Daniela Cardoso
Daniela Cardoso | (2015), PhD in "Quaternário, Materiais e Culturas” (Quaternary, Materials and Cultures) at the University of Trás-os-Montes and Alto Douro, Portugal. (2002), Masters or MAS-Master of Advanced Studies at the Institut de Paléontologie Humaine, Paris, France, in "Quaternaire: Géologie, Paléontolongie Humaine, Préhistoire". (1996-2001) Graduated in Conservação e Restauro variante de Arqueologia da Paisagem (Conservation and Restoration variant of Landscape Archeology) at the Instituto Politécnico de Tomar (Portugal). Did an Erasmus office in Italy under the Socrates programme at Università di Ferrara, Italy, in 2000. Museum Superior Technician in Sociedade Martins Sarmento, where is responsible for the Educational Service area, gives scientific support in the field of archeology, as well as guided tours and the promotion of cultural and scientific events. Teacher in Secondary School and in Archaeology, Tourism and Heritage Professional Courses over the course of three years. As a researcher participated in several projects, such as: Projeto EuroPreArt I (EuroPreArt Project I) - European Prehistoric Art: Past Signs and Present Memories, the web-based archaeological project funded by the European Union Program Education and Culture 2000, Instituto Politécnico de Tomar (IPT, Portugal); “Youth for Europe” programme sponsored by the European Commission, carrying out surveys and tracing of rock art in Vale do Tejo; Projeto Novas Metodologias para o Conhecimento do Património (New Methodologies Project for the Knowledge of European Cultural Heritage), Instituto Politécnico de Tomar. During his Ph.D. also participated as a collaborator in the projects TEMPOAR I e II – Territórios, Mobilidade e Povoamento na Pré-História do Alto Ribatejo in the group "Quaternário e Pré-História do Centro de Geociências (u.ID73 – FCT)" In the "Laboratório de Paisagens, Património e Território" (Landscape, Heritage and Territory Laboratory) (Lab2pt) was researcher in the projets "Natural Spaces, Architectures, Rock carvings and Depositions of the Late Prehistory of Western facade of the Central-Northern Portugal: from agencies to meanings - ENARDAS" (visit http://enardas.pt/) and "Rota da Arte Rupestre do Noroeste. Um Projeto de Turismo Cultural" (RAR Project Lab2PTOct2014). As integrated researcher of Geosciences Center and Department of Earth Sciences-University of Coimbra and collaborator in Landscape, Heritage and Territory Laboratory (Lab2pt), focus its research in Archaeology, in the post-Paleolithic Rock Art in the Northwest of Portugal and projets related with Tourism and Herytage.
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Thesis by Daniela Cardoso
ciclos estilísticos: as Artes “Esquemática” e Atlântica, ambas da Pré-história; um terceiro ciclo com podomorfos e paletas, do Bronze Final/Ferro Inicial; um quarto ciclo com novos motivos circulares, do Ferro Recente/Romanização, e um quinto ciclo, com cruzes e pentagramas, das Idades Média ou Moderna. Foi ainda colocada a hipótese da existência de um ciclo paleolítico, com base no quadrúpede de Vinhas.
Em termos da Arte Atlântica versus Arte “Esquemática” considerámos que as duas tradições ocuparam espaços distintos. A primeira concentrou-se a poente e a cotas inferiores enquanto a segunda ocorreu em áreas interiores e montanhosas, a nascente, a cotas superiores a 640 m.
Na Arte Atlântica distinguimos duas fases, tendo a mais antiga composições circulares e reticulados e, a segunda, antropomorfos e zoomorfos. Também na Arte “Esquemática” temos igualmente uma primeira fase composta por motivos circulares e reticulados, seguida de uma fase com antropomorfos com toucado e /ou mãos grandes. Considerámos a Arte “Esquemática” mais antiga e herdeira da restante arte esquemática Ibérica e da arte megalítica, datável desde os finais do V aos finais do IV milénios a.C. Tivemos em conta que, na Arte Atlântica, o número de gravuras diminui de norte para sul, pelo que cremos, tal como vários autores, que corresponde a um fenómeno intrusivo no Noroeste Ibérico, tendo entrado ao longo da costa atlântica a partir dos finais do Neolítico, inícios do Calcolítico. Esse será o motivo da sua litoralidade e de, na sua fase inicial, conter símbolos da fase antiga da Arte “Esquemática”, num processo de assimilação em continuidade, de novas cosmologias. Aceitando que teriam coexistido, pelo menos no III milénio a.C., estes dois ciclos artísticos expressariam distintas cosmologias e diferentes formas de interação das populações com o espaço onde viviam.
Para a Arte Atlântica, através do caso de estudo do Monte de S. Romão, foi possível colocar várias hipóteses a saber: que teria existido uma hierarquia de gravuras, interligadas entre si e com diferentes sentidos para as populações e destinados a distintas audiências; que muitos
lugares gravados estão em vias naturais, mas também em lugares liminares (entre o vale e os cume dos montes, ou entre a terra e o céu) que cremos estruturantes na cosmologia das populações deste período; que pelo contexto espacial e por observações fenomenológicas, os recursos hídricos, os ciclos solar e das estações seriam também significantes na cosmogonia da Pré-história Recente. Finalmente que o simbolismo do Monte de S. Romão persistiu até hoje, embora através de adições e de narrativas que lhe foram sucessivamente adicionadas, alterando os seus sentidos originais.
This dissertation contributes for the increase in the knowledge about post-Paleolithic rupestrian art, in outdoors, in the northwest of Portugal, namely in the Ave basin. In here there were identified two great stylistic cycles: the “Schematic” and Atlantic Arts, both from Prehistory; a third cycle with footprints and palettes, from Final Bronze/Initial Iron; a fourth cycle with new circular motifs, from Recent Iron/Romanization, and a fifth cycle, with crosses and pentagrams, from the Middle or Modern Ages. It was also approached the hypothesis of the existence of a Paleolithic cycle, based on the Vinhas quadruped. In terms of Atlantic Art versus “Schematic” Art we considered that both traditions occupied distinct spaces. The first one concentrated to the west and to inferior elevations while the second one occurred in interior and mountainous areas, to the east, and to superior elevations at 640 m. In the Atlantic Art we can distinguish two phases, having the oldest one circular compositions and reticulated figures and, the second one, anthropomorphics and zoomorphics. Also in the “Schematic” Art we have, likewise, a first phase composed by circular motifs and reticulated figures, followed by a phase with anthropomorphics with headdresses and/or large hands. We considered the “Schematic” Art the oldest and heir of the rest of the Iberian and megalithic art, dated from the end of the V to the end of the IV millennia b.C. We took in account that, in the Atlantic Art, the number of engravings lessens from north to south. Therefore we believe, as well as other several authors, that it is linked to an intrusive phenomenon in the Iberian Northwest, having entered along the Atlantic coast from the end of the Neolithic, and beginning of the Chalcolithic. That would be the reason for it being a coastal phenomenon and that, in its initial phase, contains symbols from the old phase of the “Schematic” Art, in a process of assimilation in continuity, of new cosmologies. Accepting that they had coexisted, at least in the III millennium b.C., these two artistic cycles would have expressed distinct cosmologies and different forms of interaction of the populations with the space where they lived. For the Atlantic Art, from the S. Romão Hill study case, it was possible to place several hypothesis to know: that there would have been an engravings hierarchy, interconnected between themselves and with different meanings to the populations and destined to distinguishable audiences; that many engraving sites are in natural pathways, but also in injunction places (between the vale and the mountaintop, or between the earth and the sky) that we believe are structuring in the cosmology of the populations of this period; that from the spatial context and phenomenological observations, the water resources, the solar and seasons cycles would have been also significant in the cosmology of the Recent Prehistory. Last that the symbolism of S. Romão Hill has endured until today, although through the additions and narratives that were successively added, changing their original meanings.
Papers by Daniela Cardoso
The Portuguese NW is rich in open-air post-Palaeolithic rock art, especially from the designated Atlantic Art, specific from the area. Along with its scientific value, its strategic character should integrate programs of territory development and organization.
In order to achieve that, some scientific needs have to be overcome, like data compilation and systematization, promoting scientific knowledge and allowing attractive discourses to general public.
The project intends to deepen rock art research according to archaeological and anthropological perspectives, to contribute to its protection, and to promote its valorisation in the western façade of Portuguese NW. Ultimately, it pretends to create the sustainable touristic product “Northwest Rock Art Route”. It also aims to transform its related “intangible” heritage in something profitable, so as the involved project partnerships human resources, and increase the sustainable development of the addressed area.
The materialized and/or in process of materialization actions will be presented, so as the different achieved results from each NW area.
Resumo:
A Rota de Arte Rupestre do Noroeste é um projeto que pretende explorar as potencialidades da arte rupestre do NW de Portugal enquanto recurso passível de desenvolvimento de uma prática turística sustentável.
O NW português é uma área rica em arte rupestre de ar livre de cronologia pós-paleolítica, em especial do estilo designado de Arte Atlântica, específico da área. Além do seu inegável valor científico, o caráter estratégico deste recurso patrimonial deveria integrar programas de desenvolvimento e de organização do território.
Para que tal se concretize há que colmatar carências ao nível da investigação, tais como a compilação e sistematização dos dados que promovam o avanço do conhecimento científico e, simultaneamente, propiciem discursos atrativos para o público em geral.
O projeto tenciona aprofundar a investigação da arte rupestre segundo perspetivas arqueológicas e antropológicas, contribuir para salvaguardar este património arqueológico e promover a sua valorização na fachada ocidental no NW de Portugal, por forma a que se possa criar o produto turístico sustentável “Rota de Arte Rupestre do Noroeste”. Visa, ainda, rentabilizar o património “intangível” ligado a estes recursos, os recursos humanos das parcerias envolvidas no projeto – e incrementar o desenvolvimento sustentável do território abordado.
Serão divulgadas as ações já materializadas e/ou em vias de materialização, bem como os resultados atingidos para diferentes áreas do NW.
Book chapter by Daniela Cardoso
ciclos estilísticos: as Artes “Esquemática” e Atlântica, ambas da Pré-história; um terceiro ciclo com podomorfos e paletas, do Bronze Final/Ferro Inicial; um quarto ciclo com novos motivos circulares, do Ferro Recente/Romanização, e um quinto ciclo, com cruzes e pentagramas, das Idades Média ou Moderna. Foi ainda colocada a hipótese da existência de um ciclo paleolítico, com base no quadrúpede de Vinhas.
Em termos da Arte Atlântica versus Arte “Esquemática” considerámos que as duas tradições ocuparam espaços distintos. A primeira concentrou-se a poente e a cotas inferiores enquanto a segunda ocorreu em áreas interiores e montanhosas, a nascente, a cotas superiores a 640 m.
Na Arte Atlântica distinguimos duas fases, tendo a mais antiga composições circulares e reticulados e, a segunda, antropomorfos e zoomorfos. Também na Arte “Esquemática” temos igualmente uma primeira fase composta por motivos circulares e reticulados, seguida de uma fase com antropomorfos com toucado e /ou mãos grandes. Considerámos a Arte “Esquemática” mais antiga e herdeira da restante arte esquemática Ibérica e da arte megalítica, datável desde os finais do V aos finais do IV milénios a.C. Tivemos em conta que, na Arte Atlântica, o número de gravuras diminui de norte para sul, pelo que cremos, tal como vários autores, que corresponde a um fenómeno intrusivo no Noroeste Ibérico, tendo entrado ao longo da costa atlântica a partir dos finais do Neolítico, inícios do Calcolítico. Esse será o motivo da sua litoralidade e de, na sua fase inicial, conter símbolos da fase antiga da Arte “Esquemática”, num processo de assimilação em continuidade, de novas cosmologias. Aceitando que teriam coexistido, pelo menos no III milénio a.C., estes dois ciclos artísticos expressariam distintas cosmologias e diferentes formas de interação das populações com o espaço onde viviam.
Para a Arte Atlântica, através do caso de estudo do Monte de S. Romão, foi possível colocar várias hipóteses a saber: que teria existido uma hierarquia de gravuras, interligadas entre si e com diferentes sentidos para as populações e destinados a distintas audiências; que muitos
lugares gravados estão em vias naturais, mas também em lugares liminares (entre o vale e os cume dos montes, ou entre a terra e o céu) que cremos estruturantes na cosmologia das populações deste período; que pelo contexto espacial e por observações fenomenológicas, os recursos hídricos, os ciclos solar e das estações seriam também significantes na cosmogonia da Pré-história Recente. Finalmente que o simbolismo do Monte de S. Romão persistiu até hoje, embora através de adições e de narrativas que lhe foram sucessivamente adicionadas, alterando os seus sentidos originais.
This dissertation contributes for the increase in the knowledge about post-Paleolithic rupestrian art, in outdoors, in the northwest of Portugal, namely in the Ave basin. In here there were identified two great stylistic cycles: the “Schematic” and Atlantic Arts, both from Prehistory; a third cycle with footprints and palettes, from Final Bronze/Initial Iron; a fourth cycle with new circular motifs, from Recent Iron/Romanization, and a fifth cycle, with crosses and pentagrams, from the Middle or Modern Ages. It was also approached the hypothesis of the existence of a Paleolithic cycle, based on the Vinhas quadruped. In terms of Atlantic Art versus “Schematic” Art we considered that both traditions occupied distinct spaces. The first one concentrated to the west and to inferior elevations while the second one occurred in interior and mountainous areas, to the east, and to superior elevations at 640 m. In the Atlantic Art we can distinguish two phases, having the oldest one circular compositions and reticulated figures and, the second one, anthropomorphics and zoomorphics. Also in the “Schematic” Art we have, likewise, a first phase composed by circular motifs and reticulated figures, followed by a phase with anthropomorphics with headdresses and/or large hands. We considered the “Schematic” Art the oldest and heir of the rest of the Iberian and megalithic art, dated from the end of the V to the end of the IV millennia b.C. We took in account that, in the Atlantic Art, the number of engravings lessens from north to south. Therefore we believe, as well as other several authors, that it is linked to an intrusive phenomenon in the Iberian Northwest, having entered along the Atlantic coast from the end of the Neolithic, and beginning of the Chalcolithic. That would be the reason for it being a coastal phenomenon and that, in its initial phase, contains symbols from the old phase of the “Schematic” Art, in a process of assimilation in continuity, of new cosmologies. Accepting that they had coexisted, at least in the III millennium b.C., these two artistic cycles would have expressed distinct cosmologies and different forms of interaction of the populations with the space where they lived. For the Atlantic Art, from the S. Romão Hill study case, it was possible to place several hypothesis to know: that there would have been an engravings hierarchy, interconnected between themselves and with different meanings to the populations and destined to distinguishable audiences; that many engraving sites are in natural pathways, but also in injunction places (between the vale and the mountaintop, or between the earth and the sky) that we believe are structuring in the cosmology of the populations of this period; that from the spatial context and phenomenological observations, the water resources, the solar and seasons cycles would have been also significant in the cosmology of the Recent Prehistory. Last that the symbolism of S. Romão Hill has endured until today, although through the additions and narratives that were successively added, changing their original meanings.
The Portuguese NW is rich in open-air post-Palaeolithic rock art, especially from the designated Atlantic Art, specific from the area. Along with its scientific value, its strategic character should integrate programs of territory development and organization.
In order to achieve that, some scientific needs have to be overcome, like data compilation and systematization, promoting scientific knowledge and allowing attractive discourses to general public.
The project intends to deepen rock art research according to archaeological and anthropological perspectives, to contribute to its protection, and to promote its valorisation in the western façade of Portuguese NW. Ultimately, it pretends to create the sustainable touristic product “Northwest Rock Art Route”. It also aims to transform its related “intangible” heritage in something profitable, so as the involved project partnerships human resources, and increase the sustainable development of the addressed area.
The materialized and/or in process of materialization actions will be presented, so as the different achieved results from each NW area.
Resumo:
A Rota de Arte Rupestre do Noroeste é um projeto que pretende explorar as potencialidades da arte rupestre do NW de Portugal enquanto recurso passível de desenvolvimento de uma prática turística sustentável.
O NW português é uma área rica em arte rupestre de ar livre de cronologia pós-paleolítica, em especial do estilo designado de Arte Atlântica, específico da área. Além do seu inegável valor científico, o caráter estratégico deste recurso patrimonial deveria integrar programas de desenvolvimento e de organização do território.
Para que tal se concretize há que colmatar carências ao nível da investigação, tais como a compilação e sistematização dos dados que promovam o avanço do conhecimento científico e, simultaneamente, propiciem discursos atrativos para o público em geral.
O projeto tenciona aprofundar a investigação da arte rupestre segundo perspetivas arqueológicas e antropológicas, contribuir para salvaguardar este património arqueológico e promover a sua valorização na fachada ocidental no NW de Portugal, por forma a que se possa criar o produto turístico sustentável “Rota de Arte Rupestre do Noroeste”. Visa, ainda, rentabilizar o património “intangível” ligado a estes recursos, os recursos humanos das parcerias envolvidas no projeto – e incrementar o desenvolvimento sustentável do território abordado.
Serão divulgadas as ações já materializadas e/ou em vias de materialização, bem como os resultados atingidos para diferentes áreas do NW.