
l l a n t e s . P u e s b i e n ; yo b r i n d a r é p o r t o d a s l a s s u p e r f i -
cies l i s a s y l u m i n o s a s d e la creación.
BERN. ¡ P u e s y o , p o r t o d o s los a m o r e s p r o f u n d o s ! ¿Y u s t e d ? (A
don Antonio, i
— 86 —

ANT. Y O , si l a a l e g r í a y el C h a m p a g n e m e lo p e r m i t e n , b r i n -
, d a r é p o r l a b u e n a idea q u e tuviste al c a s a r t e c o n n o s -
o t r o s , d i g o . . . c o n P i l a r . (Todos ríen.)
JULIA. (A Pilar en voz baja.) ¡ P u e s y o c o n l o s l a b i o s s e c o s por el
recuerdo de mi vergüenza y d e mi castigo!
PILAR. Y y o , c o n l o s ojos h ú m e d o s , ¡por el olvido d e m i s r e n -
cores!

FIN DE L A COMEDIA
OBRAS DEL MISMO AUTOR

EL LIBRO TALONARIO, c o m e d i a en u n a c t o , o r i g i n a l y en v e r s o .
LA ESPOSA DEL VENGADOR, d r a m a en t r e s a c t o s , o r i g i n a l y en v e r s o .
L A ÚLTIMA NOCHE, d r a m a en t r e s a c t o s y u n e p í l o g o , o r i g i n a l y
en v e r s o .
E N EL PUÑO DE LA ESPADA, d r a m a t r á g i c o e n t r e s a c t o s , o r i g i n a l y
en v e r s o .
U N SOL QUE NACE Y UN SOL QUE MUERE, c o m e d i a en u n a c t o , ori-
ginal y en verso.
CÓMO EMPIEZA V CÓMO ACABA, d r a m a t r á g i c o en t r e s a c t o s , origi-
nal y en verso. (Primera parte d e u n a trilogía.)
E L GLADIADOR DE R A VENA, t r a g e d i a en u n acto y en v e r s o , imi-
tación.
Ó LOCURA Ó SANTIDAD, d r a m a e n t r e s a c t o s , o r i g i n a l y en p r o s a .
IRIS DE PAZ, c o m e d i a e n u n a c t o , o r i g i n a l y e n v e r s o .
PARA TAL CULPA TAL PENA, drama en d o s a c t o s , original y en
verso.
Lo QUE NO PUEDE DECIRSE, d r a m a e n t r e s a c t o s , o r i g i n a l y en p r o -
s a . ( S e g u n d a p a r t e d e la t r i l o g i a . )
E N EL PILAR Y EN LA CRUZ, d r a m a en t r e s a c t o s , o r i g i n a l y e n
verso.
CORRER EN POS DE UN IDEAL, c o m e d i a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y e n
verso. •
ALGUNAS VECES AQUÍ, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y e n p r o s a .
MORIR POR NO DESPERTAR, l e y e n d a d r a m á t i c a o r i g i n a l , en u n acto
y en verso.
E N EL SENO DE LA MUERTE, l e y e n d a t r á g i c a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s
y en v e r s o .
BODAS TRÁGICAS, c u a d r o d r a m á t i c o del siglo x v i , o r i g i n a l , en un
acto y en verso.
MAR SIN ORILLAS, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y e n v e r s o .
LA MUERTE EN LOS LABIOS, d r a m a e n t r e s a c t o s y e n p r o s a .
E L GRAN GALEOTO, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y en v e r s o , p r e -
cedido de un diálogo en prosa.
HAROLDO EL NORMANDO, l e y e n d a t r á g i c a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y
en v e r s o .
L o s DOS CURIOSOS IMPERTINENTES, d r a m a en t r e s a c t o s y en v e r s o ,
( T e r c e r a p a r t e d e la t r i l o g í a . )
CONFLICTO ENTRE DOS DEBERES, d r a m a en t r e s a c t o s y eu v e r s o .
U N MILAGRO EN EGIPTO, e s t u d i o t r á g i c o en t r e s a c t o s y en v e r s o .
PIENSA MAL. .. ¿Y ACERTARÁS? casi p r o v e r b i o en t r e s a c t o s y en
verso.
L A PESTE DE OTRANTO, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y e n v e r s o .
VIDA ALEGRE Y MUERTE TRISTE, d r a m a o r i g i n a l , en t r e s a c t o s y en
verso.
EL BANDIDO LISANDRO, e s t u d i o d r a m á t i c o , en t r e s c u a d r o s y en
prosa.
D E MALA RAZA, d r a m a e n t r e s a c t o s y e n p r o s a .
D o s FANATISMOS, d r a m a en t r e s a c t o s y en p r o s a .
E L CONDE LOTARIO, d r a m a e n u n a c t o y e n v e r s o .
LA REALIDAD Y EL DELIRIO, d r a m a en t r e s a c t o s y e n p r o s a .
E L HIJO DE CARNE Y EL HIJO DE HIERRO, d r a m a e n t r e s a c t o s y en
prosa.
Lo SUBLIME EN LO VULGAR, d r a m a e n t r e s a c t o s y en v e r s o .
MANANTIAL QUE NO SE AGOTA, d r a m a e n t r e s a c t o s y en v e r s o .
Los RÍGIDOS, d r a m a e n t r e s a c t o s y en v e r s o , p r e c e d i d o d e u n
diálogo-exposición en prosa.
SIEMPRE EN RIDÍCULO, d r a m a e n t r e s a c t o s y e n p r o s a .
E L PRÓLOGO DE UN DRAMA, d r a m a e n u n a c t o y e n v e r s o .
IRENE DE OTANTO, ó p e r a e n t r e s a c t o s y e n v e r s o .
UN CRÍTICO INCIPIENTE, c a p r i c h o c ó m i c o en t r o s a c t o s y - e n p r o s a .
COMEDIA SIN DESENLACE, e s t u d i o c ó m i c o - p o l í t i c o , e n t r e s a c t o s y
en p r o s a .
E L HIJO DE DON JUAN, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y en p r o s a ,
i n s p i r a d o p o r la l e c t u r a d e la o b r a d e l b s e n titulada Gengm-
gere.
Sic v o s NON VOBIS ó LA ÚLTIMA LIMOSNA, c o m e d i a r ú s t i c a o r i g i n a l ,

en t r e s a c t o s y e n p r o s a .
MARIANA, d r a m a o r i g i n a l , e n t r e s a c t o s y u n e p í l o g o , e n p r o s a .
E L PODER DE LA IMPOTENCIA, d r a m a e n t r e s a c t o s y en p r o s a .
Á LA ORILLA DEL MAR, c o m e d i a e n t r e s a c t o s y u n e p í l o g o , en
prosa.
LA RENCOROSA, c o m e d i a en t r e s a c t o s y en p r o s a .
ARCHIVO Y COPÍSTERÍA MUSICAL

PARA GRANDE X PEQUEÑA ORQUESTA


PROPIEDAD BE

'FLORENCIO F1SCOWICH,-EDITOR

Habiendo adquirido de un gran número de nuestros mejores


Maestros Compositores la propiedad .del derecho de reproducir
los papeles de orquesta necesarios á la representación y ejecu-
ción de sus obras musicales, hay un completo surtido de ins-
trumentales, que se detallan en Catálogo separado, á disposi-
ción de las. Empresas.
PUNTOS D E ; V E N T A

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Pueden también hacerse los pedidos de ejemplares directa-
mente al EDITOR, acompañando su importe en sellos de fran-
queo ó libranzas, sin cuyo requisito no serán servidos.

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