Desafios De Confinamento
De Luiz Argollo
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Desafios De Confinamento - Luiz Argollo
Prefácio
Conheci o Luiz em 1981 quando entrei na Faculdade Cásper Líbero para cursar jornalismo. Estávamos na mesma turma e logo nasceu uma amizade e parceria. Também se juntou a nós o Omar Abujamra, assim estava formado o trio que tinha a maior vivência da classe, tanto pela idade como pela experiência profissional de cada um.
Depois de formados, Luiz e eu, chegamos a trabalhar juntos na área de assessoria de imprensa institucional. Por estes mistérios do destino ficamos sem nos comunicar por longos anos, acho que mais de 20.
Um dia, para minha surpresa, recebo um telefonema dele (maravilhas do Facebook e da internet) e resgatamos nossa amizade, mas encontrei um Luiz diferente, renovado e com um dom especial: o da palavra.
Passei a receber suas reflexões e mensagens diárias. Textos escritos não com palavras comuns, mas aquelas que nos tocam e acrescentam um valor inestimável a nossa existência.
Neste particular momento de isolamento social, todos nós temos angústias emocionais e buscamos ajuda para encontrar nossas próprias explicações e algum consolo. Necessitamos para isto de um guia e amigos.
Em "Desafios de Confinamento", seu novo livro, Luiz nos dá a oportunidade, à luz da espiritualidade, de termos uma referência e tomar consciência de quanto ainda precisamos nos aprimorar para encontrar o equilíbrio que nos permitirá superar as provações mais duras, como esta que afeta toda a humanidade: a COVID-19.
Destaco dois capítulos do livro: Amizade é alavanca para o progresso humano
e Amigo é joia rara
. Acredite... São os amigos que tornam nossa caminhada menos dolorosa, são tesouros ocultos – vamos usufruir desta riqueza.
Com carinho e admiração.
Marcia Vairoletti
Agradecimento
A ideia de construir as reflexões que fundamentam o livro surgiu dos inúmeros questionamentos de vários conhecidos e amigos, preocupados com a situação inusitada que estavam vivendo e, na sua maioria, demonstrando que estavam prestes a desacreditar de tudo, como se o confinamento que viviam fosse o fim de seus mundos particulares e não parte deles.
Como tenho uma visão diferente do que imaginavam, ouvi muitos e ponderei que qualquer crise existencial que tenhamos de viver está prevista em algum lugar dos nossos inconscientes, pedindo, clamando, que todos nós tenhamos coragem e competência para entender seus recados e tomar as atitudes pertinentes visando superar a atual provação, que não foi a primeira nem será a última para muitos de nós.
Diante de tantos questionamentos, alguns aflitos por uma resolução rápida, segura e sem dores, eu tomei a decisão de escrever estas linhas, baseando o andamento em inúmeros fatos vividos e relatados, portanto, estou profundamente agradecido a todas essas pessoas que direta ou indiretamente são os verdadeiros protagonistas desafiadores de um confinamento.
Estendo minha gratidão a todos que participaram dos processos de criação, elaboração e divulgação desta obra, aqueles que revisaram, diagramaram, editaram e produziram, aos leitores que terão a oportunidade de conhecê-la e, principalmente, aqueles que estarão na linha de frente comercializando o resultado desse trabalho.
Com a consciência de que será impossível nominá-los, quero prestar uma homenagem à altura do agradecimento profundo que tenho, na figura da minha grande amiga, economista e jornalista Márcia Vairoletti, que prontamente atendeu meu convite para elaborar o prefácio desta obra, fato que me deixou extremamente feliz. Sintam-se, todos, gratificados pela atenção e carinho demonstrados.
Creio, profundamente, que ao sair desta fase, todos nós estaremos mais fortalecidos e, espero que, individualmente, tenhamos a atitude de reformular nossos passos, reavaliar conceitos e preconceitos, nos aproximando mais das verdades que nos orientam e que fazem tanta falta em nosso aprendizado.
Que nos aproximemos mais da energia criadora que rege o Planeta onde nos encontramos e que ela seja impulsionadora do nosso eterno, necessário e profundo bem estar.
Obrigado!
Luiz Argollo
Prólogo
Pandemia, quarentena, confinamento são temas antigos que pareciam fora de moda, distantes da realidade de muita gente no Planeta Terra. Entretanto, como se estivessem saltando das telonas dos cinemas ou do túnel do tempo, invadiram o espaço terreno e provocaram uma mudança radical nos costumes humanos, destruindo maneiras de seres humanos encarar a própria existência.
Como era natural em qualquer sociedade, um número considerável de pessoas tinha o hábito de ir e vir, a qualquer hora do dia e da noite, sem obstáculos e em qualquer direção, não tendo a necessidade de dar satisfações a quem quer que seja ou temer que algo pudesse lhes acontecer no trajeto, tampouco enfrentar barreiras colocadas pelas autoridades locais para impedir que transitassem aleatoriamente.
Pelas características da Terra, espaço onde nos encontramos, deveríamos estar preparados para viver momentos e situações imprevisíveis e, com determinação e empenho, colocarmos em prática os ensinamentos adquiridos ao longo desta e de outras jornadas.
A teoria, no entanto, estabelece alguns pressupostos que parecem estar muito longe da realidade de muitas pessoas e, em variadas situações, colocam em dúvida sua compreensão e certezas.
Nesta análise, quando aconteceu a chegada do Sars-CoV-2 nesta parte do ocidente, março de 2020, embora com algumas informações muito detalhadas de seus efeitos e consequências, amplamente divulgadas por países asiáticos e europeus, que já vinham passando por situações iguais anteriormente, muita gente ficou atônita, atordoada mesmo, com os procedimentos aconselhados, num primeiro momento pelos organismos de saúde para evitar sua propagação no nosso meio.
As medidas eram inflexíveis, duras demais para quem estava acostumado a transitar por todos os lugares, sem pedir licença a quem quer que seja. A orientação, a princípio, sofreu uma rejeição sem precedentes, sob a argumentação de que o vírus não existia, era uma ilusão ou devaneio de algum maluco ou invenção de potências mundiais, cuja intenção era escravizar ainda mais países do Terceiro Mundo.
As medidas restritivas de locomoção, continuamente ao impedimento de comércio, indústria e setor de prestações de serviços gerais abrirem seus negócios e manterem em funcionamento, obrigou muita gente a criar alternativas para continuar sobrevivendo, surgiram os home office, trabalho realizado dentro de suas casas e escritórios, além de outros mecanismos criados especialmente para driblar as restrições.
Fiquem em casa - saiam somente se for imprescindível
era o slogan principal. O que se observou, em seguida, foi a necessidade de se ajustar às recomendações, notadamente quando pessoas próximas foram infectadas, hospitalizadas e muitas morreram em consequência da ação do COVID-19.
Os que estavam atentos e dispostos a adotar as medidas de contenção, foram aos poucos mudando hábitos, revendo procedimentos. As escolas foram fechadas, o comércio e praticamente todos os estabelecimentos que prestavam algum tipo de serviço da mesma forma.
Deixando de lado alguns serviços essenciais, como hospitais, enfermarias, policias, bombeiros, lixeiros e afins, que continuaram trabalhando para atender suas demandas em razão de sofrerem um aumento considerável, outros adotaram plantões a distância oferecendo serviços a partir de suas casas, sem aglomerações e com todos os cuidados recomendados para a prevenção.
As economias sofreram uma queda terrível, os governos tiveram que adotar planos emergenciais para produzir renda mínima para segmentos menos favorecidos, os empresários ficaram revoltados porque viram suas rendas diminuírem a patamares nunca imaginados, enfim, praticamente tudo mudou nos países num curto espaço de tempo.
As compras online, antes uma opção conveniente, mas pouco utilizadas, passaram a ser feitas por muitas pessoas que desconheciam seu funcionamento, em consequência, explodiu o número de prestadores de serviço de entrega em residências, alimentando uma pequena parcela de trabalhadores que tinham tido suas atividades de origem suspensas temporariamente e, de repente, foram inseridos numa função que já existia e nem sempre tinha uma demanda tão significativa.
Por outro lado, as pessoas que tiveram que ficar em casa abruptamente, foram obrigadas a reinventar suas vidas, tentando ocupar um enorme espaço vazio nos dias que se seguiram.
Projetos engavetados foram retomados ou passaram por revisão, antigos manuscritos foram devidamente atualizados e colocados em função dos objetivos previstos, telas inacabadas começaram a tomar novos formatos, enfim, alguns viram a possibilidade de ganhar algum dinheiro fabricando máscaras, roupas adequadas para profissionais que estavam na linha de frente e, dependendo da formação das pessoas, outras criações vieram à tona para preencher algumas demandas específicas.
Em todo este processo de adaptação, as pessoas procuraram se reinventar e encontrar outras motivações para seguir suas vidas, sem entrar em crise e, principalmente, se sentindo útil.
O maior aprendizado embutido nesta Pandemia é a necessidade que os seres humanos têm de estarem preparados e conscientes de seus atos, além de trabalharem internamente uma disposição incomum para mudar hábitos arraigados.
A quantidade de pessoas que pereceram aumenta a cada dia numa escala geométrica e, para sobrevivermos dignamente, será necessário cumprirmos à risca as recomendações que foram dadas.
Enquanto isso, aguardamos que os pesquisadores continuem o trabalho de descoberta dos mecanismos de defesa, os antídotos possíveis para conter esse vírus e produzam, o mais rápido possível, as vacinas e os medicamentos necessários para proteger a população mundial.
A luta insana pela sobrevivência continua e esperamos que o Criador dê uma trégua, afinal, a razão disso tudo, segundo vários princípios religiosos é que as pessoas sejam mais solidárias, mais amáveis, menos egoístas e vibrem numa faixa vibratória mais tranquila, de paz e amor. Esperamos que as pessoas tenham apreendido algo útil e estejam mais fortalecidas para seguirem seus destinos...
A bruxinha amiga
Uma personagem com estas características fez parte dos sonhos e devaneios de muita gente, poucos tiveram a oportunidade de conviver com um Ser deste porte...
.
Nasceu Sumaya, com o estigma de superdotada e parecia se sentir extremamente confortável e feliz quando assustava as pessoas ao seu redor com suas previsões futuristas. Embora pouco acostumados com suas manifestações, muitos a consideravam fantástica, extraordinária. Ela era o máximo.
Não era necessário forçar nada, a impressão que passava é que ela estaria conectada em outro plano de vida mais elevado, lendo as informações em um script imaginário que só ela tinha conhecimento e acesso. Mais do que obrigação ou dever, entendia que era sua função repassar as informações de forma clara e transparente.
Com absoluta convicção, ela relatava a todos ao seu redor que uma pessoa distante bateria à porta em alguns minutos e que era necessário estar preparado para recebê-la, pois viera de muito longe, estaria cansada e trazia uma notícia importante e aguardada para o bem-estar geral.
Cenas virtuais dantescas faziam parte de suas vivências e impressionava até aos mais incrédulos, muitos em algum momento chegaram a duvidar do que estavam ouvindo e, quando foram envolvidos na trama que se desenrolava, acabavam se rendendo às totalmente evidências.
O que traduzia as ações virtuais era a imensa capacidade de desdobramento que a jovem tinha, ou seja, estava em mais de um plano simultaneamente, e como conseguia compreender este posicionamento e estava preparada para ser um instrumento fiel das realidades envolvidas, exercitava seu papel divinamente, digna de elogios até dos mais céticos.
Em outros momentos, também de forma descontraída e cheia de estilo, informava a quem quisesse ouvir que um fato inusitado aconteceria na rua próxima à sua casa para deleite da maioria dos plebeus que transitavam por ela naquele momento.
Numa destas situações, um caminhão cheio de vassouras de bruxa, aquela bem encorpada, virou espetacularmente e despejou a carga por grande parte da via pública.
Como era conhecida como bruxa, o sentido real do apetrecho que se espalhou era usado por ela em muitas situações para visitar seus parentes e amigos, ainda que virtualmente.
Mas não era só de frivolidades e coisas sem noção que Sumaya se ocupava. Embora muito jovem, era conhecida e respeitada como a médium que enxergava longe e era capaz de relatar o tamanho dos problemas daqueles que insistentemente iam ao seu encontro como último refúgio e desesperadamente pedindo ajuda.
Suas palavras de conforto significavam um enorme alívio para as pessoas que a procuravam. Muitas