Presença Feminina
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Presença Feminina - Neyd Montingelli
1 - Frutos de amor
-Eram duas caveiras que se amavam.
-E à meia-noite se encontravam.
-Pelo cemitério os dois passeavam.
-E beijinhos então se davam.....
- Ai, páaara Vito. Você sabe que não é assim. Não tem nada de beijinhos. Fala direito, senão eu não vou mais brincar. - Resmunga a menina de tranças loiras, vestida com uma jardineira de bolas. - O Edinho sabe tudinho e não erra nada, mas você tem que fazer as gracinhas né? Depois você quer que eu vá brincar de polícia e ladrão né? Primeiro tem que fazer a brincadeira das caveiras, vamos, de novo.
O menino de cabelo espetado e camisa suja de terra, obedece às ordens da amiga e volta à brincadeira das caveiras. Desta vez fala corretamente a sua parte e bate com as palmas das mãos nas mãos dos amigos, entoando as rimas de Alvarenga e Ranchinho Romance de uma Caveira
, até o final. Não parecia entediado, apenas não aguentou a oportunidade de fazer uma trova toda sua com a amiguinha de infância, mudando o final para e beijinhos então se davam
.
Os três terminam a brincadeira de palmas e dão risadas gostosas, parabenizando-se por decorar a sequência das rimas. Saem abraçados, a menina magrinha ladeada pelo menino sujo de um lado e pelo menino limpinho e cheiroso de cabelo arrumado do outro.
Os três passam as tardes assim: brincando nas ruas tranquilas do bairro onde moram. Vicente tem 13 anos e mora na casa tipo sobrado da esquina; Marina tem 11 anos e mora duas casas depois; Edson tem 12 anos e a sua casa é a mansão de portões de ferro do outro lado da rua. Eles se conhecem desde pequenos e brincam por ali sempre juntos. A amizade é até um pouco estranha, pois não querem saber de outras crianças no meio. Eles se bastam. Brincam de casinha, de pega-pega, polícia e ladrão, desfile de modas, teatro, assistir TV, ler gibi, deitar na grama e adivinhar a forma das nuvens, ou simplesmente fazer nada.
Vito vem de uma família com muitas dificuldades. Em sua casa moram além dos pais e irmãos, também seus avós e duas tias. Marina tem uma irmã mais velha e o pai abandonou a família quando ela nasceu, mas a mãe trabalha bastante e consegue sustentar a casa até que bem. Os dois estudam na Escola Estadual da rua de baixo e vão a pé para a aula. Edinho vem de uma família de posses e está em uma ótima Escola Particular, para onde vai de motorista com a irmã menor. À tarde os três se encontram para as brincadeiras de crianças iguais.
Os três nasceram em abril e quando a família de Edinho faz a sua festa de aniversário, ele pede um bolo para cada amigo, e todos recebem parabéns, sopram velinhas e ganham presentes.
Eles ficam tanto tempo juntos e grudados que, se não fossem diferentes fisicamente, poderia se dizer que eram trigêmeos. Não se vê crianças com esta idade de mão dadas ou abraçadas, nem meninos de 12 e 13 anos cuidando de meninas de 11anos. Mas esses são diferentes.
Os pais do Edinho construíram um chalé ao lado da quadra de tênis dentro do terreno da casa, só para seus brinquedos e é para lá que os três vão quase toda tarde. Fazem as lições de casa, assistem TV, jogam vídeo game, cartas, jogos de todo tipo, brincadeiras e risadas. Tomam o delicioso lanche preparado pela avó do menino que adora ver aquela amizade e a educação daquelas crianças mais simples.
Os anos passam e as brincadeiras de roda são substituídas por jogos de adolescentes, músicas, filmes, dança, computador. A amizade continua a mesma. O amor é que começa a aparecer.
- . -
Vicente e Edson disputam a atenção de Marina no chalé. Ela fica horas assistindo as novelinhas da tarde, lê essas revistas de moças e suspira no pôster central; escreve poesias e tem um caderno secreto que não deixa os amigos verem. Eles ficam intrigados com essas atitudes.
-Por que a Maí está diferente? Será que ela está doente? – Pergunta Vicente ao amigo, enquanto observam Marina esparramada no tapete vendo TV, bem longe deles.
-Sei lá. Faz tempo que ela está assim. Perguntei para minha avó e ela disse que é coisa de mocinha. Ela disse que é para ter paciência que logo vai passar. Vai ver é assim mesmo.
Os dois olham a amiga apaixonadamente. Realmente era coisa de mocinha, pois aquela menina que brincava com eles estava agora transformando-se em moça. Os cabelos loiros antes presos em tranças ou rabicós, agora viviam soltos e eram sedosos e lisos, bem aparados. As pernas finas com aquele joelho enorme agora eram roliças e bem torneadas. Estavam aparecendo bem sob a calça justa preta. Eles nunca perceberam que ela tinha bumbum! Mas lá estava, redondo e no tamanho certo. A calça justa mostrava.
Marina, deitada de bruços, a cabeça apoiada nos braços, com os lindos cabelos cobrindo um ombro, a camiseta larga deixando um pedaço das costas de fora era uma bela visão. Os dois jovens estavam ali, olhando, admirando a beleza, completamente absortos.
A mocinha pressente os olhares e levanta a cabeça:
-Me chamaram?
Os dois ficam envergonhados e não sabem o que falar. Gaguejam e começam a mexer nas peças do jogo e nas revistas, feito bobos.
-Credo! Estavam falando besteira e eu peguei no flagra né? Podem continuar, não vou ouvir.
Os dois se olham e nada falam. O silêncio diz tudo. Vicente continua com seu desenho e Edson levanta-se e vai até a cozinha buscar um lanche. Edson sempre sai quando a situação entra em conflito. Ele não consegue enfrentar nada. Vicente termina seu desenho e chama Marina para ver. Ele sempre desenhou muito bem e o desenho é dela, deitada ali no tapete vendo TV.
-Que lindo Vito. Parece uma pintura. Você é um artista. Você devia pintar quadros, não acho que você devia fazer essas revistas em quadrinhos ali ó, que o Edinho lê. – Marina agarra o amigo e lhe dá um grande beijo no rosto.
Neste instante Edson está entrando no chalé com a bandeja do lanche e quase a deixa cair ao ver a cena do beijo.
-O que é esse agarramento? Me ajude aqui.
-Está com ciúmes? Eu agarro você também. - Ela o abraça e dá-lhe um beijo na bochecha.
O mal-estar já some e os três já passam a saborear o delicioso lanche que a avó de Edson preparou. Isto, como sempre, regado a risadas e conversas divertidas.
No final da tarde, os dois ladeiam a amiga e a escoltam até o sobrado. Muitos beijos até a despedida e cada um vai para a sua casa.