Um pai: puzzle
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Sobre este e-book
Mais precisamente, Sibylle Lacan expõe nesse título a premissa que a norteou: "falar do pai que Jacques Lacan foi para mim, não do homem de forma mais geral, menos ainda do psicanalista".
A relação de qualquer filha com seu pai sempre traz alguma coisinha de infernal. Mas, passado o tempo, o que esse sofrimento atesta é o amor ferido no próprio cerne de nossa linguagem.
Eis porque este livro não pode ser definido como um romance ou uma autobiografia, mas como uma vontade desenfreada de expressão e de autenticidade por meio da qual uma mulher pode conquistar sua própria língua.
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Pré-visualização do livro
Um pai - Sibylle Lacan
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada por Angélica Ilacqua CRB-8/7057
L129p Lacan, Sibylle
Um pai : puzzle / Sibylle Lacan ; tradução de William Zeytounlian. -- São Paulo : Aller, 2023.
128 p.
ISBN 978-65-87399-56-0
ISBN 978-65-87399-57-7 (livro digital)
Título original: Un père.
1. Lacan, Sibylle – Memória autobiográfica 2. Lacan, Jacques, 1901-1981 I. Título II. Zeytounlian, William
23-3729CDD:150.195092
CDU 154.964.2:929
Índice para catálogo sistemático
1. Lacan, Sibylle – Memória autobiográfica
Publicado com a devida autorização e
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a todos que acreditaram em mim
Sumário
Aviso ao leitor
Um pai
Epílogo
Réquiem
Sibylle Lacan é a terceira filha do psicanalista Jacques Lacan. Ela nasceu do primeiro casamento dele, com Malou Blondin.
Tradutora do espanhol, do inglês e do russo, ela atualmente trabalha em um segundo livro.*.
* Nota do tradutor: Um pai:puzzle é de 1994. Em 2000, Sibylle Lacan lançou Points de suspension, também pela Gallimard, inédito no Brasil. Nascida em 1940, a autora morreu em 2013. ↵
Aviso ao leitor
Este livro não é um romance ou uma (auto)biografia romanceada. Ele não contém um pingo sequer de ficção. Nele não se encontrará nenhum detalhe inventado com o objetivo de embelezar a narrativa ou ampliar o texto. Meu propósito era outro: fazer surgir de minha memória tudo o que aconteceu de importante, de forte – trágico ou cômico –, entre mim e meu pai. Falar do pai que Jacques Lacan foi para mim, não do homem de forma mais geral, menos ainda do psicanalista. É uma obra puramente subjetiva, baseada tanto em minhas recordações da época, quanto na forma como vejo as coisas atualmente.
Escrevi a primeira página numa noite de agosto de 1991, de uma tacada só. De modo que ela é, de certa maneira, a mais perfeita
. Escrevi assim toda minha vida, de maneira espontânea, impulsiva, sem correções posteriores. Para mim, era uma questão de princípio. Infelizmente, isto só é possível para textos extremamente curtos e, no caso do texto em questão, precisei trabalhar nele em seguida: corrigir, procurar a palavra certa, depurar a narrativa ao máximo.