Surge no contexto dos feminismos uma experiência de fé que traz à tona questionamentos sobre prát... more Surge no contexto dos feminismos uma experiência de fé que traz à tona questionamentos sobre práticas, instituições e linguagem cristãs. A Teologia Feminista propõe nova linguagem religiosa, reivindicando a representação teônoma da mulher, considerada igualmente capaz de simbolizar a divindade. Esta perspectiva se ocupa, sobretudo, de recuperar o símbolo feminino como símbolo equivalente em relação ao masculino. Tal recuperação parte da premissa de uma pré-história matriarcal, quando as categorias natureza e feminino supostamente ocupavam um patamar superior de relevância social. Lançando mão, portanto, de representações da divindade inspiradas em símbolos femininos pré 223
históricos a iconografia proveniente da Teologia Feminista tem o intuito de proporcionar modelos de autonomia fortalecida para as mulheres contemporâneas, assim como resgatar a conexão do ser humano com a natureza. Há, entretanto, objeções em relação a Teologia Feminista e sua iconografia, denunciando um posicionamento que, embora seja bem intencionado, acaba mais limitando a mulher do que prezando por suas infinitas possibilidades de ser. Nesse sentido o presente trabalho visa apresentar a perspectiva teológica feminista sobre a linguagem verbal e não verbal para representar a divindade, bem como o impasse feminista sobre a representação equivalente do feminino, articulando e refletindo acerca dos argumentos apresentados.
Este estudo pretendeu uma reflexão teórica em relação à obra de arte e o artista sob a perspect... more Este estudo pretendeu uma reflexão teórica em relação à obra de arte e o artista sob a perspectiva da psicologia analítica. Tal perspectiva supõe a capacidade em potencial do ser humano de transcender, por meio da obra de arte, tanto sua subjetividade quanto a linguagem de sua própria época, embora faça uso desta para se expressar possibilitando assim a compreensão por parte de seus contemporâneos. Essa “visão além” proporcionada pelo artista seria possível por meio da agregação de outros elementos a uma imagem primordial do inconsciente coletivo a fim de expressar alguma coisa para a qual ainda não existe conceito verbal. A psicologia analítica denomina o processo artístico de complexo autônomo, reforçando seu caráter involuntário, e considera que ao culminar na obra de arte simbólica também representa uma transformação simbólica. A premissa norteadora aqui é a de que o inconsciente coletivo passa por constante metamorfose de seus conteúdos com o intuito de compensar a unilateralidade do espírito da época. Essas metamorfoses, por sua vez, podem ser capturadas atentando-se para as transformações dos símbolos que tomam forma na obra de arte, revelando assim as significações que encerram e que excedem as possibilidades comuns de compreensão da época em que adquiriram vida. Nesse sentido, a psicologia analítica confere verdadeira importância social à obra de arte, considerando-a como um processo de auto regulação espiritual na vida das épocas e nações.
A maternidade é fonte primária de símbolos e interpretações. Trata-se de um conceito ambíguo, rem... more A maternidade é fonte primária de símbolos e interpretações. Trata-se de um conceito ambíguo, remetendo ao mesmo tempo à um estado fisiológico momentâneo - a gravidez - e também à uma atividade a longo prazo – a maternagem-, sendo esta entendida como decorrência natural daquela e, consequentemente, do ato sexual. Diante disso, a atividade da maternidade reflete as mesmas crenças que norteiam as relações de gênero, que dizem respeito à sexualidade e à reprodução. Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos socialmente e da noção de produção de sentido como prática social do cotidiano, o objetivo inicial desta pesquisa é, através de levantamento bibliográfico, investigar historicamente as concepções a respeito da maternidade, visando ter acesso à construção do conceito ao longo do tempo e, em seguida, investigar a construção social da maternidade através da identificação e análise de repertórios interpretativos sobre maternidade, presentes nas práticas discursivas das conversas do cotidiano, nos documentos de domínio público, bem como no conhecimento de profissionais da área de saúde da mulher, para, posteriormente, entender em que áreas e como esses conhecimentos e sentidos atribuídos à maternidade impactam na vida da mulher contemporânea. Através do levantamento bibliográfico foi possível traçar o percurso histórico do conceito de maternidade, destacando-se o fato paradoxal de que a separação lar e ambiente de trabalho, fenômeno propiciador da naturalização da mulher enquanto mãe no final do século XVIII, também propiciou a exigência gradativa de que a família diminuísse de tamanho, o que juntamente com a possibilidade de contracepção efetiva culminou na autonomia sexual feminina na década de 70. Diante dessa autonomia sexual que marcou uma profunda transição na vida pessoal da mulher apresentou-se a necessidade de redefinição da maternidade, entretanto a concepção desta em termos de instinto se manteve, sendo estigmatizada socialmente a mulher que opta por não a exercer.
A partir do final da década de 60, nos EUA e Grã-Bretanha, mulheres passaram a colocar em pauta n... more A partir do final da década de 60, nos EUA e Grã-Bretanha, mulheres passaram a colocar em pauta necessária a discussão de gênero, expressando seu protagonismo social e interferindo no próprio conceito de gênero. Esta produção social se dá através de vários fenômenos, sendo a arte uma de suas dimensões mais importantes, uma vez que faz parte da esfera cultural e interfere no terreno onde política, poder e dominação são mediados. Traçando a trajetória do movimento feminista, buscou-se analisar as artes visuais produzidas por artistas feministas dentro de seus respectivos contextos sócio históricos, desde o início do Movimento até a contemporaneidade, a fim de identificar temas recorrentes nas produções artísticas de cada período e associá-los com os respectivos acontecimentos históricos. Tal investigação foi realizada através do levantamento e análise bibliográfica de artigos e documentos referentes ao movimento feminista associado às artes visuais, seguido pela seleção das produções artísticas representativas e impactantes em seus períodos, bem como produzidas por artistas conhecidas pelo engajamento intencional na causa feminista. Já com as obras selecionadas e divididas por períodos, foi produzido um quadro onde os temas identificados nas mesmas foram associados com dados históricos referentes à cada período. O quadro elaborado proporcionou a revelação de obras que foram marcos na trajetória artística do movimento feminista, representando a transição da mulher de mera musa inspiradora para protagonista na história e nas relações sociais. Além disso, o levantamento dos temas que estavam em pauta em cada período proporcionou a compreensão da transformação pela qual o próprio conceito de gênero passou, sendo gradativamente reconstruído pela militância feminista. Analisando o quadro elaborado é possível dizer que a trajetória artística feminista se caracteriza, sobretudo, por ser desencadeada pelo objetivo central de alterar a história da arte através da própria arte.
This paper presents a review of a perspective of analytical psychology in relation to the work of... more This paper presents a review of a perspective of analytical psychology in relation to the work of art and the artist. Such a perspective supposes a human capacity to transcend a language of its time by means of a recombination of elements in order to express a thing for a research yet there is no representation. This compilation of elements reflects a metamorphosis of the contents of the collective unconscious and results in the symbolic and consequently revolutionary work of art.
An experience of faith emerges in the context of feminism raising questions about Christian pract... more An experience of faith emerges in the context of feminism raising questions about Christian practices, institutions and language. Feminist theology proposes a new religious language, claiming a theonoma representation of the woman, considered equally capable of symbolizing the deity. The present work aims to present a feminist theological perspective on a verbal and nonverbal language used to represent a deity, as well as the feminist impasse on an equivalent representation of the feminine.
Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos nas práticas sociais do cotidiano, este... more Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos nas práticas sociais do cotidiano, este trabalho objetivou investigar a construção social da maternidade contemporânea. Tendo como foco a análise de repertórios linguísticos sobre maternidade, foram analisadas conversas cotidianas, bem como conhecimentos de profissionais da saúde da mulher. A análise sugeriu que em diferentes contextos a ideia que predomina é a de que a função social designada à mulher é justificada por sua “natureza feminina”, que implicaria na maternidade e à propensão para se sacrificar pelos outros, embora no contexto imediato a mulher contemporânea esteja, aos poucos, reivindicando uma revolução nesse sentido.
Surge no contexto dos feminismos uma experiência de fé que traz à tona questionamentos sobre prát... more Surge no contexto dos feminismos uma experiência de fé que traz à tona questionamentos sobre práticas, instituições e linguagem cristãs. A Teologia Feminista propõe nova linguagem religiosa, reivindicando a representação teônoma da mulher, considerada igualmente capaz de simbolizar a divindade. Esta perspectiva se ocupa, sobretudo, de recuperar o símbolo feminino como símbolo equivalente em relação ao masculino. Tal recuperação parte da premissa de uma pré-história matriarcal, quando as categorias natureza e feminino supostamente ocupavam um patamar superior de relevância social. Lançando mão, portanto, de representações da divindade inspiradas em símbolos femininos pré 223
históricos a iconografia proveniente da Teologia Feminista tem o intuito de proporcionar modelos de autonomia fortalecida para as mulheres contemporâneas, assim como resgatar a conexão do ser humano com a natureza. Há, entretanto, objeções em relação a Teologia Feminista e sua iconografia, denunciando um posicionamento que, embora seja bem intencionado, acaba mais limitando a mulher do que prezando por suas infinitas possibilidades de ser. Nesse sentido o presente trabalho visa apresentar a perspectiva teológica feminista sobre a linguagem verbal e não verbal para representar a divindade, bem como o impasse feminista sobre a representação equivalente do feminino, articulando e refletindo acerca dos argumentos apresentados.
Este estudo pretendeu uma reflexão teórica em relação à obra de arte e o artista sob a perspect... more Este estudo pretendeu uma reflexão teórica em relação à obra de arte e o artista sob a perspectiva da psicologia analítica. Tal perspectiva supõe a capacidade em potencial do ser humano de transcender, por meio da obra de arte, tanto sua subjetividade quanto a linguagem de sua própria época, embora faça uso desta para se expressar possibilitando assim a compreensão por parte de seus contemporâneos. Essa “visão além” proporcionada pelo artista seria possível por meio da agregação de outros elementos a uma imagem primordial do inconsciente coletivo a fim de expressar alguma coisa para a qual ainda não existe conceito verbal. A psicologia analítica denomina o processo artístico de complexo autônomo, reforçando seu caráter involuntário, e considera que ao culminar na obra de arte simbólica também representa uma transformação simbólica. A premissa norteadora aqui é a de que o inconsciente coletivo passa por constante metamorfose de seus conteúdos com o intuito de compensar a unilateralidade do espírito da época. Essas metamorfoses, por sua vez, podem ser capturadas atentando-se para as transformações dos símbolos que tomam forma na obra de arte, revelando assim as significações que encerram e que excedem as possibilidades comuns de compreensão da época em que adquiriram vida. Nesse sentido, a psicologia analítica confere verdadeira importância social à obra de arte, considerando-a como um processo de auto regulação espiritual na vida das épocas e nações.
A maternidade é fonte primária de símbolos e interpretações. Trata-se de um conceito ambíguo, rem... more A maternidade é fonte primária de símbolos e interpretações. Trata-se de um conceito ambíguo, remetendo ao mesmo tempo à um estado fisiológico momentâneo - a gravidez - e também à uma atividade a longo prazo – a maternagem-, sendo esta entendida como decorrência natural daquela e, consequentemente, do ato sexual. Diante disso, a atividade da maternidade reflete as mesmas crenças que norteiam as relações de gênero, que dizem respeito à sexualidade e à reprodução. Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos socialmente e da noção de produção de sentido como prática social do cotidiano, o objetivo inicial desta pesquisa é, através de levantamento bibliográfico, investigar historicamente as concepções a respeito da maternidade, visando ter acesso à construção do conceito ao longo do tempo e, em seguida, investigar a construção social da maternidade através da identificação e análise de repertórios interpretativos sobre maternidade, presentes nas práticas discursivas das conversas do cotidiano, nos documentos de domínio público, bem como no conhecimento de profissionais da área de saúde da mulher, para, posteriormente, entender em que áreas e como esses conhecimentos e sentidos atribuídos à maternidade impactam na vida da mulher contemporânea. Através do levantamento bibliográfico foi possível traçar o percurso histórico do conceito de maternidade, destacando-se o fato paradoxal de que a separação lar e ambiente de trabalho, fenômeno propiciador da naturalização da mulher enquanto mãe no final do século XVIII, também propiciou a exigência gradativa de que a família diminuísse de tamanho, o que juntamente com a possibilidade de contracepção efetiva culminou na autonomia sexual feminina na década de 70. Diante dessa autonomia sexual que marcou uma profunda transição na vida pessoal da mulher apresentou-se a necessidade de redefinição da maternidade, entretanto a concepção desta em termos de instinto se manteve, sendo estigmatizada socialmente a mulher que opta por não a exercer.
A partir do final da década de 60, nos EUA e Grã-Bretanha, mulheres passaram a colocar em pauta n... more A partir do final da década de 60, nos EUA e Grã-Bretanha, mulheres passaram a colocar em pauta necessária a discussão de gênero, expressando seu protagonismo social e interferindo no próprio conceito de gênero. Esta produção social se dá através de vários fenômenos, sendo a arte uma de suas dimensões mais importantes, uma vez que faz parte da esfera cultural e interfere no terreno onde política, poder e dominação são mediados. Traçando a trajetória do movimento feminista, buscou-se analisar as artes visuais produzidas por artistas feministas dentro de seus respectivos contextos sócio históricos, desde o início do Movimento até a contemporaneidade, a fim de identificar temas recorrentes nas produções artísticas de cada período e associá-los com os respectivos acontecimentos históricos. Tal investigação foi realizada através do levantamento e análise bibliográfica de artigos e documentos referentes ao movimento feminista associado às artes visuais, seguido pela seleção das produções artísticas representativas e impactantes em seus períodos, bem como produzidas por artistas conhecidas pelo engajamento intencional na causa feminista. Já com as obras selecionadas e divididas por períodos, foi produzido um quadro onde os temas identificados nas mesmas foram associados com dados históricos referentes à cada período. O quadro elaborado proporcionou a revelação de obras que foram marcos na trajetória artística do movimento feminista, representando a transição da mulher de mera musa inspiradora para protagonista na história e nas relações sociais. Além disso, o levantamento dos temas que estavam em pauta em cada período proporcionou a compreensão da transformação pela qual o próprio conceito de gênero passou, sendo gradativamente reconstruído pela militância feminista. Analisando o quadro elaborado é possível dizer que a trajetória artística feminista se caracteriza, sobretudo, por ser desencadeada pelo objetivo central de alterar a história da arte através da própria arte.
This paper presents a review of a perspective of analytical psychology in relation to the work of... more This paper presents a review of a perspective of analytical psychology in relation to the work of art and the artist. Such a perspective supposes a human capacity to transcend a language of its time by means of a recombination of elements in order to express a thing for a research yet there is no representation. This compilation of elements reflects a metamorphosis of the contents of the collective unconscious and results in the symbolic and consequently revolutionary work of art.
An experience of faith emerges in the context of feminism raising questions about Christian pract... more An experience of faith emerges in the context of feminism raising questions about Christian practices, institutions and language. Feminist theology proposes a new religious language, claiming a theonoma representation of the woman, considered equally capable of symbolizing the deity. The present work aims to present a feminist theological perspective on a verbal and nonverbal language used to represent a deity, as well as the feminist impasse on an equivalent representation of the feminine.
Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos nas práticas sociais do cotidiano, este... more Partindo do pressuposto de que fenômenos são construídos nas práticas sociais do cotidiano, este trabalho objetivou investigar a construção social da maternidade contemporânea. Tendo como foco a análise de repertórios linguísticos sobre maternidade, foram analisadas conversas cotidianas, bem como conhecimentos de profissionais da saúde da mulher. A análise sugeriu que em diferentes contextos a ideia que predomina é a de que a função social designada à mulher é justificada por sua “natureza feminina”, que implicaria na maternidade e à propensão para se sacrificar pelos outros, embora no contexto imediato a mulher contemporânea esteja, aos poucos, reivindicando uma revolução nesse sentido.
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Resumos by Mariana Dini
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históricos a iconografia proveniente da Teologia Feminista tem o intuito de proporcionar modelos de autonomia fortalecida para as mulheres contemporâneas, assim como resgatar a conexão do ser humano com a natureza. Há, entretanto, objeções em relação a Teologia Feminista e sua iconografia, denunciando um posicionamento que, embora seja bem intencionado, acaba mais limitando a mulher do que prezando por suas infinitas possibilidades de ser. Nesse sentido o presente trabalho visa apresentar a perspectiva teológica feminista sobre a linguagem verbal e não verbal para representar a divindade, bem como o impasse feminista sobre a representação equivalente do feminino, articulando e refletindo acerca dos argumentos apresentados.
à um estado fisiológico momentâneo - a gravidez - e também à
uma atividade a longo prazo – a maternagem-, sendo esta
entendida como decorrência natural daquela e,
consequentemente, do ato sexual. Diante disso, a atividade da maternidade reflete as mesmas crenças que norteiam as
relações de gênero, que dizem respeito à sexualidade e à
reprodução. Partindo do pressuposto de que fenômenos são
construídos socialmente e da noção de produção de sentido
como prática social do cotidiano, o objetivo inicial desta
pesquisa é, através de levantamento bibliográfico, investigar
historicamente as concepções a respeito da maternidade, visando ter acesso à construção do conceito ao longo do tempo
e, em seguida, investigar a construção social da maternidade
através da identificação e análise de repertórios
interpretativos sobre maternidade, presentes nas práticas
discursivas das conversas do cotidiano, nos documentos de
domínio público, bem como no conhecimento de profissionais
da área de saúde da mulher, para, posteriormente, entender
em que áreas e como esses conhecimentos e sentidos
atribuídos à maternidade impactam na vida da mulher
contemporânea. Através do levantamento bibliográfico foi
possível traçar o percurso histórico do conceito de
maternidade, destacando-se o fato paradoxal de que a
separação lar e ambiente de trabalho, fenômeno propiciador
da naturalização da mulher enquanto mãe no final do século
XVIII, também propiciou a exigência gradativa de que a família
diminuísse de tamanho, o que juntamente com a possibilidade
de contracepção efetiva culminou na autonomia sexual
feminina na década de 70. Diante dessa autonomia sexual que
marcou uma profunda transição na vida pessoal da mulher
apresentou-se a necessidade de redefinição da maternidade, entretanto a concepção desta em termos de instinto se
manteve, sendo estigmatizada socialmente a mulher que opta
por não a exercer.
dominação são mediados. Traçando a trajetória do movimento feminista, buscou-se analisar as artes visuais produzidas por artistas feministas dentro de seus respectivos contextos sócio históricos, desde o início do Movimento até a contemporaneidade, a fim de identificar temas recorrentes nas produções artísticas de cada período e associá-los com os respectivos acontecimentos históricos. Tal investigação foi realizada através do levantamento e análise bibliográfica de artigos e documentos referentes ao movimento feminista associado às artes visuais, seguido pela seleção das produções artísticas representativas e impactantes em seus períodos, bem como produzidas por artistas conhecidas pelo engajamento intencional na causa feminista. Já com as obras selecionadas e divididas por períodos, foi produzido um quadro onde os temas identificados nas mesmas foram associados com dados históricos referentes à cada período. O quadro elaborado proporcionou a revelação de obras que foram marcos na trajetória artística do movimento feminista, representando a transição da mulher de mera musa inspiradora para protagonista na história e nas relações sociais. Além disso, o levantamento dos temas que estavam em pauta em cada período proporcionou a compreensão da transformação pela qual o próprio conceito de gênero passou, sendo gradativamente reconstruído pela militância feminista. Analisando o quadro elaborado é possível dizer que a trajetória artística feminista se caracteriza, sobretudo, por ser desencadeada pelo objetivo central de alterar a história da arte através da própria arte.
Artigos by Mariana Dini
Apresentação em slides by Mariana Dini
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históricos a iconografia proveniente da Teologia Feminista tem o intuito de proporcionar modelos de autonomia fortalecida para as mulheres contemporâneas, assim como resgatar a conexão do ser humano com a natureza. Há, entretanto, objeções em relação a Teologia Feminista e sua iconografia, denunciando um posicionamento que, embora seja bem intencionado, acaba mais limitando a mulher do que prezando por suas infinitas possibilidades de ser. Nesse sentido o presente trabalho visa apresentar a perspectiva teológica feminista sobre a linguagem verbal e não verbal para representar a divindade, bem como o impasse feminista sobre a representação equivalente do feminino, articulando e refletindo acerca dos argumentos apresentados.
à um estado fisiológico momentâneo - a gravidez - e também à
uma atividade a longo prazo – a maternagem-, sendo esta
entendida como decorrência natural daquela e,
consequentemente, do ato sexual. Diante disso, a atividade da maternidade reflete as mesmas crenças que norteiam as
relações de gênero, que dizem respeito à sexualidade e à
reprodução. Partindo do pressuposto de que fenômenos são
construídos socialmente e da noção de produção de sentido
como prática social do cotidiano, o objetivo inicial desta
pesquisa é, através de levantamento bibliográfico, investigar
historicamente as concepções a respeito da maternidade, visando ter acesso à construção do conceito ao longo do tempo
e, em seguida, investigar a construção social da maternidade
através da identificação e análise de repertórios
interpretativos sobre maternidade, presentes nas práticas
discursivas das conversas do cotidiano, nos documentos de
domínio público, bem como no conhecimento de profissionais
da área de saúde da mulher, para, posteriormente, entender
em que áreas e como esses conhecimentos e sentidos
atribuídos à maternidade impactam na vida da mulher
contemporânea. Através do levantamento bibliográfico foi
possível traçar o percurso histórico do conceito de
maternidade, destacando-se o fato paradoxal de que a
separação lar e ambiente de trabalho, fenômeno propiciador
da naturalização da mulher enquanto mãe no final do século
XVIII, também propiciou a exigência gradativa de que a família
diminuísse de tamanho, o que juntamente com a possibilidade
de contracepção efetiva culminou na autonomia sexual
feminina na década de 70. Diante dessa autonomia sexual que
marcou uma profunda transição na vida pessoal da mulher
apresentou-se a necessidade de redefinição da maternidade, entretanto a concepção desta em termos de instinto se
manteve, sendo estigmatizada socialmente a mulher que opta
por não a exercer.
dominação são mediados. Traçando a trajetória do movimento feminista, buscou-se analisar as artes visuais produzidas por artistas feministas dentro de seus respectivos contextos sócio históricos, desde o início do Movimento até a contemporaneidade, a fim de identificar temas recorrentes nas produções artísticas de cada período e associá-los com os respectivos acontecimentos históricos. Tal investigação foi realizada através do levantamento e análise bibliográfica de artigos e documentos referentes ao movimento feminista associado às artes visuais, seguido pela seleção das produções artísticas representativas e impactantes em seus períodos, bem como produzidas por artistas conhecidas pelo engajamento intencional na causa feminista. Já com as obras selecionadas e divididas por períodos, foi produzido um quadro onde os temas identificados nas mesmas foram associados com dados históricos referentes à cada período. O quadro elaborado proporcionou a revelação de obras que foram marcos na trajetória artística do movimento feminista, representando a transição da mulher de mera musa inspiradora para protagonista na história e nas relações sociais. Além disso, o levantamento dos temas que estavam em pauta em cada período proporcionou a compreensão da transformação pela qual o próprio conceito de gênero passou, sendo gradativamente reconstruído pela militância feminista. Analisando o quadro elaborado é possível dizer que a trajetória artística feminista se caracteriza, sobretudo, por ser desencadeada pelo objetivo central de alterar a história da arte através da própria arte.