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Cristina Coelho

Esta comunicação pretende dar conta de uma experiência de prestação de serviços à comunidade, sob a forma de facilitação/consultoria científica, junto dos grupos que compõem as Modalidades Alargadas de duas Comissões de Proteção de... more
Esta comunicação pretende dar conta de uma experiência de prestação de serviços à comunidade, sob a forma de facilitação/consultoria científica, junto dos grupos que compõem as Modalidades Alargadas de duas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (Portalegre e Arronches), no âmbito do projeto ‘Tecer a Prevenção’. Este projeto foi lançado, a nível nacional, pela Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco. Face às caraterísticas e objetivos do projeto e dos grupos (interinstitucionais e pluridisciplinares) a equipa de facilitação, formada por investigadores da C3i, tem, igualmente, uma composição pluridisciplinar (psicologia, sociologia, serviço social). Examinamos os princípios orientadores, a metodologia e o processo de facilitação do diálogo e do trabalho colaborativo realizado junto destes grupos, dando conta dos seus contextos concretos. Discute-se, ainda, o conjunto das estratégias e práticas implementadas, consistentes com a necessidade de tornar o grupo eficaz quera nível do percurso, quer das tarefas a que se propuseram. Por fim, consideramos os aspectos que apresentam um significativo potencial de transferibilidade para outros contextos e processos.
Resumo O trabalho de resgate da memória social de grupos e comunidades através de testemunhos orais, possibilita o estudo do "quotidiano invisível", do significado atribuído a acontecimentos e comportamentos e das relações sociais que... more
Resumo O trabalho de resgate da memória social de grupos e comunidades através de testemunhos orais, possibilita o estudo do "quotidiano invisível", do significado atribuído a acontecimentos e comportamentos e das relações sociais que suportam esses comportamentos. Possibilita, assim, a análise das diferentes significações atribuídas às vivências, às ações dos próprios e dos outros. Apresenta potencialidades para a intervenção social na busca da construção de sujeitos coletivos porque favorece o fortalecimento da identidade coletiva e a coesão dos grupos. Este artigo pretende refletir sobre estas potencialidades, explorando a utilização dos testemunhos orais no âmbito das Ciências Sociais, numa perspetiva interdisciplinar, assim como sobre as condições metodológicas e éticas para a sua realização. Palavras-chave: fontes orais, história oral, memórias, intervenção social. 1-AS FONTES ORAIS NO CONTEXTO CIENTÍFICO Nas últimas décadas tem vindo a fortalecer-se a corrente epistemológica que nas Ciências Sociais valoriza a utilização de metodologias qualitativas, focalizando a investigação na globalidade complexa de situações locais, na dinâmica dos processos e no ponto de vista dos atores/sujeitos. Esta valorização reflete-se no aparecimento de novos objetos no campo epistemológico, no deslocamento do significado das "grandes figuras" para o coletivo, para o anónimo, para o singular e o marginal. É aqui que surge
Research Interests:
Parece-nos ser mais ou menos comum, entre muitos assistentes sociais, a perspetiva de que a investigação não é produtiva enquanto espaço de intervenção para apoiar grupos marginalizados, o que denota uma abordagem que separa a teoria da... more
Parece-nos ser mais ou menos comum, entre muitos assistentes sociais, a perspetiva de que a investigação não é produtiva enquanto espaço de intervenção para apoiar grupos marginalizados, o que denota uma abordagem que separa a teoria da ação, o conhecimento da prática. Por outro lado, o debate em Serviço Social sobre teoria tende a ser reativo. As preocupações parecem centrar-se na legitimação profissional, como se “quanto mais o Serviço Social demonstrar a sua ligação com a teoria, mais credibilidade alcançará” (Beresford1999: s/pp.) o que tende a desvalorizar as possibilidades de produção de conhecimento no quadro da vocação interdisciplinar e interventiva que é parte integrante das características e especificidade da profissão. Este é o quadro de problemas que nos instigou a saber mais sobre as propostas do Serviço Social crítico, focalizando essa exploração ao nível da investigação enquanto prática social. Efetivamente, a teoria social crítica apresenta preocupações epistemológicas que se prendem com a forma como o conhecimento é construído e utilizado, baseadas na ideia de que o conhecimento deve e pode resultar em ação para uma mudança social positiva: a pertinência da teoria parece residir na sua capacidade de se concretizar em intervenção.
A validade de qualquer modelo de análise teórico depende tanto do seu potencial heurístico e instrumental que impulsionam avanços no conhecimento como das limitações que lhe delimitam o alcance. Se bem que os modelos de welfare de... more
A validade de qualquer modelo de análise teórico depende tanto do seu potencial heurístico e instrumental que impulsionam avanços no conhecimento como das limitações que lhe delimitam o alcance. Se bem que os modelos de welfare de Esping-Andersen se revistam de utilidade na análise macro das dinâmicas dos estados de bem-estar na sua relação com o mercado e com as famílias, quando se trata de refletir sobre a diversidade interna dos países estudados, a sua capacidade parece limitada. Neste sentido, o modelo de análise tem recebido diversas críticas e a dos investigadores feministas foi a que mais se evidenciou ao sublinhar a importância da ausência da dimensão de género na análise das tipologias de estado providência. Os seus estudos procuram alcançar maior lucidez sobre a relação entre as políticas sociais, o mercado de trabalho-formal e informal-e as famílias. Assim, é atribuída uma função essencial à consideração do papel das famílias ao nível da provisão e consumo de bem-estar, do trabalho não remunerado, das relações de dependência hierárquica de género, pois constituem importantes fatores de variação da configuração dos modelos de estado de providência. Esping-Andersen entendeu a importância desta crítica e integrou-a no seu trabalho, explorando as implicações da aplicação do conceito de desfamiliarização na análise dos diferentes regimes de bem-estar. Palavras chave: tipologia dos estados de providência, género, feminismo, desmercadorização, desfamiliarização.