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Madame Nancy: A Espanhola
Madame Nancy: A Espanhola
Madame Nancy: A Espanhola
E-book110 páginas1 hora

Madame Nancy: A Espanhola

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Sobre este e-book

No romance Madame Nancy – A Espanhola acompanhe a trajetória de Nancy e Daniel, duas almas afins que viveram um grande e intenso amor em suas vidas passadas, mas que reencarnaram sem terem a oportunidade de reviverem este grande amor, mas que ao reencontrarem-se tornaram-se grandes amigos, haja vista a Divina Misericórdia os ter reunido para que ambos se ajudassem, demonstrando que o verdadeiro amor é livre, supera os desejos da carne e as barreiras da morte.

Durante a narrativa verificaremos como o amor pode nos autotransformar e que todos somos abençoados por Deus, tendo chances de recomeçar e evoluir, tanto neste quanto no outro plano da vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de fev. de 2023
ISBN9786588535684
Madame Nancy: A Espanhola

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    Madame Nancy - Murilo Viana

    Capítulo 1

    Yo soy Madame Nancy, la española! – Era assim que eu me apresentava no Cabaré de Madame Nancy.

    Impaciente. Sempre fui. Não tinha paciência para lidar com minhas meretrizes. Constituir família? Jamais pensei! Não teria calma para cuidar de marido, filhos e ser esposa dedicada ao lar. Nunca tive habilidades para assuntos domésticos.

    Quem diria que meus pensamentos iriam mudar tanto após uma noite de festas em meu cabaré, quando conheci aquele que arrebatou meu coração e me fez enxergar de uma forma diferente tudo a minha volta.

    Rapaz de pele clara, alto, loiro, de olhos penetrantes, com seus trinta e poucos anos. Nunca o tinha visto. Logo me encantei pelo homem e fui ter com ele. Como habitualmente faço, cumprimentei-o:

    Yo soy Madame Nancy, la española! – disse, olhando-o penetrantemente nos olhos e com um leve sorriso. Não posso esquecer-me que contava eu com um cigarro na boca, um mal hábito que adquiri nos anos de vida que levei enquanto ainda no orbe planetário encarnada. Era comum eu e minhas meretrizes fumarmos e bebermos, era uma forma de nos apresentarmos à frente de nosso tempo. Quão iludidas éramos!

    – O prazer é inenarravelmente meu, Madame Nancy – respondeu o jovem rapaz retribuindo meu olhar de forma penetrante. – Ouvi falar muito de seu cabaré – finalizou com um leve sorriso em seu rosto.

    – E que homem ou mulher nesta localidade não ouviu falar do Cabaré de Madame Nancy?! – Dei gostosa risada ao fazer este sarcástico comentário e dei uma tragada no cigarro que segurava em mãos.

    – Vejamos se os serviços prestados condizem com o que falam – comentou ele ao fazer sinal para que um garçom fosse levar uma bebida.

    Estava arrebatada com o poder de persuasão daquele homem. Encantador! Mas quem seria ele? Já estava pensando qual das meninas seria a mais adequada para se divertir com ele. Apesar de estar bastante atraída, já havia passado minha época de estar com clientes. No auge de meus 48 anos de idade, já era velha para os padrões sociais da época.

    Tive muitos homens, mas não encontrei em nenhum deles a felicidade e o genuíno amor. Também por nenhum tinha tido tanto interesse à primeira vista como neste forasteiro.

    Hoje compreendo que o Ambiente Espiritual de meu cabaré não era dos melhores e mais agradáveis. O ambiente era carregado e a energia era pesada, mas para uma pagã sem religião como eu era, não havia uma explicação. Em verdade, o ambiente era nocivo a mim mesma e a todos que ali estavam, uma vez que os miasmas de pensamentos adúlteros e sexualizados ficavam impregnados no ambiente. Espíritos viciados em sexo ali faziam morada.

    Voltando ao narrar os acontecimentos primeiros, fui surpreendida quando o altivo rapaz afirmou:

    – Desejo conhecer um pouco mais de você, podemos conversar? – disse, já tomando um gole da bebida trazida pelo garçom.

    – Madame Nancy não realiza mais os serviços, rapaz. Já sou bem mais velha que você e há tantas garotas jovens e atraentes. Escolha uma para conversar – falei a última palavra de forma sarcástica e com um leve sorriso de canto de boca. Em minha experiência, conversar significava ir mais além, intimamente, em um de meus quartos.

    – Não desejo nenhuma destas moças. Desejo realmente conversar com você, conhecê-la. Mas, se não estiver disposta, respeitarei o desejo da Madame e irei embora – disse, colocando um maço de dinheiro sobre a mesa e levantando-se para ir embora. – Um prazer, conhecê-la, Madame Nancy. Animado local. Até breve!

    Sem mais delongas, ele foi embora. O homem que me encantou não desejava ter uma caliente noite com uma das minhas meninas. O jovem rapaz não entrou em minhas ideias maliciosas. O que será que ele então queria? Por que o achava tão interessante? Não era do meu feitio encantar-me por qualquer homem!

    Continuei na mesa do bar fumando e bebendo até o amanhecer do dia e vendo o cabaré se esvaziar. Me considerava sozinha naquela mesa e ignorava o fato de que Espíritos ainda em estágios vibracionais inferiores me acompanhavam, tragando e bebendo junto comigo, consumindo, inclusive, minha energia, sem que eu notasse.

    Capítulo 2

    Os dias se passaram e eu não tirava aquele belo e jovem homem de minha cabeça. Continuava a imaginar o que ele desejava num lugar como meu cabaré, já que não era de seu feitio. Realmente foi apenas para conhecer, porque todos falavam dali? E ainda mais, dizendo que desejava me conhecer, por quê? Isso me encucava. Ainda mais que ele foi embora de repente e sequer se apresentou. Como será que se chamava?

    Geniosa e curiosa, desejava a todo custo saber mais sobre ele. Nunca fui de ficar sem as respostas que desejava e sempre dava meu jeito de consegui-las, mas no decorrer daqueles dias deixei-me levar pelo desânimo, pois estava muito doente, tossindo e sem forças para nada. Todas as atividades do cabaré estavam sob supervisão da minha mais antiga menina. Me condoía ficar dentro do quarto, mas não tinha forças para realizar a rotina diária, deixando-me apenas levar pelos pensamentos.

    – Madame, está na hora de procurar um médico para se tratar, pois daqui a pouco vamos à falência sem você para nos supervisionar e colocar o cabaré nos eixos. Já está há dias adoentada e em breve piorará. As coisas sairão completamente dos trilhos! – disse Sabina com seu meigo e doce falar. Era uma jovem alta, magra e ruiva, de cabelos longos e com leves sardas ao redor do nariz, a minha mais antiga menina e pela qual tinha um carinho especial.

    Sabina estava comigo havia muitos anos, mas trabalhava apenas assessorando-me nos assuntos administrativos desde que havia chegado em minha porta. Nunca desejei que ela ingressasse

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