Conforto: clientes de arquitetos e designers contam o que é conforto para eles em suas casas
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Sobre este e-book
Diante de 32 anos de atividade profissional, considerando, portanto, a longa trajetória profissional, a autora conseguiu reunir neste trabalho um vasto banco de dados, obtido através de entrevistas com 280 clientes e 109 profissionais da área no intuito de entender o que é conforto para estes 2 públicos, o que projeto e o que recebe o resultado do projeto.
E afinal, o que é conforto para o nosso cliente?
Haja vista que não existe definição definitiva, e sim conceitos muito pessoais, estes foram separados entre homens e mulheres, observando apenas a característica biológica, não foram consideradas as questões de gênero. Este livro está dividido em 3 partes, a primeira apresenta um panorama do mercado imobiliário da cidade de Curitiba-Paraná, na segunda parte estão apresentados a metodologia aplicada e os gráficos e tabelas resultantes das entrevistas e na última parte apresentamos os resultados e conclusões, que humildemente são compartilhadas com o leitor que também se coloca apto a novas interpretações.
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Conforto - Elisa Costa Mielke
1 INTRODUÇÃO
A casa abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa nos permite sonhar em paz
(BACHELARD, 2003, p. 201).
Em tempos de muita transformação do jeito de morar, da maneira de se viver o dia a dia e dos grandes avanços tecnológicos surgiu, na autora desta pesquisa, a curiosidade de entender qual o significado de conforto para o cliente do arquiteto ou designer de interiores, sabendo que a percepção desse fenômeno é pessoal e não dissociada de cultura, sentidos, sentimentos e racionalidade (HARTHENTAL; ONO, 2011).
Sendo a autora pesquisadora, arquiteta, formada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1990, e atuando em projetos de interiores nestes últimos 32 anos de formação e de maneira constante e intensiva, colecionando mais de mil trabalhos executados neste setor, se faz válido seu interesse pelo assunto. Vale colocar que, presidiu a Associação Confraria Arquitetura e Design, instituição curitibana que conta com 17=0 associados, profissionais de projetos de interiores atuantes no mercado.
Portanto, esta pesquisa está voltada para o estado de conforto ou dito confortável, percebido pelo usuário do ambiente doméstico, residencial, das classes econômicas A e B, clientes de arquitetos e designers de interiores.
Pois, segundo esta pesquisa, 78% dos clientes, como demonstra o gráfico 14 que será visto à frente, mencionam a palavra conforto como desejo para dentro de suas casas, sendo assim interessa saber e discutir qual o significado dessa sensação e como os profissionais podem, por meio de seus projetos, proporcionar ou atender a esta demanda ou desejo.
Observado que o setor de design de interiores cresceu 500%, de 2004 a 2014, segundo a ABD (2019), isto leva a fazer uma análise deste mercado e deste público, que crescem exponencialmente, esse número sugere ainda que o design e arquitetura de interiores têm ganho cada vez mais importância e estão sendo mais valorizados quando se pensa em morar bem, e é exatamente esta a proposta do designer ou arquiteto quando ele atende um cliente: fazê-lo morar bem!
Arquitetos e designers, quando captam um novo projeto, é praxe realizarem, junto ao cliente, um briefing
ou programa de necessidades, expostas ou solicitadas pelo dono/dona da casa, normalmente observam-se itens como funcionalidade, estética, custo, tendência, praticidade, entretanto é possível incrementar ainda mais essa etapa da prestação desse serviço, quando atenta-se aos aspectos fenomenológicos que permeiam um projeto de interiores, o que, possivelmente, pode conferir ao produto final, o projeto e ambiente finalizado, um alto índice de aprovação e satisfação tanto para o cliente contratante como para o profissional contratado.
Acredito que, segundo Schmid (2018), a fenomenologia dentro de um ambiente seja construída por um conjunto de afetos fluindo
, que percebido pelo indivíduo, de acordo com suas características pessoais, emoções ou significados existenciais antes de uma explicação intelectual (PALLASMAA, 2016) gera um estado de humor, um resultado e é esse resultado que interessa a esta pesquisa.
1.1 JUSTIFICATIVA
A falta de humanismo da arquitetura e das cidades contemporâneas pode ser entendida como consequência da negligência com o corpo e os sentidos e um desequilíbrio de nosso sistema sensorial
(PALLASMAA, 2011, p. 17).
O ser humano e a relação com sua moradia estão em constante mudança e são diversos fatores que contribuem diretamente para essa sinergia, tais como: históricos, culturais, sociais, técnicos, emocionais, espirituais, momentos de vida, valores pessoais e tantos outros particulares.
Alguns acontecimentos contemporâneos impactaram mundialmente e indiscutivelmente na compatibilidade entre a pessoa e o seu eu. E se a casa é uma extensão de si, pois é ninho
(BACHELARD, 2003, p. 262), novos questionamentos foram feitos profundamente.
Após a Segunda Guerra Mundial, talvez o ataque terrorista ao World Trade Center tenha sido um novo marco para início de uma nova era no tocante às relações com o conforto, talvez a casa tenha assumido ou reassumido um papel muito importante, pois além de ser um espaço íntimo, é espaço de acolhimento, de recolhimento, de calma e de paz, onde o homem pode relaxar e se sentir protegido
(SCHMID, 2005, p. 133).
O mercado reagiu a este fato histórico, a derrubada das torres gêmeas em um ataque terrorista, em Nova Iorque (EUA), em 2001, como a PANTONE¹, que lançou como a cor do ano de 2002 o vermelho verdadeiro, true red, com a seguinte justificativa: "a cor foi escolhida em reconhecimento aos ataques de 11 de setembro. Este vermelho é um tom profundo, significativo e patriótico. O vermelho é conhecido como uma cor de poder e/ou paixão e é, portanto, associado ao amor. No que diz respeito ao uso desta cor na decoração de interiores deve ser usado com cautela, devido ao calor da cor² (PANTONE, 2001, tradução nossa). Neste momento dá-se valor e importância da cor no estado de espírito, principalmente no tocante a ambientes onde se permanece por mais tempo.
A Portobello, fábrica de revestimentos cerâmicos brasileira, no ano de 2006, lançou no Brasil os porcelanatos padrão madeira
, com a justificativa de que este modelo transmite às pessoas calor e conforto porque remete a uma matéria-prima da natureza (ARCHTRENDS PORTOBELLO, 2018) indicando que o ser humano precisava se reconectar ao natural ou ao que remete ao natural. Aqui surgiu, para arquitetos e designers, mais uma ideia sobre o conforto, sobre como uma simples sugestão de cor ou textura, advinda de um profissional de projeto, pode interferir na percepção do espaço e no humor do indivíduo. O ataque terrorista de 2001 trouxe à tona o valor da vida e o conforto é um fenômeno inerente a ela.
Existem, para definir o conforto, diversas linhas de raciocínio provenientes de variados movimentos intelectuais e de estudos que elencam e analisam estes pensamentos e pesquisas no intuito de definir a sensação de conforto para o usuário desde o mais remoto dos tempos.
Se o conforto que interessa a esta pesquisa é aquele percebido dentro de casa, é por óbvio e importante que o ambiente residencial seja sempre observado, visto seu estado mutante, pela ótica da fenomenologia ou sua atmosfera, pois trata-se do entendimento da essência do desejo do cliente para com sua morada, pretendendo-se assim evitar negligenciar o corpo e os sentidos
(PALLASMAA, 2011, p. 17) e o próprio contratante de um projeto de arquitetura ou design de interiores, que tem seu sensório como um produto de sua realidade social, histórica e cultural
(HOWES, 2005, p. 3).
Considera-se que atmosfera é o resultado do que se é percebido em um ambiente residencial, portanto pretende-se analisar os seguintes aspectos do conforto:
1) Conforto sob uma ótica filosófica,