INSPIRAÇÃO DO RÓDANO
Ao pensar em vinhos da França, as primeiras referências que surgem são Bordeaux e Borgonha, mas há muito além dessas duas regiões emblemáticas. Provavelmente uma das mais ecléticas em termos de uvas e estilos de vinho seja o vale do Rhône, ou Ródano, como costumamos chamar em português. Lá é o local de origem de diversas variedades de uvas que fogem do dueto Cabernet-Pinot que muitas vezes domina nossos pensamentos em relação à Bordeaux e Borgonha.
Castas como Syrah, Grenache, Mourvèdre, Carignan, Cinsault, Viognier, Roussanne, Marsanne, Vermentino, entre outras, são típicas dessa área no sul da França que abriga denominações famosas como Châteauneufdu-Pape, Hermitage, Côte-Rôtie, Condrieu etc. Com tantas cepas para trabalhar e um terroir marcado por solos de rocha e argila calcária, com influência mediterrânea em uma zona um pouco mais quente, mas refrescada pelos célebres ventos Mistral, cria-se um amplo leque de possibilidades de vinhos.
O ecletismo dos rótulos do Rhône fez com que suas castas se espalhassem por diversas partes do mundo e inspirassem inúmeros produtores. A Syrah, por exemplo, alastrou-se, tornando-se uma uva de referência até mesmo para a região sudeste do Brasil com seus promissores projetos de poda invertida. A Grenache, ou Garnacha, dispensa comentários, sendo um dos destaques em vinhos top espanhóis, por exemplo. A Cinsault vem ganhando espaço em diversos locais, especialmente no Chile, juntamente com a Carignan - que também sempre foi
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