Panorama Del A.T (Capítulo 1-13)
Panorama Del A.T (Capítulo 1-13)
Panorama Del A.T (Capítulo 1-13)
DEL ANTIGUO
Los autores
y son eruditos de primera línea en los
estudios del Antiguo Testamento y han dedicado largos años a la enseñanza
en este campo en el Seminario Teológico Fuller de Pasadena, California,
Estados Unidos.
l;oto de la cubierta: Sin agoga de la fortaleza de M asada (El-Sebban)
D iseñ o de cubierta: L o rrain e W h ite
NUEVA CREACION
E- ^ BUENOS AIRES
“ I GRAND RAPIDS
|IU W M B. E e r d m a n s
______ 1 1 V \ P u b l is h in g C o .
1 1 1 * Grand Rapids/Cambridge
PANORAMA DEL
ANTIGUO TESTAMENTO
PANORAMA DEL
AN TIG U O TESTA M EN TO
Mensaje, forma
y trasfondo
del Antiguo Testamento
1995
N u ev a C r e a c io n
B u e n o s a ir e s — G r a n d r a p id s
y
W il l ia m B. E e r d m a n s P u b l is h in g C o m p a n y
EX L I B R I S E L T R O P IC A L
Tftulo original:
Old Testament Survey
The Message, Form, and Background o f the Old Testament
Copyright © 1982 by Wm. B. Eerdmans Publishing Co.
Pr e f a c io ............................................................................................................................................... ix
A b r e v ia t u r a s .................................................................................................................................. xi
1. L a a u t o r id a d d e l a n t ig u o t e s t a m e n t o .................................................... 1
2. R e v e l a c ió n e in s p ir a c ió n ..................................................................................7
3. E l c a n o n ................................................................................................................... 16
4. FORMACION DEL ANTIGUO TESTA M ENTO ........................................................25
5. G e o g r a f ia ............................................................................................................... 3 9
6. E l PENTATEUCO........................................................................................................53
7. GENESIS: EL PROLOGO PR IM ITIV O .......................................................................6 6
8. GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL .......................................................................85
9. EXODO: CONTEXTO HISTORICO .......................................................................115
10. EXODO: CONTENIDO Y T E O L O G IA ...................................................................130
11. LEV IT IC O ...................................................................................................................148
12. N úm eros ............................................................................................................... 162
13. D e u t e r o n o m i o .................................................................................................... 174
14. LOS PROFETAS A NTERIORES.............................................................................. 188
15. Jo s u é .......................................................................................................................195
16. J u e c e s .......................................................................................................................2 1 0
17. N a c e l a m o n a r q u ía (1 S. 1 - 3 1 ) ...................................................................2 2 3
18. L a EDAD DE ORO DE ISRAEL: DAVID Y SA LO M O N ..................................... 2 4 0
(2 S. 1.1-1 R . 11)
19. M o n a r q u ía d iv id id a (1 R. 12.1-2 R . 18 .1 2 ) ......................................... 2 5 3
20. J u d a s o l a (2 R . 1 8 - 2 5 ) ..................................................................................... 2 7 3
21. E l ENIGMA CRONOLOGICO .............................................................................. 2 8 3
22. L o s PROFETAS Y LA PROFECIA .......................................................................293
23. L a POESIA HEBREA .............................................................................................301
24. A mos ...................................................................................................................... 3 1 3
25. O s e a s .......................................................................................................................3 2 4
V
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
26. J o ñ a s .......................................................................................................................... 3 4 0
27. M i q u e a s ...................................................................................................................3 4 8
28. E l t r a s f o n d o h is t o r ic o d e i s a i a s ............................................................3 5 7
29. ISAIAS: su m e n s a je .................................................................................................... 371
31. JE R E M IA S ...................................................................................................................3 9 4
32. SOFONIAS Y J O E L ............................................................................................................ 422
33. N aH U M Y H A B A C U C .............................................................................................4 3 5
34. A b d i a s .......................................................................................................................4 4 5
35. E z e q u i e l ...................................................................................................................4 5 0
36. H a g e o .......................................................................................................................4 6 8
37. Z a c a r ía s ............................................................................................................... 4 7 7
38. M a l a q u ia s ........................................................................................................... 4 8 8
39 . Los e s c r i t o s ........................................................................................................4 9 4
40 . S a lm o s ...................................................................................................................4 9 7
41. Los u b r o s s a p i e n c i a l e s ........................................................................................ 520
42 . P r o v e r b io s ............................................................................................................5 3 4
43. J o b ..............................................................................................................................5 4 7
44. E c l e s i a s t e s ............................................................................................................573
45. E l c a n t a r d e l o s c a n t a r e s .......................................................................... 5 8 8
46 R u t ..............................................................................................................................5 9 8
47. L a m e n t a c i o n e s .................................................................................................... 6 0 4
48. El rollo d e e s t e r .............................................................................................6 1 0
49 . L a p e r s p e c t iv a d e l c r o n i s t a .......................................................................6 1 6
50. E s d r a s -n e h e m i a s ........................................................................................................ 624
51. D a n i e l ...................................................................................................................... 6 4 4
B i b l io g r a f ía g e n e r a l ............................................................................................................. 6 6 1
I n d i c e d e t e m a s ................................................................................................................ 6 6 3
vi
PROLOGO A LA VERSION
CASTELLANA
s un verdadero gozo escribir algunas líneas para presentar este importante libro.
E La publicación de este Panorama del Antiguo Testamento es un evento impor
tante para todos los que enseñamos Antiguo Testamento en lengua castellana.
Todos los cristianos reconocemos que el Antiguo Testamento es parte de la Biblia,
Palabra inspirada por Dios, pero a menudo encontramos grandes dificultades para
entenderlo, enseñarlo y aplicar sus enseñanzas a nuestra vida. Las raíces de estas
dificultades son varias.
En primer lugar los libros del Antiguo Testamento provienen de contextos muy
distantes de nosotros. ¿Cómo puede un relato o un poema escrito para gente que
vivía hace veinticinco o treinta siglos, con costumbres distintas de las nuestras,
hablarnos en nuestro contexto?
Tampoco es fácil comprender el enfoque y el propósito de cada libro y de todo
el Antiguo Testamento. A veces nos perdemos en los relatos o genealogías. El
propósito del escritor —y más importante aún, el propósito de Dios— no siempre
es evidente.
Para complicar el cuadro, cuando leemos libros que tratan de explicar el Antiguo
Testamento encontramos todo tipo de teorías sobre el origen y la formación de los
libros del Antiguo Testamento. Las teorías se contradicen entre sí; dependen de la
óptica o cosmovisión del que escribe. Aunque, según Pablo, «la fe es por el oír, y el
oír, por la palabra de Dios», a menudo la literatura sobre el Antiguo Testamento
tiende a apagar la fe en vez de ayudarla.
Además, el Antiguo Testamento es tan extenso — tres veces más que el Nuevo
Testamento— que muchos se dan por vencidos antes de empezar a estudiarlo.
Lo que hace falta no es una introducción que sustituya el Antiguo Testamento
sino una obra que sirva como guía para explicar el contexto, señalar el mensaje
central de cada libro y del todo, dar un enfoque sano sobre cuestiones críticas y
animar al lector a encontrar por sí mismo los tesoros de la revelacióh de Dios. Más
que cualquiera de los libros que conozco, la presente obra llena todas estas necesi
dades de manera interesante y eficiente. En estas páginas, el lector encontrará miles
de datos de la arqueología, la geografía y la historia del Antiguo Cercano Oriente
que le ayudarán a entender el contexto de los primeros receptores. Todos estos datos
también requieren interpretación. ¿Y quiénes son los más indicados para hacerlo que
LaSor, Hubbard y Bush, eruditos de primera línea en este campo? Los tres autores
han dedicado muchos años a la investigación, enseñanza y ministerio del Antiguo
Testamento, en el Seminario Fuller, para ayudar a miles de estudiantes a servir mejor
a Dios. Además, sus muchos escritos han enriquecido todo el mundo evangélico.
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Pero iluminar el contexto del texto es solamente parte de la tarea; el énfasis aquí
es presentar el mensaje del Antiguo Testamento en todas sus facetas. Estos autores
resumen el contenido de cada libro y destacan la esencia de su mensaje. Así el lector
tiene el raro privilegio de disfrutar los resultados de la larga experiencia didáctica
de estos destacados profesores.
Asimismo, en asuntos de la crítica textual y literaria, se encuentra aquí un enfoque
bien equilibrado que toma en serio las investigaciones y teorías en este campo y, a
la vez, lo que la misma Biblia enseña sobre su inspiración y autoridad. Se nota una
profunda honestidad al confrontar los problemas críticos. El lector encontrará en
este libro una guía confiable para entender las teorías críticas y evaluarlas a la luz
de una investigación seria en el marco de una fe cristiana comprometida con la
obediencia a Dios.
Es cierto que los cristianos somos creyentes del Nuevo Pacto; por eso es
importante conocer y predicar el Nuevo Testamento. Sin embargo, cuando la iglesia
se limita a ello su mensaje es superficial. El Antiguo Testamento contiene abundan
tes enseñanzas que el Nuevo Testamento da por sentado sin repetirlas explícitamen
te. El Señor quiere que su pueblo conozca «todo el consejo de Dios». Este libro
ayudará a toda la iglesia a profundizar su vida y su comprensión de la misión que
Dios le encargó. La editorial Nueva Creación merece felicitaciones por poner esta
obra a disposición de la iglesia en el mundo hispano.
Para el cristiano, embarcarse en el estudio del Antiguo Testamento es una
necesidad, una obligación y una aventura. Para ayudarlo en este gran desafío le
recomiendo, sin reservas, este libro. Su aparición es un acontecimiento importante
para todos los profesores y estudiantes de Antiguo Testamento. Y su trascendencia
se extiende a todo el pueblo de Dios, pues estoy seguro de que su influencia en toda
la iglesia de habla hispana será sumamente positiva.
M ERVIN BRENEM AN
Profesor de Antiguo Testamento
Seminario Internacional Teológico Bautista
Buenos Aires, Argentina
Diciembre de 1994
PREFACIO
ste libro estuvo en preparación durante algunos años. Cuando uno de nosotros
E dictó un curso de introducción al Antiguo Testamento a nivel terciario y se
frustró por la falta de un texto apropiado, se elaboró el plan para esta obra. Aunque
trabajos especializados como historias, teologías e introducciones han bendecido
ampliamente a profesores de Biblia, no había ningún material que combinara estos
elementos en una estructura cuyas aproximaciones teológicas y eruditas nos resul
tasen adecuadas. Desde hace más de quince años nosotros tres enseñamos juntos
como equipo en Fuller Theological Seminary, compartiendo los cursos principales
de Antiguo Testamento y examinando estos capítulos con cientos de estudiantes a
lo largo del camino. Hemos tratado de incorporar sus sugerencias y críticas en varios
bosquejos, y sus huellas digitales están en cada página.
Nos hemos acercado a nuestros materiales con la mente puesta en los estudiantes
terciarios y los seminaristas. Nuestra meta ha sido diseñar el texto en un nivel que
la mayoría de los estudiantes terciarios puedan manejar y luego suplir algunas de las
necesidades más técnicas de la enseñanza de los seminarios en las notas de pie y las
bibliografías. Aunque cada uno de nosotros ha bosquejado ciertos capítulos, todos
hemos leído, repasado y revisado el trabajo de los demás, de manera tan cuidadosa,
que el libro es un esfuerzo conjunto en todo sentido.
Nuestro propósito es sincero: introducir al lector al contexto, contenido, calidad
literaria y mensaje del Antiguo Testamento como un todo y de sus varios libros. Para
hacer esto no seguimos principios generales rígidos para cada libro bíblico, sino
tratamos de que el contenido y el estilo de cada libro dictara el camino en que lo
estudiaríamos. La secuencia básica de los profetas posteriores ha sido alterada para
ajustar nuestra comprensión de su orden cronológico aproximado. De ninguna
manera es nuestra intención reemplazar la Biblia. ¿Qué libro podría hacerlo? Nuestra
esperanza es que se lo lea como una guía y un suplemento del texto bíblico mismo
y que, como tal, facilite la devoción y la obediencia de sus lectores a la Escritura y
al Señor de la Escritura.
Nos aventuramos a declarar en forma sucinta aquí lo que hemos tratado de
manifestar a lo largo del libro: estamos sometidos a la inspiración y la autoridad de
la Biblia, incluyendo a cada parte del Antiguo Testamento, y buscamos reverenciarla
como Sagrada Escritura en todo lo que digamos sobre ella. Más aún, hemos escrito
del Antiguo Testamento entendiendo que su cumplimiento está en el Nuevo Testa
mento y en Jesús de Nazaret, en quien creemos como Mesías y encamación del Dios
viviente. Aunque en cada punto hemos buscado acercamos al texto del Antiguo
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Testamento desde la posición ventajosa de los hijos e hijas de Israel a quienes se les
entregó primero, estamos obligados a no detenemos aquí sino a sugerir las relaciones
de los temas del Antiguo Testamento con los del Nuevo Testamento, las afirmacio
nes de los credos de la iglesia primitiva y las confesiones evangélicas de la Reforma,
todos los cuales determinan y expresan lo que creemos y enseñamos.
Más allá de lo que concierne a la realidad y autoridad de la corriente de la
revelación divina, nos interesa tomar con toda seriedad el trasfondo histórico,
cultural y social de la Escritura junto con los medios literarios y lingüísticos con que
se registró. Este interés necesariamente ocasiona el uso reverente de las herramientas
de la crítica textual, literaria y de las formas para escuchar los matices con los cuales
Dios habló a los primeros oyentes de su palabra. No honramos a la Biblia sin
esforzamos, con cada recurso erudito disponible, para entenderla. Nuestro blanco
final como pueblo de Dios es obedecerlo y adorar su santo nombre. Esta obediencia
y esta adoración se moldearán mejor donde hayamos comprendido el cómo, el
porqué, el cuándo, el dónde y el por quién de su revelación sagrada. Tanto la piedad
como el estudio son esenciales para un discipulado verdadero. Combinarlos ha sido
la meta de nuestro ministerio y de este libro.
x
ABREVIATURAS
AASOR Annual of the American School of Oriental Research.
AJA American Journal o f Archaeology.
AJSL The American Journal o f Semitic Languages and Literature.
ANEP J.B. Pritchard, The Ancient Near East in Pictures, 2a ed., Princeton,
1969.
ANET J.B. Pritchard, ed., Ancient Near Eastern Texts, 3fi ed., Princeton,
1969.
Ant. Josefo, Antigüedades de los judíos.
ARAB D.D. Luckenbill, ed., Ancient Records o f Assyria and Babylonia, 2
vols., Chicago, 1926-27.
BA Biblical Archaeologist.
BANE G.E. Wright, ed., The Bible and the Ancient Near East, 1961,
reimpresión Winona Lake, 1979.
BASOR Bulletin o f the American Schools o f Oriental Research.
BDB F. Brown, S.R. Driver y C.A. Briggs, A Hebrew and English Lexicon
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BDPT R.G. Turnbull, ed., Baker ’s Dictionary o f Practical Theology, Grand
Rapids, 1967.
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BJ Biblia de Jerusalén.
BJRL Bulletin o f the John Rylands Library.
BKAT M. Noth y H.W. Wolff, eds., Biblischer Kommentar Alten Testa
ment, Neukirchen.
BWANT Beitrage zur Wissenschaft von Alten und Neuen Testament.
BZAW Beihefte zur Zeitschrift ß r dieAlttestamentliche Wissenschaft.
CAH I.E.S. Edwards et al., eds., Cambridge Ancient History, 3a ed., 2 vols.
en 4 tomos, Cambridge, 1970.
CBQ Catholic Biblical Quarterly.
CCHS B. Orchard, ed., A Catholic Commentary on Holy Scripture, Nueva
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CTM Concordia Theological Monthly.
DJD Discoveries in the Judaean Desert o f Jordan, Oxford, 1955.
DOTT D.W. Thomas, ed., Documents from Old Testament Times, Nueva
York, 1961.
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PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
HDB J- Hasting, ed., Dictionary o f the Bible, 4 vols, Nueva York, 1898
1902; suplemento, 1904; edición revisada, 1 vol., 1963.
HKAT Handkommentar m m Alten Testament, Gotinga.
HSAT E. Kautzsch y A. Bertholet, eds., Die heilige Schrift des Alten
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HSM Harvard Semitic Monographs.
HTR Harvard Theological Review.
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ICC The International Critical Commentary, Edimburgo.
IDB G.A. Buttrick, ed., The Interpreter’s Dictionary o f the Bible, 4 vols.,
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IDBS K. Crim, ed., The Interpreter ’s Dictionary o f the Bible, Supplement,
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JJS Journal o f Jewish Studies.
JNES Journal o f Near Eastern Studies.
JPOS Journal o f the Palestine Oriental Society.
JQR Jewish Quarterly Review.
JSOT Journal for the Study o f the Old Testament.
JSOTS Journal for the Study o f the Old Testament, Supplement Series.
JSS Journal o f Semitic Studies
KAT E. Sellin y J. Herrmann, eds., Kommentar zum Alten Testament,
Leipzig, Gütersloh.
K JV King James Version
LXX Septuaginta
NASB New American Standard Bible
NCB D. Guthrie y J.A. Motyer, eds., Nuevo Comentario Bíblico, El Paso,
1977.
NCBC R.E. Clements y M. Black, eds., The New Century Bible Commen
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NEB New English Bible
NICOT R.K. Harrison, ed., The New International Commentary on the Old
Testament, Grand Rapids.
N IV New InternationalVersion
OBS J.J. Finkelstein y M. Greenberg, eds., Oriental and Biblical Studies,
Filadelfia, 1967.
ABREVIATURAS
LA AUTORIDAD
DEL ANTIGUO TESTAMENTO
l Antiguo Testamento era la Biblia que utilizaban Cristo y los apóstoles. Salvo
E raras excepciones (p.ej., 2 P. 3.16) en el Nuevo Testamento los términos
«Escritura» y «Escrituras» se refieren al Antiguo Testamento (p.ej., Jn. 5.39; 10.35;
Hch. 8.32; Gá. 3.8; 2 Ti. 3.16). Alrededor de dos décadas después de Cristo, las
únicas partes existentes del Nuevo Testamento eran relatos fragmentarios de la vida
y las enseñanzas de Jesús. En una época en que la influencia de la iglesia viva se
propagaba a Siria, Asia Menor y Africa del Norte, la predicación y la enseñanza se
basaban en el Antiguo Testamento según la reinterpretación de Cristo.
1
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
2
LA AUTORIDAD DEL ANTIGUO TESTAMENTO
1. Entre otros lo sostiene C.H. Dodd, According to the Scriptures, Londres, 1952, pp. 108ss.
Cf. E.E. Ellis, Paul’s Use o f the Old Testament, Grand Rapids, 1957, p. 113.
2. Ellis, P aul’s Use of the Old Testament, pp. 115s.
3. Ibid., p. 116.
4. Se ha definido a la tipología como «la comprobación de conexiones históricas entre
ciertos acontecimientos, personas o cosas del Antiguo Testamento y acontecimientos, perso-
nasocosas similares del Nuevo Testamento». VerG.W.H. Lampe y K.J. Woollcombe, Essays
in Typology, Londres, 1957, pp. 147ss.
3
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
4
LA AUTORIDAD DEL ANTIGUO TESTAMENTO
CONCLUSION
El modelo de autoridad y los principios de interpretación expuestos pueden
aplicarse a otros escritos del Nuevo Testamento tales como Hebreos, Santiago y
Apocalipsis. Intercalados con alusiones y citas del Antiguo Testamento, cada uno
las emplea a su modo. Santiago, por ejemplo, recurre en gran medida a la literatura
sapiencial de Israel y en particular a los métodos de enseñanza y al pensamiento de
Cristo, el Maestro Sabio. El autor de Hebreos emplea textos de prueba y tipos
veterotestamentarios para demostrar la notable superioridad de Cristo y de su nuevo
pacto. Juan, en el Apocalipsis, convencido de que Cristo es el Alfa y la Omega,
describe constantemente el clímax cósmico de la historia en términos tomados de
las descripciones del Antiguo Testamento de los actos de misericordia y juicio de
Dios; con ello, el libro sugiere que ese clímax es el mismo que citaban y anhelaban
los profetas: el triunfo del Reino de Dios.
Al seguir el ejemplo de su Señor de someterse a la autoridad de las Escrituras,
los autores del Nuevo Testamento en vez de hallar en ellas la letra que mata
encontraron testimonio inspirado de Ja acción redentora de Dios, la única que da
vida. No leían las Escrituras como si se tratara de colecciones de leyes esclavizantes
y carentes de vida sino como los primeros actos del gran drama de salvación, una
obra dramática cuyo actor central es el Señor. Los lectores modernos tienen igual
necesidad de conocer los primeros actos, pues en ellos aún se observan la actividad
de Dios y las diversas respuestas de entrega y rebelión que esa actividad despertó.
Aquello que fue decisivo, de importancia y autoridad para el Señor y la iglesia
primitiva, no puede ser menos en la actualidad (1 Co. 10.11).
La humanidad necesita la revelación íntegra, la Biblia toda, tanto para el estudio
como para la adoración. El Antiguo Testamento no pertenece sólo al pueblo judío
sino a todos. Es el relato de las formas en que Dios ha obrado; es el resumen de sus
demandas; es el registro escrito de la manera en que preparó la venida de Cristo; es
el mejor cuadro que nos permite comprender sus relaciones con la familia humana
a través de los siglos. En suma, es el fundamento indispensable sobre el cual se
edifica el Nuevo Testamento. Para comprender el Antiguo Testamento como escri
tura cristiana, debe ser observado a través de los ojos de Jesús y los apóstoles. Ellos
tenían la especial inspiración del Espíritu Santo para captar el significado de su
revelación en palabras y hechos y la dirección en que iban.
Pero al mismo tiempo el lector moderno debe tratar de contemplar los pasajes del
Antiguo Testamento en los términos originales. El lector debe preguntarse: «¿Qué
5
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
9. Sobre la relación entre los Testamentos, ver D. Moody Smith, Jr., «The Use of the Old
Testament in the New», The Use o f the Old Testament in the New and Other Essays, J.M.
Efird, ed., Durham, N.C., 1972, pp. 3-65.
6
2
REVELACION E INSPIRACION
EL PROBLEMA BASICO
a Biblia puede ser enfocada desde dos perspectivas. Como producto del antiguo
L Cercano Oriente puede estudiársela junto con la literatura similar que data
aproximadamente de la misma época. Una ventaja de este método es que lleva a
reconocer que los personajes bíblicos fueron personas reales, que tenían otros
propósitos en la vida además de recibir revelaciones de Dios y adorarlo en diversos
actos cúlticos. La idea de que como pueblo vivían en aislamiento se opone a la
evidencia bíblica, según la cual el pueblo de Yahvéh estaba en constante contacto
con muchas naciones y diversos sistemas religiosos. Por otra parte, este enfoque
comparativo tiene varias desventajas. Quizá la principal sea que cuando se señalan
las semejanzas entre el pueblo de Yahvéh y los pueblos vecinos tienden a desvane
cerse las diferencias significativas.1 El hecho innegable es que las demás religiones
del antiguo Cercano Oriente han desaparecido, mientras que la religión bíblica
permanece; la explicación más probable de esta supervivencia reside en las cualida
des distintivas de la religión bíblica.
El segundo enfoque parte de lo que la Biblia dice acerca de sí misma. Esto no
implica desentenderse de la historia y la geografía del antiguo Cercano Oriente, ni
de las religiones y la cultura de aquel mundo, pues la Biblia misma no lo hace. Pero
ciertas características de la religión bíblica o bien son únicas o son notablemente
diferentes de las religiones de los pueblos vecinos. Una de ellas es el concepto bíblico
según el cual Yahvéh, como se llama a Dios en el Antiguo Testamento,2 desea y
mantiene la comunicación con su pueblo.
La Biblia se inicia con un relato del Dios que crea los cielos y la tierra, crea a la
familia humana3 a su propia imagen (Gn. 1.26) y se comunica con ella (vv. 28-30).
Esa comunión original se interrumpió por la desobediencia (3.23), pero a pesar de
esa rebelión contra la autoridad de Dios, él continuó comunicándose con la huma
1. Ver la evaluación crítica de este enfoque en H.F. Hahn, The Oíd Testament in M odem
Research, ed. rev., Filadelfia, 1966, pp. 83-118.
2. No es que se trate de un Dios diferente del que se encuentra en el Nuevo Testamento, si
bien el nombre Yahvéh no aparece allí.
3. Heb. ’ádám es un término genérico que abarca al varón y a la mujer.
7
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
REVELACION
Dios se reveló a Abraham, Moisés, Samuel y a muchas otras personas. El profeta
Amós, al manifestar la autoridad de su mensaje, dijo: «Porque no hará nada Jehová
el Señor, sin que revele su secreto a sus siervos, los profetas» (Am. 3.7). Este
concepto de revelación se reitera con una frecuencia notable a lo largo de todo el
Antiguo Testamento.
8
REVELACION E INSPIRACION
Jebel Musa, identificado tradicionalmente con el Monte Sinaí, donde el Señor habló
a Moisés (Ex. 19.3). (W.S. LaSor)
9
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
percibiremos directamente por algún método sensorial. Hace falta que él se revele,
se «descubra», para comunicarse de formas perceptibles. En la Biblia se lo presenta
usando medios de comunicación audibles, visibles o perceptibles por algún otro
sentido, de manera que la humanidad «escuchaba» su «voz», «veía» alguna apari
ción o «sentía» el temblor de la tierra por su presencia. En segundo lugar, la
humanidad se presenta como una raza caída cuya rebelión contra Dios y esclavitud
al pecado le impiden oír, ver y comprender lo que se revela claramente.
10
REVELACION E INSPIRACION
5. La iglesia rechaza, con razón, la perspectiva de Marción y por lo tanto rechaza todo otro
punto de vista que tenga al Antiguo Testamento por menos que la palabra de Dios.
6. Aquí queda a un lado el problema de la naturaleza compleja de la voluntad de Dios. De
acuerdo con algunas declaraciones bíblicas, hasta la revelación de Dios a quienes no la reciben
cumple su propósito. Ver Is. 6.9 y su empleo en el Nuevo Testamento (Mt. 13.14s.; Mr. 4.12;
Le. 8.10; Jn. 12.39-41; Hch. 28.26s.).
11
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Registro escrito. La Biblia no sugiere en ningún momento que todas las revela
ciones de Dios se registraron por escrito. Por el contrario, los evangelios señalan
claramente que Jesucristo hizo y dijo muchas cosas que no se escribieron, las cuales
formaron parte de la revelación de Dios a esa generación (cf. Jn. 20.30). Pero, por
causa de las generaciones futuras y a la luz del propósito redentor permanente, fue
la intención de Dios que parte de su revelación se registrara por escrito a fin de que
sus acciones redentoras realizadas en generaciones pasadas sirvieran de ejemplo
para las generaciones venideras. El resultado de este registro escrito es la Biblia.
De acuerdo con las enseñanzas bíblicas, Dios ordenó la historia redentora de tal
forma que hubiera una secuencia de acontecimientos que condujeran al fin último,
a la consumación de su perfecta voluntad. Interpretó estos acontecimientos por
medio de revelaciones a sus siervos, a quienes se los describe como «hombres ...
movidos por el Espíritu Santo» (2 P. 1.21 BJ). Inspiró a estos siervos (o en algunos
casos a otras personas santas a quienes a menudo comunicaba las revelaciones
originales) a dejar registrados por escrito estos acontecimientos y su interpretación
para que se transmitiesen a las generaciones futuras. Es más, por medio de su Espíritu
ilumina a las personas de todos los tiempos para que reconozcan la autoridad de estos
escritos, los reciban por la fe como palabra de Dios y respondan con fe y obediencia.
12
REVELACION E INSPIRACION
8. Algunos consideran que el Espíritu guió a los autores bíblicos a corregir las fuentes o
escoger de ellas lo que Dios quena que se incluyera en su palabra.
9. Aun en estos casos, la interpretación ha de hacerse con sumo cuidado. En Ex. 32.16 y
34.1, se dice que Dios escribió las tablas de la ley en el Sinaí, pero en 34.28 parecería que
Moisés fue quien escribió. En la inspiración, Dios y su agente humano se identifican en un
grado muy alto.
13
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Niveles de inspiración. ¿Hay pasajes de las Escrituras que han sido inspirados y
otros que no? Hay pasajes de la Biblia que no resultan de la inspiración directa: por
ejemplo, citas de escritos profanos tales como algunas crónicas judiciales, el decreto
de Ciro y la obra de poetas griegos. Pero en la Biblia no se sugiere que Dios los haya
revelado. Hay pasajes de la Biblia que inspiran más que otros. Los Salmos, por
ejemplo, inspiran más que una larga genealogía o que las reglas levíticas para la
adoración en el antiguo Israel. Es mucho más probable que el lector llegue a la
salvación con algunos pasajes de las Escrituras que con otros, como los relatos de
la crucifixión o la epístola de Pablo a los Romanos, en contraste con los relatos de
los hechos de los reyes de Israel y Judá o los escritos del Predicador (Eclesiastés).
De todos modos, según la visión bíblica, toda Escritura es inspirada. Por lo tanto,
el Espíritu de Dios guió a los autores originales y a los editores para que incluyeran
tanto las revelaciones divinas como los hechos y dichos puramente humanos, pues
en el propósito redentor hace falta la totalidad para comprender las partes: las
mentiras de Satanás y la verdad de Jesucristo, los sacrificios levíticos y el de Cristo.
El mismo Dios se mantiene siempre en el centro, y mantiene su propósito en todo
momento; aun los pasajes de su palabra que parecen de menor importancia son
imprescindibles para comprender la totalidad de la revelación.11
10. Algunos comparan las Escrituras con la encamación, que tiene dos naturalezas, la divina
y la humana, cada una distinta de la otra aunque siempre presente.
11. Si continuamos, con cierto cuidado, con la analogía de las Escrituras y la encarnación,
podríamos decir que así como todo el cuerpo es indispensable, también cada parte de las
Escrituras es necesaria para el funcionamiento del todo; ver 1 Co. 12.12-27.
12. La doctrina del Islam sobre el Corán sostiene que Alá dictó las palabras y que el profeta
Mahoma tomó nota precisa hasta de la puntuación.
14
REVELACION E INSPIRACION
15
3
EL CANON
CONCEPTO DE CANON
a iglesia cristiana nació con un canon en las manos.1 La comunidad apostólica
L nunca conoció la falta de escritos autorizados.2 Sus raíces en el judaismo lo
garantizaban; los escritos inspirados habían formado parte de la herencia hebrea
desde el tiempo de Moisés. Es más, desde la tentación hasta la crucifixión, Jesús
enm arcó su ministerio con citas del Antiguo Testamento (ver Mt. 4.4, 7, 10; 5.18;
Jn. 10.35), testimonio convincente de que honraba los sagrados escritos de su
herencia judía. Ni sus opositores cuestionan su lealtad a los oráculos santos. Pueden
surgir serias divergencias en cuanto a la interpretación de las Escrituras, pero las
controversias nunca se centran en su autoridad. Además, Jesús no sólo honra la
autoridad del Antiguo Testamento, sino que se ofrece a sí mismo como su cumpli
miento: «era necesario que se cumpliese todo» (Le. 24.44). Tal como lo sugiere el
sermón de Pedro sobre el profeta Joel (Hch. 2.16-21,32s.), los escritos del Antiguo
Testamento junto con las enseñanzas de Cristo constituían el canon de la iglesia el
día de su nacimiento en Pentecostés.
La revelación de Dios a lo largo de los siglos se produjo por medio de una
combinación de hechos y palabras. Las plagas de Egipto podrían haberse interpre
1. El término «canon», tomado por los griegos de los semitas, quienes a su vez lo habían
tomado de los súmenos, en su acepción original significaba «caña». Dado que las cañas se
usaban generalmente como varas de medición, la palabra adoptó diversos significados rela
cionados con las medidas, entre ellos: «regla», «norma», «ley», «límite», «lista», «índice».
2. B.S. Childs considera que el desarrollo del canon como cuerpo literario autorizado está
intimamente ligado a la vida de la comunidad que lo conservó: «La Palabra autorizada dio a la
comunidad su forma y su contenido en obediencia al mandato divino y, de manera recíproca, el
proceso por el cual los oyentes recibieron la tradición autorizada fue dándole forma a su vez a
los mismos escritos por medio de un proceso histórico y teólogico de selección, colección y
organización. La formación del canon no fue una posterior convalidación extrínseca de un
cuerpo de escritos, sino que entrañó una serie de decisiones que afectaron profundamente la
forma de los libros. Si bien es posible distinguir distintas fases en el proceso de canonización ...
las primeras decisiones no difieren cualitativamente de las posteriores. Si se intenta trazar una
distinción muy marcada entre escritura y canon, es probable que se pierda el elemento esencial
del proceso»; Jntroduction to the Oíd Testament as Scripture, Filadelfia, 1979, pp. 58s.
16
ELCANON
17
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
En contraste con los reyes de Egipto y Asiría, quienes solían equiparar la ley con su
propia voluntad, Josías se sometió a la autoridad de los rollos, reconociendo el
mandato ineludible de la ley escrita de Dios (2 R. 23.3). La esencia de la canonicidad
reside en que hubo personas que oyeron y obedecieron un libro, con la certeza de
que Dios les hablaba por medio de él.
18
ELCANON
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Papiro Nash (siglo i o II a.C.), que contiene los Diez Mandamientos y el shema
(Dt. 6.4s.). (Biblioteca de la Universidad de Cambridge)
19
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
20
ELCANON
21
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
ó.Términosutilizados por primera vez por Sixto de Siena en 1566; R.J. Forster, «Formation
and the History oftheCanon», CCHS, párr. 13b; J.E. Steinmueller.A Companion toScripture
Studies, Nueva York, 1941, p.47.
7. Forster, CCHS, párr. 13b: «I.e., no es obra del autor a quien se atribuye o, si es anónimo,
no corresponde a la fecha que se le asigna». En obras recientes algunos estudiosos católicos
(p.ej. obras sobre Deutero-Isaías) sugieren que la definición de «ni inspirados ni auténticos»
deberá modificarse.
8. La confesión del patriarca Cirilo Lucano de 1629 a favor de la diferenciación de la
canonicidad tal como la expresaran los reformadores fue rechazada por sus sucesores y por el
sínodo de Constantinopla y Jerusalén en 1672; cf. A. Fortesque, The Orthodox Eastem
Church, 3a. ed., Londres, 1929, pp. 264ss. No obstante, la mayoría de los eruditos de la Iglesia
Griega suscriben el canon más reducido que sólo comprende las obras protocanónicas.
9. Prologusgaleatus, el que incluyó al principio de su traducción de la Biblia al latín (luego
llamada Vulgata).
10. Eusebio, Historia eclesiástica vi.25. Nótese que los fragmentos hebreos de Sirac
(2Q18[2QSir] = Sir. 6.14; 20.31) y Tobías (4QTob, fragmentos de un manuscrito hebreo y
tres árameos) fueron hallados entre los rollos del Mar Muerto; cf. W.S. LaSor, Amazing Dead
Sea Scrolls, Chicago, 1956, pp. 242s.
22
E L CANON
y los reformadores sólo reconocieron en los escritos del canon hebreo la autoridad
que los hacía merecedores de su inclusión en el Antiguo Testamento.11
VERSIONES EN VERSIONES EN
BIBLIA HEBREA (24) CASTELLANO (39) CASTELLANO (46)
Protestantes Católicas
11. Es más, parecería que Cristo y los apóstoles, por el hecho de no citar las obras
deuterocanónicas les restaban autoridad. Sin embargo, este razonamiento podría extenderse a
algunas de las obras protocanónicas que no se citan en el Nuevo Testamento.
23
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
24
4
FORMACION
DEL ANTIGUO TESTAMENTO
LAS LENGUAS
Las dos lenguas del Antiguo Testamento, hebreo y arameo, pertenecen a la fam ilia
de lenguas «semíticas», palabra derivada del nombre Sem, uno de los hijos de Noé.1
Al parecer los semitas originalmente provenían de la península de Arabia. Las
innumerables migraciones hacia Mesopotamia, Siria, Palestina y algunas regiones
del Africa dieron como resultado cambios graduales en el lenguaje y, por consiguien
te, el desarrollo de lenguas distintas aunque relacionadas entre sí. Si bien toda
clasificación trae aparejada alguna dificultad, puede resultar útil una agrupación
geográfica como la representada en la siguiente lista:
1. No todos los descendientes de Sem hablaban lenguas semíticas. Por ejemplo, Elam y
Lud hablaban lenguas no semíticas (Gn. 10.22), mientras que algunos descendientes de Cam
(p.ej., Canaán, v. 6, y los hijos de Cus mencionados en el v. 7) hablaban lenguas semíticas, y
no camiticas.
25
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Semítico del Este Semítico del Norte Semítico del Oeste Semítico del S u r
Babilónico Arameo Cananeo Arabe
Asino Amorreos Moabita Etíope
Fenicio Arabe antiguo
Ugarítico del sur
Hebreo
Los logros titánicos de los lingüistas y filólogos del siglo pasado han colocado a
los eruditos de hoy en una posición mucho más favorable para interpretar las
Escrituras de acuerdo con el contexto lingüístico y cultural, que la que haya gozado
cualquier otra generación en la historia de la iglesia.
Hebreo. Las afinidades entre el hebreo y las demás lenguas cananeas se reconocen
en el Antiguo Testamento mismo, pues uno de los nombres que se le da a este idioma
es literalmente «labio de Canaán» (Is. 19.18). Las narraciones de los patriarcas de
Génesis sugieren que la familia de Abraham hablaba en arameo y que los patriarcas
y sus descendientes aprendieron un dialecto cananeo al establecerse en Canaán. En
Génesis 31.47 Jacob dio un nombre hebreo al majano, mientras que Labán le dio un
nombre arameo. De particular utilidad en la interpretación de la lengua hebrea han
sido las numerosas inscripciones fenicias del tiempo de la monarquía hebrea (siglo
X al VI a.C.), la piedra moabita (una excelente ilustración de la relación entre las
lenguas hebrea y moabita) y las tablas ugaríticas de Ras Shamra en la costa del norte
de Siria. Si bien más distante del hebreo que el fenicio y el moabita, la lengua
ugarítica ha contribuido al conocimiento del hebreo y de la vida y literatura del
Antiguo Testamento de forma más significativa que las otras lenguas mencionadas,
tanto por la cantidad como por la calidad de su literatura. La desalentadora escasez
de textos hebreos contemporáneos del Antiguo Testamento acentúa la importancia
de estas lenguas afínes.3
Sin duda los manuscritos hebreos más antiguos se escribieron utilizando el
alfabeto fenicio, que se conserva en las inscripciones fenicias y moabitas antes
mencionadas. Al parecer, la grafía de caracteres cuadrados reemplazó esta escritura
alrededor del año 200, si bien el antiguo estilo aparece ocasionalmente en los rollos
del Mar Muerto, en especial en el nombre divino Yahvéh. Los manuscritos más
antiguos constaban sólo de consonantes: el lector debía añadir la pronunciación
vocálica.4
Las vocales escritas (o puntos vocálicos) que aparecen en la Biblia hebrea impresa
26
FORMACION DEL ANTIGUO TESTAMENTO
se añadieron algún tiempo después del año 500 d.C. por los masoretas, un grupo de
eruditos judíos que fijó la pronunciación del hebreo bíblico de acuerdo con su propia
comprensión. Sin embargo, las traducciones más antiguas del Antiguo Testamento
y la evidencia extrabíblica, tal como ciertas palabras de las cartas de Amama,5
sugieren que la pronunciación tradicional de los masoretas en muchos casos difiere
de la lengua bíblica original. En efecto, es probable que originalmente el hebreo bí
blico presentara variaciones dialécticas, luego oscurecidas por los esfuerzos maso
retas de unificación.
Las palabras hebreas, así como las de las demás lenguas semíticas, por lo general
se basan en una raíz de tres consonantes. Los distintos patrones vocálicos junto con
la adición de prefijos y sufijos determinan el valor semántico de la palabra. Por ejem
plo, algunas palabras basadas en la raíz mlk son: melek, «rey»; malká, reina; malkut,
«reinado»; mülak, «él reinó»; mamlül¡á, «reino».
El sistema verbal difiere en algunos aspectos del de los idiomas que nos son más
familiares. Por ejemplo, consta de dos tiempos verbales, que en realidad denotan
aspecto de la acción (i.e., completa o incompleta) y no especificaciones temporales
(que generalmente se establecen por el contexto). La gramática hebrea tiende a ser
simple y directa, especialmente en cuanto a estructura oracional. Por ejemplo, las
proposiciones coordinadas son mucho más frecuentes que la subordinación.
La relación entre la lengua hebrea y las formas de pensamiento distintivas del
hebreo es un asunto problemático. Los lingüistas no están de acuerdo sobre la
relación entre el idioma de un pueblo determinado y su visión de la realidad. ¿Podrían
haberse expresado las verdades bíblicas con igual precisión en algún otro idioma?
Una negación demasiado rotunda podría sugerir que sólo el conocimiento del hebreo
garantiza precisión en la comprensión del significado del Antiguo Testamento. Una
afirmación demasiado enfática podría minimizar el hecho de que Dios escogió
registrar su revelación en esta lengua, y el Dios de la Biblia no hace nada por
casualidad.6
27
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Si bien el predominio del a rameo fue relativamente tardío, tenía ya una larga
historia antes de convertirse en lengua franca del Medio Oriente. Por esta razón, los
eruditos han optado por una actitud más cuidadosa antes de rotular de «tardío» a un
pasaje de la Biblia hebrea sobre la base de las palabras arameas que allí aparecen.
De hecho, algunos estudiosos señalan el uso de una palabra aramea (la palabra
traducida «repetir» en Jue. 5.11) en uno de los poemas más antiguos de la Biblia, el
Cántico de Débora (ca. 1150).
El libro de Génesis revela la relación cercana entre los pueblos de habla hebrea
y los de habla aramea (p.ej., Gn. 31.47). En medio de un oráculo contra la idolatría
dirigido al pueblo de Judá, Jeremías introduce un verso en arameo de juicio contra
los dioses falsos:
Les diréis así: Los dioses que no hicieron los cielos ni la tierra, desapa
rezcan de la tierra y de debajo de los délos. (Jer. 10.11)
Quizá haya elegido este recurso para que la condena de los dioses gentiles fuera más
gráfica al censurarlos en una lengua gentil: el arameo.
Si bien los funcionarios de la corte de Judá conocían el arameo mucho antes del
exilio (nótese la conversación entre la delegación de Ezequías y el Rabsaces de
Asiría, ca. 701; 2 R. 18.17-37), muchas personas del común del pueblo lo adoptaron
como lengua materna durante el cautiverio y después. De allí que los autores de
Esdras y Daniel no consideraran necesario ofrecer una traducción de los largos
pasajes en arameo de sus escritos.
EL TEXTO
Uno de los principales problemas de los estudiosos de la Biblia ha sido tratar de
establecer con la mayor aproximación posible la forma exacta de los escritos
originales (a veces denominados autógrafos). Tras siglos de copia y aun de revisión
ha sufrido cambios de vocabulario, de expresión y quizá, de vez en cuando, del orden
de los versículos o las secciones. Omisiones y adiciones pequeñas han entrado en el
texto, así como errores de ortografía y de división de palabras. No sería justo acusar
de irresponsables a los escribas en el manejo del texto, pero como seres humanos
seguramente cometieron errores a pesar de su cuidado y diligencia. La tarea de la
crítica textual es detectar esos errores y restituir los textos hebreos y árameos a la
forma más aproximada posible al original.
Gospels and Acts, 3a. ed., Londres, 1967. Ver además referencias en el cap. 51 con respecto
a! libro de Daniel.
8. Ver Sal. 40.7 [TM 6]; Jer. 36.2ss. (la mejor descripción de los métodos de escritura);
Ez. 2.9-3.3; Zac. 5.1s.
29
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
formados por numerosos pedazos cosidos y alisados. El rollo de Isaías (lQ Is3), por
ejemplo, consta de diecisiete hojas cosidas que forman un rollo de unos siete metros
de largo. El escriba se tomó el trabajo de trazar líneas horizontales y perpendiculares
en el pergamino, que sirvieran de guía a los renglones y las columnas (cf. Jer. 36.23)
y así favorecieran la prolijidad.
Sin embargo, es probable que los documentos bíblicos más antiguos hayan sido
escritos sobre papiro, que ya se utilizaba en Egipto en el tercer milenio y se exportaba
a Fenicia hacia el 1100, si no antes. El material de estos rollos se preparaba cortando
las cañas de papiro y colocando una capa de caña sobre otra en ángulo recto. La
goma natural del papiro actuaba como pegamento entre las tiras cruzadas de cada
sección y las distintas secciones que se unían entre sí para formar un rollo. Los
escribas utilizaban sólo el interior del rollo para escribir y las tiras horizontales les
servían como guía. Aunque el papiro Harris mide más de treinta y cinco metros, un
rollo de más de diez metros era difícil de fabricar e incómodo para manipular. Quizá
se explique así en parte la extensión de algunos de los libros del Antiguo Testamento.
La escritura más formal se hacía sobre papiro, pero también se utilizaban otros
materiales, por lo general, para mensajes breves: tablas de madera, cera o arcilla, y
fragmentos de ollas de barro rotas (ostracas). Como el papiro es un material
perecedero resulta muy poco probable que se realicen descubrimientos significativos
de rollos de papiro en Israel o el Jordán, en donde, a diferencia de Egipto, el clima
es demasiado húmedo para permitir su conservación. La transición del papiro al
pergamino al parecer ocurrió en los últimos siglos de la era precristiana, mientras
que el uso de los códices (libros) en vez de rollos se remonta al siglo I d.C. La
introducción de la forma de libro facilitó mucho la circulación de las Escrituras, pues
por primera vez pudo reunirse a todos los escritos en un volumen manejable.
Los instrumentos usados para escribir en la antigüedad eran muy variados y
dependían del sistema de escritura empleado. La grafía cuneiforme, por ejemplo, se
grababa en piedra con un cincel (en el caso de documentos permanentes o públicos)
o se inscribía en tablas de arcilla con un estilo. El instrumento usado habitualmente
en Israel era el estilete de caña, cuya punta probablemente se afilaba con un
cortaplumas, aunque Jeremías habla de un cincel de hierro con punta de diamante
(17.1), que quizá se empleaba para escribir sobre materiales más duros. La tinta que
se utilizaba con los estiletes de caña se fabricaba con el hollín de las lámparas que
quemaban aceite de oliva y, mucho después, con diversos polvos metálicos. La
sorprendente durabilidad de la tinta no metálica se comprueba en los rollos de
Qumrán y en las cartas de Laquis, de más antigua data.
Unificación del texto. Las antiguas traducciones del Antiguo Testamento y los
rollos del Mar Muerto reflejan cierto grado de libertad en la forma en que los escribas
copiaron y volvieron a copiar los documentos bíblicos en la era precristiana. Tanto
en la escritura fenicia antigua como en el alfabeto de caracteres cuadrados existen
letras que por su semejanza pueden confundirse. Es más, las evidencias demuestran
que se han omitido secciones breves por homoioteleuton (Gr. «terminación simi
lar»), pues el escriba debe de haber pasado con una mirada veloz de una frase a otra
de terminación similar y omitido el texto intermedio. Otro error común sucedía
30
FORMACION DEL ANTIGUO TESTAMENTO
31
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
11. R. Kittel, Biblia Hebraica (la revisión de K. Elliger y W. Rudolph, Biblia Hebraica
Stuttgartensia, Stuttgart, 1968-1977) reproduce con precisión el texto de ben Asher, si bien
las lecturas alternativas que ofrece dentro del material de crítica textual no siempre son precisas
y las enmiendas sugeridas no siempre han sido opciones felices; v erB J. Róberts, «TheTextual
Transmission of the Oíd Testament», Tradition and Interpretation, G.W. Anderson, ed.,
Oxford, 1979, pp. 1-30.
12. Esto concuerda con lo que A. Bentzen llama «la moderna evaluación más elevada del
Texto Masorético»; Introduction 1, p. 96.
32
FORMACION DEL ANTIGUO TESTAMENTO
la comprensión del TM tal como aparece, pero aún sin éxito, se deberá examinar la
evidencia de otros manuscritos y las versiones antiguas.
Sin embargo, no todas las versiones tienen el mismo valor. Una versión derivada
de otra (a veces llamada versión «secundaria» o «hija») no tiene la misma autoridad
que las versiones primarias basadas en el texto hebreo. Es más, cada versión tiene
sus propios problemas textuales; algunas partes quizá hayan sido traducidas con
mayor precisión o se basen en manuscritos más confiables. Cuando se presentan
varias lecturas razonables puede emplearse una serie de reglas empíricas. En primer
término, por lo general, ha de preferirse la interpretación más difícil, pues los
escribas y traductores solían simplificar los pasajes intrincados. Asimismo, a menu
do será preferible la lectura más breve, pues los copistas eran más propensos a
agregar glosas al texto, que a om itir frases u oraciones auténticas. El tercer principio,
que es de suma im portancia, consiste en aceptar como auténtica la versión que mejor
responda a todas las demás. Solamente después de que todos los esfuerzos por
restablecer el texto sobre la base de la evidencia de las lecturas diversas hayan
conducido a un callejón sin salida, se justifica adivinar lo que el texto debe de haber
dicho. Aun así, se deberá reconocer el carácter tentativo de estas conjeturas.
Felizmente, ha quedado atrás la época en que los eruditos bíblicos enmendaban el
texto sin piedad ni miramientos. Cada vez más, la consigna es andar con cuidado.
Se adoptan lecturas y se sugieren enmiendas exclusivamente sobre la base de un
minucioso análisis textual y lingüístico.
Cabe aquí una confirmación. En ningún momento se pone en duda la enseñanza
básica del Antiguo Testamento. Los lectores de los diversos textos hebreos y de las
versiones antiguas escucharon la palabra de Dios y respondieron tal como los
lectores modernos responden a las traducciones. El significado exacto de algunas
palabras es dudoso (varios centenares de palabras hebreas son difíciles de definir
con certeza porque sólo aparecen una o dos veces en la Biblia) y en muchos pasajes
la forma exacta del texto hebreo es discutible. No obstante, los eruditos bíblicos han
logrado reconstruir el significado probable de la mayoría de los pasajes difíciles y
se ha llegado a comprender el mensaje de virtualmente todas las secciones del
Antiguo Testamento. El Antiguo Testamento que Dios ha considerado digno de
preservarse es confiable como palabra suya verdadera y auténtica.
VERSIONES ANTIGUAS
La expresión «versiones antiguas» se refiere a una serie de traducciones del
Antiguo Testamento que datan de fines de la era precristiana y comienzos de la era
cristiana. Debido a la escasez de manuscritos hebreos antiguos estas versiones
resultan testimonios sumamente importantes de las tradiciones textuales y no ha de
subestimarse el papel que les cupo en la propagación tanto de la fe judía como de la
fe cristiana.
33
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
edicto de Ciro (ca. 538) estalló en el tiempo de Esdras y Nehemías (entre el 450 y
el 400). Estas antiguas hostilidades, que provenían ya de antes del período de
desintegración en tiempos de Jeroboam (ca. 931), se mantuvieron encendidas y aún
permanecían latentes en el tiempo del Nuevo Testamento (cf. Jn. 4.7-42). Si bien no
se conocen con precisión los detalles de la ruptura final, sin duda hacia ca. 350 ya
se había producido la escisión completa entre judíos y samaritanos. El hecho de que
los Hagiógrafos (o los Escritos, la tercera sección de la Biblia hebrea) estaban
compilándose durante la época de conflicto y que los escritos proféticos incluían
frecuentes críticas al reino del norte con capital en Samada, sin duda contribuyó a
limitar el canon samaritano al Pentateuco.
Sin ser una versión propiamente dicha, el Pentateuco Samaritano (que aún se
conserva en la pequeña comunidad de Nablus, cerca de la antigua Siquem) mantiene
una forma antigua e independiente del texto hebreo. En la mayoría de los casi seis
mil casos en que difiere del TM es por cuestiones ortográficas y gramaticales. Tanto
judíos como samaritanos quizá introdujeron ligeras variaciones en el texto para
refutar los argumentos de los opositores. Por ejemplo, en Deuteronomio 27.4, el
término Ebal del TM, en el texto samaritano pasa a ser Gerizim, el monte sagrado
de Samaría; cf. Jn. 4.20. Asimismo, en más de una veintena de pasajes de Deu
teronomio (p.ej., 12.5, 11, 14, 18; 14.23-25), «el lugar que Jehová vuestro Dios
escogiere» del TM se reemplaza por «ha escogido» a fin de probar que el monte
sagrado es Gerizim y no Sion (que cayó en manos de Israel mucho después, en
tiempos de David).
Si bien no ha sobrevivido ninguna edición crítica muy exacta, el texto samari
tano es sumamente valioso para confirmar determinadas lecturas de las versiones
antiguas, en particular, la LXX, con la cual concuerda en contraste con el TM en
alrededor de dos mil casos, muchos de los cuales son correcciones de ortografía.
Por ejemplo, en Génesis 10.4 Dodanim en el TM debería ser Rodanim; cf. LXX
y 1 Cr. 1.7 VP. En Génesis 22.13 el texto del TM y he aquí a sus espaldas un carnero
debería ser y he aquí un carnero; cf. LXX. Estas modificaciones consisten en el
cambio dentro de una palabra hebrea de r por d, letras que se asemejan mucho tanto
en la escritura fenicia como en la de caracteres cuadrados. Otras consisten en la
omisión de una palabra. Por ejemplo, Génesis 15.21 probablemente debería leerse
como en la LXX: «los gergeseos, los heveos y los jebuseos». A veces se ha omitido
una frase íntegra en el TM y se la puede restituir apelando al texto samaritano y a la
LXX, como, por ejemplo, las palabras de Caín en Génesis 4.8: «Salgamos al
campo».13
Los tárgumes arameos. Debido al avance del arameo como lengua oral en lugar
del hebreo luego del regreso del exilio, fue necesario acompañar la lectura en la
sinagoga con una traducción aramea. Orales en su origen, los tárgumes quizá
comenzaron a adoptar la forma escrita poco antes de la era cristiana. Su historia es
difícil de reconstruir, pero los principales problemas que impiden el uso de los
13. Ver R.H. Pfeiffer, Introduction to the Old Testament, ed. rev., Nueva York, 1948,
p. 103.
34
FORMACION DEL ANTIGUO TESTAMENTO
tárgumes escritos en los estudios textuales son la falta de buenas ediciones críticas
y el hecho de que a veces se convierten en paráfrasis o comentarios en vez de ser
traducciones.14
La traducción más importante y más fiel es el Tárgum de Onquelos,15 la versión
oficial del Pentateuco para la sinagoga. De cierta utilidad en la crítica textual para
corroborar otras versiones, Onquelos es más importante como testimonio de la
actitud judía hada el Antiguo Testamento. Su larga historia —algunos pasajes datan
de comienzos de la era cristiana y la revisión definitiva, de la Babilonia de los siglos
IV o v d.C.— ha hecho posible la introducción de breves comentarios o glosas de
interpretadón, que echan luz sobre el credmiento del judaismo, aunque son de poco
valor en lo referente a la crítica textual.
En contraste con el Tárgum de Onquelos se halla el Tárgum de Jerusalén, escrito
en un dialecto arameo y concluido alrededor del siglo VII d.C. Aunque presenta
algún material más antiguo, las traducciones están atestadas de tradiciones judías e
instrucciones legales, por lo que resulta de mayor interés al estudiante del judaismo
que al crítico textual.16
17
La traducdón aramea ofidal de los profetas, el Tárgum de Jonatán se efectuó
en Babilonia alrededor del siglo V d.C., después de pasar por una revisión palestina.
El texto es más libre que el de Onquelos, especialmente en los Profetas Posteriores
y es probable que no gozara de tanto prestigio en el judaismo.
Los tárgumes de los Escritos son numerosos y diversos. La mayoría son paráfrasis
en vez de traducciones. Además, su utilidad en los estudios textuales se ve redudda
por datar de una época demasiado tardía (siglo VII d.C. y aun después).
Los samaritanos también elaboraron un tárgum de su Pentateuco. Se conserva en
diferentes formas sin que se haya descubierto aún una edición oficial; éstas reflejan
la fluidez textual de los antiguos tárgumes que antecedieron al texto oficial y la
libertad con que a veces los traductores trataban el texto bíblico.
14. En el presente, A. Sperber, ed., TheBible inAramaic, 4 vols., Leiden, 1959-1973, cubre
la falta de un texto crítico confiable.
15. Al parecer una deformación babilónica de «Aquila», nombre que también honra una
versión griega antigua de la Biblia.
16. Dos tárgumes antiguos hallados sólo en forma fragmentaria, el Tárgum Palestino sobre
el Pentateuco y el Tárgum Jerusalén II (o Tárgum Fragmento), confirman la naturaleza
didáctica e interpretativa de los tárgumes, pues contienen una abundante cantidad de comen
tarios extrabíblicos.
17. La tradición judía atribuye este tárgum a Jonatán ben Uziel, discípulo del famoso rabí
Hillel en el siglo I d.C. En cambio, algunos eruditos modernos asocian el nombre con su
equivalente griego, «Teododón», nombre de quien fuera responsable de una de las versiones
griegas. Sin embargo, no se puede considerar que los textos oficiales de los tárgumes sean la
obra de individuos, sino más bien de grupos de eruditos que recopilaban las tradiciones
targúmicas conocidas.
35
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
sin embargo, lograron traducciones que concordaban palabra por palabra. La LXX
recibe su nombre de la cantidad de traductores que, según la tradición, fueron
responsables del trabajo (lat. septuaginta, «setenta», de allí LXX). Al parecer se
originó en la comunidad judía de Alejandría entre los años 250 y 100 a.C. Su
desarrollo ha sido comparado con el de los tárgumes: se realizaron diversas traduc
ciones extraoficiales a medida que surgió la necesidad, y el texto pasó por cierto
grado de unificación a comienzos de la era cristiana,18 época en que la iglesia la
adoptó como versión autorizada del Antiguo Testamento.
La LXX presenta una considerable diversidad en cuanto a perspectivas teológicas
y al grado de literalidad, por lo cual no puede aceptarse sin previa consideración.
No obstante, es de suma significación para los estudios textuales, pues presenta una
forma del texto hebreo previa a la unificación que se produjo a comienzos de la era
cristiana. Junto con el Pentateuco Samaritano y los manuscritos del Mar Muerto, es
el testimonio más valioso de la forma premasorética del texto hebreo.
18. P. Kahle, The Cairo Genizah, 2a. ed., Londres, 1959; Kahle y otros (p.ej., Bentzen,
Introduction 1, pp. 80-85; E. Würthwein, The Text o f the Old Testament, trad. E.F. Rhodes,
Grand Rapids, 1979) mantienen esta teoría, mientras que H.S. Gehman, «Septuaginta»,
TCERK 2.1015-17; y H.M. Orlinsky «On the Present State of Proto-Septuagint Studies»,
JAOS 61, 1941, pp. 81-91, defienden la teoría de la LXX arquetípica u original que fue
adoptando diferentes formas por medio de la copia y la revisión editorial.
36
FORMACION DEL ANTIGUO TESTAMENTO
19. P.A.H. de Boer, ed., Vetus Testamentum Syriace iuxta simplicem Syrorum versionem,
tomo 1, Leiden, 1972.
20. Una edición moderna de los textos latinos antiguos está en ejecución; B. Fischer, ed.,
Vetus Latina: Die Reste der altlateinischen Bibel, Freiburg, 1949-.
21. No obstante, los eruditos católicos modernos estudian con avidez y muy buenos
resultados las Escrituras en hebreo, arameo y griego; la BJ es prueba de ello.
37
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
ajmímico y al bohaírico («Del bajo», i.e., del norte de Egipto). Muchos manuscritos
del siglo IV y aun del siglo III se han preservado gracias al clima seco de Egipto.
En cambio, los manuscritos de las traducciones etíopes datan del siglo XIII en
adelante, aunque es probable que la traducción haya comenzado hacia fines del siglo
IV. La mayoría de los manuscritos existentes se derivan de la LXX pero han sido
modificados por influencia de las versiones árabes medievales. A excepción de
algunos libros o secciones individuales, no existe ninguna edición crítica confiable.
Las versiones armenia y árabe son posteriores. La armenia data del siglo V y al
parecer se basa en la Peshita y la LXX. Más que una traducción oficial, la árabe surgió
en Egipto, Babilonia y Palestina en una proliferación de versiones derivadas de un
conjunto variado de versiones disponibles: la hebrea o samaritana, la LXX, la Peshita
y la copta. La más antigua quizá sea preislámica (ca. 600 d.C.), pero las demás son
de varios siglos más tarde.22
22. Sobre otras versiones, p.ej., gótica, georgiana, eslava antigua, anglosajona, consultar
TCERKy J.D. Douglas, ed., The New International Dictionary oftheChristianChurch, Grand
Rapids, 1974.
38
5
GEOGRAFIA
X a cantidad de nombres geográficos que aparecen en el Antiguo Testamento
1 -i—centenares de nombres de ciudades y países, montañas y valles, ríos y mares,
y demás accidentes geográficos— 1 lo distinguen del resto de la literatura religiosa.
Según la Biblia, la revelación de Dios se llevó a cabo en el espacio y en el tiempo
y, por lo tanto, una correcta interpretación requerirá prestar atención a los datos
geográficos e históricos del texto.
EL MUNDO BIBLICO
Aquella región en la que convergen Europa, Asia y Africa se caracteriza por
diversos rasgos físico-geográficos significativos. Desde el Océano Atlántico hasta
el sudeste asiático se extiende una cadena montañosa casi continua: las cordilleras
de los Pirineos, los Balcanes, el Cáucaso, los montes Elburz, Hindú Kush y el
Himalaya. Al retener los vientos fríos, estas montañas otorgaron a las tierras del sur
un clima favorable para el desarrollo de las civilizaciones en los tiempos antiguos.
Asimismo contenían las invasiones del norte. En el sur también existe un límite
natural, que es básicamente desértico (los desiertos del Sahara, de Siria y de Arabia).
Además de servir de barrera contra la invasión desde el sur, juntamente con los
límites naturales del norte mantenía dentro de la región a los pueblos que habitaban
entre las montañas y el desierto. En consecuencia, el mundo del Mediterráneo, la
región mesopotámica, las estribaciones de la meseta iraní y el valle del río Indo se
convirtieron en «la cuna de la civilización», la zona en la cual el hombre progresó
y dejó de ser un cazador y pescador salvaje para convertirse en un productor
de alimentos, un hombre civilizado. Una vez que pudo permanecer en su tierra
y producir alimentos, el hombre pudo aplicar sus energías en el cultivo de las
artes, las artesanías y los oficios: construir ciudades, dedicarse a la alfarería, crear
instrumentos musicales, descubrir procesos para la metalurgia, inventar la escri
tura, y desarrollar todas las demás facetas que componen el amplio concepto de
«civilización».2
39
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
La región que se extiende entre las montañas y los desiertos puede ser llamada el
«mundo bíblico» (ver mapa). Todos los acontecimientos registrados en la Biblia se
desarrollaron en esa región o bien tuvieron como protagonistas a los pueblos de la
región.3 Los personajes centrales del Antiguo Testamento vivían principalmente en
Palestina, pero en determinados momentos estuvieron en la Mesopotamia y en
Egipto. Cada tanto aparecen en la historia otros pueblos de Persia, Arabia del Sur,
Etiopía (Cus, quizá Nubia), Asia Menor, las islas del Mediterráneo (Chipre y Creta),
Grecia y otras regiones.
PALESTINA
El nombre. A principios del siglo XII a.C., algunos «pueblos del mar» de algún
lugar cercano a Creta o Grecia intentaron invadir Egipto. Ante el fracaso de este
40
GEOGRAFIA
intento, algunos, entre los que se contaba un pueblo llamado «filisteo»,4 desembar
caron en la costa sur de Palestina. En el siglo V Herodoto, el «padre de la historia»,
se refiere a la región como «Siria Filistea»5 y posteriormente los griegos trazan la
diferenciación entre «Siria Filistea» y «Celesiria».6 De la palabra griega Palaistina
se derivó la palabra latina Palestina.
El nombre Palestina, que sólo comenzó a emplearse después del siglo V a.C., no
aparece en el Antiguo Testamento. En cambio, a menudo se la denomina «la tierra
de Canaán», dado que sus principales habitantes eran los cananeos.7 También se la
conoce como «la tierra prometida», por la promesa que Dios hizo a Abraham
(Gn. 17.7s.) y que reiteró a sus descendientes. Luego de la ocupación israelita, se la
denomina «Israel» o «la tierra de Israel» (1 S. 13.19, etc.). La expresión «Tierra
Santa» (cf. Zac. 2.12) se popularizó en la Edad Media.
4. En el octavo año de Ramsés III (ca. 1190 a.C.), se registra que el faraón repelió una
invasión de pueblos del mar, y se menciona a losprst (filisteos) y a cuatro pueblos más.
5. Herodoto i.105, en téPalaistinéSurie.
6. En sentido estricto, el valle entre el Líbano y el Antilíbano. No obstante, el nombre se
empleaba con referencia a diversos lugares de la región que se extendía más allá de Palestina,
hasta el Eufrates, que incluía Damasco, partes de Transjordania y aun Escitópolis (Betsán).
Cf. JosefoAnt. xiii. 13.2, párr. 355.
7. En las cartas de Amarna (EA 8.17; 137.76; etc.) la región es llamada kinahni o kinahhi,
que muy probablemente sea análoga a la palabra hebrea que se traduce «Canaán». Las
evidencias del dialecto de Nuzi sugieren que el significado podría ser «púrpura»; en ese caso,
tendría el mismo origen que el nombre griego de «Fenicia», que proviene de la tintura extraída
del múrice, molusco que se obtenía en la costa de Palestina.
8. En el Nuevo Testamento no se emplea el término «Palestina». Transjordania recibe el
nombre de «Perea», que tiene aproximadamente el mismo sentido (en griego significa «[la
tierra] del otro lado»); a veces la tierra «de este lado» se llama «Cisjordania». En esta
exposición haremos distinción entre Palestina y Transjordania.
9. Vaguada que permanece seca excepto en la temporada de lluvia.
10. No nos referimos aquí al estado moderno de Israel. Sobre los lugares mencionados en
Nm. 34, ver Y. Aharoni, TheLatid ofthe Bible, 2a. ed., Filadelfia, 1979, pp. 69s.
41
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
El río Jordán cuando serpentea a través de la llanura inundable del Zor, el oasis
selvático a lo largo de sus orillas. (A.D. Baly)
Divisiones norte-sur. Las divisiones políticas varían con relativa rapidez, pero
los accidentes físicos permanecen casi intactos durante milenios. Palestina forma
parte de una formación terrestre que abarca varios centenares de kilómetros del
Levante. D. Baly ha propuesto de manera convincente que ¡a estructura geológi
ca de esta región del Levante se extiende fundamentalmente en dirección nordeste-
42
GEOGRAFÌA
sudoeste,11 pero aquí resulta más importante señalar los accidentes más obvios con
dirección norte-sur. Los cinco accidentes, que se observan claramente en la mayor
parte del Levante, son los siguientes de oeste a este: la llanura marítima, la cordillera
occidental (en Palestina, la cordillera «central»), el sistema del valle de fractura, la
cordillera o altiplanicie oriental y el desierto.
Palestina se ensancha considerablemente (en dirección este-oeste) en el extremo
sur de su territorio,12y por lo tanto puede existir alguna variación de esta distribución
general. La llanura marítima es angosta en el norte y desaparece a la altura de la
escalera de Tiro (la actual frontera libanesa-israelí) y del pie del Monte Carmelo. En
el extremo sur, la llanura marítima se dilata. Por consiguiente, esta llanura costera
ha sido dividida en regiones, conocidas en tiempos del Antiguo Testamento como
llanura de Aser (entre la escalera de Tiro y el Monte Carmelo), La llanura de Sarón
(al sur del Carmelo hasta Jope o Tel Aviv) y la llanura Filistea (al sur hasta Gaza).
Entre los pocos puertos naturales de la llanura de la costa de Palestina, Acó (Acre),
Dor y Jope eran los principales en Ja antigüedad. Una importante ruta norte-sur corría
NORTE-SUR DE PALESTINA
11. Geography o f ihe Bible, 2a. ed., Nueva York, 1974, pp. 28-41.
12. En el extremo norte, Palestina mide, entre el mar y el Aito Jordán, alrededor de 52 km;
en el extremo sur, de Gaza a Sodoma, alrededor de 105 km.
43
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
paralela a la costa a varios kilómetros tierra adentro, debido a los pantanos y dunas
característicos de la llanura marítima.
Al sur, entre la llanura de la costa y la cordillera se extiende una región baja amplia
y fértil, la Sefela.13 En el tiempo de los jueces y a comienzos de la monarquía, esta
región era el foco de una guerra casi constante entre los israelitas (de las montañas)
y los filisteos (de la llanura marítima).
La cordillera occidental (que en Palestina más específicamente se llama «cen
tral») constituye la columna vertebral de la región. Se interrumpe sólo en la llanura
de Jezreel (Esdraelón)14 en la Baja Galilea, donde una estribación de la cadena
central se proyecta en dirección noroeste hacia el mar y forma la cordillera del
Carmelo. El camino troncal paralelo a la costa se internaba por el sur del Carmelo,
recorría el estrecho paso de Wádl ‘Ara bordeando Meguido, cruzaba el valle de
Jezreel, atravesaba la Baja Galilea y finalmente llegaba a Damasco. A esta sección
de la ruta se la llamaba «el camino del mar» (ViaMaris; cf. Is. 9.1). Existía un camino
norte-sur más corto pero más intrincado que recorría la cadena central serpenteando
por los valles entre los picos montañosos.
La llanura de Esdraelón marca una separación clara entre las colinas del norte y
la región montañosa del sur. La región norteña generalmente se conoce como
Galilea. La región del sur no tiene un límite natural bien definido antes de la estepa
o el Neguev. De acuerdo con la división política del territorio durante la época del
reino israelita, el norte se denominaba Samaría y el sur, Judea. Al sur del Neguev se
encuentra la península del Sinaí.
1) Galilea. Al norte, el límite natural de Galilea lo forman el cañón del Río Litani
al noroeste y el Monte Hermán al nordeste. El límite sur está formado por la
cordillera del Carmelo al sudoeste y Gilboa al sudeste. La Alta Galilea, al norte, es
montañosa con elevaciones que superan los novecientos metros. La Baja Galilea
presenta colinas y amplios valles que van en declive hacia el sur para formar la vasta
llanura de Esdraelón.15
La palabra «Galilea» proviene de una voz hebrea que significa «la región de», y
sin duda forma parte de una frase como «los territorios de los filisteos» (Jos. 13.2)
o «los límites del Jordán» (22.10). Es posible que el nombre original fuese «la región
de los gentiles» (Is. 9.1).
2) Samaría. La llanura de Esdraelón demarca bien el límite norte de Samaría. El
lím ite este es el Jordán. El Mediterráneo constituye el límite oeste, si bien las llanuras
costeras rara vez estuvieron en manos de los israelitas. Samaría no tiene un claro
límite natural al sur, pero se sabe que Bet-el se encontraba en las cercanías del límite
(1 R. 12.29s.). La mayor parte de Samaría es montañosa, con elevaciones de unos
seiscientos metros. Los amplios valles se regaban principalmente con las lluvias
estacionales. Al oeste de Samaría, el terreno va en declive hacia la llanura marítima,
13. Palabra hebrea que significa «tierras bajas», nombre que evidentemente le dieron los
habitantes de la montaña. El «pie del monte» es la expresión que emplean los habitantes de la
llanura.
14. Los nombres Esdraelón (griego) y Jezreel (hebreo) son intercambiables.
15. Resultan de gran utilidad los mapas Lands oftheB ible Today y Holy Land, de National
Geographic Society, Washington, 1967 y 1989.
44
GEOGRAFIA
que hasta hace poco tiempo la formaban en gran parte dunas y pantanos. La zona
árida del este desciende en pronunciada pendiente hacia el Jordán.
El término «Samaría» proviene del nombre de la montaña en la que Omri
estableció la capital en la época de la división del reino (IR . 16.24). De acuerdo con
su táctica habitual, después de la conquista de Samaría los asirios desterraron a los
probables revolucionarios israelitas —los líderes políticos y religiosos— , y a la vez
introdujeron a los cautivos de otras naciones para que se establecieran en Samaría.
El entrelazamiento de estos cautivos con los israelitas que permanecieron en el
territorio dio origen a la población mixta postexílica, llamada más tarde «samarita-
nos» (cf. 2 R. 17.6,24; Neh. 4.2). En el tiempo del Nuevo Testamento los judíos no
tenían trato con los samaritanos (Jn. 4.9).
3) Judá. La región que se extiende entre el límite sur de Samaría y el Neguev por
lo general se denomina Judea, aunque este nombre corresponde al período neotes
tamentario. El nombre se deriva de Judá, la tribu principal, de la cual descendía la
dinastía de David.
La zona montañosa es, en general, algo más elevada y más rocosa que las
montañas de Samaría; los valles son estrechos, a menudo áridos y cubiertos de rocas.
Al este, la región que desciende abruptamente hada el Mar Muerto es «el desierto
de Judá». Por el contrario, al oeste, en la Sefela, zona de suave ondulación con colinas
y valles que producen frutas y verduras en abundancia, el descenso es gradual. Más
allá de la Sefela se extiende la amplia llanura marítima.
4) El Neguev. El Neguev de la Biblia por lo general se circunscribe a la región
que se encuentra inmediatamente al sur de Beerseba.16 El Neguev es una región alta
de estepa, con tal escasez de lluvias que es casi imposible la supervivencia de la
vegetación. Con la perforación de pozos de agua y métodos para el mejoramiento
del suelo hubo pueblos que habitaron el Neguev, como los nabateos (ca. siglo V
a.C.-siglo II d.C.) y, en menor medida, las tribus del relato de los patriarcas.17
5) Sinaí. La península, con montañas colosales y un vasto desierto, nunca se
consideró como parte de Palestina. Por el lugar destacado que ocupa al comienzo de
la narración (en particular, en Exodo, Levítico y Números), cabe mencionar tres
elementos constitutivos: (a) El «desierto de Zin» es una región árida del norte del
Sinaí. Los lugares más importantes, Quirbet el-Cudeirát y ‘Ain Qedeis, se sugieren
como la posible ubicación de Cades-bamea, donde los israelitas acamparon la mayor
parte de los treinta y ocho años que pasaron en el desierto.18 (b) El «torrente de
Egipto» es Wádi el-‘Arish (y no el Nilo), formado por los arroyos que descienden'
de las montañas del Sinaí. Corre aproximadamente hacia el norte y desemboca en
el Mediterráneo a la altura de la actual el-‘Arish. (c) El gran macizo montañoso en
el extremo sur de la península, la ubicación más probable del Sinaí (u Horeb), es una
región de picos escarpados que superan los dos mil metros de altura.
16. El límite tradicional de Judá era Beerseba, aunque el límite tribal estaba bastante más
al sur (Jos. 15.1-4). En el Antiguo Testamento el Neguev suele tener poca importancia y se lo
considera excluido del territorio.
17. Ver N. Glueck, Rivers in the Desert, ed. rev., Filadelfia, 1968.
18. Ver Dt. 1.19; Nm. 13.26; 14.26-35.
45
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
TRANSJORDANIA
Nombres de la región. La región que se extiende entre el valle del Jordán y el
desierto de Siria al parecer nunca tuvo nombre. El que a menudo se emplea en el
Antiguo Testamento, ‘éfcer hayyardén, significa literalmente «al otro lado del Jor
dán», equivalente aproximado de «Transjordania». Es evidente que quienes le dieron
el nombre vivían al oeste del Jordán.19 Perea, nombre neotestamentario, significa lo
mismo. En la época del Imperio Persa, la satrapía que comprendía Siria, Palestina y
Transjordania se denominaba «Más allá del Río», con referencia al Eufrates.
BASAN
............... AMON
w .........
t
|lf mU juda 1
MOAB
NEGUEV JnniT'«
EDOM ....
19. Se emplea este nombre en las historias que describen la región en la época anterior al
ingreso de los israelitas en Canaán, i.e., cuando todavía estaban en Moab. Algunos eruditos
han señalado este dato como prueba de que las historias datan de una época posterior. Sin
embargo, un nombre que está muy arraigado puede usarse aunque carezca de precisión técnica.
En tiempos modernos, los pobladores del este del Jordán se han referido a su región como
«Transjordania».
46
GEOGRAFIA
Se eleva abruptamente desde la falla del Jordán hasta superar los seiscientos metros
sobre el nivel del mar, y luego desciende en declive gradual hacia los desiertos de
Siria y Arabia. Bien irrigada por un complejo sistema de ríos y arroyos, se ha
destacado siempre por su producción. Los sistemas de arroyos forman una serie de
ríos que han abierto profundas gargantas en su descenso hacia el valle del Jordán y
constituyen así límites naturales.
20. Nótense las gordas «vacas de Basán» (Am. 4.1) y los «fuertes toros de Basán»
(Sal. 22.12 [TM 13]).
47
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
El Alto Jordán. De los escalones del Monte Hermón brotan caudalosos manan
tiales que van a formar los afluentes del Alto Jordán. En los tiempos bíblicos,
formaban una región pantanosa que desaguaba en el Lago Huía, un lago de unos seis
kilómetros de largo. En la actualidad, los pantanos y el lago han sido desecados, y
el Alto Jordán continúa en el Jordán Medio, cañón de unos quince kilómetros de
largo en cuyo trayecto el río desciende de unos setenta metros sobre el nivel del mar,
para verter las aguas al Mar de Galilea, a doscientos ocho metros por debajo del
nivel del mar.
El río Jordán. Desde el Mar de Galilea hasta el Mar Muerto la distancia en línea
recta es de unos cien kilómetros. Sin embargo, a causa del serpenteo la longitud de
este río supera los trescientos veinte kilómetros. Debido a la salinidad del valle del
Jordán, las aguas arrastran una cantidad considerable de sal al Mar Muerto.
En un corte transversal del valle del Jordán se observa que en realidad se trata de
un valle dentro de otro. El valle mayor, que se extiende desde los montes de Samaría
hasta el borde de la altiplanicie de Transjordania, se conoce con el nombre árabe
Ghór. El Ghór mide alrededor de ocho kilómetros de ancho inmediatamente al sur
del Mar de Galilea, pero más de veinte kilómetros de ancho en Jericó. Dentro del
Ghór se halla el Zór, la «espesura» o la «gloria» del Jordán (Zac. 11.3), un valle de
unos tres a seis metros de profundidad y hasta cincuenta metros de ancho, con
pendientes casi perpendiculares. El Zór está recorrido por el cauce del Jordán
propiamente dicho, río cuyo ancho oscila entre cinco y ocho metros. Debido a que
el Jordán se desborda en la época de la inundación, el Zór está cubierto de una densa
vegetación (ver diagrama).2^
21. De allí uno de sus nombres, según Josefo, quien la llama «la ambición de la naturaleza»;
Guerra iii. 10.8, párr. 518.
22. Ver buenas fotos aéreas en L.H. Grollenberg, Panorama del mundo bíblico, Madrid,
1966, pp. 11,24.
48
V J C W U K / V r iA .
Algunos eruditos han sugerido que la obstrucción del Jordán, que se produjo
cuando los israelitas debían cruzar de Moab a Gilgal, se debió a que un terremoto
causó el derrumbe de los acantilados de greda que cayeron al Zór a la altura de Adam
(actual Damiya; cf. Jos. 3.13, 16). En el año 1267 d.C. efectivamente sucedió esto
y el Jordán permaneció bloqueado durante varias horas; después volvió a suceder a
consecuencia del terremoto de 1927.23
El Mar Muerto. La masa de agua más baja del mundo es el Mar Muerto, que se
encuentra a trescientos noventa y cinco metros por debajo del nivel del mar, en el
punto de mayor profundidad, el fondo está a setecientos sesenta y cinco metros por
debajo del nivel del mar. Este mar mide setenta y siete kilómetros de largo y catorce
kilómetros de ancho máximo. Se lo denomina «Mar Salado» (Gn. 14.3), «mar de la
Arabá» (Jos. 3.16 BJ) y «mar oriental» (Zac. 14.8). Josefó lo llamó «mar de asfalto»
(Guerra iv. 8.4, párr. 476), y los árabes lo llaman en la actualidad el «Mar de Lot».
No se lo menciona en el Nuevo Testamento. Puesto que la evaporación es la única
vía de escape de los seis millones de toneladas de agua que el Jordán vierte por día
en el Mar Muerto, la concentración de sales es de alrededor del veintiséis por ciento.
Toda forma de vida es imposible en este mar; de allí el nombre que primeramente
le dieron los griegos.
El Arabá. Ubicado al sur del Mar Muerto, es un valle árido que se eleva a
doscientos m etros sobre el nivel del mar y luego desciende hasta el mar, y se extiende
hasta el Golfo de Acaba, a doscientos noventa y ocho kilómetros al sur. En la
actualidad se da a este valle el nombre hebreo «Arabá» que equivale aproximada
mente al nombre árabe. En el Antiguo Testamento, «Arabá» se emplea para designar
el valle del Mar Muerto y el valle del río Jordán.
49
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
D e sc rip c ió n gen eral. Toda la zona del Mediterráneo oriental está bajo la influen
cia de los vientos etesios, que en el invierno traen humedad, por lo general del
noroeste, y, en el verano, tiempo seco del sudoeste. De tanto en tanto, se ven
interrumpidos por vientos desérticos del este o del sur, el hamsin25 o siroco, que trae
calor sofocante y seco durante unos pocos días.
Lluvias. Como los vientos predominantes son del oeste, toda la humedad que traen
se deposita en forma de lluvia en la ladera ocddental de la cordillera central de
Palestina y de la altiplanicie de Transjordania. Estas laderas, por lo tanto, redben
bastante agua y son relativamente fértiles. La ladera oriental, en cambio, es árida y
los vientos que soplan del este y del sur con facilidad secan los árboles y plantas,
con el consiguiente daño. Periódicamente traen también plagas de langostas que en
cuestión de horas deshojan y descortezan por completo la vegetadón (cf. Jl. 1-2).
IMPORTANCIA DE LA GEOGRAFIA
Importancia política. Palestina era el puente terrestre entre las civilizadones de
Europa, del sudoeste de Asia y del norte de Africa. Por consiguiente, los mercaderes
que se les diera a los pantanos llenos de juncos de los alrededores del Lago Timsa o Lago
Amargo.
25. En árabe «cincuenta». Cada año se presentan alrededor de cincuenta días de este tipo,
aunque no forman una estación de siete semanas, pues el hamsin no suele durar más de tres o
cuatro días seguidos.
26. A veces se afirma que Palestina tiene dos estaciones lluviosas; la confusión surge por
un error de interpretación de estos términos.
50
GEOGRAFIA
51
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
devastadoras plagas de langostas. Fijó los límites naturales. Todos los ríos van al
mar y este no se llena. El Señor afirmó las montañas. Llevó a las naciones de un
lugar a otro: tomó a Israel de Egipto, a los filisteos de Caftor y a los árameos de Kir
(Am. 9.2).
Quizá el significado teológico de la geografía se comprenda mejor en relación
con la lucha de los profetas de Yahvéh contra el culto de Baal. Cuando los israelitas
llegaron a la tierra entraron en contacto con la religión cananea, una forma de
naturalismo centrada en Baal. Las creencias fundamentales de esta religión son
incompatibles con el concepto de mundo natural inherente al «Yahvehismo», en el
cual Yahvéh y no Baal daba la fruta, el aceite, el vino y el aumento de los rebaños
(cf. Os. 2.8). Baal era un Dios muy «terrenal», y como parte del culto que se le rendía
se practicaba la prostitución sexual para conseguir que la tierra diera frutos. Por lo
tanto, los profetas de Yahvéh se oponían enérgicamente al culto de Baal, pues
sotenían que Yahvéh es el Dios que creó el mundo y quien da o retiene el fruto. Los
elementos geográficos y climáticos formaron parte fundamental del mensaje profè
tico. La comprensión de la palabra de Dios tal como la proclamaron sus siervos, los
profetas, requiere, pues, un conocimiento básico de la geografía física de aquellas
tierras, pues los detalles de los factores geográficos y climáticos son parte integral
del lenguaje de la revelación.
52
6
EL PENTATEUCO
UNIDAD
53
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
2. Ver G.E. Wright, G od W hoActs: Biblical Theology as Recital, SBT 8, Chicago, 1952,
pp. 69ss. Señala que a pesar de las numerosas citas y alusiones a los Salmos y los Profetas, los
hechos a los que se alude con mayor frecuencia pertenecen al Pentateuco. Aunque parezca
extraño, la destrucción de Jerusalén, el Exilio y la restauración no se emplean de la misma
forma.
3. Este fundamento histórico pone en evidencia que estos términos «teológicos» no se
refieren a ideas abstractas. No denotan verdades universales independientes del tiempo sino
hechos históricos específicos que sucedieron a un pueblo en particular.
54
EL PENTATEUCO
sobre todos los pueblos» (Ex. 19.5) por medio de la liberación efectiva en el Mar
Rojo; los sujetó a sí mismo como su Dios por medio del pacto, empleando su gracia
inmerecida como base de la aceptación por parte de ellos; y les legó la ley por
constitución. Todo esto consta desde Exodo hasta Deuteronomio. El prólogo patriar
cal, Génesis 12-50, presenta la promesa que se cumple con la liberación de Egipto
y el don de la tierra. La promesa hecha a Abraham de recibir la tierra y formar una
nación se halla al comienzo de la historia patriarcal y señala el propósito y el tema
central de la historia:
Pero Jehová había dicho a Abram: Vete de tu tierra y de tu parentela, y
de la casa de tu padre, a la tierra que te mostraré. Y haré de ti una nación
grande, y te bendeciré, y engrandeceré tu nombre, y serás bendición.
(Gn. 12. ls.)
Este tema doble se repite una y otra vez en los relatos del ciclo abrahámico (cf.
Gn. 13.14-17; 15.2-5,18-21; 17.7s., 15-19) y se renueva en cada generación de los
patriarcas (Isaac, Gn. 26.2-4; Jacob/Israel, 28.13; 35.11-13; Joséy sus hijos, 48.1-6).
Luego su cumplimiento se manifiesta de manera específica en la liberación iniciada
con el Exodo (Ex. 6.6-8) y al final del Pentateuco en las palabras de Dios a Moisés
(Dt. 34.1-4).
El propósito de la narración está dado en que ésta no aparece en forma aislada.
Todo el relato cobra un significado histórico y teológico especial dada la relación
que lo vincula con su prefacio, el prólogo primitivo (Gn. 1-11).4 A diferencia de
Génesis 12, cuyo eje central es el tema particular de la promesa y la elección,
el interés central de Génesis 1-11 es universal. Se remonta a los orígenes últimos, a
la creación de todas las cosas, del hombre y la mujer en particular. Luego expone,
en términos teológicos, la forma en que el hombre y la mujer llegaron a la situación
que han mantenido desde tiempos remotos: en guerra consigo mismos, alienados
y separados de Dios y sus semejantes, en un mundo dividido y desordenado, en el
que se enfrentan nación contra nación, grupo social contra grupo social, individuo
contra individuo. El autor presenta este panorama sombrío remontándose.a los
orígenes y el surgimiento del pecado desde la desobediencia del primer hombre y
la primera mujer en el Jardín del Edén (Gn. 1-3), pasando por el fratricidio de
Caín (4.1-16); la venganza homicida expresada en el jactancioso canto de Lamec
(w . 17-23); la corrupción genera] de la humanidad, tan abominable que mereció
el diluvio (cap. 6); hasta la disolución de la unidad original de la humanidad al
quedar esparcida en el desorden de la tierra, que se revela en el relato de la torre de
Babel (cap. 11).
El autor de Génesis 1-11, por medio de la exposición del plan global de la historia
prístina, se propone hacia el final dejar planteada con toda gravedad la pregunta
sobre la futura relación de Dios con la humanidad esparcida, dividida y alienada.
¿Se ha agotado la tolerante paciencia de Dios? ¿Habrá abandonado a las naciones
para siempre con ira? Sólo a la luz de esta introducción puede comprenderse la
4. G. von Rad propone esta relación en Génesis, Salamanca, 1982, pp. 184-188, a quien
debemos la siguiente exposición.
55
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
COMPLEJIDAD
Una lectura detenida del Pentateuco revelará, además de una clara unidad de
propósito, plan y organización, una diversidad —una complejidad— tan evidente
como la unidad. A raíz de esto surgieron teorías diversas acerca del origen del
Pentateuco. Lamentablemente, muchas de éstas proponen un enfoque a los proble
mas del origen, la fecha y el autor, que conduce a una estimación muy negativa de
su valor histórico y teológico. A menudo consideran que se originó muchos siglos
después de la época mosaica y que, por lo tanto, contiene muy poca información
histórica genuina; sostienen que las prácticas e ideas religiosas registradas allí
5. Ver un análisis similar, desarrollado en detalle, que toma como tema del Pentateuco el
cumplimiento parcial de la promesa divina hecha a los patriarcas de descendencia, relación
Dios-hombre y tierra, en D.J.A. Clines, The Theme o f the Pentateuch, JSOTS 10, Sheffield,
1979.
56
E L PENTATEUCO
6. Prolegomena to the History o f Ancient Israel, trad. J.S. Black y A. Menzies, 1881 (reed.
Magnolia, Mass., 1973), p.l.
7. Nótese que esta combinación de historia (en el prólogo histórico) y ley (en las estipula
ciones) es un rasgo distintivo del género del contrato entre señor y vasallo, cuya comparación
con el pacto mosaico ha sido muy fructífera. Ciertamente no puede ser casual la correlación
entre esta característica tan llamativa del Pentateuco y la estructura de uno de sus componentes
más importantes, el pacto mosaico.
57
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
8. Ver A. Robert y A. Tricot, eds., Guide to the Bible, 2a. ed., trad. E.P. Arbez y
M.R.P. McGuire, Nueva York, 1960, pp. 160s.
9. Es éste un fenómeno evidente e innegable, en particular en Gn. 1.1 hasta Ex. 6, en donde
Dios se revela por su nombre Yahvéh. Desde allí en adelante la diferenciación no es tan clara,
pues predomina el nombre Yahvéh. Según estadísticas citadas por J.B. Harford, en el TM
Elohim aparece 178 veces y Yahvéh 146 veces en Gn. 1.1-Ex. 3.15, mientras que desde
Ex. 3.16 hasta el final Elohim se emplea 44 veces y Yahvéh 393.; Since Wellhausen, Londres,
1926. Algunos ejemplos de las secciones en que aparece Elohim son: Gn. 1.1-2.3; 5; 7; 23;
25.7-17; algunas de las secciones en que se emplea Yahvéh son: 11.1-9; 12; 18. Ver la
exposición de J.Orr en The Problem ofth e O íd Tesiament, Londres, 1907, pp. 196ss.
10. P.ej., a menudo se afirma que Gn. 37.27 y 37.28a se diferencian en quién compró a
José (los ismaelitas, v. 27, o los madiani tas, v. 28a) y en quién lo vendió a Egi pto (los ismaeli tas,
w . 28 y 39.1, o los madianitas, 37.36). Cuando se combina esta ambigüedad con los papeles
similares de Rubén en 37.21s., 29s. y Judá en w . 26s., a menudo se deduce que se trata de una
fusión de dos versiones de un relato; en una Judá rescata a José por medio de su venta a los
ismaelitas, quienes lo llevan a Egipto; en la otra Rubén lo salva de la muerte haciendo que lo
echaran en un pozo del cual lo sacarían los madianitas y lo llevarían a Egipto, sin que los
supieran sus hermanos. Sin embargo, de la comparación de Jue. 6.1-3 y 8.24 se desprende que
el significado de los términos «ismaelitas» y «madianitas» se superpone; ismaelitas significa
58
EL PENTATEUCO
Pero el hecho es que algunos de estos casos de reiteración aún no tienen una
explicación. Por ejemplo:
En dos relatos, Abraham arriesga el honor de Sara haciéndola pasar por su
hermana (Gn. 12; 20); nótese también el episodio asombrosamente similar relacio
nado con Isaac (26.6-11). El nombre Beerseba («Pozo del juramento») no sólo
conmemora el pacto entre Abraham y Abimelec (Gn. 21.22-31), sino también la
alianza entre Isaac y Abimelec (26.26-33). En Génesis 28.19 y 35.7 Jacob cambia
el nombre de Luz por Bet-el; pero en 28.10-19 lo hace camino a Padan-aram, cuando
se le aparece Yahvéh, mientras que en 35.9-15 lo hace en el camino de regreso de
Padan-aram cuando Yahvéh le habla (35.13,15). El pasaje relativo a lo limpio y lo
inmundo (Lv. 11.1-47) se reitera en Deuteronomio 14.3-21; y el pasaje sobre los
esclavos aparece por triplicado (Ex. 21.1-11; Lv. 25.39-55; Dt. 15.12-18).11
Otras evidencias del texto apuntan a una larga historia de transmisión y desarrollo.
Una asombrosa cantidad de pasajes presentan indicios de una época posterior a la
de Moisés.12 Cabe citar algunos ejemplos representativos. Afirmaciones tales como
«y el cananeo estaba entonces en la tierra» (Gn. 12.6; 13.7) y «Así comieron los
hijos de Israel maná ... hasta que llegaron a los límites de la tierra de Canaán»
implican que Israel ya estaba ocupando Canaán. Génesis 14.14 señala que Abram
persiguió a los captores de Lot hasta Dan, pero ese lugar no se llamó así hasta que
los danitas lo capturaron después de la conquista (Jos. 19.47; Jue. 18.29). En Génesis
36.31, al comienzo de una lista de reyes edomitas, se declara que todos reinaron
«antes que reinase rey sobre los hijos de Israel». Evidentemente, el punto de vista
del autor sólo puede situarse en algún momento posterior a Saúl.13
Estos ejemplos de complejidad en el texto presentan grados de claridad y
ambigüedad muy disímiles. Algunos son datos literarios; otros son más ambiguos y
su evaluación es más subjetiva, dependiendo más de la perspectiva del intérprete.
Sin embargo, no se puede pretender dar una definción adecuada de la naturaleza
literaria y del origen del Pentateuco sin antes hacer un serio análisis de estas
complejidades.
algo así como «nómades» o «beduinos» y madianitas, una tribu en particular, como los
amalecitas y «los hijos del oriente» (Jue. 6.3). Tomando en cuenta este elemento, los papeles
de Rubén y de Judá pueden combinarse en una narración coherente.
11. Esta lista podría ampliarse mucho más. Un ejemplo que ilustra el paralelismo divergente
de la narración del Pentateuco lo representan los dos relatos de la segunda entrega de las tablas
de la ley a Moisés, después de que rompiera las primeras (Ex. 34; Dt. 10). Ver W. Wagner,
«Creation and Salvation», CTM 37,1966, p. 522.
12. La mayoría fueron señalados en la antigüedad. Ver resúmenes en G. Aalders, Short
Introduction to thePentateuch, Londres, 1949, pp. 105-108; H.H. Rowley, The Growth o f the
O íd Testament, Nueva York, 1963, p. 17.
13. Ver otros ejemplos en las obras recién citadas de Aalders y Rowley. Estos fenómenos
se pueden explicar con la hipótesis de que todas son adiciones editoriales posteriores (ver O.T.
Allis, The F iveBooks ofM oses [Nutley, N.J., 1943], p. 13), pero esto se sigue necesariamente
sólo si puede demostrarse que todo el contexto proviene, en su forma actual, de la época
mosaica. Los indicios de diversidad arriba expuestos sugieren lo opuesto.
59
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
14. Así, no se mencionan los autores de Josué, Jueces, Samuel, Reyes, Crónicas, Esdras,
Nehemías, etc. Si bien los libros proféticos llevan el nombre de quien pronunció el oráculo,
por lo general, no se hace mención de quien lo conservó. Las secciones biográficas en tercera
persona (p.ej., Is. 7 en contraste con los caps. 6-8; Am. 7.10-17) obviamente corresponden a
otra mano y no al profeta.
15. De los miles de composiciones literarias acadias, sólo tres (dos acadias y una sumeria)
contienen referencias explícitas al autor. Aun en esas referencias y otras que aparecen en
enumeraciones de obras literarias, el término «autor» no debe tomarse en el sentido moderno;
se expresa con la fórmula Sa p i «en (de) boca de», que identifica a la fuente oral o al editor.
Ver W.W. Hallo, «New Viewpoints on Cuneiform Literatura», IE J 12,1962, pp. 14s.
16. Sobre este análisis, ver R.J. Thompson, M oses and the Law in a Century ofC riticism
Since Graf, Leiden, 1970, pp. 2ss.
17. Hay sólo ocho referencias. 1 R. 2.3 hace alusión a Dt. 17.18-20 y 29.9; 2 R. 14.6 cita
Dt. 24.16; 2 R. 18.6 emplea fraseología usada con frecuencia en Deuteronomio (p.ej., 10.20;
11.22; 13.4; 17.11,20); y 2 R. 23.25 alude a Dt. 6.4. La mejor interpretación de 2 R. 21.8 es
como una referencia a Deuteronomio ya que todo el pasaje del contexto hace alusión a ese
libro (cf. Dt. 17.3; 18.9-14; 12.5; caps. 29ss.), mientras que Jos. 8.30-35 se refiere evidente
mente a Dt. 27.4ss. Jos. 23.6 menciona «el libro de la ley de Moisés» pero en el contexto hay
una clara referencia a Dt. 7.
60
ELPENTATEUCO
(3) Los libros anteriores (i.e., los profetas preexílicos) no presentan tales refer
encias.18 Esta evidencia indica que la tradición tuvo un proceso de desarrollo; la
conexión con Moisés fue extendiéndose de algunas de las leyes a Deuteronomio,
luego a todas las leyes y, por último, a todo el Pentateuco.19 El crecimiento sostenido
de la tradición se ve además en las frecuentes referencias del Nuevo Testamento a
todo el Pentateuco como «la ley de Moisés» o «el libro de Moisés» (Mr. 12.26;
Le. 2.22; Hch. 13.39) o simplemente «Moisés» (Le. 24.27), y a todo el Antiguo
Testamento como «Moisés y los profetas» (16.29). A su vez, los elementos que
señalan a Moisés como autor de todo el Pentateuco son abundantes y unánimes en
el Talmud y los Padres de la Iglesia.
18. Ver R.J. Thompson, M oses and the Law in a Century o f Criticism since Graf, pp. 2ss.
19. En ib id , p. 3, Thompson señala que el proceso puede observarse en una comparación
de Reyes y Crónicas, pues «el libro de la ley de Moisés» de 1 R. 14.6 se convierte en «la ley,
en el libro de Moisés» en 2 Cr. 25.4. Otras evidencias se obtienen de la frecuencia con que se
menciona a Moisés: dos veces en 1 Samuel y en Daniel; cinco veces en los profetas; ocho en
los Salmos; diez en 1-2 Reyes; pero treinta y una veces en Esdras-Nehemías-Crónicas. Cf.
J.L. McKenzie, «Moses», Dictionary o f the Bible, Milwaukee, 1965, pp. 589s.
20. Tal como comenta P. Benoit (Guide to the Bible, Nueva York, 1960, p. 160), un
testi monio con tal grado de uniformidad es un dato que, con el debido respeto a ciertos críticos
radicales, no puede descartarse a priori, sino que requiere una explicación adecuada.
21. Ver R.K. Harrison, Introduction to the O ld Testament, Grand Rapids, 1969, p. 538.
61
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
literarios revelan que el Pentateuco es una obra compuesta y compleja, con una his
toria larga e intrincada de transmisión y desarrollo. La fe afirma que este desarrollo
fue dirigido por el mismo Espíritu de Dios que movió a Moisés a escribir y hablar
originalmente. Si bien es difícil reproducir este proceso en detalle, existe considera
ble certeza en cuanto al esquema general. Los relatos de los patriarcas se conserva
ron, en su mayor parte en forma oral, durante la época de la esclavitud en Egipto y
quizá se registraron por escrito por primera vez en la época mosaica.22 A estos se
añadieron los relatos en prosa y poesía del Exodo y del peregrinaje, quizá recogidos
en forma escrita por primera vez a principios de la época davídica. Dada la nueva
forma de vida como monarquía y nación-estado, la preservación de los aconteci
mientos y del significado del período formativo de Israel debe de haber cobrado fun
damental importancia. Recogidos en distintas compilaciones, Esdras habría reunido
en forma definitiva los documentos de la era mosaica en la época de la restauración
después del exilio (siglo V). Esta posibilidad se desprende de los siguientes elemen
tos. El texto bíblico presenta a Esdras como el escriba por excelencia, instruido en la
ley de Moisés (Esd. 7.6, lis.), cuya tarea era enseñar la Torá y regular su cumpli
miento en Judá y Jerusalén (w . 14, 25s.). La tradición judía coincide en atribuirle
la escritura final de la Torá.23 Es más, este momento critico de la historia de Israel,
en que los arietes babilónicos habían destruido las instituciones y formas de vida
pasadas y habían lanzado al exilio a los judíos, significó el impulso a recopilar y
conservar los vestigios de su vida y culto que habían quedado escritos. Por último,
cualesquiera sean los detalles del proceso, cabe afirmar junto con W. F. Albright:
El contenido de nuestro Pentateuco es, en general, mucho más antiguo
que la fecha en que quedó definitivamente redactado; los nuevos descu
brimientos siguen confirmando la exactitud histórica o la antigüedad
literaria de un detalle tras otro. Incluso cuando es preciso aceptar adicio
nes posteriores al núcleo originario de la tradición mosaica, estas adicio
nes reflejan el crecimiento normal de antiguas instituciones y prácticas,
o bien el esfuerzo realizado por escribas posteriores para salvar en lo
posible las tradiciones existentes acerca de Moisés. Es, pues, pura hiper
crítica negar el carácter sustancialmente mosaico de la tradición del
Pentateuco.24
En un intento por comprender y explicar las consecuencias de las complejidades
literarias, los estudiosos del Antiguo Testamento de los dos últimos siglos han
elaborado la «teoría documental», una hipótesis que se propone diferenciar las
diversas «fuentes» subyacentes al texto actual del Pentateuco.^’
62
ELPENTATEUCO
«Pentateuch»,/fl£)3, pp. 711-726; (2) estudios más extensos: Harrison, Introduction, pp. 3-82;
Thompson, Moses and theLaw, A. Robert y A. Feuillet, Introducción a la Biblia, Barcelona,
1967, pp. 283-326; y en particular Childs, Oíd Testament as Scripture, pp. 112-127.
26. Ver la excelente introducción al tema en G.M. Tucker, Form Criticism o f the Oíd
Testament, Filadelfia, 1971. Ver un amplio estudio en K. Koch, The Growth o fth e Biblical
Tradition, trad. S.M. Cupitt, Nueva York, 1969.
63
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
27. Gran parte del estudio veterotestamentario del Pentateuco no sólo se ha basado en la
premisa de que hace falta una hipótesis diacrònica en particular (i.e., la teoría clásica de las
fuentes denominada JEDP) para interpretar un texto, sino que habitualmente ha dividido el
texto en secciones sobre la base de esta hipótesis, y luego ha basado su interpretación casi
exclusivamente en estas secciones hipotéticas tomadas por separado.
28. El estudio diacrònico, así como la determinación de los orígenes, sin duda es una vía
de investigación válida y útil por sí misma, a menudo indispensable; aquí el planteo se refiere
a la evaluación y a la prioridad. Ver la exposición concisa y esclarecedora en la introducción
64
ELPENTATEUCO
al texto como escritura canónica.29 Esta corriente de estudio propone una «alterna
tiva post-crítica»30 que, si bien toma en serio los resultados de la investigación de la
crítica histórica, al m ismo tiempo se dispone a determinar el papel que desempeñaba
la forma canónica del texto en la fe de Israel. Desde esta perspectiva la
...formación de un Pentateuco estableció los parámetros de la interpreta
ción que Israel dio a su fe como Torá. Según los editores bíblicos, los
primeros cinco capítulos sentaron la base para la vida de Israel bajo la
autoridad de Dios y establecieron una norma crítica de cómo el pueblo
del pacto debía entender la tradición mosaica.31
Por consiguiente, el método y el procedimiento básico empleados aquí consistirán
en tomar al Pentateuco como lo que es: la creación final del testimonio de Israel
sobre lo que Dios hizo a su favor en la era de los patriarcas y de Moisés, la gran
época formativa de su vida y servicio.
de J.P. Fokkelman, Narrative Art in Genesis, Assen, 1975, pp. 1-8; asimismo ver Clines, The
Theme of the Pentateuch, pp. 7-15.
29. Ver Childs, Old Testament as Scripture, pp. 109-135. Sobre el método, ver J.A.
Sanders, Torah and Canon, Filadelfia, 1972.
30. La expresión es de Childs, Old Testament as Scripture, p. 127.
31. Ibid, pp. 131s.
65
7
GENESIS:
EL PROLOGO PRIMITIVO
CONTENIDO
Los primeros cinco toledot estructuran el prólogo primitivo, pues demarcan las
divisiones principales. Así, el capítulo 1 concluye en 2.4a y la siguiente unidad
1. Ver H.T. Kuist, O ld Testament Book Studies, Princeton, s/f. Si tófdót_ se traduce
«descendientes» o «historia» depende de si se refiere a una genealogía (p.ej., 5.1; 10.1) o a
una narración (p.ej., 6.9; 25.19).
66
CONTENIDO DE GENESIS
I. Prólogo primitivo II. Historia patriarcal
GENERO LITERARIO
A fin de interpretar el prólogo primitivo en el mismo sentido que el autor antiguo,
se deberá considerar su género literario. ¿A qué tipo de literatura corresponde?
¿Cómo espera el autor que se interpreten sus palabras? Estas preguntas han de
plantearse para no imprimir en las palabras del autor un sentido que él no se propuso
darles. Observemos, pues, (1) la naturaleza literaria de Génesis 1-11, (2) el material
del antiguo Cercano Oriente del cual Israel se nutrió para relatar la historia primitiva
y (3) las consecuencias para Génesis 1-11.
2. Ver C. Westermann, The Genesis Accounts o f Creation, Facet Books. Biblical Series 7,
Filadelfia, 1964. Sobre un análisis más detallado de las características literarias del prólogo
primitivo, ver A. Robert y A. Tricot, Guide to the Bible, pp. 480s.
68
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
—la aprobación en una frase evaluadora, «Y vio Dios que era bueno» (1.4, 10
12,18,21,25,31). ’
— el marco temporal en una frase de conclusión, «Y fue la tarde y la mañana el
día...» (1.5 ,8 ,1 3 ,19,23,31).
Si bien cada mandato de creación responde a un plan deliberado y uniforme que usa
las mismas expresiones estereotipadas, el efecto producido no es el de una repetición
mecánica ineficaz, debido a las variaciones en el orden, la extensión y la presencia
de estos componentes.3 La organización de los mandatos presenta un orden estricto,
con una división intencional en dos períodos: la creación y separación de los
elementos del cosmos, que avanza de lo general a lo particular (los primeros cuatro
mandatos, w . 1-13) y la ornamentación del cosmos, de lo imperfecto a lo perfecto
(los cuatro mandatos siguientes, w . 14-31). El relato se eleva a un notable crescendo
en el octavo mandato: la creación de la humanidad. El capítulo, en realidad, no es
una «narración» o historia, sino una reseña de una serie de mandatos de estructura
muy cuidada. Asimismo, el capítulo 5 y 11.10-32 presentan genealogías de cons
trucción pulida, que repiten la misma estructura con cada generación, y el capítulo
10 es una lista etnográfica, que también se distingue por su carácter estructurado.
El segundo grupo de pasajes (caps. 2-3, 4, 6-9; 11.1-9) presenta una diferencia
evidente. Una vez más aparecen el orden y la progresión, pero se emplea la forma
de relato. Así, por ejemplo, los capítulos 2 y 3 ofrecen una narración exquisita, una
creación literaria, casi una obra dramática. Cada escena se logra con algunos trazos
generales y una profusión de imágenes. El autor se deleita en los antropomorfis
mos ingenuos pero expresivos. Yahvéh aparece como uno de los personajes del
drama. Es el alfarero (2.7, 19), el hortelano (v. 8), el cirujano (v. 21) y el tranquilo
hacendado (3.8).4
Las diferencias de concepción y de convenciones literarias entre los capítulos 1
y 2 se manifiestan también en las diferencias notables en la forma de expresar la
creación. En ambos relatos se emplea el término genérico ‘ásá, «hacer», pero el
capítulo 1 se distingue por el uso de bOrá’, «crear», un verbo que sólo se emplea con
Dios como sujeto y nunca en relación con el material del cual «se crea» un objeto.
En cambio, en el capítulo 2 se emplea yüsar, «formar», «plasmar», «modelar», el
término técnico referido a la actividad del alfarero, que «modela» la arcilla hasta
lograr la forma deseada.5 Estos dos verbos desempeñan un importante papel en las
diferentes formas de concebir la creación: en el capítulo 1 se afirma lacónicamente
«Y creó Dios al hombre a su imagen... varón y hembra los creó» (v. 27), pero en el
capítulo 2 Dios es el alfarero que «forma» al hombre del polvo de la tierra y «sopla
aliento de vida» en su nariz y forma a la mujer de la costilla del hombre. En el capítulo
1 Dios crea por la palabra; en el capítulo 2 por la acción divina. La primera forma
puede llamarse «creación por mandato», la segunda «creación por acción». Dada la
3. Ver un estudio detallado de estos elementos en W. Wegner, CTM 37,1966, pp. 526ss.
4. Ver Robert y Tricot, Guide to the Bible, pp. 480s.
5. En hebreo la palabra que significa «alfarero» e s yósér, el participio del verbo yásar , i.e.,
«formador», «plasmador».
69
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
70
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
8. Ver en A. Heidel, Babylonian Genesis, 2a. ed., Chicago, 1963, una exposición del tema
en profundidad, con conclusiones atinadas y equilibradas.
9. Este material con un paralelismo más o menos preciso se obtiene de una serie de
fuentes (p.ej., un paraíso terrestre habitado por una sola pareja, jardines maravillosos, árboles
sagrados, una planta de la vida vigilada por los dioses y hurtada por una serpiente, un árbol
de la vi da a la verdad, el hombre formado de la arcilla) a menudo combi nadas con un elemento
divino.
10. Como palabra hebrea 'érfes virtualmente inexplicable, pues en el único otro lugar en
que se usa (Job 36.27) también tiene significado oscuro. Es muy probable que sea una palabra
tomada del acadio edú, «manantial que brota de la tierra», a su vez adoptada del sumerio. Ver
E.A. Speiser, «Ed in the Story of Creation», Oriental and Bibücal Studies, J. Finkelstein y
M. Greenberg, eds., Filadelfia, 1967, pp. 19-22.
11. En 2.8, así como en 2.10 y 4.16, «Edén» es una ubicación geográfica y no un nombre
propio como en otros casos (2.15; 3.23; cf. Is. 51.3; Ez. 31.9).
12. En este punto los relatas presentan una clara diferencia en los detalles. El héroe
babilónico suelta tres aves: una paloma, una golondrina y un cuervo; mientras que Noé suelta
cuatro: un cuervo y tres palomas.
71
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
13. Ver un estudio excelente y detallado de estas similitudes en Heidel, Gilgamesh Epic
and O ld Testament Parallels, 2a. ed., Chicago, 1949, pp. 244-260.
14. Cf. B.S. Childs, Old Testament as Scripture, p. 158: «E1 material de Génesis es único
por la interpretación de la realidad que ha subordinado la tradición mitopoética a una teología
de la soberanía divina absoluta... Más allá de la terminología — ya sea mito, historia o saga—
la forma canónica del Génesis es para la comunidad de fe y práctica un testimonio veraz de la
actividad de Dios a su favor en la creación y la bendición, el juicio y el perdón, la redención
y la promesa.»
72
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
En otras palabras, el autor bíblico hace uso de tales tradiciones literarias para
describir acontecimientos primitivos únicos que carecen de analogía histórica basa
da en la experiencia y los condicionamientos humanos y temporales, y, por lo tanto,
sólo pueden expresarse por medio de símbolos. El mismo problema surge en relación
con el fin de los tiempos: en el libro de Apocalipsis, el autor adopta las imágenes
esotéricas y los complejos artificios literarios de la apocalíptica.
Mucho más evidentes que las semejanzas son las diferencias que separan a estas
narraciones de las tradiciones literarias mesopotámicas. El hecho de señalar sólo las
similitudes las acentúa de forma engañosa, pues parecería que representaran el rasgo
distintivo fundamental de los relatos del Génesis. De hecho, el caso es precisamente
el inverso. Los rasgos singulares de la literatura bíblica, que la distinguen de su
mundo y de las expresiones más cercanas de los pueblos vecinos de Israel, resultan
tan obvios, tan innegablemente claros, que son lo único que el lector común puede
discernir. Sólo el lector diestro en la critica literaria y en la observación de los rasgos
sutiles notará las semejanzas. Si bien esta afirmación quizá sea demasiado exagerada
en relación con algunos fragmentos como el relato del diluvio, en general es cierta
y tiene como propósito recalcar que lo que separa Génesis 1-11 de las tradiciones
literarias mesopotámicas es mucho más obvio que lo que los une. La literatura
mesopotámica está impregnada de politeísmo. Sus dioses, personificaciones de las
fuerzas naturales, no conocen principio moral alguno: mienten, roban, fornican y
matan. El hombre no goza de ningún lugar especial como el ser terrenal más elevado
de la creación, hecho a imagen de Dios; el hombre es, en cambio, el siervo inferior
de señores divinos, a quienes debe proveer alimentos y ofrendas.
En contraste rotundo, los relatos bíblicos presentan un Dios único, verdadero,
santo y omnipotente, cuya posición como creador es de primacía e independencia
del mundo. Basta con que él hable para que los elementos cobren existencia. Su obra
es buena, armoniosa y completa. Aunque la familia humana se rebela, él templa su
juicio con misericordia, los sostiene y mantiene por su paciencia y gracia. La
perfección y la sublimidad divinas del autor último, aunque refractadas por el
escritor humano, infunden a la Escritura su propio carácter y fascinación, de forma
tal que la vuelve única, aun en las partes en que más se aproxima a las formas de
pensamiento contemporáneo.
¿Cómo, pues, ha de interpretarse el singular género literario de Génesis 1-11?
Se puede suponer que al autor inspirado —que por la revelación de Dios a Israel
tenía conocimiento de la naturaleza del mundo y la humanidad y de la realidad del
pecado que condujo a la humanidad a la alienación de Dios y del uno con el otro—
le fue dada una comprensión verdadera de la naturaleza de los orígenes, la cual
formuló en el lenguaje contemporáneo. Aún más, el autor tomó las tradiciones
literarias vigentes y las reorganizó para enseñar las verdades teológicas de la historia
primitiva de la humanidad. El autor de Génesis 1-11 no se proponía satisfacer la
curiosidad biológica ni geológica. Su intención era decir quiénes y qué son los seres
humanos en virtud de donde provienen: son de origen divino, hechos a imagen
del Creador, aunque distorsionada por el pecado que pronto desfiguró la buena obra
de Dios.
73
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
TEOLOGIA
Luego de determinar de manera sucinta el género literario de Génesis 1-11 y de
notar que los objetivos primordiales de la sección son teológicos, nos concentrare
mos de modo más explícito en la enseñanza que encierra. El autor entreteje en el
relato cuatro temas teológicos principales, a menudo con un esquema recurrente: en
primer término, la naturaleza y las consecuencias del hecho de que Dios es el Crea
dor; en segundo término, la profunda gravedad del pecado; en tercer término, la
forma en que el juicio de Dios responde al pecado humano en cada circunstancia; en
cuarto término, la presencia asombrosa de su gracia sustentadora, a pesar de todo.15
15. Este análisis se basa en la aguda exposición de G. von Rad, Génesis, pp. 184ss. Ver el
planteo reciente del tema de Gn. 1-11 expuesto con profundo discernimiento en D J.A . Clines,
The Theme o f thePentateuch, pp. 61-79. Clines extiende el estudio de von Rad, que se basaba
sóloen las narraciones, al resto del material de Gn. 1-11. Allí también señala el tema general de
von Rad. Luego de demostrar que el tema de «creación-descreación-recreación» está íntima
mente entretejido entodoel pasaje, concluye que la interpretación adecuada de Gn. 1-11 es la
siguiente: «Pordrásticoquellegueaserel pecado del hombre... la gracia de Dios nunca deja de
liberar al hombre de las consecuencias de su pecado. Aun cuando el hombre responde a una
nueva oportunidad repitiendo el mismo esquema de pecado... experimenta el favor de Dios así
como su justo juicio»; p. 76. Este análisis comprende los tres elementos señalados antes.
16. Ver H. Frankfort, et al., E l pensamiento prefilosófico: Egipto y Mesopotamia, México,
1980, pp. 13-44.
74
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
17. Ver J. Daniélou,//) the Beginning... Genesis I-III, Baltimore, 1965, pp. 30ss.
18. Sobre las consecuencias de la doctrina bíblica de lacreación, ver J.M. Houston, I Believe
in the Creator, Grand Rapids, 1980.
75
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
El triple uso de b¿¡rQ’, «crear», y el contraste literario indican que se trata del
clímax hacia el cual el capítulo progresa en etapas ascendentes, a medida que cada
mandato de creación se emite y se cumple.
La relación de la humanidad con Dios, única entre los seres creados, se expresa
en la frase intencionalmente ambigua «imagen de Dios». Sin duda, parte del
trasfondo de la elección de estas palabras es la constante aversión veterotestamen
taria a la representación de Dios en cualquier forma así como su prohibición
explícita. Esta frase es, por tanto, la aproximación más cercana del autor a alinear a
la humanidad al lado de Dios a diferencia del resto de la creación, en especial porque
selem, «imagen», se explica y precisa como demü{, «semejanza». En hebreo no
aparece la conjunción «y» entre las frases, de modo que la segunda define más
explícitamente a la primera, y juntas significan «conforme a una representación
similar pero no idéntica». Sobre la base de este trasfondo y el trasfondo literario del
antiguo Cercano Oriente en el que una deidad formó a la humanidad en imagen
divina, aquellas interpretaciones que limitan la «imagen» con demasiada exclusivi
dad al aspecto «espiritual» o a la capacidad moral de la humanidad deben rechazarse.
De hecho, el propósito del autor al usar este concepto es más funcional que
conceptual. Le interesa más lo que este don entraña que su naturaleza. La similitud
es dinámica, puesto que los seres humanos ( ’eujOm) en su relación personal con otras
criaturas pasan a ser representantes de Dios, con el derecho natural de investigar,
someter y usar todo lo que los rodea. Esto se manifiesta más explícitamente en la
proposición siguiente «y señoree en...». A consecuencia de ser a imagen de Dios, el
hombre y la mujer han de gobernar el mundo en nombre de Dios. La idea es la de
un emperador que nombra administradores a cargo de sus dominios y erige su propia
estatua para que los habitantes sepan de quién es la voluntad que los gobierna.
El capítulo 2 también describe la creación, pero con un estilo que se distingue
claramente del capítulo 1. En este último se registra una serie de mandatos, pero en
los capítulos 2 y 3 el autor relata una historia, pintando con las palabras cuadros de
sublime belleza, ricos en símbolos e imágenes, para presentar la verdad teológica.
Algunos tienden a hacer hincapié en las diferencias entre los dos relatos, como si
éstas sugiriesen que se trata de dos relatos diferentes de la creación, mutuamente
contradictorios. Pero, además de olvidar las evidentes diferencias de género, se
supondría así que el capítulo 2 pretende ser un «relato de la creación» tal como el
capítulo 1. Sin embargo, esto no es así. El capítulo 1 se propone relatar que todo lo
que existe es obra de la expresa actividad creadora de Dios. Pero el capítulo 2 no
tiene el mismo propósito. No es una unidad literaria independiente, sino que está
íntimamente ligado al capítulo 3. De ningún modo procura ser un segundo relato de
la creación, sino más bien da cuenta del origen del hombre y del huerto del Edén, y
prepara así el escenario para el drama del capítulo 3. No obstante, no puede pasarse
por alto la diferencia de género literario. El capítulo 2 presenta numerosos elementos
que corresponden a un relato de la creación, elementos que difieren notablemente
del capítulo 1. Por ejemplo, el orden en que aparece la creación de la humanidad
en los dos capítulos es muy distinto. Pero que el hombre haya sido creado en primer
o último lugar dentro de la creación de los seres animados no es esencial a ninguno
de los relatos. Lo fundamental es la posición que ocupa la humanidad como la
76
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
19. Esto se desprende también del hecho de que la frase nepeS hayyá, «ser viviente», no
significa «alma viviente», como en algunos idiomas modernos. De hecho, en ningún otro caso
se usa la expresión con referencia al hombre; en todos los demás casos se refiere a los animales
(Gn. 1.20, 24, 30; 2.19; 9 .1 2 ,15s.). Ver von Rad, Génesis, p. 92.
20. Aquí se introduce una enseñanza secundaria, la relación del hombre con el mundo
animal. A los israelitas de la antigüedad, rodeados de religiones que elevaban el mundo animal
al nivel de la divinidad, se les enseña que ningún animal está en un plano de igualdad con el
hombre, y mucho menos de superioridad.
77
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
su mismo ser. Con exquisita destreza artística, el autor deja traslucir cómo el hombre
reconoce la profunda adecuación entre los dos, cuando éste le da a ella un nombre.
Logra transmitirlo por medio de la asonancia entre ’iS, «hombre», e ’iíSá, «mujer».
Luego, en el v. 24, en un resumen del narrador, se concluye que la creación de la
mujer explica por qué el hombre corta los lazos íntimos que lo unen a sus padres
para volverse una sola carne con su mujer, tal como en los orígenes. Si bien «carne»
no se refiere aquí a una parte de la constitución física del hombre (se traduciría mejor
«cuerpo») sino al hombre como un todo, por cierto se pone el acento sobre el aspecto
físico y visible, de modo que éste es un reconocimiento del aspecto físico del
matrimonio (cf. Ef. 5.31).
Así pues, el autor sagrado comienza con el significado y la importancia de la
creación. El énfasis está puesto sobre la bondad y la armonía del mundo creado.
El problema del pecado. Después del estribillo de Génesis 1, «Y vio Dios que era
bueno», se ha preparado el terreno para relatar qué fue lo que corrompió aquel
mundo. Este relato se ofrece principalmente en los capítulos 2 y 3.21 En contraste
con el capítulo 1, que enseña las verdades teológicas acerca del porqué de la
existencia del mundo, los capítulos 2 y 3 tratan el tema de por qué existe así, en un
estado ruinoso, sujeto a males físicos y morales. Esta corrupción es un hecho que la
experiencia revela al hombre de una forma brutal a medida que madura, enfrenta la
vida por sí mismo y lucha con el mal de las catástrofes naturales, la inhumanidad
del hombre para con el hombre, la tendencia a la propia doblez de corazón y el
fantasma final: la muerte. Este problema domina por completo los capítulos 2 y 3.
¿Cómo se reconcilia con la bondad, la justicia y el amor de Dios, y con la verdad
según la cual todo se origina en Dios? Según el autor, no hay plena continuidad entre
el mundo tal como fue creado originalmente y el estado en que se lo conoce. El
mundo era bueno cuando Dios lo creó, pero el hombre lo corrompió por desobedien
cia deliberada. Los capítulos 2 y 3, pues, describen al hombre sobre todo como
pecador.
El autor comienza por describir un mundo ideal, en plena consonancia con su
concepto de Dios según se revela a lo largo de la historia de Israel. Es el panorama
del huerto del Edén en el capítulo 2. Luego, en el capítulo 3, presenta paralelamente
el mundo de la experiencia humana, fracturada y quebrada, alienada y en confusión.
La humanidad, y no Dios, es responsable de la diferencia. En el Edén (2.8-17) el
hombre vive en un huerto arbolado, bien irrigado y fértil. Todo está en plena armonía,
desde las formas de vida superiores hasta las inferiores. El hombre y los animales
sólo se alimentan de las plantas. Si bien hay tareas que cumplir (v. 15), no existe
lucha ni dolor para arrebatar a una tierra dura el sustento para la vida. No crecen
cardos ni espinos. Parecería, por tanto, haber cierta irrealidad en tomo al Edén, pues
el autor no procura describir el mundo de la experiencia humana. Describe, en
cambio, un mundo ideal, el reflejo y la concomitancia de la condición espiritual en
la que vive el hombre: está en paz y en comunión con Dios. El autor logra comunicar
78
UfcNfcülS: EL PROLOGO PRIMITIVO
esto tomando el mundo de la experiencia humana y quitándole todo mal, tanto físico
como moral, y todo lo desagradable. El resultado es un elocuente cuadro de la
inocencia humana. El pecado aún no existe.
En medio del huerto hay dos árboles: el árbol de la vida y el árbol de la ciencia
del bien y del mal. El segundo ha sido motivo de un largo debate, sin duda porque
el pasaje y la narración subsiguiente no aclaran su significado. El autor se expresa
con deliberada imprecisión. Sin embargo, del resto del pasaje (2.16s.; 3.3-7, 22) se
desprende que el árbol debe de simbolizar el derecho de la plena libertad de elección
entre el bien y el mal. La primera pareja humana, al comer del árbol, se propone ser
«como Dios» (3.5,22), determinar por sí misma lo que es bueno y malo, establecer
la autonomía moral sobre el bien y el mal y, por consiguiente, usurpar la prerrogativa
divina.
Esa autonomía moral se manifiesta en el capítulo 3 en las maquinaciones eviden
temente malévolas de la serpiente. Sus artimañas sutiles inducen a la mujer a dudar
de la palabra de Dios (v. 1), en primer lugar, y luego de su bondad (w . 4s.). Al mirar
el árbol desde otro punto de vista diametralmente distinto (v. 6), la mujer toma del
fruto y come, y el hombre hace lo mismo. Una acción tan simple como «y tom ó...
y comió» acarrearía consecuencias tan drásticas —la humanidad perdió el estado de
inocencia para siempre— y tan difíciles de revertir, que Dios mismo debería probar
la pobreza y la muerte antes de que «tomar y comer» se transformaran en verbos de
salvación.2
A continuación, el autor define gráficamente las nuevas dimensiones de la
relación del hombre con Dios: en vez de armonía e intimidad hay vergüenza y
desnudez (v. 7) y huida de la presencia de Dios por miedo (v. 8). En el interrogatorio
que hubo luego, la unidad original de la comunidad humana se desintegra. El nuevo
compañerismo en el pecado no une sino divide. El hombre intenta absolverse
echando la culpa a la mujer y a Dios («la mujer que me diste...», v. 12). La narración
concluye con Adán en la condición en que hoy se lo conoce. Voluntariamente
pecador, el hombre ha perdido la comunión libre y directa con Dios y debe luchar
contra el mal y la tentación en todos los niveles de su existencia.
En los relatos subsiguientes, el autor acumula historia sobre historia como si
procurara demostrar la profunda gravedad del pecado por el mero volumen de la
evidencia. Una vez que el pecado ingresa en el mundo, pronto alcanza proporciones
monstruosas. La segunda generación de la humanidad experimenta el fratricidio; la
reseña de las generaciones subsiguientes concluye con el brutal «Canto de la espada»
de Lamec (4.23s.). Los dos pasajes difieren mucho en cuanto a forma literaria.
Génesis 4.1 -16 adopta la forma de relato de los capítulos 2 y 3, y reanuda la narración
del Edén y la caída, retomando temas e ideas comunes a aquellos capítulos. Por otra
parte, 4.17-24 es básicamente un árbol genealógico con notas y comentarios que
transmiten el propósito del autor. El interés no se centra tanto en quiénes fueron los
descendientes de Caín como en el estilo y tipo de vida que llevaban. Esta información
se ofrece al principio de las genealogías de siete miembros (v. 17) y al final, donde
se amplía en tres ramas y, de hecho, deja de ser una genealogía.
79
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Los detalles de la historia de Caín y Abel sin duda son conocidos. En un arrebato
de furia y celos por el rechazo de su ofrenda y la aceptación de la de Abel, Caín mata
a su hermano, a pesar de la advertencia de Dios (4.3-8). Dios aparece en escena de
inmediato como interrogador, sólo que ya no le pregunta al culpable «¿Dónde
estás?» como en el huerto, sino «¿Donde está tu hermano?». Caín responde con
descaro: «¿Soy yo acaso guarda de mi hermano?». El pecado no sólo se mueve en
círculos cada vez más amplios, sino que además su manifestación es cada vez más
nefanda y desvergonzada.
En la genealogía comentada de 4.17-24, la virulencia y la violencia del pecado
vuelven a recalcarse. Aquí, el autor reseña el surgimiento de la civilización. Caín es
el primero en construir una ciudad (v. 17), con una vida comunitaria organizada. A
partir de Lamec y sus hijos, surgen las artes, las artesanías y los oficios, los herreros
y los músicos, además de los pastores (w . 19-22). El autor bosqueja la historia
cultural de la humanidad a grandes rasgos, sin detenerse en detalles. Su objetivo es
llegar a los w . 23s., al «Canto de la espada», en que se incorpora un nuevo elemento
literario, el poema lírico. Es ésta una brutal exaltación a la venganza, un canto de
jactancia. Luego de asesinar a un joven que lo había golpeado, Lamec se ufana
delante de sus mujeres, quienes lo honran y estiman por su cruel y bárbaro valor.
Con suma efectividad el autor muestra el cambio de actitudes que ha acompañado
el surgimiento de la cultura. Primero, la caída; luego, el fratricidio; por último, la
venganza; ¡todos motivos de alarde! Luego del canto de Lamec no requiere más
documentación el juicio de Dios expuesto en 6.5 («la maldad de los hombres era
mucha en la tierra, y ... todo designio de los pensamientos del corazón de ellos era
de continuo solamente el mal»).
A la misma verdad apunta el relato de 6.1-4 sobre los hijos de Dios y las hijas de
los hombres. La interpretación de este pasaje difícil y oscuro es por demás proble
mática. Desde la antigüedad se han adoptado dos posiciones básicas: (1) la expresión
«hijos de Dios» se refiere en un sentido ético a los descendientes piadosos del linaje
de Set, en contraste con los impíos descendientes de Caín («las hijas de los
hombres»); (2) se refiere a seres angelicales. En palabras de Kidner: «si la segunda
opinión desafía la normalidad de la experiencia, la primera desafía la del lenguaje».23
El significado normal de «hijos de Dios» es ángeles24 y el texto no sugiere ni
remotamente que «hijas» y «hombres» tengan en el v. 2 un sentido diferente del que
tienen en el v. 1, en el que sin duda se refieren a la humanidad en general. Según
esta interpretación, que aparece como la más fiel al significado directo de la lengua,
los límites de Dios han vuelto a transgredirse; aun los decretos que separan los
mundos divino y humano han sido violados por el pecado, de modo que se hallan
en libertad poderes demoníacos que el hombre no puede controlar. Ya sea que los
descendientes de Set se han corrompido o que fuerzas demoníacas han entrado en
el mundo, el hecho es que se ha alcanzado un nuevo nivel en la expansión
generalizada del mal.
Después de este intervalo, el texto presenta directamente la historia del diluvio
80
v j c i 'i c o i a : h l .rK V JL W O U r K l M l l IV U
en un pasaje muy distinto en origen y estilo (6.5-8). En todos los pasajes anteriores,
el autor se ha nutrido de las tradiciones existentes. Aunque con modificaciones,
adaptaciones y transformaciones, además de frecuentes declaraciones opuestas a las
ideas de Dios y de la humanidad que allí aparecen, hace uso de todos modos, del
material tradicional.25 Pero el caso de 6.5-8 es muy diferente. Hasta aquí, el autor
simplemente ha expuesto el panorama de la rápida propagación del pecado. En
cambio, en este punto y por inspiración divina, presenta un juicio teológico de parte
de Dios mismo sobre la triste y sórdida historia de la humanidad y del pecado ya
descrita. Este pasaje demuestra, pues, que el principal tema teológico de los relatos
es que el pecado es un problema radical. Por lo tanto, es también una de las verdades
principales a las que apunta la historia del diluvio. El pecado humano es tan grave
y atroz que Dios no tiene otra alternativa más que destruir a sus criaturas y comenzar
de nuevo a partir de Noé, un hombre íntegro dentro de su generación.
Por último, el autor concluye el prólogo primitivo con la historia de la torre de
Babel (11.1-9). Aquí retrata a los seres humanos en su vida colectiva, ya no como
nómades sino establecidos en un estado civilizado. Construyen una ciudad y una
torre, pero los mueve la codicia de la fama y el poder: «hagámonos un nombre, por
si fuéremos esparcidos sobre la faz de toda la tierra» (v. 4). En su evaluación de la
situación (v. 6), Dios reconoce la tendencia al mal en esta empresa humana colectiva.
El autor bosqueja así a la sociedad humana en rebelión contra Dios. El pecado no
sólo corrompe radicalmente al individuo, sino que también ingresa en las entidades
y estructuras sociales, de modo que se inclinan al poder y al dominio. Así pues, el
tema fundamental subyacente a Génesis 1-11 es la gravedad radical del pecado, que
desde el comienzo de la rebelión de la humanidad ha distorsionado y manchado la
buena obra de Dios.
25. Es decir que el autor no ha creado de la nada los detalles, símbolos e imágenes que ha
utilizado para narrar la historia, sino que ha empleado las tradiciones literarias sobre los
orígenes que le pertenecen en virtud de su propio trasfondo cultural en el antiguo Cercano
Oriente.
81
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
26. En especial esto es así porque el estado descrito fue provocado por el pecado, y no por
la intención original de Dios para la creación. En el intento de superar el pecado, sin duda sería
un error establecer como norma los efectos nocivos que el pecado ha acarreado al mundo.
82
GENESIS: EL PROLOGO PRIMITIVO
de dimensiones colosales; la alegría de los animales que brincan por la pasarela para
entrar al oscuro interior, de dos en dos; la explosión de las fuentes de la profundidad
y las ventanas del cielo que se abren; el arca y su cómico contenido sacudidos por las
aguas salvajes, pero a salvo, mientras que los vecinos malos de Noé (con los cuales
nunca nos identificamos) se hunden y desaparecen de la vista. Pero el contextoo
riginal del relato dista mucho del cuento de las buenas noches. Para los antiguos
mesopotámicos esta historia estaba relacionada con la naturaleza y las fuerzas de la
naturaleza, aquel aspecto de la realidad que afectaba tan profundamente la vida y la
existencia misma de los antiguos. Según señalamos en relación con Génesis 1, estas
fuerzas se personificaban como seres divinos. La naturaleza no era impersonal, sino
que se la consideraba formada por una serie de divinidades a las que llamaban «tú».
La visión bíblica de Dios contradice diametralmente esta visión de la naturaleza. El
Dios de Israel se encuentra fuera de la naturaleza y de sus fuerzas, como su Creador,
y las emplea como instrumentos para cumplir sus propósitos. Pero aunque la natura
leza era creación de Dios, en la perspectiva de los antiguos israelitas no dejaba de
tener un carácter personal, y tampoco paraba de latir con la presencia misteriosa e
inmediata del poder y la divinidad del Señor. Con este trasfondo, el imponente poder
y terror de la tormenta y el cataclismo destructor del diluvio cobran proporciones
indecibles como expresión del juicio de Dios al pecado de la humanidad. Este es el
marco adecuado al terrible juicio de Dios que sobreviene a la humanidad cuando
«todo designio de los pensamientos del corazón de ellos era de continuo solamente el
mal» (6.5). Este pasaje es el paradigma del juicio divino dictado contra aquel pecado.
Asimismo, el juicio de Dios es la respuesta al pecado colectivo de la humanidad
una vez más en la historia de la torre de Babel. Dios hace frente a la amenaza de la
tendencia al mal inherente a la vida en sociedad. Dios dispersa a la humanidad con
fundiendo su idioma, dividiéndola en innumerables naciones y estados. Así es que
en el fin del prólogo primitivo, la humanidad se encuentra en el estado en que ha
permanecido desde entonces, alienada y separada de Dios y entre sí, por causa del
pecado, en un mundo quebrado por la enemistad y la muerte. Reina el enfrentamiento
de un individuo contra otro, de un grupo contra otro y de una nación contra otra.
La gracia sustentadora de Dios. Pero hay un cuarto tema teológico que, de forma
casi asombrosa, se entreteje a través de todo el prólogo primitivo: la gracia de Dios
que auxilia y sustenta. Con excepción del último juicio, la gracia se halla presente
en cada uno de ellos y paralelamente a todos. En la historia del Edén, la pena
impuesta por comer del fruto prohibido es la muerte en aquel mismo día (2.17), pero
Dios muestra su clemencia en que la muerte, aunque segura, se pospone para algún
momento no especificado del futuro (3.19). Es más, Dios mismo viste a la pareja
culpable, para que pudieran vivir con la vergüenza. Por otra parte, la historia de Caín
no termina con el clamor desesperado por el destino que ha merecido por castigo.
En una notable prueba de inmerecida misericordia, Dios responde a su amargo
lamento decretando que se vengará siete veces de quien quite la vida a Caín, y le
pone una señal para que esta relación de protección sea evidente a todos.
Si bien la historia del diluvio es el ejemplo máximo del juicio de Dios contra el
pecado humano, en ella existen pruebas sutiles de su gracia protectora. Al final del
83
P A N U K A M A L)t,L ATS 1 1U U U I t a i A M K n i U
relato del diluvio se encuentra otra expresión de Dios que se distingue de la tradición
antigua, al igual que 6.5-8. En Génesis 8.21s. vuelve a vislumbrarse la inmediatez
del corazón mismo de Dios. En este punto la historia del diluvio es tanto un índice
de la gracia del Dios vivo como de su juicio. Este contraste, que se halla en toda la
Biblia, se presenta aquí en toda su desnudez: la misma situación expuesta como
razón para el terrible juicio de Dios («todo designio de los pensamientos del corazón
de ellos era de continuo solamente el mal», 6.5) aparece como motivo de su gracia
y providencia («porque el intento del corazón del hombre es malo desde su juven
tud», 8.21). Este es un índice paradójico de la gracia sustentadora de Dios, demos
trada en la incomprensible continuidad del orden natural a pesar de la persistencia
del pecado humano: «Mientras la tierra permanezca, no cesarán la sementera y la
siega, el frío y el calor, el verano y el invierno, y el día y la noche» (v. 22). Aunque
la corrupción humana se mantiene, sin embargo Dios lleva al hombre a un mundo
ordenado nuevamente, con la solemne garantía de que el curso natural perdurará.
El tema de la gracia sustentadora y protectora de Dios falta en una parte del relato,
en el fin.
El relato de la construcción de la torre concluye con un juicio divino sobre
la humanidad, en el cual no aparece ninguna nota de perdón. La historia
de los orígenes parece pues interrumpida con una agria disonancia, que
nos vuelve a plantear con especial urgencia la cuestión que habíamos
propuesto poco ha: ¿quedan definitivamente interrumpidas las relaciones
entre Dios y los pueblos; se ha agotado la divina paciencia; ha arrojado
Dios las naciones en su cólera para siempre? Grave pregunta que ningún
lector concienzudo del capítulo 11 puede esquivar. Podemos decir incluso
que nuestro narrador quiso provocar tal interrogante con su peculiar
manera de presentar todo el relato de la historia de los orígenes y suscitarla
en toda su gravedad. De este modo, en efecto, el lector queda preparado
para captar la rara novedad que sigue a este relato, ayuno de consuelos,
sobre la construcción de la torre: la elección de Abraham, y la promesa
de bendición que se le hizo.
Hemos llegado pues a un punto en el que se engranan la historia de los
orígenes y la historia de la salvación; a uno de los momentos culminantes
de todo el Antiguo Testamento.27
Con esmerada estructura, aunque con cierta sutileza, el autor reúne el prólogo
primitivo y la historia de la redención en una relación de problema y solución, que
es de suma importancia para la comprensión de las Escrituras en su totalidad. El
problema desesperante del pecado humano descrito en toda su intensidad en Génesis
1-11 se resuelve por la gracia de Dios manifestada en iniciativa y acción, que
comienza con la promesa dada a Abraham de tierra y posteridad. Pero, la historia
redentora que se inicia entonces no alcanzará su cumplimiento hasta la consumación
en el hijo de Abraham (Mt. 1.1), cuya muerte y resurrección logrará la victoria final
sobre el pecado y la muerte, que tan pronto desfiguraron la buena obra de Dios.
84
8
GENESIS:
HISTORIA PATRIARCAL
CONTEXTO HISTORICO
El llamado y la bendición de Abraham representan un acontecimiento radical
mente nuevo. Aquí, Dios actúa en la historia para comenzar una serie de hechos que
1. Hay un dato curioso que a menudo se ha señalado y es que cada uno de los ciclos princi
pales de las historias patriarcales se introduce por medio de una fórmula de toledot que men
ciona al padre del personaje principal de esa sección. Taré aparece en la introducción al ciclo
de Abraham (11.27), Isaac en la introducción al ciclo de Esaú y Jacob (25.19), mientras que en
la introducción al ciclo de José hay una breve referencia a Jacob (37.2). La referencia a Taré
tiene una explicación sencilla ya que en realidad introduce la breve genealogía extendida de
11.27-32 que sirve de enlace entre el prólogo primitivo y la historia de Abraham. Las otras dos
quizá se deban a la naturaleza sumamente patriarcal de la sociedad israelita. Si bien el conte
nido principal se centra en los hijos, el patriarca en vida sigue cumpliendo la función de cabeza
de familia. De allí que desde la perspectiva israelita es su historia porque se trata de su familia.
85
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
2. En su principal obra sobre este asunto Wellhausen escribe: «Es cierto, no arribamos a
ningún conocimiento histórico de los patriarcas, a n o sólo del tiempo en que los relatos
surgieron en el pueblo israelita; esta época posterior se proyecta inconscientemente, en sus
rasgos internos y externos, a la remota antigüedad y se refleja allí como un simple espejismo
enaltecido»; P rotegom em , pp. 318s.
3. Estos oonceptos se exponen brevemente con bibliografía en H.H. Rowley «Recent
Discovery and the Patriarchal Age», The Servant o f the Lord and Other E ssays on the O íd
Testament, 2a. ed., Oxford, 1965, p. 283; y A. Parrot, Abraham a n d His Times, trad. al inglés
J.H. Farley, Filadelfia, 1968, p. 3. La historia y la evolución de estas ideas se analizan en detalle
en H. Weidmann, Die Patriarchen und irhe Religión im Licht der Forsckung seil Julius
Wellhausen, Gotinga, 1968.
4. Ver una breve descripción de los sitios de las excavaciones con bibliografía al respecto
en I. Hunt, World o f the Patriarchs, Englewood Qiffs, N.J., 1967, pp. 2-11.
5. Los princi pal es hal lazgos textuales pertinentes al período patriarcal son (1) los documen
tos de Mari, siglo XVIII (ANET, pp. 482s.); (2) los textos de Nuzi, siglo XV (ANET , pp. 219s.);
(3) los textos de Capadocia, siglo XIX; (4) las tablillas de Alalak, siglos XVII y XV; (5)
diversos cuerpos de leyes; p.ej., el Código de Hamurabi (siglo XVIII), leyes de Asiría Media
(siglo XIII), leyes hi ti tas (siglo XV); (6) documentos de la primera dinastía de Babi lonia, siglos
XIX-XVI; (7) textos ugaríticos, siglo XIV (ANET, pp. 129-149); (8) textos egipcios de
execración, siglos XIX y XVIII (ANET, pp. 328s.); (9) las tablillas de El Amarna, siglo XIV
(ANET, pp. 483-490).
6. Así pues, los primeros dos volúmenes de la obra Cambridge Ancient History, I.E.
Edwards, ero/.,eds.,3a. ed., Nueva York, 1975 (la historia del antiguo Cercano Oriente desde
los tiempos prehistóricos hasta el 1000 a.C.), han sido íntegramente reescritos (ver el prefacio
al vol. I, pane I, p. xix), En la actual edición, han pasado de dos a cuatro volúmenes, con el
doble de páginas que la edición de 1927, aunque sólo median entre ambas unos cuarenta y
cinco años.
86
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
Caravana semítica del oeste (amorrea o «asiática») que se encuentra en una pintura
deuna tumba (ca. 1890a.C.)enBeniHasan, Egipto. (Instituto Oriental, Universidad
de Chicago)
7. Ver un amplio desarrollo del tema con bibliografía completa en J. Bright, La historia de
Israel, Bilbao, 1970, pp. 27-79. Ver la excelente historia general del antiguo Cercano Oriente,
W.W. Hallo y W.K. Simpson, TheAncient Near East: A History, Nueva York, 1971.
8. Es decir, el período desde el que existen inscripciones contemporáneas que pueden
traducirse e interpretarse.
87
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
antes que surgiera Israel, en el Cercano Oriente ya habían aparecido los elementos
esenciales de estas dos importantes civilizaciones.
88
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
que moldearían la historia de Mesopotam ia, del sur y del norte, durante varios cientos
de años.
(2) Egipto. Durante alrededor de setecientos años, Egipto continuó como nación
unificada, disfrutando de un alto nivel de civilización. El testimonio más imponente
de esta notable civilización lo constituyen las pirámides, colosales monumentos al
culto de los muertos, que aún hoy, después de 4500 años, llenan de asombro a los
observadores. Esta etapa de avanzado desarrollo cultural se llama el Viejo Imperio
(ca. 2900-2300), establecido por los reyes del sur y que alcanzó la edad de oro
durante la tercera y cuarta dinastías (ca. 2600-2400). En este período quedaron
firmemente arraigados todos los rasgos característicos de la singular cultura egipcia.
Por el azar del descubrimiento, se sabe más de la.obra de los faraones de la quinta
y sexta dinastías, apenas un débil reflejo de las gloriosas tercera y cuarta dinastías.
Cubrieron los muros de las pirámides de minuciosos grabados y pinturas de hechizos
mágicos e himnos: los textos de las pirámides, las obras religiosas más antiguas entre
las conocidas.
En el siglo XXIII, la rivalidad de los gobernadores provinciales en ausencia de un
gobierno central fuerte destruyó la unidad del estado, y Egipto experimentó un
período de caos social y ruina económica que recibe el nombre de Período Interme
dio (ca. 2200-2050). La literatura de la época es un reflejo elocuente de las
dificultades y la desazón de la vida nacional.10Finalmente, a mediados del siglo XXI,
una dinastía de Tebas, la undécima, restableció la unidad del territorio e introdujo
el Imperio Medio, el segundo período de estabilidad y grandeza en Egipto. Mucho
antes del tiempo de Abraham, Egipto ya había disfrutado de un milenio de progreso
y civilización.
(3) Siria-Palestina. El conocimiento de Siria y Palestina en el tercer milenio se
mantiene oculto tras el velo de la prehistoria. El descubrimiento entre 1975 y 1976
de casi veinte mil tablas de arcilla en Tell Mardik (Ebla), cerca de la actual Alepo,
ha llevado a los estudiosos a pensar que allí se hallaba el centro de un vasto imperio
a mediados del tercer milenio, con ciudades tributarias en tierras tan lejanas como
Chipre, Sinai, Anatolia y la región alta de Mesopotamia. La tarea de descifrar y
publicar los textos cuneiformes, así como el análisis de los vestigios arqueológicos,
aún no han llegado a una etapa que permita una adecuada interpretación de la
civilización de la Edad de Bronce Antigua y de su repercusión en los estudios de las
Escrituras.
A com ienzos del tercer milenio, Palestina también se caracterizó por el desarrollo
de ciudades pequeñas pero bien construidas y fortificadas, según los hallazgos en
las excavaciones de Jericó, Meguido, Bet-seán y Laquis. Los habitantes comúnmen
te se denominan «cananeos», término derivado del nombre de la región en textos
posteriores. Las evidencias arqueológicas revelan que hacia fines del tercer milenio
todas las ciudades cananeas existentes hasta entonces fueron destruidas, de modo
que llegó a su fin la civilización de la Edad de Bronce Antigua. No se sabe quiénes
fueron los responsables de la destrucción, pero con frecuencia se plantea la hipótesis
89
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
d e q u e pertenecieran a los grupos am orreos que en ese tiem po com enzaban a penetrar
en M esopotam ia.11
11. Ver la exposición sobre la Edad de Bronce Media I y los amorreos en las notas 13 y 16
más abajo.
90
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
91
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Palestina y del sur de Siria que con el tiempo tomaron el poder. La identidad de estos
pueblos llamados hicsos —término egipcio que significa «jefes extranjeros»— ha
sido largamente debatida, pero hay certeza de que en su mayoría eran semitas
occidentales (cananeos o amorreos). Establecieron la capital en Avaris en la región
nordeste del delta y reinaron en Egipto y parte de Palestina durante casi un siglo
(ca. 1650-1542). Es posible que ésta haya sido la época en que José y sus hermanos
descendieron a Egipto.
La lucha por la independencia egipcia de la dominación extranjera comenzó en
el sur, en el Alto Egipto. Amosis, fundador de la decimoctava dinastía, tomó Avaris
y expulsó a los hicsos a Palestina y, luego de un sitio de tres años, capturó Saruhén,
el principal centro hicso en esa región. Una vez libre, Egipto resolvió que la mejor
defensa consistía en tomar la ofensiva y emprendió el camino del imperio en Asia
por primera vez. Esta estrategia condujo al conflicto directo con los nuevos poderes
que ya se habían erigido y precipitó la lucha por el imperio mundial. Esta rivalidad
introdujo lo que J.H. Breasted denominó «El Primer Internacionalismo», período
que se describe mejor en relación con el Exodo.
(3) Siria-Palestina. Comparada con la evidencia proveniente de esta misma época
de los centros culturales de Egipto y Mesopotamia, la existente en relación con la
región de Siria-Palestina es insignificante. Naturalmente, esto se debe en parte al
azar del descubrimiento, pero mucho, a la naturaleza de la historia y la cultura de
Palestina misma. En palabras de W.G. Dever:
Ahora que tenemos un panorama más representativo de Palestina en el
contexto del antiguo Cercano Oriente en su totalidad, está claro que el
país estuvo siempre culturalmente atrasado, empobrecido tanto en las
artes como en la economía. Además de esto, su historia de conmoción
política trajo aparejados frecuentes saqueos, destrucciones y reconstruc
ciones por una larga sucesión de pueblos de culturas diversas, lo cual dio
como resultado la compleja estratificación de sus montes y la escasa
preservación de los vestigios materiales. Por último, el clima húmedo de
la región central de Palestina y la adopción de papiro y pergamino como
materiales de escritura han contribuido a que sólo haya sobrevivido un
puñado de reliquias epigráficas (la Biblia es una notable excepción). Aun
cuando se da la fortuna de descubrir restos literarios, por lo general son
tan fragmentarios que plantean un enigma indescifrable y, por lo tanto, la
correlación entre éstos y los objetos descubiertos suele presentar serias
dificultades. En suma, a diferencia de las culturas vecinas, buena parte de
la arqueología de Palestina anterior a la era israelita es, en realidad,
«prehistoria».12
Por consiguiente, es imposible escribir una historia de Palestina de esta época, y
sólo pueden ofrecerse algunas ideas generales.
Después de un intervalo poco conspicuo hacia fines del tercer milenio, común
12. «The Patriarchal Traditions», Israelite and Judaean History, OTL, J.H. Hayes y J.M.
Miller, eds., Filadelfia, 1977, pp. 74s.
92
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
mente conocido como Edad de Bronce Media I (MB I),13 se plasmó una síntesis
cultural que originó una civilización urbana cada vez más desarrollada. Por falta de
material escrito es preferible referirse a esta civilización con la denominación
arqueológica Edad de Bronce Media II, aunque a menudo se la llama «cananea»
según el nombre dado a la región en textos posteriores.14Este período se ha dividido,
según el estilo de la alfarería, en dos subperíodos: MB IIA (2000/1950-1800), la fase
formativa de la cultura, y MB IIB-C15 (1800-1550/1500).1" Este último período, que
representa un desarrollo continuo a partir de MB II A, comprende el florecimiento
pleno de la civilización «cananea» en la que surgieron las poderosas y prósperas
ciudades-estado de Siria-Palestina en la última parte del período, después del 1600.
Sobre la base de los datos arqueológicos, los eruditos han concluido que en esta
época Palestina constituía junto con Siria una continuidad cultural. Ya quedan pocas
dudas en cuanto a que fue de esta civilización urbana que surgieron en su mayor
parte los llamados pueblos hicsos, que dominaron Egipto durante el Segundo
Período Intermedio. Asimismo, esta civilización constituyó la principal resistencia
13. MB I es una de las épocas que ha provocado más debates arqueológicos en toda la era
de la Palestina antigua. Ni siquiera se ha fijado el nombre del período. La denominación MB
I de W.F. AJbright indica que él la considera separada de EB y vinculada con MB II, el período
siguiente. Sin embargo, sobre la base de las excavaciones que realizó en Jerícó, K.M. Kenyon
postula un corte cultural entre «MB I» y el período anterior EB, así como con el posterior MB
II; propone, pues, un «período intermedio EB/MB». Otros objetaron este planteo y optaron
por el nombre «EB IV», por considerar más cercana la conexión con el período anterior. Dever
describe así el estado actual de la interpretación: «En resumen, en las últimas dos décadas se
ha producido una virtual explosión en los estudios del período MB I, provocada por el caudal
de material excavado recientemente, así como por el torrente de teorización creativa. Mas
debemos advertir que los arqueólogos aún no están en condiciones de reconstruir un panorama
amplio de la cultura del MB I en su totalidad, menos aún de explicar sus orígenes ni identificar
los movimientos étnicos que pueden estar vinculados con su surgimiento en Palestina. El
material del que disponemos es poco representativo. Sólo hay consenso en cuanto a las
conexiones de MB I con la Edad de Bronce Antigua y no con la Edad de Bronce Media; a la
tendencia de subrayar el carácter semi-sedentario más que sus facetas nómades; y a la
preferencia por remontarlo un siglo más atrás que Albright, i.e., alrededor del 2200-2000 antes
de la era cristiana»; Israelite andJudaean History, p. 84. Dever propone, junto con Albright,
de Vaux y Kenyon, que los amorreos introdujeron esta cultura en Siria-Palestina . Ver un
análisis detallado de este período, que interpreta la evidencia como indicadora de una cultura
más sedentaria que nómade surgida del desarrollo dentro de Palestina misma y no de las
invasiones desde Siria, en T.L. Thompson, TheHistoricity ofthePatriarchalN arratives: The
Quest fo r theH istoricalAbraham , BZAW 133,1974, pp. 144-171. Ver, asimismo, una crítica
a Thompson en favor de la teoría amorrea, en J.E. Huesman, «Archeology and Early Israel:
The Scene Today», CBQ 37,1975, pp. 1-16.
14. Ver una exposición concisa y completa, con abundante bibliografía, en Dever Israelite
andJudaean History, pp. 84-89.
15. Este subperíodo se ha denominado MB II B-C para reflejar una discontinuidad dentro
del período sugerida por la cerámica y la estratigrafía de algunas excavaciones. Es un asunto
de menor importancia, sin pertinencia aquí.
16. Las fechas corresponden a las propuestas por Dever en Israelite andJudaean History,
esp. p. 89, y R. de Vaux, Historia Antigua de Israel 1, Madrid, 1975, p. 86.
93
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
17. Dever resume así el estado actual de la interpretación de datos arqueológicos: «El
problema más difícil de resolver sobre este período es el relativo al origen de la cultura material
del MB IIA y a la posibilidad de trazar un paralelo entre su surgimiento y los movimientos
étnicos. El asunto no puede resolverse aún, pero ya existe un acuerdo sobre las principales
líneas de investigación futura. Si bien se ha intentado relacionar la alfarería con el período
anterior... es evidente que la cultura material de MB IIA en su totalidad no puede derivarse
de MB I. Lo asombroso de esta cultura es que apareció repentinamente en Palestina, sin
antecedentes locales ... Además, si bien las comparaciones detalladas presentan dificultades
por la falta de material confiable, puede sostenerse que la alfarería de Palestina se vincula más
con la de Siria en el período MB II A que en ningún otro período de la historia de este país.
Estas observaciones sugieren que luego de la conmoción de la vida en Palestina a fines del
tercer milenio antes de la era cristiana (EB IV-MB I) surgió un nuevo movimiento cultural
desde Siria, que originó una cultura urbana vigorosa y homogénea que llegó a dominar toda
la región Sirio-Palestina en la Edad de Bronce Media. Dado que este período en la Alta
Mesopotamia y en Siria se distingue por la expansión amorrea, casi todos los eruditos
identifican a MB II A en Palestina con la llegada y el asentamientode los amorreos...»; Israelite
andJudaean History, pp. 85s.
El estado actual de la interpretación presenta ciertos problemas, como, p.ej., considerar a
los amorreos como los pueblos responsables de culturas materiales tan disímiles como MB I
yM BII A. Los intentos de explicarlasdiferenciasenfuncióndedistintasetapasde la evolución
cultural de estos pueblos (como es el caso de Dever, p. 869) no resultan adecuados. Cf. también
de Vaux, Historia Antigua, pp. 78-83.
18. Estos textos se componen de tres grupos de imprecaciones contra los enemigos del
faraón escritos en jeroglíficos egipcios sobre tazones y estatuillas que luego se rompían para
llevar a cabo la maldición. Es significativa la cantidad de textos que mencionan a los enemigos
del faraón en Palestina y datan de alguna parte del período entre 1875-1750. Sobre estos textos
en general y en particular sobre la relación con los nombres amorreos de Mesopotamia, ver
Thompson, Historicity, pp. 89-117.
19. Ver Dever, nota 17 más arriba; asimismo, ver G. Posener, J. Bottéro y Kenyon, «Syria
and Palestine c. 2160-1780B.C.», CAH1/2, pp. 532-594; de Vau x,HistoriaAntigua, pp. 85-89.
20. Esta es la teoría ampliamente difundida por J. Bright, Historia, pp.66s., 118.
21. Cabe notar que el uso del término «amorreo» con referencia a estos pueblos ha alentado
la formación de una idea mucho más unificada desu historiae identidad étnica que la justificada
por la evidencia. I-a frase «semitas occidentales antiguos» sería más adecuada para no alentar
ese prejuicio. Además, las únicas migraciones étnicas de las cuales hasta el momento hay
oA
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
naturaleza, muda y sugerente pero no concluyente.22 Es muy posible que los estilos
de alfarería que aparecen de pronto en Palestina en MB IIA y que tienen un vínculo
cercano con Siria hayan surgido de la expansión e influencia de los estilos de
alfarería por medio del trueque y otras formas de contacto, es decir, por difusión
cultural y no por migración étnica.23
En segundo lugar, en cuanto a la relación entre los nombres de Palestina y aquellos
de los amorreos de Mesopotamia, la identidad propuesta es una conclusión prema
tura.24 Es más, aun si se pudiera determinar esta identidad básica, esto no bastaría
para comprobar la migración étnica desde Mesopotamia a Palestina. Existen sobra
das evidencias de que había semitas occidentales antiguos en Palestina y la costa
fenicia mucho antes de que penetraran en Siria (y en el noroeste de Mesopotamia),
por lo tanto detectar una migración de semitas occidentales en medio de una
población semita occidental anterior resulta problemático.25 Por lo menos, existe la
pruebas en los textos son: 1) del desierto sirio-árabe del norte, hacia el este y el sur a Babilonia
en el período de Ur III (2060-1950) y 2) de la misma región hacia el norte, cruzando el Eufrates
hasta el noroeste de la Mesopotamia en la Era Babilónica Antigua, unos dos siglos después.
No existe, por cierto, ninguna prueba textual de una migración de los «amorreos» desde el sur
de Babilonia hacia el noroeste de la Mesopotamia, ni desde el noroeste de la Mesopotamia a
Palestina. Ver Thompson, Historicity, pp. 67-165.
22. Nótese qué endebles aparecen las conclusiones propuestas por Dever, nota 17 Señala
que las comparaciones detalladas entre la alfarería de Palestina y la de Siria resultan difíciles
(puesto que son escasos los sitios de excavación de Siria en que se hayan hallado piezas que
se remontan a este período).
23. Sobre el problema de equiparar los marcados cambios en el estilo y las técnicas de
alfarería con los cambios de la población sin evidencias corroborantes en relación con la
interpretación de MB I, ver Thompson, Historicity, pp. 145s. Este comentario es aplicable
asimismo a MB II.
24. Esta identidad se basa en la similitud aparente de las dos grafías de los nombres (ver,
p. ej., Albright, D e la edad de piedra al cristianismo, Santander, 1959, p. 136), lo cual no ha
sido demostrado por medio de un estudio adicional. Así que, en «The Early History of the
West Semitic Peoples», JC'S 15,1961, p. 3 9 ,1J. Gelb escribe: «Hasta donde puedo juzgar la
situación, en este momento es imposible decidir entre dos conclusiones: una, que el lenguaje
de los nombres de los Textos de Execración preserva las características del lenguaje semítico
occidental antiguo, es decir, la lengua amorrea; la otra, que muestra las características
innovadoras del cananeo». Además se ha aducido alguna evidencia de que las dos grafías de
los nombres representan dos dialectos, pero hay demasiada ambigüedad para llegar a una
conclusión. Ver W.L. Moran, «The HebrewLanguage in Its Northwest SemiticBackground»,
BAÑE, p. 78, nota 29; y esp. Thompson, Historicity, pp. 91-97.
25. Los nombres geográficos son notoriamente conservadores y por lo general conservan
un cuadro étnico mucho más antiguo que la época en que aparecen. (Compárese la forma en
que los nombres árabes de ciertos lugares en Palestina en la actualidad conservan nombres de
la época pre-arábiga, en muchos casos se remontan a la época veterotestamentaria y más atrás.)
Tomando en cuenta este hecho resulta significativo que casi todos los nombres geográficos
de Palestina de la primera parte del segundo milenio son semitas occidentales, en contraste
con Siria, donde los nombres geográficos más antiguos no son semitas. Ver Gelb, JC S 15,
1961, p. 41; Thompson, Historicity, pp. 92, 319. Además, los textos de Ebla de Tell Mardik
pueden echar bastante luz al panorama, pues se ha sostenido que la lengua local es un dialecto
95
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
certeza de que no hay forma de interpretar los datos para sustentar la hipótesis de
una migración en gran escala de amorreos desde la región centro norte de Siria. Es
más, si la hipótesis de la migración de semitas occidentales a Palestina se despren
diera necesariamente de los datos arqueológicos y lingüísticos, es mucho más
probable que hubiesen provenido de las regiones del sudoeste de Siria, al norte26 o
de la estepa siria, al nordeste.
Por último, a fines de la era de MBII aparecen nombres hurritas e indoeuropeos
en los textos de la región, a la que los egipcios de la decimoctava y decimonovena
dinastías llaman «tierra de Hurru», lo cual indica que Palestina estuvo bajo la
influencia del mismo movimiento de grupos étnicos descrito anteriormente en rela
ción con el noroeste de la Mesopotamia. En cuanto a esta influencia, su trascendencia
y su antigüedad aún están en discusión, pero es poco probable que haya tenido lugar
mucho antes del siglo XV.27
EPOCA E HISTORICIDAD
DE LAS NARRACIONES PATRIARCALES
Todas las tradiciones veterotestamentarias coinciden en ubicar la era patriarcal
antes del éxodo de Egipto28 y, por tanto, en alguna parte de la época brevemente
referida. Por la naturaleza del relato, la historia familiar de un grupo cuyo estilo de
vida muy probablemente aún era nómade pastoril, la tradición patriarcal no registra
datos que establezcan una relación entre las personas o los acontecimientos y la
historia política de los estados y pueblos contemporáneos, a excepción del relato del
ataque de los cuatro reyes en Génesis 14, un breve fragmento que hasta la fecha no
se ha logrado relacionar con sucesos extrabíblicos. Sumado a esto el hecho de que
casi todos los sucesos de los relatos patriarcales se desarrollan dentro de Palestina
misma y, como mencionamos, que los conocimientos sobre esa época en esta región
son sumamente limitados (dada la naturaleza de la evidencia es probable que esta
situación se mantenga29), a priori es muy difícil ubicar a los patriarcas dentro de esta
época. En consecuencia, la lucha de los eruditos para lograrlo ha sido larga,
complicada y a menudo acalorada; aquí sólo puede ofrecerse un breve resumen.
Toda la luz que se arrojó sobre la historia de las principales áreas culturales del
semita occidental cuyas analogías más cercanas son las lenguas cananeas del primer milenio,
el hebreo incluido. Noobstante, esta teoría aún aguarda una demostración; verGelb, «Thoughts
about Ibla: A Preliminary Evaluation, March, 1977», Syro-Mesopotamian Studies 1, 1977,
pp. 17-27.
26. Así piensa también de Vaux, Historia Antigua, p. 86.
27. Ver una exposición de la penetración de los hurritas en Siria y Palestina, en F.W. Bush,
«Hurrians», IDBS, pp. 423s. Ver un análisis más detallado de la fecha y duración de su
penetración en Palestina, en de Vaux, «Les Hurrites de l’histoire et les Horites de la Bible»,
Revue Biblique 74,1967, pp. 481-503.
28. Sobre este tema ver D J. Wiseman, «Abraham Reassessed», A.R. Millard y Wiseman,
eds., Essays on the Patriarchal Narratives, Leicester, 1980, pp. 149ss.
29. Ver la sección anterior y en particular la cita de Dever, p. 92.
96
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
Cercano Oriente en el segundo milenio dio como resultado una evaluación mucho
más positiva del valor histórico de los relatos patriarcales que la prevaleciente a
comienzos de este siglo (ver p. 86 arriba). Una serie de estudios ha resumido la
evidencia que justifica esta posición tan difundida.30 El más talentoso exponente de
esta perspectiva fue W.F. Albright31 mientras que la exposición clásica es la de
J. Bright.32 A pesar de las numerosas diferencias en los detalles de las posiciones de
los distintos eruditos relativas a la historicidad de los patriarcas y su ubicación en
esta época, la perspectiva adoptada en general, por lo menos en el mundo de habla
inglesa,33 se resume bien en las palabras de Albright:
30. Las mejores síntesis son las realizadas por de Vaux: «Les Patriarchies hébreux et les
découvertes modernes», RB 53, 1946, pp. 321-348; «The Hebrew Patriarchs and History»,
The Bible and the Ancient N ear East, Londres, 1971, pp. 111-121; y H.H. Rowley, «Reoent
Discovery and the Patriarchal Age», The Servant o f the Lord , pp. 281-318.
31. Su trabajo más importante sobre este tema es el capítulo «Hebrew Beginnings»,
The Biblical Period from Abraham to Ezra, Nueva York, 1963, pp. 1-9. Entre otros se
cuentan también «El marco hebreo de los orígenes israelitas», D e la edad de piedra al
cristianismo, pp. 188-197; «Abraham the Hebrew: A New Archaeological Interpretation»,
BASOR 163, 1961, pp. 36-54; «The Patriarchal Backgrounds of Israel’s Faith», Yahweh and
the Gods o f Canaan, 1968 (reimpr. Winona Lake, 1978), pp. 53-110; y, publicado poco
después de su muerte, «From the Patriarchs to Moses: I. From Abraham to Joseph», BA 36,
1973, pp. 5-33.
32. Historia, pp. 93-125.
33. En Alemania A. Alt y M. Noth encararon una evaluación mucho más negativa de la
validez histórica de Gn. 12-50. En Historia de Israel, Noth escribe: «...no disponemos del
menor fundamento para establecer una premisa histórica sobre la época, el lugar, los antece
dentes y las circunstancias de la vida de los patriarcas como seres humanos. La propia tradición
sobre los patriarcas tampoco es muy explícita sobre su personalidad humana; en cambio, es
más pródigo en cuanto atañe a las promesas que se les había hecho»; Barcelona, 1966, p. 122.
Naturalmente, Alt y Noth, si bien no dejaban de lado los resultados de la arqueología, se
interesaban fundamentalmente en el estudio de la historia preliteraria de las narraciones y de
las tradiciones orales de las que derivan, usando las técnicas literarias de Gattungsgeschichte
y Redaktionsgeschichte. Albright y sus seguidores no evadían la metodología y los resultados
de la crítica literaria, pero atribuían mucho más peso a los paralelos trazados entre los textos
bíblicos y el material no bíblico. Los dos enfoques entraron en conflicto abierto en una serie
de artículos y reseñas críticas de publicaciones especializadas. En Early Israel in Recent
History Writing, Bright critica la metodología de Noth, especialmente las conclusiones
negativas referidas a la validez de las tradiciones, la indiferencia frente a la evidencia
arqueológica y la inadecuación de sus teorías para dar una explicación apropiada del naci
miento de Israel y de su fe. Noth emprendió el uso de la arqueología de manera más directa
en «Hat die Bible doch recht?», Festschrift für Günther Dehn, Neukirchen, 1957, pp. 7-22; y
«Der Beitrag der Archäologie zur Geschichte Israels», VTS 7, 1960, pp. 262-282; cf. D er
Ursprünge Israels im Lichte neuer Quellen, Colonia, 1961.
Esta polémica llevó a cierta moderación de ambas posiciones, como lo ha sintetizado de
Vaux: «Method in the Study of Early Hebrew History», The Bible in M odem Scholarship,
J.P. Hyatt, ed., Nashville, 1965, pp. 15-29; The Bible and the Ancient N ear East, pp. 111-121;
y «On Right and Wrong Uses of Archaeology», Near Eastern Archaeology in the Twentieth
Century, J.A. Sanders, ed., Garden City, 1970, pp. 64-80. Ver también J.A. Soggin, «Ancient
Biblical Traditions and Modem Archaeological Discoveries», BA 23,1960, pp. 95-100.
97
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
De Vaux concluye que «en definitiva, parece que Noth admite todo lo que Bright admite
con respecto a la historia de los patriarcas»; TheBible and the Ancient N ear East, p. 119. Dicho
juicio sin duda es exagerado y engañoso, pues da la impresión de que las declaraciones de
Noth no son más que un reconocí miento renuente de los paralelos y las conexiones propuestos.
Plantea una historicidad muy general para estos relatos, pues sostiene que los patriarcas
efectivamente existieron pero no cree que pueda decirse nada más específico al respecto. No
obstante, Noth modificó su posición a tal punto que llegó a afirmar: «No me caben dudas de
que el origen de Israel se halla enraizado en un contexto histórico que, según lo prueban los
descubrimientos arqueológicos, se ubica a mediados del segundo milenio»; «Der Beitrag der
Archáeologie zur Geschichte Israels», V T S 1, 1960, p. 269. En cierta medida estas afirmaciones
permitirían incluir también a la escuela alemana en el consenso.
34. B iblical Period, p. 5.
35. Esta afirmación se refiere a su interpretación de esta época como un intervalo nómade
entre las culturas urbanas de EB III y MB II, y a su ubicación tardía en el 1800. Ambos
argumentos se han abandonado. Ver nota 13 más arriba; asimismo, Thompson, Historicity,
pp. 144-186, y en especial Dever, Israelite and Judaean History, pp. 82s., 93-95.
36. P.ej., Bright, Historia, pp. 102-105; E.A. Speiser, «The Patriarchs and Their Social
Background», The Patriarchs and Judges, The World History of the Jewish People, B. Mazar,
ed., la. serie 2, Brunswick, N. J., 1971; S. Yeivin, «The Patriarchs in the Land of Canaan»,
The Patriarchs and Judges', G.E. Mendenhall, «Biblical History in Transition», BANE, pp.
36-38; D.N. Freedman, «Archaeology and the Future of Biblical Studies: The Biblical
Languages», The Bible in M odem Scholarship, p. 297. Ver el útil resumen de las principales
posiciones y sus respectivos argumentos, en de Vaux, Historia Antigua, pp. 259-262.
37. Historia Antigua, pp. 257-265.
38. Aunque siempre hubo eruditosque discreparon de la posición mayoritaria (p.ej., Mazar,
«The Historical Background of the Book of Genesis», JNES 28, 1969, pp. 73-83), los
principales ataques, que cuestionan virtualmente cada línea de evidencia sobre la que se ha
basado la historicidad son los de Thompson, Historicity, y J. Van Seters, Abraham in History
and Tradition, New Haven, 1975. Ambos se proponen demostrar que el juicio de la mayoría
carece absolutamente de validez. Thompson señala: «Los resultados de mi propia investiga
ción, si son en gran parte aceptables, al parecer bastan para exigir una reconsideración profunda
de la posición actual sobre el carácter histórico de los relatos patriarcales. Estos resultados
confirman la posición minoritaria según la cual el texto de Génesis no es un documento
historia)»; Historicity, p. 2.
98
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
su validez/ Si bien estos desafíos han demostrado que algunas de las líneas de
evidencia utilizadas para comprobar la historicidad de las tradiciones patriarcales
carecen de validez, aún existe sobrada evidencia de la Biblia y de los textos
extrabíblicos que demuestra que, por el contrario, dicha historicidad resulta una
conclusión justificada.
En primer término, tanto una lectura superficial como un estudio literario de los
relatos patriarcales revelan su sentido y su naturaleza historiográficos .40 Queda claro
que los relatos no son autobiográficos ni biográficos; el interés principal y el mensaje
son teológicos; han llegado hasta nosotros por un largo y complejo proceso de
transmisión oral y escrita, de manera que ni por el mensaje básico ni por la forma se
trata de historia en el sentido moderno (ver abajo).41 Ño obstante, la forma y el
sentido de estos relatos están determinados claramente (y obviamente) por motivos
literarios y teológicos fundados en la experiencia pasada de la comunidad, en
tradiciones de base histórica.42 Es más, una comparación con otras obras narrativas
del antiguo Cercano Oriente revelará que en estilo literario se aproximan más a los
99
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
relatos de base histórica.43 Aclarado esto, importa destacar que las tradiciones
bíblicas coinciden en ubicar a los patriarcas m ucho antes del Exodo, y dos tradiciones
distintas otorgan al intervalo una duración de alrededor de cuatrocientos años.44
Como la estela de Meneftá (ver más adelante, p. 119) ubica la presencia de Israel en
Palestina ca. 122045 y el Exodo debe de haber tenido lugar bastante antes de esa
fecha, este dato bíblico establece el fin de la época patriarcal ca. 1700 a más tardar.
En segundo término, y como algo muy significativo a la luz de su correlación con
esta cronología basada en la Biblia,46 existen evidencias importantes de que los
relatos patriarcales son el reflejo auténtico de las condiciones que corresponden al
antiguo Cercano Oriente a comienzos del segundo milenio. Las principales líneas
de evidencia son las siguientes:
(1) La fuente de los nombres patriarcales se revela ampliamente en la población
amorrea de la época47 y se puede identificar como semita occidental antigua,48 es
decir, perteneciente a las lenguas de la familia semita occidental existentes en el
segundo milenio a diferencia del primero.49 Es más, un examen de los nombres de
100
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
este tipo que efectivamente aparecen en los textos del primer milenio pone de
manifiesto una laguna en la evidencia cronológica tanto en el material bíblico como
en el material no bíblico. Por tanto, se hallan nombres de este tipo entre los semitas
occidentales antiguos hasta fines del segundo milenio50 y entre los nombres bíblicos
desde la época patriarcal hasta los tiempos de David pasando por la era mosaica.51
Luego no reaparecen en ninguno de los dos cuerpos textuales hasta la época de la
dominación aramea clásica que comienza a fines del siglo VlII-comienzos del VII.52
En esta perspectiva es asombroso notar que este tipo de nombres no se encuentre
entre los nombres árameos que aparecen en los textos que datan de los siglos X al
VII,53 aunque aparecen con cierta frecuencia en los dialectos árameos posteriores.
Por último, es muy improbable que por mera casualidad estos nombres sean muy
poco comunes entre los pueblos cananeos del primer milenio, y que la época en que
carecen de evidencia textual (los siglos X-VII) es la época de dominación cananea
(es decir, la época de los «imperios» y el poder israelita y fenicio). Esta distribución
cronológica inclina la balanza bien a favor de referir la época patriarcal al segundo
milenio.M
(2) El viaje emprendido por Abraham desde el noroeste de la Mesopotamia
(Harán) a Canaán concuerda con una serie de circunstancias que se sabe correspon
den a MBIIA (2000/1950-1800). En esta era comenzaba a gestarse un período nuevo
de estabilidad, paz y prosperidad, ya sea que sus creadores provinieran de Siria o
fueran naturales de Palestina misma y sólo recibieran la influencia de las culturas
más importantes del norte.55 En especial, se abrieron las rutas entre Canaán y el
noroeste de la Mesopotamia.56 En esta época se fundó o ya existía la mayoría de las
ciudades mencionadas en los relatos patriarcales, por ejemplo, Siquem, Bet-el,
Hebrón, Dotán y Jerusalén (en el caso que sea la Salem de Gn. 14).'’7 Uno de los
principales problemas de esta teoría es que el Neguev, una de las regiones más impor
50. Se encuentran ejemplos de nombres similares a Abram, Israel y Jacob desde los textos
de Mari (siglo XVIII) al sarcófago de Hiram (siglo X1II/X).
51. Ver los comentarios de Noth, D ie israelitischen Personennamen im Rahmen der
gemeinsemitischen Namengebund, BWANT 10, Stuttgart, 1928, p. 28. Compárense las
expresiones similares de de Vaux acerca del nombre Isaac, Historia Antigua, p. 204, nota 80.
52. Si se analiza detenidamente el estudio de Thompson (ver más arriba, nota 49), se
observa que con relación a Abram después de ca. 1000 sólo hace referencia a cuatro nombres
de forma similar hallados en los textos asirios de fines del siglo VIII y principios del VII (pp.
30-35); en relación con los nombres Israel y Jacob, sólo logra citar ejemplos de nombres
similares de los dialectos arameos de Palmira y Elefantina, del árabe del sur epigráfico y de
los nombres judíos de los textos babilónicos, que se remontan al siglo V, tomados de Noth,
D ie israelitschenPersonennanem. Ver también de Vaux, Historia Antigua, p. 210.
53. Se conocen unos cincuenta; ver M. Liverani, «Antecedenti dell’ onomástica aramaica
antica», Rivista degli Studi Orientali 37, 1962, pp. 65-76. Ver de Vaux, Historia Antigua,
p. 210.
54. Resulta así muy difícil ubicarlos en la época que propone Thompson, la Edad de Hierro,
más específicamente, a fines del sigloX odurante el siglo IX; ver Historicity, pp. 316,324-326.
55. Ver el panorama histórico más arriba, p. 89.
56. Ver de Vaux, Historia Antigua, p. 264.
57. Ver Dever, Israelite andJudaean History, pp. 99-101.
101
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
102
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
que agricultores y pastores formaban parte integral de una misma comunidad tribal.65
Era natural la alternancia entre el estilo de vida de la comunidad agrícola estable y
el pastoril que implicaba el traslado estacional a las estepas en busca de pasturas,
según las precipitaciones en la zona de estepa semiárida. El conflicto que se
planteaba de continuo no era tanto entre pastores y agricultores sino que era más una
puja por la autoridad política entre las ciudades-estado, con su poderosa organiza
ción en centros urbanos, y estas aldeas tribales autónomas.
Si bien resta aún un estudio detallado de este concepto de nomadismo y una
comparación con los textos bíblicos, parecería que el estilo de vida patriarcal refleja
este mismo tipo de sociedad «dimorfa».66 Los patriarcas acampan en las cercanías de
las ciudades (p.ej., Gn. 12.6-9; 33.18-20) y hasta viven como «forasteros» en algunas
ciudades (p.ej., 20.1ss.). Practican la agricultura en forma esporádica (26.12s.); Lot
se establece «en las ciudades de la llanura, y fue poniendo sus tiendas hasta Sodoma»
(13.12); la vocación contrastante de Jacob y Esaú (25.27-34) quizá refleje esa misma
dicotomía. Sin embargo, al igual que en Mari, los patriarcas son criadores de ovejas
que se trasladan grandes distancias con los rebaños; por ejemplo, Jacob, mientras
habita en Hebrón, envía a José a visitar a sus hermanos en Siquem, pero los encuentra
más al norte en Dotán (37.12-17). Se han observado paralelismos en el vocabulario
técnico empleado por la sociedad de Mari y el de Israel, en el área de los términos
relativos a los vínculos tribales y a los campamentos pastoriles.67 Resulta muy claro
que el estilo de vida patriarcal presenta numerosas semejanzas con el nomadismo
pastoril de los textos de Mari y que su estilo de vida concuerda bien con el medio
ambiente cultural de principios del segundo milenio.68
(4) Diversas prácticas sociales y legales que aparecen en los relatos patriarcales
pueden compararse con una amplia gama de prácticas socio-jurídicas tanto del
segundo como del primer milenio, lo cual demuestra que estas narraciones son un
reflejo auténtico de los antiguos usos del antiguo Cercano Oriente.69 Estos paralelos
65. Debe rectificarse la idea de que el nomadismo y la cultura de aldeas agrícolas sean
estilos de vida mutuamente excluyentes. De hecho, la evidencia arqueológica de las aldeas
prehistóricas sugiere enfáticamente que la evolución cultural de la aldea avanzó desde la
recolección de frutos al cultivo incipiente hasta las comunidades agrícolas primitivas sin
intervalos nómades. También es probable que se hayan domesticado ovejas y cabras en el
contexto de la aldea agrícola y que la cultura pastoril haya surgido a partir de la aldea. Ver
R.J. Braidwood, Prehistoríc Investígations in Iraqi Kurdestan, Studies in Ancient Oriental
Civilization 31, Chicago, 1960, pp. 170-184; y Luke, Pastoralism andPolitics, pp. 22ss.
66. Ver Dever, Israelite andJudaean History, pp. 112-117; de Vaux, Historia antigua, pp.
228-235; y N.K. Gottwald, «Were the Early Israelites Pastoral Nomads?», Rhetorical C riti
cism, J.J. Jackson y M. Kessler, eds., Pittsburgh, 1974, pp. 223-225.
67. De Vaux, Historia antigua, pp. 230s.; Dever, Israelite andJudaean History, pp. 115s.
68. Sin embargo, hace falta profundizar los estudios para echar más luz sobre el asunto.
Así pues, obsérvense las objeciones de Thompson a la adopción sin un previo estudio detallado
del modelo del nomadismo pastoril de las estepas mesopotámicas, debido a las diferencias
topográficas ambientales de Palestina; «The Background of the Patriarchs: AReply to William
Dever and Malcolm Clark», JSOT 9,1978, pp. 2-43, esp. pp. 8-12.
69. Ver Bright, Historia, pp. 95-99ss.; de Vaux, Historia antigua, pp. 242-245ss. Ver el
profundo análisis crítico de Selman, Essays on thePatriarchalN arratives, pp. 93-138.
103
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
so c io -ju ríd ic o s deben utilizarse con sum o cuidado. Sobre esta base a m enudo se ha
intentado ubicar la época de los patriarcas en la prim era m itad del segundo m ilenio,
señalando paralelos con textos de aquel período, en particular con los textos de
N uzi.70 A lgunos estudios m ás recientes han revelado qu e esta m etodología es
inadecuada, por la sencilla razón de que las prácticas, en caso de ser v á lid a s /1 son
de una im precisión cronológica tal que no sirven para la determ inación de fechas.
U na práctica sólo es de significación cronológica si se prueba qu e corresponde a una
época determ inada, pero las prácticas socio-jurídicas del antiguo C ercano O riente
con frecuencia se prolongaban en el tiem po. En particular debe abandonarse la
conexión especial trazada entre los relatos patriarcales y un trasfondo socio-jurídico
hurrita específico72 basado en los textos de N uzi, conexión que cobraba gran
im portancia en el argum ento a favor de la historicidad de los patriarcas.73 Las
prácticas de N uzi em pleadas en la com paración se tom aron de una m edia docena d e
un total aproxim ado de trescientos textos de leyes fam iliares hallados en el lugar, de
m anera que no resultan representativas ni siquiera de la sociedad d e N uzi.74 En
segundo lugar, las prácticas de N uzi presentan m ucha m ás sim ilitud d e lo qu e se
pensara en un principio con las prácticas socio-jurídicas del m undo m esopotám ico
en general y, po r lo tanto, todo el asunto de un m odelo específicam ente hurrita de
leyes fam iliares resulta muy dudoso.75 N o obstante, se ha confirm ado una cantidad
suficiente de paralelos válidos entre los usos patriarcales y los d el antiguo C ercano
O riente que com prueban que los relatos patriarcales reflejan con precisión el
contexto histórico y social en el que los sitúa la Biblia.76
70. Ver la reseña bien documentada del desarrollo de esta metodología en Selman ,E ssays
oti the Patriarchal Narratives, pp. 93-99.
71. Este procedimiento ha conducido a conclusiones erróneas basadas en semejanzas
superficiales. Los paralelos en cuestión a menudo se basaron en la exégesis de textos
complicados y difíciles, sin realizar un estudio serio que permitiera arribar a una interpretación
acertada de los textos en su propio contexto literario y cultural, tanto bíblico comoextrabíblico,
antes de intentar el trazado de paralelos. Esta crítica se aplica especialmente al caso relacionado
con los textos de Nuzi.
72. Ver en especial Selman, «The Social Environment of the Patriachs», TyndaleBulletin
27, 1976, pp. 114-136; de Vaux, Historia antigua, pp. 242-255; y Thompson, Historicity, pp.
196-297.
73. Estos paralelos con los textos de Nuzi a menudo se consideraban importantes por la
hipótesis de que ofrecían una explicación de características que no se hallaban más adelante
en el Antiguo Testamento o bien que eran mal interpretados por los editores posteriores del
Pentateuco. Además, las prácticas de Nuzi se identificaban generalmente como hurritas sobre
la base de una presunta di ferencia entre las prácticas de Nuzi y las de la cultura asirio-babilónica
en general que, por lo demás, constituían la estructura de la sociedad de Nuzi. Este supuesto
trasfondo hurrita de las prácticas patriarcales cobraba importancia ya que la principal presencia
de los hurritas en la Mesopotamia se situaba en la misma región en que la Biblia sitúa el origen
de los patriarcas, las cercanías de Harán.
74.. Ver Selman, Tyndale Bulletin 27,1976, p. 116.
75. Ibíd., p. 118.
76. Ver la lista de dichas prácticas confeccionada sobre la base de una metodología
comparativa acertada, en Selman, Essays on the Patriarchal Narratives, pp. 125-129.
104
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
77. Ver la exposición de Bright, Historia, pp. 122-125; de Vaux, Historia antigua,
pp. 267-285; y en especial, G.J. Wenham, «The Religión of the Patriarchs», Essays on the
Patriarchal Narratives, Millard y Wiseman, pp. 157-188.
78. Ver Wenham, «The Religión of the Patriarchs», pp. 184s.
79. El único pasaje de Gn. 12-50 que podría relacionarse con la historia mundial es la reseña
del ataque de los cuatro reyes en el cap. 14. Si bien no ha podido verificarse una conexión con
acontecimientos conocidos, los nombres de los reyes concuerdan con la nomenclatura del
segundo milenio. Amrafel puede interpretarse como amorreo; Arioc muy probablemente es
hurrita (Arriyuk o Arriwuk en Nuzi); Tidal es la forma hebrea de Tudhalias, el nombre de
cuatro reyes hititas; y Quedorlaomer evidentemente está formado por dos elementos de
nombres elamitas que aún no se han hallados combinados en otro contexto. Sobre el trasfondo
«proto-arameo» de los relatos patriarcales y el controvertido problema de la relación con el
Hapiru/Apiru, ver Bright, Historia, pp. 111-115; de Vaux, Historia antigua, pp. 210-219.
105
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
80. La mayoría de los eruditos considera que la reseña de la sucesión al trono por parte de
Salomón (2 S. 9-20 y 1 R. 1-2) es virtualmente el relato de un testigo presencial; la mayor
parte del material es contemporáneo, o se aproxima mucho, a los acontecimientos descritos.
Además, proviene de una época de la historia de Israel, la monarquía, en que las instituciones
sociales contaban con el personal, las técnicas y los materiales para llevar un registro de los
acontecimientos. El caso del libro de Jueces es muy distinto. El autor vivió muchos años
después de los acontecimientos narrados, tal como lo revela Jue. 21.25. Además, fue una época
de transición y lucha, de gran agitación social y, por momentos, de virtual anarquía. En tales
circunstancias el conocimiento del pasado se conserva de manera muy dispersa y casi al azar.
El autor de Jueces forzosamente recurre a una esquematización (2.11-19) y moldea todos los
datos históricos de acuerdo con este marco teológico. Ver H. Renckens, Israel’s Concept o f
the Begiiming, pp. 20-31.
81. A los ojos de quienes tengan propósitos diferentes, puede parecer que han distorsionado
los hechos, pero todo depende del enfoque. Para ampliar sobre este tema, ver J.R. Porter, «Oíd
Testament Historiography», Tradition andlnterpretation, G.W. Anderson, ed., pp. 125ss.
106
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
82. Al parecer no existe nada que niegue la hipótesis de que estas tradiciones se registraron
por escrito originalmente en tiempos de Moisés (y es probable que por impulso suyo). Dado
que diversos contratos, los contratos matrimoniales en particular, son muy antiguos, cabría
pensar en la existencia de documentos escritos. Por otra parte, el uso generalizado de patro
nímicos (Abram ben Taré, etc.) facilita considerablemente la confección de las genealogías.
107
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
108
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
deidad protectora del clan del patriarca, como se manifiesta claramente en Génesis
31.36-55, en donde se ve que Jacob jura por el padrino (o temor) de Isaac, y Labán
por el Dios de Nacor. Esta terminología tiene paralelos cercanos en los textos de
Capadocia y de Mari,86 así como en textos árabes y árameos de los primeros siglos
de la era cristiana.87 Este Dios del clan bendice al patriarca (12.1-3; 26.3s.) con la
promesa de la tierra de Canaán y de innumerable descendencia (12.2, 7; 13.14-17;
15.4s., 18; 26.3s.; 28.13s.). El protege y salva (19.29), puede llámarselo por su
nombre y suplicarle (18.22-33); castiga el mal (38.7) pero tiene consideración del
justo (18.25).
El principal medio por el cual Dios establece y regula esta relación es su pacto.
Dios primero estableció el pacto con Abraham en el capítulo 15, sellándolo y
ratificándolo en una ceremonia solemne y misteriosa (vv. 7-21) en la que se coloca
bajo juramento en el acto de pasar entre las dos mitades de los animales partidos, en
forma de antorcha de fuego y de homo humeante, ominosos símbolos tomados de
rituales mágicos. Dios así se coloca simbólicamente bajo maldición en caso de
quebrantar su promesa.89
Esto significa que Dios es un Dios personal, que por naturaleza se relaciona con
las personas, lo que tiene doble importancia ya que los dioses cananeos se asociaban
básicamente con lugares. Pero el asunto de si la creencia de los patriarcas puede
llamarse monoteísta o no, es un debate ajeno al pensamiento del Antiguo Testamen
to. Por cierto, Dios era para los patriarcas un solo Dios; Isaac adoraba al Dios de su
padre (26.23ss.), al igual que Jacob (31.5,42,53). De manera que el mismo concepto
se transmitió de generación en generación. Este Dios es único, sin colegas ni
consortes; por lo tanto la familia de Jacob guardó los dioses extraños que trajeron
de Mesopotamia (35.2). La creencia patriarcal es mucho más explícita sobre los
principios que afirma que sobre los que niega, de manera que quizá se pueda
coincidir con H.H. Rowley en el nombre de «monoteísmo práctico».90
Los textos ofrecen escasa información sobre la vida religiosa y el culto de los
patriarcas. Oraban (25.21), a menudo postrándose según la costumbre común en el
Cercano Oriente (17.3; 24.52). Construían altares y practicaban sacrificios (12.7;
22.13; 31.54), pero en ningún lugar en especial ni con sacerdote oficial. La adoración
no era tanto una cuestión de precisión en ciertas formas y ceremonial sino más bien
una relación entre Dios y los seres humanos. De modo que la religión de los
86. Ver Bright, Historia, pp. 119s. La frase aparece también en las cartas de Amama (siglo
XIV; ver de Vaux, «El et Baal, le dieu de péres et Yahweh», Ugaritica VI, 1969, p. 504.
87. Otro índice de esta relación personal se manifiesta en un tipo de nombres en los que
ciertos términos referidos al parentesco, tales como ’al}, «padre», y ’ai,i, «hermano», se
emplean como epítetos referidos al ser divino (p.ej.,Abiram equivale a «Mi [divino] Padrees
Exaltado»). Ver Bright, Historia, p. 120.
88. Ver Speiser, Genesis, Anchor Bible, Garden City, 1964, pp. 113s.
89. Ver el pasaje paralelo en Jer. 34.19ss. El significado literal de la frase hebrea «hacer
un pacto» es «cortar un pacto». La misma frase idiomàtica aparece en un texto de Qatna del
siglo XV. Matar un animal para efectuar un pacto era una práctica común entre los amorreos
de Mari, donde «matar un burro» era la frase idiomàtica que significaba «celebrar un pacto».
90. Worship inAncient Israel, Filadelfia, 1967, p. 21.
109
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
110
GENESIS: HISTORIA PATRIARCAL
91. Una de las frases favoritas para referirse a la tierra es «la tierra en que moras», Gn. 17.8;
28.4; 37.1; 47.9(cf. «la tierra en que andas como peregrino», BJ). El verbo traducido «morar»
proviene de la misma raíz que gér, «forastero» (residente extranjero).
111
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
112
v j l í h u o i o . 1 11^31 v j i \ m r/-\ i rv i/ v í v ^ / v i ,
Abraham el padre, que enfrenta una tragedia nefasta, y Abraham el monstruo, que
sostiene el cuchillo en alto sobre el cuerpo postrado de Isaac.93 Abraham logra hacer
frente a la prueba de una sola manera: con plena y absoluta confianza en el Dios que
prometió darle a Isaac y cumplió la promesa cuando era imposible por medios
humanos. Abraham enfrenta la prueba y se convierte en el modelo de la fe que Dios
requiere de su pueblo.
Tal como se señaló en relación con 15.6, la justicia de Abraham radicaba en su
fe en la promesa de Dios. Si la justicia se define, como en la sociedad occidental,
como conformidad a un código moral abstracto, esta ecuación es difícil de compren
der. Sin embargo, la justicia en la Biblia no es una ética de prescripción de normas,
sino que consiste en la fidelidad a una relación. El hombre justo es fiel a las demandas
de todas sus relaciones.94 Por lo tanto, el sentido del pasaje es que la justicia de una
persona en relación con Dios se cumple cuando esa relación se caracteriza por la fe
(ver Ro. 1.16s.; 4; Gá. 3.6-9).
Pero la transición de la elección soberana a la concreción del pueblo del pacto
divino no es sencilla histórica ni teológicamente, como se confirma en el relato del
Génesis. Surgen tensiones por la naturaleza de la humanidad en relación con el
soberano Dios. Si bien son evidentes en todos los personajes bíblicos, estas tensiones
son más marcadas en la vida de Jacob. Si los relatos de Abraham presentan un retrato
del hombre de fe en gradual ascenso a las alturas de la confianza en Dios quien lo
llamó, los de Jacob presentan a un hombre de carácter muy «mundano», el paradigma
de la astucia y la autosuficiencia. Suplantador desde el nacimiento (25.26), es un
individuo taimado y maquinador, parecido a su madre (27.5-17, 41-45). Los veinte
años al servicio de su tío Labán son una lucha constante entre dos hombres astutos,
que traman para superarse mutuamente. Finalmente, en el Jaboc al regresar de
Canaán, Jacob halla rival adecuado cuando lucha con el «hombre» a quien luego
reconoce como una visita divina. Sólo por la acción directa de Dios, que por lo demás
se oculta en estas historias por las «acciones humanas poco edificantes»,95 Jacob el
suplantador se convierte en Israel el vencedor (32.28).
Los relatos en que Jacob se reconcilia con Esaú (33.1-11), se disgusta por la
conducta de sus hijos (34.30), manifiesta su fidelidad al deshacerse de los ídolos
(35.2-5), se angustia por la pérdida de su hijo predilecto, José, (37.33-35) y, por
último, obtiene el permiso del Señor para descender a Egipto (46.1-5), son señales de
una persona dominada por Dios.96 Su último deseo (49.29-32), que su cuerpo fuera
sepultado en la cueva de Macpela, com pleta la historia, con la certeza de que Jacob se
ubica dentro de la promesa que Dios había hecho a Abraham muchos años antes.
93. Ver G.W. Coats, «Abraham’s Sacrifice of Faith», Interpr 27,1973, pp. 387-400.
94. Estas comprenden la conformidad a normas o leyes, ya que la fidelidad a la relación
de una persona con la comunidad a la que pertenece requiere una obediencia básica a los
códigos legales y morales de dicha sociedad. Sobre el concepto de justicia, ver G. von Rad,
Teología del Antiguo Testamento 1, Salamanca, 1972, pp. 453-468.
95. I b íd , p. 225.
96. El relato bíblico indica que Jacob «venció» (32.28). Sin embargo, es evidente que en
realidad fue Dios quien venció, no sólo por el cambio en la vida de Jacob, sino también por
el nombre «Israel»: «Dios vencerá».
113
r A H V JIV A lV lrt n j i i 1VJ VJ
97. Ver M.G. Kline, By Oath Consigned, Grand Rapids, 1968, pp. 16ss.
114
9
Surgmúento del imperio egipcio. A mediados del segundo milenio, una serie
de estados e imperios relativamente nuevos estaba desarrollándose en el antiguo
Cercano Oriente.1En ca. 1550 el estado hurrita de Mitani se extendía por el noroeste
de Mesopotamia, desde el oeste de Siria hasta el pie de los montes Zagros en el
este. Al parecer fue esta alianza de los pueblos hurritas con los indoeuropeos que
los dominaban que revolucionó las técnicas militares con el desarrollo del carro
de guerra y el arco compuesto. Al noroeste de Mitani, en la región oriental de
Asia Menor, se encontraban los hititas, que se recuperaban lentamente de la época
de debilidad en la que habían caído luego del ataque sobre Babilonia. Al este
de Mitani y completamente dominada por esta, se extendía Asiría, cuya capital
fue saqueada por los reyes de Mitani, por lo cual después tomarían una venganza
brutal. El papel principal dentro del drama que se desarrollaría le tocaría a Egipto,
1. Ver cap. 8.
115
PANORAMA DEL ANTIGUO TESI'AMENTO
que acababa de librarse del dominio de los hicsos. Cuando la decimoctava dinastía
se liberó del yugo de los hicsos, Egipto resolvió asegurar sus fronteras, derrotó
al enemigo en su propio territorio y, por lo tanto, emprendió la conquista y el
sometimiento de Asia.
Aunque llegaron hasta el Eufrates en tiempos de Tutmosis I, los primeros faraones
de la decimoctava dinastía condujeron principalmente expediciones punitivas, ya
que Egipto estaba concentrado en la reconstrucción en su propio territorio y en la
dominación de Nubia y Sudán al sur. Sin embargo, la situación cambió bajo
Tutmosis III (1490-1436), uno de los gobernantes más capaces de Egipto. En la
famosa batalla de Meguido, ca. 1468, derrotó a los hicsos, cuyo centro era Cades a
orillas del Orantes en el sur de Siria. En campañas subsiguientes sofocó toda
resistencia y extendió el imperio hada el norte hasta Alepo. Esta expansión trajo
aparejado el conflicto entre Egipto y Mitani por el dominio de Siria. La guerra entre
los dos estados prosiguió de manera intermitente durante casi cincuenta años hasta
que en tiempos de Tutmosis IV (ca. 1412-1403) se celebró un tratado. Sin duda a
ambas partes las motivó el resurgimiento de los hititas, quienes iniciaban la invasión
por el norte de Siria.
No obstante, el acuerdo fundonó por unos cincuenta años, en especial para
Egipto, que ya había alcanzado la cúspide del poder. Amenofis III (1403-1364),
quien consideró innecesarias las campañas anuales para consolidar la seguridad del
imperio, se dedicó al placer y al lujo. Emprendió un programa de construcdón sin
precedentes que apuntaba a la propia glorificación; se inició así una era de magni
ficencia imperial.
Una notable revoludón tuvo lugar en tiempos de Amenofis IV (1364-1317),
adorador de Atón (limbo solar), al que proclamó el único dios. (El culto a Atón, si
bien no llega a ser exactamente un monoteísmo se le aproxima.) Para librarse del
credente poder de los sacerdotes de Amón y por razones religiosas, se cambió el
nombre por el de Ahenatón (esplendor de Atón), abandonó Tebas y construyó una
nueva capital, Ahetatón, actual Tell-el-Amama. Fue allí donde se hallaron las cartas
de Amama en 1887. Entre las tablillas —parte de los archivos ofidales de la corte
que al parecer se llevaron de Tebas a la nueva capital— hay cartas dirigidas a
Amenofis III y Amenofis IV provenientes de los estados más importantes de la época:
Babilonia, Asiría, Mitani y los hititas; pero la correspondencia es en su mayoría de
vasallos egipcios en Palestina, de Biblos, Meguido, Siquem y Jerusalén. Estas cartas
echan abundante luz sobre la historia y la sodedad de la «Era de Amama» y revelan
que Palestina estaba organizada en distritos administrativos con comisionados
residentes en las plazas fuertes, como Gaza, que a su vez fundonaban como centros
de aprovisionamiento para las tropas egipcias. No obstante, las dudades-estado
gozaban de un grado considerable de autonomía y control local. A mediados del
siglo XIV, Palestina estaba a cargo de una redudda guarnición de soldados egipdos
con asiento en los centros administrativos.
116
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
duales que competían por el poder y a menudo estaban en abierta rebelión contra
las autoridades egipcias. Los vasallos leales apelaron con elocuencia por ayuda
al faraón, aparentemente en vano. Pero si en Palestina reinaba el desorden, en Siria
el dominio egipcio se había extinguido completamente y Mitani debió enfrentar
por su cuenta a los hititas en su resurgimiento. Alrededor de 1375 Suppiluliuma
ascendió al trono hitita y se dispuso a formar un imperio en Siria. En un ataque
relámpago cruzó el Eufrates, derrotó completamente al estado hurrita y colocó a
un vasallo en el trono. El nordeste del imperio pasó a manos de Asiría, que
resurgía bajo Assur-uballit I (ca. 1356-1321),<juien tomó una venganza feroz en las
ciudades hurritas. En 1350 Mitani ya había desaparecido y los hititas dominaban
algunos sectores de Siria por los que entraban en contacto directo con el territorio
egipcio.
En Egipto la dinastía decimoctava, tan gloriosa en otros tiempos, se hundía en la
incapacidad. Aunque Horemheb, el último de la dinastía, logró imponer cierto
control local, el dominio egipcio sobre Asiría desapareció virtualmente. Pero los
hititas aún no habían consolidado su dominio de Siria y les preocupaba el resurgi
miento de Asiría, que intentaba emprender un constante avance hacia el oeste. En
consecuencia, Egipto tuvo la oportunidad de recuperarse durante el reinado de los
faraones de la decimonovena dinastía. A Horemheb lo sucedió uno de sus generales,
Ramsés I, un descendiente de los antiguos reyes hicsos, quien estableció la capital
en Avaris en el delta nordeste. Su hijo Seti I emprendió la recuperación del imperio
egipcio en Asia. Pronto tomó Palestina y en su cuarta campaña se atribuyó la victoria
sobre un ejército hitita al mando de Muwattalis. Si bien es probable que la victoria
haya sido sólo en una escaramuza, la guerra en gran escala se desató en tiempos de
Ramsés II, hijo de Seti, quien reinó sesenta y siete años (1290-1224). En el año quinto
de su reinado, Ramsés II lanzó un ataque de gran magnitud contra los hititas, quienes
le tendieron una emboscada en las cercanías de Cades a orillas del Orantes. A pesar
del valor personal de Ramsés y del oportuno envío de refuerzos de la costa, los
egipcios debieron replegarse y los hititas penetraron en Palestina hasta Damasco.
Estallaron alzamientos contra la autoridad egipcia en una amplia zona hasta Ascalón
en el sur, y a Ramsés le llevó cinco años restaurar el orden y recuperar el dominio
del norte de Palestina. Si bien ocasionalmente lanzaba incursiones en territorio hitita,
nunca volvió a constituir una grave amenaza para Siria. En el año veintiuno del
reinado de Ramsés, después de apoderarse Hattusilis III (1275-1250) del trono hitita,
ambos celebraron un tratado de paz. Promovido en parte por el agotamiento de una
lucha prolongada, el tratado también prosperó debido a los problemas externos que
ambas partes enfrentaban. Los hititas soportaban la permanente amenaza de Asiría
por el este y en Asia Menor tenían serias dificultades para resistir a la presión de los
pueblos indoeuropeos por el oeste. Egipto también enfrentaba la constante presión
de los pueblos del mar, ciertas tribus egeo-cretenses que habían comenzado a
avanzar por el oeste en los primeros años de Ramsés II, un movimiento relacionado
sin duda con el que enfrentaron los hititas en Asia Menor.
Sin embargo, los últimos años de Ramsés II en general fueron tiempos de paz y
de una colosal actividad edilicia. El pasaba buena parte del tiempo en los distintos
palacios que construyó en el delta nordeste, entre los cuales su favorito era Per-Ram-
117
La estela de Meneftá(ca. 1220a.C.), que contiene un himno de victoria que menciona
a Israel. (Museo Egipcio, El Cairo)
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
sés, «La Casa de Ramsés», al que se identifica con Tanis o Quantir a unos kilómetros
más alsur(cf. Ex. 1.11).2
Los pueblos del mar. En la gran batalla de Cades, en el quinto año de Ramsés II,
tanto los egipcios como los hititas usaron como tropas mercenarias a los mismos
«pueblos del mar» egeo-cretenses, con quienes se habían enfrentado en otras batallas
en defensa de sus imperios. Estas grupos no eran otros que los precursores de un
amplio movimiento que pronto invadiría la costa de Asia Menor, Palestina y Egipto,
ante quienes sucumbirían tanto los hititas como la decimonovena dinastía de Egipto.
Cuando murió Ramsés 11, lo sucedió su dedmotercer hijo, Meneftá. En el quinto
año de su reinado, ca. 1220, Meneftá enfrentó a una multitud de pueblos del mar
que, junto con los libios, avanzaron sobre Egipto por el oeste, a lo largo de la costa
de Africa del Norte. Los derrotó en una batalla feroz y conmemoró el acontecim iento
con un Himno de Victoria que se conservó inscripto sobre una estela. Este himno,
que también celebra una campana anterior en Palestina presenta la primera mención
extrabíblica de Israel. Allí se lee: «Israel está asolada, sin simiente está». Meneftá
murió en 1211 y la decimonovena dinastía se extinguió en la desunión y el caos
internos. Al parecer un usurpador sirio llegó a reinar sobre Egipto por un tiempo. El
dominio egipcio de Palestina había acabado.
Egipto luchó porsu vida: los hititas desembocaron en el desastre absoluto. Habían
celebrado un tratado con Egipto en el vigésimo primer año de Ramsés II, ca. 1269,
en parte debido a la presión de los pueblos indoeuropeos del oeste, relacionados sin
duda con los pueblos del mar. Durante las últimas décadas del siglo XIII estos
pueblos afluyeron en torrente al Asia Menor y poco después del 1200 borraron a los
hititas de las páginas de la historia.3 Desde Asia Menor avanzaron por tierra y mar,
ola tras ola hasta la costa palestina, hasta amenazar una vez más la existencia misma
de Egipto.
La decadencia de Egipto a fines de la decimonovena dinastía fue revertida
por Sethnakht y su hijo Ramsés [II (ca. 1183-1152), quien inauguró la vigésima
dinastía. A comienzos de su reinado, Ramsés III retomó el dominio de Palestina, por
lo menos hasta Bet-seán (también llamada Bet-sán) en el valle de Jezreel. Pero entre
los años quinto y undécimo de su reinado enfrentó una arremetida de los pueblos
del mar que llegaron por tierra cruzando Palestina; apenas logró evitar que Egipto
fuera arrollada. En el agotamiento por la lucha y el agobio por la debilidad y discordia
internas en el reinado de los sucesores de Ramsés III, Egipto vio el fin de sus días
de imperio.
En la incapacidad de tomar Egipto, algunos grupos de los pueblos del mar
retrocedieron hasta Palestina y ocuparon vastas zonas de la llanura marítima. Entre
ellos las fuentes egipcias mencionan a los pelesei, sin duda una referencia a los
2. Ver C. de Wit y K.A. Kitchen, «Raamses, Rameses», The Hlustraied Bible Dictionary
3, J.D. Douglasy N. Hillyer, eds., Wheaton, 1980, pp. 1313s.; R. de Vaux, Historia Antigua,
pp. 318-319.
3. Salvóla mención esporádica en la Biblia de sus sobrevivientes culturales (o raciales) en
el norte de Si ría, se perdieron para la memoria histórica hasta que se real izaron las excavaciones
de Deutsche Oriem-Gesellschaft a comienzos de este siglo.
119
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
4. Tal como se ha señalado, los pueblos del mar eran de origen egeo-cretense. La
identificación tentativa de sus nombres con otros grupos étnicos o lugares conocidos ofrece
una evidencia tentadora de su origen y/o migración. Así, las fuentes hititas y egipcias de la
batalla de Cades hacen referencia a luka, que puede compararse con los licios, del centro sur
de Asia Menor, y los sherden, quienes quizá luego dieron el nombre a Cerdeña. Meneftá y
Ramsés III mencionan a \os Aaqiwasha, quizá los aqueos, que se conocen por Homero y son
llamados los Ahhiyawa en fuentes hititas; los turusha, vinculados con los tirrenos (o etruscos)
de Italia; y los tsikal, que quizá dieron el nombre a Sicilia. Es muy probable que esta irrupción
de pueblos egeos se relacione con los acontecimientos vinculados con el fin del período
micènico en Grecia, reflejado en parte en la guerra de Troya de la Ilíada de Homero. Ver
W.F. Albright, «Some Oriental Glosseson theHomericProblem»,AM 54,1950, pp. 162-176.
Sobre el origen de los filisteos y el curso de su ocupación de Palestina, ver Albright, «Syria,
thè Philistines and Phoenicia», CAH II/l, 1971, pp. 24-33.
5. Las cartas de Amama contienen una extensa carta escrita íntegramente en hurrita (a
excepción de las estilizadas palabras del encabezamiento), además de dos más breves en
dialecto hitita, en el sistema de escritura cuneiforme utilizado en la correspondencia diplomá
tica. Varias contienen notas al margen en jeroglíficos egipcios con una referencia a las
circunstancias de la llegada de la carta, y una indica que es una copia para los archivos (carta
27). En Ugarit, se han hallado numerosas copias de vocabularios, una en cuatro idiomas:
acadio, sumerio, ugarítico y hurrita.
120
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
121
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
10. Ver la reseña de las teorías anteriores, con abundante bibliografía, en H.H. Rowley,
From Joseph to Joshua, Londres, 1950. Es más general J. Bright, Historia, pp. 144-160.
También son útiles para el estudiante: C. de Wit, The D ate and Route o f the Exodus, Londres,
1960, y K.A. Kitchen, Ancient Orient and Old Testament, Chicago, 1966, pp. 57-75. Ver
122
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
asimismo T. Brisco, «Exodus, Route of», JSBE 2, 1982, pp. 238-241 y J.M. Miller, «The
Israelite Occupation of Canaan», Israelite andJudaean History, J.H. Hayes y Miller, eds.,
pp. 213-284.
11. Dada la naturaleza del caso, es probable que no se encuentre ninguna. Los israelitas en
Egipto eran esclavos estatales despreciados. Los gobernantes en la antigüedad no dejaban
registro de las derrotas o en todo caso las registraban como victorias (p.ej., el relato de Ramsés
II de la batalla de Cades), y es poco probable que la huida de un grupo de esclavos estatales
se haya registrado de forma tal que se conservara para la posteridad.
12. Ver, por ejemplo, el reciente análisis de esta evidencia hecho por Albright, Yahweh
and the G ods o f Canaan, pp. 35-52, 153-182.
13. Ver la excelente exposición de G.E. Wright, Arqueología bíblica, Madrid, 1975,
pp, 77-84.
14. Ver Albright, Yahweh and the Gods o f Canaan, pp. 89ss.; y R. De Vaux, Historia
antigua, pp. 318ss.
15. Albright, Yahweh and the Gods o f Canaan, pp. 165ss.
16. Ver Kitchen, «Exodus», IBD, p. 489. Sobre un notable paralelismo de los tiempos
modernos, ver de Vaux, Historia antigua, p. 362.
17. Como señala Kitchen, una gran cantidad de problemas cronológicos del Cercano
Oriente son imposibles de resolver en forma definitiva en el estado actual del conocimiento,
com o la fecha del Exodo, a pesar de la evidencia contemporánea de los acontecimientos en
cuestión. Ejemplo de esto es el controvertido problema de la época de Hamurabi; Ancient
Orient and Oíd Testament, p. 75, n. 64.
123
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
18. Con cuánta anterioridad es tema de debate. La estela no ofrece ninguna indicación de
la fecha en que Meneftá se enfrentó con fuerzas israelitas (posiblemente en Sinaí). A menudo
se ha señalado que en la estela «Israel» aparece con el adjetivo determinativo correspondiente
a «pueblo» y no a «país», lo cual indicaría que Israel aún no era sedentario. Sin embargo,
algunos egiptólogos han observado que la escritura de la estela es descuidada y que los
adjetivos determinativos no se han empleado con precisión en todos los casos. Por tanto, este
argumento pierde peso en la ausencia de otras evidencias. Asimismo cabe señalar que esta
teoría supone tácitamente que el grupo al que Meneftá enfrentó era el mismo grupo que había
estado en Egipto. Si bien es una suposición natural, no hay evidencias que comprueben que
haya sido así.
19. Ver Ki tchen, Ancient Orient and O íd Testament, pp. 57ss. y de Vaux, Historia antigua,
p. 318.
20. No es posible determinar la fecha precisa, ya que existe un margen de duda de unos
catorce años sobre la fecha en que Ramsés ascendió al trono. Ver K. Kitchen, TheBible in lts
World, p. 144, n. 46.
21. N. Glueck, The Other Side o f the Jordán, 1940; reimp. Cambridge, Mass., 1970,
pp. 114-125. Algunos descubrimientos más recientes han arrojado dudas sobre las conclusio
nes de Glueck. La exploración de nuevos sitios, además de un nuevo examen de algunos de
los sitios explorados por Glueck, realizados en 1978, han proporcionado evidencias de que no
existió una brecha de ocupación en la meseta central de Moab en la Edad de Bronce Reciente
(1550/1500-1200) ni en la Edad de Hierro I (1200-1000). Por lo tanto, ninguna teoría sobre la
fecha específica del Exodo puede sustentarse en la evidencia de alfarería de la meseta moabita.
Ver J.R. Kautz, «Tracking the Ancient Moabites», BA 44,1981, pp. 27-35. Ver la reseña de
otros hallazgos que sugieren la misma conclusión, además de una nueva evaluación de la
metodología y las conclusiones de Glueck, en JJ.Bim son, RedatingtheExodus and Conquest,
JSOTS 5,1978, pp. 70-74.
22. Wright, Arqueología bíblica, pp. 117-120. Generalmente se considera que Tell Beit
Mirsim corresponde a la ciudad bíblica de Debir, pero es mucho más probable que Khirbet
Rabud corresponda a Debir; ver M. Kochavi, «Khirbet Rabud = Debir», T elA viv 1, 1974,
124
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
Si bien no existen pruebas de que el enemigo que destruyó estas ciudades haya sido
Israel, el esquema general se ajusta bastante bien a la conquista bíblica.
(4) Los documentos egipcios contemporáneos presentan paralelos históricos.
Algunos textos del tiempo de Meneftá y de Ramsés II documentan el uso de semitas
como esclavos (con el término egipcio ‘Apiru) en las obras de construcción; otro
texto trata del permiso para ciertos grupos nómades de Shasu Bedouin de Edom para
cruzar la línea de fuertes fronterizos y llegar a los estanques de Pitón (eg. Pr-Itm )P
(5) Esta fecha concuerda con la teoría de que el contexto más probable para la
historia de José y el descenso a Egipto es la época de los hicsos. De acuerdo con
Génesis 15.13, el tiempo de permanencia en Egipto, según se anticipa, sería de
cuatrocientos años,24 pero de acuerdo con Exodo 12.40, desde el punto de vista
retrospectivo, fue de cuatrocientos treinta años. De modo que si el Exodo sucedió
durante la primera mitad del siglo XIII, el descenso a Egipto habría sucedido durante
la primera mitad del siglo XVII, en el tiempo de los hicsos.25
La principal objeción que se plantea desde el punto de vista bíblico es que esta
fecha no concuerda con los cuatrocientos ochenta años que según 1 Reyes 6.1
median entre el Exodo y la edificación del templo de Salomón, ca. 970. Según este
cálculo el Exodo se ubicaría a mediados del siglo XV. Sin embargo, el Antiguo
Testamento, al ser un libro del antiguo Cercano Oriente, no necesariamente emplea
los números de la misma forma que la cronología moderna. Por tanto, los cuatro
cientos ochenta años pueden interpretarse como un «número global» o un «número
acumulativo», basado quizá en el total de doce generaciones de cuarenta años cada
una.26
pp. 2-33. Por lo general se considera que Tell el-Hesi corresponde a la ciudad bíblica de Gglón.
Sobre el complejo problema de la destrucción de Jericó y Aía, ver Kitchen, Ancient Orient
and O íd Testament, pp. 62-64.
23.ANET, p. 259a. Resul ta de especial interés la información sobre la cuidadosa vigilancia
que se mantenía en el cruce de los fuertes fronterizos y en particular un relato sobre la
persecución de dos esclavos fugili vosque huyeron cruzándola línea de fuertes hacia el desierto
que se extiende al norte de Migdol. En este último se mencionan Sucot (eg. Theku), Etam y
Migdol en el mismo orden en que aparecen en el relato bíblico. ANET, p. 259; Y. Aharoni,
The Land o f the Bible, pp. 178s.; y de Vaux, Historia antigua, p. 365.
24. En Gn. 15.16 se afirma que los israelitas regresarían a Canaán en la cuarta dór que por
lo general se traduce por «generación». Pensar en cuatro generaciones equivalentes a cuatro
cientos años plantearía un serio problema. Sin embargo, la palabra hebrea dór significa
literalmente «ciclo en el tiempo», es decir, «edad», «época»; no tiene el significado técnico
de «generación». Hoy se comprueba, por la evidencia de Ugarit y Asiría, que la palabra
indicaba un período de ochenta años o más. Kitchen, Ancient Orient and O íd Testament, p. 54,
esp. n. 99.
25. Wright, Arqueología bíblica, pp. 82-84.
26. Existen evidencias en la literatura antigua de que los cronistas utilizaban en efecto tales
cifras «acumulativas» basadas en el total de cifras seleccionadas; ver Kitchen, Ancient Orient
and O íd Testament, p. 74. A menudo se ha señalado que la cronología de la época de los Jueces
y Samuel consta de períodos de cuarenta, ochenta y veinte años atribuidos a diversos líderes,
opresores y libertadores de Israel. Si se suman a este esquema los reinados de cuarenta años
de Moisés, Eli, Saúl (según Josefo y Hechos), David y Salomón, se comprende claramente
125
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Por todo esto, la mayoría de los estudiosos han concluido que la fecha de
1300-1250 se adecúa mejor a la evidencia que cualquier otra.27 Sobre esta base el
faraón de la opresión sería Seti I (1305-1290) y el faraón del Exodo, Ramsés II
(1290-1224). No obstante, con la información actual aún no se puede verificar con
certeza que el Exodo se haya desarrollado durante esa época.
126
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
duda se refiere a uno de los pantanos de agua dulce donde abundan los juncos en las
cercanías del Lago Menzaleh y los lagos Amargos al sur, en donde actualmente se
encuentra el Canal de Suez. Si bien los textos egipcios y bíblicos hacen referencia
a terrenos pantanosos,31 la ubicación exacta del lugar mencionado en Exodo 13.18;
15.4,22; etc., no puede determinarse aún en forma concluyente por el conocimiento
actual de la ubicación de Etán, Pi-Hajirot y Migdol. El cuarto lugar mencionado en
relación con el cruce del Mar Rojo, Baal-zefón, generalmente se ubica en Tell
Defneh en la orilla occidental del Lago Menzaleh a unos ocho kilómetros al oeste
de la actual Qantara,32 dentro de la zona en que debe situarse el Mar de Juncos. Por
lo tanto, existen dos lugares posibles para el cruce del Mar de Juncos. Uno es al sur,
cerca de los lagos Amargos, en cuyo caso los israelitas debieron de haber marchado
en dirección oeste o sudoeste desde Sucot (Wádi Tumilat), para luego cruzar un lago
31. Un texto egipcio de la época de Ramsés II menciona «La Tierra del Papiro», es decir,
los pantanos de papiro entre Tanis-Qantir y la línea del Canal de Suez al norte de la actual
Ismailia. El mismo texto hace referencia a las «Aguas de Horus» (eg., Sihor), nombre adoptado
por el hebreo para referirse a la frontera oriental de Egipto; Jos. 13.3; 1 Cr. 13.5.
32. Albright, «Baal-Zjephon», Festschrift firA lfredB ertholet, W. Baumgartner, et al., eds.,
Tubinga, 1950, pp. 1-14.
127
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
33. Expuesto en detalle en J. Finegan, Let My People Go, Nueva York, 1963, pp. 77-89 y
considerado como el más probable por de Wit, D ate and Route, pp. 13-20.
34. Teoría adoptada por Wright, Arqueología bíblica, pp. 87-90 y defendida en detalle en
D.M. Beegle, Afoses, the Servant ofYahweh, Grand Rapids, 1972, pp. 144-166.
35. P.ej., 1 S. 15.7; 27.8.
36. Los nombres de varios campamentos israelitas provienen de rasgos geográficos o de
otra índole, como, p.ej., Mara (Ex. 15.23), «amarga», con referencia al agua que había en el
lugar; Elim (v. 27), «árboles», pues había allí doce manantiales y setenta palmeras. Los
nombres de otros lugares derivan de acontecimientos, como, p.ej., Kibrot-hataava, «tumbas
de la codicia» (Nm. 11.34).
37. Esta perdurabilidad ha sido ampliamente demostrada en relación con las regiones
sedentarias desde el tiempo de E. Robinson, Biblical Researches in Palestine, Mount Sinai
and A rabia Petraea, Boston, 1841.
38. Esto se ha sugerido en el examen superficial de Tell el-Mekheret, en el oasis de Feiran,
distante sólo a unos kilómetros de Jebel Musa en la ruta directa de la costa. El tell estuvo
ocupado continuamente desde la Edad de Hierro (ca. siglos 1X-VII1), pasando por las épocas
128
EXODO: CONTEXTO HISTORICO
129
10
EXODO:
CONTENIDO Y TEOLOGIA
NOMBRE Y CONTENIDO
l término «éxodo» de nuestras Biblia proviene del griego éxodos, «salida»
E (Ex. 19.1), el nombre dado al libro en la Septuaginta. Aunque no describe el
contenido total del libro, es un título excelente, pues una de las secciones más
importantes es el relato de la «salida de Egipto» (1.1-15.21). En la Biblia hebrea, el
libro lleva como título sus dos primeras palabras, we’elleh Semó£, «estos son los
nombres» (con frecuencia sólo Semât, «Nombres»), según la forma en que se
acostumbraba a titular los textos en la antigüedad.
El libro está centrado en dos acontecimientos de fundamental importancia: la
liberación de la esclavitud en Egipto, por medio de la poderosa acción salvadora de
Dios en el Mar de Juncos (1.1-18.26) y el establecimiento de su señorío por medio
del pacto en el Monte Sinaí (19.1-40.38). El término «éxodo» se emplea a menudo
en sentido amplio con referencia a todo el conjunto de acontecimientos desde la
liberación hasta la entrada en la tierra prometida (cf. 3.7-10). En tal sentido, es el
ápice de la historia de redención del Antiguo Testamento, el medio por el cual Dios
constituyó a Israel en instrumento de su redención de toda la humanidad.
El contenido del libro puede bosquejarse de la siguiente manera:
130
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
EL PAPEL DE MOISES
Moisés es el personaje dominante en los relatos del Pentateuco desde el segundo
capítulo de Exodo hasta el último capítulo de Deuteronomio. A lo largo de todo el
Antiguo Testamento se presenta como el fundador de la religión de Israel, promul-
gador de la ley, organizador de las tribus en el trabajo y la adoración y su líder
carismàtico en la liberación, en el pacto de Sinaí y en el peregrinaje por el desierto,
hasta que Israel estuvo listo para ingresar en la tierra prometida desde la llanura de
Moab. Si se borra a Moisés de las tradiciones, por considerarlo carente de historici
dad o como una adición posterior,1 la religión y hasta la existencia misma de Israel
se vuelven inexplicables.2
1. Postura bastante frecuente entre los críticos modernos más extremos. Ver el estudio de
la teoría de M. Noth sobre Moisés en J. Bright, Early Israel, pp. 51ss.
2. R. de Vaux, Historia Antigua, pp. 320- 322; Bright, Historia , p. 152.
131
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
capacitación adecuadas a esa posición (cf. Hch. 7.22). Esta formación abarcaría el
aprendizaje de lectura y escritura, el entrenamiento en tiro de arco y flecha y otras
destrezas físicas, además de una capacitación administrativa, pues los puestos de
confianza y responsabilidad estaban ocupados por egipcios y príncipes extranjeros
__especialmente semitas— en el Nuevo Reino de Egipto.3
La hija del faraón lo llamó Moisés, «porque de las aguas lo saqué» (2.10), juego
de palabras entre el nombre hebreo Móíeh y el verbo mtéá, «sacar». La mayoría de
los eruditos piensa que el nombre es egipcio, comparable a los nombres Tutmosis o
Amosis. Si así fuera, la explicación ofrecida en 2.10 debería tomarse como un caso
de etimología popular, muy frecuente en el Antiguo Testamento.4
En el relato del nacimiento y la juventud de Moisés, en el capítulo 2, no se
menciona al padre ni a la madre, y sólo se señala que ambos pertenecían a la tribu
de Leví. Dado que la tradición habría conservado los nombres en caso de que se
conocieran, es más probable que la genealogía de cuatro nombres que aparece en
6.16-20 deba interpretarse como nombres de tribu (Leví), clan (Coat) y grupo
familiar (Amram, de Jocabed) de los que provenían, luego de un número indefinido
de generaciones, Moisés y Aarón.5
Aparte de los escasos datos que aparecen en 2.1-10, nada se sabe sobre la juventud
de Moisés. A continuación ya se presenta como adulto.
132
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
7. El sentido de «nombre» es sólo un ejemplo de la forma en que los israelitas, tal como
muchos pueblos antiguos y modernos, asignaban a la palabra un poder que en la actualidad
se ha perdido en gran medida. En muchos aspectos esta concepción tiene un sentido de realidad
más profundo y verdadero. Ver el excelente estudio de J.L. McKenzie, «The Word of God in
the Oíd Testament», Myths and Realities, Milwaukee, 1963, pp. 37-58.
133
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
entablar una relación con su ser mismo.8 Así pues, la pregunta de Moisés significa
en realidad «¿Cuál es la relación de Dios para con su pueblo? Fue el ‘Dios de sus
padres’; ¿quién es ahora?». En 23.2Gs., Dios dice a los israelitas que enviará su ángel
con ellos a Canaán y los exhorta a reverenciarlo, a escucharlo y a no rebelarse,
«porque mi nombre está en él». El peso del nombre de Dios se manifiesta especial
mente en 33.18s., donde Moisés pide ver la gloria de Dios. Dios accede a la petición
y no sólo le concede una manifestación visible y misteriosa de sí mismo (w . 22s.),
sino que además promete proclamar su nombre delante de Moisés (v. 19). El cumple
esta promesa en el monte al proclamar su nombre en una serie de imponentes
afirmaciones que ponen de relieve su gracia y su misericordia (34.5-7). Por tanto, el
nombre de Dios expresa su misteriosa e inefable persona, su gloria.
La respuesta de Dios, que generalmente se traduce «Yo soy el que soy», parece
una evasiva, una definición en círculo vicioso y, por tanto, una negativa de responder
la pregunta.9 Pero en 3.15 Dios efectivamente revela su nombre, Yahvéh, cuya
explicación se ofrece en el v. 14. El contexto total, y en especial el sentido de la
pregunta de Moisés, sugiere enfáticamente que Dios se revela y no se oculta. A lo
largo de toda su historia, Israel se remonta a los acontecimientos de esta época en
que aprendieron quién era Dios y qué significaría para ellos.
La frase hebrea que se traduce como «Yo soy el que soy» proviene de una frase
idiomàtica por la cual algo se define en función de sí mismo, que se emplea cuando
el que habla no desea ser más explícito o bien no tiene los medios para ello.10 De
modo que puede expresar algo indeterminado, pero también puede expresar totalidad
o intensidad.11 Por tanto, «tendré misericordia del que tendré misericordia, y seré
clemente para con el que seré clemente» (33.19) significa «yo soy quien de veras es
misericordioso y manifiesta su clemencia».12 En este sentido, «Yo soy el que soy»
significa «Yo soy el que de veras es».13 Es más, esta existencia no se trata en el
134
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
existencia». Además de ser algo hipotético, esta interpretación no es fácil de justificar dado
que requiere enmendar el texto para adecuarlo a la hipótesis. Tal procedimiento en beneficio
de una teoría resulta arbitrario. Ver de Vaux, Proclamaáon andPresence, pp. 64s. Para una
exposición completa de los argumentos a favor de la interpretación, así como de sus deficien
cias, ver B.S. Childs, TheBookofExodus, OTL, Filadelfia, 1974, pp. 62ss.
14. Algo así como «la palabra de cuatro letras», con referencia a las consonantes hebreas
del nombre divino, YHWH. La interpretación es complicada dado que no se ha conservado
la pronunciación original. En el curso de su larga historia, hasta siglos después de la época
neotestamentaria, el hebreo se escribió sin vocales. Cuando por último se ideó un sistema para
conservar la pronunciación original del texto sagrado, el nombre de Dios ya era tan santo que
los judíos habían dejado de pronunciarlo hacía ya mucho tiempo. Al leer sustituían YHWH
con el término hebreo ’atjónay, «Señor», y con el tiempo se añadieron las vocales de ’acjónay
al nombre YHWH. Ese es el origen del nombre «Jehová». La pronunciación Yahvéh proviene
de la antigua transliteración al griego y los requisitos gramaticales de la interpretación del
nombre ofrecida en 3.13-15.
15. Esta interpretación considera que la raíz de YHWH, háwá, es una forma antigua de
háyá, «ser», razón por la cual provoca amplias especulaciones y debates con relación a si el
nombre existía o no antes del tiempo de Moisés. Existe hoy cierta evidencia de que YHWH
era un elemento de los nombres de los amorreos, de quienes al parecer provenían los israelitas,
pero no existen pruebas concluyentes. Aunque algún día se demuestre el uso anterior del
nombre, la enseñanza bíblica se centra en el hecho de que, por medio de la revelación a Moisés
y de la liberación en el Mar de Juncos, el nombre cobra una nueva riqueza en su significado
e importancia. Ver de Vaux, «Revelation of the Divine Ñame», pp. 48-56.
135
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Las plagas. Las primeras nueve plagas forman una serie continua (7.8-10.29),
separada de la décima, la muerte del primogénito. Las nueve están estructuradas por
un recurso literario que las reúne en tres grupos de tres plagas cada uno. En la primera
plaga de cada grupo, a Moisés se le ordena presentarse delante del faraón a orillas
del río; en la segunda debe «entrar a la presencia de faraón» en el palacio; y en la
136
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
tercera debe realizar alguna acción que hará sobrevenir la plaga sin advertirle al
faraón.
Este esquema junto con otros elementos de estructura literaria18 indican que los
relatos tuvieron una larga historia de transmisión oral y escrita antes de adoptar su
forma actual. Este hecho ha conducido a muchos eruditos a concluir que las
narraciones no son históricas sino que son «relatos piadosamente decorados», cuyo
verdadero valores «simbólico».19Pero el hecho de reconocerque un relato ha pasado
por una larga transmisión por medios orales y escritos no perjudica necesariamente
su valor histórico. Esto sólo puede decidirse determinando si lo que fue transmitido
se ajusta al contexto espacio-temporal al que se refiere y si puede comprobarse con
fundamentos independientes.
Un estudio reciente indica que las nueve plagas concuerdan con considerable
precisión con los fenómenos naturales de Egipto. En esta interpretación, las plagas
constituyen una secuencia de fenómenos naturales de inusual rigor, que presentan
una relación de causa y efecto21 en el mismo orden en que aparecen en el texto
bíblico.22 Las plagas comienzan con una inundación del Nilo a niveles anormales
por las excesivas lluvias. Estas aguas extremadamente altas habrían arrastrado
grandes cantidades de tierra colorada de la meseta de Abisinia y Etiopía además de
unos microorganismos de color rojizo llamados «flagelados»; así el Nilo habría
tomado un color sangre y se habría contaminado, condiciones que habrían matado
a los peces (primera plaga). La descomposición de los peces habría ahuyentado a
las ranas hacia las márgenes del río (segunda plaga), además de infectarlas con el
organismo Bacillus anthracis, que a su vez habría causado la muerte súbita de las
ranas. La tercera y la cuarta plagas serían mosquitos y la mosca Stomoxys calcitrans,
137
Estatua de granito de Rantsés II (1290-1224), faraón del Exodo. (Museo Británico)
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
que se multiplicarían fácilmente en las condiciones dadas por las aguas estancadas
de la inundación del Nilo, ya en retroceso. La enfermedad del ganado sería ántrax,
provocada por las ranas muertas contaminadas; mientras que las úlceras en los
hombres y el ganado (sexta plaga) habría sido ántrax dérmico, transmitido princi
palmente por la picadura de la mosca de la cuarta plaga. La tormenta de granizo y
truenos (séptima plaga), en la época del año que correspondería según la secuencia,
habría destruido el lino y la cebada, mientras que habría dejado el trigo y la escanda
para las langostas (octava plaga). La magnitud de esta invasión (10.6) se habría visto
favorecida por las mismas lluvias abisinias que causaron la inundación. Por último,
la densa oscuridad (novena plaga; v. 21) correspondería a una ham^ln23 de inusitada
violencia, agravada por la gruesa capa de polvillo rojo depositado en forma de lodo
durante la inundación. En esta interpretación natural el elemento milagroso radica
en la inusitada severidad de los fenómenos,24 y además en cada caso su aparición
coincide con las demandas de Moisés al faraón. Dios utiliza el orden creado para
sus propios fines.
Sin embargo, la décima plaga no tiene una explicación «natural».25 Esta catástrofe
se describe en una sección muy compleja (12.1-13.16) en la que además se narran
y se establecen las normas para la Pascua, la fiesta de los panes sin levadura (mas^óí)
y la redención de los primogénitos.
23. La «tormenta de arena» del desierto que suele azotar a Egipto por el sur a fines de
febrero o principios de marzo, que generalmente dura dos o tres días.
24. Como en el caso de los mosquitos, las moscas, el granizo y las langostas, en cualquiera
de las interpretaciones.
25. La inundación del Nilo llega a la región del deltaafinesdejuliooen agosto. La décima
plaga debe de haber ocurrido en marzo-abril (nisán) para servir de base a la fecha de la Pascua.
26. Por tanto resulta muy adecuada la traducción al inglés «passover». El contexto
determinó el significado del verbo, ya que es poco probable que se relacione con el veitoo
homófono pásah, «renguear», «bailar».
139
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
27. Así, por ejemplo, en la descripción de la Pascua en Lv. 23, la fiesta de los panes sin
levadura se relaciona con la ofrenda de la primera gavilla en la cosecha de cebada en primavera
(w . lOss.).
28. La teoría que toma por contexto original la festividad primaveral de pastores nómades
y «seminómades» es la más probable. En esta teoría el sacrificio y la festividad originalmente
consistían en un rito para garantizar la seguridad y la fecundidad del rebaño, en especial en el
momento de emprender el viaje anual para el pastoreo de primavera y verano. Todos los
elementos del ri tual de la Pascua concuerdan con ese trasfondo. Ver una exposición más amplia
en de Vaux, A ncientIsrael 2, trad. al inglés de J. McHugh, Nueva York, 1965, pp. 488-493.
Moisés reinterpretó esta festividad con mucha imaginación y proporcionó a los israelitas un
acto simbólico de unidad antes de enfrentar el peligroso viaje. El significado adoptado no es
radicalmente distinto del significado de los antiguos ritos, y por el contrario pueden trazarse
paralelos muy ricos: el viaje que emprenden no tiene como finalidad el pastoreo, sino la
libertad; los peligros no son enfrentados por los rebaños sino por ellos mismos.
29. Esteesun tema muy debatido. Uno de los mejores estudios al respecto esJ. Jeremías, La
última cena. P alabras de Jesús, Madrid, 1980. Uno de los problemas difíciles de resolver es
si acontecióen la misma fecha de la Pascua ono. Ver Jn. 13.1 y J. Jocz, «Passover», Zondervan
Pictorial Encyclopedia o f the Bible 4, Grand Rapids, 1975, pp. 608s. Asimismo cf. W.S. La-
Sor, The D eadS ea Scrolls and th eN ew Testament, Grand Rapids, 1972, pp. 201-205.
30. Ver I.H. Matshall, Last Supper an d L o rd ’s Supper, Grand Rapids, 1981.
140
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
31. Ver Childs, O íd Testament as Scripture, p. 176: «El efecto canónico de Ex. 15 al relatar
el mismo acontecimiento es otorgar realismo a la victoria en la forma de una celebración
litúrgica, que concluye con la respuesta ‘Jehová reinará eternamente y para siempre’. Un
acontecimiento de la historia pasada se extiende al presente y se libera para que cada sucesiva
generación lo conozca».
32. Los paralelos de la estructura poética son tan cercanos, que hay quienes han sugerido
que los versos se se tomaron de la poesía cananea y se adaptaron a la religión israelita. Las
evidencias se extienden a elementos literarios específicos tales como el uso de los tiempos
verbales y la ortografía arcaica.
33. W.F. Albright, Arqueología de Palestina, pp. 236s.; F.M. Cross, Jr., y D.N. Freedman,
«The Song of Miriam», JNES 14, 1955, pp. 237-250; Cross, Canaanite Myth and Hebrew
Epic, Cambridge, Mass., 1973, pp. 112-144.
141
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
34. El maná se presenta como una provisión milagrosa, aunque tiene una analogía
parda] con una sustancia dulce exudada por un insecto que infesta una de las espedes
de tamarisco en el sur del Sinaí. Ver F.S. Bodenheimer, «Tlie Manna of Sinai», The B ibli
cal Archaeologist Reader 1, G.E. Wright y Freedman, eds., reimp. Grand Rapids, 1981,
pp. 76-80.
142
AI tercer día, al rayar el alba, hubo truenos y relám pagos y una densa nube
sobre el monte y un poderoso resonar de trom peta... Todo el monte Sinaí
humeaba, porque Yahvéh había descendido sobre él en forma de fuego.
Subía el humo como de un homo, y todo el monte retemblaba con
violencia, (w . 16-18, BJ)
En medio de esta terrible e imponente aparición,35 Dios llama a Moisés y pronun
cia los Diez Mandamientos (20.1-17). Después de esto se completó la teofanía
(w . 18-21).
El significado y la función de los Diez Mandamientos han dado lugar a un amplio
debate y han sido interpretados de diversas maneras. La inmensa importancia que
revisten se desprende claramente de la naturaleza de toda su presentación. De una
lectura detenida del pasaje surge que se trata del pacto que Israel ha sido invitado a
aceptar en 19.5, cuya obediencia convertirá a Israel en el pueblo de Dios. Si bien
este significado no es explícito en el contexto de Exodo 19-20, la referencia en
Deuteronomio 5 al relato que posteriormente Moisés hace del acontecimiento lo deja
bien en claro:
...Jehová nuestro Dios hizo pacto con nosotros en Horeb. No con nuestros
padres hizo Jehová este pacto, sino con nosotros todos los que estamos
aquí hoy vivos ... Dijo: Yo soy Jehová tu Dios, que te saqué de la tierra
de Egipto... (w . 2-6)
Tal como en el pacto de Dios con Abraham en Génesis 15, un pacto es el medio
para establecer una relación (que no existe naturalmente), que se sanciona por un
juramento hecho en una ceremonia de ratificación. Todos los elementos que confor
man un pacto están presentes en Sinaí. En Exodo 19.3-8 se llama a Israel a participar
de una relación especial con Dios, descrita en tres frases: un tesoro especial sobre
todos los pueblos, un reino de sacerdotes, una nación santa. Israel ha de ser el pueblo
personal de Dios, separado de las demás naciones para su servicio, tal como los
sacerdotes se separaban de los demás hombres, condición que estaba signada por
una calidad de vida acorde con la santidad del Dios del pacto.36 Si bien el contenido
específico del pacto aún no ha sido revelado, Israel lo acepta con la solemne
afirmación: «Todo lo que Jehová ha dicho, haremos» (v. 8). En 20.1-17 se plantean
las demandas del pacto y en 24.3-8 se ratifica el pacto con una ceremonia solemne.
En este caso el juramento se sanciona y se confirma por el sacrificio y el rociamiento
con sangre, símbolo de significado obvio.
Este vínculo establecido por medio de un pacto, difiere del pacto abrahámico sólo
en que la parte interesada contrae ciertas obligaciones bajo juramento. Los pactos
que resultan de la variación en cada caso difieren radicalmente tanto en forma como
en función. En el pacto abrahámico, Dios se coloca a sí mismo bajo juramento,
143
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
37. Planteado originalmente por Mendenhall, «Andent Oriental and Biblical Law», BA
17, 1954, pp. 25-46; y «Covenant Forms in Israelite Tradition», BA 17, pp. 59-76; ambos
reimp. en The Biblical Archaeology Reader 3, E.F. Campbell y Freedman, eds., Grand Rapids,
1981, pp. 3-53. Con referenda a numerosos ejemplos bíblicos y extrabíblicos ver J. Arthur
Thompson, The Ancient N ear Eastern Treaties and the O ld Testament, Londres, 1964.
38. Los únicos que faltan, por razones obvias, son las listas de testigos y garantes divinos
del pacto. No obstante Josué colocó al pueblo como testigo contra sí mismo además de una
gran piedra que levantó en el santuario de Siquem; ver Jos. 24.22-27.
144
hXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
39. Este concepto del Decálogo como «política legal» se expone en detalle en D.R. Hillers,
Covenaití: TheH istory o fa Biblical Idea, Baltimore, 1969, pp. 88ss.
40. A menudo se considera que estas leyes se originaron muchos siglos después en la
historia de Israel. Por cierto, debe habérseles realizado retoques para perfeccionarlas según la
experiencia subsiguiente de Israel; ningún sistema legal permanece estático ya que la vida y
las circunstancias de la nación que éste rige van modificándose. No obstante, existen sólidas
razones para pensar que el núcleo central original se remonta a Moisés. Tal como se señala
más arriba, es evidente que esto es necesariamente así. Es más, Moisés aparece administrando
justicia y designando jueces en un momento en que la tarea se había ampliado demasiado
145
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
EL TABERNACULO
El tabernáculo 41 se describe en dos extensos pasajes de Exodo. En los capítulos
25-31 Dios revela a Moisés el plan, los materiales y el contenido. Los capítulos
35-40, en los que Moisés cumple los mandatos de Dios, son una reiteración casi
literal de aquel relato.42
El tabernáculo era un santuario transportable que constaba de un armazón
enrejado de madera de acacia cubierto por dos amplias cortinas de lino. Una de las
cortinas formaba la sala central o el lugar santo, mientras que la segunda cubría el
lugar santísimo, un recinto más pequeño detrás del lugar santo (atrio principal) y
separado de aquel por un velo. El lugar santo medía unos nueve metros de largo, por
cuatro metros y medio de ancho, por cuatro metros y medio de alto; mientras que el
lugar santísimo medía unos cuatro metros y medio por lado. Dentro del lugar
santísimo sólo se encontraba el arca, un cofre de madera que contenía las tablas con
la inscripción de los Diez Mandamientos. En el lugar santo se encontraba el altar del
incienso, el candelera y la mesa con el pan de la proposición. El tabernáculo estaba
ubicado en un patio o atrio separado del resto del campamento por unas cortinas
blancas de unos veintidós metros y medio de largo. En el patio ubicado delante del
tabernáculo, se hallaba el altar de los holocaustos y entre éste y el tabernáculo, la
fuente para lavamiento.
El relato extenso y detallado dedicado al tabernáculo y su construcción no resulta
de lectura fácil ni interesante. Es más, las extravagantes interpretaciones que los
antiguos lectores asignaron al tabernáculo y su mobiliario, en las que arbitrariamente
los tomaron por símbolos y tipos de toda clase de realidad espiritual, desprestigiaron
el tema. No obstante, el tabernáculo revistió gran importancia para Israel después
de aceptar el pacto de Sinaí. En 25.8 Dios dice: «Y harán un santuario para mí, y
habitaré en medio de ellos». El tabernáculo era, pues, la localización de la presencia
de Dios entre su pueblo, un símbolo visible de que él era su Dios.43 Allí Israel debía
(18.13-26). Es inconcebible que Moisés no haya sido quien iniciara el proceso de interpretar
las estipulaciones del pacto y de organizarías para que tuvieran la forma adecuada para regir
la conducta de una nación.
41. La palabra hebrea que más frecuentemente se traduce «tabernáculo» es miSkán, la cual
parecería que originalmente significaba «una vivienda», específicamente una carpa. En el uso
veterotestamentario, sin embargo, se limita casi totalmente a la carpa santuario que precedía
al templo.
42. Este recurso literario, que parece reiterativoeinnecesario, es característico de esa época.
En la épica ugarítica de Keret, El revela al rey Keret con lujo de detalle la forma de conducir
la campaña militar para recapturar de la casa de su padre a quien estaba predestinada a ser su
esposa. Después Keret cumple estas órdenes, allí el pasaje se repite palabra por palabra.
43. Los eruditos con frecuencia han considerado que la descripción del tabernáculo no es
histórica, sino que se trata de una proyección al pasado de un templo posterior y su teología.
Parecería que algunos rasgos de la tradición en efecto han sido exornados a la luz de nuevos
hallazgos. P.ej., ¡la plata que se emplearía (38.25) habría pesado aproximadamente 3,8
toneladas! Sin embargo, muchos rasgos de la tradición, junto con los ejemplos extrabíblicos,
146
EXODO: CONTENIDO Y TEOLOGIA
adorarlo y expiar las violaciones a las estipulaciones del pacto.44 El tabernáculo con
la simbología y el sistema de sacrificios era el medio por el cual el Dios infinito,
trascendente y santo podía hacerse presente entre su pueblo, «morando» o «acam
pando» entre ellos. Como símbolo de su presencia, anticipa el tiempo de realización
en que Dios en la persona de su Hijo se haría verdaderamente presente con su pueblo,
cuando «aquel Verbo fue hecho carne, y habitó entre nosotros,45 lleno de gracia y
de verdad» (Jn. 1.14).
147
11
LEVITICO
campados a la sombra del Monte Sinaí, los israelitas habían experimentado el
A gran acto de redención de Yahvéh —la liberación de la esclavitud egipcia—
que ocuparía un lugar central en su fe a lo largo de todas las generaciones. Habían
visto y oído los truenos y relámpagos en el monte santo (Ex. 19.16-19) y Yahvéh
había impartido sus mandamientos (20.1-17). El había declarado que era su Dios y
ellos su pueblo. El era su señor que los había ligado a sí mismo por medio de las
obligaciones del pacto.
Pero, ¿cómo se mantendría este vínculo? Los israelitas no podían permanecer en
el Monte Sinaí para siempre, pues esa no era la intención de Yahvéh que motivó la
promesa a sus padres ni la liberación de Egipto. Debían establecerse en una tierra
en que experimentaran los beneficios de ser su pueblo. Es más, habrían de convert
irse, en una forma que aún no se les había precisado, en fuente de bendición para
todas las naciones (Gn. 12.3), por medio de la comunicación de su fe a otros pueblos.
El desierto de Sinaí no sería el escenario de ninguno de estos sucesos. La tierra
prometida habría de ser Canaán.
Tal como lo relata el libro de Números, toda una generación de israelitas pasaría
antes de que el pueblo ingresara en esa tierra. Durante este período aprenderían por
experiencia los resultados de la obediencia así como de la desobediencia a la palabra
del Señor. Antes de su ingreso en Palestina, donde entrarían en contacto con las
prácticas de los cultos cananeos,1 debían aprender también las formas adecuadas de
adorar a Yahvéh. Los detalles de esta adoración se presentan en Levítico.
TITULO Y CONTENIDO
Título. Como en la antigüedad los libros se conocían por las palabras iniciales (tal
como las encíclicas papales en la actualidad), el título del libro en hebreo es, por
consiguiente, wayyiqrü’-. «y llamó» (Lv. 1.1). «Levítico» procede de la LXX griega,
a través de la Vulgata Latina. Se trata de un adjetivo, que sugiere el título completo
«el (libro) levítico», es decir, «el libro relativo a los levitas». La adecuación del título
ha sido cuestionada, ya que la figura principal en Levítico es Aarón y el sacerdocio
descrito en el libro se limita a sus hijos. A ellos se les encomendó el oficio sacerdotal.
148
LE, V i l IL U
Naturalmente, Aarón era levita (como su hermano Moisés). Sin embargo, se distin
guía entre el «sacerdocio de Aarón» —de los descendientes de Leví (uno de los doce
hijos de Jacob) por parte de Aarón— y los «levitas», que no podían alegar descend
encia de Aarón. Con el tiempo se desarrolló una clara diferenciación entre «sacer
dote» y «levita».2
Quizá se haya exagerado la importancia del título «Levítico». El término predo
minante es «sacerdote» y se emplea con mayor frecuencia que «levita».3 En el
acontecimiento del Sinaí, Yahvéh declaró que el pueblo del pacto era «un reino de
sacerdotes, y gente santa» (Ex. 19.6). Idealmente, la nación era una teocracia: cada
persona era un sacerdote y Yahvéh era el rey. Pero por resultar ese ideal muy poco
práctico, se estableció un principio de representación. El hijo primogénito de cada
familia debía representar a la familia (13.2,13; 22.29). No obstante, Yahvéh designó
a los levitas para que oficiaran en lugar de los primogénitos: «He aquí, yo he tomado
a los levitas de entre los hijos de Israel en lugar de todos los primogénitos, los
primeros nacidos entre los hijos de Israel» (Nm. 3.12).
Parecería que tomar el libro de Levítico como «el manual de los sacerdotes» — en
el sentido de oficiantes del culto— es una reducción de la enseñanza bíblica; este
libro pertenece a todo el pueblo.4
2. Ver R. Abba, «Priests and Levites», IDB 3, pp. 876-889, un cuidadoso estudio. Según
la teoría wellhauseniana clásica, la diferenciación entre sacerdotes y levitas es postexílica y
todo el culto descrito en Levítico es una interpretación del judaismo postexílico. Sin embargo,
Abba señala que el código sacerdotal es preexflico y predeuteronómico, y por tanto de un valor
histórico muy superior al que previamente se le atribuyera. Para ampliar la evaluación de la
reconstrucción de Wellhausen, ver D. A. Hubbard, «Priests and Levites»,IBD, pp. 1266-1273.
3. La palabra kóhén, «sacerdote», aparece setecientas treinta veces; léwi, «levita», cuarenta
veces; el plural «levitas», doscientas cincuenta veces. A menudo «levitas» se emplea como
nombre de la tribu sin una referencia a la función.
4. Un panorama del papel de Israel como «reino de sacerdotes» se encuentra en A.
Lacocque, B u tA sfo rM e, Atlanta, 1979.
5. Para obtener una noción del concepto israelita de la «ley del Señor», ver Sal. 119.
149
PANORAMA U L L A N I I l i U U I t a i A M b l i i i u
Altar de incienso de cuatro cuernos (ca. siglo Xa.C.), de Meguido, sobre el cual los
israelitas podían ofrecer «olor grato a Jehová» (Lv. 2.2). (Departamento de Anti
güedades de Israel)
LEVinCO
PROFANO PROFANO
SACRIFICIOS Y OFRENDAS
Ofrendas. Según Levítico 7.37, la ley que Yahvéh reveló a Moisés en el Monte
Sinaí establecía cinco «ofrendas». Una de éstas, a la que siempre se hace referencia
6. Quizá resulte extraño saber que qe<jéSim, los «hombres consagrados», estaban dedicados
a la prostitución en el culto (1 R. 15.12, BJ), y q ‘4eiót, las «mujeres consagradas», eran
prostitutas (Os. 4.14; cf. Gn. 38.21s.).
7. Si bien de acuerdo con algunos métodos filológicos estaría equivocado, éste es el único
modo posibl e de establecer Ia definición bíblica correcta. Una pal abra debe interpretarse según
la intención original de quienes la empleaban. En todas las disciplinas, ya sea medicina o
matemáticas, derecho o lingüística, determinados términos tienen significados especializados
dentro de ese campo; un hecho frecuentemente soslayado por los eruditos bíblicos.
151
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
en plural, «sacrificios de paz», se dividía en tres tipos de ofrendas; de allí que fueran
siete ofrendas en total. Como todas, excepto las «ofrendas de cereal», incluían la
inmolación sacrificial de un animal, a menudo se las llama «sacrificios». La palabra
hebrea que en este pasaje se traduce como «ofrendas» significa «presentación» o
«las cosas que se acercan» (ver cuadro).8
La terminología, traducida del hebreo, no siempre es uniforme. La «ofrenda
completamente quemada» u «ofrenda quemada» a veces se denomina «holocausto»,
de la palabra griega que significa «completamente quemada». La «ofrenda por el
pecado» se confunde fácilmente con la «ofrenda expiatoria» o «sacrificio por la
8. Se recomienda la lectura detenida de los pasajes bíblicos juntamente con el estudio del
cuadro.
152
LEVmCO
Naturatevi de la ofrenda Acciones del que hace Las acciones del sacerdote
el sacrificio
Totalmente quemada Trae la ofrenda Acepta la ofrenda
Coloca la mano sobre la Roda el altar con sangre
cabeza Coloca los pedazos sobre
Mata, despelleja, corta en el fuego
pedazos Lava fas entrañas, patas
Se queman las partes Trae la ofrenda Acepta la ofrenda
grasosas (Los ancianos lo hacen por Rocía el altar con sangre
Se come el resto la congregación) Quema la grasa, etc., come
la carne
Si se incluye su propio
pecado, quema una porción
fuera del campamento
Como la ofrenda por el Primero hace la restitución Como la ofrenda por el
pecado Después, lo mismo que la pecado
ofrenda por el pecado
culpa», ya que son idénticas excepto que la ofrenda expiatoria requiere reparación
a aquel que ha sido dañado por el pecado.9 A la «ofrenda de cereal» se la llama
simplemente «ofrenda» u «oblación». En Deuteronomio 12.27 se hace la diferen
ciación entre ofrenda quemada y «sacrificio» (zebah), pues se señala que el fuego
sobre el altar consumía íntegramente el holocausto, mientras que el sacerdote y, en
algunos casos, la persona que ofrendaba podían comer una parte del «sacrificio».
153
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
154
LEVITICO
11. En el Nuevo Testamento, los sacrificios de toros y macho cabríos se toman sólo como
símbolos, «porque la sangre de los toros y de los machos cabríos no puede quitar los pecados»
(He. 10.4). En cambio, el sacrificio de Cristo es eficaz, ofrecido de una vez y para siempre
(v.12). '
12. En algunas obras, se niega la relación entre kippér y kapar, «cubrir», y se considera
que la primera proviene de una raíz distinta: «propiciar». No obstante, es muy difícil justificar
la idea de propiciación en Levítico o en el Antiguo Testamento en general. Ese concepto se
basa principalmente en estudios comparativos, ya que aparece con frecuencia en religiones no
israelitas. Una exposición de la propiciación en la Biblia puede verse en L. Morris, «Propitia
tion», NBD, pp. 1287s.
155
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
LEYES DE SANTIDAD
Código de santidad. La sección que abarca los capítulos 17-26 a veces se
denomina el Código de santidad. De acuerdo con una de las corrientes de la teoría
documental (ver p. 63), el Código de santidad (H) fue uno de los documentos
utilizados en la formación del Pentateuco (o Hexateuco) y fue compuesto por un
sacerdote o una escuela de sacerdotes en el siglo VII o VI.14
Resulta poco adecuado el uso del término «código». Más bien se trata de una
colección poco cohesionada de principios que representan el estilo de vida de un
pueblo llamado a ser santo; quizá sería preferible denominarlo la Torá de santidad.
13. La expresión es '“zá'zél, «a/para Azazel/quitar». «El que hubiere llevado el macho
cabrío a Azazel» (v. 26) es en realidad una interpretación y no una traducción; literalmente la
frase dice «El hombre encargado de enviar (o soltar) el macho cabrío a/para Azazel (o
destrucción)».
14. Ver O. Eissfeldt, O ld Testament, pp. 233-239.
156
LEVITICO
Los principios no se presentan como artículos de una ley, sino que son detalles en
los que el pueblo de Yahvéh debe tender a ajustarse al concepto de santidad.
Se incluye, por ejemplo, una serie de convocaciones santas (23.1-44), tales como
al día de reposo y la Pascua. El año sabático debía guardarse cada siete años como
un período de descanso de la tierra (25.1-7); el año del jubileo, cada cincuenta años,
como un tiempo de redención, en que los esclavos debían ser liberados y la propiedad
debía devolverse a la familia o al clan que hubiesen sido los propietarios originales
(w . 8-55). Pero los israelitas no guardaron estos «días de reposo» y tanto Jeremías
(34.14-22) como Ezequiel (20.12-16) proclamaron que el exilio era el castigo de
Dios por eso.15
RELACION DE LEVITICO
CON OTROS PASAJES DE LA BIBLIA
Ezequiel. Levítico y Ezequiel poseen muchas semejanzas. Es tema de discusión
entre los eruditos si es que Ezequiel se basó en Levítico o si Levítico fue escrito por
sacerdotes dominados por las ideas de Ezequiel. Si, tal como lo reconocen algunos
eruditos, Levítico contiene muchos elementos primitivos del culto israelita, entonces
sería de esperar que Ezequiel, un sacerdote (Ez. 1.1) que se dirigía a los judíos en el
exilio poco antes y poco después de la destrucción del templo, tuviera especial interés
en restablecer las disposiciones levíticas para el culto.
15. Parece obvio que si tanto Jeremías como Ezequiel se refieren a un fracaso de tan larga
data, el día de reposo difícilmente haya sido invento de un autor sacerdotal postexílico. Sobre
el análisis reciente del material antiguo del llamado Documento Sacerdotal, ver R.E. Clemente,
«Pentateuchal Problems», Tradition andInterpretation, G.W. Anderson, ed., pp. 118s.
16. Veinticuatro citas, según los datos de K. Aland, et al., eds., Greek N ew Testament,
Sociedades Bíblicas Unidas, 2a. ed., Stuttgart, 1968, pp. 900s.
157
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
ficado del ritual levítico y ofrece una visión de la comunidad a la que se dirigía
Hebreos.
Si Hebreos se escribió para los judíos cristianos que enfrentaban el hecho de que
el templo había sido destruido (o estaba a punto de ser destruido) y el sistema del
culto desarticulado, el libro daba una respuesta al problema de cómo reemplazar los
sacrificios establecidos por Moisés.17 El autor señala que los sacrificios de animales
sólo eran «la sombra de los bienes venideros» (He. 10.1), sin poder para quitar el
pecado. El sacrificio de Cristo es «la imagen misma de las cosas» y por tanto no
necesita repetirse. La inferencia és que el ritual de la ley mosaica ya no hace falta;
de hecho, «lo que se da por viejo y se envejece, está próximo a desaparecer» (8.13).
158
L E v rn co
Tipos y símbolos. Debido a los extremos a los que llegó la imaginación de algunos
intérpretes bíblicos, que a lo largo de toda la historia de la Iglesia20 han intentado
por medio de la tipología encontrar el evangelio íntegro en casi todos los versículos
del Antiguo Testamento, la tipología ha sido criticada y hasta ridiculizada. Sólo en
tiempos recientes esta tendencia se revirtió. G. von Rad,21 entre otros, otorga a la
palabra «tipo» cierto grado de «respetabilidad».
El empleo del simbolismo es comprensible y muy aceptable. Muchos conceptos
pueden representarse mejor por medio de símbolos que por descripciones verbales
abstractas. Estamos rodeados de símbolos: el calendario, la bandera, la cruz, etc.
22
Básicamente un símbolo es la forma visible de representar una idea abstracta.
La cruz es un símbolo de amor, sacrificio, muerte y salvación. El tabernáculo en el
desierto era un símbolo de la presencia de Dios, el lugar en que Dios se reunía con
su pueblo. Aarón era un hombre, pero también sumo sacerdote, y en aquella
investidura simbolizaba la santidad (separación al servicio de Dios). Los sacrificios
que ofrecía en el día de la expiación eran símbolos de su propio pecado, del pecado
de la nación y del olvido en el que se sumía aquel pecado.
Cuando un símbolo luego se reemplaza por la realidad que simboliza se lo
de la ley no se enseña en ninguna parte del Antiguo Testamento. De esta forma interpretaban
el Antiguo Testamento Jesús y los apóstoles, incluso Pablo, y todos judíos. Ver D.P. Fuller,
G ospel andLaw: Contrasí or Continuum, Grand Rapids, 1980.
19. Pueden consultarse pasajes rabínicos en C.G. Montefiore y H. Loewe, A Rabbinic
Anthology, Nueva York, 1974, cap. 3. Las oraciones se tomaron de SiddurAvodat Israel, pero
todos los devocionarios contienen oraciones similares. La expresión «nuestro testimonio
diario» es una referencia al Shema (Dt. 6.4s.), recitado todos los días por los judíos religiosos.
20. Desde Clemente de Alejandría (ca. 150-215 d.C.) y Orígenes (c a 185-254 d.C.) hasta
el presente. En su comentario sobre Génesis, aun Lutero se entregó a la tipología fantástica.
21. Von Rad, Teología del Antiguo Testamento 2, pp. 467-482.
22. El símbolo puede expresarse verbalmente, como cuando la palabra escrita «cruz» evoca
una imagen visual. Toda lengua es, en cierto sentido, simbólica; de allí que pueda traducirse
de un idioma a otro, usando distintos símbolos pero que transmiten la misma idea.
159
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
23. La palabra griega t$pos «marca», «impresión», «forma», «patrón», «tipo», tiene un uso
muy significativoen Hch. 7.44; Ro. 5.14 y He. 8.5. En español «tipo» proviene de esta palabra.
No obstante, en el lenguaje de la imprenta, el «tipo» sería la realidad, mientras que la impresión
(«antitipo»), la imagen.
24. Esto no significa en absoluto que cada detalle del tabernáculo simbolice algún detalle
de la persona o el ministerio de Cristo. Ver en mayor detalle W.S. LaSor, «Interpretation of
Prophecy», BDPT, pp. 130-132.
25. «Introduction and Exegesis o f Leviticus», IB 2, p. 4.
26. Ver B.S. Childs, O íd Testament as Scripture, p. 188.
160
LEVITICO
innecesarios. Pero los símbolos antiguos tienen mucho contenido provechoso para
la enseñanza. De hecho, no se puede lograr una comprensión cabal de los conceptos
neotestamentarios de pecado y salvación prescindiendo del Antiguo Testamento,
que abre el camino a la nueva revelación.
Se comenta ocasionalmente que el Dios y Padre de Jesucristo no es el Yahvéh
del Antiguo Testamento. Jesucristo niega esto rotundamente, tanto en sus palabras
como en su sacrificio. El Dios y Padre de Jesucristo es un Dios santo, para quien el
pecado es una ofensa, que requiere el derramamiento de sangre para quitar el pecado.
El ha provisto el «cordero» sustituto en la persona de su propio Hijo, por medio de
quien ha venido la «reconciliación» (Ro. 5.11). Cristo estableció la conmemoración
de este hecho para el resto de la era presente («hasta que él venga») en la Cena del
Señor, empleando el lenguaje del Antiguo Testamento en las palabras de institución
(Mt. 26.26-28, par. Ex. 24.8; asimismo cf. 1 Co. 11.23-27). En la fe los pecados se
dejan sobre el «Cordero de Dios», quien, como el chivo expiatorio del día de la
expiación, «quita» el pecado (ver Jn. 1.29). Si no se comprenden el lenguaje ni los
símbolos de Levítico, ¿cómo puede llegarse a la comprensión plena del significado
profundo del Nuevo Testamento?
161
12
NUMEROS
os israelitas habían abandonado Egipto el décimo quinto día del primer mes
L (Nm. 33.3; cf. Ex. 12.2, 5) y habían llegado al desierto de Sinaí el primer día
(luna nueva) del tercer mes (Ex. 19.1). El tercer día, Dios se reveló en el monte
(v. 16). El tabernáculo se erigió el primer día del primer mes del segundo año (40.17).
El übro de Números comienza con un mandamiento de Yahvéh a Moisés en el primer
día del segundo mes del segundo año. El vigésimo día del mismo mes «la nube se
alzó del tabernáculo del testimonio. Y partieron los hijos de Israel del desierto de
Sinaí» (Nm. 10.1 ls.). Deuteronomio comienza con una referencia al primer día del
undécimo mes del cuadragésimo año, o sea, alrededor de treinta y ocho años, ocho
meses y diez días después de la partida de Sinaí. En otras palabras, Números abarca
un período de treinta y ocho años y nueve meses, llamado el período del peregrinaje
por el desierto.1
Una razón obvia para la inclusión del libro es abarcar el período desde el Exodo
y la revelación de Sinaí hasta los preparativos en Moab para ingresar en la tierra
prometida. Sin embargo, si se observa con más detenimiento hay otras razones que
la justifican. El viaje de Sinaí a Cades-bamea vía el Golfo de Acaba sólo duraba
once días (Dt. 1.2), como lo demostró Y. Aharoni.2 La ruta directa llevaría tan
sólo unos días menos y por Edom y Moab apenas algo más de dos semanas.3
En Números se señala claramente que el período de treinta y ocho años era un castigo
por la falta de fe, por lo cual ninguno de la generación de incrédulos entraría en
la tierra (cf. Dt. 1.35s.). Números, pues, no es una sección más de historia, sino
otro relato de los actos de Yahvéh. Es una historia compleja de infidelidad, rebe
lión, apostasía y frustración, en contraste con la constante fidelidad y paciencia de
Dios.
162
NUMEROS
Resumen. El libro puede dividirse en tres secciones principales, separadas por los
relatos de los viajes de los israelitas. Al final aparece una sección de material diverso
sin una estricta cohesión.
En Sinaí: Preparativos para la partida (1.1-10.10)
Primer censo (1.1-54)
Campamentos y jefes de las tribus (2.1-34)
Número de levitas y sus deberes (3.1-4.49)
Leyes diversas (5.1-31)
El voto nazareo (6.1-27)
Ofrenda de la dedicación (7.1-8.26)
Pascua suplementaria (9.1-14)
La nube de guía para el pueblo (9.15-10.10)
Viaje de Sinaí a Cades (10.11-12.16)
Partida de Sinaí (10.11-36)
Incidentes en el camino (11.1-12.16)
En Cades, en el desierto de Parán (13.1-20.13)
Misión e informe de los espías (13.1-33)
La decisión del pueblo y el juicio de Dios (14.1-45)
Leyes diversas (15.1-41)
La rebelión de Coré (16.1-50)
Historia de la vara de Aarón (17.1-13)
Porciones de los sacerdotes (18.1-32)
Purificación de los inmundos (19.1-22)
Ultimos acontecimientos en Cades (20.1-13)
Viaje desde Cades hasta los llanos de Moab (20.14-22.1)
Oposición de Edom (20.14-21)
Muerte de Aarón; victoria sobre los adversarios (20.22-22.1)
En los llanos de Moab (22.2-32.42)
Balaam y Balac (22.2-24.25)
Apostasía en Peor y la plaga (25.1-18)
Segundo censo (26.1-65)
Las hijas de Zelofehad, los derechos de la mujer (27.1-11)
Designación de Josué como sucesor de Moisés (27.12-23)
Ofrendas en las fiestas (28.1-30.16)
Venganza contra Madián (31.1-54)
Reparto de tierras a las tribus de Transjordania (32.1-42)
163
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
5. Sin embargo, si Moisés realmente era «muy manso, más que todos los hombres que
había sobre la tierra» (12.3), no habría hecho tal afirmación.
6. De la comparación de Nm. 15.22-31 con Lv. 4.2-12 surgen algunos detalles de este
problema. En general es difícil hacer concordar todos los detalles de las ofrendas de Lv. 1-7
con las referencias esporádicas de Números.
7. Thompson, «Números», NCB, p, 138.
164
NUMEROS
Ubicación tradicional deElim, oasis donde los israelitas acamparon antes de cruzar
el Mar Rojo (Nm. 33.9s.). (A.D. Baly)
también proceden de una fuente antigua. En particular, varios pasajes poéticos (tales
como las palabras de Balaam en los caps. 23-24), según opinan los eruditos, están
escritos en hebreo muy antiguo, es decir, del siglo XIII o XII a.C. Los detalles
geográficos y las alusiones históricas de estos poemas, en especial de 24.23s., quizá
señalarían la época de la invasión de las «pueblos del mar», ca. 1190.
Los números en Números. De acuerdo con 1.45s., «Y todos los contados de los
hijos de Israel por las casas de sus padres, de veinte años arriba, todos los que podían
salir a la guerra en Israel» eran en total seiscientos tres mil quinientos cincuenta.
Esto refleja el primer censo, efectuado en Sinaí «en el día primero del mes segundo,
en el segundo año de su salida de la tierra de Egipto» (v. I).8 Si la proporción de
hombres en edad militar se estima en un veinte a un veinticinco por ciento de la
población —sobre la base de datos de otros pueblos— el total de la población
israelita habría sido de dos millones y medio a tres millones. Cualquiera sea el
cálculo que se utilice, el número no descendería de dos millones.
Esa es una cifra enorme y los problemas que suscita son muy diverses. Si los
hebreos llevaron consigo «ovejas y muchísimo ganado» (Ex. 12.38), ¿cómo pudo
mantenerse en algún grado de disciplina una multitud de esas características para
salir de Egipto? ¿Cómo sobrevivieron en el desierto, con los reducidos pastizales y
8. Un segundo censo, efectuado en los llanos de Moab en la generación siguiente, dio como
resultado seiscientos un mil setecientos treinta.
165
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
Este cuadro incluye los censos de Núm eros 1 y 26. Las cifras se vierten com o comúnm ente se tra
ducen en los textos bíblicos: Los siguientes elem entos se subdividen en los «miles» (clanes, jefes
de tribus) y «cientos» (posiblem ente los totales reales).
la escasez de agua? ¿Y cómo habría sido que los setenta israelitas que originalmente
fueron a Egipto se hayan multiplicado a más de dos millones en cuatro a siete, o
hasta diez generaciones?9
Hay cuatro enfoques básicos a los que puede someterse el problema de los
números, que pueden aplicarse a otros pasajes del Antiguo Testamento así como al
libro de Números. Estas sugerencias son las siguientes:
1) Los números deben tomarse en forma literal. Para la defensa de esta interpre
tación se recurre a varias afirmaciones de las Escrituras.10 Los descendientes de
9. Varios eruditos han intentado demostrar la posibilidad matemática de esta cifra. P.ej.,
T. Whitelaw explica que si cincuenta y uno de los cincuenta y tres nietos de Jacob tuvieron
cuatro descendientes varones cada uno, el total en siete generaciones sumaría ochocientos
treinta y cinco mil quinientos ochenta y cuatro; «Numbers, Book of», ISBE 4 ,1 9 3 9 , p. 2166.
Otros han señalado que las cifras son irracionales, en particular en vista de que del total de la
población masculina que comprendía más de seiscientos mil hombres por encima de los veinte
años, sólo había veintidós mil doscientos setenta y tres primogénitos varones de más de un
mes (3.43), lo cual supondría la existencia de cuarenta a cuarenta y cinco varones por cada
casa. Estas discusiones resultan estériles.
10. Algunos de quienes toman los números literalmente piensan que el problema quizá se
explique por la suposición de que en una época las cifras se escribían con guarismos y no con
166
NUMEROS
palabras, como en el texto hebreo actual. Las letras hebreas tienen valor numérico, de manera
que alef se emplea para 1 y también para 1.000, bet equivale a 2 y a 2.000, etc. Sin embargo,
no hay ningún texto bíblico hebreo en el que los números se escribieran así. Todo intento de
resolver este problema así es puramente hipotético, aunque la sugerencia es válida.
11. Las cifras que ofrece Salmanasar son significativas:
167
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
12. ARAB 2 55; ANET, pp. 284s. Sobre el problema de quién capturó Samaría en realidad,
ver pp. 271-272 más abajo.
13. ARAB 2 240; ANET, p. 288.
14. W.F. Albright, D e la edad de piedra al cristianismo, p. 229.
15. En heb. ’elep, pl. 'elápim, significa «mil» o una familia o grupo numeroso; cf. Mi. 5.2
(TM 5.1; «familias» RV, «clanes» VP). Manteniendo las mismas consonantes podrían cam
biarse los signos puntuados empleados para las vocales y se leería * Uüpim, «jefes», «jefes de
tribu». Los puntos de las vocales sólo se añadieron en algún momento entre los siglos VI y
IX d.C., pero muchos eruditos consideran que la tradición oral en la que se basó la anotación
era muy confiable.
16. Egypt and Israel, ed. rev., Londres, 1911, pp. 42ss.
17. «The Census List of Numbers 1 and 26», JBL 77,1958, pp. 52-66; cf. B.S. Childs, O íd
Testament as Scripture, p. 200.
18. Requeriría suprimir los totales que aparecen en Nm. 1.46 y 26.51, entre otros detalles.
19. De los setenta y cuatro «miles» de Judá sólo seiscientos serían guerreros; mientras que
de los sesenta y dos de Dan, setecientos, y de los cuarenta y uno de Aser, quinientos. Entre el
primer censo y el segundo, los «miles» de Simeón descendieron de cincuenta y nueve a
veintidós, mientras que los «cientos» sólo de trescientos a doscientos.
20. Una del primer censo termina en cincuenta y una del segundo, en treinta.
168
NUMEROS
Israel. Según Números 3.43, sumaban veintidós mil doscientos setenta y tres. Los
levitas, a quienes no se les requería que proveyeran soldados, debían servir como
sustitutos de los primogénitos (w . 44s.). Los levitas eran veintidós mil. Esta
disposición sólo tiene sentido si veintidós mil es una cifra y no veintidós «miles».21
4) Los números forman parte del estilo épico de la narración, que tiene como
propósito expresar la majestad y el milagro de la liberación de Egipto. R.K. Harrison,
por ejemplo, considera que no «deben tomarse ni en forma estrictamente literal ni
como una corrupción del texto».22 Thompson se contenta con decir:
El censo representa una antigua tradición, de tipo tribal, consistente en la
determinación del cupo de hombres aptos para la guerra, de suerte que
los términos en cuestión significaban unidades militares de algún tipo...
El valor cuantitativo exacto de los términos es desconocido.^ Algunos
estudiosos de la Biblia no consideran que ésta sea una solución, sino una
evasión del problema. Otros piensan que se reconoce así que, aunque el
texto se tome seriamente, no puede suponerse que podrán resolverse todos
los problemas con el limitado conocimiento disponible.24
TEOLOGIA
Presencia. Por algún medio prodigioso que excede a nuestra comprensión, el
Señor manifestó visualmente su presencia a los israelitas:
El día que el tabernáculo fue erigido, la nube cubrió el tabernáculo sobre
la tienda del testimonio; y a la tarde había sobre el tabernáculo como una
apariencia de fuego, hasta la mañana. (9.15)
Cuando la nube se levantaba, el pueblo emprendía la marcha; cuando la nube paraba,
acampaba. Mientras la nube se mantenía detenida sobre el tabernáculo, los israelitas
permanecían acampados, (w . 17-23)
Cierta vez, cuando María y Aarón se enojaron con su hermano Moisés «a causa
de la mujer cusita que había tomado» (12.1), el Señor llamó a los tres a encontrarse
21. La diferencia entre los veintidós mil doscientos setenta y tres primogénitos varones y
los veintidós mil levitas se compensaba con un impuesto de cinco sid o s por cada uno de los
doscientos setenta y tres; cf. 3.46-48.
22. lntroduction, pp. 631ss.
23. NCB, p. 138. Representa un dato revelador que la comunidad de Qumrán, que casi con
seguridad no comprendía a más de 250 o 300 personas a la vez, usaba la misma terminología.
La norma relativa al censo anual dice así: «Los sacerdotes serán revistados en primer lugar,
de acuerdo con su espíritu, uno tras otro; después de ellos, serán revistados los levitas; después
todo el pueblo será revistado en tercer lugar, uno tras otro, por miles, centenas y decenas, para
que todo hombre en Israel sepa la posición que se le ha asignado...»(1QS 2.21).
24. Ver G.B. Gray, Numbers, ICC, Nueva York, 1903, pp. 11-15; J. Garstang, Joshua
Judges, Nueva York, 1931, p. 120; R.E.D. Clark, «The Large Numbers o f the Oíd Testament»,
Journal ofthe Transactions ofthe Victoria Institute 87,1955, pp. 82ss.; J.W. Wenham, «Large
Numbers in the Oíd Testament», TyndaleBulletin 18,1967, pp. 19-53.
169
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
25. El tema de la presencia se desarrolla de modo que abarca el mensaje del Antiguo
Testamento en S. Terrien, The Elusive Presence: Toward a N ew Bíblica! Theology, San
Francisco, 1978.
26. Muchos eruditos piensan que el maná era la excreción, semejante a la miel, de ciertos
insectos sobre las ramas de tamariscos, que caía al suelo por la noche. Ver F. Bodenheimer,
«Manna», BA 10,1947, pp. 1-6. Pero esta teoría no explica por qué el maná cesaba los días
de reposo; por qué, independientemente de la cantidad que se recogía, alcanzaba justo y no
sobraba; y por qué e( fenómeno comenzó cuando los israelitas se internaron en ef Sinaí y cesó
cuando partieron de Moab hacia Canaán.
170
NUMEROS
lo general era paciente con el pueblo; la actitud asumida al golpear la roca en Meriba
era rara en él.
Números está plagado de relatos en los que los israelitas rezongan y se quejan.
Se quejaban de su desgracia (11.1). Añoraban el pescado, los pepinos, melones,
puerros, las cebollas y el ajo de Egipto (v. 5), como si hubiesen olvidado la terrible
opresión de la esclavitud. Cuando el Señor les envió codornices, se quejaron (v. 33,
cf. Ex. 16). María y Aarón murmuraron contra la mujer de Moisés (12.1) y su enojo
se desbordó de tal forma que llegaron a sentir celos de Moisés (v. 2). Cuando los
espías regresaron de Canaán con historias de gigantes y grandes ciudades amuralla
das, el pueblo quiso escoger un capitán para regresar a Egipto (14.4). En esta ocasión,
la paciencia del Señor llegó a su límite y declaró que ningún miembro de aquella
generación entraría en la tierra excepto Caleb y Josué, los dos espías que habían
animado al pueblo a proseguir y poseer la tierra. Pero aún en esa situación, el plan
de redención de Dios prevaleció y Dios extendió la promesa para que incluyera a
los hijos de aquellos que rehusaron confiar en él. A pesar de las rebeliones, siguió
proveyendo alimento y agua.
171
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
sacerdotal sino que formaba parte del ministerio de Moisés como profeta (cf.
Gn. 20.7; Am. 7.2-5).
Yahvéh y las naciones. La creencia de que el Señor reina sobre todas las naciones
no se expresa plenamente hasta la última parte de Isaías; pero, como otros princi
pios de la teología del Antiguo Testamento, se fundó en la experiencia. El Señor
había demostrado en el Exodo que él era más fuerte que los dioses de los egipcios.
Cuando el pueblo rehusó aceptar el informe de minoría que ofrecieron los doce
espías, perdió una oportunidad de aprender que Yahvéh era más fuerte que los dioses
de Canaán. Aunque quizá la lección más gráfica se encuentre en la historia de Balac
y Balaam.
Los israelitas tenían prohibido cruzar la tierra de Edom, y por lo tanto la habían
rodeado (21.4). Debían pasar por territorio amorreo y pidieron permiso para hacerlo
en forma pacífica, pero Sehón, rey de los amorreos, les negó el permiso. Los israelitas
lo derrotaron a él y a su pueblo y tomaron su tierra (w . 21-25). Luego entraron en
Moab, la última región que debían cruzar antes de llegar a Canaán. Preocupado,
Balac, rey de Moab, requirió el apoyo de Balaam, un profeta mesopotámico
conocido por su poder para pronunciar maldiciones eficaces (22.6). La historia
incluye un episodio en el que Dios disuade a Balaam de maldecir a Israel. Cuando
Balac presiona a Balaam, Dios advierte a Balaam que sólo pronuncie las palabras
que él le diría. Balaam aparejó su asna y partió con los príncipes de Moab. El ángel
de Jehová se puso en medio del camino y cuando Balaam azotó al asna para que
avanzara, el asna le habló. Luego el ángel indujo a Balaam a ir con los moabitas,
pero para bendecir a Israel en vez de maldecirlo. El relato es encantador y debe de
haber sido favorito en las tiendas y alrededor del fogón. Pero ademas de la historia
del asna que habla, encierra una verdad profunda. El Señor de Israel tiene dominio
sobre las personas; aun el profeta mesopotámico, al enfrentar a Yahvéh, sólo puede
decir lo que el Señor pone en su boca.
Pero la historia continúa. Balaam —probablemente la misma persona, ya que se
lo llama «Balaam hijo de Beor» en ambos relatos (22.5; 31.8)— al parecer se unió
a los madianitas y sedujo a los israelitas a cometer pecados abominables contra
Yahvéh en el culto a Baal-peor (31.16; cf. 25.1-3). Es muy probable que éste
incluyera la prostitución ritual (25.6) y que fuera el inicio de la prostitución —tanto
espiritual como física— que plagara a Israel28durante todo el período de los profetas
hasta el exilio. El Señor ordenó a Moisés que castigara a los madianitas; en una
guerra breve, Balaam murió (31.8).
Profecía del cetro y la estrella. Después que Balaam bendijo a Israel por segunda
vez, el Espíritu de Dios vino sobre él y pronunció un oráculo que contiene una
profecía muy citada:
Dijo Balaam hijo de Beor,
Dijo el varón de ojos abiertos;
28. Ver la exposición sobre Oseas, p. 336s., más abajo. Ver asimismo Jos. 22.17.
172
NUMEROS
29. Ver W.S. La Sor, The D ead Sea Scrolls and the N ew Testament, p. 111.
30. Ver Gn. 37.9s.; 49.10; Sal. 45.6.
173
13
DEUTERONOMIO
urante treinta y ocho años después de haberse negado a entrar en Canaán, los
D israelitas permanecieron en el desierto de Parán y en Cades-bamea,1 hasta
que desapareció la antigua generación y reanudaron el viaje con un largo desvío
rodeando Edom. Acamparon en Moab, esperando las instrucciones finales para
cruzar y poseer la tierra que Dios había prometido a sus padres. Fue un momento
majestuoso.
Según el libro de Deuteronomio, Moisés aprovechó esta ocasión para pronunciar
tres discursos al pueblo de Israel, discursos de despedida pues se le había dicho que
no entraría en la tierra con el pueblo. La esencia de los discursos se encuentra en
Deuteronomio. El primero fue pronunciado «De este lado del Jordán, en tierra de
Moab» (1.5). El segundo —si es que las palabras de 4.44-49 tienen por objeto ser el
encabezamiento de la segunda sección y no el resumen de la primera— se ofreció
«a este lado del Jordán, en el valle delante de Bet-peor, en la tierra de Sehón rey de
los amorreos» (v. 46). El tercero tuvo lugar simplemente «en la tierra de Moab»
(29.1). Es muy posible que la localización de los tres mensajes sea la misma.
ESTRUCTURA Y CONTENIDO
Estructura. La mayoría de los intentos de determinar la estructura de Deuterono
mio parten de los tres discursos. El estilo exhortatorio o de sermón del libro ha sido
señalado por distintos eruditos. Pero los tres discursos constarían de cuatro, veinti
cuatro y dos capítulos, respectivamente, una distribución muy desproporcionada. Es
más, la inclusión de una gran cantidad de leyes que no se ordenan claramente por
grupos ni en una secuencia plantea el interrogante de por qué se encontrarían en este
discurso. Aun aceptando la opinión de G. von Rad, quien sostiene que «el orador
intenta pasar de la exposición específicamente legal a las palabras de aliento y
exhortación pastoral», cabe preguntarse cómo logró el orador mantener la atención
1. La lista de nombres de Nm. 33.19-35 debe hacerse corresponder con el peregrinaje por
el desierto. Es erróneo pensar que los israelitas permanecieron en Cades-barnea durante todo
ese tiempo. Ver un buen cuadro comparativo de los lugares y las referencias mencionadas en
J.D. Davis y H.S. Gehman, eds., Westminster Dictionary o f the Bible, Filadelfia, 1944,
pp. 636-639.
2. Deuteronomy, trad. D. Barton, 0 7 1 , Filadelfia, 1966, pp. 19s.
174
DEUTERONOMIO
de un público numeroso. Quizá este problema sea en parte la razón por la que
M.G. Kline considera que Deuteronomio es un documento y no un discurso: «el
documento elaborado por Moisés como testimonio del pacto dinámico que el Señor
dio a Israel en los llanos de Moab».3
Con algunas modificaciones, la estructura de Deuteronomio, en especial como
la presenta Kline, se basa en el tratado de señor y vasallo según lo describen
G.E. Mendenhall y otros (ver más arriba, pp. 143-145).4Sin embargo, el libro supera
ampliamente en extensión a todos los tratados de esta naturaleza que se hayan
publicado. No obstante, ya sea que la composición de Deuteronomio se haya basado
en la forma de este tipo de tratado o no, esa estructura sirve como punto de partida.
La estructura básica es la siguiente:
Introducción (1.1-5)
Primer discurso: los hechos de Yahvéh (1.6-4.40)
Resumen histórico de la Palabra de Yahvéh (1.6-3.29)
Deberes de Israel para con Yahvéh (4.1-40)
Designación de ciudades de refugio (4.41-43)
Segundo discurso: ley de Yahvéh (4.44-26.19)
Cláusulas del pacto (4.44-11.32)
Introducción (4.44-49)
Los Diez Mandamientos (5.1-21)
Encuentro con Yahvéh (5.22-33)
El gran mandamiento (6.1-25)
La tierra prometida y sus problemas (7.1-26)
Enseñanza de los hechos de Yahvéh y la respuesta de Israel
(8.1-11.25)
La opción para Israel (11.26-32)
Leyes (12.1-26.19)
Sdjre el culto (12.1-16.17)
Sobre los funcionarios, sacerdotes y profetas (16.18-18.22)
Sobre los criminales (19.1-32)
La guerra santa (20.1-20)
Leyes diversas (21.1-25.19)
Confesiones litúrgicas (26.1-15)
Exhortaciones finales (26.16-19)
Ceremonia para ser instituida en Siquem (27.1-28.68)
Tercer discurso: pacto con Yahvéh (29.1-30.20)
Propósito de la revelación de Yahvéh (29.1-29)
175
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
COMPOSICION
El libro de Deuteronomio a menudo se denomina la piedra fundamental de toda
la hipótesis documental del Pentateuco. La fecha de su oomposición se ha conside
rado como uno de los «resultados ciertos» de la crítica superior. Sin embargo, en
años recientes la teoría según fue presentada originalmente se ha derrumbado casi
por completo entre los estudiantes modernos de Deuteronomio. Por tanto, cabe hacer
una revisión de las distintas teorías críticas de la composición del libro.
176
DEUTERONOMIO
La estela de Hamurabi (ca. 1700 aC.), que contiene 282 leyes, las cuales sugieren
interesantes comparaciones en forma y detalle con las leyes del Pentateuco (p.ej.,
Dt. 19.21). (Louvre)
177
PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
6. Ver un breve resumen, con referencias, en G.T. Manley, The Book o f the Law,
Grand Rapids, 1957, pp. 18-22. Para una exposición más completa, ver C.R. North, «Penta-
teuchal Criticism», OTMS, pp. 48-83; o H.F. Hahn, The O ld Testament in M odem Research,
pp. 1-43.
7. Según M. Noth, nunca existió un «Hexateuco» (Génesis-Josué); Überlieferungsgeschi
chtliche Studien 1 ,3a. ed., Tubinga, 1967, pp. 180-182.
8. Studies in Deuteronomy, trad. D.M.G. Stalker, Londres, 1953, p. 68.
9. A.C. Welch, The Code o f Deuteronomy, Londres, 1924.
10. Ver von Rad, Deuteronomy, p. 26.
11. D as deuteronomische Grundgesetz, Beiträge zur Förderung christlicher Theologie
27/4,1923.
12. G.E. Wright, «Introduction and Exegesis of Deuteronomy», IB 2, p. 321, menciona
especialmente a R.H. Kennett, G. Hölscher, F. Horst y J. Pedersen, con referencias.
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DEUTERONOMIO
TEOLOGIA
Deuteronomio es un arca colmada de conceptos teológicos que han influido sobre
la vida y el pensamiento religiosos de israelitas, judíos y cristianos. Si las ideas
básicas proceden de Moisés, como se ha sostenido antes, se desarrollaron y adapta
ron por acción del espíritu e influyeron en los primeros profetas, quienes fueron los
autores de la «historia deuteronómica» —los «Profetas Anteriores»— así como en
los «Profetas Posteriores»; entonces se justifica ampliamente el intento de compren
der las ideas teológicas de Deuteronomio, tanto por su antigüedad como por su
preponderancia en el pensamiento del Antiguo Testamento.
13. Wright, IB 2, p. 326; cf. S.R. Driver, Deuteronomy, ICC, Nueva York, 1895, p. Ixi. Ver
un resumen del debate reciente sobre el trasfondo de Deuteronomio en R.E. Clements,
«Pentateuchal Problems», Tradition and Interpretation,G .W. Anderson, éd., pp. 117s.
14. B.S. Childs, Old Testament as Scripture, p. 212, recalca que el estilo homilético que
pertenece a la forma actual del libro es una parte esencial de la explicación de la ley: «La nueva
interpretación se propone revivificar las tradiciones del pasado para la nueva generación de
manera tal que evoquen una respuesta de la voluntad en un compromiso renovado con el
pacto».
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PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
pasado a formar parte de los ritos religiosos cotidianos de los judíos. Jesús tomó las
palabras del v. 5 como el mayor y el primer mandamiento (Mt. 22.37).
El credo proclama la unidad y la unicidad de Yahvéh, el Dios de Israel, específi
camente en la relación establecida entre él y su pueblo. La palabra utilizada para
«uno» es el número; literalmente, «El Señor nuestro Dios, el Señor, uno». Si la
enseñanza específica de este pasaje fuese el monoteísmo, se podría haber empleado
otra palabra hebrea, y de allí surgiría la traducción «El Señor nuestro Dios es el único
Señor».15Al mismo tiempo, Deuteronomio 6.4s. excluye todo concepto de politeís
mo en el Dios de Israel, pues él no es muchos sino uno. Por encima de todo, la
exclusividad de Yahvéh demanda de su pueblo amor absoluto. Si bien el credo no
presenta al monoteísmo como concepto filosófico, sin duda presenta al Señor como
el único Dios que los israelitas podían amar y servir, pues el amor de todo corazón,
con toda el alma y con todas las fuerzas no da cabida a la devoción por otro dios. A
veces se da el nombre de «monolatría» (adoración de un dios) a la visión israelita
primitiva, ya que no niega explícitamente la existencia de otros dioses. Sin embargo,
tanto monoteísmo como monolatría son conceptos filosóficos y no parecería que los
israelitas fueran filósofos; no especulaban acerca de Dios, pues lo conocían por sus
experiencias con él. Los había liberado de Egipto y les demandaba plena devoción.
La fe de ellos era el resultado de la experiencia y no una conclusión de la lógica.
Es Dios quien actúa. El concepto de Yahvéh como alguien que interactúa con los
seres humanos escogidos no se presenta por primera vez en Deuteronomio. Forma
parte esencial de la historia de la creación, del relato del diluvio y, por cierto, del
pacto abrahámico; quedó ilustrado con elocuencia cuando Yahvéh doblegó a faraón
en su negativa de liberar a los israelitas y luego frustró el intento de su ejército de
recapturar a los esclavos fugitivos.
Pero en Deuteronomio, los hechos históricos de Yahvéh forman una parte
fundamental del punto de vista del libro, en particular porque estos hechos se
relacionan con los reclamos que Yahvéh hace a los israelitas tanto en el momento
como después de entrar en la tierra prometida. Moisés les recuerda «lo que hizo
Jehová con motivo de Baal-peor» (4.3), lo cual ha de servir de enseñanza para la
conducta futura en la tierra prometida (v. 5). «¿Qué nación grande hay que tenga
dioses tan cercanos a ellos como lo está Jehová nuestro Dios en todo cuanto le
pedimos?», pregunta Moisés (v. 7). Los acontecimientos que generaron esta fe han
de darse a conocer «a tus hijos, y a los hijos de tus hijos» (v. 9).
La doctrina de que Dios es invisible y el mandamiento de no hacerse imágenes
de ninguna forma que representen a Dios se fundamentan en la experiencia de Horeb
(w . 15s.). «No sea que alces tus ojos al cielo, y viendo el sol y la luna y las estrellas,
y todo el ejército del cielo, seas impulsado, y te inclines a ellos y les sirvas; porque
Jehová tu Dios los ha concedido a todos los pueblos debajo de todos los cielos»,
prosigue Moisés. «Pero a vosotros Jehová os tomó, y os ha sacado del homo de
hierro, de Egipto, para que seáis el pueblo de su heredad...» (w. 19s.). El sol, la luna
15. Dado que la palabra que se traduce «uno» es, al parecer, un adjetivo predicativo y no
un adjetivo atributivo, se rechaza aquí la traducción «un Señor».
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DEUTERONOMIO
16. Heb. báfar aparece treinta veces en Deuteronomio, veinte veces en Isaías así com o en
1 y 2 Samuel y quince veces en 1 y 2 Reyes.
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PANORAMA DEL ANTIGUO TESTAMENTO
17. Sobre el concepto de elección, ver H.H. Rowley, The Biblical Doctrine of Election, 2a.
ed., Naperville, 1965, p. 210.
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DEUTERONOMIO
18. La palabra hebrea berít aparece doscientas ochenta y cinco veces en todo el Antiguo
Testamento: en Deuteronomio veintiséis veces, en Génesis veinticuatro, en Josué y 1 y 2 Reyes
veintitrés, en Salmos veinte, en Jeremías diecinueve y en Ezequiel diecisiete veces.
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DEUTERONOMIO
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INFLUENCIA DE DEUTERONOMIO
¿Cómo puede medirse la influencia de un libro? Un parámetro posible es la
cantidad de libros que se han escrito acerca de él. Otro indicio podría ser algún logro
importante que pudiera atribuirse directamente a la motivación que dicho libro
generó. Naturalmente, sería imposible verificar las decisiones individuales influidas
por la lectura del libro o la cantidad de personas que obtuvieron esperanza en él.
Algunos estudiosos de la Biblia reconocen la influencia de Deuteronomio en
Samuel y Ellas, en Oseas y Jeremías, y en Jesús. A juzgar por la cantidad de citas
de Deuteronomio que aparecen en el Nuevo Testamento, este libro se cuenta entre
sus principales influencias ,19Sobre la base de la cantidad de manuscritos de los libros
19. Según GreekNew Testament de Sociedades Bíblicas Unidas, Deuteronomio se cita
ciento noventa y cinco veces en el Nuevo Testamento, y solamente lo superan las referencias
a Salmos, Isaías, Génesis y Exodo, en ese orden.
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DEUTERONOMIO
individuales del Antiguo Testamento hallados entre los rollos del Mar Muerto puede
decirse que Deuteronomio se contaba entre las cinco obras de mayor influencia en
Qumrán. Jesús en tres oportunidades halló fuerzas en Deuteronomio para rechazar
la tentación de Satanás (Mt. 4.1-11; cf. Dt. 8.3; 6.13,16). Cuando se le preguntó cuál
era el mayor de los mandamientos, como respuesta citó Deuteronomio 6.5.
Pero esto es sólo la punta del témpano. ¿Cuántas veces se dtó a Deuteronomio
en el hogar de José y María, para que Jesús llegara a conocerlo tan bien? ¿En cuántos
hogares judíos, en los que el shema (6.4s.) se recita varias veces al día, ha sido este
libro fuente de inspiración y fe? ¿Cuántos cristianos han encontrado ayuda y ánimo
en estas páginas? Todo indica que Deuteronomio es uno de los libros más significa
tivos del Antiguo Testamento. En toda generación merece un cuidadoso estudio.
20. Según los datos actuales, veintisiete corresponden a Salmos, veinticuatro a Deuterono
mio, dieciocho a Isaías, quince a Génesis y quince a Exodo.
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