A Cura Da Depressão E Da Ansiedade Baseado Em Fatos Reais
De Edy Pereira
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A Cura Da Depressão E Da Ansiedade Baseado Em Fatos Reais - Edy Pereira
"Que somente as verdades aqui sejam ditas.
Nada além da verdade!"
905232
Pereira, Edy
A cura da depressão e da ansiedade / Edy Pereira.
— São Paulo, SP: Mercosul Editora e Treinamentos, 2022
ISBN 978-85-905232-4-6
1. Parapsicologia, 2. Ocultismo, 3. Espiritismo
Site para aquisição do livro:
www.escritoredypereira.com
E-mail do autor:
escritoredypereira@gmail.com
Sumário
Introdução
1. Definição: A depressão
2. Quando surge a depressão
3. Depressão necessária
4. Comportamental: Pensamentos
5. Comportamental: Aspectos negativos que desencadeiam a depressão e os conceitos morais
6. Comportamental: Aspectos positivos
7. Comportamental: Mudanças
8. Tratamento e cura
9. Medicinas alternativas
10. A ansiedade e suas enfermidades
Bibliografia
Introdução
Este livro é baseado em fatos reais de minha vida, quando sofri de depressão dos 25 aos 42 anos. Foi uma época em que pouco se falava abertamente sobre a depressão; comentava-se que o tratamento médico psiquiatra era para pessoas com problemas mentais e que o doente era tratado com um enorme coquetel de remédios.
Infelizmente, até os dias de hoje existem muitas pessoas que ainda pensam desta forma, principalmente aquelas que vivem mais isoladas, fora dos grandes centros urbanos e em famílias desestruturadas, com pouco acesso às informações ou diálogos.
Devido a este longo período com a enfermidade e a minha dedicada vida acadêmica, aprofundei-me no conhecimento sobre a depressão.
Todos meus estudos, por vários anos de pesquisa, foram baseados na filosofia mitológica, científica, religiosa, na psicologia e na medicina.
A conclusão a que cheguei é que a depressão é necessária e tem cura.
Para melhor compreendermos a depressão e seus efeitos, precisamos ter uma noção maior da essência do ser humano, da vida, do autoconhecimento de nossa formação e de nossos comportamentos perante a vida e o mundo.
Descreverei, a seguir, alguns fatores que compõem esta essência maior do ser humano. Primeiramente, vejamos o que a filosofia antiga tem a nos dizer e seus ensinamentos.
Temperamento
No dicionário, a palavra temperamento é definida como estado fisiológico ou constituição particular do corpo; o conjunto de traços psicofisiológicos de uma pessoa e que lhe determinam as reações emocionais, os estados de humor, o caráter; índole, feitio, têmpera.
A palavra temperamento se origina do latim temperamentum
e significa mistura em proporções
Hipócrates, há mais de 2.000 anos, definiu o alicerce de nossa personalidade em Temperamento. Dividiu os seres humanos em quatro grupos distintos classificando-os segundo seus temperamentos: cada pessoa pertence a um dos quatro grupos e possui uma mescla dos outros dois ou três, cada um em maior ou menor mescla; não existe um temperamento puro, mas um tipo será sempre dominante.
Portanto: Temperamento é o conjunto de inclinações que existe dentro de cada ser humano, ou seja, cada pessoa já nasce com um determinado temperamento. Ele é o alicerce principal de nossa personalidade, é a forma dos valores que defendemos, da nossa visão de mundo, inclui a forma favorita de perceber as coisas, de fazer escolhas e de nos relacionarmos com outras pessoas.
É interessante identificar e conhecer um pouco mais sobre nosso temperamento. Podemos aprender, a partir daí, a trabalharmos nosso Eu interior, realçando nossos pontos positivos e procurando melhorar os pontos negativos, identificando o porquê de agirmos de uma determinada maneira.
Os estudos apresentados por Hipócrates, também citados por Platão e Aristóteles, concluem que o ser humano é realmente dotado de conjuntos naturais inatos, já nascemos com um temperamento, ou seja: o fator temperamento está presente em nosso código genético, nada mais é que o fator energético identificador da formação da natureza dos seres, de suas personalidades, dos seus psiquismos (psiquê), dos seus emocionais, dos seus racionais e de suas consciências.
Apenas como fato de curiosidade nestes estudos, gostaria de salientar que, diretamente relacionada ao temperamento, destaca-se a Vocação, que é a inclinação para exercer determinada profissão, atendendo a visão de mundo que as pessoas possuem na busca da realização pessoal, o que inclui a satisfação profissional. Somos mais bem sucedidos e felizes quando escolhemos carreiras em acordo com nosso temperamento e habilidades.
O temperamento forma a personalidade e o caráter de cada pessoa mas, antes de definir estas duas características, gostaria de enfatizar a imagem do Eu interior, que julgo um fator muito importante na concentração da energia vital no fortalecimento dos sentidos de cada um de nós.
Eu interior
Seis sugestões para trabalharmos o fortalecimento de nosso Eu interior:
Entenda seu próprio ser, conheça-se mais.
Aprenda a se respeitar e se aceitar, não seja muito crítico a seu respeito.
Não diga Eu não estou conseguindo lidar muito com isso
. Se você está se sentindo desse ou daquele jeito, então é assim que você se sente e pronto! Não se julgue, senão não conseguirá aprender nada.
Analise bem todas as situações em que está comprometido.
Descarte os velhos conceitos que não lhe servem mais. Não se apegue, desenvolva o lado positivo.
Evite o escapismo. Não fuja de seus objetivos e responsabilidades, faça!
A Personalidade
Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de conjunto das características marcantes de uma pessoa
.
O Caráter
Caráter é o conjunto de hábitos que se formam no decorrer do processo de socialização. É a forma como expressamos o aprendizado e as normas de conduta do meio em que vivemos.
É a demonstração exteriorizada de nossa adaptação nos relacionamentos pessoais, profissionais e com a sociedade; é o nosso comportamento instituído nos relacionamentos humanos da moral e da ética.
Na moral, é a forma como interiorizamos um conjunto de crenças, princípios, normas e regulamentos. Na ética, é a nossa validação e aplicações dos valores morais.
No mundo existe uma variação muito grande de vários tipos de sociedades com suas normas de conduta e ética; citamos o caso de algumas sociedades que autorizam o homem a casar com mais de uma esposa.
Não julgarei aqui o mérito de qualquer sociedade e seus princípios, cabe a cada uma delas analisar a fundo estes princípios e ir evoluindo com o passar dos tempos.
O que devemos realçar é o caráter do homem perante o seu semelhante e a natureza, que constituem o meio para a vida.
Relacionamentos pessoais
Outro fator influenciador nos desajustes do comportamento humano, gerador das tensões e pressões em nossas vidas, são provocados pelas situações emocionais que surgem dos contatos pessoais, ligados à família, à vida conjugal, à vida profissional, à vida social e às amizades.
Os relacionamentos põem à prova a mente e o caráter das pessoas; porém, nessas provas, o caráter é desenvolvido e aperfeiçoado. À medida que amadurece, a pessoa aprenderá ao longo do tempo alguma coisa de cada situação conflitante que se desencadeará.
A teoria da psicologia nos relacionamentos demonstra que as pessoas são de naturezas diferentes e, portanto, adaptadas a estilos de vida, métodos de aprendizagem, métodos de comunicação, hábitos emocionais, a interesses e deveres e a papéis sociais muito diferentes.
Nosso maior desafio é aprender como conviver com o nosso semelhante, o primeiro passo para que isto aconteça é destacar a importância do autoconhecimento, da autocompreensão e do autocontrole.
Este autoconhecimento pode, ou pelo menos deve, proporcionar uma maior tolerância no julgamento, ou identificação do motivo que leva a outra pessoa a demonstrar tal comportamento.
A autocompreensão enfatiza o ato de saber onde estão localizados os nossos defeitos no relacionamento com os outros, colocando à prova a nossa habilidade de lidar harmoniosamente com os demais.
O aprendizado é caracterizado pelas tensões ocorridas em problema de ajustamento presente nos relacionamentos.
O relacionamento entre as pessoas é baseado no respeito mútuo, na confiança, na simpatia, na compreensão, na afeição, na consideração, na cumplicidade e no companheirismo.
Sugiro para aqueles que gostariam de saber mais profundamente sobre nossos temperamentos individuais o livro O que gostaríamos de saber sobre vocações profissionais e relacionamentos pessoais
.
Capítulo 1
Definição: A depressão
Em nosso cérebro há mensageiros químicos chamados neurotransmissores, os quais transmitem estímulos neuronais de um neurônio para outro, que atuam na emoção.
Fisiologicamente, o mal se manifesta quando há uma alteração na comunicação entre as células cerebrais, os neurônios, causado por um desequilíbrio químico-fisiológico. Essa comunicação é realizada por substâncias chamadas neurotransmissores. No caso da depressão, são importantes duas dessas substâncias: a serotonina e a noradrenalina. Elas estão envolvidas em todos os processos responsáveis pelos sintomas do desequilíbrio emocional.
As pessoas com depressão podem ter alterações na quantidade de alguns desses neurotransmissores e, quando isto ocorre, o estado de abandono da vida, o estado de uma tristeza injustificável, a falta de vontade de viver, de se cuidar, de interagir social e afetivamente se instalam mais facilmente e os pensamentos negativos começam a ser automatizados. Dessa forma, os neurotransmissores que propagam a alegria e o bem-estar se encontram em um número muito reduzido.
Emoções como raiva, alegria, tristeza são comuns ao ser humano diante das situações da vida.
Constituem aquilo que denominamos de sofrimento existencial.
Na depressão, entretanto, a principal característica é justamente o desconhecimento do motivo que leva à tristeza.
Talvez o máximo que o deprimido consiga dizer é que tudo o deixa triste
.
A depressão não surge por acaso, nem de um momento para o outro.
Ela se desenvolve quando a pessoa se encontra diante de situações para as quais não encontra solução, resultando num sentimento de total impotência, de inércia e abandono de seus desejos, metas e ideais.
Situações como modo de encarar a vida, de forma pessimista, negativista, estresse e o ódio; problemas sociais como desemprego, solidão, morte de parentes, separação conjugal, perda de emprego, aposentadoria, crescimento e emancipação dos filhos e sobrecarga de trabalho, dentre outros, podem levar a estados depressivos.
O processo depressivo afeta de diferentes maneiras o humor, o pensamento, as funções corporais e o comportamento de uma pessoa.
Na depressão, o pensamento se torna negativo em relação a si mesmo, ao presente e ao futuro. A pessoa deprimida tem dificuldades para se concentrar e memorizar e, com frequência, tem problemas para tomar decisões. À medida que a depressão vai se tornando mais grave, pode ocorrer o sentimento de menosprezo e desespero. As pessoas que pensam que a vida não vale mais a pena ser vivida podem apresentar ideias suicidas.
O desequilíbrio das funções tireoidianas; as mudanças orgânicas causadas pela menopausa e pela andropausa; o câncer; o abuso do álcool e as doenças cardiovasculares, contribuem de maneira vigorosa para a presença da depressão, que tende a agravar-se conforme o tratamento ou não que se lhe ofereça.
A depressão pode ocorrer em qualquer idade; a falta de carinho e atenção pode causar depressão.
Muitas vezes, se a pessoa está com a autoestima baixa, sem autoconfiança, desanimada, desinteressada, sem prazer na vida e sente que alguém se interessa por ela, sua imunidade melhora muito. O ser humano precisa se sentir reconhecido; sem isso, começa a sentir uma sensação de vazio e angústia.
A pessoa deprimida sabe e tem consciência das coisas boas de sua vida, sabe que tudo poderia ser bem pior; apesar de saber disso e não desejar estar desta forma, continua deprimida e sem poder de reação em quase sua totalidade.
A depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si própria e como pensa sobre as coisas.
Quando a depressão se manifesta, ela paralisa o viver de uma pessoa, levando-a a estados de profunda dor, tristeza, desalento e com quase nenhuma capacidade de reação a este estado de morbidez a que o indivíduo se arremete.
A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres e para quase nada na vida; de pouco adiantam os conselhos para que passeie, para que encontre pessoas diferentes, para que frequente grupos religiosos ou pratique qualquer atividade diferenciada que, normalmente, pode nos dar algum prazer. Não há este encontro de interesses na pessoa depressiva.
A depressão, simbolicamente, é um retorno
ao colo, isto é, ao aconchego materno. O depressivo se coloca num estado no qual o carinho e o colo de alguém é visivelmente desejado. Sua carência o transforma numa criança medrosa, que não vê saída diante de um obstáculo intransponível.
A tristeza é um estado de espírito que condiciona a pessoa ao pessimismo, ao negativismo, ao derrotismo, bem como a uma expectativa de insucesso constante diante dos mínimos desafios.
O estado pré-depressivo pode ocorrer nos casos de vida solitária, isolamento social progressivo, tristeza constante com consequente irritação, falta de objetivos concretos na vida, sentimento de rejeição e desamparo, execução de atividades rotineiras sem motivação, convivência com doença crônica e com doentes depressivos, frustração profissional, dificuldades financeiras, falta de lazer, relações familiares instáveis e relações amorosas complexas, dentre outros.
A Organização Mundial da Saúde - OMS prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030. Atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do problema.
A depressão representa um dos males mais comuns da era moderna, mas já é conhecida desde a antiguidade. É um mal que acomete homens, mulheres e crianças, de todas as etnias e classes sociais; entretanto, é mais comum nas mulheres.
A depressão é um mal caracterizado por um estado de humor deprimido. A pessoa fica angustiada, desanimada, sente-se sem energia e com uma tristeza profunda, às vezes acompanhada de tédio, indiferença e um grande desamor por si mesma.
Quando os