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    Antonio Levino

    1. Pós-modernidade e crise da representação partidária. Muito se discute sobre as formas tradicionais de organização terem perdido a capacidade de representar os questionamentos e defender os interesses coletivos da sociedade. No âmbito... more
    1. Pós-modernidade e crise da representação partidária. Muito se discute sobre as formas tradicionais de organização terem perdido a capacidade de representar os questionamentos e defender os interesses coletivos da sociedade. No âmbito do senso comum esta amplamente difundida a ideia de que a emergência dos movimentos sociais, no contexto da pós-modernidade, teria provocado uma elevação da relevância dos movimentos sociais em detrimento do modo tradicional de ação política pela via das organizações partidárias. Na verdade, esta é uma questão antiga que remonta aos primórdios do capitalismo, época na qual se inaugurou um vigoroso embate ideológico entre a burguesia emergente e a nascente classe operária, que então dava os primeiros passos rumo à construção de um projeto próprio de sociedade. Na atualidade o crescente debate sobre o tema guarda uma estreita relação com crise do pensamento ocidental e a reformulação da teoria marxista. Já nos primeiros congressos mundiais do movimento operário, a necessidade de uma organização revolucionária dos trabalhadores se constituiu numa das principais polêmicas. Desde então, o assunto transmutou, mas nunca saiu de pauta sendo a crise atual de representatividade dos partidos políticos o momento de maior acirramento da contradição estabelecida entre as correntes que se formaram em torno do tema. No alvorecer do capitalismo, o pensamento conservador procurava difundir a ideia de que os partidos já existentes correspondiam plenamente aos interesses de toda a sociedade ao mesmo tempo em que os trabalhadores acreditavam que as organizações sindicais bastavam como instrumentos de mobilizações de massa para a conquista dos seus direitos. Desde então, Marx alertava que era impossível a existência de um partido sem classe ou que representasse todas as classes. Antes de tudo, afirmava que os partidos políticos eram organizações historicamente determinadas, que respondiam às aspirações de poder dos seguimentos que representavam. Daí a impossibilidade de satisfazer interesses antagônicos.