Cemitério Horizontal – Poluição do solo e água subterrânea: diagnóstico do meio físico para enquadramento nos parâmetros da Resolução do CONAMA nº 335/03
()
Sobre este e-book
Relacionado a Cemitério Horizontal – Poluição do solo e água subterrânea
Ebooks relacionados
Narrativas da Educação Ambiental e do Ambientalismo em um Contexto Histórico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstudos em Hidrogeografia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÍndice de pegadas ambientais integradas (IPAI): Modelo e Validação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Antropoceno e a (in)justiça ambiental: os efeitos do mercúrio causados pelo garimpo nos guardiões da floresta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÁgua: Por uma nova relação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO antropocentrismo e a atual crise ecológica: guerra do ser humano contra a natureza e contra si mesmo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação Ambiental na Educação Profissional e Tecnológica: práticas no âmbito do IFPB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGeografia das águas e geopolítica local: o caso da seca no norte do Estado do Espírito Santo (Brasil) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGlossário De Meio Ambiente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação, meio ambiente e saúde: Escritos científicos do extremo sul do Piauí – Volume 2 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTurfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: Serviços Ecossistêmicos Interações Bióticas e Paleoambientes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireitos Humanos e Desenvolvimento: O Caso de Belo Monte Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contribuição à cartografia geotécnica no município de Teresina-PI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSustentabilidade: Muito Ainda Por Dizer... Nota: 5 de 5 estrelas5/5Rejeitos: Vidas Marcadas pela Lama Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEtnoecologias quilombolas e ribeirinhas: práxis na paisagem e saberes ambientais na Mata Atlântica e Amazônia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRecursos Hídricos: percepção de Estudantes e Veiculação da Temática em Livros Didáticos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Recursos Hídricos em Minas Gerais: Bacia Hidrográfica do Rio Mucuri Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolíticas públicas em educação e meio ambiente: Visões interdisciplinares Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnsino de História em Rondônia: Experiências e Perspectivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma Geografia Que Gosto De Fazer... Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO direito humano ao meio ambiente saudável nas Cortes Internacionais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Educação ambiental e a "comvivência pedagógica":: Emergências e transformações no século XXI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNegando a Negação: Arquivos e Memórias sobre a Presença Negra em Uberaba-MG Nota: 0 de 5 estrelas0 notasArapiuns+5: O Ordenamento Territorial Incompleto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTemática Ambiental, Educação Ambiental e Ensino: dos Limites da Lógica Formal à Necessidade da Dialética Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCursinhos Alternativos e Populares: Geografia das Lutas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFauna e Flora do Parque Estadual Mata São Francisco: norte do Paraná Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolítica Ambiental de Educação: em processo... Rio Grande do Sul - Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ciências Sociais para você
Um Poder Chamado Persuasão: Estratégias, dicas e explicações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo sobre o amor: novas perspectivas Nota: 5 de 5 estrelas5/5As seis lições Nota: 3 de 5 estrelas3/5Detectando Emoções: Descubra os poderes da linguagem corporal Nota: 4 de 5 estrelas4/5Liderança e linguagem corporal: Técnicas para identificar e aperfeiçoar líderes Nota: 4 de 5 estrelas4/5Coragem é agir com o coração Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Prateleira do Amor: Sobre Mulheres, Homens e Relações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Segredos De Um Sedutor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPele negra, máscaras brancas Nota: 5 de 5 estrelas5/5A ralé brasileira: Quem é e como vive Nota: 4 de 5 estrelas4/5Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como Enfrentar O Transtorno Opositivo Desafiador Na Escola Nota: 1 de 5 estrelas1/5Manual das Microexpressões: Há informações que o rosto não esconde Nota: 5 de 5 estrelas5/5Psicologia Positiva Nota: 4 de 5 estrelas4/5A perfumaria ancestral: Aromas naturais no universo feminino Nota: 5 de 5 estrelas5/5Verdades que não querem que você saiba Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo Melhorar A Sua Comunicação Nota: 4 de 5 estrelas4/5Quero Ser Empreendedor, E Agora? Nota: 5 de 5 estrelas5/5Seja homem: a masculinidade desmascarada Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Criação do Patriarcado: História da Opressão das Mulheres pelos Homens Nota: 5 de 5 estrelas5/5A máfia dos mendigos: Como a caridade aumenta a miséria Nota: 2 de 5 estrelas2/5Segredos Sexuais Revelados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Ocultismo Prático e as Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria Nota: 5 de 5 estrelas5/5O que é o luto: Como os mitos e as filosofias entendem a morte e a dor da perda Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pertencimento: uma cultura do lugar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs homens explicam tudo para mim Nota: 5 de 5 estrelas5/5Democracia, o Deus que falhou Nota: 3 de 5 estrelas3/5O Código Dos Homens Nota: 5 de 5 estrelas5/5Por que lutamos? Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de Cemitério Horizontal – Poluição do solo e água subterrânea
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Cemitério Horizontal – Poluição do solo e água subterrânea - Marcelo Mauri da Cunha
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA E ESTADO DA ARTE
1.1 CEMITÉRIOS
A palavra cemitério, derivada do grego kimitírion, dormitório
, pelo latim coemeteriu, significava o lugar onde se dorme, quarto, dormitório. Esse significado é explicado pela mitologia grega, segundo o qual dormir (perder o conhecimento ou a consciência) é algo decidido por Hipno, deus grego do sono, o qual não tem o poder de despertar. Hipno, de acordo com os gregos, era irmão gêmeo de Thanatos, o deus da morte (PACHECO, 2012).
A prática de sepultar cadáveres é algo que acontece desde a Idade Média, a qual significa uma aproximação entre os corpos. Visto que era um período de inúmeras epidemias, muitos vitimados por doenças contagiosas eram enterrados em locais abertos e de maneira imprópria, o que acabou ocasionando a disseminação de agentes patogênicos. Por razões de saúde pública, foram implantados os cemitérios, sendo, então, proibido o sepultamento em locais impróprios, como terras de famílias ou igrejas (BIANCHINI et al, 2014). Como a maior parte dos costumes, com o passar do tempo, o ato de enterrar se tornou um tabu e foi inserido nas regras religiosas dos povos (FELICIONI; ANDRADE; BORTOLOZZO, 2007).
Os cemitérios podem ser considerados monumentos à memória daqueles que morreram, que os vivos fazem questão de perpetuar. Nessa esteira, esse tipo de construção adquiriu a condição de inviolabilidade no que tange à pesquisa científica nos seus diferentes aspectos (MATOS, 2001).
Os tipos de cemitérios, bem como suas definições, estão presentes na Resolução do CONAMA nº 335/03, art. 2º, inciso I:
I - Cemitério: área destinada a sepultamentos;
a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os tradicionais e o do tipo parque ou jardim;
b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão, e de pequenas dimensões;
c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos; e
d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.
Sendo os cemitérios repositórios de cadáveres, laboratórios de decomposição de matéria orgânica, eles apresentam sérios riscos e devem ser controlados por meio de projetos adequados de implantação e operação. Só assim será possível garantir a decomposição normal de corpos, evitar sua conservação (saponificação e mumificação) e a consequente contaminação do meio ambiente (PACHECO, 2012).
Nos cemitérios horizontais, os sepultamentos podem ser realizados de duas formas: inumação ou tumulação. Ambas as técnicas têm como base enterrar o cadáver abaixo do nível superficial do solo. A principal diferença consiste no fato de que, na primeira técnica, não há construção tumular, sendo disposto o corpo diretamente no solo; no segundo caso, há construções de alvenaria ou concreto na forma de caixas retangulares, em tese seladas, de forma a isolar os odores oriundos da decomposição dos corpos.
Especificamente quanto aos cemitérios horizontais, Bianchini et. al. (2014) afirma que essa tipologia apresenta algumas desvantagens, tais como a possível contaminação das águas subterrâneas e superficiais, a ocupação de grandes áreas, o alto custo de construção e manutenção devido à preocupação estética, a interferência direta na estética urbana ou do local onde se encontra e a possível proliferação de insetos e animais que podem transmitir doenças, como mosquitos, escorpiões e baratas.
1.1.1 Necrochorume: produção e composição
A morte de um indivíduo é um processo que tem início com graduais e irreversíveis modificações no corpo. Essas alterações dependem de fatores intrínsecos, próprios da constituição anatômica e de possíveis comorbidades existentes em vida, e de fatores extrínsecos, próprios do ambiente em que o cadáver permaneceu.
O tempo de decomposição de cadáveres é relacionado à temperatura ambiente, à causa mortis e às condições de acondicionamento. Entre as várias divisões do processo de decomposição, uma das mais conhecidas é a de Bornemissza (1957), que observou cinco fases: decomposição inicial (0-2 dias), putrefação (2-12 dias), putrefação escura (12-20 dias), fermentação (20-40 dias) e seca (40 a 50 dias).
A decomposição apresenta diferentes estágios com características específicas, sendo eles: fresco, inchaço, decomposição ativa, putrefação e esqueletização (MÉGNIN, 1894, apud MARTINS, 2009):
- o estágio fresco tem início no momento da morte, por meio das atividades de bactérias no interior do corpo (Figura 1A);
- o inchaço ocorre a partir da produção de gases por bactérias intestinais que inflam o corpo; há um aumento na temperatura corporal devido à atividade de larvas que se alimentam de tecidos moles (Figura 1B);
- a decomposição ativa inicia-se por meio do rompimento do tecido externo devido à ação das larvas, permitindo a saída dos gases e, consequentemente, o esvaziamento do corpo (Figura 1C);
- a putrefação caracteriza-se por uma redução da atividade dos insetos, devido ao fato de que a maior parte da biomassa já foi consumida e a carcaça fica reduzida a pele e cartilagem (Figura 1D);
- na esqueletização ocorre o ressecamento total da carcaça, restando apenas pelos e ossos (Figura 1E).