DENTRE OS PAÍSES PRODUTORES de vinho do mundo, Portugal definitivamente não é o maior em área. Sua extensão territorial é menor do que a do estado de Pernambuco, por exemplo. No entanto, estima-se que cerca de 200 mil hectares sejam cultivados com vinhedos (mais do que o dobro de área de vinhas plantadas no Brasil, para se ter ideia). Apesar do tamanho diminuto, grande riqueza da vitivinicultura portuguesa está em sua diversidade.
Diversidade essa que não se resume aos estilos de vinhos, que podem ser bastante ecléticos, indo dos renomados Portos fortificados até os leves Vinhos Verdes, ambos produzidos em regiões mais ao norte do país. Ao mesmo tempo que se produz tintos maravilhosos, também se faz excelentes espumantes em uma mesma denominação, como a Bairrada, por exemplo. Ou seja, não é preciso percorrer muito território para encontrar estilos distintos.
E muito disso deve-se a uma característica singular do terroir português: a impressionante quantidade de castas nativas. As entidades oficiais do país contam mais de 250 uvas presentes em Portugal, o que proporciona uma miríade quase infinita de possibilidades nas mãos dos enólogos. É verdade que algumas variedades, como Touriga Nacional, Baga, Arinto, Fernão Pires etc., costumam ganhar mais destaque, todavia, é quase impossível resumir o país a um punhado de castas, ainda mais porque, na maioria das vezes, elas tendem a ser combinadas em blends.
Essa enormidade de opções faz com que os vinhos portugueses possam