O Mondego
De Darci Men
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O Mondego - Darci Men
O Mondego
Uma História Lusitana
Por Darci Men
São Paulo – SP
Primeira edição
Edição do Autor
Agosto de 2023
____________________________________________
Texto e autoria: Darci Men
Edição: Darci Men
Capa: Karina Martinez
Revisão: Fernando J. Silva
Imagens: Arquivo pessoal, Vecteezy e Pexels
ISBN:
Direitos reservados: todos os direitos foram reservados, ficando proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a prévia autorização do autor.
Observação importante: embora os personagens, fatos, datas e lugares aqui relatados, em sua maioria, sejam autênticos, nem por isso este livro deixa de ser um romance. Um romance histórico, como alguns gostam de nomear. Aos personagens reais e aos fatos a eles relacionados, o autor emprestou uma existência e propósitos baseados na própria história. Às outras são totalmente imaginárias e os seus atos ou procedimentos inteiramente fictícios. Portanto, toda e qualquer semelhança com a realidade terá sido fortuita e involuntária.
Homem pousando para foto Descrição gerada automaticamentePensamentos:
O importante não é ver o que todo mundo vê, mas pensar naquilo que ninguém pensa quando vê.
Darci Men
Política é política! Sempre tem aqueles que veem vantagens pessoais em apoiar um lado, mesmo sabendo que não é o certo ou o melhor para o povo e para o seu pais.
Darci Men
Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um, se resume ao tamanho do seu saber.
Albert Einstein
Breves notas do autor:
Navegar é preciso, viver não é preciso
!
Apesar de o império romano ter-se desintegrado para não mais ressurgir, o seu legado ficou e a frase acima é um belo exemplo disso.
A sua origem remonta ao general romano Pompeu que, em uma ocasião de grande perigo, teria dito a famosa frase aos seus comandados.
Sobre isso, bem mais tarde, o poeta italiano Petrarca disse:
Quero para mim o espírito dessa frase
.
Ele quis dizer, com isso, que a enigmática frase não significava o sentido literal das palavras, mas sonhar, ousar, empreender, realizar etc.
Ainda sobre isso e, na mesma linha de pensamento, o poeta português Fernando Pessoa deu a sua pitada
. Disse ele:
Viver não é necessário, o que é necessário é criar
.
Como pode ver, caro leitor, essa frase é muito poderosa
e se encaixou perfeitamente na história portuguesa, quando os lusitanos, com o apoio dos antigos templários, se lançaram ao mar a procura de novos horizontes e de novos mundos.
Quem não se emociona ao ouvir a talentosa Amália Rodrigues, com o seu sotaque luso, sussurrando aquele fado melodioso:
Navegar é preciso, viver não é preciso
.
A questão que agora surge é: quando e como começou a expansão marítima portuguesa? Quando e quem foram os seus heróis?
Luiz Vaz de Camões, em sua memorável obra Os Lusíadas
, assim como a maioria dos historiadores, são unânimes em afirmar que tudo começou na segunda metade do século XIV, no início da dinastia de Avis, ou seja: no carisma do Rei D. João I e na ínclita geração
.
De fato: Portugal, até então, era um reino periférico, com seu território pequeno e com poucas possibilidades de ascensão.
O Reino português só passou a ser um dos expoentes da cristandade a partir da dinastia de Avis; no espírito empreendedor da família real, na pessoa do Rei D. João I; na dedicação do Infante D. Duarte; na elevada cultura do Infante D. Pedro (o das Sete Partidas); na sagacidade do Infante D. Henrique (o Navegador); e, sobretudo, a partir da conquista de Ceuta, que foi um verdadeiro marco das conquistas ultramarinas lusitanas.
Você deve estar se perguntando: é possível saber quem foram todos os heróis dessa epopeia?
Claro que não!
Os registros da época eram precários e as chamadas crônicas
que registravam as histórias, na maioria das vezes, era algo encomendado, visando destacar a figura de quem as encomendou.
Portanto, os heróis anônimos, como o próprio nome diz, tendem a permanecer anônimos...
O livro "O Mondego", um romance histórico ambientado nesse incrível momento da história portuguesa, foi escrito de forma simples, alegre e esclarecedora e, tenta, não só contar a história portuguesa em si, mas, sobretudo, fazer uma homenagem aos heróis anônimos, na figura do personagem principal.
Então, venha comigo se deliciar com essa empolgante história.
Uma boa leitura!
Darci Men
Sumário:
Nº Histórico
01 Agora a Inês é Morta
02 As Batalhas pela Independência
03 Os Doze de Inglaterra
04 O Mondego pelo Mundo
05 A Conquista de Ceuta
06 O Concílio de Constança
07 O Príncipe das Sete Partidas
08 A Grande Viagem
09 O Desastre de Tânger
10 A Regência do Infante
11 O Destino de Um Herói Anônimo
01 - Agora a Inês é Morta
Em meados do século XIV a terra de Camões estava em uma fase nada otimista:
Permanecia as guerras contra Castela, havia vários conflitos sociais internos, surtos de peste e de fome, uma persistente ameaça dos mouros, entre outros grandes problemas.
Nossa história começa justamente aí, no Castelo de Montemor-o-Velho, que fica perto da cidade de Coimbra, às margens do rio Mondego.
(Esse castelo é um belo exemplo da arquitetura medieval, e é um dos maiores, mais antigos e mais bem conservados de Portugal).
Ele já pertenceu a grandes reinos, aos templários, a alguns importantes senhores feudais e foi palco de grandes batalhas e importantes decisões estratégicas para o futuro da nação lusitana.
O seu nome, Montemor, que na atualidade significa a soma dos bens de um inventário, na idade média significava exatamente o que diz a palavra, ou seja: monte maior ou maior monte.
Quanto ao complemento o Velho
é porque, próximo dali, tem o distrito que é conhecido como Montemor-o-Novo.
Já o importante rio Mondego, também foi palco de grandes acontecimentos e, a exemplo do castelo, já era conhecido por viajantes na época romana e até na antiguidade clássica, pois foi citado por Plinio e por Ptolomeu.
Vista aérea de uma cidade Descrição gerada automaticamenteO seu nome deriva do latim mondeacus
que, por sua vez, deriva de munda
, um termo pré-romano significando transparência, pureza etc.
No entanto, não é sobre o castelo e tampouco sobre o rio que eu quero falar, mas ao que aconteceu junto deles, em uma manhã fria de janeiro de 1355, mais precisamente em 07/01/1355.
Naquela manhã, como acontecia quase todos os dias, as lavadeiras de roupas iam até às margens do rio Mondego, nas proximidades do castelo, fazer o seu trabalho.
Mas, aquele dia foi especial, pois ali, na margem esquerda daquele rio frio e quase congelante, elas encontraram um bebê recém-nascido, todo enrolado por alguns cobertores e dentro de uma caixa velha de madeira.
Passado o espanto geral, elas começaram a examinar melhor aquela criança e logo perceberam tratar-se de um belo menino.
O danadinho era bem esperto e, aparentemente, gozava de boa saúde, pois, além de não chorar, ficava constantemente agitando os braços e as pernas, enquanto os seus olhinhos claros, quase azuis, observavam tudo o que acontecia a sua volta.
Sua pele era bem clara, com poucos cabelos em tons avermelhados e um corpinho sadio, gordinho e com um único detalhe: uma mancha de nascença, meio avermelhada, no alto do braço esquerdo, cuja aparência lembrava uma ave ou algo desse tipo.
(Atualmente manchas assim, são conhecidas popularmente como manchas do vinho do Porto
).
Junto daquele bebê não havia quase nada, exceto alguns cobertores, já bastante usados, a caixa de madeira, também velha e gasta, e nada mais.
O pequeno foi levado para a aldeia das lavadeiras, onde o fato se espalhou rapidamente e o menino do Mondego
, como ficou conhecido, foi alvo de muitos comentários, superando até as notícias da chegada ao castelo de Montemor-o-Velho, do rei português D. Afonso IV, acontecida no dia anterior.
As autoridades foram comunicadas, mas, se na aldeia o caso do menino foi alvo de muita agitação, com as autoridades foi o contrário, pois praticamente não deram atenção ao caso.
Contribuiu para isso o fato de