Cafuringa
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Cafuringa - Marly Ferreira
Cafuringa, o Anjo Negro
marlymarlyfe@gmail.com
Cafuringa, o Anjo Negro
Chapter
Direitos Autorais
Prefácio
Sobre o Autor
Chapter
I- Revolução na Arte
II- Despontando na Pintura
III- A Seleção da Vida
IV - O Câmbio Multicolorido
V- Amor no Fundo do Quintal
VI- Os Males Sustentáveis
VII- A Jogada de Classe
VIII- Poeta de Momento
IX- Ajuda à Mulher solteira
X- No País do Futebol
XI- A Negra e a Opressão
XII- Violência e Sequestro
XIII- Uma Mudança Radical
XIV- A Cidade do Sol
XV- Escrito na Pedra
XI- O Anjo Negro
Copirraite
Marly Ferreira
ORAI EDITORA
Copirraite © 2013 Marly Ferreira
Primeira publicação usando Papyrus, 2016
Este livro pode ser adquirido por educação, negócios, vendas ou uso promocional. Edição on-line também está disponível para este título. Para mais informações, contacte o nosso departamento de vendas corporativas / institucionais.
Marly Ferreira
Contato: (21) 983139224
www.marlyferreira.com
Email: marlymarlyfe@gmail.com
Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a editora e os autores não assumem nenhuma responsabilidade por erros ou omissões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui contidas.
Prefácio
O envolvente romance adentra a rotina da família de artistas na cidade de Volta Redonda, no interior do Estado Rio de Janeiro. Órfãos de pai e mãe os meninos Rosa contam com a providência divina para criá-los. Muita coisa acontece naquele casarão para que os três adolescentes sigam o caminho do bem. Os funcionários que anteriormente tinham apenas vínculo empregatício passam a fazer parte da família, sendo que Luciana, a filha da cozinheira, teve um grande referencial na formação dos meninos.
A irmã mais velha com visão à frente de seu tempo, percebe as questões que os cercam e retrata o mundo através de sua arte. Para trabalhar o tema de Maria Madalena, Monalisa desenvolve uma tinta especial a partir do néctar de rosa, mas enfrentando dificuldade financeira pede ajuda a Leonardo Villane corretor de artes, empresário conhecido internacionalmente. Porém este teme ajudá-la ao descobrir que a moça é filha de uma artista plástica que ele explorou no passado. A arte é a forma de expressão que ela usa para discutir as questões sociais, tais como o tráfico de pessoas, discriminação de gênero e desvenda um mistério de uma família do jogador de futebol, pessoa muito sofrida.
Para a grande pintora a vida das profissionais do sexo, não é tão fácil como se costuma dizer e o matiz não é colorido como se usa pintar. Na missão de quebrar o paradigma visita o sub mundo da profissão mais antiga do mundo e em entrevista com meninas estigmatizadas trás as trevas à luz do dia. No faz e desfaz através da tinta retrata o drama da mãe com o filho com síndrome de Asperge. Mas a sua pretensão é homenagear a madrinha com o seu primeiro quadro onde a Jovem retrata a presença de um anjo negro.
Sobre o Autor
Marly Ferreira é professora de Ciências com Licenciatura Plena em Ciências Físicas e Biológicas, com Especialização em Ciências da Religião, escritora, freelance e romancista. Ela também é uma colaboradora regular do Jornal Brasil Lusitano e Membro da Academia de Artes Ciências e Letras do Brasil.
Seus contos têm aparecido em várias publicações, incluindo Recordar Trazendo de Volta ao Coração, Sabor de Mel Sexo não é Pecado. Escreve suas histórias desde criança e seu desejo é incentivar a todos a leitura.
Em linguagem simples e acessível através de seus livros consegue dialogar com seus leitores. A autora também tem recebido convites para palestras e conferências.
I- Revolução na Arte
PARA OBTER O BOM FUNDAMENTO EDIFICA SOBRE A PEDRA E DESCANSA EM PAZ.
Quem teria coragem de escrever uma frase desta no túmulo de um ente querido? Bem, devia ser o desejo do finado. Mesmo desviando o olhar da frase tinha a impressão que as letras atraiam seus olhares, qualquer estrábico acabava encontrando a frase sem desejar. Senhor tu sabes que preciso pintar este quadro com muita eficiência, me ajude a fazer deste trabalho a minha melhor Arte. Encontro-me aqui no Portal da Saudade para pintar e estudar tranquilamente. O acordo tácito é não tirar a paz dos mortos e eles não distraírem minha atenção. A moça fez força para não ler novamente a epígrafe, mas havia decorado e acabou falando em alta voz, Para obter o bom fundamento edifica sobre a pedra e ..., balançou a cabeça para não se lembrar mais.
Monalisa colocou a maleta de tintas e os pinceis no chão que acabara de forrar com a es-teira de junco, deitou-se e fechou os olhos para extrair da mente o máximo de criatividade possível. Desde pequena quando queria pintar focalizava o tema por mais abstrato que fosse fechando os olhos, a partir dali sua imaginação adquiria asas na penumbra, podia ver sem a interferência da visão, este era seu o exercício preferido para aguçar os sentidos. Liza apanhou o livro que trazia na outra maleta estava cheio de anotações, a maioria dos parágrafos grifados em amarelo fluorescente. A moça se esforçava, assinalava, grifava, no entanto, para alguns colegas as recomendações do catedrático não passavam de baboseira de um velho gagá. Comprovadamente as experiências não lhe traiam, sabia que no dia da prova sair-se-ia bem melhor do que os metidos à sabichões da classe. As lições o subconsciente retorna ao consciente na hora exata de onde vem a recompensa de alimentá-la adequadamente. Então colocou o texto grifado a sua frente; pois pelos grifos o assunto seria importantíssimo e começou a ler sem perda de tempo.
Quando alguns artistas parisienses migraram para nova York fugindo do conflito da Primeira Guerra Mundial, houve a expansão da Arte Moderna. Trouxeram com eles o rompi-mento das regras na busca de um estilo capaz de expressar a vida moderna, cujo objetivo não era o da simples representação do visível, mas a expressão interior da emoção e da sensibilidade. Todos então passaram a se preocupar com a funcionalidade da arte, sem descuido da forma, mas sendo o modo de vida das pessoas a maior preocupação. Então o termo Arte Moderna veio a ser referencia das expressões artísticas surgidas no final do Século XIX. Embasando este estilo vê-se a influência da Revolução Industrial, das máquinas à vapor, do cinema, do aumento da velocidade, das relações comercias, do estudo da mente, alterando o pensamento e as atitudes. Muitos artistas avançaram com as práticas modernistas pelas décadas posteriores, sem se preocuparem com o tempo alguns consideraram seu término por volta da Segunda Guerra Mundial, tendo sido seus ideais gradativamente sobrepostos pelos anseios da Arte Contemporânea.
Objetivando romper com os padrões antigos os novos artistas buscam sempre outras for-mas de expressar seu sentimento e, para isto utilizam recursos visuais diversos como novas formas, novas cenas. Porém, há um alto preço a pagar, nunca é fácil para o artista ser aceito pela crítica já acostumada aos padrões estéticos bem definidos anteriormente. É necessária boa dose de paciência, mas aos poucos a procura por suas exposições vão aumentando e o público passa a aceitar e entender a nova forma de comunicação de ser do artista, e a compreender os paradigmas emergentes.
A arte vem sendo valorizada desde os tempos pré-históricos quando os primeiros homens começaram a retratar suas pinturas nas cavernas, criar esculturas e adornos pessoais; acredita-se que o artista devia ser uma espécie de xamã, usando tais objetos para funções religiosas ou mágicas, aos poucos vieram a entender que a arte era mais complexa e através dela pode então projetar pensamentos importantes. Evoluindo este pensamento puseram os artistas a serviço do Estado, da religião e das elites como veículo das ideologias dominantes, trabalhando em obras que tinha entre outros objetivos desempenhar uma função social.
Outros pensamentos expõe o artista como o indivíduo mais adiantado no seu tempo, àquele que dá asas à imaginação, que chama pelo nome o inexistente cravando-o na existência; dizem até que ele viveu em um tempo passado, pois remonta a história renovando o transcorrido, por isto, não se inibe com a barreira do tempo nem do espaço. Foi justamente através desta liberdade que se originou a grande diversificação no universo artístico. E então se multiplicando as propostas experimentais e as posturas artísticas diferenciadas que representaram o ocaso da antiga tradição acadêmica e o rechaço maciço do passado e de todas as convenções homogeneizantes. Por outro lado desencadeou crescente dificuldade de se definir e mesmo reconhecer o que é uma obra de arte e o que é um artista de fato.
Entende-se que estabelecer a distinção entre artista e artesão é tarefa difícil, pois as funções se identificam de tal forma que seria mais fácil separar o sal da água marinha do que encontrar a distinção entre ambas. Sabe-se apenas que para quaisquer aptidões são necessárias muita criatividade, domínio das técnicas de criação artísticas, desenvoltura para o desenho, a pintura e escultura, interesse por formas e cores, contando a habilidade motora e sensorial complemento da aguçada percepção. A frente de todos estes quesitos está sensibilidade para adentrar a alma, onde se dá a comunicação genuína do natural com o sobrenatural, do físico e virtual sem interferência alguma. Pode-se dizer que o artista é semelhante ao santo, nasce para a imaginação assim como o mártir para a missão.
- Liza venha depressa! Tua irmã apertou o pintinho com as mãos, o bichinho se encontra agonizando entre os seus dedinhos cheios de sangue.
- Luciana, cuide disto para mim, preciso terminar de ler o livro que professor Roberval deter¬minou, amanhã haverá arguição e depois preciso terminar de pintar o anjo.
Divinamente quem se enquadra à categoria de artista no sentido exato da palavra é a minha afilhada Monalisa não que a moça tenha cursado uma Academia de Artes Plásticas, mas o professor de Artes e História, da cidade do Sul Fluminense havia esgotado todos os recursos pedagógicos com a assistente. De fato ela tinha sobrepujado alguns mestres em teoria e prática, porém, não gostava do título propriamente dito, dizia ser uma pequena artesã, e sua modéstia atraia os clientes. A arte para Liza Roza, assim assinava seus trabalhos e o clã das Rosas tem um dom privativo, todos integrantes da família são envolvidos com a profissão direta ou indiretamente para deleite dos mais variados gostos.
O Atelier das Rosas no bairro nobre da cidade de Volta Redonda, o Laranjal em sua parte mais alta, entre jardins e arbustos no subsolo do casarão das Rosas, assim era conhecido o lugar de trabalho e moradia da professora Liza e seus irmãos Luna e Lázaro. Naquela redondeza tudo lembrava uma vila americana, o vilarejo fora construído para os nortes americanos que vieram ocupar os cargos de liderança na construção da Companhia Siderúrgica Nacional. O restante da cidade fora erguido para abrigar os trabalhadores braçais da CSN na década de 40, que a partir de então tivera crescimento galopante com as moradias padronizadas para abrigar os peões, o que deu origem a nova cidade ao Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro.
Além das dezenas de casarões com seus pomares, havia jardins floridos como nos melhores bairros do primeiro mundo, a própria residência era um cenário acolhedor e propício à inspiração dos artistas. Na varanda do sobrado uma trepadeira floria e perfumava a residência em quase todos os meses do ano, na sala de visita se dele não saísse verdadeiro recital restrito a família todas as manhãs, permanecia feito uma múmia o piano de caudas. Sem destoar do conjunto neste primeiro andar estava a sala de jantar e a outra mais intima onde se encontrava uma grande vitrola. A mansão não consiste somente nisso, seguindo ao pequeno corredor via-se o lavabo e a direita o escritório, na sequência o banheiro principal e a porta que levava a copa-cozinha. Mais retirado havia uma despensa acrescentando a ela a enorme área de serviço que leva a dependência de empregados. Os dormitórios se encontram no andar superior da casa e no último andar o sótão onde vive o pequeno Furacão e as traquinagens. A redondeza não se pode esquecer: na parte baixa do bairro inicia a Floresta da Cicuta, onde os meninos aos domingos após a missa nadam nas águas cristalinas e a noite os namorados fazem a festa. Por perto a fazenda Santa Cecília com uma infinidade de árvores frutíferas, com animais domésticos e pássaros exóticos. Andando alguns quilômetros, construído de madeira o acampamento central dos trabalhadores braçais. Na verdade este cenário destoa de uma imensa edificação, o Escritório Central, erguido para monitorar a empresa e a cidade toda.
Neste ambiente acolhedor os três irmãos dividiam