Uma Mulher Em Fúria
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Uma Mulher Em Fúria - Rogério Delacorte
UMA MULHER EM FÚRIA
Por
Rogério DeLacorte
Agosto, 2020.
1.
Maria Souza Consuelo. Quarenta e sete anos de idade, viúva. Um único filho, Wellington, vinte anos. Quando criança, Wellington era a sua alegria. Agora, estava morto.
Maria olhou para o caixão sobre aquele suporte improvisado. Wellington nem parecia ele mesmo, parecia outra pessoa. Seu filho era um menino tão bonito, tão cheio de vida. Não parecia aquele boneco de cera, a pele tão pálida, ali naquele lugar.
Olhou em volta. Os poucos parentes lhe fazendo companhia. Não tinha muita gente no velório. Talvez fosse melhor assim. Muita gente, falatório, os fuxicos, os mexericos. Ninguém se importava de verdade, só queriam ter o prazer de ficar comentando. Apontando, dizendo o que ela tinha feito de errado no modo como criou seu filho. Que aquilo era o fim esperado dele mesmo.
Como a situação podia ter ficado daquele jeito? No fim, a resposta não podia ser considerada como uma só, estava mais para múltiplas escolhas. Primeiro, o fato de que o pai de Wellington ter morrido cedo. Acidente de trabalho. Valdemar trabalhava de pedreiro numa obra, quando a porcaria desabou matando ele e mais seis colegas de equipe.
Em segundo, o fato de que Maria, ela, sua mãe, tinha que trabalhar o dia inteiro como secretária naquele escritório de contabilidade. O dia inteiro, sem tempo nem de voltar para casa. O menino acabava ficando sozinho a maior parte do tempo mesmo. Não dava para fazer muita coisa.
Terceiro, e mais complicado, o menino ia acabar se envolvendo com gente ruim. O amigo tranqueira
, Jefinho. Uma ficha criminal que podia dar a volta na cidade duas vezes, o filho da puta. Roubo, tráfico, muita encrenca para um vagabundo que nem vinte anos tinha ainda.
Foi ideia de Jefinho tramar aquele assalto na panificadora, aquele bendito assalto que fez os dois ficarem detidos quase um ano no centro de detenção de menores. Que fez Wellington perder a chance de conseguir um bom emprego, de entrar para uma faculdade. Maria ainda se lembrava do dia em que foi busca-lo na cadeia pública, depois que terminou o período de internação.
- Juro Wellington, que essa seja a última vez. Tá pensando que eu sou o quê moleque? Ficar tirando dinheiro de onde eu não tenho pra poder pagar advogado pra acompanhar seu processo. Você acha o quê?
- Desculpa mãe, o Jefinho disse... – começou ele.
Maria interrompeu-o.
- Não me fala o nome daquele bosta, entendeu? Não me fala, que eu mesma tenho vontade de catar uma arma e enfiar na cara daquele bosta.
- Mãe, ele tentou aliviar minha barra com o delegado, disse que foi ideia dele, que ele me forçou.
- E era o mínimo que ele podia fazer. Onde já se viu? Você não tinha nada que se meter com aquilo.
- Tá mãe, desculpa.
Terminaram a conversa por ali. Ela achou que ele tinha se emendado, que ele tinha criado juízo. Por uns tempos, até que ele andou, estava quieto. Mas alguma coisa mudou, alguma coisa não estava em seu devido lugar. Coração de mãe nunca se engana. Na última quinta-feira, ele saiu, parecia diferente. Ela o olhou enquanto ele se preparava para sair.
- Onde você está indo filho? perguntou, a mão no rosto dele.
- Só dar uma volta com uns amigos mãe. Não se preocupa, o Jefinho não vai estar lá. É só o pessoal do colégio mesmo.
Algo nos olhos de Wellington fez Maria duvidar das palavras do filho, mas ele parecia tão sereno, tão infantil, como o menininho que ela criou com tanto amor, que não teve coragem de dizer algo do contrário.
- Vai com Deus meu filho, e juízo tá?
Ele sorriu, deu-lhe um beijo e disse:
- Pode deixar mãe.
E aquela foi a última vez que o viu com vida. Naquela noite, Maria não conseguiu dormir, parecia vítima de uma apreensão sem explicação. O relógio da sala, relíquia dos poucos presentes de casamento que ganhou, parecia não avançar. O tempo parecia não avançar direito. Uma chamada no celular, de um número que ela não conhecia. Quando atendeu, uma voz de homem disse:
- Dona Maria Souza Consuelo, mãe do Wellington?
- Sim, quem fala?
- Aqui é o investigador Vargas. A senhora precisa comparecer no IML. Sinto muito, é sobre seu filho.
O resto foi como um borrão. Ela reconheceu Wellington, deitado sobre uma maca fria de metal, no peito, quatro buracos de bala.
- Como aconteceu? perguntou ao investigador Vargas, ao seu lado.
- Bom, ele e um amigo, um tal de Jeferson Maia, o Jefinho, estavam numa lanchonete. Quando estavam para sair, um carro parou na frente, um homem desceu, usando uma máscara, dessas de ninja. Sacou uma .380, descarregou vários tiros nos dois.
- Meu filho estava armado?
- Não senhora, não encontramos arma nenhuma com ele. Nem com o Jefinho. Aliás, se serve de consolo, o Jefinho andava bem quieto ultimamente, parecia que tinha se endireitado. O Wellington, nós não temos nada contra ele no sistema. Não mais. Os dois, ao que parece, só estavam mesmo comendo um lanche.
Ele, Wellington havia mentido,