O MUNDO GASTRONÓMICO DE
Quique Dacosta
Sem formação especifica, nem meios financeiros que lhe permitisse fazer uma pausa para estagiar em restaurantes estrelados, a aprendizagem é adquirida com a prática, devorando livros de chefes conceituados e visitando os tais grandes restaurantes de cozinha de Espanha, nomeadamente no País Basco e na Catalunha.
A grande maioria dos chefes de alta cozinha da atualidade fez um percurso mais ou menos comum: começaram por aprender o ofício em escolas de hotelaria, estagiaram e evoluíram em vários lugares até se afirmarem em posição de topo num restaurante de referência. Também há os que conseguiram encurtar o caminho, com formações curtas - muitas vezes depois de se formarem em outras áreas – e arriscaram instalar-se por conta própria com aclamado sucesso. Porém, o caso de Quique Dacosta é diferente.
Ele é o exemplo do chef autodidata, sem grandes estudos, que aos 14 anos, numas férias de escola, parte para o sul de Espanha com o sonho de ser DJ e acaba a lavar pratos na cozinha de um restaurante italiano. Até aqui nada de mais, é uma história como a de milhões de invisíveis, sem qualificações, que ocupam funções indiferenciadas na hotelaria. Só que este adolescente extremeño, ainda de ascendência portuguesa (o seu sobrenome vem de “da Costa”) viu-se gradualmente a realizar pequenas tarefas na cozinha e começou a descobrir a vocação. É então que, em 1989, vai parar ao El Poblet, na altura, um restaurante de cozinha espanhola tradicional, já com algum prestígio, situado em Denia, na